- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[58]
TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL E ATIVIDADES COMO MEDIAÇÃO: POSSIBILIDADE DE
APROXIMAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE LINGUAGEM COMUM
1.UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BRASIL;
2.USP/UFSCAR, SÃO PAULO/SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional social; moçambique; brincar
Resumo: Introdução: Moçambique, país localizado ao sul do
continente africano, conhece questões vinculadas à desigualdade e a complexos
processos de empobrecimento as quais conduzem a situações diversas de violações
de direitos individuais e coletivos como o acesso desigual a bens e serviços e
precariedade de proteções sociais mínimas de grande parte da população. Dentro
desse contexto, encontram-se as crianças e os jovens, considerados como grupos
dos mais vulnerabilizados e marginalizados. Foi neste país que a autora
principal desenvolveu atividades entre julho/setembro de 2012, envolvendo 822
crianças e jovens então sob os cuidados da Organização Não Governamental Santo
Estêvão, na Cidade da Matola, situada a cerca de 30 km da capital (Maputo). Objetivos: descrever e discutir a
experiência realizada sob a ótica da ação da terapia ocupacional social, bem
como relatar as atividades desenvolvidas e desdobramentos das mesmas. Metodologia: relatos em forma de
narrativas de experiência sobre os espaços criados em que possibilidades de
experimentação diferenciadas surgiram: pintura, desenho, teatro, brincadeiras e
contos. Discussão: o cotidiano
mostrou suas fortes raízes a formas de pertencimentos diversificadas, mas com
quase ausência de espaços formativos. As crianças e jovens que frequentavam a
ONG desenvolviam-se em um cotidiano que se repetia: de casa para a escola, da
escola para as atividades no âmbito doméstico e destas para outras formas de
responsabilidade. Como discutir neste contexto a noção de trabalho infantil e
de direitos da infância e juventude? Percebemos que ao estar ali, as crianças e
jovens foram se aproximando e, juntos fomos criando as condições para a ação,
pois a questão motivadora partia da indagação: onde estava o brincar e o espaço
do lúdico em suas interações e na interação com adultos? Assim, foram
desenvolvidas as atividades acima citadas. As crianças passaram a ficar na ONG das
7 às 15 horas, participando de todas as oficinas e, mais que isso, estavam mais
frequentes nas aulas. Além disto, houve significativa participação da
comunidade na realização do trabalho e apoio no desenvolvimento de todas as
atividades, bem como procura intensa por parte das crianças que expressavam seu
desejo de brincar. Considerações Finais:
As atividades como mediação (fundamental na Terapia Ocupacional) favorecem a
construção de uma linguagem comum e possibilidades de se partilhar
conhecimentos, além de favorecer a aproximação. Elas formam um ambiente rico
para o desenvolvimento de experimentação e trocas em situações de coabitação de
diversidade social e cultural, enriquece a realidade cotidiana e ressalta a
importância do brincar para a formação de crianças e jovens.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[59]
1.UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BRASIL;
2.USP/UFSCAR, SÃO PAULO/SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional social; moçambique;
diversidades
Resumo: Introdução: Moçambique, país localizado ao sul do
continente africano, é marcado por questões sociopolíticas e econômicas, bem
como diversas modalidades de expropriações: existem setores importantes de sua
população com restrição de direitos, de proteção social e de acesso a serviços
sanitários. Soma-se a isso, o fato do país ainda sofrer consequências de
sucessivas guerras, como a guerra para independência e longa guerra civil em
seguida, que só chegou ao fim em 1990. Após um período de 2 meses vivendo e
convivendo em terras moçambicanas, principalmente na cidade da Matola,
localizada a 30 km da capital do país, pude perceber a realidade que ali se
encontra: economia agrícola; política baseada na lógica do partido único;
crianças e jovens formando importantes grupos em processos de vulnerabilização
social e cultural, muitas vezes em situação de abrigamento/adoção por parentes
ou pela comunidade, além de inúmeros refugiados. Ressalta-se ainda a
problemática derivada do português como língua oficial, fato que termina por
reafirmar constituir uma forma de desqualificação das línguas maternas num
lugar onde há mais de 18 línguas nacionais. Objetivos: Discutir o trabalho do terapeuta ocupacional social em
comunidades vivendo situações derivadas de deslocamento, de migração forçada ou
de refúgio em que se encontram em coabitação culturas e práticas sociais
diferenciadas, impondo debate sobre questões veiculadas à diversidade e ao
convívio com alteridades. Metodologia:
Relato de experiência a partir de pesquisa e vivência em campo, de julho a
setembro de 2012, na cidade da Matola. Discussão:
Ao se trabalhar em outro território diverso daquele da origem da autora,
define- Anais se a necessidade de um trabalho de reflexão sobre as regras e
normas socioculturais implícitas na mediação das relações e das atividades. Ao
estar no território do Outro, nós passamos (em parte) a ser esse outro, mas
isto não apaga o fato complementar de que se veio de fora para agir em espaços
culturais diversos e desconhecidos. O terapeuta ocupacional dentro desse
processo precisa estar disposto ao encontro com e ao outro (e possuir
preparação para tal), observando e partilhando ao invés de invadir, sendo capaz
de uma ação possível que busque elementos para compreensão e interações de
trocas. Considerações Finais: A
Terapia Ocupacional social, atuando em situações que envolvam rupturas e
vulnerabilidades marcadas pela diversidade cultural, tem como desafio a
problematização de sua ação junto a outras comunidades e culturas. Abre-se
ainda o desafio de discutir o que significa o trabalho de observação e
interação com as pessoas e coletivos, num sentido de construção de espaços de
encontros e trocas e diversidades partilhadas.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[62]
MULHERES DE SOL A SOL: EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO E AUTONOMIA COM MULHERES
E ACOMPANHANTES ATENDIDAS PELOS CAPS NA TERAPIA OCUPACIONAL EM AÇÃO SOCIAL
HELENITA LISBOA PEREIRA LOURENÇO;
MARCO SELENO CARNEIRO SANTOS; MARCIA DOLORES GALLO; PATRICIA TRAPAGA
IFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
Palavras-chave: saúde mental; ação social; autonomia
Resumo: Introdução: O projeto Mulheres de Sol a Sol, é uma das
vertentes do Programa Nacional Mulheres Mil - Educação, Cidadania e
Desenvolvimento Sustentável – do Governo Federal, Port Nº 1.015, 21/7/2011, que
está inserido no Plano Brasil sem Miséria. Justificativa: O projeto M.S.S
-Educação, Arte e Profissionalização - é voltado à inclusão educacional, social
e produtiva de mulheres em situação de vulnerabilidade, sejam também
diagnosticadas com transtornos mentais e estejam em tratamento regular nos CAPS
situados no entorno do Campus Realengo do IFRJ. Objetivo: Reinserção de mulheres em tratamento de saúde mental ao
convívio educacional e ao mundo do trabalho, favorecendo a contratualidade
social, autonomia pertencente a lógica da inclusão. Metodologia: Para implantação do projeto a professora Marcia Dolores
conta com uma equipe multidisciplinar composta por vários outros professores do
IFRJ e alunos de Terapia Ocupacional que estagiam no projeto. Além das oficinas
destinadas a capacitação para o trabalho onde as alunas aprendem artesanato,
corte e costura, customização, estamparia e outras técnicas, o projeto conta
com aulas de português, matemática, inglês, filosofia existencial, saúde da
mulher, educação física e Yoga entre outras. Considerações Finais: A população atendida pelos CAPS é, por si só,
excluída de vários movimentos da sociedade. Muitos se afastam da família,
trabalho, lazer, outras interações sociais. Associada ao universo feminino,
essa exclusão se agrava, visto que, historicamente, a mulher é a principal
cuidadora da família, o que a torna gravemente comprometida quando isso não é
mais possível e ao trabalho, não só o domestico, mas o remunerado. Varias viram
seus sonhos, empregos, amores, filhos, expectativas, abortados pela instauração
da doença, e esta se transformou num grande estigma a ser quebrado em suas
vidas. A Terapia Ocupacional promove o retorno ao “movimento” em busca da
autonomia e emancipação. O MSS busca s que essas “mulheres invisíveis” possam
se apropriar de um espaço educacional público. Muitas não experimentaram em sua
vida escolar algo parecido e já relacionam a sua presença nesse ambiente como
um ato de inclusão e de participação. Assim, cumpre um papel de criar redes de
solidariedade, novas oportunidades, historias que se entrelaçam e contribuem
para autoestima criando novas perspectivas sociais, contribuindo com a ação
terapêutica, reduzindo a “invisibilidade”, a alienação de movimentos de escolha
e autonomia. Sem minimizar os conflitos e os transtornos mentais, mesmo que nem
todas consigam gerar renda capaz de se sustentar, torna-las, mais sensíveis as
relações positivas na construção ou o redescobrimento do que é SER cidadã.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[74]
A FOTOGRAFIA COMO RECURSO TERAPÊUTICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM
PESSOAS E SITUAÇÃO DE RUA
JULIANA DE OLIVEIRA PEREZ; REGINA
CELIA FIORATI; LEONARDO MARTINS KEBBE; BEATRIZ CARDOSO LOBATO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO
PRETO - USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: população em situação de rua; exclusão social;
terapia ocupacional
Resumo: A população em situação de rua é caracterizada por sua
condição de pobreza extrema, pela interrupção ou fragilidade de vínculos
familiares e pela falta de moradia convencional regular. São pessoas que
habitam lugares públicos (ruas, praças, cemitérios), áreas degradadas (galpões
e prédios abandonados, ruínas) e, ocasionalmente, utilizam abrigos e albergues
para pernoitar. A exclusão social tem origem econômica, social, cultural e
política e caracteriza-se, também, pela falta de pertencimento social, falta de
perspectivas, dificuldade de acesso à informação e perda de auto-estima. O
objetivo deste trabalho é fazer uma reflexão acerca da experiência vivenciada a
partir da intervenção de Terapia Ocupacional desenvolvida junto a pessoas em
situação de rua no Centro de Referência Especializado de Assistência Social
para Pessoas em Situação de Rua no Município de Ribeirão Preto – SP, com base
nas atividades do Estágio Profissionalizante do 5º ano do Curso de Terapia
Ocupacional da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo. Em Março de 2013 iniciou-se oficina de fotografia junto aos usuários do
CREAS-POP. Foi proposto aos participantes que fotografassem algo que lhes
despertasse interesse nos espaços urbanos. Para tanto, a oficina é realizada
nas ruas e locais públicos, tais como museus, parques, praças, entre outros.
Como desdobramento desta atividade será realizada em junho de 2013 uma
exposição das fotografias em espaço cultural da cidade, visando interferir nos
preconceitos que a sociedade construiu a respeito da pessoa em situação de rua,
bem como, dar visibilidade para o potencial criativo das pessoas envolvidas e
para a condição da pluralidade que as une na dimensão de toda condição humana,
ao mudar o olhar que da sociedade e, ao mesmo tempo, interferir na auto-imagem
absorvida pela pessoa em nais situação de rua a partir dos preconceitos
sociais. Durante a execução da oficina de fotografia nas ruas, foi possível
perceber o preconceito da sociedade frente ao morador de rua acompanhado de não
moradores de rua em atividade criativa e pública. Para o participante
percebeu-se uma mudança em sua maneira de se ver na sociedade, alterando seu
papel e suas possibilidades de participação social, durante a realização da
oficina. Portanto, considera-se que em uma sociedade com contradições sociais
históricas, contrastes e exclusões, vislumbra-se possibilidade de criar
referenciais positivos para a constituição da identidade valorativa da
população que vive em situação de rua, interferir nas atitudes da sociedade
frente a exclusão e criar vias de acessibilidade as populações excluídas a vida
social e a cultura.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[92]
A ARTICULAÇÃO EM REDE ENQUANTO ESTRATÉGIA DE ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS
PARA INFÂNCIA E JUVENTUDE
MARIANA ROSSI AVELAR; ANA PAULA
SERRATA MALFITANO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: infância e adolescência; políticas públicas; rede
de serviços
Resumo: Desde a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) discute-se a necessidade da articulação dos serviços sociais de
atendimento à população infantojuvenil, com o intuito de potencializar o
trabalho, aumentar a eficácia da atuação e criar espaços coletivos de discussão
sobre as problemáticas enfrentadas. Assim, gestores públicos buscam a criação
de estratégias para o fomento de redes de serviços intersetoriais sob sua
coordenação. Nesse contexto, o município de São Carlos (SP), cidade de médio
porte do interior paulista, criou a ReCriAd: Rede de Crianças e Adolescentes,
com apoio financeiro de entidade externa, que visa ao fomento e à construção de
uma rede colaborativa, integrada e articulada entre serviços e profissionais de
diferentes setores (assistência social, educação, cultura, saúde e outros), os
quais trabalham com crianças, adolescente e jovens. Propôs-se, na presente
pesquisa de Iniciação Científica, contanto com o financiamento da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a investigação dessa
experiência com o intuito de verificar quais ações foram empregadas e sua
efetividade, com vistas à discussão sobre políticas sociais e
intersetorialidade na intervenção com crianças, adolescentes e jovens. Para
tanto, realizou-se 29 entrevistas semiestruturadas com gestores e com técnicos
incluídos nesse processo. Adicionalmente, laçou-se mão da utilização da
observação participante dos processos de encontro realizados pelos atores
envolvidos com a constituição da rede de serviços. Como resultados, foram
analisadas três categorias: o perfil profissional dos atores sociais; a
concepção dos mesmos sobre a existência, conceito e relevância da articulação
em rede; e a concepção sobre o que é a ReCriAd, seu papel no município e como o
desempenha, além das possíveis estratégias para alcançar os objetivos
colocados. Destacam-se, entre os resultados: a avaliação positiva dos gestores
frente ao trabalho da ReCriAd, sendo que os profissionais afirmam que a estratégia
está em período de consolidação; o relato de todos os entrevistados afirmando
conhecer a proposta e já ter participado de alguma atividade da rede; a
relevância do trabalho intersetorial, como discurso unânime dos entrevistados;
além de sugestões de estratégias para sua potencialização. Discute-se a
possibilidade de instituição de espaços Anais públicos concretos via ações em
rede. Partindo da opinião dos diferentes atores sobre a atuação em rede,
incita-se o diálogo sobre tal estratégia como forma de gestão da política
social ao público infanto-juvenil.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[135]
A TERAPIA OCUPACIONAL E A TEORIA BIOECOLÓGICA NO DESENVOLVIMENTO DE
CRIANÇAS INSTITUCIONALIZADAS NA CRECHE CORDEIRINHO DE DEUS
GEOVANA DE SOUZA PAIXÃO; SAYORI
VASCONCELOS WU; CARLA ADRIANA VIEIRA DO NASCIMENTO; PAULA ANDREZA GESTA DE
ARAÚJO; CRISTINA GOMES DA SILVA; EVANILDO LOPES MONTEIRO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ,
BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; creche; modelo bioecológico
Resumo: Introdução: A teoria Bioecológica de Desenvolvimento humano
de Bronfenbrenner versa sobre a influência do ambiente ecológico no
desenvolvimento. Sendo o ambiente ecológico caracterizado por sistemas
inter-relacionados: Microssistema, Mesossistema, Exossistema e Macrossistema.
