Anais - CBTO/2013

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EIXO - 3 TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS


- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS


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TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL E ATIVIDADES COMO MEDIAÇÃO: POSSIBILIDADE DE APROXIMAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE LINGUAGEM COMUM

MARINA DI NAPOLI PASTORE1 ; DENISE DIAS BARROS2
1.UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BRASIL; 2.USP/UFSCAR, SÃO PAULO/SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional social; moçambique; brincar

Resumo: Introdução: Moçambique, país localizado ao sul do continente africano, conhece questões vinculadas à desigualdade e a complexos processos de empobrecimento as quais conduzem a situações diversas de violações de direitos individuais e coletivos como o acesso desigual a bens e serviços e precariedade de proteções sociais mínimas de grande parte da população. Dentro desse contexto, encontram-se as crianças e os jovens, considerados como grupos dos mais vulnerabilizados e marginalizados. Foi neste país que a autora principal desenvolveu atividades entre julho/setembro de 2012, envolvendo 822 crianças e jovens então sob os cuidados da Organização Não Governamental Santo Estêvão, na Cidade da Matola, situada a cerca de 30 km da capital (Maputo). Objetivos: descrever e discutir a experiência realizada sob a ótica da ação da terapia ocupacional social, bem como relatar as atividades desenvolvidas e desdobramentos das mesmas. Metodologia: relatos em forma de narrativas de experiência sobre os espaços criados em que possibilidades de experimentação diferenciadas surgiram: pintura, desenho, teatro, brincadeiras e contos. Discussão: o cotidiano mostrou suas fortes raízes a formas de pertencimentos diversificadas, mas com quase ausência de espaços formativos. As crianças e jovens que frequentavam a ONG desenvolviam-se em um cotidiano que se repetia: de casa para a escola, da escola para as atividades no âmbito doméstico e destas para outras formas de responsabilidade. Como discutir neste contexto a noção de trabalho infantil e de direitos da infância e juventude? Percebemos que ao estar ali, as crianças e jovens foram se aproximando e, juntos fomos criando as condições para a ação, pois a questão motivadora partia da indagação: onde estava o brincar e o espaço do lúdico em suas interações e na interação com adultos? Assim, foram desenvolvidas as atividades acima citadas. As crianças passaram a ficar na ONG das 7 às 15 horas, participando de todas as oficinas e, mais que isso, estavam mais frequentes nas aulas. Além disto, houve significativa participação da comunidade na realização do trabalho e apoio no desenvolvimento de todas as atividades, bem como procura intensa por parte das crianças que expressavam seu desejo de brincar. Considerações Finais: As atividades como mediação (fundamental na Terapia Ocupacional) favorecem a construção de uma linguagem comum e possibilidades de se partilhar conhecimentos, além de favorecer a aproximação. Elas formam um ambiente rico para o desenvolvimento de experimentação e trocas em situações de coabitação de diversidade social e cultural, enriquece a realidade cotidiana e ressalta a importância do brincar para a formação de crianças e jovens.


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ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL EM CONTEXTOS DE DIVERSIDADE, RUPTURAS, VULNERABILIDADES E ALTERIDADES MÚLTIPLAS

MARINA DI NAPOLI PASTORE1 ; DENISE DIAS BARROS2
1.UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BRASIL; 2.USP/UFSCAR, SÃO PAULO/SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional social; moçambique; diversidades

Resumo: Introdução: Moçambique, país localizado ao sul do continente africano, é marcado por questões sociopolíticas e econômicas, bem como diversas modalidades de expropriações: existem setores importantes de sua população com restrição de direitos, de proteção social e de acesso a serviços sanitários. Soma-se a isso, o fato do país ainda sofrer consequências de sucessivas guerras, como a guerra para independência e longa guerra civil em seguida, que só chegou ao fim em 1990. Após um período de 2 meses vivendo e convivendo em terras moçambicanas, principalmente na cidade da Matola, localizada a 30 km da capital do país, pude perceber a realidade que ali se encontra: economia agrícola; política baseada na lógica do partido único; crianças e jovens formando importantes grupos em processos de vulnerabilização social e cultural, muitas vezes em situação de abrigamento/adoção por parentes ou pela comunidade, além de inúmeros refugiados. Ressalta-se ainda a problemática derivada do português como língua oficial, fato que termina por reafirmar constituir uma forma de desqualificação das línguas maternas num lugar onde há mais de 18 línguas nacionais. Objetivos: Discutir o trabalho do terapeuta ocupacional social em comunidades vivendo situações derivadas de deslocamento, de migração forçada ou de refúgio em que se encontram em coabitação culturas e práticas sociais diferenciadas, impondo debate sobre questões veiculadas à diversidade e ao convívio com alteridades. Metodologia: Relato de experiência a partir de pesquisa e vivência em campo, de julho a setembro de 2012, na cidade da Matola. Discussão: Ao se trabalhar em outro território diverso daquele da origem da autora, define- Anais se a necessidade de um trabalho de reflexão sobre as regras e normas socioculturais implícitas na mediação das relações e das atividades. Ao estar no território do Outro, nós passamos (em parte) a ser esse outro, mas isto não apaga o fato complementar de que se veio de fora para agir em espaços culturais diversos e desconhecidos. O terapeuta ocupacional dentro desse processo precisa estar disposto ao encontro com e ao outro (e possuir preparação para tal), observando e partilhando ao invés de invadir, sendo capaz de uma ação possível que busque elementos para compreensão e interações de trocas. Considerações Finais: A Terapia Ocupacional social, atuando em situações que envolvam rupturas e vulnerabilidades marcadas pela diversidade cultural, tem como desafio a problematização de sua ação junto a outras comunidades e culturas. Abre-se ainda o desafio de discutir o que significa o trabalho de observação e interação com as pessoas e coletivos, num sentido de construção de espaços de encontros e trocas e diversidades partilhadas.


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MULHERES DE SOL A SOL: EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO E AUTONOMIA COM MULHERES E ACOMPANHANTES ATENDIDAS PELOS CAPS NA TERAPIA OCUPACIONAL EM AÇÃO SOCIAL

HELENITA LISBOA PEREIRA LOURENÇO; MARCO SELENO CARNEIRO SANTOS; MARCIA DOLORES GALLO; PATRICIA TRAPAGA
IFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Palavras-chave: saúde mental; ação social; autonomia

Resumo: Introdução: O projeto Mulheres de Sol a Sol, é uma das vertentes do Programa Nacional Mulheres Mil - Educação, Cidadania e Desenvolvimento Sustentável – do Governo Federal, Port Nº 1.015, 21/7/2011, que está inserido no Plano Brasil sem Miséria. Justificativa: O projeto M.S.S -Educação, Arte e Profissionalização - é voltado à inclusão educacional, social e produtiva de mulheres em situação de vulnerabilidade, sejam também diagnosticadas com transtornos mentais e estejam em tratamento regular nos CAPS situados no entorno do Campus Realengo do IFRJ. Objetivo: Reinserção de mulheres em tratamento de saúde mental ao convívio educacional e ao mundo do trabalho, favorecendo a contratualidade social, autonomia pertencente a lógica da inclusão. Metodologia: Para implantação do projeto a professora Marcia Dolores conta com uma equipe multidisciplinar composta por vários outros professores do IFRJ e alunos de Terapia Ocupacional que estagiam no projeto. Além das oficinas destinadas a capacitação para o trabalho onde as alunas aprendem artesanato, corte e costura, customização, estamparia e outras técnicas, o projeto conta com aulas de português, matemática, inglês, filosofia existencial, saúde da mulher, educação física e Yoga entre outras. Considerações Finais: A população atendida pelos CAPS é, por si só, excluída de vários movimentos da sociedade. Muitos se afastam da família, trabalho, lazer, outras interações sociais. Associada ao universo feminino, essa exclusão se agrava, visto que, historicamente, a mulher é a principal cuidadora da família, o que a torna gravemente comprometida quando isso não é mais possível e ao trabalho, não só o domestico, mas o remunerado. Varias viram seus sonhos, empregos, amores, filhos, expectativas, abortados pela instauração da doença, e esta se transformou num grande estigma a ser quebrado em suas vidas. A Terapia Ocupacional promove o retorno ao “movimento” em busca da autonomia e emancipação. O MSS busca s que essas “mulheres invisíveis” possam se apropriar de um espaço educacional público. Muitas não experimentaram em sua vida escolar algo parecido e já relacionam a sua presença nesse ambiente como um ato de inclusão e de participação. Assim, cumpre um papel de criar redes de solidariedade, novas oportunidades, historias que se entrelaçam e contribuem para autoestima criando novas perspectivas sociais, contribuindo com a ação terapêutica, reduzindo a “invisibilidade”, a alienação de movimentos de escolha e autonomia. Sem minimizar os conflitos e os transtornos mentais, mesmo que nem todas consigam gerar renda capaz de se sustentar, torna-las, mais sensíveis as relações positivas na construção ou o redescobrimento do que é SER cidadã.


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A FOTOGRAFIA COMO RECURSO TERAPÊUTICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM PESSOAS E SITUAÇÃO DE RUA

JULIANA DE OLIVEIRA PEREZ; REGINA CELIA FIORATI; LEONARDO MARTINS KEBBE; BEATRIZ CARDOSO LOBATO

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Palavras-chave: população em situação de rua; exclusão social; terapia ocupacional

Resumo: A população em situação de rua é caracterizada por sua condição de pobreza extrema, pela interrupção ou fragilidade de vínculos familiares e pela falta de moradia convencional regular. São pessoas que habitam lugares públicos (ruas, praças, cemitérios), áreas degradadas (galpões e prédios abandonados, ruínas) e, ocasionalmente, utilizam abrigos e albergues para pernoitar. A exclusão social tem origem econômica, social, cultural e política e caracteriza-se, também, pela falta de pertencimento social, falta de perspectivas, dificuldade de acesso à informação e perda de auto-estima. O objetivo deste trabalho é fazer uma reflexão acerca da experiência vivenciada a partir da intervenção de Terapia Ocupacional desenvolvida junto a pessoas em situação de rua no Centro de Referência Especializado de Assistência Social para Pessoas em Situação de Rua no Município de Ribeirão Preto – SP, com base nas atividades do Estágio Profissionalizante do 5º ano do Curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Em Março de 2013 iniciou-se oficina de fotografia junto aos usuários do CREAS-POP. Foi proposto aos participantes que fotografassem algo que lhes despertasse interesse nos espaços urbanos. Para tanto, a oficina é realizada nas ruas e locais públicos, tais como museus, parques, praças, entre outros. Como desdobramento desta atividade será realizada em junho de 2013 uma exposição das fotografias em espaço cultural da cidade, visando interferir nos preconceitos que a sociedade construiu a respeito da pessoa em situação de rua, bem como, dar visibilidade para o potencial criativo das pessoas envolvidas e para a condição da pluralidade que as une na dimensão de toda condição humana, ao mudar o olhar que da sociedade e, ao mesmo tempo, interferir na auto-imagem absorvida pela pessoa em nais situação de rua a partir dos preconceitos sociais. Durante a execução da oficina de fotografia nas ruas, foi possível perceber o preconceito da sociedade frente ao morador de rua acompanhado de não moradores de rua em atividade criativa e pública. Para o participante percebeu-se uma mudança em sua maneira de se ver na sociedade, alterando seu papel e suas possibilidades de participação social, durante a realização da oficina. Portanto, considera-se que em uma sociedade com contradições sociais históricas, contrastes e exclusões, vislumbra-se possibilidade de criar referenciais positivos para a constituição da identidade valorativa da população que vive em situação de rua, interferir nas atitudes da sociedade frente a exclusão e criar vias de acessibilidade as populações excluídas a vida social e a cultura.


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A ARTICULAÇÃO EM REDE ENQUANTO ESTRATÉGIA DE ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PARA INFÂNCIA E JUVENTUDE

MARIANA ROSSI AVELAR; ANA PAULA SERRATA MALFITANO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: infância e adolescência; políticas públicas; rede de serviços

Resumo: Desde a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) discute-se a necessidade da articulação dos serviços sociais de atendimento à população infantojuvenil, com o intuito de potencializar o trabalho, aumentar a eficácia da atuação e criar espaços coletivos de discussão sobre as problemáticas enfrentadas. Assim, gestores públicos buscam a criação de estratégias para o fomento de redes de serviços intersetoriais sob sua coordenação. Nesse contexto, o município de São Carlos (SP), cidade de médio porte do interior paulista, criou a ReCriAd: Rede de Crianças e Adolescentes, com apoio financeiro de entidade externa, que visa ao fomento e à construção de uma rede colaborativa, integrada e articulada entre serviços e profissionais de diferentes setores (assistência social, educação, cultura, saúde e outros), os quais trabalham com crianças, adolescente e jovens. Propôs-se, na presente pesquisa de Iniciação Científica, contanto com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a investigação dessa experiência com o intuito de verificar quais ações foram empregadas e sua efetividade, com vistas à discussão sobre políticas sociais e intersetorialidade na intervenção com crianças, adolescentes e jovens. Para tanto, realizou-se 29 entrevistas semiestruturadas com gestores e com técnicos incluídos nesse processo. Adicionalmente, laçou-se mão da utilização da observação participante dos processos de encontro realizados pelos atores envolvidos com a constituição da rede de serviços. Como resultados, foram analisadas três categorias: o perfil profissional dos atores sociais; a concepção dos mesmos sobre a existência, conceito e relevância da articulação em rede; e a concepção sobre o que é a ReCriAd, seu papel no município e como o desempenha, além das possíveis estratégias para alcançar os objetivos colocados. Destacam-se, entre os resultados: a avaliação positiva dos gestores frente ao trabalho da ReCriAd, sendo que os profissionais afirmam que a estratégia está em período de consolidação; o relato de todos os entrevistados afirmando conhecer a proposta e já ter participado de alguma atividade da rede; a relevância do trabalho intersetorial, como discurso unânime dos entrevistados; além de sugestões de estratégias para sua potencialização. Discute-se a possibilidade de instituição de espaços Anais públicos concretos via ações em rede. Partindo da opinião dos diferentes atores sobre a atuação em rede, incita-se o diálogo sobre tal estratégia como forma de gestão da política social ao público infanto-juvenil.



