- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[264]
INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL NA IMAGEM CORPORAL DE AMPUTADOS
YASMIN NUNES BORGES; FLÁVIA
PEREIRA DA SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE
PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; amputados; imagem corporal
Resumo: Introdução: Entende-se por imagem do corpo humano a
figuração do corpo formada em nossa mente, ou seja, o modo pelo qual nosso
corpo se apresenta para nós. É a representação que cada um faz de si mesmo e
que lhe permite orientar-se no espaço. Esta representação mental do corpo faz-se
necessária à vida normal e fica prejudicada quando há perda ou ausência de um
segmento corporal, principalmente quando o indivíduo acometido está na
adolescência ou na vida adulta, pois se defronta com a tarefa de ajustar-se à
perda de uma parte bem integrada do esquema corporal. Objetivo: O objetivo deste trabalho é destacar a importância da
intervenção do Terapeuta Ocupacional na imagem e esquema corporal de amputados.
Metodologia: A metodologia utilizada
foi pesquisa bibliográfica em livros de Terapia Ocupacional e na base de dados
Google acadêmico na língua portuguesa, sem delimitação de tempo, com os
seguintes descritores: Imagem e esquema corporal, Amputados e Terapia
Ocupacional. Resultados: A amputação
provoca uma modificação permanente na aparência do indivíduo, em sua
autoimagem. Precisam conviver com situações que lhe eram habituais,
reconstruindo esquemas e possibilidades motoras para cada situação nova.
Adaptam-se e readaptam-se com essa nova condição corporal causada pela
amputação e faz-se necessária toda uma nova adaptação e readaptação com o uso
da prótese. Por isso a importância da consciência da amputação para a
reabilitação, pois, a mesma se torna mais precisa a medida que inicia-se os
movimentos e o indivíduo mobiliza seu próprio corpo, mostrando-se mais ativo,
reencontrando-se e confrontando-se com sua imagem. Considerações Finais: Diante
da perda de parte do corpo, o sujeito pode sofrer uma alteração brusca da
imagem corporal, fazendo-se então necessária a reintegração desta imagem ao novo
esquema corporal. Daí, a importância de um programa de reabilitação, onde o
terapeuta ocupacional tem papel fundamental, fazendo com que o indivíduo possa
aprender a aceitar a nova imagem corporal e funcionar o mais independentemente
possível.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[293]
TERAPIA OCUPACIONAL E ARTE: O TEATRO COMO DISPOSITIVO DE ENFRENTAMENTO
A SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL DE JOVENS E ADOLESCENTES
LUEINE MILCZEVSKY; CHRISTIANE
SIEGMANN
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PATANÁ,
CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; teatro do oprimido;
adolescente
Resumo: Introdução: O adolescente brasileiro sofreu um processo
histórico de desvalorização e privação, colocando grande parcela dessa
população em situação de vulnerabilidade social. Torna-se necessário
desenvolver ações que favoreçam a apropriação de direitos, a participação
política, social e cultural dessa população de maneira criativa e eficiente.
Considerando que a Política Nacional de Assistência Social (2004) e o Plano
Nacional de Cultura (2010) prevêem o envolvimento de adolescentes com as
atividades, buscou-se estudar a utilização do teatro como um dispositivo de
enfrentamento à vulnerabilidade social. Objetivos:
Investigar e reconhecer o teatro como uma manifestação artística com potencial
de fomentar a participação sociocultural de adolescentes; identificar as
práticas de terapia ocupacional que utilizam o teatro. Metodologia: Revisão de
literatura através de pesquisa bibliográfica, no período de 2001 até 2012, nas
bases de dados nacionais com descritores: adolescentes, Terapia Ocupacional,
arte, teatro, teatro do oprimido, vulnerabilidade e ação intersetorial, e as
combinações entre eles possíveis, e em anais de congressos brasileiros de
Terapia Ocupacional de 2005-2009. Discussão:
Após pesquisa inicial, foram encontrados 13 trabalhos de terapeutas
ocupacionais, sendo 7 selecionados para leitura analítica pois desenvolviam
ações com adolescentes. A análise dos trabalhos selecionados evidenciou ações
vinculadas a universidades e desenvolvidas no Campo Social, sendo que 5
utilizam o Teatro do Oprimido como principal vertente teatral, pelo potencial
de fomentar o diálogo e reflexão sobre a realidade, construir formas de