Este trabalho é um relato de experiência de acadêmicas do curso de Terapia
Ocupacional da Universidade Federal do Pará que desenvolvem o Projeto pelo Pró-
Reitoria de Extensão intitulado A Terapia Ocupacional e o Modelo Bioecológico
de desenvolvimento humano com crianças em situação de risco social da Creche
Cordeirinho de Deus. Objetivo: O
intuito é de apresentar as descrições das primeiras práticas de atendimento na
creche, fazendo a relação dos conceitos da teoria bioecológica com a
intervenção da Terapia Ocupacional. Metodologia:
Segue uma apresentação de cunho qualitativo que tem como instrumentos as
discussões realizadas nos encontros de grupo de extensão, os estudos
bibliográficos e relatos de experiências das observações realizadas na Creche
Cordeirinho de Deus. O público alvo foram crianças em situação de
vulnerabilidade social na faixa etária 4 a 7 anos. Resultados: Observou-se que a situação de vulnerabilidade social
que as crianças vivem interfere diretamente no seu desenvolvimento, tendo
consequências negativas, principalmente, nos sistemas imediatos ressaltando
díades comprometidas na creche por conta da má relação crianças-pais. Dessa
forma, há um desequilíbrio de poder ocasionando momentos de rebeldia e
desobediência infantil. Assim sendo verifica-se que as crianças possuem uma
enorme carência de afeto devido a má qualidade das relações de reciprocidade.
Percebe-se ainda a falta de condições ótimas para a relação de reciprocidade
das díades primárias, observacionais e de atividade conjunta o que acarreta
prejuízos nas atividades molares do desenvolvente visto que pouco se verifica o
educador lhes ensinado algo, não havendo motivação para desencadear a intenção
do fazer pela pessoa desenvolvente. E ainda não conseguem transmitir padrões educacionais
satisfatórios que acabam influenciando outros contextos. Considerações Finais: Conclui-se que o modelo Bioecológico de
desenvolvimento é uma referencia para atuação do terapeuta ocupacional na
construção de uma interpretação que possibilita um novo olhar para as
transformações que ocorrem no contexto em que o desenvolvente se insere,
interage e constrói significados que tem repercussões em outros sistemas
através das interrelações.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[168]
TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL: REFLEXÕES SOBRE O ABUSO SEXUAL EM UM CT DE
BELÉM
SARA DE PAULA PINHO SANT’ANA;
EVANILDO LOPES MONTEIRO; JOÃO EDIVALDO DA SILVA LOBATO; NAIRA KATIUCE TAVARES
DA SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ,
BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: abuso sexual; conselho tutelar; terapia ocupacional
social
Resumo: A violência sexual é um evento abrangente. Destaca-se no
estudo, o abuso sexual, que envolve desde palavras sexualizadas até o
intercurso completo, através de um agente em desenvolvimento mais adiantado.
Ocorrendo tal violação, um dos órgãos do Sistema de Garantias de Direitos da
Criança e do Adolescente a ser acionado é o Conselho Tutelar (CT) que visa
garantir a proteção dos direitos de crianças e adolescentes, assim como
registrar os casos de violações de direitos de crianças e adolescentes. Esse
trabalho é resultados das ações do Projeto de extensão “Violação de direitos da
criança e do adolescente e a terapia ocupacional” da Pró- Reitoria de Extensão
da Universidade Federal do Pará, apoiado nos subsídios teóricos do campo da
terapia ocupacional social que exige a intensa e contínua reflexão crítica dos
profissionais para aprimorar intervenções e transformações na sociedade,
contribuindo para a democracia, emancipação e exercício dos direitos humanos.
Dessa maneira, o objetivo foi identificar a incidência de abuso sexual no município
de Belém, no VII CT do bairro do Benguí. Trata-se de uma pesquisa de campo de
cunho quanti-qualitativo, com coleta de dados estatísticos nos períodos de
janeiro de 2009 a dezembro de 2011. A taxa de abuso sexual no ano de 2009 foi
de 86,28%; no ano de 2010, 71,43% total; e no ano de 2011, 68,49%, levando em
consideração o número total de violações de direitos registrados no CT do
Benguí. Dessa maneira, a partir desse dados, percebe-se que o abuso sexual, ato
criminal, que vai contra o direito da criança e do adolescente, na região de
Belém é de grande incidência, mostrando-nos a importância de haver estudos e
intervenções sobre tal ato. Assim, quanto mais intervenções baseadas em conhecimentos,
haverá menos violação de tal crime sexual e diminuição dos casos. Dentre esses
resultados, compreende-se a relevância da atuação do terapeuta ocupacional na
área social para contribuir e acrescentar na promoção e divulgação dos direitos
de crianças e adolescentes. Este estudo priorizou o crescimento de conhecimento
teórico e prático dos casos registrados de abuso sexual no CT de Belém,
reflete-se que ainda há muitos casos não denunciados, por ainda haver o
sentimento de medo e de culpa da vítima, por haver a proteção de parentes e
parceiros do abusador, entretanto, é necessário romper esse silêncio e com
práticas na área de Terapia Ocupacional haverá meios para contribuir na mudança
desse cenário.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[283]
INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL COM ADOLESCENTES EM CUMPRIMENTO DE
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
JULIANA COUTO ASSUNÇÃO; LAURA
APARECIDA RESENDE; CLÁUDIA MARIA SOUZA SILVA; LUCIANA ASSIS COSTA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS
GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
Palavras-chave: Adolescentes; terapia ocupacional; medidas
sócioeducativas
Resumo: Introdução: Os princípios norteadores das ações dirigidas
aos adolescentes que cometeram atos infracionais são fundados e orientados pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), responsável pela regulamentação das
medidas socioeducativas. Em 2010, no Brasil, cerca de 17.000 adolescentes se
encontravam cumprindo medidas em centros socioeducativos de internação (Brasil,
2011). Dada à peculiaridade da adolescência, as ações propostas pelas unidades
socioeducativas devem garantir atividades que possibilitem vivências
diversificadas, nas áreas da cultura, lazer, esporte, saúde, educação e
trabalho. A contribuição do terapeuta ocupacional é mediar a construção do vínculo
do sujeito com seu universo ocupacional a partir das dimensões pessoais,
relacionais e estruturais. Objetivo:
Discorrer sobre o atendimento grupal realizado por discentes de Terapia
Ocupacional em um centro socioeducativo em regime de internação. Metodologia: Relato de experiência
acerca de intervenções grupais realizadas por quatro discentes do 5° período de
Terapia Ocupacional em um centro socioeducativo de internação entre março e
junho de 2013. Os atendimentos aconteceram semanalmente, com duração de 1 hora
e meia, com a participação de 8 adolescentes, na faixa etária de 16 a 18 anos.
Essa atividade integrou a disciplina Prática Clínica II e as intervenções foram
embasadas na perspectiva sócio-relacional da Terapia Ocupacional associada às
abordagens de grupos operativos e psicodinâmica. Resultados/ Discussão: Inicialmente, foi fundamental a construção
do vínculo de confiança entre os discentes e o grupo, possibilitando uma
participação mais efetiva dos jovens nas discussões e a desconstrução, sob o
olhar dos discentes, de uma imagem restrita de infrator para o entendimento do
universo sócio histórico e subjetivo dos jovens. Os temas que nortearam os
encontros foram selecionados de forma partícipe com o grupo, e abordaram as
relações sócio-afetivas dos adolescentes, bem como os valores e vivências
ocupacionais dos jovens com a escola, lazer, trabalho (ilícito ou não),
projetos pessoais e futuros. O objetivo último foi auxiliar na desconstrução de
discursos e identidades ocupacionais criminais a partir da troca de
informações, recursos e vivência de novas experiências que pudessem despertar
possibilidades de novas escolhas de vida para os jovens. Considerações Finais: A partir dessa experiência percebeu-se que o
trabalho grupal é uma forma de conhecer a perspectiva do adolescente no crime,
além de compreender fatores que marcam um histórico comum de vulnerabilidade
social e que impactam diretamente nas escolhas e possibilidades ocupacionais
desses jovens.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[314]
TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL, GÊNEROS E SEXUALIDADES: TRAVESTILIDADE,
JUVENTUDE E A PROBLEMATIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS IDENTITÁRIAS
GUSTAVO ARTUR MONZELI1; ROSELI
ESQUERDO LOPES2
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO
SANTO, VITÓRIA, ES, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP,
BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional social; gênero; sexualidade
Resumo: O objetivo deste trabalho foi compreender, a partir da
vivência com quatro jovens que em algum momento da pesquisa se autodenominaram
travestis, residentes na cidade de São Carlos (São Paulo), as principais
técnicas e estratégias utilizadas, por elas, para o manejo e manipulação de
suas próprias características corporais, subjetivas e identitárias, a fim de se
inserirem em determinados espaços de sociabilidade, focalizando-se nos
contextos familiares, de instituições formais de ensino e também de prostituição.
Considerando-se a contextualização histórica do debate e da produção acadêmica
sobre a temática referente ao gênero e à sexualidade, principalmente apaoiada
em uma perspectiva da chamada teoria quer, e tomando como base as contribuições
etnográficas para se pensar a entrada em campo, pondera-se a multiplicidade de
formas de apreender e construir signos do que é tido como feminino em corpos
assignados como masculinos. São discutidas as diferentes técnicas e estratégias
utilizadas por elas para se inserirem em contextos diversos como família,
escola e prostituição, e como estas relações são construídas a depender dos
sujeitos envolvidos, bem como de seus interesses e desejos. Por fim,
contextualizam-se as proposições da terapia ocupacional social e suas possíveis
implicações na vida cotidiana dos sujeitos em seus territórios de
pertencimento, apontando como a circulação destas jovens tem rebatimentos nos
níveis de inserção e restrição, possibilitando ou não suas existências em
diferentes espaços. Acredita-se que este trabalho vem contribuir, para além da
multiplicidade de formas de construção e compreensão dos corpos, subjetividades
e identidades travestis, com um diálogo em meio às articulações possíveis entre
Terapia Ocupacional social e a circulação dos sujeitos, e, igualmente, com a
discussão e a articulação da Terapia Ocupacional com as temáticas referentes
aos gêneros e às sexualidades.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[421]
ESTUDANTES AFRICANOS NA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO: MOBILIDADE
ESTUDANTIL E DIVERSIDADE CULTURAL
DENISE DIAS BARROS1; CAMILA
EXNER1; CINTHIA ALVES DE ARAÚJO BISSA1; DEBORA GALVANI1; ABDOUL HADI SAVADOGO2
1.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO
PAULO, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP,
BRASIL.
Palavras-chave: áfrica; estudantes africanos; diversidade cultural
Resumo: Introdução: A partir do projeto de Cultura e Extensão da
USP realizado com o Laboratório Metuia em parceria com a Casa das Áfricas,
intitulado CÍRCULOS ÁFRICAS: rodas de conversa sobre produção intelectual de
estudantes e pesquisadores africanos no Brasil, foi iniciada a pesquisa sobre a
presença de estudantes africanos nos cursos de graduação e pós-graduação da
USP. Acreditamos que seja fundamental construir formas de se reconhecer a
contribuição feita por estudantes e pesquisadores que assumem um papel de
destaque cada vez maior no Brasil, agregando conhecimentos sobre África. Objetivos: Realizar levantamento sobre
os estudantes africanos na USP, visando elaborar projetos em sintonia com as
demandas encontradas; sistematizar as informações recebidas de forma a
compatibilizá-las já que podem se apresentar de forma incompleta ou
contraditória; dar visibilidade para a questão por meio do entendimento da
inserção destes estudantes em São Paulo; promover o reconhecimento das
contribuições para o país e para o debate sobre a diversidade, o racismo e a
xenofobia e colaborar para a implementação da lei 10639/03. Metodologia: Rodas de conversa com
intelectuais africanos e pesquisadores de África; busca de informações junto à
Comissão de Cooperação Internacional (CCINT) e das Comissões de Relações
Internacionais (CRINT) de cada unidade da USP, além das secretarias de
graduação, serviços para estudantes estrangeiros; contato com os núcleos e
organizações da universidade. Resultados/Discussão:
Em um levantamento inicial foi possível compreender que a demanda desta
população existe, mesmo que ainda não tenha encontrado canais de expressão.
Identificamos 70 estudantes ativos na universidade, sendo que este dado é
parcial, pois ainda não foi possível obter respostas de todas as unidades. Não
localizamos, até o momento, programas de acolhimento ou de apoio específicos,
mas é necessário enfatizar que há serviços que oferecem assistência pela USP no
campo da Assistência Social, Psicologia e Educação para estudantes,
estrangeiros e brasileiros. Considerações
Finais: Os convênios entre universidades África/Brasil e os Programas de
Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) e Pós-Graduação (PEC-PG) do governo,
modificaram o perfil dos estudantes no país. Ainda assim, eles enfrentam um
processo complexo de seleção por meio de análise de histórico escolar, exame de
conhecimentos gerais e língua portuguesa. Ao chegar ao Brasil, enfrentam
preconceitos raciais e culturais e a falta de redes de apoio adequadas,
dificultando a experiência participativa o que demonstra que o projeto de
internacionalização e de mobilidade estudantil da USP precisa ser discutido e
aperfeiçoado.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[422]
ÁFRICAS EM SÃO PAULO: PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO CAMPO DA
TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL
DEBORA GALVANI; ANA CAROLINA DE
MEDEIROS LAKI; CAMILA EXNER; JULIA NASCIMENTO CÂMERA; SARA SOARES RIBEIRO;
DANIELA OSÓRIO
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: áfrica;
diversidade; migração
Resumo: Introdução: A Terapia Ocupacional tem construído uma gama
de conhecimentos e tecnologias que contribuem para dimensões do sofrimento
humano instaurados por desequilíbrios ou conflitos socioambientais, religiosos
ou expressões culturais. O pertencimento social e o desenvolvimento de projetos
de vida individuais ou coletivos, não podem ser pensados a partir de um ser em
descontinuidade, mas com demandas contextualizadas em histórias e trajetórias.
Assim, a disciplina de prática supervisionada em Terapia Ocupacional Social
oferecida pelo projeto METUIA-USP em parceria com a Casa das Áfricas,
desenvolve um processo de ensino-aprendizagem em contextos marcados pela
diversidade cultural com ênfase nas questões africanas e afro-brasileiras. Objetivos: apresentar a construção de
um novo projeto de extensão universitária no campo da Terapia Ocupacional
Social associado às questões migratórias e de mobilidade de africanos; realizar
mapeamento de serviços, espaços de referência e movimentos sociais em busca de
parcerias para a elaboração de futuros projetos; problematizar a inserção dessa
temática no contexto da cidade de São Paulo; promover espaço de trocas de
saberes e experiências. Metodologia:
identificação e conhecimento, por meio de visitas e entrevistas, de espaços,
serviços, projetos, movimentos sociais, pessoas e grupos que estejam envolvidos
com a temática da migração/mobilidade africana; participação em eventos que
abordam temáticas ligadas à África; encontros para discussão do levantamento
teórico e das vivências geradas neste percurso. Resultado/Discussão: O percurso possibilitou identificar uma
demanda ainda sem canais de expressão. As estatísticas refletem a notável a
falta de informações, especialmente sobre a África. Foram realizadas visitas a
instituições: Comissão Municipal dos Direitos Humanos, a Casa do Migrante e
circuito pelo centro de São Paulo, onde constatamos a presença de africanos.