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A TERAPIA OCUPACIONAL E A TEORIA BIOECOLÓGICA NO DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS INSTITUCIONALIZADAS NA CRECHE CORDEIRINHO DE DEUS

GEOVANA DE SOUZA PAIXÃO; SAYORI VASCONCELOS WU; CARLA ADRIANA VIEIRA DO NASCIMENTO; PAULA ANDREZA GESTA DE ARAÚJO; CRISTINA GOMES DA SILVA; EVANILDO LOPES MONTEIRO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; creche; modelo bioecológico

Resumo: Introdução: A teoria Bioecológica de Desenvolvimento humano de Bronfenbrenner versa sobre a influência do ambiente ecológico no desenvolvimento. Sendo o ambiente ecológico caracterizado por sistemas inter-relacionados: Microssistema, Mesossistema, Exossistema e Macrossistema. Este trabalho é um relato de experiência de acadêmicas do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Pará que desenvolvem o Projeto pelo Pró- Reitoria de Extensão intitulado A Terapia Ocupacional e o Modelo Bioecológico de desenvolvimento humano com crianças em situação de risco social da Creche Cordeirinho de Deus. Objetivo: O intuito é de apresentar as descrições das primeiras práticas de atendimento na creche, fazendo a relação dos conceitos da teoria bioecológica com a intervenção da Terapia Ocupacional. Metodologia: Segue uma apresentação de cunho qualitativo que tem como instrumentos as discussões realizadas nos encontros de grupo de extensão, os estudos bibliográficos e relatos de experiências das observações realizadas na Creche Cordeirinho de Deus. O público alvo foram crianças em situação de vulnerabilidade social na faixa etária 4 a 7 anos. Resultados: Observou-se que a situação de vulnerabilidade social que as crianças vivem interfere diretamente no seu desenvolvimento, tendo consequências negativas, principalmente, nos sistemas imediatos ressaltando díades comprometidas na creche por conta da má relação crianças-pais. Dessa forma, há um desequilíbrio de poder ocasionando momentos de rebeldia e desobediência infantil. Assim sendo verifica-se que as crianças possuem uma enorme carência de afeto devido a má qualidade das relações de reciprocidade. Percebe-se ainda a falta de condições ótimas para a relação de reciprocidade das díades primárias, observacionais e de atividade conjunta o que acarreta prejuízos nas atividades molares do desenvolvente visto que pouco se verifica o educador lhes ensinado algo, não havendo motivação para desencadear a intenção do fazer pela pessoa desenvolvente. E ainda não conseguem transmitir padrões educacionais satisfatórios que acabam influenciando outros contextos. Considerações Finais: Conclui-se que o modelo Bioecológico de desenvolvimento é uma referencia para atuação do terapeuta ocupacional na construção de uma interpretação que possibilita um novo olhar para as transformações que ocorrem no contexto em que o desenvolvente se insere, interage e constrói significados que tem repercussões em outros sistemas através das interrelações.




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TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL: REFLEXÕES SOBRE O ABUSO SEXUAL EM UM CT DE BELÉM

SARA DE PAULA PINHO SANT’ANA; EVANILDO LOPES MONTEIRO; JOÃO EDIVALDO DA SILVA LOBATO; NAIRA KATIUCE TAVARES DA SILVA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: abuso sexual; conselho tutelar; terapia ocupacional social

Resumo: A violência sexual é um evento abrangente. Destaca-se no estudo, o abuso sexual, que envolve desde palavras sexualizadas até o intercurso completo, através de um agente em desenvolvimento mais adiantado. Ocorrendo tal violação, um dos órgãos do Sistema de Garantias de Direitos da Criança e do Adolescente a ser acionado é o Conselho Tutelar (CT) que visa garantir a proteção dos direitos de crianças e adolescentes, assim como registrar os casos de violações de direitos de crianças e adolescentes. Esse trabalho é resultados das ações do Projeto de extensão “Violação de direitos da criança e do adolescente e a terapia ocupacional” da Pró- Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Pará, apoiado nos subsídios teóricos do campo da terapia ocupacional social que exige a intensa e contínua reflexão crítica dos profissionais para aprimorar intervenções e transformações na sociedade, contribuindo para a democracia, emancipação e exercício dos direitos humanos. Dessa maneira, o objetivo foi identificar a incidência de abuso sexual no município de Belém, no VII CT do bairro do Benguí. Trata-se de uma pesquisa de campo de cunho quanti-qualitativo, com coleta de dados estatísticos nos períodos de janeiro de 2009 a dezembro de 2011. A taxa de abuso sexual no ano de 2009 foi de 86,28%; no ano de 2010, 71,43% total; e no ano de 2011, 68,49%, levando em consideração o número total de violações de direitos registrados no CT do Benguí. Dessa maneira, a partir desse dados, percebe-se que o abuso sexual, ato criminal, que vai contra o direito da criança e do adolescente, na região de Belém é de grande incidência, mostrando-nos a importância de haver estudos e intervenções sobre tal ato. Assim, quanto mais intervenções baseadas em conhecimentos, haverá menos violação de tal crime sexual e diminuição dos casos. Dentre esses resultados, compreende-se a relevância da atuação do terapeuta ocupacional na área social para contribuir e acrescentar na promoção e divulgação dos direitos de crianças e adolescentes. Este estudo priorizou o crescimento de conhecimento teórico e prático dos casos registrados de abuso sexual no CT de Belém, reflete-se que ainda há muitos casos não denunciados, por ainda haver o sentimento de medo e de culpa da vítima, por haver a proteção de parentes e parceiros do abusador, entretanto, é necessário romper esse silêncio e com práticas na área de Terapia Ocupacional haverá meios para contribuir na mudança desse cenário.




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INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL COM ADOLESCENTES EM CUMPRIMENTO DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

JULIANA COUTO ASSUNÇÃO; LAURA APARECIDA RESENDE; CLÁUDIA MARIA SOUZA SILVA; LUCIANA ASSIS COSTA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Palavras-chave: Adolescentes; terapia ocupacional; medidas sócioeducativas

Resumo: Introdução: Os princípios norteadores das ações dirigidas aos adolescentes que cometeram atos infracionais são fundados e orientados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), responsável pela regulamentação das medidas socioeducativas. Em 2010, no Brasil, cerca de 17.000 adolescentes se encontravam cumprindo medidas em centros socioeducativos de internação (Brasil, 2011). Dada à peculiaridade da adolescência, as ações propostas pelas unidades socioeducativas devem garantir atividades que possibilitem vivências diversificadas, nas áreas da cultura, lazer, esporte, saúde, educação e trabalho. A contribuição do terapeuta ocupacional é mediar a construção do vínculo do sujeito com seu universo ocupacional a partir das dimensões pessoais, relacionais e estruturais. Objetivo: Discorrer sobre o atendimento grupal realizado por discentes de Terapia Ocupacional em um centro socioeducativo em regime de internação. Metodologia: Relato de experiência acerca de intervenções grupais realizadas por quatro discentes do 5° período de Terapia Ocupacional em um centro socioeducativo de internação entre março e junho de 2013. Os atendimentos aconteceram semanalmente, com duração de 1 hora e meia, com a participação de 8 adolescentes, na faixa etária de 16 a 18 anos. Essa atividade integrou a disciplina Prática Clínica II e as intervenções foram embasadas na perspectiva sócio-relacional da Terapia Ocupacional associada às abordagens de grupos operativos e psicodinâmica. Resultados/ Discussão: Inicialmente, foi fundamental a construção do vínculo de confiança entre os discentes e o grupo, possibilitando uma participação mais efetiva dos jovens nas discussões e a desconstrução, sob o olhar dos discentes, de uma imagem restrita de infrator para o entendimento do universo sócio histórico e subjetivo dos jovens. Os temas que nortearam os encontros foram selecionados de forma partícipe com o grupo, e abordaram as relações sócio-afetivas dos adolescentes, bem como os valores e vivências ocupacionais dos jovens com a escola, lazer, trabalho (ilícito ou não), projetos pessoais e futuros. O objetivo último foi auxiliar na desconstrução de discursos e identidades ocupacionais criminais a partir da troca de informações, recursos e vivência de novas experiências que pudessem despertar possibilidades de novas escolhas de vida para os jovens. Considerações Finais: A partir dessa experiência percebeu-se que o trabalho grupal é uma forma de conhecer a perspectiva do adolescente no crime, além de compreender fatores que marcam um histórico comum de vulnerabilidade social e que impactam diretamente nas escolhas e possibilidades ocupacionais desses jovens.


- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS 


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TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL, GÊNEROS E SEXUALIDADES: TRAVESTILIDADE, JUVENTUDE E A PROBLEMATIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS IDENTITÁRIAS

GUSTAVO ARTUR MONZELI1; ROSELI ESQUERDO LOPES2

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, VITÓRIA, ES, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional social; gênero; sexualidade

Resumo: O objetivo deste trabalho foi compreender, a partir da vivência com quatro jovens que em algum momento da pesquisa se autodenominaram travestis, residentes na cidade de São Carlos (São Paulo), as principais técnicas e estratégias utilizadas, por elas, para o manejo e manipulação de suas próprias características corporais, subjetivas e identitárias, a fim de se inserirem em determinados espaços de sociabilidade, focalizando-se nos contextos familiares, de instituições formais de ensino e também de prostituição. Considerando-se a contextualização histórica do debate e da produção acadêmica sobre a temática referente ao gênero e à sexualidade, principalmente apaoiada em uma perspectiva da chamada teoria quer, e tomando como base as contribuições etnográficas para se pensar a entrada em campo, pondera-se a multiplicidade de formas de apreender e construir signos do que é tido como feminino em corpos assignados como masculinos. São discutidas as diferentes técnicas e estratégias utilizadas por elas para se inserirem em contextos diversos como família, escola e prostituição, e como estas relações são construídas a depender dos sujeitos envolvidos, bem como de seus interesses e desejos. Por fim, contextualizam-se as proposições da terapia ocupacional social e suas possíveis implicações na vida cotidiana dos sujeitos em seus territórios de pertencimento, apontando como a circulação destas jovens tem rebatimentos nos níveis de inserção e restrição, possibilitando ou não suas existências em diferentes espaços. Acredita-se que este trabalho vem contribuir, para além da multiplicidade de formas de construção e compreensão dos corpos, subjetividades e identidades travestis, com um diálogo em meio às articulações possíveis entre Terapia Ocupacional social e a circulação dos sujeitos, e, igualmente, com a discussão e a articulação da Terapia Ocupacional com as temáticas referentes aos gêneros e às sexualidades.



- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS 


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ESTUDANTES AFRICANOS NA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO: MOBILIDADE ESTUDANTIL E DIVERSIDADE CULTURAL

DENISE DIAS BARROS1; CAMILA EXNER1; CINTHIA ALVES DE ARAÚJO BISSA1; DEBORA GALVANI1; ABDOUL HADI SAVADOGO2

1.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: áfrica; estudantes africanos; diversidade cultural

Resumo: Introdução: A partir do projeto de Cultura e Extensão da USP realizado com o Laboratório Metuia em parceria com a Casa das Áfricas, intitulado CÍRCULOS ÁFRICAS: rodas de conversa sobre produção intelectual de estudantes e pesquisadores africanos no Brasil, foi iniciada a pesquisa sobre a presença de estudantes africanos nos cursos de graduação e pós-graduação da USP. Acreditamos que seja fundamental construir formas de se reconhecer a contribuição feita por estudantes e pesquisadores que assumem um papel de destaque cada vez maior no Brasil, agregando conhecimentos sobre África. Objetivos: Realizar levantamento sobre os estudantes africanos na USP, visando elaborar projetos em sintonia com as demandas encontradas; sistematizar as informações recebidas de forma a compatibilizá-las já que podem se apresentar de forma incompleta ou contraditória; dar visibilidade para a questão por meio do entendimento da inserção destes estudantes em São Paulo; promover o reconhecimento das contribuições para o país e para o debate sobre a diversidade, o racismo e a xenofobia e colaborar para a implementação da lei 10639/03. Metodologia: Rodas de conversa com intelectuais africanos e pesquisadores de África; busca de informações junto à Comissão de Cooperação Internacional (CCINT) e das Comissões de Relações Internacionais (CRINT) de cada unidade da USP, além das secretarias de graduação, serviços para estudantes estrangeiros; contato com os núcleos e organizações da universidade. Resultados/Discussão: Em um levantamento inicial foi possível compreender que a demanda desta população existe, mesmo que ainda não tenha encontrado canais de expressão. Identificamos 70 estudantes ativos na universidade, sendo que este dado é parcial, pois ainda não foi possível obter respostas de todas as unidades. Não localizamos, até o momento, programas de acolhimento ou de apoio específicos, mas é necessário enfatizar que há serviços que oferecem assistência pela USP no campo da Assistência Social, Psicologia e Educação para estudantes, estrangeiros e brasileiros. Considerações Finais: Os convênios entre universidades África/Brasil e os Programas de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) e Pós-Graduação (PEC-PG) do governo, modificaram o perfil dos estudantes no país. Ainda assim, eles enfrentam um processo complexo de seleção por meio de análise de histórico escolar, exame de conhecimentos gerais e língua portuguesa. Ao chegar ao Brasil, enfrentam preconceitos raciais e culturais e a falta de redes de apoio adequadas, dificultando a experiência participativa o que demonstra que o projeto de internacionalização e de mobilidade estudantil da USP precisa ser discutido e aperfeiçoado.



- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS


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ÁFRICAS EM SÃO PAULO: PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO CAMPO DA TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL

DEBORA GALVANI; ANA CAROLINA DE MEDEIROS LAKI; CAMILA EXNER; JULIA NASCIMENTO CÂMERA; SARA SOARES RIBEIRO; DANIELA OSÓRIO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Palavras-chave: áfrica; diversidade; migração

Resumo: Introdução: A Terapia Ocupacional tem construído uma gama de conhecimentos e tecnologias que contribuem para dimensões do sofrimento humano instaurados por desequilíbrios ou conflitos socioambientais, religiosos ou expressões culturais. O pertencimento social e o desenvolvimento de projetos de vida individuais ou coletivos, não podem ser pensados a partir de um ser em descontinuidade, mas com demandas contextualizadas em histórias e trajetórias. Assim, a disciplina de prática supervisionada em Terapia Ocupacional Social oferecida pelo projeto METUIA-USP em parceria com a Casa das Áfricas, desenvolve um processo de ensino-aprendizagem em contextos marcados pela diversidade cultural com ênfase nas questões africanas e afro-brasileiras. Objetivos: apresentar a construção de um novo projeto de extensão universitária no campo da Terapia Ocupacional Social associado às questões migratórias e de mobilidade de africanos; realizar mapeamento de serviços, espaços de referência e movimentos sociais em busca de parcerias para a elaboração de futuros projetos; problematizar a inserção dessa temática no contexto da cidade de São Paulo; promover espaço de trocas de saberes e experiências. Metodologia: identificação e conhecimento, por meio de visitas e entrevistas, de espaços, serviços, projetos, movimentos sociais, pessoas e grupos que estejam envolvidos com a temática da migração/mobilidade africana; participação em eventos que abordam temáticas ligadas à África; encontros para discussão do levantamento teórico e das vivências geradas neste percurso. Resultado/Discussão: O percurso possibilitou identificar uma demanda ainda sem canais de expressão. As estatísticas refletem a notável a falta de informações, especialmente sobre a África. Foram realizadas visitas a instituições: Comissão Municipal dos Direitos Humanos, a Casa do Migrante e circuito pelo centro de São Paulo, onde constatamos a presença de africanos. Percebe-se a relevância do reconhecimento das contribuições africanas para modificação das representações negativas tanto de africanos como de afro-brasileiros presentes no imaginário social brasileiro. Considerações Finais: A mobilidade humana, caracterizada pelos deslocamentos físicos e simbólicos, trás dinamicidade para as fronteiras e podem ser vistas como agregadoras de possibilidades. No entanto, são inúmeros os desafios para se garantir direitos humanos, sociais, culturais e econômicos para estrangeiros vivendo no Brasil, notadamente de africanos e latino-americanos. Assim, destacamos a importância do processo de pesquisa de um campo que se revela desafiador para a Terapia Ocupacional frente à luta pelos direitos humanos e pelo respeito à diversidade.



- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS 


[423]

A CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA DE JOINVILLE

ALMERIZE VERÔNICA LEITE; FABIANA DOMECIANO

ABRATO-SC, JOINVILLE, SC, BRASIL

Palavras-chave: conselho; deficiência; terapia ocupacional

Resumo: O Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (COMDE) foi criado sob a Lei Nº4403 de 25 de setembro de 2001, no momento rege sob a Lei nº5888 de 16 de agosto de 2007. Constitui-se órgão colegiado de caráter permanente e composição paritária, com integrantes do governo municipal e sociedade civil. Com funções deliberativas, consultivas e fiscalizadoras. Atualmente está vinculado a Secretaria de Assistência Social do Município de Joinville. A formação deste conselho foi fruto da mobilização de entidades sem fins lucrativos, que prestam atendimento e assistência a pessoas com deficiência e profissionais, dentre eles o terapeuta ocupacional. O COMDE é uma referência nacional para o desenvolvimento de políticas que visem o atendimento, a prevenção e a cidadania de pessoas com deficiência. O conselho tem como proposta formular políticas públicas referentes aos direitos de acessibilidade, saúde, empregabilidade, transporte, escolarização e profissionalização, de acordo com princípios das Políticas Nacionais da Pessoa com Deficiência, acompanhar e fiscalizar a efetiva implantação da Política Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, oferecer subsídios para a elaboração de leis pertinentes à pessoa com deficiência, propor e realizar congressos, conferências, seminários e fóruns. Os profissionais de Terapia Ocupacional participam ativamente neste conselho, desde sua criação, atuando como: conselheiro, secretário executivo, presidente e vice- presidente. A Associação brasileira dos terapeutas ocupacionais, regional Santa Catarina (Abrato-SC), em Fórum de Eleição elegeu um conselheiro para atuar na gestão de 2012 e 2013. Neste momento o conselho conta com cinco terapeutas ocupacionais da esfera governamental e sociedade civil. Os terapeutas ocupacionais atuam efetivamente nas comissões de: Saúde e Reabilitação, Empregabilidade, Apoio Social, Educação, Engenharia, Arquitetura e Mobilidade Urbana, contribuindo com conhecimento científico nas intervenções realizadas, na criação de políticas públicas, na realização de palestras, nas fiscalizações, orientações e no parecer técnico do conselho. Conclui-se que a participação dos terapeutas ocupacionais nos conselhos é de suma importância para a profissão visto que a mesma sempre atua nas instancias de controle social. A representatividade visa garantir a efetivação dos direitos da pessoa com deficiência, assim como contribuir para a criação e reformulação de novas políticas públicas municipais.



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A PRIMEIRA INFÂNCIA INSTITUCIONALIZADA E O OLHAR DA TERAPIA OCUPACIONAL

MARCELA FAVILLA; HELOISA GAGHEGGI RAVANINI GARDON GAGLIARDO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, CAMPINAS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: criança institucionalizada; cuidado do lactente; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: A literatura ressalta os riscos de uma infância passada longe do convívio familiar e os prejuízos da permanência prolongada em instituições para o desenvolvimento de crianças. Objetivo: O estudo teve como objetivo caracterizar o perfil de desenvolvimento de crianças na primeira infância de um abrigo institucional. Metodologia: O estudo está aninhado em pesquisa ampla de caracterização de abrigos institucionais e perfil do desenvolvimento infantil em cidade interiorana de São Paulo. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas sob o parecer nº 130.275. Participaram deste estudo oito crianças com idades entre 2 e 24 meses, institucionalizadas em abrigo de caráter não-governamental da cidade de Campinas, SP. Para conhecer o perfil de desenvolvimento infantil, foi realizada consulta ao prontuário institucional e aplicação do roteiro da “Vigilância do desenvolvimento da criança de 2 meses a 2 anos de idade”, proposto pelo Manual para Vigilância do Desenvolvimento Infantil no Contexto da AIDPI. Trata-se de instrumento de avaliação para classificação do desenvolvimento infantil. Resultados/Discussão: De acordo com o roteiro de avaliação, quatro das oito crianças avaliadas apresentaram “possível atraso no desenvolvimento”, mais especificamente na área de linguagem. Considera-se que a integração dos aspectos biológicos e sociais influencia na aquisição de linguagem da criança. Nesta perspectiva, a interação social é considerada premissa fundamental para o desenvolvimento da linguagem, cujo desenvolvimento está relacionado com as interações que a criança mantém. O abrigo institucional é um local de moradia para muitas crianças em situação vulnerável, portanto, é de grande importância a estruturação desse contexto para a promoção do desenvolvimento infantil. O terapeuta ocupacional pode colaborar no cuidado dessa população e, juntamente a uma equipe interdisciplinar, contribuir para o desenvolvimento de ações e estratégias. Considerações Finais: Os resultados preliminares da pesquisa nos alerta em relação à condição de vulnerabilidade dessas crianças, considerando o seu histórico anterior à institucionalização, e também as consequências dela. A interação social é aspecto fundamental para o desenvolvimento da linguagem, assim como para o seu desenvolvimento global. Nesse sentido, deve-se pensar em ações que visam valorizar o contexto sociocultural em que estas crianças estão inseridas.



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CAPACITAÇÃO DO CUIDADOR COMUNITÁRIO: UM PROJETO CONTÍNUO DO CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL DA UNCISAL

MARIA IRACEMA LINS DOS SANTOS; KRYSLENE DOS SANTOS SOUZA ALCÂNTARA; SANDRA AIACHE MENTA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS, MACEIÓ, AL, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; cuidador comunitário; práticas comunitárias

Resumo: Introdução: O cuidador familiar é uma pessoa que recebendo a devida capacitação tem condições de prestar o cuidado de forma individualizada, levando em consideração as particularidades e necessidades da pessoa a ser cuidada, partindo dessa premissa, o curso de Terapia Ocupacional da Universidade Estadual de Alagoas – UNCISAL diante da demanda apresentada pelas comunidades adjacentes, que em sua maioria são constituídas de famílias de baixa renda que não tem condições de pagar um profissional especializado para atender a pessoa portadora de algum tipo de deficiência e/ou necessidades, oferece semestralmente o Curso de Cuidador Comunitário. Como forma de orientar o cuidador quanto à orientação quanto aos cuidados necessários para prevenir úlceras de pressão, encurtamentos e outras complicações decorrentes da falta de informações em relação a posicionamentos e cuidados especiais adequados destinados a este público. Objetivo: Relatar a dinâmica do curso de Cuidador Comunitário para a capacitação do cuidador familiar, e enfatizar a forma que este contribui para a melhoria da qualidade de vida de pessoas acamadas e/ou com limitações. Metodologia: Durante o curso foram utilizadas de dinâmicas, apresentações e discussões de vídeos, atividades em grupo e exposição dos temas com o apoio de slides, práticas de manuseios e palestras abordando diferentes áreas de atuação, tais como: orientações e condutas ergonômicas com enfoque na saúde do cuidador, direitos do idoso, da criança e do adolescente, noções básicas sobre primeiros socorros, treinamentos quanto às atividades de vida diária, alimentação, relacionamento familiar, mobilidade e transferência, cuidados com feridas e escaras. Através de uma equipe multidisciplinar, formada por: terapeuta ocupacional, médico, enfermeiro, assistente social, entre outros. Discussão: A partir deste curso é possível perceber a necessidade de se capacitar pessoas para o cuidado com pessoas acamados e/ou com limitações, pois a aquisição de novos conhecimentos é de fundamental importância para o aperfeiçoamento dos cuidados a estas pessoas, oferecendo-as uma boa assistência à saúde e consequentemente melhor qualidade de vida, além da abrangência social, visto tratar-se de um público de baixa renda. Considerações Finais: Cabe ressaltar que o cuidado no domicílio proporciona o convívio familiar, dessa forma, reduz as complicações decorrentes do processo de adoecimento, além de contribuir na reabilitação dos pacientes e resultar em uma maior compreensão e integração entre as necessidades da pessoa acamado e/ou com limitações e do cuidador.



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[491]

CONTANDO HISTÓRIAS: DESAFIOS DO PROJETO TOCCA /UFSM 

ALESSANDRA DE MOURA; ANDRÉA DO AMPARO CAROTTA DE ANGELI; CAROLINE PONCIO; ANELISE WONDRACEK

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL. 

Palavras-chave: terapia ocupacional; vulnerabilidade social na infância/juventude; cultura

Resumo: Introdução: A oficina de contação de histórias é parte do projeto TOCCA - Terapia Ocupacional, Corpo, Cultura e as Artes, do curso de Terapia Ocupacional- UFSM. Há dois anos o TOCCA, se volta a desenvolver propostas no âmbito da proteção integral à infância tendo como uma de suas ações, contar histórias. Trabalha-se com histórias retiradas dos contos infantis ou inventadas pelas crianças e, por meio destas, desenvolve-se ações plásticas em pequenos projetos com o grupo. Narrativas de si e do mundo se cruzam em um território onde é possível reescrever a própria história, repensar e inventar projetos de vida em uma ação conjunta da equipe e das crianças, a criação de redes de trocas afetivas e materiais, e a tessitura de um coletivo que negocia, compartilha e constrói junto saídas para as situações vividas. Este trabalho busca refletir acerca das diferentes facetas desta intervenção. Objetivos: Busca-se problematizar as ações da oficina de contação de histórias, dispositivo de atenção do projeto TOCCA. Metodologia: Por meio da construção de narrativas obtidas em nossos diários de campo e das imagens do processo da oficina de contação de histórias, vimos problematizando os efeitos de nossa intervenção refletindo em equipe acerca das possibilidades reais de transformação da vida cotidiana dos sujeitos envolvidos e suas redes de proteção social, observando os resultados do trabalho no cotidiano das crianças atendidas e na rede socioassistencial. Resultados/Discussão: As ações do projeto TOCCA enfrentam diversos desafios, no que tange à sua inserção em uma instituição de caráter assistencial, de cunho religioso e todas as problemáticas que engendra. Entendemos que nossas ações podem repercutir tanto na reprodução de valores sociais como na sua transformação. Busca-se, assim, tornar-se critico em relação ao nosso fazer de modo a compreender qual rumo tomamos, e de que maneira poderemos juntos com os sujeitos, projetar futuros onde possam inventar suas histórias sob outras bases, mais coerentes assim, com o respeito ao seu lugar de cidadão. Considerações Finais: Acredita-se na importância de fomentar práticas e produção de conhecimento critico em terapia ocupacional observando a potência do fazer artístico como produtor de outras possibilidades de invenção da vida e de participação social.




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UMA CARAVANA SOBRE DIREITOS: DIVULGANDO E ENSINANDO O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

ANA PAULA SERRATA MALFITANO; ROSELI ESQUERDO LOPES; LETÍCIA BRANDÃO DE SOUZA; MARIANA ROSSI AVELAR

UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: crianças; políticas públicas; escola.

Resumo: A presente proposta é concebida e realizada pela equipe do Núcleo da Universidade Federal de São Carlos do Projeto METUIA, que lida com estudos, pesquisas e formação de estudantes de graduação e de pós-graduação, além da implementação de intervenções em Terapia Ocupacional Social. O projeto “Caravana do ECA: Promovendo direitos e Articulando ações”, contemplado no edital Programa de Extensão Universitária PROEXT 2013, do Ministério da Educação, surge da compreensão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) como um importante marco legal para a construção de novos paradigmas acerca dessa população, a qual passa a ser vista como detentora de direitos. Tem como objetivo disseminar o ECA em todas as escolas públicas de ensino fundamental na cidade de São Carlos, totalizando 26, tanto para alunos quanto para professores e demais atores que compõem a equipe de trabalho escolar. A proposta é fruto da parceria do METUIA com a Secretaria Municipal Especial de Infância e Juventude, estabelecida em 2008, com o intuito de fomentar ações para fortalecer o trabalho em rede. Entre as ações está a oferta de capacitação sobre o ECA, sendo que esse projeto se debruça sobre sua disseminação e discussão nas escolas públicas locais. Por meio da realização de uma atividade lúdica nas salas de aula, propõe-se um diálogo sobre direitos, com o intuito de possibilitar um processo educativo que contribua com as construções transversais de educação para a formação de cidadãos críticos. A atividade tem o objetivo de ser disparadora e mediadora do diálogo acerca do ECA, por meio de vivências que suscitem a reflexão sobre os conceitos de direitos, de deveres e de suas garantias. Na atual etapa do projeto, visualiza-se que o mesmo vai além da perspectiva individual ou de coletivos dentro de territórios específicos, para trabalhar em níveis mais gerais, priorizando-se a sensibilização dos sujeitos e a divulgação, ainda necessária, do ECA. Vislumbra-se a promoção de maior apropriação da temática e de melhoria das discussões da sociedade em torno do tema das políticas públicas para o público infanto-juvenil. Como resultados, nota-se que a proposta favorece a aproximação com a legislação. Compreende-se que a vivência dessas crianças tem rebatimentos na apropriação da temática, destacando-se o potencial da atividade e o impacto da proposta lúdica dentro da escola. O terapeuta ocupacional apresenta-se, independentemente do foco de trabalho, como mediador capacitado a facilitar o acesso aos direitos, partindo-se da concepção de que o exercício da cidadania é fator significativo para a experiência da autonomia, um dos horizontes de nossa profissão.