enfrentamento à violência, favorecer a descoberta e fortalecimento de
habilidades, favorecer a participação sociocultural e promover o protagonismo
juvenil. Considerações Finais: A
partir dos relatos de experiência, visualiza-se a vivência teatral como uma
forma de ampliar os horizontes dos jovens, favorecendo a descoberta e o
desenvolvimento de seu potencial criativo e transformador das realidades
opressoras. As experiências teatrais resgatam a capacidade do jovem de acreditar
em si mesmo e fornecem a ele uma nova ferramenta de enfrentamento as situações
de violência e vulnerabilidade social. O enredo social cujo elenco é formado
por jovens e adolescentes pode então se tornar um belo espetáculo social, onde
oprimidos encontram o caminho para a liberdade, onde a negação de direitos aos
poucos sucumbe à cidadania plena, onde as políticas públicas protegem os
jovens, garantem e efetivam o acesso à arte e à cultura. Jovens e adolescentes
empoderados, sendo atores e autores de cenas de liberdade e cidadania,
protagonistas de sua própria história.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[298]
A SUCATA NA (RE)SIGNIFICAÇÃO DO ESPAÇO HOSPITALAR: TRILHAS DE ATENÇÃO
AO ACOMPANHANTE
CIBELE BRAGA FERREIRA NASCIMENTO1
; CÁRITA LORENA RAMOS GURJÃO2 ; CLÁUDIA MÁRCIA LIMA DA COSTA2
1.UFPA, BELÉM, PA, BRASIL;
2.UEPA, BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; sucata; acompanhante
Resumo: A relação pessoa-ambiente-ocupação é reconhecida por alguns
teóricos como a chave de análise do fazer terapêutico ocupacional (T.O.),
portanto compreender os significados atribuídos ao ambiente reflete a forma
como o engajamento ocupacional acontece. No ambiente hospitalar, os
acompanhantes também se encontram hospitalizados, pois estão sujeitos a
alterações de rotinas ocupacionais e privação/reconstrução de relações
interpessoais, apesar de não receberem tratamento invasivo, por isso vivências
pregressas e/ou atuais de hospitalização têm significados multiformes pelo
acompanhante, em sua maioria de modo negativo. Assim, esta pesquisa tem o
objetivo de evidenciar o potencial terapêutico do recurso sucata na
(re)significação do ambiente hospitalar, como uma proposta de intervenção junto
aos acompanhantes. A pesquisa é do tipo qualitativa, estudo de caso múltiplo,
composto por cinco sujeitos e pesquisa-ação. Evidencia-se um dos encontros com
os acompanhantes, intitulado “Sucata e (re)criação”, composto pela produção
artística/artesanal de uma maquete de hospital com sucata hospitalar (de acordo
com normas de biosegurança e mediante autorização da chefia do setor), e
posterior apresentação do material produzido, identificando a possibilidade de
se (re)significar o ambiente hospitalar a partir de atividades artísticas.
Utilizou-se a análise do conteúdo narrado e produzido. Encontrou-se as
seguintes categorias: a vivência artística da sucata como forma de reconstruir
o espaço hospitalar; materialização do desejo/necessidades dos acompanhantes
sentirem-se como usuários do serviço; sucata como instrumento transformador da
realidade e formas de externar os significados compartilhados socialmente.
Observou-se que o tipo de recurso utilizado contribuiu para a filiação à
atividade, (re)criando experiências, conceitos e significados. A reconstrução
do hospital, por meio da sucata, como catálise poético-existencial, é
compreendida a partir da reconstrução de significados negativistas,
circunscritos não só na obra de arte produzida, mas incutidos na forma como os
sujeitos se engajavam/empoderavam no/do ambiente hospitalar. Deste modo,
utilizar recursos que favoreçam a criatividade e expressividade, como a sucata,
contribui para um período de hospitalização mais significativo e possibilita o
desbravar de uma trilha de atenção ao acompanhante que favoreça a
(re)construção de significados acerca do ambiente e consequentemente melhores
formas de engajar-se em ocupações significativas e necessárias durante a internação,
percebendo no tripé Terapia Ocupacional-pessoa-ambiente-ocupação uma intervenção fundamentada
e frutífera.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[329]
TERAPIA OCUPACIONAL, COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL: A UTILIZAÇÃO DE
RECURSOS MIDIÁTICOS COM JOVENS
CARLA REGINA SILVA; ISADORA
CARDINALLI
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS - UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: blog/recursos midiáticos; ampliação da participação
