- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[71]
ANÁLISE DA VARIABILIDADE DE MOVIMENTO EM JOGO DE IMERSÃO VIRTUAL
PAULO VINICIUS BRAGA MENDES1;
CLÁUDIA DANIELE PESTANA BARBOSA1; MARIANA MIDORI SIME2; LUIS ALBERTO MAGNA3;
IRACEMA SERRAT VERGOTTI FERRIGNO 1
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS - UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO
SANTO, VITORIA, ES, BR; 3.FACULDADE DE CIÊNCIAS MEDICAS DA UNICAMP,
CAMPINAS, SP, BR.
Palavras-chave: realidade virtual; quantidade de movimento; gasto
energético
Resumo: Introdução: Os jogos de realidade virtual de imersão (RVI)
são comumente utilizados como um recurso para a prática de atividades físicas
por possibilitar uma forma de se exercitar com diversão e no conforto da casa,
sendo o Nintendo Wii® um dos consoles mais utilizados. O conhecimento da
quantidade de movimentos e do gasto energético de cada jogo poderia nortear os
terapeutas ocupacionais no tratamento de pacientes que possuem restrição de
movimentação intensa. Entretanto a literatura ainda não é conclusiva sobre o
real gasto energético dos jogos de RVI. Objetivo:
Avaliar a quantidade de movimentos e o gasto energético de um jogo de realidade
virtual em duas posturas, sentado e em pé. Metodologia:
Foram selecionados indivíduos saudáveis com faixa etária entre 18 a 30 anos.
Acelerômetros tri axiais foram presos nos punhos de cada sujeito e monitoraram
os movimentos realizados durante o jogo de boxe em dois momentos: 10 minutos de
jogo, sentado; e 10 minutos de jogo, em pé. Foram realizadas 3 repetições de
cada momento por sujeito, de forma randomizada. Os dados foram analisados
descritivamente segundo Teste T de Student para amostras independentes Resultados: Participaram da pesquisa 8
sujeitos com dominância direita, com idades entre 20 e 28 anos, com o índice de
massa corporal dentro dos limites da normalidade. A média de gasto energético
sentado foi de 339 Kcal e em pé, de 320 Kcal. A quantidade de movimentos
sentado foi de 839 movimentos e em pé, 785 movimentos. Ao analisar os dados
obtidos pelo acelerômetro pode-se classificar o jogo boxe do Nintendo Wii® como
uma atividade vigorosa, acarretando em elevado gasto energético, e exigindo
ampla repetição de movimentos. Na Terapia Ocupacional o uso de jogos de
realidade virtual é uma alternativa viável, que contribui tanto para a
motivação para a execução de exercícios repetitivos e graduados, como possui
grande potencial na reabilitação de pacientes com insuficiência cardíaca,
infarto do miocárdio, lesões do membro superior, dificuldades de locomoção,
entre outras. É meio de obter aumento da capacidade cardíaca e na preparação do
desempenho físico. Considerações Finais:
indivíduos jovens saudáveis gastam mais energia e realizam mais movimentos
durante a realização do jogo de boxe, em RVI, na postura sentada do que na
postura em pé. Mais estudos necessitam ser realizado na clinica de Terapia Ocupacional
com pacientes que pretendem alcançar melhor capacidade física no trabalho ou no
esporte.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[88]
ASPECTOS PSICOSSOMÁTICOS QUE ATRAVESSAM OS QUADROS DE LESÃO NO MEMBRO
SUPERIOR
FATIMA BEATRIZ MAIA 1; PAULA DA
CRUZ MORAES 2; ENÉAS RANGEL TEIXEIRA 2
1. UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL;
2.UFF, NITERÓI, RJ, BRASIL.
Palavras-chave: cuidado; psicossomatica; membros superiores
Resumo: A construção deste trabalho advém de nossa vivência
profissional que nos impulsionou avançar no estudo da psicossomática para
entender melhor as demandas psicoafetivas dos sujeitos com lesões dos membros
superiores. O objetivo deste é discutir a experiência no cuidado integral ao
cliente adulto com lesões de membros superiores na perspectiva da
psicossomática. Trata-se de um relato de experiência no atendimento
ambulatorial nos serviços de cirurgia de mão em 2 Hospitais Universitários do
Rio de Janeiro. Como referência do estudo realizou-se uma revisão bibliográfica
do tipo exploratória. Os conteúdos foram organizados em dois eixos temáticos
tratados: A psicossomática das lesões do membro superior; abordagem terapêutica
integral humanizada. A presença de limitação de movimento do membro superior
diminui a possibilidade da realização dos gestos e consequente dificuldade de
expressão. Desta forma, o prejuízo da linguagem não verbal pode gerar angustia
e sofrimento psíquico. A psicossomática relaciona-se ao cuidado integral. Como
de fato uma lesão de um membro afeta a dinâmica psicocorporal do sujeito e pode
gerar transtornos emocionais e comportamentais. Os conhecimentos da
psicossomática e da biomecânica do membro superior auxiliam o profissional na
visão dos aspectos subjetivos que se apresentam durante o curso das lesões e
oferecem possibilidades de abordagem terapêutica mais humanizada. Assim podemos
vivenciar uma nova perspectiva de reabilitação que, ao contrário do modelo
mecanicista, volta o seu olhar sobre as expressões de subjetividades que
permeiam todo o processo de recuperação das lesões e suas sequelas. Trabalhando
nesta assistência, pudemos observar que os resultados positivos na evolução dos
quadros atendidos passavam pelos conhecimentos técnicos da reabilitação também,
todavia com o tempo, foi ficando nítido que a proximidade do toque e a escuta
das queixas e sintomas faziam diferença na compreensão da complexidade que se
apresenta diante dos quadros de dor e incapacidade. O lidar com o processo de
adoecimento psicocorporal em uma visão integral favorece a compreensão do
cliente de forma subjetiva, interativa e sensível. Permite com que o terapeuta
desenvolva a sutileza na abordagem, a capacidade de ouvir o discurso verbal e
as expressões corporais dos sujeitos de modo ético e sensível. Quando o cliente
reconhece no seu corpo, as marcas produzidas pela sua história de vida e como
lidar com elas, possibilita ao mesmo se apropriar da construção e reconstrução
de novas formas de gerenciar sua subjetividade e seus movimentos integrados.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[93]
ACESSIBILIDADE E ASPECTOS AMBIENTAIS: ANÁLISE DE UMA BIBLIOTECA PÚBLICA
NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA – RS.
THAIS ROSA COSTA; LUISE FERREIRA
DE QUEIROZ; LETÍCIA SEVERO SEEGER; DANIELA TONÚS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; estruturas de acesso; serviços
de biblioteca
Resumo: Introdução: As bibliotecas são espaços públicos que
proporcionam trocas de informação, participação social e aprendizado,
tornando-se um ambiente fundamental na construção social, cultural e de
subjetividade de cada pessoa. Porém, estes locais nem sempre se encontram em
condições para receber indivíduos com limitações e assim, não proporcionam
benefícios para toda a população. Com isso, observou-se a necessidade de
analisar o acesso e as condições ambientais de uma determinada biblioteca
pública com o intuito de detectar as potencialidades e fragilidades desse
ambiente, auxiliando no processo de adaptação para que se torne acessível a
toda a população. Objetivo: Analisar
a acessibilidade e as possíveis barreiras arquitetônicas de uma biblioteca
pública no município de Santa Maria, estado do Rio Grande do Sul. Metodologia: Este trabalho é uma
pesquisa de caráter qualitativo e quantitativo. Segundo Michel (2009), a
pesquisa quantitativa é de caráter objetivo, pois trata de dados obtidos
através do uso de técnicas numéricas já a pesquisa qualitativa é de caráter
subjetivo, pois discute, correlaciona, interpreta situações, fatos e opiniões.
A coleta de dados realizou-se em dois dias através da observação e avaliação do
ambiente, utilizando-se uma fita métrica para verificar as medidas e
posteriormente comparar com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas). Os dados foram registrados na forma escrita e fotográfica. Resultados/Discussão: A partir do
trabalho exposto, constatou-se que, a biblioteca não possui acessibilidade para
receber diferentes públicos. Em relação aos aspectos arquitetônicos, a
biblioteca não possui rampas nem elevadores, os banheiros encontram-se sem
barras de apoio e sem sinalização audiovisual. Os aspectos de informação e
comunicação (sinalização, terminais de pesquisa online, dispositivos
eletrônicos, livros em braile e audiovisuais) não se enquadram nas normas da
NBR 9050, pois os materiais e recursos não são disponibilizados. Segundo
Cavalcanti e Galvão (2007), os ambientes de comum circulação devem estar
adequados aos parâmetros antropométricos de acesso, circulação, sinalização,
transferência e comunicação, além de outros quesitos como as rampas, corrimão,
barras no banheiro entre outros. Considerações
Finais: Diante deste estudo, notou-se que as barreiras arquitetônicas de um
espaço de cultura e aprendizado, inviabilizam o acesso de determinadas pessoas
diante de suas condições físicas. Constatou-se a necessidade de fiscalização
regular nesses espaços como uma maneira de reduzir a ausência de participação
social de pessoas que possuem limitações, possibilitando de fato inclusão e
acesso a todos.
- TERAPIA OCUPACIONAL NO SISTEMA EDUCACIONAL – AVANÇOS E DESAFIOS DA
EDUCAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA E O TERAPEUTA OCUPACIONAL
[96]
CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL, NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO EM
SAÚDE, NUMA ESCOLA PÚBLICA DE MACEIÓ
GLEICIANE OLIVEIRA FAUSTINO;
MARIA IRACEMA LINS DOS SANTOS; WALDEZ CAVALCANTE BEZERRA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS
DA SAÚDE DE ALAGOAS, MACEIÓ, AL, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; educação em saúde; escola
Resumo: Introdução: No contexto da saúde pública, a Terapia
Ocupacional tem desenvolvido ações diversas, de caráter individual e/ou
coletivo, em diferentes cenários de práticas, dentre estes, o ambiente escolar.
Visando agregar os conhecimentos teóricos à prática na disciplina de Terapia
Ocupacional aplicada à Saúde Pública, este trabalho consiste num relato de
experiência sobre as ações desenvolvidas por acadêmicos do 3º ano do curso de
Terapia Ocupacional da UNCISAL com alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental
de uma escola pública localizada no bairro do Pontal da Barra em Maceió-AL. Objetivo: Relatar as atividades
desenvolvidas nas práticas da disciplina de Terapia Ocupacional aplicada à
Saúde Pública, mostrando a atuação da Terapia Ocupacional em ações de saúde no
contexto escolar. Metodologia:
Inicialmente foram realizadas visitas na comunidade para conhecer o território,
e a partir destas, nos foi colocada, pela diretora e assistente social da
escola, uma demanda de intervenção com os alunos sobre a temática higiene. As
atividades foram desenvolvidas na perspectiva da educação em saúde, visando à
promoção de hábitos saudáveis. Durante as intervenções, partiu-se sempre da realidade
e dos conhecimentos prévios dos alunos sobre conceitos básicos de higiene e
saúde, para em seguida serem aplicadas as estratégias de ensino-aprendizagem,
previamente elaboradas, com o objetivo de estimular a construção do
conhecimento e a fixação das informações passadas. Utilizou-se principalmente
das atividades lúdicas como recurso, tais como peças teatrais, músicas, danças,
jogos e dinâmicas, almejando um melhor envolvimento das crianças. Resultados/Discussão: Esta experiência
evidenciou a atividade lúdica como potente recurso para a prática do terapeuta
ocupacional no contexto das ações de educação em saúde na escola, uma vez que
ao final destas os alunos demonstraram uma boa assimilação dos conteúdos
abordados, provocando uma modificação na maneira de pensar e agir destas
crianças. Considerações Finais: Foi
possível perceber que o trabalho de educação em saúde é de grande importância,
em virtude da troca de conhecimentos e da valorização do saber do outro.