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ARTICULAÇÃO ENTRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS E CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA – ES

TAINARA DEMUNER; GIOVANNA BARDI 

UFES, VITÓRIA, ES, BRASIL.

Palavras-chave: política pública; assistência social; centros de convivência para a terceira idade 

Resumo: Introdução: É notório que a população idosa vem crescendo no nosso país, fato que historicamente levou os serviços de atenção à saúde e à assistência social a se organizarem de forma a possibilitar aos idosos melhores condições de vida e acesso aos serviços sociais. Nesse bojo, diversas políticas no campo da assistência social foram estruturadas para dar seguimento às ações direcionadas para essa população, prevendo ainda a criação de espaços específicos para o seu acesso. A exemplo disso são criados os Centros de Convivência para a Terceira Idade (CCTI) que integram a rede de serviços da Proteção Social Básica do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) em Vitória, ES e outras localidades do país. Tais equipamentos podem ser apontados como parte importante da rede social formal de seus frequentadores, uma vez que auxiliam na criação de vínculos entre os idosos, favorecendo a sociabilidade e prevenindo o isolamento social. Objetivos: Levando em consideração a importância dos Centros de Convivência para a Terceira Idade, objetiva-se acessar dados gerais sobre estes locais (profissionais, usuários, atividades realizadas), a fim de acessar prioritariamente as atividades realizadas e o perfil do público atendido. Metodologia: Realizar-se-á aplicação de entrevistas semiestruturadas com os coordenadores ou profissionais que aceitarem participar da pesquisa e que estejam aptos a responderem questões gerais sobre o equipamento. Após a coleta dos dados, as entrevistas serão transcritas, fato que possibilitará um levantamento acerca das ações realizadas nos centros de convivência, também como um mapeamento sobre quem são os idosos que acessam o local, e posterior análise em consonância com as diretrizes apontadas nas políticas públicas de cunho assistencial sobre o tema. Resultados: Trata-se de uma pesquisa ainda em andamento, contudo, com embasamento nos primeiros dados acessados, acredita-se que o número de centros de convivência no município de Vitória – ES ainda seja insuficiente para garantir o acesso de toda a sua população idosa. Outro fator que deve ser levado em consideração é a localização dos mesmos, sendo que todos se encontram em bairros de classe média e classe média alta, não abrangendo os bairros de risco social e classe econômica desfavorável. Considerações Finais: Espera-se que a pesquisa nos forneça um panorama sobre quais ações tem sido efetuadas nos Centros de Convivência da Terceira Idade e que idosos tem conseguido atingir. Além disso, possuir um panorama acerca das redes sociais dos idosos de Vitória, ES, nos auxilia a refletir sobre novas formulações políticas e ações no que tange a atuação da Terapia Ocupacional com essa faixa etária.



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EXPLORANDO O TERRITÓRIO: UMA PROPOSTA DE DIVULGAÇÃO DE UM BLOG COM INFORMAÇÕES PARA A COMUNIDADE

LARISSA DE ANDRADE ALVES; MARAISE CRISTINA FERREIRA DE CASTRO; GRASIELLE SILVEIRA TAVARES PAULIN; PAULA TATIANA CARDOSO; MARINA LEANDRINI DE OLIVEIRA

UFTM, UBERABA, MG, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; promoção de saúde; materiais educativos e de divulgação 

Resumo: Introdução: O termo território expressa a existência de uma relação direta entre a ação profissional e o contexto concreto em que vive o sujeito-alvo da ação. O conhecimento desse território é de grande relevância para a equipe profissional, e para os próprios indivíduos inseridos na comunidade, pois é a partir do reconhecimento desse espaço que eles poderão acessar e transformar os recursos existentes, possibilitando uma ampliação do pertencimento e protagonismo social. Com base nisso, é essencial fortalecer os estudos e levantamentos sobre os territórios, bem como favorecer a divulgação dos mesmos, como forma de contribuir para a difusão destas informações, e apontar reflexões sobre sua eficácia e suas deficiências. Objetivos: Propiciar o conhecimento dos recursos territoriais da comunidade; expandir a rede de suporte social dos indivíduos e ampliar seu interesse e protagonismo diante dos recursos disponíveis na comunidade. Metodologia: Em 2012, foi elaborado por estagiários do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Triângulo Mineiro um blog com informações sobre equipamentos de saúde, cultura, lazer e educação disponíveis em todo território de Uberaba-MG. As próximas turmas de estagiários serão responsáveis pela complementação e divulgação do instrumento, que pretende ser um recurso para a população e os profissionais de saúde. Assim, esses alunos investirão na divulgação do blog para que a comunidade possa ter acesso a todos esses recursos territoriais disponibilizados e participar futuramente da ampliação desta estratégia. Para tal, serão utilizados: folders, divulgação em todos os locais de estágio e nos espaços onde ocorreram as ações de educação em saúde, bem como a mobilização dos agentes comunitários de saúde. Além disso, será realizado contato com a Secretária Municipal de Saúde em busca de apoio para utilização de recursos do próprio município. Resultados: Espera-se ampliar o conhecimento da população a cerca dos recursos territoriais existente em sua comunidade, para dessa forma torná-la mais pertencente e ativa em seu contexto. Acredita-se que a partir do conhecimento dos recursos pela comunidade, poderá ocorrer uma retroalimentação do blog que então deverá ser realizada com a participação dos usuários da comunidade como sujeitos ativos deste processo. Considerações Finais: As práticas dessa divulgação é fundamental para o engajamento da população em seu território, que podem compreender melhor como buscar ajuda e recursos dentro da sua comunidade. Portanto, é relevante que tais informações atinjam toda a população de Uberaba, através de projetos governamentais, da mobilização das equipes dos serviços de saúde e da própria comunidade.



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O USO DAS MÍDIAS SOCIAIS COMO RECURSO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL NA REINSERÇÃO SOCIAL DE PACIENTE VÍTIMA DE ESCALPELAMENTO

ERICA FARAT1 ; RENAN SILVA FERREIRA2

1.FSCMPA, BELÉM, PA, BRASIL; 2.UEPA, BELÉM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: inserção social; escalpelamento; blog

Resumo: Introdução: A navegação faz parte do cotidiano ribeirinha, que têm os recursos da mata e dos rios como fonte de sobrevivência. Nota-se que com o barco a motor, obteve-se maior rapidez no transporte, favorecendo os ribeirinhos em suas atividades. A baixa instrução e acesso à informação os levam a adotar improvisações, fixando o motor no centro do barco, com o objetivo de equilibrar o peso no mesmo. O eixo de rotação fica então sem proteção, localizado a uma curta distância dos passageiros, correndo o risco de ter seus cabelos entrelaçados no eixo e abruptamente arrancados do crânio, o que é chamado de escalpelamento. Objetivos: Compreender como o uso das mídias sociais pode facilitar o processo de reinserção social de paciente vítima de escalpelamento, analisar as mídias já utilizadas como recursos terapêuticos para reinserção social de indivíduos, compreender as repercussões da exclusão social no contexto de vida dos sujeitos em pesquisa e capacitar os sujeitos do estudo para utilizar as mídias como processo de reinserção social. Metodologia: Participou desta pesquisa uma mulher de 21 anos de idade, vítima de escalpelamento, que foi selecionada a partir da investigação dos cadastros da instituição. Também foi aplicada uma entrevista aberta com o sujeito de pesquisa e realizadas intervenções terapêuticas ocupacionais na ONG da qual esta faz parte. Os dados e observações foram analisados de forma qualitativa. Resultados/Discussão: Os resultados revelaram que o escalpelamento repercutiu em inúmeras mudanças no cotidiano da participante, o que lhe trouxe um sentimento de exclusão social, causado principalmente pela perda dos cabelos. Sua autoestima ficou bastante comprometida, bem como suas relações sociais, o que a afastou de seus familiares e amigos. Foi observada a expressão de sentimentos, como: medo, vergonha, ansiedade, tristeza, entre outros. Considerações Finais: Desse modo, acredita-se que a realização da pesquisa apresentou grande relevância, pois proporcionou um novo meio de comunicação, não somente com pessoas de seu convívio, mas com qualquer outra pessoa do mundo, o que lhe permite conhecer mais pessoas e veicular informações e campanhas relacionadas ao acidente, conscientizando uma parcela maior da população, permitindo que as pessoas tenham contato com essa temática, tão característica da região Norte do Brasil. Verifica-se, assim, a importância da assistência da Terapia Ocupacional, visando proporcionar um espaço de expressão e ressignificação dos fazeres e da vida, oportunizando o retorno dessa mulher às suas atividades ocupacionais significativas.



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EDUCAÇÃO POPULAR: UMA ESTRATÉGIA PARA O CONTROLE SOCIAL

MARLETE ANDRIZE DE OLIVEIRA; DANIELA LOCINDO SOUTO; TAÍSA GOMES FERREIRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.

Palavras-chave: controle social; educação popular; comunidades tradicionais

Resumo: Introdução: A Educação Popular é o campo de práticas que articula o saber técnico-científico com o conhecimento empírico da população. Seu ponto central é formar pessoas críticas para a realidade de seu contexto, que reivindiquem sua cidadania através da ligação com as organizações políticas, visando o empoderamento das comunidades, fortalecendo assim a Lei Orgânica 8.142/90 que visa o controle social. A Terapia Ocupacional (T.O) corrobora, na concepção das suas ações, que visam a potencialização do sujeito e de sua comunidade, fortalecendo os vínculos entre o individuo e território. Assim, quando articulada com a Educação Popular, fortalece a construção das práticas do cuidado, e da participação social, por meio da perspectiva da integralidade, horizontalidade e empoderamento social. Objetivo: Discutir como a Educação Popular em Saúde pode fortalecer o controle social e sua articulação com a Terapia Ocupacional. Metodologia: Trata-se de um relato de experiências vivenciadas no ano de 2012, em uma formação de Promotores Populares em Saúde, promovido pela Articulação Nacional de Movimentos de Educação Popular e Práticas em Saúde. Resultados/Discussões: Observou-se no espaço de formação o empoderamento dos líderes sociais no momento que traziam suas demandas para o grande grupo, sentindo-se a vontade para compartilhar suas opiniões e necessidades. Acredita-se que esta facilidade em se posicionar estaria ligada ao modo que a formação se construiu, seguindo a lógica defendida por Paulo Freire, da horizontalidade de saberes, autonomia do sujeito e educação como prática libertadora. A partir da linguagem Freireana é possível conceituar de forma concisa os objetivos da Educação Popular. “A pessoa conscientizada é capaz de perceber claramente, sem dificuldade a fome como algo mais do que seu organismo sente por não comer, a fome como expressão de uma realidade política, econômica, social, de profunda injustiça”. (Freire 1994, p. 225). Segundo a World Federation of Occupacional Therapy (2003), a Terapia Ocupacional é um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia das pessoas que, por razões ligadas a problemáticas específicas, apresentam, temporariamente ou definitivamente, dificuldades na inserção e participação na vida social. Considerações Finais: Percebeu se que a Educação Popular possibilita a população, que possui dificuldades de acesso à saúde diagnosticar suas demandas e defendê-las por meio do controle social. Assim, fortalecendo a participação na tomada de decisões e a Terapia Ocupacional atua como um mediador e articulador neste processo de empoderamento.



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[598]

CURSO DE CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE MENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

LUÍS FELIPE FERRO1; ALINE DA CRUZ WUDARSKI2; ALINE RAMOS DOS SANTOS2; THAÍS AMANDA BOLSON MORETTO2; MARILÚ LANGE HARTWIG2; MARINA RODRIGUES LIMA2

1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, SP, BR; 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITBA, PR, BR.

Palavras-chave: controle social; terapia ocupacional; educação em saúde

Resumo: Introdução: O controle das ações públicas constituiu-se como diretriz integrante do Sistema Único de Saúde ao momento de sua previsão legislativa, tomando estrutura operacional a partir da portaria 8142/90. O controle social prevê a possibilidade de participação da sociedade civil na construção, acompanhamento e fiscalização das políticas públicas. Embora com mais de 20 anos de instituição legal, a fragilidade da população, em especial de seus segmentos mais vulneráveis, em reivindicar ações em saúde que respondam às suas demandas é preocupante. A partir deste panorama, o curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná, em parceria com a Associação de Apoio aos Portadores de Distúrbios de Ordem Mental, vem realizando cursos semestrais de controle social com foco na ampliação da defesa dos direitos da pessoa com transtorno mental. Em sua sexta-turma, o curso é voltado a usuários, familiares e profissionais vinculados ao campo da Saúde Mental. Objetivo: Apresentar a estruturação do curso de controle social enquanto possibilidade para o trabalho do terapeuta ocupacional. Metodologia: Relato da experiência de 3 anos da ministração do Controle Social em Saúde Mental: praticando cidadania, apresentando sua estrutura metodológica e reflexões. Resultado/Discussão: O curso, com base nos ideais da pedagogia libertadora, apresenta a saúde mental e o controle social em sua estrutura legislativa e organizacional e as variadas possibilidades de ação e dificuldades destes campos. Enquanto estrutura didática, as problemáticas vivenciadas pelos participantes na saúde mental direcionam a apresentação de legislações que garantam os direitos da pessoa com transtorno mental e para a estruturação conjunta de caminhos concretos de enfrentamento. Quanto ao processo de amadurecimento do curso, diferentes transformações se deram ao longo de suas 6 turmas. Com o gradual envolvimento dos ministrantes no território, pessoas e instituições importantes na defesa dos direitos humanos passaram a compor parceria. Desta forma, representantes da imprensa, Ministério Público, Conselho de Saúde, etc, puderam apresentar falas junto ao curso, relatando o objetivo de suas instituições, formas de acesso e encaminhamento de denúncias, de maneira a proporcionar maior intimidade dos participantes com a rede de proteção. Considerações Finais: A troca entre os participantes do grupo pôde proporcionar quadro de problemáticas regionais importante. Com isto, os participantes puderam acionar a rede de proteção, encaminhando as mais variadas denúncias e dossiês aos órgãos competentes. Para além, este escopo proporcionou parcerias para o fortalecimento de associações e representações.