Percebe-se a relevância do reconhecimento das contribuições africanas para
modificação das representações negativas tanto de africanos como de
afro-brasileiros presentes no imaginário social brasileiro. Considerações Finais: A mobilidade
humana, caracterizada pelos deslocamentos físicos e simbólicos, trás
dinamicidade para as fronteiras e podem ser vistas como agregadoras de
possibilidades. No entanto, são inúmeros os desafios para se garantir direitos
humanos, sociais, culturais e econômicos para estrangeiros vivendo no Brasil,
notadamente de africanos e latino-americanos. Assim, destacamos a importância
do processo de pesquisa de um campo que se revela desafiador para a Terapia Ocupacional frente à luta pelos direitos humanos e pelo respeito à diversidade.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[423]
A CONTRIBUIÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NO CONSELHO MUNICIPAL DOS
DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA DE JOINVILLE
ALMERIZE VERÔNICA LEITE; FABIANA
DOMECIANO
ABRATO-SC, JOINVILLE, SC, BRASIL
Palavras-chave: conselho; deficiência; terapia ocupacional
Resumo: O Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência
(COMDE) foi criado sob a Lei Nº4403 de 25 de setembro de 2001, no momento rege
sob a Lei nº5888 de 16 de agosto de 2007. Constitui-se órgão colegiado de
caráter permanente e composição paritária, com integrantes do governo municipal
e sociedade civil. Com funções deliberativas, consultivas e fiscalizadoras.
Atualmente está vinculado a Secretaria de Assistência Social do Município de
Joinville. A formação deste conselho foi fruto da mobilização de entidades sem
fins lucrativos, que prestam atendimento e assistência a pessoas com
deficiência e profissionais, dentre eles o terapeuta ocupacional. O COMDE é uma
referência nacional para o desenvolvimento de políticas que visem o
atendimento, a prevenção e a cidadania de pessoas com deficiência. O conselho
tem como proposta formular políticas públicas referentes aos direitos de acessibilidade,
saúde, empregabilidade, transporte, escolarização e profissionalização, de
acordo com princípios das Políticas Nacionais da Pessoa com Deficiência,
acompanhar e fiscalizar a efetiva implantação da Política Municipal dos
Direitos da Pessoa com Deficiência, oferecer subsídios para a elaboração de
leis pertinentes à pessoa com deficiência, propor e realizar congressos,
conferências, seminários e fóruns. Os profissionais de Terapia Ocupacional
participam ativamente neste conselho, desde sua criação, atuando como:
conselheiro, secretário executivo, presidente e vice- presidente. A Associação
brasileira dos terapeutas ocupacionais, regional Santa Catarina (Abrato-SC), em
Fórum de Eleição elegeu um conselheiro para atuar na gestão de 2012 e 2013.
Neste momento o conselho conta com cinco terapeutas ocupacionais da esfera
governamental e sociedade civil. Os terapeutas ocupacionais atuam efetivamente
nas comissões de: Saúde e Reabilitação, Empregabilidade, Apoio Social,
Educação, Engenharia, Arquitetura e Mobilidade Urbana, contribuindo com
conhecimento científico nas intervenções realizadas, na criação de políticas
públicas, na realização de palestras, nas fiscalizações, orientações e no
parecer técnico do conselho. Conclui-se que a participação dos terapeutas
ocupacionais nos conselhos é de suma importância para a profissão visto que a
mesma sempre atua nas instancias de controle social. A representatividade visa
garantir a efetivação dos direitos da pessoa com deficiência, assim como
contribuir para a criação e reformulação de novas políticas públicas
municipais.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[437]
A PRIMEIRA INFÂNCIA INSTITUCIONALIZADA E O OLHAR DA TERAPIA OCUPACIONAL
MARCELA FAVILLA; HELOISA GAGHEGGI RAVANINI GARDON GAGLIARDO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
CAMPINAS, CAMPINAS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: criança institucionalizada; cuidado do lactente;
terapia ocupacional
Resumo: Introdução: A literatura ressalta os riscos de uma infância
passada longe do convívio familiar e os prejuízos da permanência prolongada em
instituições para o desenvolvimento de crianças. Objetivo: O estudo teve como objetivo caracterizar o perfil de
desenvolvimento de crianças na primeira infância de um abrigo institucional. Metodologia: O estudo está aninhado em
pesquisa ampla de caracterização de abrigos institucionais e perfil do
desenvolvimento infantil em cidade interiorana de São Paulo. Foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade
Estadual de Campinas sob o parecer nº 130.275. Participaram deste estudo oito
crianças com idades entre 2 e 24 meses, institucionalizadas em abrigo de
caráter não-governamental da cidade de Campinas, SP. Para conhecer o perfil de
desenvolvimento infantil, foi realizada consulta ao prontuário institucional e
aplicação do roteiro da “Vigilância do desenvolvimento da criança de 2 meses a
2 anos de idade”, proposto pelo Manual para Vigilância do Desenvolvimento
Infantil no Contexto da AIDPI. Trata-se de instrumento de avaliação para
classificação do desenvolvimento infantil. Resultados/Discussão:
De acordo com o roteiro de avaliação, quatro das oito crianças avaliadas
apresentaram “possível atraso no desenvolvimento”, mais especificamente na área
de linguagem. Considera-se que a integração dos aspectos biológicos e sociais
influencia na aquisição de linguagem da criança. Nesta perspectiva, a interação
social é considerada premissa fundamental para o desenvolvimento da linguagem,
cujo desenvolvimento está relacionado com as interações que a criança mantém. O
abrigo institucional é um local de moradia para muitas crianças em situação
vulnerável, portanto, é de grande importância a estruturação desse contexto para
a promoção do desenvolvimento infantil. O terapeuta ocupacional pode colaborar
no cuidado dessa população e, juntamente a uma equipe interdisciplinar,
contribuir para o desenvolvimento de ações e estratégias. Considerações Finais: Os resultados preliminares da pesquisa nos
alerta em relação à condição de vulnerabilidade dessas crianças, considerando o
seu histórico anterior à institucionalização, e também as consequências dela. A
interação social é aspecto fundamental para o desenvolvimento da linguagem, assim
como para o seu desenvolvimento global. Nesse sentido, deve-se pensar em ações
que visam valorizar o contexto sociocultural em que estas crianças estão
inseridas.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[445]
CAPACITAÇÃO DO CUIDADOR COMUNITÁRIO: UM PROJETO CONTÍNUO DO CURSO DE
TERAPIA OCUPACIONAL DA UNCISAL
MARIA IRACEMA LINS DOS SANTOS;
KRYSLENE DOS SANTOS SOUZA ALCÂNTARA; SANDRA AIACHE MENTA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS
DA SAÚDE DE ALAGOAS, MACEIÓ, AL, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; cuidador comunitário; práticas
comunitárias
Resumo: Introdução: O cuidador familiar é uma pessoa que recebendo
a devida capacitação tem condições de prestar o cuidado de forma
individualizada, levando em consideração as particularidades e necessidades da
pessoa a ser cuidada, partindo dessa premissa, o curso de Terapia Ocupacional
da Universidade Estadual de Alagoas – UNCISAL diante da demanda apresentada
pelas comunidades adjacentes, que em sua maioria são constituídas de famílias
de baixa renda que não tem condições de pagar um profissional especializado
para atender a pessoa portadora de algum tipo de deficiência e/ou necessidades,
oferece semestralmente o Curso de Cuidador Comunitário. Como forma de orientar
o cuidador quanto à orientação quanto aos cuidados necessários para prevenir
úlceras de pressão, encurtamentos e outras complicações decorrentes da falta de
informações em relação a posicionamentos e cuidados especiais adequados
destinados a este público. Objetivo:
Relatar a dinâmica do curso de Cuidador Comunitário para a capacitação do
cuidador familiar, e enfatizar a forma que este contribui para a melhoria da
qualidade de vida de pessoas acamadas e/ou com limitações. Metodologia: Durante o curso foram utilizadas de dinâmicas,
apresentações e discussões de vídeos, atividades em grupo e exposição dos temas
com o apoio de slides, práticas de manuseios e palestras abordando diferentes
áreas de atuação, tais como: orientações e condutas ergonômicas com enfoque na
saúde do cuidador, direitos do idoso, da criança e do adolescente, noções
básicas sobre primeiros socorros, treinamentos quanto às atividades de vida
diária, alimentação, relacionamento familiar, mobilidade e transferência,
cuidados com feridas e escaras. Através de uma equipe multidisciplinar, formada
por: terapeuta ocupacional, médico, enfermeiro, assistente social, entre
outros. Discussão: A partir deste
curso é possível perceber a necessidade de se capacitar pessoas para o cuidado
com pessoas acamados e/ou com limitações, pois a aquisição de novos
conhecimentos é de fundamental importância para o aperfeiçoamento dos cuidados
a estas pessoas, oferecendo-as uma boa assistência à saúde e consequentemente
melhor qualidade de vida, além da abrangência social, visto tratar-se de um público
de baixa renda. Considerações Finais:
Cabe ressaltar que o cuidado no domicílio proporciona o convívio familiar,
dessa forma, reduz as complicações decorrentes do processo de adoecimento, além
de contribuir na reabilitação dos pacientes e resultar em uma maior compreensão
e integração entre as necessidades da pessoa acamado e/ou com limitações e do
cuidador.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[491]
CONTANDO HISTÓRIAS: DESAFIOS DO PROJETO TOCCA /UFSM
ALESSANDRA DE MOURA; ANDRÉA DO
AMPARO CAROTTA DE ANGELI; CAROLINE PONCIO; ANELISE WONDRACEK
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; vulnerabilidade social na
infância/juventude; cultura
Resumo: Introdução: A oficina de contação de histórias é parte do
projeto TOCCA - Terapia Ocupacional, Corpo, Cultura e as Artes, do curso de
Terapia Ocupacional- UFSM. Há dois anos o TOCCA, se volta a desenvolver
propostas no âmbito da proteção integral à infância tendo como uma de suas
ações, contar histórias. Trabalha-se com histórias retiradas dos contos
infantis ou inventadas pelas crianças e, por meio destas, desenvolve-se ações
plásticas em pequenos projetos com o grupo. Narrativas de si e do mundo se
cruzam em um território onde é possível reescrever a própria história, repensar
e inventar projetos de vida em uma ação conjunta da equipe e das crianças, a
criação de redes de trocas afetivas e materiais, e a tessitura de um coletivo
que negocia, compartilha e constrói junto saídas para as situações vividas.
Este trabalho busca refletir acerca das diferentes facetas desta intervenção. Objetivos: Busca-se problematizar as
ações da oficina de contação de histórias, dispositivo de atenção do projeto
TOCCA. Metodologia: Por meio da
construção de narrativas obtidas em nossos diários de campo e das imagens do
processo da oficina de contação de histórias, vimos problematizando os efeitos
de nossa intervenção refletindo em equipe acerca das possibilidades reais de
transformação da vida cotidiana dos sujeitos envolvidos e suas redes de
proteção social, observando os resultados do trabalho no cotidiano das crianças
atendidas e na rede socioassistencial. Resultados/Discussão:
As ações do projeto TOCCA enfrentam diversos desafios, no que tange à sua
inserção em uma instituição de caráter assistencial, de cunho religioso e todas
as problemáticas que engendra. Entendemos que nossas ações podem repercutir
tanto na reprodução de valores sociais como na sua transformação. Busca-se,
assim, tornar-se critico em relação ao nosso fazer de modo a compreender qual
rumo tomamos, e de que maneira poderemos juntos com os sujeitos, projetar
futuros onde possam inventar suas histórias sob outras bases, mais coerentes
assim, com o respeito ao seu lugar de cidadão. Considerações Finais: Acredita-se na importância de fomentar
práticas e produção de conhecimento critico em terapia ocupacional observando a
potência do fazer artístico como produtor de outras possibilidades de invenção
da vida e de participação social.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[501]
UMA CARAVANA SOBRE DIREITOS: DIVULGANDO E ENSINANDO O ESTATUTO DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
ANA PAULA SERRATA MALFITANO;
ROSELI ESQUERDO LOPES; LETÍCIA BRANDÃO DE SOUZA; MARIANA ROSSI AVELAR
UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: crianças; políticas públicas; escola.
Resumo: A presente proposta é concebida e realizada pela equipe do
Núcleo da Universidade Federal de São Carlos do Projeto METUIA, que lida com
estudos, pesquisas e formação de estudantes de graduação e de pós-graduação,
além da implementação de intervenções em Terapia Ocupacional Social. O projeto
“Caravana do ECA: Promovendo direitos e Articulando ações”, contemplado no
edital Programa de Extensão Universitária PROEXT 2013, do Ministério da
Educação, surge da compreensão do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
como um importante marco legal para a construção de novos paradigmas acerca
dessa população, a qual passa a ser vista como detentora de direitos. Tem como
objetivo disseminar o ECA em todas as escolas públicas de ensino fundamental na
cidade de São Carlos, totalizando 26, tanto para alunos quanto para professores
e demais atores que compõem a equipe de trabalho escolar. A proposta é fruto da
parceria do METUIA com a Secretaria Municipal Especial de Infância e Juventude,
estabelecida em 2008, com o intuito de fomentar ações para fortalecer o
trabalho em rede. Entre as ações está a oferta de capacitação sobre o ECA,
sendo que esse projeto se debruça sobre sua disseminação e discussão nas
escolas públicas locais. Por meio da realização de uma atividade lúdica nas
salas de aula, propõe-se um diálogo sobre direitos, com o intuito de
possibilitar um processo educativo que contribua com as construções
transversais de educação para a formação de cidadãos críticos. A atividade tem
o objetivo de ser disparadora e mediadora do diálogo acerca do ECA, por meio de
vivências que suscitem a reflexão sobre os conceitos de direitos, de deveres e
de suas garantias. Na atual etapa do projeto, visualiza-se que o mesmo vai além
da perspectiva individual ou de coletivos dentro de territórios específicos,
para trabalhar em níveis mais gerais, priorizando-se a sensibilização dos
sujeitos e a divulgação, ainda necessária, do ECA. Vislumbra-se a promoção de
maior apropriação da temática e de melhoria das discussões da sociedade em
torno do tema das políticas públicas para o público infanto-juvenil. Como
resultados, nota-se que a proposta favorece a aproximação com a legislação.