Observamos que orientações simples são capazes de gerar mudanças significativas
nos hábitos das pessoas, de modo que educar para a saúde é contribuir para a
formação de bons hábitos como condição essencial para uma vida saudável. Por
fim, cabe ressaltar que a Terapia Ocupacional vem a se destacar como um
importante canal capaz de promover novas ações de saúde e assim incorporar
hábitos mais saudáveis no contexto escolar, mas que podem resultar em uma
melhor qualidade de vida das crianças para além dos muros da escola.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[136]
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A JUVENTUDE NO BRASIL E O DESENHO DOS CENTROS
DA JUVENTUDE NO ESTADO DE SÃO PAULO: CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL
SOCIAL
RAFAEL GARCIA BARREIRO; ANA PAULA
SERRATA MALFITANO
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM
TERAPIA OCUPACIONAL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP,
BRASIL.
Palavras-chave: juventude; políticas públicas; ações governamentais
Resumo: Introdução: No Brasil, o investimento governamental para
questões da juventude vem resultando na implementação de políticas públicas. A
juventude alvo das políticas é marcada pelo recorte de classe. Recentemente, a
criação da Secretaria Nacional de Juventude promoveu o debate das problemáticas
atuais dos jovens, resultando em projetos e ações nos contextos sociais,
culturais, econômicos e políticos. Dentre elas estão os “Centros da Juventude”,
que são equipamentos para a oferta de atividades socioeducativas e culturais
exclusivamente voltados ao público juvenil. No Estado de São Paulo existem
quatro municípios com Centros da Juventude: Barretos, Jacareí, Santos e São
Carlos. Objetivo: Conhecer a
Política Nacional da Juventude e, especificamente, o papel dos Centros da
Juventude, na perspectiva do discurso oficial de seus gestores, no de intuito
de apontar a relação destes equipamentos com a política nacional. Metodologia: Realizaram-se 14
entrevistas semiestruturadas com representantes dos diferentes órgãos da
política de juventude: um representante da Secretaria Nacional da Juventude, a
responsável na Secretaria Estadual do Esporte, Lazer e Juventude, gestores
municipais e coordenadores dos Centros da Juventude. O referencial teórico
aplicado advém da Terapia Ocupacional Social. Resultados: Evidenciamos que o discurso das secretarias Nacional e
Estadual apontam o papel destes órgãos pela busca efetiva da garantia de
direitos para a juventude, através da construção de documentos e de ações
pontuais para algumas temáticas escolhidas como igualdade racial, questões de
gênero, saúde, entre outros. Em contraponto está a perspectiva dos municípios,
onde a proposta das políticas para a juventude está pautada em ações que se
constituem por programas sociais e de transferência de renda, tendo como
contrapartida a realização de atividade socioeducativas. Considerações Finais: A constituição da política para a juventude
no Brasil em seus diferentes níveis de governabilidade tenta corresponder suas
agendas específicas, existindo uma divergência e um certo distanciamento entre
as ações práticas estabelecidas no discurso federal e aquelas declaradas pelos
municípios. A juventude é uma população recorrente das ações em terapia
ocupacional, especialmente na Terapia Ocupacional Social, o que leva à
necessidade de avançar a discussão do tema. Em grande parte das experiências, a
discussão se restringe aos aspectos técnicos de intervenção havendo a
necessidade de se direcionar também para as relações com os níveis políticos,
realizando a interlocução com os gestores e, então, com os programas sociais da
agenda pública estabelecida no país.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[142]
ESTRATÉGIA INTERDISCIPLINAR DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE JUNTO A SUJEITOS COM
EPILEPSIA
LAUREN MACHADO PINTO 1; PATRICIA
SANTOS FERNANDES 2; RENATO NICKEL 2; ANA CHRYSTINA CRIPPA 1; CARLOS SILVADO 1
1.HOSPITAL DE CLÍNICAS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO
PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: epilepsia; educação em saúde; equipe
interdisciplinar de saúde
Resumo: Introdução: Registros históricos remetem à existência da
epilepsia desde a Antiguidade. O desconhecimento da população geral sobre a
epilepsia mantém os pacientes à margem da sociedade, expostos a situações de
estigma e preconceito. Estratégias de Educação em Saúde são necessárias com a
finalidade de orientar, conviver e dar oportunidades, aos pacientes, seus
familiares, amigos, empregadores e população em geral. Objetivo: Descrever uma estratégia de orientação aos pacientes com
epilepsia e seus familiares, atendidos no ambulatório de Epilepsia da
disciplina de neurologia do Hospital de Clinicas da UFPR-Curitiba. Metodologia:
Relato de experiência relacionado à construção de uma cartilha de Educação em
Saúde para pacientes com epilepsia. Resultados:
A construção da cartilha intitulada “Guia da Pessoa com Epilepsia” surgiu da
constatação da pouca compreensão dos pacientes e familiares sobre as
orientações deste Ambulatório. As principais queixas foram sobre a sua condição
de saúde, cuidados durante uma crise, seus direitos, e desempenho nas
atividades cotidianas. Em cima destas duvidas foi elaborada uma cartilha
abrangendo as respostas de forma objetiva, didática e ilustrativa. A partir da
compreensão do modo como os pacientes expressam foi desenvolvida a linguagem
coloquial e de modo ilustrado, aspectos relacionados à doença, tratamentos,
família, saúde da mulher, saúde do trabalhador e direção foram englobadas. Cada
membro da equipe interdisciplinar manifestou o seu olhar sobre estas
problemáticas. O setor de Marketing do HC-UFPR fez a editoração da cartilha
permitindo a circulação do material dentro do padrão exigido pela Instituição.
O grupo na elaboração desta cartilha foi formado por enfermeira, médicos e
terapeutas ocupacionais, possibilitando a troca de conhecimentos. Assim,
atingimos a linguagem apropriada transmitindo a informação ao publico alvo. Considerações Finais: A construção da
cartilha, como medida de educação em saúde de pacientes com epilepsia, é rica e
viável, fornecendo atenção às duvidas apresentadas pelos doentes. Além de
trazer dados para o desenvolvimento de pesquisas. Novos estudos sobre o
entendimento e os efeitos de cartilhas devem ser desenvolvidos.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[154]
PROJETO ESTIMULAR BRINCANDO: ALTERNATIVAS PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM CÂNCER.
THAÍSE LOPES GRIGOLO DE VARGAS;
AMARA LÚCIA HOLANDA TAVARES BATTISTEL; FABIANE VIEIRA ROMERO; ANA PAULA LOPES
WEBER; ANDREISI CARBONE ANVERSA; MÍRIAN BOLSON SERAFIN
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; tecnologia assistiva; saúde
Resumo: Introdução: O Projeto Estimular Brincando é uma parceria,
desde o ano de 2011, entre os cursos de Terapia Ocupacional e Desenho
Industrial da UFSM, articulando ações de ensino, pesquisa e extensão a fim de
promover atenção humanizada à saúde dos cuidadores e familiares e das crianças
e dos adolescentes hospitalizados em tratamento oncológico no Centro de
Tratamento da Criança e Adolescente com Câncer-CTCriac do Hospital
Universitário de Santa Maria e no Centro de Convivência Turma do Ique. Metodologia: Com as ações desenvolvidas
anteriormente foi percebida a necessidade da adequação do ambiente relativa à
acessibilidade para o desempenho das AVD’s. Assim, o projeto prevê o
desenvolvimento de Tecnologias Assistivas para os banheiros e quartos. Para
Silva (2011, p.30): “a adaptação dos utensílios utilizados por pacientes
durante a realização de suas atividades diárias poderá de forma proativa elevar
os níveis de autonomia, independência e consequente inclusão”. Ainda, está
prevista a criação de produtos lúdico-recreativos para trabalhar conceitos
relativos ao processo de adoecimento, hospitalização, tratamento e recuperação
da saúde, bem como contribuir para o fortalecimento de atitudes auto-promotoras
da saúde. Os jogos criados possibilitarão ao pacientes do CTCriac e Turma do
Ique lidarem melhor com a realidade que estão submetidos, facilitando a
elaboração de sentimentos de medo, estranheza, desconfiança, insegurança. As
atividades são realizadas por acadêmicos dos cursos de Terapia Ocupacional e
Desenho Industrial, a partir do levantamento das necessidades junto aos
pacientes e profissionais do serviço. Resultados/Discussão:
Com a realização deste projeto espera-se contribuir para a melhoria da saúde da
população atendida tanto nas ações diretamente a ela direcionada quanto aos
cuidadores e familiares. Também se pode citar o impacto na formação acadêmica
no que se refere aos conhecimentos adquiridos e formação técnica, bem como a
experiência do trabalho em equipe interdisciplinar. As ações propostas
resultarão em cinco Trabalhos de Conclusão de Curso, desenvolvidos em parceria
entre os cursos de Terapia Ocupacional e Desenho Industrial. Considerações Finais: o Projeto
Estimular Brincando contribui para promoção da saúde de crianças e
adolescentes, pois a partir dos jogos propostos é possível trabalhar os
sentimentos, as AVD’s, o contexto escolar, a convivência no ambiente
hospitalar. Os produtos desenvolvidos deverão estimular trocas de experiências
e vivências entre os pacientes trabalhando a autoestima, autonomia e
independência dos mesmos. Procura-se com isso obter maior comprometimento ao
tratamento facilitando o processo de recuperação da saúde.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[160]
DIREITOS HUMANOS PARA A DIVERSIDADE: CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS DE
SENSIBILIZAÇÃO ATRAVÉS DA ARTE, CULTURA E EDUCAÇÃO
CARLA REGINA SILVA; ISADORA
CARDINALLI; MARINA SANCHES SILVESTRINI; ANA CAROLINA DA SILVA ALMEIDA PRADO;
JAIME DANIEL LEITE JUNIOR; PAULA MARCONDES S- HEBBEL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; arte e cultura; direitos
humanos
Resumo: O presente trabalho visa apresentar o Programa de Extensão
Universitária “Direitos Humanos para a Diversidade: construindo espaços de
arte, cultura e educação”. O programa utiliza-se da arte e da cultura para
propor a promoção de debate, formação e execução de ações na defesa dos
Direitos Humanos, de acordo com as diretrizes pautadas no Plano Nacional de
Direitos Humanos. A prática intersetorial e transdisciplinar é central no
trabalho e contribui para a ampliação de conhecimento das diversas áreas
envolvidas e neste sentido a Terapia Ocupacional tem muito a contribuir, visto
que na atualidade, produziu uma gama de práticas que promoveram novos campos de
atuação e de compreensão da realidade que nos cerca. O objetivo foi de oferecer
espaços integrados de educação, arte e cultura promovendo o debate, a formação
e a execução de ações na defesa dos Direitos Humanos, com o foco no respeito à
diversidade, no empoderamento, cidadania ativa e autonomia de grupos
historicamente estigmatizados. A metodologia do trabalho consiste na realização
de intervenções criativas semanais, com os usuários, familiares e trabalhadores
de três equipamentos, sendo eles, o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS, o
Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas – CAPS – AD e o Centro de
Referência Especializada da Assistência Social com a população de rua – CREAS
POP. Nas oficinas o teatro, a pintura, a dança, a música, o circo, as artes
visuais e outras experimentações tornam-se instrumentos para a sensibilização
de temáticas acerca dos direitos humanos. Estudos teóricos, orientações e
reuniões de planejamento e experimentação de técnicas e de atividades a serem
aplicadas ou apresentadas constituem parte dos procedimentos, assim como, o
monitoramento, a sistematização, o acompanhamento e a avaliação das ações
realizadas. A equipe é composta por estudantes da Terapia Ocupacional,
psicologia, pedagogia, imagem e som e biblioteconomia, uma terapeuta
ocupacional e a coordenadora responsável. As avaliações demonstram que as
oficinas são fomentadoras de processos de emancipação, autonomia, empoderamento
e cidadania ativa dos sujeitos. Diferentes linguagens artísticas e culturais e
a integração das ações inter/transdisciplinares puderam favorecer o vínculo, o
pertencimento e o comprometimento dos sujeitos, ao mesmo tempo, que os
sensibilizou para a educação em direitos humanos, assim como, foi percebido a
qualificação dos equipamentos sociais, ao oferecer um trabalho sensível.