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[608]

INSERÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM UM GRUPO DE CRIANÇAS EM VULNERABILIDADE SOCIAL DE UMA ONG

THAIS FERNANDA OLIVEIRA; REGINA YONEKO DAKUZAKU CARRETTA

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; vulnerabilidade; crianças

Resumo: Introdução: No território de uma unidade de saúde da família localizado no Distrito Oeste da cidade de Ribeirão Preto-SP, encontram-se áreas de favela e crianças em situação de risco ou vulnerabilidade. Esta situação se dá pelo contexto em que vivem, onde permeia a precariedade de serviços públicos, tais como de educação, cultura, lazer e segurança pública, de moradia, questões socioeconômicas das famílias, gerando ausência de espaços para o desenvolvimento de brincadeiras e de convivência. Diante tais condições, observou-se a necessidade de intervenção e estratégias coletivas com essas crianças, considerando o contexto em que se encontram, a exclusão social da comunidade e o enfrentamento de estigmas e preconceitos vivenciados pela comunidade. Objetivos: Descrever o processo de inserção da Terapia Ocupacional e seu papel junto ao grupo de crianças em vulnerabilidade social e a ONG. Método: O grupo acontece em encontros semanais com duração de 1hora e 30 minutos no período vespertino, com crianças de 05 a 12 anos, onde a inserção da Terapia Ocupacional se deu pela necessidade de proporcionar um ambiente do brincar, estimulando o desenvolvimento dessas crianças, oferecendo oportunidades ocupacionais criativas e reflexivas, minimizando as influências dos fatores de risco como drogas, violência, entre outros. Também cabe à terapia ocupacional proporcionar uma visão ampla das demandas trazidas pelas crianças e adaptar as atividades para abordar a questão da vulnerabilidade social. Resultados: A Terapia Ocupacional proporcionou a estas crianças e à ONG em questão um espaço de conhecimento, reflexão, criatividade, esclarecimento de dúvidas, vínculo com outros profissionais da saúde, e ampliou a visão dessa população a cerca de problemas sociais como a utilização de drogas, sexualidade e violência. Considerações Finais: Constatou-se um progresso que inclui facilidades de desenvolvimento em atitudes, participação social e conscientização dos vários temas abordados. Essas intervenções auxiliaram no melhor desenvolvimento biopsicossocial das crianças e suprem parte dos déficits que estas sofrem pela situação de risco e vulnerabilidade em que estão. Com base nos resultados obtidos até o momento, o projeto continua ativo, tendo o apoio do Programa Aprender com Cultura e Extensão da Pró-reitoria de Cultura e Extensão.



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[638]

A INSERÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM ATIVIDADES DE LAZER E PARTICIPAÇÃO SOCIAL

BRUNA SIMOES DRUZIANI

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; deficiência; lazer

Resumo: Introdução: Para a Terapia Ocupacional o Lazer é definido como as atividades contidas dentro de um campo de ações não obrigatórias, motivadas intrinsecamente e realizadas durante o tempo livre do sujeito. O Lazer como dispositivo e ocupação relacionado à promoção de qualidade de vida liga-se diretamente a manutenção, prevenção e promoção a saúde. No entanto sabemos que quando se trata de pessoas com deficiência percebemos uma grande fragilidade de ações nas esferas pública e privada em saúde no Brasil, por isso há necessidade dos profissionais que trabalham com a reabilitação se preocuparem com o desempenho dessa área da ocupação humana, assim como, com a condição de exclusão das pessoas com deficiência das atividades de participação social e Lazer. Ainda, pensa-se ser necessário que esta dimensão de atenção em saúde seja articulada a rede de Atenção Básica a Saúde. Objetivos: Discutir os resultados parciais de uma pesquisa que está sendo desenvolvida em nível de iniciação científica no Curso de Terapia Ocupacional da USP-Ribeirão Preto que visa conhecer as dificuldades de realização de lazer de pessoas com deficiências, adquiridas ou congênitas, nas áreas física, mental, sensorial, e múltipla e identificar suas necessidades e desejos na vida cotidiana. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de abordagem metodológica qualitativa. A técnica de coleta de dados é a entrevista de história de vida e a técnica de análise de dados é a análise temática de conteúdo. Resultados/Discussão: Observou-se através dos depoimentos isolamento social dos sujeitos entrevistados, permanência dos sujeitos nos domicílios apresentando poucas saídas para ambientes sociais. Os sujeitos referem sentimentos de vergonha, impotência e incômodos variados perante a sociedade. Também referem dificuldades geográficas de acesso aos ambientes sociais; obstáculos psicossociais tais como constrangimento de pessoas sem deficiência, ausência de tecnologias assistivas, adaptações ambientais e relações de solidariedade. Considerações Finais: Percebe-se pelos depoimentos que há uma defasagem na realização de atividades de lazer apresentada pelos sujeitos da pesquisa. Os sujeitos se isolam socialmente, sendo que sua sociabilidade restringe-se aos membros familiares, não apresentando participação social, principalmente a de lazer, que é considerada de menor importância na escala de valores dos sujeitos comparadas com as atividades consideradas de extrema necessidade, como ir ao médico. Há uma falta de políticas públicas voltadas a essa população e que regulamentem modificações ambientais e culturais para o acesso de pessoas com deficiência em todos os equipamentos sociais da coletividade.




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[647]

PESQUISANDO AS AÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL NA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA INFANTIL

FABÍOLA LEITE COSTA; ANDRÉA DO AMPARO CAROTTA DE ANGELI; LENISE OLIVEIRA MEDEIROS; LUISE FERREIRA DE QUEIROZ

UFSM, SANTA MARIA, RS, BRASIL.

Palavras-chave: violência doméstica; terapia ocupacional; social

Resumo: Introdução: A atual conjuntura da violência doméstica contra crianças e adolescentes em nosso país reverbera a necessidade de ampliação de estudos e pesquisas sobre o assunto, para compreensão e identificação dos principais fatores e determinantes que a estabelecem. Visto que esse fenômeno envolve as diferentes esferas sociais, estando presente em todas as camadas, passando de um campo individual para o coletivo atingindo de forma acentuada a sociedade em geral. São essenciais ações preventivas na comunidade buscando a redução dos riscos de violência e promoção da cultura da paz no território (BRASIL, 2006). Nesse âmbito a Terapia Ocupacional se insere com uma concepção de clínica ampliada interligando serviços do SUS e SUAS que na prática já são interdependentes. (MALFITANO,2005). Objetivo: Apresentar parcialmente os resultados da revisão bibliográfica desenvolvida sobre as relações entre a violência doméstica e as possibilidades de intervenção do terapeuta ocupacional neste campo. Metodologia: Trata-se da apresentação parcial de dados de uma revisão bibliográfica. Para a construção desta pesquisa vem desenvolvendo-se um estudo a respeito da temática abordada no presente trabalho em artigos científicos e revistas de terapia ocupacional com base em dados (nacionais) nos últimos 5 anos. Resultados/Discussão: As violências se interpõem como iminência ao direito à vida e à saúde de crianças e adolescentes. Atuar na vanguarda da saúde pública implica conhecer os tipos e natureza da violência (física, sexual, psicológica e negligência), suas formas e manifestações e as consequências que esse quadro estabelece (BRASIL, 2010). O enfrentamento desta problemática visa contemplar a necessidade de estratégias de prevenção, defesa e responsabilização, assim como atendimento e cuidado com as pessoas inseridas nesse contexto (ROCHA et. al.2011). Nesse sentido, é de extrema importância a análise sobre a atuação do terapeuta ocupacional diante das questões da violência doméstica, refletindo acerca das ações intersetoriais e interdisciplinares, assim como, nesta interface saúde e social marcante neste campo. Considerações Finais: Desse modo, entende-se a importância da construção de práticas e discussões teóricas e metodológicas em terapia ocupacional nesta área que possam dar subsídios ao profissional que se depara com sujeitos vitimas de violência dentro do contexto do sistema único de saúde, mas também no sistema único de assistência social em seus diferentes níveis de complexidade.


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[668]

ATIVIDADES CONTEXTUALIZADAS EM UM GRUPO DE CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADES SOCIAL

REGINA YONEKO DAKUZAKU CARRETTA; THAIS FERNANDA OLIVEIRA; MIRELA MENDES RODRIGUES; GABRIELA CASEIRO ALMEIDA SILVA

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO USP, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; fator de risco; crianças

Resumo: Introdução: A situação de vulnerabilidade é estar exposto a fatores de riscos e dificuldades de acesso às condições habitacionais, sanitárias, educacionais e de trabalho, participação e acesso às informações e as oportunidades. No território de uma unidade de saúde da família localizado no Distrito Oeste da cidade de Ribeirão Preto-SP, encontram-se áreas de favelas ou urbanização recente e crianças em situação de risco ou vulnerabilidade. Considerando tais condições, viu-se a necessidade de intervenção e estratégias coletivas, para proporcionar espaços de desenvolvimento de atividades contextualizadas no ambiente da comunidade. Objetivos: Descrever atividades considerando as demandas trazidas pelas crianças e pelo contexto em que se encontram, buscando o desenvolvimento desse grupo de crianças residentes na área do Núcleo de Saúde em questão. Metodologia: O grupo é formado por crianças (05 a 12 anos), em que se utilizam atividades lúdicas, em encontros semanais de 1hora e 30 minutos no período vespertino. As atividades foram coordenadas por uma residente de Terapia Ocupacional do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Integral à Saúde e de uma discente do curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo (USP). As atividades foram divididas em blocos, destacando neste trabalho as de contexto social, como atividades de conscientização sobre as drogas e sua utilização (atividade de desenho sobre o que elas conheciam ou as que já tinham sido expostas), sexualidade (confecção de painel sobre as diferenças entre homem e mulher, explicação dos riscos a cerca da gravidez e doenças sexualmente transmissíveis), e violência (roda de conversa sobre situações já vividas pelas crianças e desenho sobre o tema). Busca-se gerar uma reflexão, conceituar as crianças sobre os problemas sociais vistos e/ou vividos por elas e criar estratégias de enfrentamento. Resultados: Houve o favorecimento do desenvolvimento progressivo e gradativo dessas crianças, atingindo os objetivos de ampliar suas vivências, desenvolver habilidades de convívio social. Considerações Finais: Avalia-se que estas intervenções colaboraram para um melhor desenvolvimento psicossocial das crianças. Através de tais resultados positivos o projeto teve continuidade, tendo o apoio do Programa Aprender com Cultura e Extensão da Pró-reitoria de Cultura e Extensão, aumentando as possibilidades de atuação junto a esta população, diante das demandas observadas, além de contribuir para formação do bolsista do projeto, graduando de Terapia Ocupacional.

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[699]

ADEQUAÇÃO DE PRÓTESES OCULARES EM REABILITAÇÃO VISUAL – CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL E DO SERVIÇO SOCIAL

GLEDSON NUNES DA SILVA1 ; PATRICIA VALESCA FERREIRA CHAVES2 ; FRANCINE DE SOUZA DIAS1 ; TALITA SILVÉRIO DE SOUZA SILVA3 ; ROZILEA MARA FELIPES MIRANDA3

1.AFAC, NTERÓI, RJ, BR; 2.CREFITO-2, RIO DE JANEIRO, RJ, BR; 3.IFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BR.

Palavras-chave: prótese ocular; sus; relações sociais

Resumo: O objetivo do resumo é apresentar o trabalho de adequação de próteses oculares e lentes esclerais realizado por uma equipe formada por terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, bem como situar estes recursos como instrumentos para o fortalecimento dos vínculos comunitários e para valorização da autoestima, por isso da saúde e da vida da pessoa com deficiência visual e defender sua oferta pelo Sistema Único de Saúde – SUS a partir da experiência de profissionais em exercício no único Centro de Reabilitação Visual do Estado do Rio de Janeiro, até a presente data. O fornecimento de Prótese Ocular e de Lente Escleral são procedimentos relativamente recentes no Brasil, sobretudo no SUS, pois não são todos os Estados que o oferecem nesta modalidade. No Rio de Janeiro, Estado sede desta Pesquisa e Experiência Profissional, somente um Centro de Reabilitação oferece este serviço no âmbito do SUS: a Associação Fluminense de Amparo aos Cegos – AFAC, portanto, este estudo tem como base a estrutura existente neste Estado e a defesa da necessidade de se produzir conhecimento à partir da prática profissional dos setores de Serviço Social e Terapia Ocupacional da instituição. A prótese ocular e a lente escleral são peças clínicas de resina acrílica, e geralmente confeccionadas à mão, que têm como objetivo a restituição do aspecto natural do olho, do ponto de vista estético, preservando os movimentos e a forma de um olho normal, além de funcionar também como proteção, uma vez que impede que corpos estranhos atinjam o local. Estes equipamentos são indicados após a evisceração ou enucleação. Isto pode ocorrer tanto por motivo de doença, quanto por acidentes e lesões graves ou formação congênita. A prótese ocular surge como um método para a correção estética desta lesão, recuperando o movimento natural das pálpebras. Sendo a lente escleral, utilizada após colocação de implante ou outros procedimentos, objetivando o mesmo que a prótese. Se a limitação sensorial reflete diretamente a forma como o sujeito será concebido e conceberá a sociedade, o dano estético existente em virtude dessa deficiência torna-se mais um obstáculo na garantia da convivência familiar e comunitária sem preconceito e discriminação, dobrando o sofrimento e a rejeição vivenciada pela pessoa, já que a imagem defeituosa, a deformidade ali presente, desperta todos os tipos de intolerância do ser humano para com o outro. Por este motivo, faz-se necessária a compreensão destes recursos como instrumentos facilitadores das relações sociais que devem ser garantidos através do SUS em todo o território nacional.