social; terapia ocupacional
Resumo: Este trabalho, fruto de um Trabalho de Conclusão de Curso,
integrou conceitos e práticas culturais, comunicativas e da Terapia Ocupacional
Social. Foram utilizados recursos midiáticos como ferramentas potencializadoras
das formas de comunicação e participação social de jovens em situação de
vulnerabilidade socioeconômica. Teve como objetivo a ampliação do repertório de
atividades e ações da população envolvida, a criação de redes de sociabilidade
e a promoção do acesso consciente a bens sociais e culturais interativos,
através de ações conjuntas com o Projeto de Extensão Universitária Talentos
Juvenis do Gonzaga [1]. Propôs-se a utilização de recursos como blog,
fotografia, audiovisual e fanzine em Oficinas de Atividades desenvolvidas com
jovens em um Centro da Juventude de uma região periférica da cidade de São
Carlos - SP. A experiência com tais recursos promoveu a reflexão sobre novos
conceitos, equipamentos e técnicas, antes pouco disponíveis e acessíveis, assim
como, a ampliação do repertório cultural da população envolvida. As atividades
e os registros no blog foram realizados de forma participativa pelos jovens,
divulgando ações e espaços comunitários e modificando papéis, identidades e
atuações sociais nas diferentes redes de relações. Os recursos favoreceram o
desenvolvimento da expressão e comunicação, influenciando positivamente a
elaboração de projetos de vida. As publicações no blog resultaram na
autovalorização, criando pertencimento aos espaços e às redes de relações, como
sujeitos com direito à cultura, sujeitos sociais e singulares. A divulgação de
ações comunitárias e a expansão das fronteiras socioculturais estabeleceram
novas formas de participação social, reconhecimento dos espaços de
pertencimento e projeção de mundos. A partir de tal experiência, pode-se
discutir sobre a potencialização de recursos, possibilidades e interconexões,
dimensões que nem sempre alcançamos no real. Conquistou-se uma potencialização
das ações dos jovens, na tentativa de transformar a ótica social vigente e
estigmatizada em torno do jovem pobre. Além de ampliar o escopo de recursos
para a terapia ocupacional, abrindo espaços, reais e virtuais, de experiências
coletivas e de sociabilidade, de ação, reflexão e transformação da realidade em
que se vive. [1] Projeto elaborado pelo Núcleo UFSCar do Programa Metuia –
Terapia Ocupacional no Campo Social, com financiamento pela Pró-Reitoria de
Extensão – Proex UFSCar através do Edital de Atividades Artístico Culturais.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[342]
PONTO DE ENCONTRO E CULTURA ITINERANTE: ESTRATÉGIAS PARA CONSTRUÇÃO E
FORTALECIMENTO DE REDES SOCIAIS E DE IDENTIDADES
YASMIN FELICIA MUSSI DE MOURA;
DEBORA GALVANI
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; cultura; sarau
Resumo: Introdução: Esse resumo se refere a um projeto de extensão
universitária, promovido pela Pró-reitoria de Cultura e Extensão da
Universidade de São Paulo e desenvolvido pelo Projeto Metuia, laboratório do
Departamento de Terapia Ocupacional que trabalha a terapia ocupacional no campo
social. Nesse contexto, criou-se o Ponto de Encontro e Cultura Itinerante (PEC
Itinerante), desdobramento do Ponto de Encontro e Cultura (PEC, 2007), que
contou com a participação de estudantes do curso de terapia ocupacional,
supervisionados pelos técnicos e docentes do Projeto Metuia. Objetivos: Com o objetivo de apoiar e
fortalecer no campo da arte e da cultura o grupo RaizArte, coletivo
independente de arte, composto por artistas da periferia de São Paulo,
realizaram-se cinco saraus (dezembro de 2012 a julho de 2013) na sala do
Projeto Trecho 2.8, espaço educacional de criação e pesquisa em fotografia que
realiza trabalhos de fotografia para adultos em situação de alta
vulnerabilidade social. Metodologia:
Através do ensino, pesquisa e intervenção do Projeto Metuia com a população de
rua e/ou em alta vulnerabilidade social e econômica, desenvolveu-se uma
metodologia que trabalha o terapeuta ocupacional como mediador de situação e de
conflitos individuais e coletivos; entre indivíduos; entre a organização
social, política e econômica da sociedade e as possibilidades de ação dos
sujeitos, considerando estes como cidadãos e detentores de direitos. Discussão: Estes espaços de encontro,
articulação e apresentação de diversas linguagens artísticas possibilitou a
troca e a expressão dos proponentes e participantes. Todas as etapas do