Compreende-se que a vivência dessas crianças tem rebatimentos na apropriação da
temática, destacando-se o potencial da atividade e o impacto da proposta lúdica
dentro da escola. O terapeuta ocupacional apresenta-se, independentemente do
foco de trabalho, como mediador capacitado a facilitar o acesso aos direitos,
partindo-se da concepção de que o exercício da cidadania é fator significativo
para a experiência da autonomia, um dos horizontes de nossa profissão.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[521]
ARTICULAÇÃO ENTRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS E CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA
IDOSOS NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA – ES
TAINARA DEMUNER; GIOVANNA BARDI
UFES, VITÓRIA, ES, BRASIL.
Palavras-chave: política pública; assistência social; centros de
convivência para a terceira idade
Resumo: Introdução: É notório que a população idosa vem crescendo
no nosso país, fato que historicamente levou os serviços de atenção à saúde e à
assistência social a se organizarem de forma a possibilitar aos idosos melhores
condições de vida e acesso aos serviços sociais. Nesse bojo, diversas políticas
no campo da assistência social foram estruturadas para dar seguimento às ações
direcionadas para essa população, prevendo ainda a criação de espaços
específicos para o seu acesso. A exemplo disso são criados os Centros de
Convivência para a Terceira Idade (CCTI) que integram a rede de serviços da
Proteção Social Básica do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) em
Vitória, ES e outras localidades do país. Tais equipamentos podem ser apontados
como parte importante da rede social formal de seus frequentadores, uma vez que
auxiliam na criação de vínculos entre os idosos, favorecendo a sociabilidade e
prevenindo o isolamento social. Objetivos:
Levando em consideração a importância dos Centros de Convivência para a
Terceira Idade, objetiva-se acessar dados gerais sobre estes locais
(profissionais, usuários, atividades realizadas), a fim de acessar
prioritariamente as atividades realizadas e o perfil do público atendido. Metodologia: Realizar-se-á aplicação de
entrevistas semiestruturadas com os coordenadores ou profissionais que
aceitarem participar da pesquisa e que estejam aptos a responderem questões
gerais sobre o equipamento. Após a coleta dos dados, as entrevistas serão
transcritas, fato que possibilitará um levantamento acerca das ações realizadas
nos centros de convivência, também como um mapeamento sobre quem são os idosos
que acessam o local, e posterior análise em consonância com as diretrizes
apontadas nas políticas públicas de cunho assistencial sobre o tema. Resultados: Trata-se de uma pesquisa
ainda em andamento, contudo, com embasamento nos primeiros dados acessados,
acredita-se que o número de centros de convivência no município de Vitória – ES
ainda seja insuficiente para garantir o acesso de toda a sua população idosa.
Outro fator que deve ser levado em consideração é a localização dos mesmos,
sendo que todos se encontram em bairros de classe média e classe média alta,
não abrangendo os bairros de risco social e classe econômica desfavorável. Considerações Finais: Espera-se que a
pesquisa nos forneça um panorama sobre quais ações tem sido efetuadas nos
Centros de Convivência da Terceira Idade e que idosos tem conseguido atingir.
Além disso, possuir um panorama acerca das redes sociais dos idosos de Vitória,
ES, nos auxilia a refletir sobre novas formulações políticas e ações no que
tange a atuação da Terapia Ocupacional com essa faixa etária.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[534]
EXPLORANDO O TERRITÓRIO: UMA PROPOSTA DE DIVULGAÇÃO DE UM BLOG COM
INFORMAÇÕES PARA A COMUNIDADE
LARISSA DE ANDRADE ALVES; MARAISE
CRISTINA FERREIRA DE CASTRO; GRASIELLE SILVEIRA TAVARES PAULIN; PAULA TATIANA
CARDOSO; MARINA LEANDRINI DE OLIVEIRA
UFTM, UBERABA, MG, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; promoção de saúde; materiais
educativos e de divulgação
Resumo: Introdução: O termo território expressa a existência de uma
relação direta entre a ação profissional e o contexto concreto em que vive o
sujeito-alvo da ação. O conhecimento desse território é de grande relevância
para a equipe profissional, e para os próprios indivíduos inseridos na
comunidade, pois é a partir do reconhecimento desse espaço que eles poderão
acessar e transformar os recursos existentes, possibilitando uma ampliação do
pertencimento e protagonismo social. Com base nisso, é essencial fortalecer os
estudos e levantamentos sobre os territórios, bem como favorecer a divulgação dos
mesmos, como forma de contribuir para a difusão destas informações, e apontar
reflexões sobre sua eficácia e suas deficiências. Objetivos: Propiciar o conhecimento dos recursos territoriais da
comunidade; expandir a rede de suporte social dos indivíduos e ampliar seu
interesse e protagonismo diante dos recursos disponíveis na comunidade. Metodologia: Em 2012, foi elaborado por
estagiários do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro um blog com informações sobre equipamentos de saúde, cultura,
lazer e educação disponíveis em todo território de Uberaba-MG. As próximas
turmas de estagiários serão responsáveis pela complementação e divulgação do
instrumento, que pretende ser um recurso para a população e os profissionais de
saúde. Assim, esses alunos investirão na divulgação do blog para que a
comunidade possa ter acesso a todos esses recursos territoriais
disponibilizados e participar futuramente da ampliação desta estratégia. Para
tal, serão utilizados: folders, divulgação em todos os locais de estágio e nos
espaços onde ocorreram as ações de educação em saúde, bem como a mobilização
dos agentes comunitários de saúde. Além disso, será realizado contato com a
Secretária Municipal de Saúde em busca de apoio para utilização de recursos do
próprio município. Resultados: Espera-se ampliar o conhecimento da população a
cerca dos recursos territoriais existente em sua comunidade, para dessa forma
torná-la mais pertencente e ativa em seu contexto. Acredita-se que a partir do
conhecimento dos recursos pela comunidade, poderá ocorrer uma retroalimentação
do blog que então deverá ser realizada com a participação dos usuários da
comunidade como sujeitos ativos deste processo. Considerações Finais: As práticas dessa divulgação é fundamental para
o engajamento da população em seu território, que podem compreender melhor como
buscar ajuda e recursos dentro da sua comunidade. Portanto, é relevante que
tais informações atinjam toda a população de Uberaba, através de projetos
governamentais, da mobilização das equipes dos serviços de saúde e da própria
comunidade.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[570]
O USO DAS MÍDIAS SOCIAIS COMO RECURSO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL NA
REINSERÇÃO SOCIAL DE PACIENTE VÍTIMA DE ESCALPELAMENTO
ERICA FARAT1 ; RENAN SILVA
FERREIRA2
1.FSCMPA, BELÉM, PA, BRASIL;
2.UEPA, BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: inserção social; escalpelamento; blog
Resumo: Introdução: A navegação faz parte do cotidiano ribeirinha,
que têm os recursos da mata e dos rios como fonte de sobrevivência. Nota-se que
com o barco a motor, obteve-se maior rapidez no transporte, favorecendo os
ribeirinhos em suas atividades. A baixa instrução e acesso à informação os
levam a adotar improvisações, fixando o motor no centro do barco, com o
objetivo de equilibrar o peso no mesmo. O eixo de rotação fica então sem
proteção, localizado a uma curta distância dos passageiros, correndo o risco de
ter seus cabelos entrelaçados no eixo e abruptamente arrancados do crânio, o
que é chamado de escalpelamento. Objetivos:
Compreender como o uso das mídias sociais pode facilitar o processo de
reinserção social de paciente vítima de escalpelamento, analisar as mídias já
utilizadas como recursos terapêuticos para reinserção social de indivíduos,
compreender as repercussões da exclusão social no contexto de vida dos sujeitos
em pesquisa e capacitar os sujeitos do estudo para utilizar as mídias como
processo de reinserção social. Metodologia:
Participou desta pesquisa uma mulher de 21 anos de idade, vítima de
escalpelamento, que foi selecionada a partir da investigação dos cadastros da
instituição. Também foi aplicada uma entrevista aberta com o sujeito de
pesquisa e realizadas intervenções terapêuticas ocupacionais na ONG da qual
esta faz parte. Os dados e observações foram analisados de forma qualitativa. Resultados/Discussão: Os resultados
revelaram que o escalpelamento repercutiu em inúmeras mudanças no cotidiano da
participante, o que lhe trouxe um sentimento de exclusão social, causado
principalmente pela perda dos cabelos. Sua autoestima ficou bastante
comprometida, bem como suas relações sociais, o que a afastou de seus familiares
e amigos. Foi observada a expressão de sentimentos, como: medo, vergonha,
ansiedade, tristeza, entre outros. Considerações
Finais: Desse modo, acredita-se que a realização da pesquisa apresentou
grande relevância, pois proporcionou um novo meio de comunicação, não somente
com pessoas de seu convívio, mas com qualquer outra pessoa do mundo, o que lhe
permite conhecer mais pessoas e veicular informações e campanhas relacionadas
ao acidente, conscientizando uma parcela maior da população, permitindo que as pessoas
tenham contato com essa temática, tão característica da região Norte do Brasil.
Verifica-se, assim, a importância da assistência da Terapia Ocupacional,
visando proporcionar um espaço de expressão e ressignificação dos fazeres e da
vida, oportunizando o retorno dessa mulher às suas atividades ocupacionais
significativas.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[589]
EDUCAÇÃO POPULAR: UMA ESTRATÉGIA PARA O CONTROLE SOCIAL
MARLETE ANDRIZE DE OLIVEIRA;
DANIELA LOCINDO SOUTO; TAÍSA GOMES FERREIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.
Palavras-chave: controle social; educação popular; comunidades
tradicionais
Resumo: Introdução: A Educação Popular é o campo de práticas que
articula o saber técnico-científico com o conhecimento empírico da população.
Seu ponto central é formar pessoas críticas para a realidade de seu contexto,
que reivindiquem sua cidadania através da ligação com as organizações
políticas, visando o empoderamento das comunidades, fortalecendo assim a Lei
Orgânica 8.142/90 que visa o controle social. A Terapia Ocupacional (T.O)
corrobora, na concepção das suas ações, que visam a potencialização do sujeito
e de sua comunidade, fortalecendo os vínculos entre o individuo e território.
Assim, quando articulada com a Educação Popular, fortalece a construção das
práticas do cuidado, e da participação social, por meio da perspectiva da
integralidade, horizontalidade e empoderamento social. Objetivo: Discutir como a Educação Popular em Saúde pode fortalecer
o controle social e sua articulação com a Terapia Ocupacional. Metodologia: Trata-se de um relato de
experiências vivenciadas no ano de 2012, em uma formação de Promotores
Populares em Saúde, promovido pela Articulação Nacional de Movimentos de
Educação Popular e Práticas em Saúde. Resultados/Discussões:
Observou-se no espaço de formação o empoderamento dos líderes sociais no
momento que traziam suas demandas para o grande grupo, sentindo-se a vontade
para compartilhar suas opiniões e necessidades. Acredita-se que esta facilidade
em se posicionar estaria ligada ao modo que a formação se construiu, seguindo a
lógica defendida por Paulo Freire, da horizontalidade de saberes, autonomia do
sujeito e educação como prática libertadora. A partir da linguagem Freireana é
possível conceituar de forma concisa os objetivos da Educação Popular. “A
pessoa conscientizada é capaz de perceber claramente, sem dificuldade a fome
como algo mais do que seu organismo sente por não comer, a fome como expressão
de uma realidade política, econômica, social, de profunda injustiça”. (Freire
1994, p. 225). Segundo a World Federation of Occupacional Therapy (2003), a
Terapia Ocupacional é um campo de conhecimento e de intervenção em saúde,
educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação
e autonomia das pessoas que, por razões ligadas a problemáticas específicas,
apresentam, temporariamente ou definitivamente, dificuldades na inserção e
participação na vida social. Considerações
Finais: Percebeu se que a Educação Popular possibilita a população, que
possui dificuldades de acesso à saúde diagnosticar suas demandas e defendê-las
por meio do controle social. Assim, fortalecendo a participação na tomada de
decisões e a Terapia Ocupacional atua como um mediador e articulador neste
processo de empoderamento.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[598]
CURSO DE CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE MENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
LUÍS FELIPE FERRO1; ALINE DA CRUZ
WUDARSKI2; ALINE RAMOS DOS SANTOS2; THAÍS AMANDA BOLSON MORETTO2; MARILÚ LANGE
HARTWIG2; MARINA RODRIGUES LIMA2
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
PAULO, SP, BR; 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITBA, PR, BR.
Palavras-chave: controle social; terapia ocupacional; educação em
saúde
Resumo: Introdução: O controle das ações públicas constituiu-se
como diretriz integrante do Sistema Único de Saúde ao momento de sua previsão
legislativa, tomando estrutura operacional a partir da portaria 8142/90. O
controle social prevê a possibilidade de participação da sociedade civil na
construção, acompanhamento e fiscalização das políticas públicas. Embora com
mais de 20 anos de instituição legal, a fragilidade da população, em especial
de seus segmentos mais vulneráveis, em reivindicar ações em saúde que respondam
às suas demandas é preocupante. A partir deste panorama, o curso de Terapia
Ocupacional da Universidade Federal do Paraná, em parceria com a Associação de
Apoio aos Portadores de Distúrbios de Ordem Mental, vem realizando cursos
semestrais de controle social com foco na ampliação da defesa dos direitos da
pessoa com transtorno mental. Em sua sexta-turma, o curso é voltado a usuários,
familiares e profissionais vinculados ao campo da Saúde Mental. Objetivo: Apresentar a estruturação do
curso de controle social enquanto possibilidade para o trabalho do terapeuta
ocupacional. Metodologia: Relato da
experiência de 3 anos da ministração do Controle Social em Saúde Mental:
praticando cidadania, apresentando sua estrutura metodológica e reflexões. Resultado/Discussão: O curso, com base
nos ideais da pedagogia libertadora, apresenta a saúde mental e o controle
social em sua estrutura legislativa e organizacional e as variadas
possibilidades de ação e dificuldades destes campos. Enquanto estrutura
didática, as problemáticas vivenciadas pelos participantes na saúde mental
direcionam a apresentação de legislações que garantam os direitos da pessoa com
transtorno mental e para a estruturação conjunta de caminhos concretos de
enfrentamento. Quanto ao processo de amadurecimento do curso, diferentes
transformações se deram ao longo de suas 6 turmas. Com o gradual envolvimento
dos ministrantes no território, pessoas e instituições importantes na defesa
dos direitos humanos passaram a compor parceria. Desta forma, representantes da
imprensa, Ministério Público, Conselho de Saúde, etc, puderam apresentar falas
junto ao curso, relatando o objetivo de suas instituições, formas de acesso e
encaminhamento de denúncias, de maneira a proporcionar maior intimidade dos
participantes com a rede de proteção. Considerações
Finais: A troca entre os participantes do grupo pôde proporcionar quadro de
problemáticas regionais importante. Com isto, os participantes puderam acionar
a rede de proteção, encaminhando as mais variadas denúncias e dossiês aos
órgãos competentes. Para além, este escopo proporcionou parcerias para o
fortalecimento de associações e representações.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[608]
INSERÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM UM GRUPO DE CRIANÇAS EM
VULNERABILIDADE SOCIAL DE UMA ONG
THAIS FERNANDA OLIVEIRA; REGINA
YONEKO DAKUZAKU CARRETTA
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO
PRETO USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; vulnerabilidade; crianças
Resumo: Introdução: No território de uma unidade de saúde da
família localizado no Distrito Oeste da cidade de Ribeirão Preto-SP,
encontram-se áreas de favela e crianças em situação de risco ou
vulnerabilidade. Esta situação se dá pelo contexto em que vivem, onde permeia a
precariedade de serviços públicos, tais como de educação, cultura, lazer e
segurança pública, de moradia, questões socioeconômicas das famílias, gerando
ausência de espaços para o desenvolvimento de brincadeiras e de convivência.