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[710]

MAPEANDO E ANALISANDO AS INTERVENÇÕES E AS PROPOSIÇÕES DE ATIVIDADES NA TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL

MARIA LUIZA MANGINO CARDOSO; CARLA REGINA SILVA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: atividades; terapia ocupacional social; documentário

Resumo: A Terapia Ocupacional na década de 1970 passou por questionamentos acerca de novas perspectivas de suas bases teóricas e práticas, contribuindo com este histórico, em 1998, o Projeto Metuia começa a se estruturar e direciona suas ações para o campo social através de três diretrizes norteadoras: ensino, pesquisa e extensão. O presente trabalho apresenta uma pesquisa que teve como objetivo mapear e analisar as intervenções e proposições realizadas pelo grupo de destaque nacional acerca da Terapia Ocupacional Social, sob o enfoque das atividades e recursos, desde sua concepção teórica à aplicação e utilização prática. Devido às concepções acerca das atividades utilizadas e fomentadas pela Terapia Ocupacional Social, vislumbramos a necessidade e a importância, além de sua compreensão, de uma maior apreensão deste campo acerca do que se tem produzido em suas intervenções e práticas, assim como, nas produções teóricas, acadêmicas e científicas. Para tanto, foi realizado levantamento bibliográfico das ações produzidas, além de referências publicadas pelo grupo, sistematização acerca das equipes (estudantes da graduação e pós-graduação, pessoas externas, outros), parceiros, público-alvo e principais atividades realizadas. Além disso, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com as principais coordenadoras, docentes e técnicas dos três distintos Núcleos do Metuia (São Carlos, São Paulo e Santos - SP). A partir desse material coletado e produzido foi realizado roteiro, selecionadas imagens de atividades desde 1998 e criado um vídeo-documentário, que apresenta a história do grupo, os principais projetos, populações e comunidades atendidas, metodologias e estratégias de ação, assim como, quais principais recursos utilizados e suas distintas concepções. Como resultado principal da pesquisa além do produto audiovisual, temos o mapeamento das ações e o registro como importante ferramenta para memória e divulgação dos dados. Reconhecemos importância significativa na recuperação da memória, nas composições de conceitos utilizadas por cada núcleo alvo de entendimento das atividades em Terapia Ocupacional e na construção audiovisual de caráter documental, concomitantemente sua divulgação. Sendo assim, foi possível fomentar novas interpretações e compreensões acerca das conceituações e práticas relacionada às atividades que contribuirão para a produção de prática e de conhecimento na área e, ainda, para a necessidade da Terapia Ocupacional em ampliar seu olhar em relação aos distintos campos e populações alvo.


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[723]

COMPARTILHANDO SABERES COM ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)

DÉBORA ALVES DE MATOS PONTES; ANNA ADELAIDE MELO MIRANDA; BEATRIZ CUNHA CAVALCANTE; CAMILA FLORA DE LIMA; OLGA MARIA RAMALHO DE ALBUQUERQUE; TATIANA BARCELOS PONTES 

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - FACULDADE DE CEILÂNDIA, CEILÂNDIA, DF, BRASIL. 

Palavras-chave: promoção da saúde; eja; pesquisa-ação

Resumo: Introdução: A educação é um fenômeno histórico-social que ocorre durante toda a vida do ser humano. Nesse sentido a escola exerce a função de espaço social promotor da saúde, por meio da valorização e do suporte à construção de um ambiente saudável estabelecendo, ao mesmo tempo, as bases de uma gestão pública que apresenta nova forma de olhar a vida e a saúde. Objetivo: Identificar necessidades dos sujeitos de pesquisa, proporcionando assim uma melhor atuação na promoção da saúde. Metodologia: O método empregado foi a pesquisa ação, tipo de pesquisa social com base empírica, concebida e realizada em estreita associação com a resolução de um problema coletivo, na qual pesquisadores e participantes representativos da situação estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. Para isso utilizaram-se dinâmicas e rodas de conversa nos seis encontros realizados. Este trabalho foi realizado por acadêmicos da Universidade de Brasília – Faculdade de Ceilândia no decorrer da disciplina de Promoção da Saúde. As intervenções aconteceram em parceria com 18 estudantes com idade entre de 20 e 63 anos da turma de alfabetização da educação de jovens e adultos do Centro de Ensino Fundamental 404 em Samambaia, DF. Resultados: As necessidades identificadas foram: possuir uma casa, ter mais segurança na escola, saber mais informações sobre aposentadoria. Na sequência, o grupo de estudantes do EJA sugeriu as propostas de solução priorizando as necessidades coletivas. Para aumentar a segurança na escola os próprios estudantes identificaram o telefone para efetuar as denúncias de consumo de drogas. Para saber mais sobre a aposentadoria, elaborou-se um folheto contendo as informações necessárias. Para atender à necessidade de possuir uma casa foi verificada a posição dos inscritos na Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (CODHAB) e uma das estudantes era a sexta colocada em sua cooperativa. O principal resultado para os acadêmicos foi a apropriação dos conceitos teóricos debatidos na disciplina por meio da sua aplicação prática. Salienta-se também a importância da escuta ativa e qualificada de cada um dos estudantes do grupo que falaram de sua trajetória de vida, suas dificuldades e anseios para o futuro. Desse modo, mesmo os mais tímidos conseguiram expressar suas aspirações. Considerações Finais: Os participantes falaram sobre suas necessidades e encontraram soluções tornando-se co-autores na construção de ambiente de suporte para uma vida com mais saúde. Isso os ajudou a se perceberem como protagonistas na modificação de situações existentes em seu próprio meio social.




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[750]

INCLUSÃO DIGITAL: RELATO DE CASO DE INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL COM IDOSA DE 75 ANOS PARA O USO DO CELULAR

DANIELLE FERREIRA MAZETTO; LARISSA SILVA ALVES; GEÓRGIA CAMILA DE FARIA; DANIEL GUSTAVO DE SOUSA CARLETO

UFTM, UBERABA, MG, BRASIL. 

Palavras-chave: inclusão digital; idosos; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: Atualmente os idosos têm uma forte tendência a permanecer conectados com o mundo digital, e assim buscam aprimorar o uso desses aparelhos especialmente para a comunicação com familiares e amigos. A inclusão digital pode proporcionar, além do conhecimento digital, interação social, aprendizado e enfrentamento de desafios, assim como a valorização da autoestima, da autoimagem e da qualidade de vida. Este relato de caso foi desenvolvido por acadêmicos de Terapia Ocupacional em uma Unidade de Atenção ao Idoso (UAI) na cidade de Uberaba/MG. Objetivos: Descrever o processo de intervenção terapêutico ocupacional desenvolvido junto a uma idosa de 75 anos, no processo de inclusão digital. Metodologia: Os encontros ocorreram uma vez por semana com duração de uma hora por um período de quatro meses. A princípio foi entregue a idosa uma apostila com imagens que trazia o passo a passo de cada função do celular para que pudesse ser utilizada no horário de intervenção e em casa como suporte para o aprendizado. A prática se deu de forma explicativa no celular touch screen de propriedade da idosa com posterior repetição do que havia sido aprendido. No início ela manifestou medo e insegurança no manuseio do celular e dificuldade em se lembrar do passo a passo, desta forma o conteúdo era sempre repetido na semana seguinte para fixação e memorização e somente se passava para o próximo recurso quando a idosa já manifestava segurança no anterior. Resultados/Discussão: O método utilizado se mostrou eficaz já que a idosa ao final demonstrou eficiência na utilização dos recursos do celular como: ligar e desligar o celular, colocar no modo silencioso, adicionar contatos, realizar chamadas, visualizar chamadas, enviar e receber mensagens, ativar e desativar despertador, tirar e visualizar fotos, fazer vídeos e visualizá-los, ativar e desativar bluetooth e ouvir músicas. Com a repetição do que foi aprendido na semana anterior e o uso da apostila, fortaleceu o aprendizado, possibilitou superação do medo e da dificuldade em se lembrar do passo a passo. Considerações Finais: A compreensão das necessidades do individuo como, habilidades cognitivas para aprendizado de novas tarefas requer do profissional terapeuta ocupacional o olhar, a escuta e atenção voltados às necessidades e potencialidades a serem desenvolvidas e ainda adaptação e graduação da atividade.


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[757]

CONSELHO DE SAÚDE ENQUANTO ESPAÇO METODOLÓGICO PARA O TRABALHO ACADÊMICO EM COMUNIDADES

LUÍS FELIPE FERRO 

UNIVERSIDADE FEDERAL D PARANÁ / UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, CURITIBA, PR, BRASIL.

Palavras-chave: controle social; terapia ocupacional; mobilização social

Resumo: Introdução: A Constituição Brasileira, outorgada em 1988, prevê a participação da comunidade no controle das ações públicas. O controle social encontra estrutura organizacional na lei 8.142/90, a qual prevê os conselhos de saúde como um dos espaços de fiscalização, construção e acompanhamento das políticas públicas no campo da saúde. Ainda, a lei 8.080/90 prevê, enquanto diretriz para o campo de ação do SUS, a ordenação da formação de recursos humanos na área da saúde. O campo da Educação, por sua vez, vem criticando de maneira incisiva o distanciamento da Universidade e suas práticas de ensino-pesquisa-extensão da comunidade e suas problemáticas. Objetivo: A partir da vivência junto ao projeto Controle Social em Saúde Mental: cidadania em construção, é intenção do material que se apresenta discutir e apresentar a potência dos conselhos de saúde enquanto espaços metodológicos para o trabalho acadêmico. Metodologia: nas limitações de um ensaio reflexivo, o material pretende apresentar estruturas e reflexões possíveis para conciliar o trabalho acadêmico aos conselhos de saúde. Resultados: A configuração do conselho de saúde, aberto à participação de diferentes segmentos, sejam de usuários, profissionais, gestores ou prestadores de serviços, imprime ao equipamento uma qualidade ímpar. Através do conselho de saúde, o docente pode inserir-se em uma comunidade, conhecendo suas representações atuantes. A partir da vivência, o docente pode aproximar-se de maneira íntima das dificuldades vivenciadas pela comunidade no campo da saúde, proporcionando guias para a composição de ações parceiras. A configuração do conselho permite ao docente, ainda, a contato estratégico com agentes/instituições importantes para a compreensão da problemática da saúde a ser investida, proporcionando guias para a composição de ações de ensino/pesquisa/extensão, amadurecendo, até mesmo, projetos e desenhando caminhos frutíferos para seu fortalecimento. Alguns conselhos podem, ainda, ter comissões temáticas, o que proporciona maior foco para o docente no envolvimento específico com sua área de afinidade. Para além, o espaço do conselho proporciona formação mútua de seus agentes. O envolvimento com o conselho pode também, para além do direcionamento e composição mais concisa de ações voltadas a responder às demandas comunitárias e instaurar-se como comunidade interpretativa, validando pesquisas e ações acadêmicas. Considerações Finais: Talvez possa ser a partir do estabelecimento dos Conselhos de Saúde, como um dos pilares e instância democrática-guia para ações acadêmicas, que a prerrogativa do SUS de ordenação da formação de recursos humanos possa iniciar-se em viabilização pragmática.


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[763]

A DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO EM SAÚDE MENTAL: DIFICULDADES DA MOBILIZAÇÃO POPULAR

ALINE RAMOS DOS SANTOS1; MARILÚ LANGE HARTWIG1; LUÍS FELIPE FERRO2; LUANA MARIA ALMEIDA1; THAÍS AMANDA BOLSON MORETTO1; ALINE DA CRUZ WUDARSKI1

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ / UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, CURITIBA, PR, BRASIL. 

Palavras-chave: controle social; terapia ocupacional; saúde mental

Resumo: Introdução: A construção do SUS e da Rede de Atenção Psicossocial pauta-se em uma nova proposta de produção de saúde, que inclui o controle social como atuação organizada da sociedade civil na construção, acompanhamento e fiscalização das políticas públicas. No entanto, nota-se frágil mobilização popular na saúde mental para exercer este direito, o que toma dimensão ainda mais preocupante quanto à participação política dos usuários e seus familiares. Objetivo: Investigar as dificuldades da mobilização popular para o exercício do controle social em saúde mental e explorar possibilidades de transposição dos obstáculos identificados. Metodologia: Realizou-se uma pesquisa qualitativa estruturada pela pesquisa-ação, viabilizada pelo Programa de Iniciação Científica da Universidade Federal do Paraná. Os envolvidos participaram nas reuniões de uma Comissão de Saúde Mental do Paraná, vinculada ao Conselho Municipal de Saúde, e executaram grupos focais nos quais discutiram as dificuldades da mobilização popular e elaboraram estratégias para enfrentá-las. Coletaram-se os dados por meio dos diários de campo das reuniões da Comissão e das transcrições dos áudios dos grupos focais. Resultado: No período de julho de 2012 a abril de 2013, constataram-se como dificuldades para a mobilização popular a cultura de abstenção à participação política devido à descrença em seu poder de transformação; a falta de organização popular para o acionamento de seus representantes nos espaços de controle social e o precário acesso à informação sobre direitos e como protegê-los. Como estratégias de enfrentamento às barreiras utilizaram-se a coleta das necessidades dos usuários e familiares seguida por suas apresentações na Comissão por meio de representantes; o desenvolvimento de um website como recurso de efetivação de denúncias por parte dos usuários e de diálogo entre a base e uma associação de defesa dos direitos de usuários e familiares; e a divulgação de folders nos Centros de Atenção Psicossocial do município com temas como a Rede de Atenção Psicossocial, o Projeto Terapêutico Singular, os direitos da pessoa com transtorno mental, a Comissão como espaço de controle social e associações de defesa dos direitos dos usuários. Considerações Finais: Embora com dificuldades, foi possível combater alguns impasses à mobilização popular em saúde mental por meio de ações elaboradas em conjunto por representantes dos diferentes segmentos, cada qual com diferentes perspectivas da realidade, o que instrumentaliza o grupo a intervir criativamente junto ao controle das políticas públicas.



- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS


[768]

CRENÇAS E PRÁTICAS PARENTAIS NA RELAÇÃO ENTRE AUTOCUIDADO E PARTICIPAÇÃO EM TAREFAS DOMÉSTICAS

RAFAELLE GRACINE DE SOUZA MONTEIRO1; KAROLINA ALVES ALBUQUERQUE2; MARISA COTTA MANCINI2 ;  KENNEA MARTINS ALMEIDA1

1.UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL; 2.UFES, VITÓRIA, ES, BRASIL. 