processo de elaboração dos saraus, sua proposição, o pensar em um tema, contato
com os apoiadores e colaboradores; preparação, do material a ser exposto e
oferecido e performances a serem exibidas; programação; divulgação, confecção
de cartaz eletrônico e utilização dos meios virtuais; e realização, com o
aguçamento da sensibilidade e firmeza para a condução do sarau, auxiliaram a
organização e apropriação destes conteúdos pelo grupo RaizArte, expandindo as
redes sociais deste grupo e fortalecendo seu papel como seres de criação no
meio artístico-cultural e coordenadores de sarau. Considerações Finais: O PEC Itinerante pôde refletir a complexidade
da ação cultural, resignificando o papel das atividades que se apresentam como
potentes instrumentos de emancipação e produção de independência; ampliação de
possibilidade de atuação e intervenção na sociedade; mediação entre sujeito e
sociedade; fortalecimento de identidades e reconstituição de histórias,
compreendendo a Terapia Ocupacional como uma prática capaz de contribuir para a
mudança social.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[344]
ACORDAR-SE: ESPAÇO DE EXPRESSÃO E EXPERIMENTAÇÃO ARTÍSTICA
LAURA ROBBE WESSEL BENDER; ANA
CLARA DE OLIVEIRA SILVA; EDUARDO TESSARI COUTINHO; ELIANE DIAS DE CASTRO
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SAO
PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; artes do corpo e artes
cênicas; população em vulnerabilidade social
Resumo: Introdução: O projeto é vinculado ao Programa Aprender com
Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo e pauta-se na interface arte,
corpo e saúde e na produção de sentido aos fazeres artísticos e experimentações
do corpo e das trocas expressivas para as pessoas em situação de
vulnerabilidade social. Propõe uma composição entre Terapia Ocupacional (TO),
artes cênicas e artes do corpo para desenvolver ação interdisciplinar na
formação de estudantes, com ênfase na autogestão. Acontece no espaço cultural
Tendal da Lapa, na cidade de São Paulo, ao longo de um ano (segundo semestre de
2012 a primeiro semestre de 2013). Objetivos:
Busca construir cidadania cultural e criar oportunidade de contato e
aproximação com as artes, proporcionando acesso à produção artístico-cultural
para a população envolvida. Metodologia:
A coordenação é realizada por duas bolsistas da graduação em TO que vivenciam
uma formação inicial no campo das artes cênicas e artes do corpo, com
acompanhamento e orientação dos coordenadores do projeto. Há uma divulgação da
proposta, programação conjunta e dialogada e desenvolvimento de encontros
semanais com a população que vivenciam as propostas, sugerindo atividades. Discussão: A nutrição do processo de
criação ocorreu através de conversas, atividades de exploração do corpo e dos
sentidos, massagens e experimentação dos movimentos com o recurso dos tecidos.
Referências conceituais sobre a experiência estética e as abordagens da arte e
corpo na Terapia Ocupacional foram estudadas e orientaram a intervenção. A
partir do fortalecimento das relações interpessoais do grupo foi proposto o
trabalho com “somagramas” (elaboração de imagens somáticosensoriais que
auxiliam no desenvolvimento da consciência corporal). Os resultados decorrem da
política de atenção e acolhimento exercido pela equipe dentro de um ambiente de
produção de cultura. Ressalta-se a importância da criação de vínculos na
relação terapeutas-participantes e o fortalecimento da formação profissional e
pessoal a partir das vivências propostas. A realização de conversas entre
participantes, responsáveis e equipe sobre a importância do projeto foi
essencial para a produção de autonomia dos participantes. Decidiu-se
coletivamente expor os “somagramas” ao público no Tendal da Lapa como forma de
compartilhamento da experiência. Considerações
Finais: Com as práticas realizadas compreende-se que a peculiaridade do
grupo se dá pela troca e valorização de saberes e pela construção de uma
afetividade que envolve a todos. O Acordar-se configurou-secomo um rico espaço
de encontro de subjetividades, de expressão e experimentação corporal.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[376]
A ATIVIDADE DO CONGO COMO EXPRESSÃO CULTURAL E SUA RELEVÂNCIA NA VIDA
DOS PARTICIPANTES, ATRAVÉS DO PRÓPRIO OLHAR, DA FAMÍLIA E DOS PROFISSIONAIS
BRÁULIA VALANDRO; MARIA DANIELA
CORREA DE MACEDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO
SANTO, VITÓRIA, ES, BRASIL.