Diante tais condições, observou-se a necessidade de intervenção e estratégias
coletivas com essas crianças, considerando o contexto em que se encontram, a
exclusão social da comunidade e o enfrentamento de estigmas e preconceitos
vivenciados pela comunidade. Objetivos:
Descrever o processo de inserção da Terapia Ocupacional e seu papel junto ao
grupo de crianças em vulnerabilidade social e a ONG. Método: O grupo acontece em encontros semanais com duração de 1hora
e 30 minutos no período vespertino, com crianças de 05 a 12 anos, onde a
inserção da Terapia Ocupacional se deu pela necessidade de proporcionar um
ambiente do brincar, estimulando o desenvolvimento dessas crianças, oferecendo
oportunidades ocupacionais criativas e reflexivas, minimizando as influências
dos fatores de risco como drogas, violência, entre outros. Também cabe à
terapia ocupacional proporcionar uma visão ampla das demandas trazidas pelas
crianças e adaptar as atividades para abordar a questão da vulnerabilidade
social. Resultados: A Terapia Ocupacional
proporcionou a estas crianças e à ONG em questão um espaço de conhecimento,
reflexão, criatividade, esclarecimento de dúvidas, vínculo com outros
profissionais da saúde, e ampliou a visão dessa população a cerca de problemas
sociais como a utilização de drogas, sexualidade e violência. Considerações Finais: Constatou-se um
progresso que inclui facilidades de desenvolvimento em atitudes, participação
social e conscientização dos vários temas abordados. Essas intervenções
auxiliaram no melhor desenvolvimento biopsicossocial das crianças e suprem
parte dos déficits que estas sofrem pela situação de risco e vulnerabilidade em
que estão. Com base nos resultados obtidos até o momento, o projeto continua
ativo, tendo o apoio do Programa Aprender com Cultura e Extensão da
Pró-reitoria de Cultura e Extensão.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[638]
A INSERÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM ATIVIDADES DE LAZER E
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
BRUNA SIMOES DRUZIANI
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO,
RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; deficiência; lazer
Resumo: Introdução: Para a Terapia Ocupacional o Lazer é definido
como as atividades contidas dentro de um campo de ações não obrigatórias,
motivadas intrinsecamente e realizadas durante o tempo livre do sujeito. O
Lazer como dispositivo e ocupação relacionado à promoção de qualidade de vida
liga-se diretamente a manutenção, prevenção e promoção a saúde. No entanto
sabemos que quando se trata de pessoas com deficiência percebemos uma grande
fragilidade de ações nas esferas pública e privada em saúde no Brasil, por isso
há necessidade dos profissionais que trabalham com a reabilitação se
preocuparem com o desempenho dessa área da ocupação humana, assim como, com a
condição de exclusão das pessoas com deficiência das atividades de participação
social e Lazer. Ainda, pensa-se ser necessário que esta dimensão de atenção em
saúde seja articulada a rede de Atenção Básica a Saúde. Objetivos: Discutir os resultados parciais de uma pesquisa que está
sendo desenvolvida em nível de iniciação científica no Curso de Terapia
Ocupacional da USP-Ribeirão Preto que visa conhecer as dificuldades de
realização de lazer de pessoas com deficiências, adquiridas ou congênitas, nas
áreas física, mental, sensorial, e múltipla e identificar suas necessidades e
desejos na vida cotidiana. Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa de abordagem metodológica qualitativa. A técnica de
coleta de dados é a entrevista de história de vida e a técnica de análise de
dados é a análise temática de conteúdo. Resultados/Discussão:
Observou-se através dos depoimentos isolamento social dos sujeitos
entrevistados, permanência dos sujeitos nos domicílios apresentando poucas
saídas para ambientes sociais. Os sujeitos referem sentimentos de vergonha,
impotência e incômodos variados perante a sociedade. Também referem
dificuldades geográficas de acesso aos ambientes sociais; obstáculos
psicossociais tais como constrangimento de pessoas sem deficiência, ausência de
tecnologias assistivas, adaptações ambientais e relações de solidariedade. Considerações Finais: Percebe-se pelos
depoimentos que há uma defasagem na realização de atividades de lazer
apresentada pelos sujeitos da pesquisa. Os sujeitos se isolam socialmente,
sendo que sua sociabilidade restringe-se aos membros familiares, não
apresentando participação social, principalmente a de lazer, que é considerada
de menor importância na escala de valores dos sujeitos comparadas com as
atividades consideradas de extrema necessidade, como ir ao médico. Há uma falta
de políticas públicas voltadas a essa população e que regulamentem modificações
ambientais e culturais para o acesso de pessoas com deficiência em todos os
equipamentos sociais da coletividade.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[647]
PESQUISANDO AS AÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL NA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
INFANTIL
FABÍOLA LEITE COSTA; ANDRÉA DO
AMPARO CAROTTA DE ANGELI; LENISE OLIVEIRA MEDEIROS; LUISE FERREIRA DE QUEIROZ
UFSM, SANTA MARIA, RS, BRASIL.
Palavras-chave: violência
doméstica; terapia ocupacional; social
Resumo: Introdução: A atual conjuntura da violência doméstica
contra crianças e adolescentes em nosso país reverbera a necessidade de
ampliação de estudos e pesquisas sobre o assunto, para compreensão e identificação
dos principais fatores e determinantes que a estabelecem. Visto que esse
fenômeno envolve as diferentes esferas sociais, estando presente em todas as
camadas, passando de um campo individual para o coletivo atingindo de forma
acentuada a sociedade em geral. São essenciais ações preventivas na comunidade
buscando a redução dos riscos de violência e promoção da cultura da paz no
território (BRASIL, 2006). Nesse âmbito a Terapia Ocupacional se insere com uma
concepção de clínica ampliada interligando serviços do SUS e SUAS que na
prática já são interdependentes. (MALFITANO,2005). Objetivo: Apresentar parcialmente os resultados da revisão
bibliográfica desenvolvida sobre as relações entre a violência doméstica e as
possibilidades de intervenção do terapeuta ocupacional neste campo. Metodologia: Trata-se da apresentação
parcial de dados de uma revisão bibliográfica. Para a construção desta pesquisa
vem desenvolvendo-se um estudo a respeito da temática abordada no presente
trabalho em artigos científicos e revistas de terapia ocupacional com base em
dados (nacionais) nos últimos 5 anos. Resultados/Discussão:
As violências se interpõem como iminência ao direito à vida e à saúde de
crianças e adolescentes. Atuar na vanguarda da saúde pública implica conhecer
os tipos e natureza da violência (física, sexual, psicológica e negligência),
suas formas e manifestações e as consequências que esse quadro estabelece
(BRASIL, 2010). O enfrentamento desta problemática visa contemplar a
necessidade de estratégias de prevenção, defesa e responsabilização, assim como
atendimento e cuidado com as pessoas inseridas nesse contexto (ROCHA et.
al.2011). Nesse sentido, é de extrema importância a análise sobre a atuação do
terapeuta ocupacional diante das questões da violência doméstica, refletindo
acerca das ações intersetoriais e interdisciplinares, assim como, nesta
interface saúde e social marcante neste campo. Considerações Finais: Desse modo, entende-se a importância da
construção de práticas e discussões teóricas e metodológicas em terapia
ocupacional nesta área que possam dar subsídios ao profissional que se depara
com sujeitos vitimas de violência dentro do contexto do sistema único de saúde,
mas também no sistema único de assistência social em seus diferentes níveis de
complexidade.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[668]
ATIVIDADES CONTEXTUALIZADAS EM UM GRUPO DE CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE
VULNERABILIDADES SOCIAL
REGINA YONEKO DAKUZAKU CARRETTA;
THAIS FERNANDA OLIVEIRA; MIRELA MENDES RODRIGUES; GABRIELA CASEIRO ALMEIDA
SILVA
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO
PRETO USP, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; fator de risco; crianças
Resumo: Introdução: A situação de vulnerabilidade é estar exposto a
fatores de riscos e dificuldades de acesso às condições habitacionais,
sanitárias, educacionais e de trabalho, participação e acesso às informações e
as oportunidades. No território de uma unidade de saúde da família localizado
no Distrito Oeste da cidade de Ribeirão Preto-SP, encontram-se áreas de favelas
ou urbanização recente e crianças em situação de risco ou vulnerabilidade.
Considerando tais condições, viu-se a necessidade de intervenção e estratégias
coletivas, para proporcionar espaços de desenvolvimento de atividades
contextualizadas no ambiente da comunidade. Objetivos: Descrever atividades considerando as demandas trazidas
pelas crianças e pelo contexto em que se encontram, buscando o desenvolvimento
desse grupo de crianças residentes na área do Núcleo de Saúde em questão. Metodologia: O grupo é formado por
crianças (05 a 12 anos), em que se utilizam atividades lúdicas, em encontros
semanais de 1hora e 30 minutos no período vespertino. As atividades foram
coordenadas por uma residente de Terapia Ocupacional do Programa de Residência
Multiprofissional em Atenção Integral à Saúde e de uma discente do curso de
Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de
São Paulo (USP). As atividades foram divididas em blocos, destacando neste
trabalho as de contexto social, como atividades de conscientização sobre as
drogas e sua utilização (atividade de desenho sobre o que elas conheciam ou as
que já tinham sido expostas), sexualidade (confecção de painel sobre as
diferenças entre homem e mulher, explicação dos riscos a cerca da gravidez e
doenças sexualmente transmissíveis), e violência (roda de conversa sobre
situações já vividas pelas crianças e desenho sobre o tema). Busca-se gerar uma
reflexão, conceituar as crianças sobre os problemas sociais vistos e/ou vividos
por elas e criar estratégias de enfrentamento. Resultados: Houve o
favorecimento do desenvolvimento progressivo e gradativo dessas crianças,
atingindo os objetivos de ampliar suas vivências, desenvolver habilidades de
convívio social. Considerações Finais:
Avalia-se que estas intervenções colaboraram para um melhor desenvolvimento
psicossocial das crianças. Através de tais resultados positivos o projeto teve
continuidade, tendo o apoio do Programa Aprender com Cultura e Extensão da
Pró-reitoria de Cultura e Extensão, aumentando as possibilidades de atuação
junto a esta população, diante das demandas observadas, além de contribuir para
formação do bolsista do projeto, graduando de Terapia Ocupacional.
[699]
ADEQUAÇÃO DE PRÓTESES OCULARES EM REABILITAÇÃO VISUAL – CONTRIBUIÇÕES
DA TERAPIA OCUPACIONAL E DO SERVIÇO SOCIAL
GLEDSON NUNES DA SILVA1 ;
PATRICIA VALESCA FERREIRA CHAVES2 ; FRANCINE DE SOUZA DIAS1 ; TALITA SILVÉRIO
DE SOUZA SILVA3 ; ROZILEA MARA FELIPES MIRANDA3
1.AFAC, NTERÓI, RJ, BR;
2.CREFITO-2, RIO DE JANEIRO, RJ, BR; 3.IFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BR.
Palavras-chave: prótese ocular; sus; relações sociais
Resumo: O objetivo do resumo é apresentar o trabalho de adequação
de próteses oculares e lentes esclerais realizado por uma equipe formada por
terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, bem como situar estes recursos
como instrumentos para o fortalecimento dos vínculos comunitários e para
valorização da autoestima, por isso da saúde e da vida da pessoa com
deficiência visual e defender sua oferta pelo Sistema Único de Saúde – SUS a
partir da experiência de profissionais em exercício no único Centro de
Reabilitação Visual do Estado do Rio de Janeiro, até a presente data. O
fornecimento de Prótese Ocular e de Lente Escleral são procedimentos
relativamente recentes no Brasil, sobretudo no SUS, pois não são todos os
Estados que o oferecem nesta modalidade. No Rio de Janeiro, Estado sede desta
Pesquisa e Experiência Profissional, somente um Centro de Reabilitação oferece
este serviço no âmbito do SUS: a Associação Fluminense de Amparo aos Cegos –
AFAC, portanto, este estudo tem como base a estrutura existente neste Estado e
a defesa da necessidade de se produzir conhecimento à partir da prática
profissional dos setores de Serviço Social e Terapia Ocupacional da
instituição. A prótese ocular e a lente escleral são peças clínicas de resina
acrílica, e geralmente confeccionadas à mão, que têm como objetivo a
restituição do aspecto natural do olho, do ponto de vista estético, preservando
os movimentos e a forma de um olho normal, além de funcionar também como
proteção, uma vez que impede que corpos estranhos atinjam o local. Estes
equipamentos são indicados após a evisceração ou enucleação. Isto pode ocorrer
tanto por motivo de doença, quanto por acidentes e lesões graves ou formação
congênita. A prótese ocular surge como um método para a correção estética desta
lesão, recuperando o movimento natural das pálpebras. Sendo a lente escleral,
utilizada após colocação de implante ou outros procedimentos, objetivando o
mesmo que a prótese. Se a limitação sensorial reflete diretamente a forma como
o sujeito será concebido e conceberá a sociedade, o dano estético existente em
virtude dessa deficiência torna-se mais um obstáculo na garantia da convivência
familiar e comunitária sem preconceito e discriminação, dobrando o sofrimento e
a rejeição vivenciada pela pessoa, já que a imagem defeituosa, a deformidade
ali presente, desperta todos os tipos de intolerância do ser humano para com o
outro. Por este motivo, faz-se necessária a compreensão destes recursos como
instrumentos facilitadores das relações sociais que devem ser garantidos
através do SUS em todo o território nacional.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[710]
MAPEANDO E ANALISANDO AS INTERVENÇÕES E AS PROPOSIÇÕES DE ATIVIDADES NA
TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL
MARIA LUIZA MANGINO CARDOSO;
CARLA REGINA SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: atividades; terapia
ocupacional social; documentário
Resumo: A Terapia Ocupacional na
década de 1970 passou por questionamentos acerca de novas perspectivas de suas
bases teóricas e práticas, contribuindo com este histórico, em 1998, o Projeto
Metuia começa a se estruturar e direciona suas ações para o campo social
através de três diretrizes norteadoras: ensino, pesquisa e extensão. O presente
trabalho apresenta uma pesquisa que teve como objetivo mapear e analisar as
intervenções e proposições realizadas pelo grupo de destaque nacional acerca da
Terapia Ocupacional Social, sob o enfoque das atividades e recursos, desde sua
concepção teórica à aplicação e utilização prática. Devido às concepções acerca
das atividades utilizadas e fomentadas pela Terapia Ocupacional Social,
vislumbramos a necessidade e a importância, além de sua compreensão, de uma
maior apreensão deste campo acerca do que se tem produzido em suas intervenções
e práticas, assim como, nas produções teóricas, acadêmicas e científicas. Para
tanto, foi realizado levantamento bibliográfico das ações produzidas, além de
referências publicadas pelo grupo, sistematização acerca das equipes (estudantes
da graduação e pós-graduação, pessoas externas, outros), parceiros,
público-alvo e principais atividades realizadas. Além disso, foram realizadas
entrevistas semi-estruturadas com as principais coordenadoras, docentes e
técnicas dos três distintos Núcleos do Metuia (São Carlos, São Paulo e Santos -
SP). A partir desse material coletado e produzido foi realizado roteiro,
selecionadas imagens de atividades desde 1998 e criado um vídeo-documentário,
que apresenta a história do grupo, os principais projetos, populações e
comunidades atendidas, metodologias e estratégias de ação, assim como, quais
principais recursos utilizados e suas distintas concepções. Como resultado
principal da pesquisa além do produto audiovisual, temos o mapeamento das ações
e o registro como importante ferramenta para memória e divulgação dos dados.