Defende-se a promoção dos direitos humanos como elementos formadores de
cidadania e vislumbra-se a formação de uma sociedade mais justa onde sejam
garantidos os direitos de igualdade para a diversidade.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[176]
SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DA SAÚDE NA ONCOLOGIA DO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO
RAQUEL DA SILVA ROCHA TOMAZ;
JULIA LEAL GOMES; DIANA JASMIM AMAR MOREIRA; LORHAINE COUTINHO E SILVA GOMES;
TANIA FERNANDES SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE
JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
Palavras-chave: síndrome de burnout; saúde; trabalho
Resumo: Introdução: No âmbito do ambiente de trabalho, os
profissionais lidam com patologias diversas podendo levar ao estresse no
trabalho. A definição de estresse ocupacional foi definida por Martins (2011)
como um processo em que o indivíduo percebe demandas do trabalho como
estressores, as quais, aos exceder seus recursos de enfretamento, provocam
reações de estresse. Estudos apontam que no âmbito do trabalho dos
profissionais de saúde o estresse ocupacional pode ter consequências negativas
levando a Anais prejuízos na qualidade de vida e insatisfação no trabalho. A
Síndrome de Burnout, estão entre as doenças que atingem os profissionais da
área de oncologia, sendo uma resposta ao estresse ocupacional crônico com
consequências na vida pessoal, institucional. Sentimentos como ansiedade e a
responsabilidade do cuidado com pacientes, enfrentados no cotidiano laboral,
incidem de forma incisiva no enfermeiro que se depara em seu contexto desde a
cura até a morte. Objetivos:
Investigar o nível de estresse ocupacional nos enfermeiros do Hospital
Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) quantificando os índices de
estresse no ambiente de trabalho dos enfermeiros no setor de oncologia.
Analisar as possibilidades de intervenção da terapia ocupacional para a melhora
da qualidade de vida no contexto laboral. Metodologia:
Pesquisa quantiqualitativa, com coleta de dados por meio de questionário.
Coleta de dados em enfermeiros da oncologia do HUCFF – Rio de Janeiro, no
período entre 27 de maio a 3 de junho de 2013, utilizando o instrumento de
pesquisa Maslach Burnout Inventory – Human Services Survey, que avalia
comprometimentos na saúde, relacionados ao estresse ocupacional. A amostra foi
no total de 11 profissionais da área de enfermagem. Resultados: Na coleta de dados 54,55% apresentaram o índice de
estresse moderado; 27,27% sem estresse; e 18,18% com estresse intenso. Em
relação ao estresse nenhum dos voluntários da pesquisa registraram tal opção. Considerações Finais: Diante do exposto
foi possível constatar que o estresse moderado está presente na atividade
laboral dos profissionais da área de enfermagem no HUCFF, fazendo-se necessário
a intervenção do terapeuta ocupacional para a melhora da qualidade laboral no
setor da coleta.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[230]
ESTUDO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E TÉRMICAS DE MATERIAIS PARA
CONFECÇÃO DE ÓRTESES DE MEMBRO SUPERIOR
LARISSA GALVÃO DA SILVA1 ;
IRACEMA SERRAT VERGOTTI FERRIGNO1 ; JOSÉ AUGUSTO MARCONDES AGNELLI1 ; LUCIANA
BOLZAN AGNELLI MARTINEZ1 ; SUZAN ALINE CASARIN2
1.UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BR; 2.UNIMEP,
SANTA BÁRBARA D’OESTE, SP, BR.
Palavras-chave: aparelhos ortopédicos; testes de materiais; pvc
Resumo: Introdução: As órteses são dispositivos que tem como
função, estabilizar ou imobilizar, prevenir ou corrigir deformidades, proteger
contra lesões, auxiliar na cura ou maximizar a função. Desde o século XVI
órteses são confeccionadas e as técnicas de confecção se aprimoram, e
juntamente com isso novos materiais são experimentados, sendo os termoplásticos
de baixa temperatura os mais utilizados. Alguns termoplásticos de alta
temperatura podem ser utilizados para a confecção de órteses, mas possuem
técnicas de confecção diferenciadas, como o Policloreto de Vinila (PVC). Objetivos: Conhecer as propriedades do
material PVC importantes para a confecção de órteses e compará-las com um
termoplástico de baixa temperatura muito comercializado no Brasil. Metodologia: Foram realizados
experimentos de caracterização térmica, mecânica e de toxicidade do
termoplástico de alta temperatura PVC e de um termoplástico de baixa
temperatura, através dos ensaios de Determinação da temperatura de amolecimento
Vicat; Calorimetria Exploratória Diferencial; Determinação do teor de cinzas;
Termogravimetria; Ensaio de Flexão em 3 pontos; Fluorescência de Raio-X e
Microscopia Eletrônica de Varredura e Efeito sobre a água. Resultados/Discussão: O ponto de amolecimento do PVC é de 82,5º e o
ponto de fusão do termoplástico de baixa temperatura é de 59,6º; O PVC
apresentou 12,17% de teor de cargas inorgânicas, enquanto que o outro
termoplástico possui 21,1%; o PVC apresentou módulo de tensão de 71Mpa e
2,65Gpa de elasticidade, e o outro termoplástico,13Mpa de tensão e 423Gpa de
elasticidade. Considerações Finais:
Conclui-se que o PVC pode ser retrabalhado em temperaturas em que ainda não há
a degradação do material, ou seja, ele tem alta reciclabilidade, o que
potencializa sua utilização na confecção de órteses, pois o material permite
remodelagens e ajustes sem perda da rigidez e da função da órtese; O
termoplástico de baixa temperatura é mais fácil de ser trabalhado na modelagem
de órteses, entretanto, se encontra mais susceptível a deformações por conta de
sua baixa temperatura de fusão; apresentou uma quantidade menor de cargas
inorgânicas, que contribuem para dar maior rigidez ao material. O PVC é um
material mais rígido que o termoplástico de baixa temperatura, o que o torna
mais resistente, entretanto, deve-se considerar a aplicação do mesmo com
cautela, pois sendo um material mais rígido a moldagem do mesmo implica em um
aumento da pressão nas áreas que necessitem de melhor acomodação de tecidos.
– INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[357]
A EXPERIÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA CONSTRUÇÃO DO
CONTRATO INTERNO DE GESTÃO
LIDILENE VIRGINIA DA SILVA
MENDONÇA; ALESSANDRA ANTUNES TAVARES
PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO
HORIZONTE, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
Palavras-chave: gestão; terapia ocupacional; interdisciplinaridade
Resumo: Introdução: no contexto da atenção primária, o Contrato
Interno de Gestão (CIG) foi adotado pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
(PBH) com o intuito de qualificar os processos de trabalho nas Unidades de
Saúde, estimulando o trabalho em equipe e a construção coletiva de soluções. A
partir de indicadores específicos, pautados pela Secretaria Municipal de Saúde
(SMS), são estabelecidas metas baseadas no diagnóstico local do território, de
forma a serem alcançadas através das ações pactuadas entre as Equipes de Saúde
da Família (ESF) e os diferentes profissionais da atenção básica. O terapeuta
ocupacional, como integrante da equipe básica de saúde, deve se apropriar desta
ferramenta como estratégia para construir suas ações de trabalho, sendo
cogestor do cuidado e das intervenções na comunidade. Torna-se uma oportunidade
de mostrar seu trabalho e fazer-se valorizar dentro da equipe como aquele
profissional que pode fazer a diferença com seu olhar singular sobre o processo
de saúde. Objetivo: discutir a
importância da participação de uma equipe multidisciplinar, incluído o
terapeuta ocupacional, na elaboração e definição do contrato interno de gestão.
Metodologia: relato de experiência
ocorrido na Unidade Básica de Saúde Alto Vera Cruz em Belo Horizonte, onde
todos os profissionais desta unidade se reuniram em um período de duas semanas
para discussão, definição de metas e elaboração do CIG. Discussão: a participação do terapeuta ocupacional na estipulação
das ações foi fundamental, pois seu perfil profissional possibilita transcender
o plano individual de atuação e alcançar as ações coletivas de saúde,
considerando os diferentes contextos nos quais o sujeito se insere. No campo
das construções coletivas a ESF passa a compreender e valorizar as competências
do terapeuta ocupacional, colocando-o em lugar de destaque na construção e
alcance dos indicadores, os quais apresentam direta correlação com a atuação
deste profissional. Desta forma, a terapia ocupacional estabelece uma relação
de identidade com as ações de gestão da saúde propostas pelo CIG. Conclusão: a participação da Terapia
Ocupacional na elaboração do CIG ampliou o olhar deste profissional sobre o
serviço e possibilitou maior responsabilização na gestão da saúde do
território, mostrando que cada ação feita com o usuário influencia diretamente
no alcance das metas dos indicadores e que a gestão se faz em equipe.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[378]
CONTRIBUIÇÕES DO FUTEBOL PARA O DESEMPENHO FUNCIONAL DE INDIVÍDUOS
AMPUTADOS
ROGÉRIA PIMENTEL DE ARAUJO
MONTEIRO1 ; LUZIA IARA PFEIFER2 ; NELSON JOAQUIM FORTUNA DE SOUSA3
1.UEPA, BELÉM, PA, BR; 2.USP
RIBEIRÃO PRETO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BR; 3.UTAD, VILA REAL, PORTUGAL.