Palavras-chave: cultura; pessoas
com deficiência; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: A cultura, estudada e entendida de diferentes
maneiras por diversos autores como Geertz, Kroeber e Kluckhohn, Santos não é
estagnada, passa por transformações através do tempo, levando as novas gerações
traços de suas vivências, de suas lutas, se adaptando as novas sociedades e
suas concepções. A dimensão cultural e a cultura como ações da Terapia
Ocupacional pode enfocar nesses espaços as relações, as alteridades, os modos
de vida, o cotidiano e a própria cultura como crucial para resoluções e
equacionamentos das necessidades dos sujeitos, das comunidades, populações e
grupos. Entendendo os diversos contextos culturais presentes no país e
consequentemente, no estado do Espírito Santo, e observando a expressividade do
Congo nesta localidade, buscou-se estudar o grupo de Congo da APAE
Cariacica/ES. Objetivo: Entender a
relevância e significado dos aspectos produzidos no projeto de Congo na vida de
pessoas com deficiência através de sua visão, da família e dos profissionais,
dando enfoque aos aspectos culturais. Metodologia:
Critérios de inclusão para pesquisa: Ser participante da Banda de Congo da
instituição APAE-Cariacica, independente da deficiência, idade ou sexo; e o
participante e seu familiar ter habilidade verbal e independência para
responderem as questões. A coleta será realizada por meio de entrevistas
semi-estruturadas, com roteiro de questões para os participantes, os
profissionais e os familiares. Resultados/Discussão:
A pesquisa está em andamento, assim como a coleta de dados. Pretende-se
apresentar o significado dos aspectos produzidos pelo projeto de Congo, além de
relatar importantes contribuições e aprendizados durante a observação do grupo.
Observou-se, até então, que o espaço da banda constitui-se como local de
protagonismo e participação social, sendo que nos ensaios e apresentações em
festas e eventos cada participante desempenha um papel de relevância cultural
para a comunidade, o município e o Estado. Outras questões relevantes que
surgirem no decorrer da pesquisa poderão ser levantadas e descritas pelos
pesquisadores, além das possíveis abordagens da Terapia Ocupacional em contexto
cultural e suas contribuições nesse processo.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[607]
RELATO DE EXPERIÊNCIA: PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA
COMUNITÁRIOS
PRICILA ARROJO DA SILVA;
CATIUSCIA ROSA MOREIRA; DANUSA MENEGAT; LUISIANA FILLIPIN ONÓFRIO; MICHELE
TRINDADE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.
Palavras-chave: Centro de convivência; saúde do idoso; terapia
ocupacional
Resumo: Introdução: o presente trabalho foi elaborado na disciplina
de saúde do idoso do curso de Terapia Ocupacional. Com a proposta da construção
de um projeto para implantação de um centro de convivência comunitário,
enfatizando a necessidade da população idosa. Compreendendo que os idosos são
um dos sujeitos que mais sofrem com a exclusão social, percebemos a importância
de oferecer a esses sujeitos espaços de convivência, cultura e lazer. Objetivos:
objetiva-se com esse trabalho relatar a experiência desenvolvida na disciplina.
Metodologia: o projeto foi desenvolvido em horários extras, fora da disciplina.
Primeiramente foi estudada a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, as
políticas públicas de atenção básica e o Plano Nacional de Cultura. Após, foi
realizado projeto virtual com os ambientes propostos no centro de convivência.
A proposta foi apresentada em sala de aula e discutida com fundamentação
teórica a importância dos centros de convivência na comunidade. Resultados/ Discussões: este espaço
acolhedor e social dos centros de convivência possui a possibilidade de
promover saúde e também evitar ou contornar a exclusão social. Além de
possibilitar a participação da pessoa idosa nos espaços da comunidade, o centro
de convivência amplia a participação dos diversos sujeitos, incluindo também as
pessoas com deficiência, já que o centro de convivência foi proposto com toda a
equiparação de acessibilidade respeitando a diversidade humana. Considerações
Finais: As instalações de Centro de Convivência nas comunidades poderão
proporcionar a ampliação das redes sociais dos sujeitos e uma significativa
melhora na qualidade de vida. A experiência prática e reflexiva durante a
disciplina proporcionou as alunas empoderamento em relação aos direitos da
população idosa, ampliação do conceito de saúde e qualidade de vida. Dessa
foram, qualificando a formação acadêmica a pensar nos sujeitos como pessoas de
direitos para no futuro serem profissionais críticos em relação às demandas dos
sujeitos atendidos pela Terapia Ocupacional.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[780]
DAS POLÍTICAS DE CULTURA E SAÚDE: HISTÓRIA E DESAFIOS DA INTERFACE
ENTRE OS CAMPOS
PATRICIA SILVA DORNELES1; GERALDO
ALBERTACCI JUNIOR2
1.UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL.