Reconhecemos importância significativa na recuperação da memória, nas
composições de conceitos utilizadas por cada núcleo alvo de entendimento das
atividades em Terapia Ocupacional e na construção audiovisual de caráter
documental, concomitantemente sua divulgação. Sendo assim, foi possível
fomentar novas interpretações e compreensões acerca das conceituações e
práticas relacionada às atividades que contribuirão para a produção de prática
e de conhecimento na área e, ainda, para a necessidade da Terapia Ocupacional
em ampliar seu olhar em relação aos distintos campos e populações alvo.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[723]
COMPARTILHANDO SABERES COM ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
(EJA)
DÉBORA ALVES DE MATOS PONTES;
ANNA ADELAIDE MELO MIRANDA; BEATRIZ CUNHA CAVALCANTE; CAMILA FLORA DE LIMA;
OLGA MARIA RAMALHO DE ALBUQUERQUE; TATIANA BARCELOS PONTES
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA -
FACULDADE DE CEILÂNDIA, CEILÂNDIA, DF, BRASIL.
Palavras-chave: promoção da saúde; eja; pesquisa-ação
Resumo: Introdução: A educação é um fenômeno histórico-social que
ocorre durante toda a vida do ser humano. Nesse sentido a escola exerce a
função de espaço social promotor da saúde, por meio da valorização e do suporte
à construção de um ambiente saudável estabelecendo, ao mesmo tempo, as bases de
uma gestão pública que apresenta nova forma de olhar a vida e a saúde. Objetivo: Identificar necessidades dos
sujeitos de pesquisa, proporcionando assim uma melhor atuação na promoção da
saúde. Metodologia: O método
empregado foi a pesquisa ação, tipo de pesquisa social com base empírica,
concebida e realizada em estreita associação com a resolução de um problema
coletivo, na qual pesquisadores e participantes representativos da situação
estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. Para isso utilizaram-se
dinâmicas e rodas de conversa nos seis encontros realizados. Este trabalho foi
realizado por acadêmicos da Universidade de Brasília – Faculdade de Ceilândia
no decorrer da disciplina de Promoção da Saúde. As intervenções aconteceram em
parceria com 18 estudantes com idade entre de 20 e 63 anos da turma de alfabetização
da educação de jovens e adultos do Centro de Ensino Fundamental 404 em
Samambaia, DF. Resultados: As
necessidades identificadas foram: possuir uma casa, ter mais segurança na
escola, saber mais informações sobre aposentadoria. Na sequência, o grupo de
estudantes do EJA sugeriu as propostas de solução priorizando as necessidades
coletivas. Para aumentar a segurança na escola os próprios estudantes
identificaram o telefone para efetuar as denúncias de consumo de drogas. Para
saber mais sobre a aposentadoria, elaborou-se um folheto contendo as
informações necessárias. Para atender à necessidade de possuir uma casa foi
verificada a posição dos inscritos na Companhia de Desenvolvimento Habitacional
do Distrito Federal (CODHAB) e uma das estudantes era a sexta colocada em sua
cooperativa. O principal resultado para os acadêmicos foi a apropriação dos
conceitos teóricos debatidos na disciplina por meio da sua aplicação prática.
Salienta-se também a importância da escuta ativa e qualificada de cada um dos estudantes
do grupo que falaram de sua trajetória de vida, suas dificuldades e anseios
para o futuro. Desse modo, mesmo os mais tímidos conseguiram expressar suas
aspirações. Considerações Finais: Os
participantes falaram sobre suas necessidades e encontraram soluções
tornando-se co-autores na construção de ambiente de suporte para uma vida com
mais saúde. Isso os ajudou a se perceberem como protagonistas na modificação de
situações existentes em seu próprio meio social.
[750]
INCLUSÃO DIGITAL: RELATO DE CASO DE INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL
COM IDOSA DE 75 ANOS PARA O USO DO CELULAR
DANIELLE FERREIRA MAZETTO;
LARISSA SILVA ALVES; GEÓRGIA CAMILA DE FARIA; DANIEL GUSTAVO DE SOUSA CARLETO
UFTM, UBERABA, MG, BRASIL.
Palavras-chave: inclusão digital; idosos; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: Atualmente os idosos têm uma forte tendência a
permanecer conectados com o mundo digital, e assim buscam aprimorar o uso
desses aparelhos especialmente para a comunicação com familiares e amigos. A
inclusão digital pode proporcionar, além do conhecimento digital, interação
social, aprendizado e enfrentamento de desafios, assim como a valorização da
autoestima, da autoimagem e da qualidade de vida. Este relato de caso foi desenvolvido
por acadêmicos de Terapia Ocupacional em uma Unidade de Atenção ao Idoso (UAI)
na cidade de Uberaba/MG. Objetivos:
Descrever o processo de intervenção terapêutico ocupacional desenvolvido junto
a uma idosa de 75 anos, no processo de inclusão digital. Metodologia: Os encontros ocorreram uma vez por semana com duração
de uma hora por um período de quatro meses. A princípio foi entregue a idosa
uma apostila com imagens que trazia o passo a passo de cada função do celular
para que pudesse ser utilizada no horário de intervenção e em casa como suporte
para o aprendizado. A prática se deu de forma explicativa no celular touch
screen de propriedade da idosa com posterior repetição do que havia sido
aprendido. No início ela manifestou medo e insegurança no manuseio do celular e
dificuldade em se lembrar do passo a passo, desta forma o conteúdo era sempre
repetido na semana seguinte para fixação e memorização e somente se passava
para o próximo recurso quando a idosa já manifestava segurança no anterior. Resultados/Discussão: O método
utilizado se mostrou eficaz já que a idosa ao final demonstrou eficiência na
utilização dos recursos do celular como: ligar e desligar o celular, colocar no
modo silencioso, adicionar contatos, realizar chamadas, visualizar chamadas,
enviar e receber mensagens, ativar e desativar despertador, tirar e visualizar
fotos, fazer vídeos e visualizá-los, ativar e desativar bluetooth e ouvir
músicas. Com a repetição do que foi aprendido na semana anterior e o uso da
apostila, fortaleceu o aprendizado, possibilitou superação do medo e da
dificuldade em se lembrar do passo a passo. Considerações Finais: A compreensão das necessidades do individuo
como, habilidades cognitivas para aprendizado de novas tarefas requer do
profissional terapeuta ocupacional o olhar, a escuta e atenção voltados às
necessidades e potencialidades a serem desenvolvidas e ainda adaptação e
graduação da atividade.
[757]
CONSELHO DE SAÚDE ENQUANTO ESPAÇO METODOLÓGICO PARA O TRABALHO
ACADÊMICO EM COMUNIDADES
UNIVERSIDADE
FEDERAL D PARANÁ / UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: controle social; terapia ocupacional; mobilização
social
Resumo: Introdução: A Constituição Brasileira, outorgada em 1988,
prevê a participação da comunidade no controle das ações públicas. O controle
social encontra estrutura organizacional na lei 8.142/90, a qual prevê os
conselhos de saúde como um dos espaços de fiscalização, construção e
acompanhamento das políticas públicas no campo da saúde. Ainda, a lei 8.080/90
prevê, enquanto diretriz para o campo de ação do SUS, a ordenação da formação
de recursos humanos na área da saúde. O campo da Educação, por sua vez, vem
criticando de maneira incisiva o distanciamento da Universidade e suas práticas
de ensino-pesquisa-extensão da comunidade e suas problemáticas. Objetivo: A partir da vivência junto ao
projeto Controle Social em Saúde Mental: cidadania em construção, é intenção do
material que se apresenta discutir e apresentar a potência dos conselhos de
saúde enquanto espaços metodológicos para o trabalho acadêmico. Metodologia: nas limitações de um
ensaio reflexivo, o material pretende apresentar estruturas e reflexões
possíveis para conciliar o trabalho acadêmico aos conselhos de saúde. Resultados: A configuração do conselho
de saúde, aberto à participação de diferentes segmentos, sejam de usuários,
profissionais, gestores ou prestadores de serviços, imprime ao equipamento uma
qualidade ímpar. Através do conselho de saúde, o docente pode inserir-se em uma
comunidade, conhecendo suas representações atuantes. A partir da vivência, o
docente pode aproximar-se de maneira íntima das dificuldades vivenciadas pela
comunidade no campo da saúde, proporcionando guias para a composição de ações
parceiras. A configuração do conselho permite ao docente, ainda, a contato
estratégico com agentes/instituições importantes para a compreensão da
problemática da saúde a ser investida, proporcionando guias para a composição
de ações de ensino/pesquisa/extensão, amadurecendo, até mesmo, projetos e
desenhando caminhos frutíferos para seu fortalecimento. Alguns conselhos podem,
ainda, ter comissões temáticas, o que proporciona maior foco para o docente no
envolvimento específico com sua área de afinidade. Para além, o espaço do
conselho proporciona formação mútua de seus agentes. O envolvimento com o
conselho pode também, para além do direcionamento e composição mais concisa de
ações voltadas a responder às demandas comunitárias e instaurar-se como
comunidade interpretativa, validando pesquisas e ações acadêmicas. Considerações Finais: Talvez possa ser
a partir do estabelecimento dos Conselhos de Saúde, como um dos pilares e
instância democrática-guia para ações acadêmicas, que a prerrogativa do SUS de
ordenação da formação de recursos humanos possa iniciar-se em viabilização
pragmática.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[763]
A DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO EM SAÚDE MENTAL: DIFICULDADES DA MOBILIZAÇÃO
POPULAR
ALINE RAMOS DOS SANTOS1; MARILÚ
LANGE HARTWIG1; LUÍS FELIPE FERRO2; LUANA MARIA ALMEIDA1; THAÍS AMANDA BOLSON
MORETTO1; ALINE DA CRUZ WUDARSKI1
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ,
CURITIBA, PR, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ / UNIVERSIDADE DE SÃO
PAULO, CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: controle social; terapia ocupacional; saúde mental
Resumo: Introdução: A construção do SUS e da Rede de Atenção
Psicossocial pauta-se em uma nova proposta de produção de saúde, que inclui o
controle social como atuação organizada da sociedade civil na construção,
acompanhamento e fiscalização das políticas públicas. No entanto, nota-se frágil
mobilização popular na saúde mental para exercer este direito, o que toma
dimensão ainda mais preocupante quanto à participação política dos usuários e
seus familiares. Objetivo:
Investigar as dificuldades da mobilização popular para o exercício do controle
social em saúde mental e explorar possibilidades de transposição dos obstáculos
identificados. Metodologia:
Realizou-se uma pesquisa qualitativa estruturada pela pesquisa-ação,
viabilizada pelo Programa de Iniciação Científica da Universidade Federal do
Paraná. Os envolvidos participaram nas reuniões de uma Comissão de Saúde Mental
do Paraná, vinculada ao Conselho Municipal de Saúde, e executaram grupos focais
nos quais discutiram as dificuldades da mobilização popular e elaboraram
estratégias para enfrentá-las. Coletaram-se os dados por meio dos diários de
campo das reuniões da Comissão e das transcrições dos áudios dos grupos focais.
Resultado: No período de julho de
2012 a abril de 2013, constataram-se como dificuldades para a mobilização
popular a cultura de abstenção à participação política devido à descrença em
seu poder de transformação; a falta de organização popular para o acionamento
de seus representantes nos espaços de controle social e o precário acesso à
informação sobre direitos e como protegê-los. Como estratégias de enfrentamento
às barreiras utilizaram-se a coleta das necessidades dos usuários e familiares
seguida por suas apresentações na Comissão por meio de representantes; o
desenvolvimento de um website como recurso de efetivação de denúncias por parte
dos usuários e de diálogo entre a base e uma associação de defesa dos direitos
de usuários e familiares; e a divulgação de folders nos Centros de Atenção
Psicossocial do município com temas como a Rede de Atenção Psicossocial, o
Projeto Terapêutico Singular, os direitos da pessoa com transtorno mental, a
Comissão como espaço de controle social e associações de defesa dos direitos
dos usuários. Considerações Finais:
Embora com dificuldades, foi possível combater alguns impasses à mobilização
popular em saúde mental por meio de ações elaboradas em conjunto por
representantes dos diferentes segmentos, cada qual com diferentes perspectivas
da realidade, o que instrumentaliza o grupo a intervir criativamente junto ao
controle das políticas públicas.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[768]
CRENÇAS E PRÁTICAS PARENTAIS NA RELAÇÃO ENTRE AUTOCUIDADO E
PARTICIPAÇÃO EM TAREFAS DOMÉSTICAS
RAFAELLE GRACINE DE SOUZA
MONTEIRO1; KAROLINA ALVES ALBUQUERQUE2; MARISA COTTA MANCINI2 ; KENNEA MARTINS ALMEIDA1
1.UFMG, BELO HORIZONTE, MG,
BRASIL; 2.UFES, VITÓRIA, ES, BRASIL.