Palavras-chave: futebol de amputados; desempenho funcional;
amputados de membro inferior
Resumo: Introdução: O esporte adaptado, introduzido no Brasil há
aproximadamente 50 anos, vem trazendo benefícios para a saúde dos indivíduos
com deficiência e contribuindo para promoção da inclusão social. Dentre as
modalidades desportivas praticadas por pessoas com deficiência encontra-se o
futebol de amputados. Este esporte assemelha-se ao “futebol society, as
partidas têm duração de 50 minutos e cada equipe é composta por 7 atletas. O
goleiro deve ser amputado ou lês autres do membro superior e os jogadores de
linhas devem apresentar amputação de perna acima ou abaixo do joelho, com uso
obrigatório de muletas tipo canadense. Apesar de ser um esporte praticado em
diversos países desde 1985, são escassas as pesquisas relacionadas às suas
contribuições. Objetivos: Analisar a
influencia do futebol de amputados no nível de desempenho funcional de
indivíduos adultos, amputados unilateral de Membro Inferior (MI). Metodologia: A pesquisa foi realizada
com 138 sujeitos com amputação de MI, sendo 69 praticantes do futebol de
amputados (GP) e 69 sujeitos que não praticavam nenhuma modalidade desportiva
(NP). Na coleta dos dados utilizou-se o checklist para o Desempenho Funcional e
Social de Amputados de Membro Inferior-DFS, baseado na CIF, constituído de 5
domínios: Aspectos Orgânicos, Atividades Cotidianas, Componentes do Desempenho,
Participação Social e Fatores Ambientais. No presente estudo, entretanto, foram
analisados apenas os domínios de Atividades Cotidianas e de Componentes do
Desempenho. Para comparar o desempenho dos grupos foram aplicados métodos de
inferência estatística como o teste do Qui-quadrado e o teste G. A comparação
entre as variáveis quantitativas foi realizada pelo teste de Mann Whitney. Resultados/Discussão: Os resultados
mostraram que no domínio de Atividades Cotidianas houve diferença
estatisticamente significante (p<0.05) em 29 dos 35 itens analisados e no
domínio de Componentes do Desempenho identificou-se diferença significante (p <0.05)
em 17 dos 18 itens. Considerações
Finais: Conclui-se que a prática do referido esporte contribui com a
melhora do desempenho funcional de indivíduos com amputação unilateral de MI. O
checklist DFS se mostrou útil na identificação dos aspectos de maior
comprometimento nos sujeitos amputados, possibilitando a definição dos
objetivos terapêuticos assim como a orientação de medidas sociais e políticas
que facilitem o envolvimento dos sujeitos amputados de MI em atividades e
participação.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[386]
A EQUOTERAPIA COMO RECURSO DA TERAPIA OCUPACIONAL
DANIELA BOSQUEROLLI PRESTES
NACIONAL DE EQUOTERAPIA- ANDE-BRASIL, BRASÍLIA, DF, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; equoterapia; adaptações
Resumo: Introdução: A Associação Nacional de Equoterapia -
ANDE-BRASIL (2010) define a equoterapia como um método “terapêutico e
educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas
áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento
biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais”. O
Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO, 2008) a
reconheceu como recurso terapêutico da Terapia Ocupacional, autorizando aplicar
seus princípios profissionais na Equoterapia, conforme o diagnóstico cinético-
ocupacional e os objetivos terapêuticos específicos de sua atuação. Também a
reconheceu como parte da formação em Terapia Ocupacional, em disciplina
curricular e projetos de extensão e pesquisa. Objetivo: Descrever a atuação da Terapia Ocupacional na
Equoterapia. Metodologia: Trata-se um
relato de experiência baseado no modelo de pesquisa fenomenológico (HOLANDA,
2006). Resultados/ Discussão: A
atuação do terapeuta ocupacional (TO) é construída a partir do potencial do
praticante (como é chamada a pessoa que pratica equoterapia), buscando orientar
sua participação em atividades selecionadas para restaurar, fortalecer e
desenvolver suas capacidades, facilitar a aprendizagem de novas habilidades e
funções essenciais para sua adaptação e produtividade, atenuando ou corrigindo
as deficiências. É sua função avaliar as habilidades e potencialidades do
praticante considerando aspectos motores, sensoriais, perceptivos, cognitivos e
sociais, verificando suas limitações funcionais primárias, secundárias e
globais. As atividades dirigidas pelo terapeuta ocupacional promovem vínculos
de afeto, incentivam a curiosidade, a observação e exploração do ambiente.
Possibilitam a expressão dos sentimentos, pensamentos e necessidades, levando o
praticante a construir bases fundamentais para seu desenvolvimento global. As
atividades devem estar de acordo com as necessidades individuais considerando a
idade cronológica e o nível funcional do praticante. As adaptações são
necessárias nas diversas situações de atendimento dos programas de equoterapia.
Desta forma, a equipe discute as necessidades do praticante, o terapeuta
ocupacional cria e orienta a utilização de recursos, adaptações funcionais,
atividades e brincadeiras que visam maior independência e autonomia do
indivíduo. Conclusões Finais: A
equipe da equoterapia é multidisciplinar e sua ação está bem próxima à
transdisciplinaridade. O saber da terapia ocupacional tem uma grande
contribuição para este campo. Por isso, salienta-se a necessidade de
disciplinas curriculares que ofereçam subsídios e conhecimento científico
quanto a este recurso terapêutico além de pesquisas que comprovem sua eficácia.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[388]
ORIENTAÇÕES DE ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA À GESTANTE COM BAIXA VISÃO: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
PAULA VIEIRA ALVES; SONIA MARIA
CHADDI PAULA ARRUDA; HELOISA GAGHEGGI RAVANINI GARDON GAGLIARDO; MARILDA BAGGIO
SERRANO BOTEGA
CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM
REABILITAÇÃO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, CAMPINAS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: deficiência visual; atividades de vida diária;
maternidade
Resumo: Introdução: Considerando as possíveis barreiras enfrentadas
pelas pessoas com deficiência visual (DV) nas atividades de vida diária, os
cuidados básicos com o bebê também podem representar dificuldades e angústias
para a mãe com baixa visão ou cegueira. Diante dessa situação, a Terapia
Ocupacional (TO) pode contribuir com objetivo de desenvolver os potenciais nas
atividades presentes na vida do indivíduo com DV, a fim de promover sua autonomia
e independência. Objetivo: Descrever as intervenções da Terapia Ocupacional e
da equipe transdisciplinar com uma gestante com DV atendida em um ambulatório
de habilitação e reabilitação de um serviço universitário. Metodologia: Participou da pesquisa uma gestante com 34 anos de
idade, diagnosticada com retinose pigmentar, com baixa visão severa, atendida
no setor de Atividades de Vida Diária do CEPRE/ FCM/ UNICAMP, local do estudo.
Foram realizados quatro atendimentos mensais, no período de agosto a novembro
de 2012. Todos os atendimentos contaram com a participação do marido da
participante, que não possui DV. De acordo com os interesses e necessidades da
gestante, as orientações foram dirigidas aos cuidados com o futuro bebê, como
cuidados com umbigo, banho, troca de fralda e vestuário. Os atendimentos
relacionados à amamentação tiveram a participação de uma fonoaudióloga
especializada no assunto. Materiais adaptados como desenho em relevo, uma mama
de plástico, boneca, roupas, banheira e fraldas foram utilizados. Para
identificar a opinião da participante acerca das orientações realizadas, uma
entrevista semiestruturada foi registrada em gravação de áudio. Resultados: Em todas as sessões a
participante e seu marido foram questionados sobre ideias, possíveis
preocupações, medos, receios em relação aos cuidados com o bebê, o que auxiliou
o envolvimento e participação nos atendimentos. A vivência das atividades por
meio da audição e do tato foi sempre destacada. A participante relatou
sentir-se mais preparada e segura para lidar com o futuro filho após as
orientações recebidas nas terapias. Demonstrou interesse em ser a principal
responsável pelos cuidados básicos com o futuro filho, necessitando de ajuda
apenas para tarefas que exijam monitoramento visual, o que reforça sua
autonomia para assumir esse novo papel. Destaca-se o trabalho da equipe
transdisciplinar nas orientações sobre aleitamento, facilitando a compreensão
e, consequentemente, o melhor desempenho da participante nesta atividade. Considerações Finais: A pesquisa tende
a contribuir com novas sugestões para o atendimento da Terapia Ocupacional na
área da DV, a fim de garantir autonomia e bem-estar à gestante com DV.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[399]
TERAPIA OCUPACIONAL INTERVINDO NAS INCERTEZAS FRENTE AO TRANSPLANTE DE
MEDULA ÓSSEA
MARIA LÚCIA PEDROSO CESARI
LOURENÇO; GIECI CRISTIANE FUZARO DE MENEZES; MARINA ALEIXO FERREIRA DE PAULA
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS -
FUNDAÇÃO PIO XII, BARRETOS, SP, BR.
Palavras-chave: intervenção; tmo; incertezas
Resumo: Introdução: O Transplante de Medula Óssea (TMO) é uma opção
terapêutica para o tratamento de diversas doenças hematológicas, malignas ou
não, habitualmente fatais. Este tipo de tratamento consiste em diversas fases
nas quais ocorrem grandes mudanças físicas, psíquicas e cotidianas, tornando o
tempo fonte de incertezas. Os sujeitos podem enfrentar de diversas formas,
podendo este ser amedrontador, confuso e suscitar diversos questionamentos com
relação a vida. Cabe a equipe de saúde realizar da melhor forma as orientações
e acompanhar durante todo o processo os pacientes e seus cuidadores. Propusemos
com este trabalho o auxilio por parte de quem acabou de vivenciar esse
processo, trazendo de forma simples e tocando nos pontos mais cruciais para
manutenção da esperança de cura através deste complexo tratamento. Objetivos: Apresentar e discutir as
questões apresentadas por pacientes que realizaram TMO em um hospital
especializado. Metodologia A pesquisa
apresentada é de caráter exploratório de abordagem qualitativa, utilizando a
Análise de Conteúdo com a finalidade de explorar o conjunto de opiniões e
representações sociais. Em atendimentos da Terapia Ocupacional pediu-se que os
pacientes com previsão de alta hospitalar escrevessem uma carta/bilhete para o
próximo paciente que seria internado naquele mesmo leito para o mesmo tipo de
tratamento. Estas foram analisadas e posteriormente entregues ao próximo
paciente. O estudo pretende futuramente analisar o impacto dessa atividade nos
participantes desse projeto. Resultados:
Obtivemos até o momento dez cartas, sendo que cem por cento das cartas
abordaram questões religiosas. Oitenta por cento sobre pensamentos positivos,
trinta por cento sobre questões relacionadas ao tratamento, vinte por cento
sobre confiança na equipe e sobre o medo frente ao tratamento. Considerações Finais: Este projeto
apontou que devemos abordar, identificar e auxiliar estes pacientes nas
principais questões suscitadas. As cartas apresentaram um mundo ate então não
tocado pelos profissionais: a interação entre esses pacientes e a preocupação
deles em ressaltar a importância da esperança e da fé em Deus e no tratamento.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[400]
ATUAÇÃO INTERDISCIPLINAR COM UMA PRÉ-ADOLESCENTE DIANTE DO PROCESSO DE
TERMINALIDADE DE SEU ENTE QUERIDO: ESTUDO DE CASO NO CONTEXTO DE CUIDADOS
PALIATIVOS
MARIA LÚCIA PEDROSO CESARI
LOURENÇO; ANDREA CAROLINA BENITES; ANA MARIA ANTUNES NASSER
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS -
FUNDAÇÃO PIO XII, BARRETOS, SP, BR.
Palavras-chave: cuidados paliativos; família; cuidador
Resumo: Introdução: A vivência de uma doença grave e a
possibilidade de morte repercute na qualidade de vida tanto do paciente quanto
dos familiares. É imprescindível o reconhecimento da importância da atuação da
equipe interdisciplinar na unidade de cuidado paciente-família, principalmente
em casos de internação prolongada e em que há uma criança em desenvolvimento
como um dos acompanhantes. Objetivo:
Demonstrar a importância do trabalho em equipe interdisciplinar focando as
intervenções e resultados obtidos com a parceria entre a psicologia e a terapia
ocupacional numa Unidade de Cuidados Paliativos. Método: estudo de caso de uma pré-adolescente de onze anos, que
acompanhou todo o processo de internação prolongada, crises convulsivas
recorrentes e evolução gradativa do quadro clínico da irmã, com diagnóstico de
glioblastoma Anais multiforme, até sua morte. Resultado: A atuação da equipe se direcionou a unidade de cuidado
(paciente – família), e dentre os envolvidos se destaca o suporte à irmã da
paciente durante o período de hospitalização. Foram realizados atendimentos
individuais semanais para F. por um período de quatro meses de moradia no
contexto hospitalar e no pós-óbito. Os atendimentos eram intercalados entre a
Psicologia e a Terapia Ocupacional na mesma semana, e era realizada discussão
clínica e metas terapêuticas em conjunto. Durante os atendimentos F. expressava
sua sensibilidade, medos e aflições frente ao cotidiano que estava inserida, e
tinha a possibilidade de auto expressão e desenvolvimento da sua criatividade e
autonomia atribuindo novos significados para tais vivências. Considerações Finais: Partindo da
definição de cuidados paliativos, na qual a OMS apresenta que uma equipe
interdisciplinar tem por objetivo propiciar melhor qualidade de vida para
pacientes e familiares, neste caso podemos constatar esta grande importância.