Palavras-chave: relações familiares; paralisia cerebral; tarefas domésticas

Resumo: Introdução: O processo de desenvolvimento promove aprimoramento do repertório de habilidades funcionais da criança e a independência na rotina diária. Tais desfechos têm ritmo e forma específicos, influenciados pelas crenças e práticas dos cuidadores; esta influência pode manifestar-se de maneira distinta em famílias de crianças normais e famílias de crianças com deficiências. Objetivo: Avaliar a interação das crenças e práticas parentais na relação entre desempenho funcional e participação em tarefas domésticas, em crianças com paralisia cerebral (PC) e com desenvolvimento normal (DN). Metodologia: Estudo transversal, com 80 crianças entre seis e sete anos de idade (40 com PC e 40 com DN). As crenças e práticas do principal cuidador foram avaliadas pela Escala de Crenças Parentais e Práticas de Cuidado E-CPPC, o desempenho funcional pelo Pediatric Evaluation of Disability Inventory-PEDI (partes I e II em autocuidado), e a participação em tarefas domésticas mensuradas pelo questionário Children Helping Out – Responsibilities, Expectations and Supports-CHORES. Índices de correlação Speramn Rank testaram associações bivariadas e modelos de regressão múltipla analisaram os efeitos dos escores da E-CPPC nas associações encontradas entre os escores do PEDI e CHORES, em cada grupo. Tais modelos verificaram o efeito moderador de crenças e práticas dos cuidadores na relação entre desempenho funcional e participação em tarefas domésticas. Resultados: Índices de correlação de Spearman Rank (ρ) revelaram associação moderada entre as partes I e II do PEDI e as subescalas referentes a tarefas de cuidados pessoais do CHORES nas crianças com PC. No grupo de crianças com DN foi encontrada associação entre a parte II do PEDI e o desempenho e assistência em tarefas de cuidado familiar do CHORES (ρ= 0,35; ρ= 0,31). Os modelos de regressão múltipla revelaram que práticas de estimulação (R2= 0,18; p=0,03), bem como crenças sobre tarefas domésticas (R2= 0,30; p=0,01; R2= 0,35; p=0,04) interferem na relação entre independência em autocuidado e participação em tarefas de cuidado familiar, em crianças com DN, mas não nas crianças com PC. Considerações Finais: Crenças e práticas parentais interferem nos desfechos funcionais e na participação da criança com DN, modificando significativamente a relação entre habilidades, independência e responsabilização destas crianças no ambiente domiciliar. A dinâmica que permeia a associação destes fatores em crianças com PC é distinta da de crianças com DN.


 - TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS 


[773]

PUBLICIDADE VERSUS CONTROLE SOCIAL: A ESCOLHA ENTRE DENUNCIAR A REALIDADE EM SAÚDE MENTAL OU MASCARÁ-LA 

ALINE RAMOS DOS SANTOS1 ; MARILÚ LANGE HARTWIG1 ; LUÍS FELIPE FERRO2 ; THAÍS AMANDA BOLSON MORETTO1 ; MARINA RODRIGUES LIMA1 ; ALINE DA CRUZ WUDARSKI1

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ / UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, CURITIBA, PR, BRASIL. 

Palavras-chave: Controle social; terapia ocupacional; saúde mental

Resumo: Introdução: O controle social representa o direito da sociedade civil organizada de construir, acompanhar e fiscalizar as políticas públicas. Em contraste à afirmação romantizada dos ideais da democracia nos espaços de controle social, a participação política é permeada por complexas relações de poder e interesses. Objetivo: Investigar a interferência da omissão ou manipulação de informações no controle das ações públicas em saúde mental e discutir estratégias de enfraquecimento desta medida. Metodologia: Realizou-se uma pesquisa vinculada ao Programa de Iniciação Científica da UFPR, estruturada pela pesquisa-ação no período de maio de 2011 a dezembro de 2012. Os sujeitos da pesquisa (Usuários dos serviços de saúde mental, seus familiares e profissionais) e pesquisadores participaram nas reuniões mensais de uma Comissão de Saúde Mental do Paraná, vinculada ao Conselho Municipal de Saúde, e executaram grupos focais nos quais discutiram possíveis ações para fortalecer o controle das ações públicas. Os dados foram coletados por meio de diário de campo das reuniões da Comissão e das transcrições dos áudios dos grupos focais. Resultado/Discussão: No espaço da Comissão observou-se frequente omissão dos pontos deficitários da assistência em saúde mental e exaltação das fortalezas por parte da gestão e prestadores de serviços. Os participantes da pesquisa-ação perceberam que as intenções destes segmentos por vezes divergiam de seus interesses, voltados ao apontamento direto e enfrentamento das inadequações assistenciais. Diante do encobrimento de informações, os participantes da pesquisa perceberam a necessidade de fortalecer o contato dos representantes com sua base e formar uma rede de proteção aos direitos. Equipamentos como a imprensa e o Ministério Público passaram a ser frequentemente acionados. Por meio do Ministério Público Estadual foi possível obter dados reais por parte da Coordenação do Programa de Saúde Mental Municipal. A partir disto, pôde-se cobrar e alcançar a regularização de alguns pontos deficitários da rede como existência de filas de espera para atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial do município. Os equipamentos passaram a funcionar como porta de entrada do sistema, conforme previsto legalmente. Considerações Finais: Reconheceu-se a necessidade de explorar de maneira pormenorizada a realidade das informações apresentadas nos espaços de controle social. A tessitura de uma rede de proteção e o acionamento de equipamentos diversos, assim como a proximidade entre representantes e sua base, configurou possibilidades estratégicas de fortalecer o controle social.



- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS


[774]

CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL NO AMBIENTE DOMÉSTICO

RACHEL HELENA OLIVEIRA1 ; RAFAELLE GRACINE DE SOUZA MONTEIRO1 ; KAROLINA ALVES ALBUQUERQUE2 ; MARISA COTTA MANCINI1

1.UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL; 2.UFES, VITÓRIA, ES, BRASIL. 

Palavras-chave: Paralisia cerebral; dados sociodemográficos; tarefas domésticas

Resumo: Introdução: Por volta dos seis anos de idade as crianças iniciam o ensino fundamental e, frequentemente, também começam a receber demandas e responsabilidades do ambiente domiciliar, como cuidar de seus pertences e do espaço familiar. A participação e o desempenho nas tarefas domésticas podem se apresentar de modo diferente em crianças com deficiência, como a Paralisia Cerebral (PC), e também podem se relacionar às características da família e do ambiente em que ela se desenvolve. Objetivo: Avaliar a relação entre as características sociodemográficas da família e a participação no contexto doméstico de crianças com PC, aos seis anos de idade. Metodologia: Participaram deste estudo 40 crianças com PC de seis anos de idade, classificados nos níveis I, II ou III do Gross Motor Function Classification System (GMFCS) e do Manual Ability Classification System (MACS). Os responsáveis pelas crianças responderam a um questionário de informações sociodemográficas, ao Critério de Classificação Socioeconômica (CCEB) e ao questionário Children Helping Out: responsabilities, expectations and supports (CHORES). Testes de correlação de Spearman analisaram a relação entre os escores obtidos nas quatro escalas do CHORES e as variáveis tempo do cuidador com a criança e escore do CCEB. Resultados: Não foram encontradas relações entre o escore do CCEB ou tempo do cuidador com a criança e as subescalas do CHORES, a saber, desempenho em cuidados pessoais (p=0,29/0,56), desempenho em cuidados familiares (p= 0,67/0,82), assistência em cuidados pessoais (p= 0,20/0,62) e assistência em cuidados familiares (p=0,73/0,85). Considerações Finais: Os dados apresentados apontam para a inexistência de relação entre o início da participação da criança com PC em tarefas domésticas e características socioeconômicas, bem como inexistência de relação com o tempo do cuidador disponibilizado à criança. Outros fatores podem estar associados a essa participação, como características de personalidade da criança ou tempo que ela permanece no domicílio. Além disso, uma correlação bivariada considerando apenas alguns aspectos sociodemográficos, pode não ser suficiente para apreender a complexidade desse fenômeno.



- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS 


[805]

A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE FAMILIAR NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE CRIANÇAS DESNUTRIDAS

CAMILA TAVARES FEITOSA; KÉZIA FRIAS PEREIRA DE MEDEIROS

UNCISAL, MACEIO, AL, BRASIL.

Palavras-chave: desnutrição; ambiente familiar; desenvolvimento infantil

Resumo: Introdução: O desenvolvimento infantil é um processo resultante da interação entre fatores genéticos, biológicos e ambientais. Um destes fatores de risco é a desnutrição que afeta o crescimento físico, construção de habilidades motora, o comportamento, às esferas cognitiva, afetiva e social da criança. No ambiente familiar, a criança tanto pode receber proteção quanto conviver com riscos para o seu desenvolvimento. Objetivo: O trabalho teve como objetivo avaliar a influência do ambiente familiar no desenvolvimento de crianças desnutridas. Metodologia: Este estudo é descritivo, quantitativo, de corte transversal, a pesquisa teve critério de inclusão crianças com desnutrição grave e moderada no qual eram assistidas no Centro Recuperação e Educação Nutricional (CREN), os dados foram obtidos através do teste Denver II e do inventário HOME (Home Observation for Measurement of the Environment), onde foram avaliadas 27 crianças. Resultados/Discussão: As condições socioeconômicas das famílias estudadas nesta pesquisa mostraram-se extremamente desfavoráveis, sendo a maioria incluída abaixo da classe D, onde podemos encontrar escolaridade materna e paterna baixa, número de filhos elevado, quantidade de moradores na casa alto. Este tipo de ambiente gera estímulos desfavoráveis para o desenvolvimento da criança que ali reside. Em relação ao ambiente familiar, 77% das crianças possuem um ambiente pobre de estímulos; quanto ao desenvolvimento, 40% apresentaram suspeita de atraso cognitivo e 92% suspeita de atraso de linguagem. No entanto não foi detectado valor estatístico p= 0,166 na relação da influência do ambiente familiar sobre o desenvolvimento. Os estudos mais recentes sobre o desenvolvimento infantil enfatizam a importância de se examinar o contexto em que este ocorre e em especial o efeito da presença simultâneo a múltiplos fatores de risco, tanto biológico como ambientais. As dificuldades constantes associadas à pobreza prejudicam o bem-estar psicológico dos pais e o ambiente interpessoal na casa, e é possível afirmar que a boa qualidade da criação dos filhos requer gastos consideráveis em investimentos por parte da família de forma a favorecer o desenvolvimento dos seus filhos. Considerações Finais: Embora não tenha sido encontrada correlação da influencia do ambiente familiar no desenvolvimento infantil, é importante a realização de estudos maiores, considerando aspectos mais abrangentes de forma que possa haver uma intervenção precoce dos profissionais de saúde, evitando danos futuros.



- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS 


[823]

FORMAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NO CAMPO SOCIAL: RELATO DE AÇÃO REALIZADA NO SEGUNDO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE PRÁTICA

PRISCILA ZULATO DE OLIVEIRA; ANDRÉA MARIA FEDEGER; PRISCILA CARDOSO DA SIQUEIRA; FERNANDA HENRIQUE ALONSO E SANTOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; assistência social; vulnerabilidade social

Resumo: Introdução: O campo social é um campo interdisciplinar e intersetorial que demanda reflexões e intervenções dedicadas à produção e/ou ao fortalecimento das redes sociais de suporte de grupos populacionais, em situação de vulnerabilidade social. O estágio de prática, disciplina obrigatória durante a formação do profissional terapeuta ocupacional implica, dentre outros objetivos, no desenvolvimento de competências e habilidades específicas que apreendam o conhecimento teórico à pratica no campo que este se desenvolve. Este trabalho apresenta a ação no campo social que foi destinada aos usuários vinculados ao Projeto Social - Alegria na Cidade Refúgio através da parceria do Curso com a Abba Promoção Social (AbbaPS). Objetivo: Apresentar a metodologia de ação realizada no estágio de prática no campo social do Curso de Terapia Ocupacional na Universidade Federal do Paraná no ano de 2013. Metodologia: Atendimentos grupais duas vezes semanais às crianças e adolescentes com idade entre 6 a 15 anos que encontram-se em situação de vulnerabilidade social e encaminhados pelo CRAS Vila Verde que se constitui um Serviço de Proteção Social Básica do SUAS em Curitiba. O plano de ação desenvolvido foi realizado por 5 estagiarias do 7º período de durante 4 meses supervisionadas por uma preceptora terapeuta ocupacional e pela professora do curso. Os grupos foram constituídos nas demandas elencadas pela equipe. Nesta abordagem a organização da proposta de ação deu-se a partir dos interesses apresentados em rodas de conversa com os participantes. Os dados produzidos no grupo foram registrados em diário de campo e do processo de formação. Na prática com os grupos compôs-se projetos com planos de ação diferentes. Resultados: Constituiu-se 5 grupos com atendimento uma vez por semana. Dentre as atividades: cadernos autobiográficos, desenhos autoprojetivos, construção de mandalas, jogos corporais e dança. As atividades artísticas e expressivas envolveram colagem, dobradura, criação de fantoches e construção de personagens a fim de estimular a expressão, melhorar a auto-estima, potencializar habilidades sociais e de comunicação, de auto-reflexão e estimular o cooperativismo e trabalho em equipe. As rodas de conversa possibilitaram trocas de experiências e discussão sobre projeto de vida que envolvem arte, cultura, cidadania. A leitura do diário de campo evidencia-se expressões e re-significações de valores, crenças e repertório lúdico e criativo dos participantes. Considerações Finais: Neste período de estagio a apreensão dos pressupostos teóricos que se discute no campo social repercutiu no processo de formação profissional com o desenvolvimento de ações interdisciplinares.



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[831]

MAPEAMENTO TERRITORIAL: UMA AÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NO CAMPO SOCIAL 

JÉSSICA MACHIOSKI; ANDRÉA MARIA FEDEGER; FRANCELAINE LOPES ROBERTO; FERNANDA HENRIQUE ALONSO E SANTOS 

UFPR, COLOMBO, PR, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; interdisciplinaridade; mapeamento territorial

Resumo: Introdução: O presente trabalho descreve a ação do terapeuta ocupacional com crianças e adolescentes no Projeto Social - Alegria na Cidade Refugio através da parceria do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná e a Abba Promoção Social (AbbaPS). A atividade descrita acontece no Estagio Supervisionado de Pratica II no Bairro Vila Verdeem Curitiba. O mapeamento territorial constitui-se como estratégia metodológica do serviço de Terapia Ocupacional, pois possibilita a construção de novas abordagens, utilização de novos espaços e dimensões macroestruturais, relacionando aspectos que na prática não se isolam. O público alvo vive em situação de vulnerabilidade e risco social, está na faixa etária entre 6 e 15 anos de idade. Objetivo: descrever o mapeamento territorial como uma estratégia de ação do terapeuta ocupacional no campo social. Metodologia: Teóricas e observações do território, identificação dos locais de referência e de risco na produção de dados realizados com as crianças e adolescentes e visitas aos equipamentos da saúde, educação e assistência social do bairro. Produção e apresentação do mapeamento nos equipamentos visitados. Resultados: Durante os encontros com os grupos de crianças e adolescentes obteve-se relatos em relação aos locais que costumam frequentar na comunidade. Foi realizada a visita a AbbaPS para conhecer os princípios da organização. No Colégio Estadual Rodolpho Zaninelli foi realizada reunião com a pedagogapara identificação da frequência e do rendimento dos alunos participantes do projeto, e da participação dos pais ou responsáveis. Na Unidade de Saúde (UBS), a profissional de referência descreveu as condições de saúde dos usuários e dados sobre o risco que estes estão expostos, como a negligência e a violência. No CRAS identificou-se a situação social da comunidade em questão, em especial das famílias dos usuários do projeto. Todos os dados obtidos por meio de narrativas e observação foram correlacionados com referenciais teóricos e compuseram um material descritivo do território a fim de registrar e retomar a esses serviços o trabalho final no qual foi realizada a articulação dos relatos ouvidos. Considerações Finais: O terapeuta ocupacional através do mapeamento reconhece identidades singulares e coletivas presentes na comunidade, a fim de realizar ações integradas promovendo a participação, o fortalecimento de redes de apoio e o combate à exclusão, a qual gera vulnerabilização. Pode-se observar que o território mapeado tem uma rede de apoio que se articula e beneficia a população atendida no projeto. Suas ações favorecem o empoderamento e o pertencimento da região em vulnerabilidade social.


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[841]

CENTROS DA JUVENTUDE E TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL: AÇÕES DO PROJETO METUIA/NÚCLEO UNIFESP EM SANTOS-SP

PATRÍCIA LEME DE OLIVEIRA BORBA; DANILO BRISCESE MARTINEZ; FERNANDO TAKAHASHI; MARIAH AGUIAR ARRIGONI

UNIFESP, PRAIA GRANDE, SP, BRASIL.

Palavras-chave: juventude; terapia ocupacional social; centro da juventude

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo apresentar a experiência em curso de parceria entre o Núcleo UNIFESP do Projeto METUIA e os Centros da Juventude da cidade de Santos (SP) para a execução do Projeto Ensaios do Cotidiano que está em andamento. O METUIA é um grupo interinstitucional de estudos, formação e ações pela cidadania de crianças, adolescentes e adultos em processos de ruptura das redes sociais de suporte, formado, atualmente, por docentes, profissionais e estudantes, de graduação e de pós-graduação, da Universidade Federal de São Carlos, da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de São Paulo. Na cidade de Santos, temos focalizado asdemandas juvenis decorrentes de processos de exclusão social e territorial. Os Centros da Juventude, são três, localizados em regiões periféricas e respondem à Secretaria Municipal de Assistência Social, cujo objetivo é propor ações culturais, educacionais e sociais para jovens populares e urbanos. A experiência em questão toma como referência os pressupostos da Terapia Ocupacional Social e provê intervenções em uma das oficinas do ‘Projeto Ensaios do Cotidiano’ nomeada de Vivências Juvenis. Esta oficina trabalha com temas transversais e atuais da juventude demandados pelos próprios jovens e/ou respondendo a questões advindas do próprio contexto nos quais eles estão inseridos. Nossa equipe de trabalho tem colaborado com os educadores sociais no planejamento e na execução das atividades, com vistas a qualificá-las tanto na invenção de recursos que aglutinem mais os jovens, como no sentido de aprofundar o debate político e social das ações. Enfim, trata-se de um constante compartilhar de saberes, que produz a cada semana novas criações e projeção de mais ações e de, principalmente, ampliação do repertório técnico dos educadores sociais bem como dos projetos de vida dos jovens com os quais nos vinculamos. Trata-se de ofertar subsídios para políticas públicas locais e nacionais, com foco na discussão sobre o papel dos Centros da Juventude, cujo impacto se dê na direção de promover à diminuição da desigualdade, da discriminação e da violência a que está sujeita a maioria dos jovens no Brasil.





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[845]

O COTIDIANO DE GESTANTES EM SITUAÇÃO DE RUA 

SAMIRA LIMA DA COSTA1 ; ISABELA AUGUSTA GAMA2 ; CINDY PASSETI DA COSTA VIDA3

1.UNIFESP-BS, SANTOS, SP, BR; 2.UNICAMP, CAMPINAS, SP, BR; 3.UNIFESP BS, SANTOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: mulheres em situação de rua; vulnerabilidade social; terapia ocupacional social

Resumo: Introdução: O texto apresenta os resultados de uma pesquisa realizada nos anos de 2009, 2010 e 2011, na cidade de Santos, litoral do estado de São Paulo, com mulheres em situação de rua, durante o período gestacional. Objetivo: Investigar a realidade de vida de mulheres em situação de rua durante o período gestacional, identificando: como ocorre a realização das Atividades de Vida Diária, as possíveis alterações em tais atividades a partir da gestação, o consumo de substâncias nocivas por parte destas gestantes e seus planos de futuro. Metodologia: Realizou-se contato direto com sujeitos em situação de rua da cidade de Santos e com os serviços que se propõem a atender esta população. Foram realizadas entrevistas estruturadas com a duração de aproximadamente quarenta minutos, com as mulheres que aceitaram participar da pesquisa. Resultados: Foram localizadas 15 gestantes em situação de rua e outras 10 mulheres com filhos recém-nascidos, que haviam passado a gestação em situação de rua. Destas 25 mulheres, 18 concordaram em participar da pesquisa, tendo assinado o TCLE. As entrevistadas relataram que nas ruas elas possuem liberdade, sem regras e nem horários fixos, adquirem alimentos com facilidade e existem vários locais propícios para a higiene pessoal. A maioria das gestantes entrevistadas faz uso frequente de drogas, mesmo durante a gestação, já que esta acaba sendo de fácil acesso por essa população. As redes sociais das entrevistadas constituem-se principalmente por outros moradores em situação de rua. Os planos futuros são marcados pelo imediatismo, incluindo situações corriqueiras como alimentação e local para dormir, durante os próximos 2 ou 3 dias. Os filhos emergem em seus relatos mais como a “barriga” no presente, do que como uma criança, no futuro. O abrigamento dos filhos é considerado por todas elas, e consta como ato protetivo, para algumas, ou como desligamento por não fazer parte de seus planos, para outras. Muitas delas viveram também o abrigamento, durante a infância, o que favorece a compreensão deste como uma alternativa. O bebê surge em algumas falas como desejo, envolto em uma fantasia de família e trabalho, mas não como plano. Considerações Finais: A gravidez não é considerada uma perspectiva de ter um filho, mas um fato presente, tão somente. Permanecer com o bebê após o nascimento surge mais como uma fantasia do que um plano, indicando a necessidade de se pensar projetos que possam contribuir para a construção deste caminho, que transforma desejos em projetos de vida.




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[846]

ESCOLA PÚBLICA E COMUNIDADE: DIALOGICIDADE SOB A PERSPECTIVA DA TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL

MARILENE CALDERARO MUNGUBA1 ; ANA PAULA SERRATA MALFITANO2 ; ROSELI ESQUERDO LOPES2

1.UNIVERSIDADE DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BR.

Palavras-chave: vulnerabilidade social; educação; terapia ocupacional social

Resumo: O terapeuta ocupacional deve apresentar seu compromisso ético-político com a inclusão social, com a produção de bens e valores sociais e com o acesso aos direitos pessoais e/ou coletivos para as pessoas com quem trabalha. Partindo deste princípio, deve identificar as repercussões das políticas públicas no cotidiano individual e coletivo dos sujeitos com quem atua. O que se faz possível mediante ao desenvolvimento de competências relativas à visão estrutural e leitura crítica da realidade, utilizando conhecimentos acerca da alteridade, diversidade, cultura e da pluralidade; elementos que proporcionam a inserção do profissional na área social. Tomando-se os pressupostos da Terapia Ocupacional Social para construção de tecnologias sociais, destacando a Articulação de Recursos no Campo Social e os Acompanhamentos Individuais e Territoriais, objetivou-se analisar o processo de estabelecimento do diálogo entre uma equipe da área de Terapia Ocupacional com uma escola pública de Fortaleza-CE, sua comunidade e território. A noção de território pressupõe as dimensões históricas, econômicas, sociais e culturais na configuração da ação terapêutico-ocupacional. A investigação e ação foi iniciada por docentes e discentes da Universidade de Fortaleza, em 2009, numa escola em bairro da periferia de Fortaleza, Ceará, que tem como principal ocupação a catação de materiais recicláveis. Direcionava as proposições responder: como o terapeuta ocupacional poderia mediar o diálogo entre as forças que interferem no cotidiano de um dos principais dispositivos sociais daquela comunidade? Como, a partir dele, fomentar uma rede de suporte social significativa, potencializando capacidade de mobilização e protagonismo social? Realizou-se diagnóstico situacional do território vivo para apreensão da realidade. Levantou-se expectativas das crianças e adolescentes sobre repercussões futuras da aprendizagem formal, na sua inserção social. Eles apontaram limites para investirem em proposições diversas que se direcionassem à formação de nível superior. Partindo-se de uma educação básica insuficiente e reduzidas condições financeiras, os projetos de vida ficam limitados, com poucos horizontes para além daqueles já instituídos. Para a maioria deles, trata-se de “perda de tempo” permanecer na escola, na media que consideram que não ascenderão socialmente via educação. Constatou-se demanda de diálogo entre escola, comunidade e sujeitos individuais e coletivos na busca de ações intersetoriais para garantia dos direitos sociais. O trabalho continua, parametrizado pela dialogicidade como ferramenta na mediação de conflitos interesses e demandas, manejada por aportes da Terapia Ocupacional Social.



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[871]

INCLUSÃO DIGITAL: RELATO DE CASO INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL COM IDOSA DE 75 ANOS PARA O USO DO CELULAR

DANIELLE FERREIRA MAZETTO; LARISSA SILVA ALVES; GEÓRGIA CAMILA DE FARIA; DANIEL GUSTAVO DE SOUSA CARLETO 

UFTM, UBERABA, MG, BRASIL. 

Palavras-chave: inclusão digital; idosos; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: Atualmente os idosos têm uma forte tendência a permanecer conectados com o mundo digital, e assim buscam aprimorar o uso desses aparelhos especialmente para a comunicação com familiares e amigos. A inclusão digital pode proporcionar, além do conhecimento digital, interação social, aprendizado e enfrentamento de desafios, assim como a valorização da autoestima, da autoimagem e da qualidade de vida. Este relato de caso foi desenvolvido por acadêmicos de terapia ocupacional em uma Unidade de Atenção ao Idoso (UAI) na cidade de Uberaba/MG. Objetivos: Descrever o processo de intervenção terapêutico ocupacional desenvolvido junto a uma idosa de 75 anos, no processo de inclusão digital. Metodologia: Os encontros ocorreram uma vez por semana com duração de uma hora por um período de quatro meses. A princípio foi entregue a idosa uma apostila com imagens que trazia o passo a passo de cada função do celular para que pudesse ser utilizada no horário de intervenção e em casa como suporte para o aprendizado. A prática se deu de forma explicativa no celular touch screen de propriedade da idosa com posterior repetição do que havia sido aprendido. No início ela manifestou medo e insegurança no manuseio do celular e dificuldade em se lembrar do passo a passo, desta forma o conteúdo era sempre repetido na semana seguinte para fixação e memorização e somente se passava para o próximo recurso quando a idosa já manifestava segurança no anterior. Resultados/Discussão: O método utilizado se mostrou eficaz já que a idosa ao final demonstrou eficiência na utilização dos recursos do celular como: ligar e desligar o celular, colocar no modo silencioso, adicionar contatos, realizar chamadas, visualizar chamadas, enviar e receber mensagens, ativar e desativar despertador, tirar e visualizar fotos, fazer vídeos e visualizá-los, ativar e desativar bluetooth e ouvir músicas. Com a repetição do que foi aprendido na semana anterior e o uso da apostila, fortaleceu o aprendizado, possibilitou superação do medo e da dificuldade em se lembrar do passo a passo. Considerações Finais: A compreensão das necessidades do individuo como, habilidades cognitivas para aprendizado de nova tarefa requer do profissional terapeuta ocupacional o olhar, a escuta e atenção voltados às necessidades e potencialidades a serem desenvolvidas e ainda adaptação e graduação da atividade.



- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS


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INCLUSÃO DIGITAL: RELATO DE CASO INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL COM IDOSA DE 75 ANOS PARA O USO DO CELULAR

DANIELLE FERREIRA MAZETTO; LARISSA SILVA ALVES; GEÓRGIA CAMILA DE FARIA; DANIEL GUSTAVO DE SOUSA CARLETO 

UFTM, UBERABA, MG, BRASIL.

Palavras-chave: inclusão digital; idosos; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: Atualmente os idosos têm uma forte tendência a permanecer conectados com o mundo digital, e assim buscam aprimorar o uso desses aparelhos especialmente para a comunicação com familiares e amigos. A inclusão digital pode proporcionar, além do conhecimento digital, interação social, aprendizado e enfrentamento de desafios, assim como a valorização da autoestima, da autoimagem e da qualidade de vida. Este relato de caso foi desenvolvido por acadêmicos de terapia ocupacional em uma Unidade de Atenção ao Idoso (UAI) na cidade de Uberaba/MG. Objetivos: Descrever o processo de intervenção terapêutico ocupacional desenvolvido junto a uma idosa de 75 anos, no processo de inclusão digital. Metodologia: Os encontros ocorreram uma vez por semana com duração de uma hora por um período de quatro meses. A princípio foi entregue a idosa uma apostila com imagens que trazia o passo a passo de cada função do celular para que pudesse ser utilizada no horário de intervenção e em casa como suporte para o aprendizado. A prática se deu de forma explicativa no celular touch screen de propriedade da idosa com posterior repetição do que havia sido aprendido. No início ela manifestou medo e insegurança no manuseio do celular e dificuldade em se lembrar do passo a passo, desta forma o conteúdo era sempre repetido na semana seguinte para fixação e memorização e somente se passava para o próximo recurso quando a idosa já manifestava segurança no anterior. Resultados/Discussão: O método utilizado se mostrou eficaz já que a idosa ao final demonstrou eficiência na utilização dos recursos do celular como: ligar e desligar o celular, colocar no modo silencioso, adicionar contatos, realizar chamadas, visualizar chamadas, enviar e receber mensagens, ativar e desativar despertador, tirar e visualizar fotos, fazer vídeos e visualizá-los, ativar e desativar bluetooth e ouvir músicas. Com a repetição do que foi aprendido na semana anterior e o uso da apostila, fortaleceu o aprendizado, possibilitou superação do medo e da dificuldade em se lembrar do passo a passo. Considerações Finais: A compreensão das necessidades do individuo como, habilidades cognitivas para aprendizado de nova tarefa requer do profissional terapeuta ocupacional o olhar, a escuta e atenção voltados às necessidades e potencialidades a serem desenvolvidas e ainda adaptação e graduação da atividade.





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