Palavras-chave: relações
familiares; paralisia cerebral; tarefas domésticas
Resumo: Introdução: O processo de desenvolvimento promove
aprimoramento do repertório de habilidades funcionais da criança e a
independência na rotina diária. Tais desfechos têm ritmo e forma específicos,
influenciados pelas crenças e práticas dos cuidadores; esta influência pode
manifestar-se de maneira distinta em famílias de crianças normais e famílias de
crianças com deficiências. Objetivo:
Avaliar a interação das crenças e práticas parentais na relação entre
desempenho funcional e participação em tarefas domésticas, em crianças com
paralisia cerebral (PC) e com desenvolvimento normal (DN). Metodologia: Estudo transversal, com 80 crianças entre seis e sete
anos de idade (40 com PC e 40 com DN). As crenças e práticas do principal
cuidador foram avaliadas pela Escala de Crenças Parentais e Práticas de Cuidado
E-CPPC, o desempenho funcional pelo Pediatric Evaluation of Disability
Inventory-PEDI (partes I e II em autocuidado), e a participação em tarefas
domésticas mensuradas pelo questionário Children Helping Out –
Responsibilities, Expectations and Supports-CHORES. Índices de correlação
Speramn Rank testaram associações bivariadas e modelos de regressão múltipla
analisaram os efeitos dos escores da E-CPPC nas associações encontradas entre
os escores do PEDI e CHORES, em cada grupo. Tais modelos verificaram o efeito
moderador de crenças e práticas dos cuidadores na relação entre desempenho
funcional e participação em tarefas domésticas. Resultados: Índices de correlação de Spearman Rank (ρ) revelaram
associação moderada entre as partes I e II do PEDI e as subescalas referentes a
tarefas de cuidados pessoais do CHORES nas crianças com PC. No grupo de
crianças com DN foi encontrada associação entre a parte II do PEDI e o
desempenho e assistência em tarefas de cuidado familiar do CHORES (ρ= 0,35; ρ=
0,31). Os modelos de regressão múltipla revelaram que práticas de estimulação
(R2= 0,18; p=0,03), bem como crenças sobre tarefas domésticas (R2= 0,30; p=0,01;
R2= 0,35; p=0,04) interferem na relação entre independência em autocuidado e
participação em tarefas de cuidado familiar, em crianças com DN, mas não nas
crianças com PC. Considerações Finais:
Crenças e práticas parentais interferem nos desfechos funcionais e na
participação da criança com DN, modificando significativamente a relação entre
habilidades, independência e responsabilização destas crianças no ambiente
domiciliar. A dinâmica que permeia a associação destes fatores em crianças com
PC é distinta da de crianças com DN.
[773]
PUBLICIDADE VERSUS CONTROLE SOCIAL: A ESCOLHA ENTRE DENUNCIAR A
REALIDADE EM SAÚDE MENTAL OU MASCARÁ-LA
ALINE RAMOS DOS SANTOS1 ; MARILÚ
LANGE HARTWIG1 ; LUÍS FELIPE FERRO2 ; THAÍS AMANDA BOLSON MORETTO1 ; MARINA
RODRIGUES LIMA1 ; ALINE DA CRUZ WUDARSKI1
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ,
CURITIBA, PR, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ / UNIVERSIDADE DE SÃO
PAULO, CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: Controle social; terapia ocupacional; saúde mental
Resumo: Introdução: O controle social representa o direito da
sociedade civil organizada de construir, acompanhar e fiscalizar as políticas públicas.
Em contraste à afirmação romantizada dos ideais da democracia nos espaços de
controle social, a participação política é permeada por complexas relações de
poder e interesses. Objetivo:
Investigar a interferência da omissão ou manipulação de informações no controle
das ações públicas em saúde mental e discutir estratégias de enfraquecimento
desta medida. Metodologia:
Realizou-se uma pesquisa vinculada ao Programa de Iniciação Científica da UFPR,
estruturada pela pesquisa-ação no período de maio de 2011 a dezembro de 2012.
Os sujeitos da pesquisa (Usuários dos serviços de saúde mental, seus familiares
e profissionais) e pesquisadores participaram nas reuniões mensais de uma
Comissão de Saúde Mental do Paraná, vinculada ao Conselho Municipal de Saúde, e
executaram grupos focais nos quais discutiram possíveis ações para fortalecer o
controle das ações públicas. Os dados foram coletados por meio de diário de
campo das reuniões da Comissão e das transcrições dos áudios dos grupos focais.
Resultado/Discussão: No espaço da
Comissão observou-se frequente omissão dos pontos deficitários da assistência
em saúde mental e exaltação das fortalezas por parte da gestão e prestadores de
serviços. Os participantes da pesquisa-ação perceberam que as intenções destes
segmentos por vezes divergiam de seus interesses, voltados ao apontamento
direto e enfrentamento das inadequações assistenciais. Diante do encobrimento
de informações, os participantes da pesquisa perceberam a necessidade de
fortalecer o contato dos representantes com sua base e formar uma rede de
proteção aos direitos. Equipamentos como a imprensa e o Ministério Público
passaram a ser frequentemente acionados. Por meio do Ministério Público
Estadual foi possível obter dados reais por parte da Coordenação do Programa de
Saúde Mental Municipal. A partir disto, pôde-se cobrar e alcançar a
regularização de alguns pontos deficitários da rede como existência de filas de
espera para atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial do município. Os
equipamentos passaram a funcionar como porta de entrada do sistema, conforme
previsto legalmente. Considerações Finais:
Reconheceu-se a necessidade de explorar de maneira pormenorizada a
realidade das informações apresentadas nos espaços de controle social. A tessitura
de uma rede de proteção e o acionamento de equipamentos diversos, assim como a
proximidade entre representantes e sua base, configurou possibilidades
estratégicas de fortalecer o controle social.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[774]
CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇA COM
PARALISIA CEREBRAL NO AMBIENTE DOMÉSTICO
RACHEL HELENA OLIVEIRA1 ;
RAFAELLE GRACINE DE SOUZA MONTEIRO1 ; KAROLINA ALVES ALBUQUERQUE2 ; MARISA COTTA MANCINI1
1.UFMG, BELO HORIZONTE, MG,
BRASIL; 2.UFES, VITÓRIA, ES, BRASIL.
Palavras-chave: Paralisia cerebral; dados sociodemográficos;
tarefas domésticas
Resumo: Introdução: Por volta dos seis anos de idade as crianças
iniciam o ensino fundamental e, frequentemente, também começam a receber
demandas e responsabilidades do ambiente domiciliar, como cuidar de seus
pertences e do espaço familiar. A participação e o desempenho nas tarefas
domésticas podem se apresentar de modo diferente em crianças com deficiência,
como a Paralisia Cerebral (PC), e também podem se relacionar às características
da família e do ambiente em que ela se desenvolve. Objetivo: Avaliar a relação
entre as características sociodemográficas da família e a participação no
contexto doméstico de crianças com PC, aos seis anos de idade. Metodologia: Participaram deste estudo
40 crianças com PC de seis anos de idade, classificados nos níveis I, II ou III
do Gross Motor Function Classification System (GMFCS) e do Manual Ability
Classification System (MACS). Os responsáveis pelas crianças responderam a um
questionário de informações sociodemográficas, ao Critério de Classificação
Socioeconômica (CCEB) e ao questionário Children Helping Out: responsabilities,
expectations and supports (CHORES). Testes de correlação de Spearman analisaram
a relação entre os escores obtidos nas quatro escalas do CHORES e as variáveis
tempo do cuidador com a criança e escore do CCEB. Resultados: Não foram encontradas relações entre o escore do CCEB
ou tempo do cuidador com a criança e as subescalas do CHORES, a saber, desempenho
em cuidados pessoais (p=0,29/0,56), desempenho em cuidados familiares (p=
0,67/0,82), assistência em cuidados pessoais (p= 0,20/0,62) e assistência em
cuidados familiares (p=0,73/0,85). Considerações
Finais: Os dados apresentados apontam para a inexistência de relação entre
o início da participação da criança com PC em tarefas domésticas e
características socioeconômicas, bem como inexistência de relação com o tempo
do cuidador disponibilizado à criança. Outros fatores podem estar associados a
essa participação, como características de personalidade da criança ou tempo
que ela permanece no domicílio. Além disso, uma correlação bivariada
considerando apenas alguns aspectos sociodemográficos, pode não ser suficiente
para apreender a complexidade desse fenômeno.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[805]
A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE FAMILIAR NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE
CRIANÇAS DESNUTRIDAS
CAMILA TAVARES FEITOSA; KÉZIA
FRIAS PEREIRA DE MEDEIROS
UNCISAL, MACEIO, AL, BRASIL.
Palavras-chave: desnutrição; ambiente familiar; desenvolvimento
infantil
Resumo: Introdução: O desenvolvimento infantil é um processo
resultante da interação entre fatores genéticos, biológicos e ambientais. Um
destes fatores de risco é a desnutrição que afeta o crescimento físico,
construção de habilidades motora, o comportamento, às esferas cognitiva,
afetiva e social da criança. No ambiente familiar, a criança tanto pode receber
proteção quanto conviver com riscos para o seu desenvolvimento. Objetivo: O trabalho teve como objetivo
avaliar a influência do ambiente familiar no desenvolvimento de crianças
desnutridas. Metodologia: Este
estudo é descritivo, quantitativo, de corte transversal, a pesquisa teve
critério de inclusão crianças com desnutrição grave e moderada no qual eram
assistidas no Centro Recuperação e Educação Nutricional (CREN), os dados foram
obtidos através do teste Denver II e do inventário HOME (Home Observation for
Measurement of the Environment), onde foram avaliadas 27 crianças. Resultados/Discussão: As condições
socioeconômicas das famílias estudadas nesta pesquisa mostraram-se extremamente
desfavoráveis, sendo a maioria incluída abaixo da classe D, onde podemos
encontrar escolaridade materna e paterna baixa, número de filhos elevado,
quantidade de moradores na casa alto. Este tipo de ambiente gera estímulos
desfavoráveis para o desenvolvimento da criança que ali reside. Em relação ao
ambiente familiar, 77% das crianças possuem um ambiente pobre de estímulos;
quanto ao desenvolvimento, 40% apresentaram suspeita de atraso cognitivo e 92%
suspeita de atraso de linguagem. No entanto não foi detectado valor estatístico
p= 0,166 na relação da influência do ambiente familiar sobre o desenvolvimento.
Os estudos mais recentes sobre o desenvolvimento infantil enfatizam a
importância de se examinar o contexto em que este ocorre e em especial o efeito
da presença simultâneo a múltiplos fatores de risco, tanto biológico como
ambientais. As dificuldades constantes associadas à pobreza prejudicam o
bem-estar psicológico dos pais e o ambiente interpessoal na casa, e é possível
afirmar que a boa qualidade da criação dos filhos requer gastos consideráveis
em investimentos por parte da família de forma a favorecer o desenvolvimento
dos seus filhos. Considerações Finais:
Embora não tenha sido encontrada correlação da influencia do ambiente familiar
no desenvolvimento infantil, é importante a realização de estudos maiores,
considerando aspectos mais abrangentes de forma que possa haver uma intervenção
precoce dos profissionais de saúde, evitando danos futuros.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[823]
FORMAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NO CAMPO SOCIAL: RELATO DE AÇÃO REALIZADA
NO SEGUNDO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE PRÁTICA
PRISCILA ZULATO DE OLIVEIRA;
ANDRÉA MARIA FEDEGER; PRISCILA CARDOSO DA SIQUEIRA; FERNANDA HENRIQUE ALONSO E
SANTOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ,
CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; assistência social;
vulnerabilidade social
Resumo: Introdução: O campo social é um campo interdisciplinar e
intersetorial que demanda reflexões e intervenções dedicadas à produção e/ou ao
fortalecimento das redes sociais de suporte de grupos populacionais, em
situação de vulnerabilidade social. O estágio de prática, disciplina
obrigatória durante a formação do profissional terapeuta ocupacional implica,
dentre outros objetivos, no desenvolvimento de competências e habilidades
específicas que apreendam o conhecimento teórico à pratica no campo que este se
desenvolve. Este trabalho apresenta a ação no campo social que foi destinada
aos usuários vinculados ao Projeto Social - Alegria na Cidade Refúgio através
da parceria do Curso com a Abba Promoção Social (AbbaPS). Objetivo: Apresentar a metodologia de ação realizada no estágio de
prática no campo social do Curso de Terapia Ocupacional na Universidade Federal
do Paraná no ano de 2013. Metodologia:
Atendimentos grupais duas vezes semanais às crianças e adolescentes com idade
entre 6 a 15 anos que encontram-se em situação de vulnerabilidade social e
encaminhados pelo CRAS Vila Verde que se constitui um Serviço de Proteção
Social Básica do SUAS em Curitiba. O plano de ação desenvolvido foi realizado
por 5 estagiarias do 7º período de durante 4 meses supervisionadas por uma
preceptora terapeuta ocupacional e pela professora do curso. Os grupos foram
constituídos nas demandas elencadas pela equipe. Nesta abordagem a organização
da proposta de ação deu-se a partir dos interesses apresentados em rodas de
conversa com os participantes. Os dados produzidos no grupo foram registrados
em diário de campo e do processo de formação. Na prática com os grupos
compôs-se projetos com planos de ação diferentes. Resultados: Constituiu-se 5 grupos com atendimento uma vez por
semana. Dentre as atividades: cadernos autobiográficos, desenhos
autoprojetivos, construção de mandalas, jogos corporais e dança. As atividades
artísticas e expressivas envolveram colagem, dobradura, criação de fantoches e
construção de personagens a fim de estimular a expressão, melhorar a
auto-estima, potencializar habilidades sociais e de comunicação, de
auto-reflexão e estimular o cooperativismo e trabalho em equipe. As rodas de
conversa possibilitaram trocas de experiências e discussão sobre projeto de
vida que envolvem arte, cultura, cidadania. A leitura do diário de campo
evidencia-se expressões e re-significações de valores, crenças e repertório
lúdico e criativo dos participantes. Considerações Finais: Neste período de
estagio a apreensão dos pressupostos teóricos que se discute no campo social
repercutiu no processo de formação profissional com o desenvolvimento de ações
interdisciplinares.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[831]
MAPEAMENTO TERRITORIAL: UMA AÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NO CAMPO
SOCIAL
JÉSSICA MACHIOSKI; ANDRÉA MARIA
FEDEGER; FRANCELAINE LOPES ROBERTO; FERNANDA HENRIQUE ALONSO E SANTOS
UFPR, COLOMBO, PR, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; interdisciplinaridade;
mapeamento territorial
Resumo: Introdução: O presente trabalho descreve a ação do
terapeuta ocupacional com crianças e adolescentes no Projeto Social - Alegria
na Cidade Refugio através da parceria do curso de Terapia Ocupacional da
Universidade Federal do Paraná e a Abba Promoção Social (AbbaPS). A atividade
descrita acontece no Estagio Supervisionado de Pratica II no Bairro Vila
Verdeem Curitiba. O mapeamento territorial constitui-se como estratégia
metodológica do serviço de Terapia Ocupacional, pois possibilita a construção
de novas abordagens, utilização de novos espaços e dimensões macroestruturais,
relacionando aspectos que na prática não se isolam. O público alvo vive em
situação de vulnerabilidade e risco social, está na faixa etária entre 6 e 15
anos de idade. Objetivo: descrever o
mapeamento territorial como uma estratégia de ação do terapeuta ocupacional no
campo social. Metodologia: Teóricas
e observações do território, identificação dos locais de referência e de risco
na produção de dados realizados com as crianças e adolescentes e visitas aos
equipamentos da saúde, educação e assistência social do bairro. Produção e
apresentação do mapeamento nos equipamentos visitados. Resultados: Durante os
encontros com os grupos de crianças e adolescentes obteve-se relatos em relação
aos locais que costumam frequentar na comunidade. Foi realizada a visita a
AbbaPS para conhecer os princípios da organização. No Colégio Estadual Rodolpho
Zaninelli foi realizada reunião com a pedagogapara identificação da frequência
e do rendimento dos alunos participantes do projeto, e da participação dos pais
ou responsáveis. Na Unidade de Saúde (UBS), a profissional de referência
descreveu as condições de saúde dos usuários e dados sobre o risco que estes
estão expostos, como a negligência e a violência. No CRAS identificou-se a
situação social da comunidade em questão, em especial das famílias dos usuários
do projeto. Todos os dados obtidos por meio de narrativas e observação foram
correlacionados com referenciais teóricos e compuseram um material descritivo
do território a fim de registrar e retomar a esses serviços o trabalho final no
qual foi realizada a articulação dos relatos ouvidos. Considerações Finais: O terapeuta ocupacional através do mapeamento
reconhece identidades singulares e coletivas presentes na comunidade, a fim de
realizar ações integradas promovendo a participação, o fortalecimento de redes
de apoio e o combate à exclusão, a qual gera vulnerabilização. Pode-se observar
que o território mapeado tem uma rede de apoio que se articula e beneficia a
população atendida no projeto. Suas ações favorecem o empoderamento e o
pertencimento da região em vulnerabilidade social.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[841]
CENTROS DA JUVENTUDE E TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL: AÇÕES DO PROJETO
METUIA/NÚCLEO UNIFESP EM SANTOS-SP
PATRÍCIA LEME DE OLIVEIRA BORBA;
DANILO BRISCESE MARTINEZ; FERNANDO TAKAHASHI; MARIAH AGUIAR ARRIGONI
UNIFESP, PRAIA GRANDE, SP,
BRASIL.