Somente com um bom vínculo a equipe pode acolher e solidificar bases
estremecidas pela doença. Principalmente quando falamos de uma jovem cuidadora
que vivenciou uma internação prolongada, na qual conseguiu elaborar o luto
antecipatório, despedir-se da paciente e atualmente retoma aos poucos sua vida
adolescente, não com sofrimentos e culpas, mas sim com aprendizados e novos
significados para a vida.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[413]
TERAPIA OCUPACIONAL VAI A PRAÇA: UMA OBSERVAÇÃO SOBRE ATIVIDADE DE EXTENSÃO
SOBRE SAÚDE MENTAL
WALÉRIA CRISTINA HIPÓLITO
GONÇALVES; WELLISON CARVALHO CARDOSO; TONYA PENNA DE CARVALHO PINHEIRO DE SOUZA
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA, BELÉM,
PA, BRASIL.
Palavras-chave: ações educativas; educação para a saúde; saúde
mental
Resumo: A educação deve ser entendida como instrumento de
libertação individual e coletiva, capaz de promover a autonomia das pessoas e a
transformação social. As ações educativas possuem uma visão diferenciada para o
contexto do cuidado a saúde, a fim de melhorar a qualidade do viver. Assim, as
ações educativas para a saúde assumem um papel crítico e transformador, sendo
promotora de uma vida mais saudável e também prazerosa para o sujeito. Este
processo deve requerer a ativa participação do sujeito na conquista de
autonomia, para tomada de consciência a respeito dos aspectos, que interferem
nas condições de vida e saúde mental, procurando formas para resolver seus
problemas e modificar sua vida cotidiana. Diante disso, as ações de educação
para a saúde voltada a saúde mental tem se mostrado como um importante
instrumento para amenizar os comprometimentos no desempenho ocupacional de
pessoas em sofrimento psíquico ou seus familiares e atenuar os prejuízos
gerados a partir dos estereótipos na saúde mental. Este estudo teve como
objetivo descrever o relato de experiência e observação sobre a atividade de
extensão sobre Saúde Mental oferecida a usuários de praça pública em Belém.
Trata-se de uma observação qualitativa descritiva desenvolvida a partir da
atividade intitulada: “Terapia Ocupacional vai à praça” oferecida a usuários da
Praça Batista Campos em Belém do Pará vinculado ao Curso de Terapia Ocupacional
da Universidade da Amazônia. Para efeito desta atividade utilizou-se de
palestras, dinâmicas para sensibilização, álbuns seriados e distribuição de
informativos personalizados. Foram realizadas orientações para o cuidado com a
saúde mental e a sensibilização sobre mecanismos que contribuem,
especificamente ou inespecificamente, para as ocorrências de dificuldades nas
relações intrapessoais e interpessoais, crise de ansiedade generalizada,
sentimento depressivo, baixa autoestima, problemas de conduta e experimentação
e/ou abuso precoce de álcool e drogas. Observou-se que ao apresentar os
mecanismos facilitadores para as manifestações dos Transtornos Mentais
possibilitou-se uma reflexão nos usuários da praça que frequentaram a ação de
extensão e pode ser reforçado positivamente sobre o papel do sujeito como
agente modificador da realidade de adoecimento. Portanto, considera-se que a
experiência foi proveitosa, pois contribuiu positivamente na qualidade de vida
do indivíduo e da coletividade, assim também como favoreceu o desenvolvimento
da cidadania por meio da participação ativa do usuário na educação sobre os cuidados
com a saúde mental, além de ampliar o conhecimento científico acadêmico em
Terapia Ocupacional.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[416]
PROMOVENDO A AUTONOMIA DA PACIENTE FRENTE SUA TERMINALIDADE - UM ESTUDO
DE CASO
MARIA LÚCIA PEDROSO CESARI
LOURENÇO; ANA MARIA ANTUNES NASSER; FABIANA ALVES CARVALHO; ADRIANA DA SILVA
MARTINS FERREIRA; GABRIELA VIEIRA ZABEU
HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS -
FUNDAÇÃO PIO XII, BARRETOS, SP, BR.
Palavras-chave: cuidados paliativos; terminalidade; comunicação
Resumo: Espera-se que as equipes de cuidados paliativos sejam
sempre atentas aos princípios que regem este, tais como o controle impecável
dos sintomas e da dor , alívio do sofrimento, a compaixão pelo doente e seus
familiares, a busca pela autonomia e pela manutenção de uma vida ativa enquanto
ela durar. Objetivos: abordar a
atuação da equipe de cuidados paliativos frente a piora gradativa do paciente,
mantendo a autonomia expressa pela paciente e assegurada pelos familiares. Método: Apresentação do estudo de caso
da paciente B, 23 anos, amasiada, estudante de engenharia, em tratamento de um
carcinoma descoberto setembro de 2011 que apresentou evolução rápida, com
várias intercorrências. Resultado:
Desde a descoberta da doença, a paciente mostrou interesse e necessidade de
manter-se informada sobre todas as questões referentes a sua saúde.
Inicialmente, negava atendimentos que lhe auxiliariam em questões emocionais /
existenciais, porem, assim que fora admitida no serviço de cuidados paliativos
começou a aceitar algumas intervenções, que primeiramente tinham a finalidade
de criar vínculo, mas que fortaleceram laços e as aflições, dúvidas e projetos
em curto prazo foram realizados. Os profissionais aceitos pela paciente foi a médica,
a equipe de enfermagem (que rodiziavam), a fisioterapeuta, a terapeuta
ocupacional e o assistente religioso. Todas as decisões eram tomadas após a
discussão com a própria paciente. Desde medidas de conforto como fisioterapia
motora, respiratória, drenagem linfática e melhor posicionamento devido ao
edema de membros inferiores; bem como a questão do uso de oxigenoterapia no fim
de vida. O assistente religioso foi o desencadeador das respostas de aflições
existenciais, eram momentos íntimos da paciente que aos poucos agregou os pais
nesses atendimentos. A terapeuta ocupacional pode resgatar através de uma
atividade que a paciente fazia normalmente (fotografia) a importância das
pessoas e das relações que estas mantinham com a pacientes, bem como o poder despedir-se
e agradecer a estas. Partindo deste ideal, a equipe de cuidados paliativos
manteve a boa comunicação e conseguiu articular um tratamento humanizado de
qualidade, voltado as necessidades reais da paciente. Considerações Finais: Somente quando existe interação real dentro
da equipe, os casos de pacientes como o apresentado pode se dizer que foi
tranquilo e as questões tanto da paciente, quanto da sua família e da própria
equipe de saúde foram resolvidos. O atendimento global e a relação terapêutica
com os profissionais promove a confiança necessária para que todos os desejos e
necessidades do paciente sejam vistos e assim, serem trabalhadas por todos da
equipe.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[431]
AÇÕES NA PERSPECITVA DO TRABALHO INTERPROFISSIONAL: CARACTERIZAÇÃO DO
PROCESSO DE ASSESSORIA DE TERAPIA OCUPACIONAL
SUELEN MORAES LORENZO; MARCO
AURÉLIO TEIXEIRA PIOVEZANNI; BIANCA SAMPAIO FIORINI; BEATRIZ CRISTINA SILVA
SANTOS; RITA DE CÁSSIA TIBÉRIO ARAÚJO
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
JÚLIO DE MESQUITA FILHO, MARÍLIA, SP, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; intervenção; assessoria
Resumo: Introdução: O trabalho interprofissional define-se no
âmbito da prática e estimula a permanente comunicação horizontal dos membros da
equipe. Configura-se como um trabalho na busca de soluções em relação a um
objetivo comum. Objetivo: Descrever
o trabalho interprofissional de assessoria prestada pela Terapia Ocupacional a
outros profissionais de saúde. Método:
Trata-se de um relato de experiência com caráter descritivo e enfoque para
intervenção. O local é uma unidade auxiliar vinculada a uma universidade
pública no interior do estado de São Paulo, composta por uma equipe
interdisciplinar, cujo público-alvo abrange pessoas de todas as faixas etárias
que apresentam disfunções em áreas intelectuais, físicas, sensoriais e sociais.
Neste contexto, esta equipe busca implantar no cotidiano da instituição uma
relação baseada na interdisciplinaridade, por meio da prestação de serviço
denominada assessoria. Participaram deste estudo três sujeitos do gênero
masculino com variação de idade entre três e vinte e dois anos que apresentam
diagnóstico diversificado: paralisia cerebral, traumatismo crânio encefálico e
atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. O serviço de assessoria estrutura-se
por meio de uma ficha de encaminhamento emitida por qualquer profissional da
instituição, que é direcionada ao supervisor de terapia ocupacional. Após essa
conduta é agendada a intervenção e posteriormente esta é descrita em
prontuário. Portanto, a coleta de dados se deu por meio de estudo das
informações do prontuário, observações durante os atendimentos e discussões de
caso em equipe. A análise dos dados se deu a cada supervisão. Resultados/Discussão: No período de
março a maio de 2013 foram solicitadas três assessorias ao serviço de Terapia
Ocupacional, sendo duas delas por fonoaudiólogos e uma por fisioterapeuta.
Acompanharam-se três atendimentos de Fonoaudiologia e Fisioterapia, cuja
assessoria consistiu na prescrição e confecção de dois recursos, sendo eles um
brinquedo para estimulação neuropsicomotora e um apoio para braço a ser
utilizado para o uso do computador e Tablet. As principais demandas por
assessoria estão relacionadas ao auxílio para posicionamento do paciente
durante a terapia, à orientação a respeito de como oferecer a atividade de
forma mais efetiva e à confecção de recursos a serem utilizados durante os
atendimentos. Considerações Finais:
Com base na presente experiência nota-se a importância do trabalho
interprofissional, que favorece a ampliação na atenção e promoção da saúde do
paciente, tendo em vista as diretrizes do Sistema Único de Saúde, em específico
a integralidade, que busca contemplar o indivíduo como um todo.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[459]
GRUPO DE MÃES EM UM AMBULATÓRIO DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA: RELATO
DE EXPERIÊNCIA
RENATA SLOBODA BITTENCOURT;
PRICILA PAVEUKIEWICZ; MORGANA BARDEMAKER LOUREIRO; DAYANE REGINA DOS SANTOS;
MARIBEL PELAEZ DORO
HOSPITAL DE CLÍNICAS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BR.
Palavras-chave: equipe de
cuidados de saúde; cuidador familiar; transplante de medula óssea
Resumo: O transplante de medula
óssea (TMO) é um procedimento que se constitui como uma alternativa de
tratamento para diversos tipos de doenças potencialmente fatais. Entretanto,
não é um método plenamente resolutivo, trata-se de um procedimento agressivo,
que pode tanto recuperar a vida do paciente quanto levá-lo ao óbito. A decisão
pelo transplante é, no paciente adulto, de responsabilidade deste, já no caso
de crianças, essa decisão cabe aos pais ou responsáveis, o que pode gerar
angústia, um nível considerável de culpa ou ainda sentimentos ambivalente como
desejo de optar pelo transplante e medo de um eventual fracasso. Temos então,
com base na literatura e na prática, a abordagem em grupo que têm se revelado
uma forma eficaz de atendimento para acompanhantes de crianças que possuem uma
doença potencialmente fatal, por possibilitarem trocas de experiências que, ao
serem compartilhadas, geram nos participantes um sentimento de inclusão, bem
como diminuem a sensação de desamparo e solidão experimentada nestas
circunstâncias. Diante disto, foi criado o Grupo de Mães dos pacientes que são
atendidos no Ambulatório. Entre os objetivos do grupo estão: possibilitar que
as mães se expressem e reflitam sobre as situações vivenciadas; criar um espaço
para cuidar de quem cuida; através das atividades propostas, proporcionar um
ambiente acolhedor e que propicie a autorreflexão e o autocuidado; facilitar a
troca de experiências num ambiente mediado por profissionais. O grupo se
caracteriza como um grupo aberto, onde ocorrem encontros semanais na sala de
espera do Ambulatório de TMO, com uma média de cinco participantes por
encontro. O grupo é coordenado em conjunto pela Terapia Ocupacional e
Psicologia e nele são realizadas atividades diversas; leitura de textos,
contos, poesias; dinâmicas de grupo, que visam alcançar os objetivos propostos.
Até o presente momento o grupo contou com 19 atendimentos e abordou temáticas
referentes aos papéis ocupacionais, recebimento do diagnóstico, projetos
futuros, sentimentos frente à vivência atual e sua ressignificação, dúvidas em
relação ao tratamento, lazer, condições socioeconômicas, autopercepção, atenção
consigo, rotina e restrições impostas pelo tratamento, redes de suporte,
religiosidade como enfrentamento. As principais dificuldades encontradas na
realização do grupo foram a falta de espaço apropriado que culminava em
constantes interrupções e a variação do número de participantes. Apesar das
dificuldades as mães se engajam nas atividades e discussões propostas,
refletindo sobre suas condições havendo troca de experiências e aumento do
suporte social e emocional.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[460]
TERAPIA OCUPACIONAL & PSICOLOGIA: GRUPO DE CUIDADORES FAMILIARES EM
UNIDADE DE TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA
MORGANA BARDEMAKER LOUREIRO;
ALINE CRISTINA ANTONECHEN; RENATA SLOBODA BITTENCOURT; DAYANE REGINA DOS
SANTOS; MARIBEL PELAEZ DORO
HOSPITAL DE CLÍNICAS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: cuidadores
familiares; terapia ocupacional; psicologia
Resumo: O Transplante de
Medula Óssea (TMO) é uma opção de tratamento para sujeitos em condições
onco-hematológicas, reconhecido por frequentemente acentuar a debilidade física
e emocional dos pacientes somado ao potencial iminente de morte. A criação de
um Grupo de Cuidadores Familiares (GCF) iniciou pela observação do sofrimento,
esgotamento físico e emocional, além de comprometimentos ocupacionais que os
familiares apresentavam durante os atendimentos individuais. O trabalho objetiva
apresentar a elaboração e implantação de um GCF em uma Unidade de TMO. Trata-se
de um relato de experiência acerca da elaboração e implantação do GCF. Os
objetivos deste grupo são: possibilitar espaço para que o cuidador integre sua
atenção ao seu cuidado; facilitar momentos de harmonização e descontração;
estimular a formação de rede de suporte; criar espaço de fala e favorecer troca
de experiências. A elaboração do projeto deu-se em reuniões das residentes de
Terapia Ocupacional e Psicologia em busca de fundamentações e ações logísticas
(como local e data) que respondessem à demanda posta. A próxima etapa foi o
contato com Preceptorias e após aprovação a formalização do projeto frente à
equipe Multiprofissional do serviço. O atendimento aos cuidadores é semanal, em
sequência ao horário de visitas e se dá por meio da abordagem grupal, a qual
permite e encoraja a troca de experiências entre os participantes do grupo. A
duração dos atendimentos é 50 minutos, visto ser um tempo adequado para que
haja a interação interpessoal e manejo de aspectos necessários sem extenuar os
participantes. Os familiares responsáveis pelo cuidado são convidados
diretamente, com a entrega de um ‘convite’. Observa-se que ao cuidar do
cuidador, que está sob extrema pressão vivenciando a possível morte de um ente
querido, cuidamos também do paciente, além de facilitar que a interação entre
esses dois sujeitos ocorra em um estado mais saudável emocionalmente, com menos
sobrecarga por parte do cuidador. Com a participação dos familiares no grupo,
espera-se que se apresentem mais relaxados, descansados, vinculados e
confiantes na equipe, e menos ansiosos, deprimidos e/ou agressivos. Tem-se
então que a implantação de um Grupo de Cuidadores Familiares num cenário
caracterizado pelas instabilidades (como número de pacientes e condições
clínicas) requer um estudo e compreensão dos fatores adversos à sua
concretização. É importante que a equipe tenha em mente a variabilidade
prevista na frequência dos cuidadores, mas, independente do número de sujeitos,
invistam em tecnologia leve e leve-dura no processo proposto para alcançar os
objetivos almejados numa abordagem de Humanização das relações em Saúde.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[474]
IDOSO ALCOOLISTA: UM SUJEITO SEM DIREITO?!
ALINE MARY VASCONCELOS DE
ALBUQUERQUE; GILVAN MELO SOUSA
CAPS, FORTALEZA, CE, BRASIL.
Palavras-chave: saúde mental; idoso; direito
Resumo: A atenção aos usuários de álcool é uma prática recente no
âmbito do SUS, esse tratamento dispensado era em clínicas particulares ou
instituições filantrópicas de caráter religioso. Atualmente há uma preocupação
do governo em tratar os dependentes químicos, onde temos um número grande de
usuários idosos alcoolistas. Contudo, inexiste um tratamento específico a
terceira idade, onde fosse singular e tivesse a preocupação com essa clientela
e suas peculiaridades inerentes da idade. A terapêutica oferecida, segundo as
diretrizes do MS, deve levar em consideração os princípios da redução de danos
e uma modalidade de cuidado que interfira no modo de vida das pessoas e de seus
territórios. Entretanto, o idoso tem suas particularidades clínicas,
psicológicas e sociais, deste modo, o tratamento à eles devem ser pautados nas
perspectivas da saúde e estatuto do idoso, respeitando seus direitos e
ressaltando o convívio social. O presente estudo vem refletir sobre a prática
disponibilizada ao idoso alcoolista no âmbito do SUS e os seus aspectos legais
para essa clientela. Para realizarmos esse estudo fizemos um levantamento
bibliográfico de periódicos e portarias do MS, o estatuto do idoso. Foi
observado foi uma prática em construção, buscando modelos, ainda assim sem
priorizar os direitos legais adquiridos pelos idosos. São tratados pelo
alcoolismos e não como um sujeito idoso alcoolista. Percebemos que ouve
avanças, porém muito se tem para progredir e integrar uma prática condizente a
realidade do sujeito, nesse caso do idoso, fazendo valer seus direitos. Daí a
importância de práticas e saberes interdisciplinares, todos na busca da
qualidade do atendimento ao sujeito, cidadão e ser humano. Desta forma a
presença ativa da equipe interdisciplinares neste cotidiano do território se
mostrou como atitude imprescindível para este trabalho que se propõe interferir
nos modos de produção das subjetividades a fim de produzir ações em saúde.
Percebeu-se a necessidade de criar práticas de atuação e de atenção ao público
idoso. As ações dos Caps ad devem ir de encontro aos usuários de maneira a
sensibilizar as pessoas que não percebem ou não tem informações suficientes
sobre os danos do consumo de álcool nessa população.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[488]
GRUPO IDENTIDADE: RELATO DE INTERVENÇÃO INTERDISCIPLINAR NO CAPS-AD
DIEGO EUGÊNIO ROQUETTE GODOY
ALMEIDA1 ; RICARDO LOPES CORREIA2 ; MONALIZA MENDES3 ; ALEXANDER NAVARRO3
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
PAULO, SP, SP, BR; 2.FACULDADE DE MEDICINA DO ABC, SANTO ANDRÉ, SP,
BR; 3.CAPS-AD SÃO MATEUS, SP, BR.
Palavras-chave: identidade; interdisciplinaridade ; transtornos
relacionados ao uso de substâncias
Resumo: Introdução: Identidade é foco de estudo de diversas áreas
do conhecimento como psicologia, estudos culturais, sociologia, etc. Para Terapia
Ocupacional, a identidade é influenciada pelos papéis que são determinantes
críticos da produtividade, organizam o uso do tempo, criam forças de
pertencimento e contratualidade. Uma pessoa pode exercer diversos papéis
ocupacionais ao longo da sua vida e assumir diversas identidades. O abuso de
substâncias pode estar associado ao prejuízo desses papéis. Objetivos: Descrever os papéis
ocupacionais desempenhados pelos usuários do CAPS-ad no continuum do tempo e
valorizá-los segundo a importância percebida. Apresentar o perfil da população
atendida. Relatar intervenção interdisciplinar no CAPS-ad. Método: A intervenção ocorreu em um grupo, semanal, com duração de
90 min, coordenado por terapeuta ocupacional e psicólogo, denominado “Grupo
Identidade”. Foi aplicado o Role Checklist, versão validada para o Brasil
(CORDEIRO, 2007), a fim de a valiar a autopercepção sobre o desempenho e valor
conferido aos papéis ocupacionais (Estudante, trabalhador, Voluntário,
Cuidador, Serviço Doméstico, Amigo, Membro de Família, Religioso,
Passatempo/Amador e Participante em Organizações). A população-alvo era
constituída por usuários de substâncias, que tivessem indicação no Projeto
Terapêutico Singular (PTS). O Role Checklist foi auto-aplicado em 16
indivíduos. Durante as intervenções foram usados técnicas do psicodrama,
sociodrama focadas nos conflitos familiares e estigmas sociais, Grupos
Operativos como forma de favorecer o reconhecimento o funcionamento em grupo,
recursos motivacionais para o retorno à escola e ao trabalho. Resultados A
maioria homens (77%), solteiros (54%), com idade média de 43 anos; estão
inativos (77%). É evidente uma redução dos papéis ocupacionais desempenhados no
presente, exceto o de Serviço Doméstico. Os papéis de Estudante (8%) e Membro
de família (31%) foram os mais afetados. Em 77% há o desejo de desempenhar
futuramente o papel de Trabalhador. Em 92% da amostra houve máxima valoração do
papel de estudante, e em segundo lugar trabalhador e membro de família (85%).
Quanto à Participação em Organizações, 62% atribuíram nenhuma importância. Considerações Finais: Os usuários
avaliados são trabalhadores e realizam serviço doméstico. Houve perda
importante dos papéis ocupacionais desempenhados no presente e, no futuro,
almejam ser trabalhadores. Há maior valorização do papel de estudante,
trabalhador e membro de família. A análise descritiva dos dados ajudou a
identificar demandas comuns à aquele grupo, porém a oscilação dos participantes
em grupo impediu a reavaliação dos ganhos obtidos.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[528]
EMPREENDEDORISMO APLICADO À
TERAPIA OCUPACIONAL
RODRIGO LUÍS MOREIRA; MICHELLE
RAFAELLE JORDÃO; AMANDA SILVA SOUZA; LARRISA KELLI SOUZA; MARCIA BASTOS REZENDE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS
GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
Palavras-chave: empreendedorismo; pet terapia ocupacional; meeting
an expert
Resumo: Introdução: O Programa de Educação Tutorial – Terapia
Ocupacional (PET-TO) da Universidade Federal de Minas Gerais, primeiro e único
do Brasil, foi implantado em 2007 e objetiva contribuir para a formação
profissional crítico e reflexiva tanto para os PETianos quanto para os
discentes do curso de Terapia Ocupacional (TO). As ações do programa são
pautadas na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Dentre as
ações de ensino há o Meeting an Expert, direcionado para o corpo discente e
docente de Terapia Ocupacional que consiste em convidar um terapeuta
ocupacional a participar de uma roda de conversa e compartilhar a sua
experiência profissional. Esta ação objetiva instigar os graduandos de Terapia
Ocupacional a refletir sobre o mercado de trabalho e conhecer os diferentes
campos de atuação da Terapia Ocupacional. Assim, o objetivo deste trabalho é
avaliar o Meeting an Expert com o tema "Empreendedorismo aplicado à
Terapia Ocupacional" na percepção dos participantes. Metodologia: O PET-TO convidou um terapeuta ocupacional para
relatar sua trajetória como empreendedor. Ao final do evento foi entregue aos
participantes um questionário estruturado numa escala de Likert de 4 pontos -
tipo de escala mais utilizada em pesquisa de opinião. Respondendo questionário
baseado nesta escala, especifica-se o nível de concordância com uma afirmação.
Ao todo foram 26 questionários respondidos. Resultados/Discussão: Avaliaram como ótimo – a relevância do tema
(100%), a abrangência do conteúdo (88%), o domínio do tema pelo palestrante
(92%), a metodologia utilizada (92%), o atendimento à expectativa inicial
(96%), a adequação do local, a programação do evento (73%) e a adequação do dia
e horário do evento (62%). Quanto à indicação deste evento para outras pessoas,
100% dos participantes disseram que indicariam. Os resultados mostram uma
avaliação bastante positiva pelos participantes em relação ao conteúdo e
sugerem a importância do tema empreendedorismo como um diferencial para o curso
de Terapia Ocupacional. Considerações
Finais: Estes dados refletem a contribuição do PET-TO atendendo às
expectativas dos estudantes quanto a temas de interesse coletivo. O tema
empreendedorismo aplicado a Terapia Ocupacional tem muita relevância para o
meio acadêmico. Um fator que pode ter contribuído para os bons resultados é o
fato de que o tema não é frequentemente abordado na formação profissional e também
pela qualidade do palestrante. Sendo assim, confirma-se que a oferta de temas
inovadores motiva a participação dos estudantes.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[529]
PROJETO COLCHA DE RETALHOS - SANTA MARIA: SOLIDARIEDADE E UNIÃO NA
ELABORAÇÃO COLETIVA DO LUTO
STELLA MARIS NICOLAU; MARIANA
TEIXEIRA DA SILVA; LUMA PRESTRIDGE
UFSCAR, SAO PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia
ocupacional; luto; cuidado
Resumo: O incêndio na Boate Kiss
ocorrido em 27 de janeiro de 2013 na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul,
deixou mais de 200 mortos e centenas de feridos – em sua grande maioria pessoas
jovens e estudantes universitários - comovendo o Brasil, e alcançando grande
repercussão na mídia internacional. Dentre as vítimas estavam estudantes de
Terapia Ocupacional, o que provocou uma grande troca de informações nas redes
sociais virtuais ligadas à profissão, e uma estudante de Terapia Ocupacional da
UFSCar propôs nessas redes a construção coletiva de uma colcha de retalhos –
inspirada na experiência ocorrida em 2001 na cidade de Campinas, SP, relatada
na dissertação de mestrado da terapeuta ocupacional Maria de Lourdes Feriotti.
Esta colcha seria um instrumento no qual as pessoas pudessem expressar seus
sentimentos e compartilhar o sentimento de dor e perplexidade diante dessa
tragédia que vitimou tantos jovens. A divulgação e os preparativos foram feitos
através da rede social virtual Facebook, criando-se o evento denominado “Colcha
de retalhos para Santa Maria/RS”. Este evento teve a adesão progressiva de
estudantes, docentes e terapeutas ocupacionais de todo o Brasil chegando a um
total de 895 pessoas de diversos lugares do país. A confecção da colcha
iniciou-se em no dia 04 de fevereiro na UFSCar e encerrou-se no dia 20 do mesmo
mês. Desse projeto participaram dezenas de estudantes e docentes, que bordaram
e costuraram os retalhos, sendo que muitos desses chegaram via correio de
diversas partes do Brasil, enviados por indivíduos e coletivos, juntamente com
cartas e mensagens de solidariedade e conforto. Todo esse processo foi
fotografado e divulgado nas redes sociais e a colcha foi enviada no final de
fevereiro para Santa Maria e estendida, juntamente a outras colchas
confeccionadas por outros coletivos que aderiram à essa ideia, no dia que uma
das estudantes de Terapia Ocupacional, vítima do incêndio, retornou às aulas.
Esta experiência ilustra uma possibilidade de construção coletiva de um objeto
(a colcha) como possibilidade de acolhimento à dor e, portanto, uma experiência
de resiliência. Este processo foi rico na medida em que possibilitou a
ampliação e fortalecimento de laços entre estudantes, docentes e os
profissionais da Terapia Ocupacional de todo o país.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[542]
SAÚDE MENTAL INFANTIL E EDUCAÇÃO: UMA PROPOSTA DE INTERSETORIALIDADE
PAULA PAVAN ANTONIO1; FABIANE
AQUINO LOURENÇO DE ARAUJO1; CAROLINA DONATO DA SILVA2
1.UNIFESP, SÃO PAULO, SP, BRASIL;
2.CAPSI VILA MARIA/VILA GUILHERME, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: saúde mental infanto-juvenil; intersetorialidade;
terapia ocupacional
Resumo: Introdução: Ancoradas na Política Nacional de Saúde Mental
Infanto-juvenil, e na construção permanente da rede e da intersetorialidade, as
ações do cuidado permeiam a clínica da infância e adolescência como estratégia
para atender a complexidade de demandas apresentadas por essa população.
Considerando a necessidade da existência de uma rede que articule serviços
envolvidos, o CAPS Infanto-juvenil Vila Maria/Vila Guilherme propôs a formação
de um grupo denominado Tear Educacional com o intuito de fomentar estratégias e
ações a partir de encontros regulares que aproximassem educadores e equipe
multiprofissional do serviço. Objetivos:
Apresentar uma iniciativa de ação intersetorial promovida entre o CAPSi Vila
Maria/Vila Guilherme e as escolas da região com o objetivo de trocar
experiências com os profissionais da educação, além de instrumentalizá-los para
compreender as principais problemáticas que acometem a saúde mental
infanto-juvenil. Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência, baseado na observação participante do
grupo Tear Educacional por duas estagiárias do 4º ano do curso de Terapia
Ocupacional da Universidade de São Paulo durante o segundo semestre de 2012. Resultados/Discussão: O grupo era
coordenado por uma equipe multiprofissional do CAPSi composta por
psicopedagoga, psicólogo, assistente social e terapeuta ocupacional que
discutiam temas relacionados à saúde mental infantil levantados a partir do
interesse dos participantes do grupo, os quais traziam questões e dúvidas com
base em suas experiências nos ambientes educacionais, além de um espaço para
discussão de casos mais individualizados. Estes encontros visavam aproximar o
serviço e a equipe de saúde mental infantil da realidade escolar, buscando
consolidar algumas práticas e ressignificar outras. Participavam do grupo
predominantemente professoras da rede pública de ensino da região, além de uma
diretora e uma pedagoga da Fundação Casa. Ao longo dos encontros, puderam ser
trabalhados temas como a identificação precoce dos transtornos mentais na
infância, esclarecimento das demandas e proposta de atendimento do CAPSi,
compartilhamento de estratégias para adaptação escolar e discussão dos entraves
no processo de inclusão dessa população, dentre outros. Considerações Finais: A proposta de trabalho intersetorial não é
simples, mas necessária quando se trata do cuidado e atenção para com a
população infantil, sobretudo no âmbito da saúde mental. Para tanto,
iniciativas de aproximação entre os diversos setores revelam potencialidades de
discussão e de construção conjunta, permitindo que realidades distintas possam
se complementar a partir de um cuidado integral.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[651]
O USO DA ARTE NO CUIDADO
PALIATIVO
WELLISON CARVALHO CARDOSO;
WALÉRIA CRISTINA HIPÓLITO GONÇALVES; TONYA PENNA DE CARVALHO PINHEIRO DE SOUZA
UNIVERSIDADE DA AMAZONIA, BELÉM,
PA, BRASIL.
Palavras-chave: arte; cuidado; qualidade de vida
Resumo: A Organização Mundial da Saúde definiu o cuidado paliativo
como o cuidado ativo e total das enfermidades que não têm respostas ao
tratamento curativo, sendo o objetivo principal conseguir a maior qualidade de
vida possível para os pacientes e seus familiares. O objetivo deste trabalho
foi analisar o uso da arte no cuidado paliativo através da revisão da
literatura no âmbito nacional. A pesquisa foi realizada a partir de um
levantamento bibliográfico de artigos e livros inter-relacionados e publicados
de 2008 a 2012, nos seguintes periódicos: Caderno de Terapia Ocupacional da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), Caderno de Terapia Ocupacional da
Universidade de São de Paulo (USP), Revista Núcleo de Fenomenologia (NUFEM) e
uma literatura brasileira na área de Terapia Ocupacional publicada pela editora
Roca. Foram encontradas dois artigo publicados no Caderno de Terapia
Ocupacional da UFSCAR , dez artigos publicados no Caderno de Terapia
Ocupacional da USP , um artigo publicado na Revista da Nufem, um capítulo de
livro publicado pela editora Roca, todos inter-relacionados ao tema proposto.
Diante do estudo mencionado, observou-se que a arte como recurso terapêutico
neste procedimento, busca estimular o espírito de luta, o sentimento de
auto-valorização, e visa atenuar os procedimentos que são realizados em
decorrência dos cuidados com a patologia. A arte se relaciona aos cuidados
paliativos a partir do momento que possibilita a integração do paciente e seus
familiares com a equipe multiprofissional, proporcionando um melhor andamento
do tratamento e ocasionando melhoras clínicas significativas. Este processo
terapêutico acontece quando por meio de atividades de expressão e habilidades,
abordam múltiplos fatores fundamentais como a empatia, solidariedade, respeito
e inclusão. Vale destacar a importância dos aspectos técnicos e teóricos que
fundamentam a prática no contexto hospitalar. Conclui-se que é perceptível como
a arte, no cuidado paliativo, favorece a estabilidade emocional tanto de
pacientes quanto familiares. Contribuem ativamente no processo de tratamento e
favorecem a qualidade de vida, além de ser usado como recurso terapêutico para
atender a diversos públicos, observando as particularidades de cada pessoa.
Além disso, entende-se que a arte é um recurso humanizador dos serviços, uma
vez que consegue quebrar a barreira entre doença e alegria, antes
intransponível em pacientes terminais.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES
INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[659]
AÇÃO INTEGRADA EM SAÚDE NO CONTROLE DA DOR: RELATO DE UMA INTERVENÇÃO
COMUNITÁRIA
BÁRBARA KATIENE MAGNO GAIÃO;
MARCELA PAULA CONCEIÇÃO DE ANDRADE; ALINE SANTOS DE OLIVEIRA; MILENA DA SILVA
CORREIA; LUZIANA CARVALHO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO
UFPE, RECIFE, PE, BRASIL.
Palavras-chave: controle da dor; ação comunitária; qualidade de vida
Resumo: A dor interfere de forma significativa na capacidade do
indivíduo de realizar suas atividades, limitando a independência e autonomia do
mesmo. Visando potencializar, ou até mesmo restaurar a qualidade de vida da
população, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas atuam na prevenção e/ou
controle da dor através de ações de acordo com suas especificidades e
competências profissionais, oferecendo um tratamento eficaz e satisfatório,
porém não medicamentoso. Este trabalho objetiva descrever uma experiência
comunitária no controle da dor, por meio da atuação de profissionais e
estudantes da Terapia Ocupacional (T.O) e da Fisioterapia. Trata-se de um
relato de experiência realizada através de uma ação social no IV Encontro de
Interiorização de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do CREFITO-1, no dia 8 de
junho de 2013 em um município do sertão pernambucano. O processo de trabalho
desta ação compreendeu a captação, triagem e intervenção grupal e individual
dos usuários. Foram atendidos aproximadamente 100 indivíduos, nos quais os
idosos representaram a maior demanda direcionada ao serviço instalado,
provisoriamente, numa escola pública situada próximo à feira municipal. Os
usuários, após a triagem, eram encaminhados para diversas modalidades da ação
segundo a avaliação das suas queixas e necessidades imediatas. Os indivíduos
com dores agudas eram encaminhados para o tratamento individual de
Fisioterapia, no qual foram realizadas técnicas de acupuntura, osteopatia,
massoterapia e ventosas terapêuticas. Já os usuários com dores moderadas e
leves eram encaminhados aos grupos de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional. O
primeiro se caracterizou pelas orientações posturais e demonstração de
exercícios de alongamento muscular aos indivíduos e o segundo proporcionou aos
participantes orientações em relação aos hábitos posturais adequados para o
desempenho das atividades de vida diária e produtivas, direcionadas aos
contextos que os mesmos estavam inseridos. O feedback positivo dos usuários
suscitou a proposição que se faz necessário que ações dessa natureza sejam
desenvolvidas com maior constância, principalmente em regiões em que o acesso a
essas assistências torna-se restrito e, muitas vezes, inexistente. Oportunizar
ações em que a população receba o mínimo de orientações na perspectiva da
educação em saúde e que possa ser instigada a reivindicar seus direitos de
acesso à saúde de forma integral é um desafio e uma proposta política que deve
ser constante em nossas estratégias de ação profissional. Observa-se que a sociedade
necessita de efetivação das políticas públicas voltadas para a atenção integral
ao usuário utilizando de intervenções terapêuticas específicas para atuar no
controle da dor.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[691]
TRANSVERSALIZAR A TERAPIA OCUPACIONAL
RAFAEL RISI RISI; AMANDA
BERNARDINO SINATORA; FERNANDA PELLEGRIN; MARISA TAKATORI
SÃO CAMILO, SÃO PAULO, SP,
BRASIL.
Palavras-chave: saúde; terapia ocupacional; ensino
Resumo: Introdução: O modelo da saúde modifica-se ao longo dos anos
na busca de uma visão integral do sujeito possibilitando seu cuidado sem
fragmentações. A transversalidade é entendida como potencializadora da
capacidade relacional entre os profissionais que atuam em diversas áreas.
Durante a formação, os mesmos devem integrar seus conhecimentos nesta
complexidade. Na transversalidade, o olhar reducionista da própria
especificidade é modificado. Para que todos sejam atuantes na composição do
coletivo, o saber individual transforma-se no saber de todos, sendo constituído
através da mistura das diferenças. Para a Terapia Ocupacional, a consonância
com a transversalidade é imprescindível, uma vez que sua intervenção parte do
princípio da complexidade do indivíduo para sua construção. Objetivo: O presente trabalho visa
problematizar o conceito de transversalidade na saúde para repensar a prática
da Terapia Ocupacional. Metodologia:
Foram utilizados os referenciais que abordam e definem o termo
transversalidade, bem como sobre sua utilização na saúde e o referencial
teórico da Terapia Ocupacional para fomentar a correlação. Resultados/Discussão: O conceito de transversalidade desenvolvido
por Félix Guattari, aproximadamente nos anos sessenta, propõe a compreensão da
realidade social e dos direitos relacionados à vida pessoal e coletiva.
Partindo da proposta de saúde universal a qualquer cidadão, os serviços têm por
dever as ações integrais que conectem entre si. Transversalizar não está apenas
nas articulações e conexões possíveis, mas sim na transformação que as pessoas,
contextos e coletivos criam ao se afetarem. É uma ressonância, como uma onda
que reverbera para todos os lados e faz com que as singularidades entrem em
sintonia. A transversalidade vem criar novos modos de produzir saúde a partir
do diálogo entre saber e poder, para que esses dois novos ícones possam se
reinventar. A Terapia Ocupacional é a saúde na ação e ressignifica a atividade
na saúde, criando projetos autônomos e desenvolvidos pela capacidade decisória
do fazer. Assim, atua não apenas na condição que acometeu o sujeito, mas a
partir dos potenciais, fazendo a interlocução com suas redes de suporte e
refinando o olhar para a singularidade, tornando-o único e ao mesmo tempo
múltiplo. Considerações Finais: A
partir desta perspectiva, a transversalidade abre possibilidades para o
rompimento da fragmentação já problematizada, incorporando a construção do
saber e aprendizado tanto conceitual quanto real na prática e no ensino. Desta
forma, a Terapia Ocupacional como uma profissão atuante em várias óticas, pode
incorporar ao seu conhecimento nessa perspectiva de lidar e construir novas
relações.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[771]
O CARDUME FAZ A FORÇA: SUPERVISÃO INSTITUCIONAL COMO INSTRUMENTO DE FORTALECIMENTO
DO TRABALHO EM REDES NO SUS
STELLA MARIS NICOLAU1 ; PATRICIA
GARCIA SOUZA2
1. UFSCAR, SÃO PAULO, SP, BR;
2.SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, EMBU DAS ARTES, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; redes sociais; saúde mental
Resumo: O CAPS II “Nelson Jesus de Oliveira” localiza-se no
município de Embu, região da Grande São Paulo, SP. Desde 2001, com a gestão
plena da saúde pelo município, passa a fazer parte de uma rede de atenção à
saúde mental orientada num modelo de base comunitária e territorial, com a
progressiva instalação de novos equipamentos/ equipes, direcionados pelos
princípios da Reforma Psiquiátrica. Em meados de 2011, a equipe do CAPS
solicitou supervisão institucional através de edital específico lançado pelo
Ministério da Saúde e foi contemplada com 12 meses de supervisão, a partir de
junho de 2012. O objetivo da supervisão era o de ampliar e capacitar as ações
das equipes de saúde na efetivação de uma rede de atenção integral e
intersetorial no território, além de promover espaços de educação continuada
para os trabalhadores. Compareceram à supervisão trabalhadores de diversos
serviços da rede de saúde, sobretudo de equipes de saúde da família, e de
outros setores, que se dispuseram a problematizar seus processos de trabalho e
construir coletivamente estratégias de trabalho em rede. A supervisora era
terapeuta ocupacional e se serviu de diversos recursos para além da comunicação
verbal, o que ampliou as possibilidades expressivas e conferiu aos encontros
uma atmosfera mais lúdica e de estímulo a outras linguagens. Este trabalho
apresenta algumas estratégias usadas para estimular a reflexão do processo de
trabalho nos encontros, tais como construção de narrativas sobre o trabalho,
dramatização de situações de difícil manejo, construção coletiva de objetos
para ilustrar os desafios do fazer-junto. Como atividade de encerramento da
supervisão, os trabalhadores que dela participaram organizaram um evento de
grande porte na cidade a fim de promover uma discussão mais ampliada sobre a
importância do trabalho em rede em saúde mental, com atividades em praça
pública destinada à população em geral – construção de móbiles e colcha de
retalhos, atividades de dança, performances e canto - o que revelou a potência
de construção coletiva que esse processo promoveu em seus participantes, que
dele saem mais articulados e motivados para o trabalho em rede.
- INTERDISCIPLINARIDADE, AÇÕES INTEGRADORAS E A TERAPIA OCUPACIONAL
[829]
A PARTICIPAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NO ACOLHIMENTO E NAS PRÁTICAS
COTIDIANAS DO PROCESSO DE GESTÃO PARTICIPATIVA EM UMA ENFERMARIA PEDIÁTRICA DO
HOSPITAL GISELDA TRIGUEIRO – NATAL/RN.
ROBERTA RIBEIRO NUNES; JOÃO BOSCO
LIMA BARBOSA
HOSPITAL GISELDA TRIGUEIRO,
PARNAMIRIM, RN, BRASIL.
Palavras-chave: gestão participativa; enfermaria pediátrica;
terapeuta ocupacional
Resumo: Introdução: O modelo de gestão participativa, como
dispositivo da Política Nacional de Humanização, leva a mudanças nas práticas
verticalizadas e autoritárias de gestão tradicional, com participação
democrática de todas as áreas profissionais. O terapeuta ocupacional como
profissional membro da equipe desenvolve algumas práticas voltadas para o
usuário e trabalhador num processo de inclusão. Objetivo: Mostrar a participação do terapeuta ocupacional dentro do
processo de gestão participativa na unidade de enfermaria pediátrica, através
da participação das ações desenvolvidas, visando a qualificação da assistência
voltada ao usuário do SUS. Metodologia:
Na enfermaria pediátrica do Hospital Giselda Trigueiro, como sendo uma unidade
de referência no processo de gestão participativa, vem executando práticas
voltadas à melhoria da assistência ao usuário numa participação coletiva com os
diversos profissionais envolvidos na unidade. O colegiado, como sendo uma das
práticas, formado pelos componentes da equipe, se reúne sistematicamente para
discutir as práticas cotidianas e os processos de trabalho, as relações
interpessoais, permitindo as discussões das problemáticas da enfermaria numa
dinâmica democrática e participativa onde se estabelece a melhor forma de
conduzir o funcionamento da unidade e as rotinas de trabalho. Outra prática
cotidiana implantada na enfermaria é a roda de acolhimento junto aos pais
acompanhantes, onde há inclusão do usuário nesse processo. Nesse momento os
profissionais reúnem-se junto com os familiares acompanhantes para discutirem
normas e rotinas de funcionamento da enfermaria. Resultado: O processo democrático leva a satisfação dos
trabalhadores e usuários, pois são incluídos na gestão com consequente
construção de uma melhoria da qualidade da assistência e das condições de
trabalho, ao se sentirem parte integrante. Considerações
Finais: A transformação das práticas e do sistema de hierarquia gera
dificuldades inúmeras, principalmente para os gestores que centralizam o poder.
O processo de gestão participativa é um modelo novo que estimula a participação
coletiva de todos, onde a terapia ocupacional se insere buscando a
corresponsabilidade nas ações de trabalho como na construção da rotina da
enfermaria, porém é um processo contínuo de mudanças de paradigmas e práticas
antigas que para acontecer destitui muitos de sua zona de conforto, todavia os
resultados são positivos levando o trabalhador e os usuários do SUS a
satisfação culminando com uma assistência de qualidade para todos.
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