Palavras-chave: políticas públicas; intersetorialidade; terapia
ocupacional
Resumo: Introdução: O Brasil ratificou a Convenção sobre a Proteção
e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO (2005) e passou a
ser signatário, promulgando no Brasil o Decreto-Lei 6.177, em 2007. No mesmo
ano, o Ministério da Cultura assinou um termo de cooperação com o Ministério da
Saúde, e a partir do Programa Mais Cultura vemos como proposta de fomento de
políticas integradas junto ao campo da saúde, o fortalecimento de iniciativas
de saúde e cultura que valorizem os saberes populares, a desintitucionalização
psiquiátrica, os projetos e programas de onde a arte é integrante projetos
terapêuticos e de humanização em hospitais públicos, e casa e centros de saúde.
Inicialmente, entre 2007 a 2010, as então Secretarias de Identidade e
Diversidade Cultural e a de Cidadania Cultural, iniciaram esta interface a
partir de editais e fomento de construção de redes. Destacam-se os projetos
Loucos pela Diversidade, Vidas Paralelas a Rede Cultura e Saúde e a Rede de
Pontos de Cultura do Grupo Hospitalar Conceição/RS. Atualmente a aproximação
entre as ações de cultura e saúde vem se expandindo e trazendo novas reflexões
sobre diversas experiências e há um novo campo de interface que é o campo das
políticas culturais, um perfil de atuação diferenciada pautada na diversidade
cultural a partir do olhar da cidadania cultural. Objetivos: apresentar um panorama dos avanços das políticas
culturais e a inserção das ações de saúde na cultura, a partir de novos
referenciais teóricos e práticos que pautaram a implementação da política de
cultura e saúde no Ministério da Cultura. Metodologia:
relato histórico das políticas públicas culturais na interface com a saúde, dos
quais a autora foi realizadora, como coordenadora executiva para as políticas
de Cultura e Saúde Ministério da Cultura. Discussão:
O desafio para o sucesso da interlocução entre cultura e saúde é a aproximação
do olhar dos trabalhadores da saúde para as políticas culturais. É deste modo
que o avanço desta nova articulação entre estes dois campos, se emancipará,
entendendo que é importante ampliar o olhar sobre arte e a cultura não os
reduzindo a instrumentos de prevenção e promoção de saúde, mas que é o direito
a cidadania cultural e a interlocução com as políticas culturais e a
aplicabilidade do conceito de saúde da 13ª Conferência Nacional de Saúde. Considerações
Finais: A interface arte, cultura e saúde é um campo de atuação da Terapia
Ocupacional. O presente trabalho se propõe a apresentar um caminho novo de
atuação para a Terapia Ocupacional junto às políticas públicas de cultura, a
partir da demonstração dos avanços conquistados neste campo e as interfaces com
a diversidade.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[785]
IDENTIDADES INVENTIVAS NOS PONTOS DE CULTURA NA REGIÃO SUL: REFLEXÕES
PARA A TERAPIA OCUPACIONAL.
PATRICIA SILVA DORNELES
UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
Palavras-chave: programa cultura viva; território; experiência
estética
Resumo: Introdução: Ao revisitar a história da política de cultura
do país vemos que passamos da perspectiva da tutela, da valorização do artista,
do fomento reduzido ao entendimento de cultura como expressão das artes
eruditas e chegamos até o mercado como definidor dos valores e linguagens culturais
a partir do interesse privado de associação de suas marcas. A esquerda
brasileira, o PT, trouxe novos conceitos para as políticas culturais,
democratização e cidadania cultural. Objetivo:
apresentar os resultados da tese de doutorado da autora, “Identidades
Inventivas - Territorialidades nas redes dos Pontos de Cultura na Região Sul”,
ampliando a reflexão para um campo de abordagem da Terapia Ocupacional nas
políticas culturais em interface com a educação popular e movimentos sociais. Metodologia: A pesquisa se baseou no
método qualitativo, utilizando os instrumentos de pesquisa de entrevista
semi-estruturada, análise documental, revisão bibliográfica e os processos de
relato da memória da implementação deste Programa do Ministério da Cultura, nos
Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, do qual a autora e
pesquisadora foi responsável durante a sua atuação na coordenação do Programa
Cultura Viva na região sul (2005 à 2008). Discussão:
As questões de identidade no mundo pós-moderno faz com que o debate em torno
dos processos culturais se torne fundamental, e as relações entre o global e o
local, mobiliza gestores e movimentos sociais da área cultural, na
implementação de novas ações, que são pautadas em prol da democracia e da
diversidade. Considerações Finais:
Sabe-se que experiências destacadas como os projetos ou programas que atuam com
oficinas de artes em comunidades de periferia apontam, como caminho possível,
para o deslocamento e a emergência de novos espaços de produção cultural, a
partir de uma visão marcada pela valorização da pluralidade da produção de
imaginário, com capacidade de organizar novos territórios. Estes territórios
emergentes − em suas distintas formas de organização; de produção; de
reapropriação dos espaços da cidade e da periferia, entre outros− vêm
construindo estratégias de afirmação e resistência que, alimentadas por uma
ética de solidariedade e por uma política da amizade, fomentam identidades
inventivas e desejantes, e são fortalecidas através dos intercâmbios de
experiências com capacidade de respostas à formação de redes e de novas ações e
corredores culturais de forma engajada à vida comunitária, e com potência do
exercício e do desejo do bem comum.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[789]
POLÍTICAS CULTURAIS PARA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: A CONTRIBUIÇÃO DA
TERAPIA OCUPACIONAL DA UFRJ.
PATRICIA SILVA DORNELES1 ;
GERALDO ALBERTACCI JUNIOR2
1.UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ,
BRASIL.
Palavras-chave: política cultural; terapia ocupacional; deficiência
Resumo: Introdução: O presente trabalho tem como objetivo
apresentar o Curso de Especialização em Acessibilidade Cultural e provocar
reflexões sobre este campo como uma área de atuação para a Terapia Ocupacional.
O foco são as políticas culturais, onde a cidadania cultural é o ponto de
partida e de chegada, como hábito e parte do cotidiano. A parceria entre
Ministério da Cultura e o Curso de Graduação em Terapia Ocupacional da
Universidade Federal do Rio de Janeiro possibilitou a criação do Curso de
Especialização em Acessibilidade Cultural. Objetivos:
O curso tem como proposta a criação de uma rede de articulação, fomento e
formação de políticas públicas de cultura para o acesso, produção e fruição
estética para pessoas com deficiência. Metodologia:
O curso apresenta 12 disciplinas: Política e Diversidade Cultural, Aspectos
Gerais da Deficiência, Tecnologia Assistiva I e II, Audiodescrição I e II,
Braile e outros recursos, Sensibilização em Libras, Seminário de Projeto I e II
e Exposição Acessível I e II. Ao todo são 50 alunos de diferentes regiões do
país ligados a pontos de cultura, gestão pública, docência e ONG’s relacionadas
à cultura, arte e políticas públicas para pessoas com deficiência. O Curso
iniciou com a realização do I Encontro Nacional de Acessibilidade Cultural, o
III Seminário Nacional de Acessibilidade em Ambientes Culturais e a realização
da Conferência Livre de Acessibilidade Cultural, e será finalizado com um
evento de acessibilidade cultural que envolverá a parte prática da formação. A
rede é formada pela articulação de cada um com seu local de origem e suas potencialidades,
pautadas em suas próprias formações e experiências dialogando com a formação
proporcionada pelo curso e as diferentes parcerias institucionais. Discussão: A Especialização em
Acessibilidade Cultural é a primeira iniciativa da América Latina, no campo da
formação e titulação de políticas culturais para pessoas com deficiência, é um
instrumento fortalecedor das políticas culturais abrindo um novo campo de
atuação para a Terapia Ocupacional e o compromisso desta profissão para a
formação para as políticas públicas culturais. Considerações Finais: A Especialização e a Rede de Articulação,
Fomento e Formação, são instrumentos de fortalecimento do direito social e
cultural das pessoas com deficiência. Nesta perspectiva, tem-se como objetivo
apresentar um panorama de um campo de atuação para a Terapia Ocupacional no
campo das políticas culturais de acessibilidade para pessoas com deficiência e
o desafio para a nossa formação e atuação profissional.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[824]
ATENDIMENTO GRUPAL EM SALA DE ESPERA: ENFOQUE LÚDICO
NATHÁLIA ALVES REZENDE; ARTUR
LOPES SANTOS; FERNANDA LOPES XAVIER; LETICIA VENDRUSCULO FANGEL
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, BRASILIA,
DF, BRASIL.
Palavras-chave: atendimento grupal; humanização; lúdico
Resumo: Introdução: A política Nacional de humanização está sendo
aplicada maciçamente nas unidades de saúde em todos os níveis, sendo um
princípio muito importante para a melhoria dos serviços de saúde. O acolhimento
se constitui como parte integrante dessa política, sendo estratégia
imprescindível para a construção de vínculo, fazer escuta qualificada, e trazer
uma postura mais acolhedora dentro do serviço. O acolhimento e humanização tem
que acontecer em todos os ambientes do serviço e por todos os trabalhadores.
Tendo isso em vista, a sala de espera se constitui como um local de intervenção
e humanização, transformando este espaço de ansiedade e de estresse em um
espaço de convivência e que produza saúde. Objetivos:
Analisar e discutir intervenção realizada em sala de espera através de formação
de grupo com enfoque lúdico. Metodologia:
Relato de experiência vivenciada através de intervenção grupal em grupo aberto,
rotativo e heterogêneo. Grupo realizado na Medicina do Sono no Hospital
Universitário da Universidade de Brasília – HUB em cinco encontros. Resultados/Discussão: Primeiramente
buscou-se conhecer alguns dos usuários com o objetivo de ter escuta ativa,
observar suas vivências, demandas e percepções sobre o espaço e o tempo de
espera. Foram feitas perguntas direcionadas e individualmente. Após o
entendimento das demandas e do perfil dos usuários da sala de espera, foram
propostos e aplicados recursos terapêuticos lúdicos: jogos, dinâmicas e musica
para descontração e humanização do espaço. Observa-se ao longo das praticas que
a sala de espera tornou-se um ambiente favorável a criação de vinculo entre os
participantes e com os terapeutas, criando espaço de interação social e troca
de experiência entre os usuários do serviço. Houve também referência
significativa de diminuição de níveis estresse pela condição de hospitalização.
Considerações Finais: As atividades
lúdicas são apresentadas como importantes instrumentos de educação em saúde,
agente facilitador na criação de vínculo e interação entre os participantes do
grupo e instrumento terapêutico direta e indiretamente. A sala de espera se
constitui como espaço de promoção de saúde, sendo alvo de intervenções
terapêuticas ocupacionais direcionadas as atividades do cotidiano, melhorando o
espaço, transformando tempo ocioso em tempo reflexivo e produtivo. Isso gera
saúde e qualidade de vida, melhora a adesão ao tratamento e aumenta a
credibilidade do serviço.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[861]
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS E NARRATIVAS DE VIDA: APROXIMAÇÕES ENTRE
LITERATURA E PRÁTICAS DE CUIDADO
GLENDA MILEK; FLÁVIA LIBERMAN;
VIRGINIA JUNQUEIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
PAULO, SANTOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: narrativas; literatura; práticas em saúde
Resumo: Esse artigo trata-se de uma parte dos resultados do
trabalho de conclusão de curso, realizado na Universidade Federal de São Paulo
(campus baixada santista), em 2012. Foi realizado na tentativa de ilustrar uma
história de vida. Uma dentre tantas histórias. História de uma mulher que vive
em uma das muitas casas nas margens de rios e palafitas da cidade de Santos.
Esta mesma mulher vive problemáticas, complexidades e possibilidades, que foram
enunciadas a partir dos encontros que ocorreram. As tramas vividas pela mulher
ganharam (ainda mais) vida, a partir dos momentos em que deu voz aos
acontecimentos, quando entrou em contato com suas próprias memórias e
perguntas, com sua vida presente, com suas próprias palavras que emergiram,
ganharam tons, (múltiplas) vozes, espaços, escutas. Metodologia: Para tanto, na
tentativa de compor com seus dias, foram levados textos e fragmentos para o
despertar de novos encontros: com ela mesma, novos afetos, com novas
possibilidades, com outras partes do mundo, com outros mundos enfim. Outros
recursos foram utilizados (sem programação prévia, pensando no caráter livre do
encontro): músicas que surgiram no ouvir do rádio, fotos e textos trazidos por
ela, a escrita de si, a composição de um livro, a captura dos momentos através
de fotografias. Os recursos utilizados, os momentos vividos no decorrer do
processo, foram subsidiados pelo método da Cartografia: método que dissolve
limites e contornos entre pesquisador e “objeto” e que dá movimentos as forças
que surgem quando há o esbarrar dos corpos, os olhares entre vidas. Resultados/Discussões:
Por esses motivos consideramos o uso das histórias de vida (aqui chamadas de
narrativas) como sendo importantes para a promoção de saúde e valorização da
vida, pois ao contar sua própria história, pode-se criar espaço para que
encontros aconteçam: o encontro com o ouvinte, consigo mesmo, com os desejos,
com as necessidades, com os anseios, com as lembranças, com novos afetos, com
novos despertares, permitindo assim, que trajetórias de vida sejam
transformadas.
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