Palavras-chave: juventude; terapia ocupacional social; centro da
juventude
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo apresentar a
experiência em curso de parceria entre o Núcleo UNIFESP do Projeto METUIA e os
Centros da Juventude da cidade de Santos (SP) para a execução do Projeto
Ensaios do Cotidiano que está em andamento. O METUIA é um grupo
interinstitucional de estudos, formação e ações pela cidadania de crianças,
adolescentes e adultos em processos de ruptura das redes sociais de suporte,
formado, atualmente, por docentes, profissionais e estudantes, de graduação e
de pós-graduação, da Universidade Federal de São Carlos, da Universidade de São
Paulo e da Universidade Federal de São Paulo. Na cidade de Santos, temos
focalizado asdemandas juvenis decorrentes de processos de exclusão social e
territorial. Os Centros da Juventude, são três, localizados em regiões
periféricas e respondem à Secretaria Municipal de Assistência Social, cujo
objetivo é propor ações culturais, educacionais e sociais para jovens populares
e urbanos. A experiência em questão toma como referência os pressupostos da
Terapia Ocupacional Social e provê intervenções em uma das oficinas do ‘Projeto
Ensaios do Cotidiano’ nomeada de Vivências Juvenis. Esta oficina trabalha com
temas transversais e atuais da juventude demandados pelos próprios jovens e/ou
respondendo a questões advindas do próprio contexto nos quais eles estão
inseridos. Nossa equipe de trabalho tem colaborado com os educadores sociais no
planejamento e na execução das atividades, com vistas a qualificá-las tanto na
invenção de recursos que aglutinem mais os jovens, como no sentido de
aprofundar o debate político e social das ações. Enfim, trata-se de um
constante compartilhar de saberes, que produz a cada semana novas criações e
projeção de mais ações e de, principalmente, ampliação do repertório técnico
dos educadores sociais bem como dos projetos de vida dos jovens com os quais
nos vinculamos. Trata-se de ofertar subsídios para políticas públicas locais e
nacionais, com foco na discussão sobre o papel dos Centros da Juventude, cujo
impacto se dê na direção de promover à diminuição da desigualdade, da
discriminação e da violência a que está sujeita a maioria dos jovens no Brasil.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[845]
O COTIDIANO DE GESTANTES EM SITUAÇÃO DE RUA
1.UNIFESP-BS, SANTOS, SP, BR;
2.UNICAMP, CAMPINAS, SP, BR; 3.UNIFESP BS, SANTOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: mulheres em situação de rua; vulnerabilidade
social; terapia ocupacional social
Resumo: Introdução: O texto apresenta os resultados de uma pesquisa
realizada nos anos de 2009, 2010 e 2011, na cidade de Santos, litoral do estado
de São Paulo, com mulheres em situação de rua, durante o período gestacional. Objetivo: Investigar a realidade de
vida de mulheres em situação de rua durante o período gestacional,
identificando: como ocorre a realização das Atividades de Vida Diária, as
possíveis alterações em tais atividades a partir da gestação, o consumo de
substâncias nocivas por parte destas gestantes e seus planos de futuro. Metodologia: Realizou-se contato direto
com sujeitos em situação de rua da cidade de Santos e com os serviços que se
propõem a atender esta população. Foram realizadas entrevistas estruturadas com
a duração de aproximadamente quarenta minutos, com as mulheres que aceitaram
participar da pesquisa. Resultados:
Foram localizadas 15 gestantes em situação de rua e outras 10 mulheres com
filhos recém-nascidos, que haviam passado a gestação em situação de rua. Destas
25 mulheres, 18 concordaram em participar da pesquisa, tendo assinado o TCLE.
As entrevistadas relataram que nas ruas elas possuem liberdade, sem regras e
nem horários fixos, adquirem alimentos com facilidade e existem vários locais
propícios para a higiene pessoal. A maioria das gestantes entrevistadas faz uso
frequente de drogas, mesmo durante a gestação, já que esta acaba sendo de fácil
acesso por essa população. As redes sociais das entrevistadas constituem-se
principalmente por outros moradores em situação de rua. Os planos futuros são
marcados pelo imediatismo, incluindo situações corriqueiras como alimentação e
local para dormir, durante os próximos 2 ou 3 dias. Os filhos emergem em seus
relatos mais como a “barriga” no presente, do que como uma criança, no futuro.
O abrigamento dos filhos é considerado por todas elas, e consta como ato
protetivo, para algumas, ou como desligamento por não fazer parte de seus planos,
para outras. Muitas delas viveram também o abrigamento, durante a infância, o
que favorece a compreensão deste como uma alternativa. O bebê surge em algumas
falas como desejo, envolto em uma fantasia de família e trabalho, mas não como
plano. Considerações Finais: A
gravidez não é considerada uma perspectiva de ter um filho, mas um fato
presente, tão somente. Permanecer com o bebê após o nascimento surge mais como
uma fantasia do que um plano, indicando a necessidade de se pensar projetos que
possam contribuir para a construção deste caminho, que transforma desejos em
projetos de vida.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[846]
ESCOLA PÚBLICA E COMUNIDADE: DIALOGICIDADE SOB A PERSPECTIVA DA TERAPIA
OCUPACIONAL SOCIAL
MARILENE CALDERARO MUNGUBA1 ; ANA
PAULA SERRATA MALFITANO2 ; ROSELI ESQUERDO LOPES2
1.UNIVERSIDADE DE FORTALEZA,
FORTALEZA, CE, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BR.
Palavras-chave: vulnerabilidade social; educação; terapia
ocupacional social
Resumo: O terapeuta ocupacional deve apresentar seu compromisso
ético-político com a inclusão social, com a produção de bens e valores sociais
e com o acesso aos direitos pessoais e/ou coletivos para as pessoas com quem
trabalha. Partindo deste princípio, deve identificar as repercussões das
políticas públicas no cotidiano individual e coletivo dos sujeitos com quem
atua. O que se faz possível mediante ao desenvolvimento de competências
relativas à visão estrutural e leitura crítica da realidade, utilizando conhecimentos
acerca da alteridade, diversidade, cultura e da pluralidade; elementos que
proporcionam a inserção do profissional na área social. Tomando-se os
pressupostos da Terapia Ocupacional Social para construção de tecnologias
sociais, destacando a Articulação de Recursos no Campo Social e os
Acompanhamentos Individuais e Territoriais, objetivou-se analisar o processo de
estabelecimento do diálogo entre uma equipe da área de Terapia Ocupacional com
uma escola pública de Fortaleza-CE, sua comunidade e território. A noção de
território pressupõe as dimensões históricas, econômicas, sociais e culturais
na configuração da ação terapêutico-ocupacional. A investigação e ação foi
iniciada por docentes e discentes da Universidade de Fortaleza, em 2009, numa
escola em bairro da periferia de Fortaleza, Ceará, que tem como principal
ocupação a catação de materiais recicláveis. Direcionava as proposições
responder: como o terapeuta ocupacional poderia mediar o diálogo entre as
forças que interferem no cotidiano de um dos principais dispositivos sociais
daquela comunidade? Como, a partir dele, fomentar uma rede de suporte social
significativa, potencializando capacidade de mobilização e protagonismo social?
Realizou-se diagnóstico situacional do território vivo para apreensão da
realidade. Levantou-se expectativas das crianças e adolescentes sobre
repercussões futuras da aprendizagem formal, na sua inserção social. Eles
apontaram limites para investirem em proposições diversas que se direcionassem
à formação de nível superior. Partindo-se de uma educação básica insuficiente e
reduzidas condições financeiras, os projetos de vida ficam limitados, com
poucos horizontes para além daqueles já instituídos. Para a maioria deles,
trata-se de “perda de tempo” permanecer na escola, na media que consideram que
não ascenderão socialmente via educação. Constatou-se demanda de diálogo entre
escola, comunidade e sujeitos individuais e coletivos na busca de ações
intersetoriais para garantia dos direitos sociais. O trabalho continua, parametrizado
pela dialogicidade como ferramenta na mediação de conflitos interesses e
demandas, manejada por aportes da Terapia Ocupacional Social.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[871]
INCLUSÃO DIGITAL: RELATO DE CASO INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL COM
IDOSA DE 75 ANOS PARA O USO DO CELULAR
DANIELLE FERREIRA MAZETTO;
LARISSA SILVA ALVES; GEÓRGIA CAMILA DE FARIA; DANIEL GUSTAVO DE SOUSA CARLETO
UFTM, UBERABA, MG, BRASIL.
Palavras-chave: inclusão digital; idosos; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: Atualmente os idosos têm uma forte tendência a
permanecer conectados com o mundo digital, e assim buscam aprimorar o uso
desses aparelhos especialmente para a comunicação com familiares e amigos. A
inclusão digital pode proporcionar, além do conhecimento digital, interação
social, aprendizado e enfrentamento de desafios, assim como a valorização da
autoestima, da autoimagem e da qualidade de vida. Este relato de caso foi
desenvolvido por acadêmicos de terapia ocupacional em uma Unidade de Atenção ao
Idoso (UAI) na cidade de Uberaba/MG. Objetivos:
Descrever o processo de intervenção terapêutico ocupacional desenvolvido junto
a uma idosa de 75 anos, no processo de inclusão digital. Metodologia: Os encontros ocorreram uma vez por semana com duração
de uma hora por um período de quatro meses. A princípio foi entregue a idosa
uma apostila com imagens que trazia o passo a passo de cada função do celular para
que pudesse ser utilizada no horário de intervenção e em casa como suporte para
o aprendizado. A prática se deu de forma explicativa no celular touch screen de
propriedade da idosa com posterior repetição do que havia sido aprendido. No
início ela manifestou medo e insegurança no manuseio do celular e dificuldade
em se lembrar do passo a passo, desta forma o conteúdo era sempre repetido na
semana seguinte para fixação e memorização e somente se passava para o próximo
recurso quando a idosa já manifestava segurança no anterior. Resultados/Discussão: O método
utilizado se mostrou eficaz já que a idosa ao final demonstrou eficiência na
utilização dos recursos do celular como: ligar e desligar o celular, colocar no
modo silencioso, adicionar contatos, realizar chamadas, visualizar chamadas,
enviar e receber mensagens, ativar e desativar despertador, tirar e visualizar
fotos, fazer vídeos e visualizá-los, ativar e desativar bluetooth e ouvir
músicas. Com a repetição do que foi aprendido na semana anterior e o uso da
apostila, fortaleceu o aprendizado, possibilitou superação do medo e da
dificuldade em se lembrar do passo a passo. Considerações Finais: A compreensão das necessidades do individuo
como, habilidades cognitivas para aprendizado de nova tarefa requer do
profissional terapeuta ocupacional o olhar, a escuta e atenção voltados às
necessidades e potencialidades a serem desenvolvidas e ainda adaptação e
graduação da atividade.
- TERAPIA OCUPACIONAL E CONTEXTOS SOCIAIS
[871]
INCLUSÃO DIGITAL: RELATO DE CASO INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL COM
IDOSA DE 75 ANOS PARA O USO DO CELULAR
DANIELLE FERREIRA MAZETTO;
LARISSA SILVA ALVES; GEÓRGIA CAMILA DE FARIA; DANIEL GUSTAVO DE SOUSA CARLETO
UFTM, UBERABA, MG, BRASIL.
Palavras-chave: inclusão digital; idosos; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: Atualmente os idosos têm uma forte tendência a
permanecer conectados com o mundo digital, e assim buscam aprimorar o uso
desses aparelhos especialmente para a comunicação com familiares e amigos. A
inclusão digital pode proporcionar, além do conhecimento digital, interação
social, aprendizado e enfrentamento de desafios, assim como a valorização da
autoestima, da autoimagem e da qualidade de vida. Este relato de caso foi
desenvolvido por acadêmicos de terapia ocupacional em uma Unidade de Atenção ao
Idoso (UAI) na cidade de Uberaba/MG. Objetivos:
Descrever o processo de intervenção terapêutico ocupacional desenvolvido junto
a uma idosa de 75 anos, no processo de inclusão digital. Metodologia: Os encontros ocorreram uma vez por semana com duração
de uma hora por um período de quatro meses. A princípio foi entregue a idosa
uma apostila com imagens que trazia o passo a passo de cada função do celular para
que pudesse ser utilizada no horário de intervenção e em casa como suporte para
o aprendizado. A prática se deu de forma explicativa no celular touch screen de
propriedade da idosa com posterior repetição do que havia sido aprendido. No
início ela manifestou medo e insegurança no manuseio do celular e dificuldade
em se lembrar do passo a passo, desta forma o conteúdo era sempre repetido na
semana seguinte para fixação e memorização e somente se passava para o próximo
recurso quando a idosa já manifestava segurança no anterior. Resultados/Discussão: O método
utilizado se mostrou eficaz já que a idosa ao final demonstrou eficiência na
utilização dos recursos do celular como: ligar e desligar o celular, colocar no
modo silencioso, adicionar contatos, realizar chamadas, visualizar chamadas,
enviar e receber mensagens, ativar e desativar despertador, tirar e visualizar
fotos, fazer vídeos e visualizá-los, ativar e desativar bluetooth e ouvir
músicas. Com a repetição do que foi aprendido na semana anterior e o uso da
apostila, fortaleceu o aprendizado, possibilitou superação do medo e da
dificuldade em se lembrar do passo a passo. Considerações Finais: A compreensão das necessidades do individuo
como, habilidades cognitivas para aprendizado de nova tarefa requer do
profissional terapeuta ocupacional o olhar, a escuta e atenção voltados às
necessidades e potencialidades a serem desenvolvidas e ainda adaptação e
graduação da atividade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário