Anais - CBTO/2013

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EIXO - 6 TERAPIA OCUPACIONAL NO SISTEMA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

- TERAPIA OCUPACIONAL NO SISTEMA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 

[240]

TERAPIA OCUPACIONAL E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: RECONSTRUINDO A INTEGRIDADE DA MULHER VIOLENTADA

KAREN VIVIANE TRAGE; VITÓRIA HOERBE BELTRAME; CAROLINE PONCIO; DANI LAURA PERUZZOLO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; violência doméstica; empoderamento

Resumo: Introdução: Este trabalho visa apresentar um projeto de intervenção da Terapia Ocupacional em uma casa-abrigo que atende mulheres vítimas de violência doméstica. Ele foi desenvolvido como atividade da disciplina de Saúde da Mulher, a partir de entrevistas com a delegada responsável pela delegacia da mulher da cidade de Santa Maria/RS, e com a direção e equipe da casa-abrigo. Objetivos: Promover a retomada da autoestima; identificar desejos pessoais e valorizar a singularidade das mulheres vítimas de violência doméstica; proporcionar o empoderamento social. Metodologia: Aplicação de avaliações individuais com ênfase na vida cotidiana, na identificação de habilidades, desejos e conhecimento pessoal das mulheres vitimadas, focando em sua identidade, subjetividade e história de vida. A partir do resultado destas avaliações, serão realizados atendimentos grupais e individuais, de acordo com a demanda. Discussão: A violência doméstica à mulher é um grave problema de saúde pública, não sendo exclusivo a Anais nenhum nível social, cultural ou econômico. Mesmo com seus direitos garantidos em lei, as ações concretas de ajuda a estas mulheres ainda são muito insipientes. Elas são usurpadas de seus direitos e desejos, tendo sua integridade psíquica e emocional fragmentada na família e, muitas vezes na instituição que as acolhem. Algumas instituições acabam reproduzindo o cenário agressivo e depreciativo às mulheres ao depositar, por exemplo, nas oficinas de geração de renda a única possibilidade de independência e autonomia delas. Em contrapartida, a Terapia Ocupacional trabalha para que as mulheres encontrem ou reencontrem recursos pessoais, considerando seus desejos, sua história e lugar social, ou seja, trabalha com o empoderamento sobre sua vida e os caminhos a serem trilhados após a chegada ao abrigo, visando a importância de proporcionar a estas mulheres uma voz ativa neste processo de independência. Considerações Finais: A partir deste trabalho observou-se que o papel da Terapia Ocupacional é de grande importância no tratamento de vítimas de violência doméstica, pois é um profissional que possui um olhar amplo sobre o sujeito e compreende a mulher violentada como alguém que deve ser acompanhada em um processo de práxis para a construção de um cotidiano onde ela seja a protagonista de sua história e conhecedora de seus recursos e direitos para uma nova vida.



- TERAPIA OCUPACIONAL NO SISTEMA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 

[453]

TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO À ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE EM UNIDADES PRISIONAIS DO ESPÍRITO

SANTO LUCIANA ALVES DE OLIVEIRA

EMESCAM, VITÓRIA, ES, BRASIL.

Palavras-chave: sistema prisional; atenção básica; terapia ocupacional

Resumo: Este é um estudo que procura compartilhar, junto a profissionais da área de saúde, segurança pública e afins, as possibilidades de atuação da Terapia Ocupacional na atenção e cuidado relacionados a saúde e ressocialização dos presos nas Unidades Prisionais do estado do Espírito Santo, junto aos programas da rede de atenção básica, estabelecidos pelo SUS. Esta área de atuação se preocupa com a prevenção de doenças manutenção e reabilitação da saúde dos presos, para que mesmo encarcerados estes tenham maior qualidade de vida e possibilidades de reinserção na sociedade de maneira satisfatória diminuindo as taxas de reincidência, através da qualidade de vida, saúde, educação e trabalho. Percebe-se que as condições de confinamento em que se encontram as pessoas privadas de liberdade (os presos) são determinantes para o bem-estar físico e psíquico. Visto que quando recolhidas aos estabelecimentos prisionais, as pessoas trazem problemas de saúde, vícios, e grande parte desta população transtornos mentais, que podem ser gradualmente agravados se há precariedade das condições de moradia, alimentação e saúde. Acreditando que os altos índices de criminalidade não serão reduzidos apenas com a ampliação do Sistema Penitenciário, por meio da construção de mais presídios, surge a preocupação de investir em políticas de atenção à saúde, à educação e à profissionalização das pessoas presas. Assim, interessa discutir de que formas – com que facilitadores pode se avançar na consolidação da atuação deste profissional no Sistema Prisional. Será realizado um estudo sobre a importância da atuação do terapeuta ocupacional nos programas da rede de atenção básica, estabelecidos pelo SUS para a promoção da saúde de presos, como o Programa de Hipertensão e Diabetes, Tuberculose, Hanseníase, DST/AIDS, Saúde Mental, Dependência Química, Materno-Infantil, Saúde do Idoso, Saúde Ocupacional, adaptados para o contexto do Sistema Prisional, porém com os mesmos objetivos utilizados pelo SUS. O estudo foi baseado na prática diária do profissional terapeuta ocupacional neste contexto e através de revisão bibliográficas de análise de conteúdo das bibliografias pesquisadas acerca do tema. Com um estudo mais aprofundado efetuado através dos recursos existentes na atualidade, certamente obter-se-á ganhos tanto em relação à saúde e ressocialização da pessoa presa.



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[539]

APRESENTAÇÃO DO SERVIÇO DE TERAPIA OCUPACIONAL DO CENTRO HOSPITALAR DO SISTEMA PENITENCIÁRIO DE SÃO PAULO

ARIANA SANTIAGO ZOCARATTO; CRISTIANE SINNES ORSETTI; DANIELA HABIRO; THELBIA CHRISTINA FONSECA; PRISCILLA FERES SPINOLA

CENTRO HOSPITALAR DO SISTEMA PENITENCIÁRIO DO ESTADO DE SP, SP, BR.

Palavras-chave: hospital geral; sistema prisional; serviço de terapia ocupacional

Resumo: Introdução: Atualmente São Paulo conta com 205 mil pessoas detidas nos diferentes equipamentos do Sistema Prisional Paulista. Essas pessoas vivenciam inúmeras situações de exposição a maiores riscos à saúde e a outras adversidades. O alto índice de doenças infecto-contagiosas, de traumas decorrentes do crime e fugas, de alterações psiquiátricas, bem como de outras formas de adoecimento também encontradas na população geral, demandam um equipamento de saúde que atenda a complexidade dessas necessidades de cuidados. Ressalta-se ainda, a condição especial das mulheres que, após o nascimento de seus bebês, permanecem albergadas com os mesmos até o sexto mês, quando devem entregá-lo. O Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário presta-se assim, ao atendimento em atenção secundária e terciária à saúde dessa população. Em Agosto de 2009, realizou a implantação do Serviço de Terapia Ocupacional na instituição. O serviço conta hoje, com cinco terapeutas ocupacionais divididas de forma a atender a população do hospital, com 371 leitos mistos, divididos entre as especialidades de clínica médica, clínica cirúrgica, neurologia, infectologia, psiquiatria, ginecologia e pediatria. Objetivos: Apresentar o Serviço de Terapia Ocupacional do Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário do Estado de São Paulo. Metodologia: Para tanto, esse trabalho terá um enfoque mais descritivo e crítico a partir de contextualização da população assistida, da apresentação das especificidades e problemáticas vivenciadas frente a condição dos pacientes e do contexto de atendimento, e das ações desenvolvidas no serviço. Discussão: Diante da especial característica deste hospital geral que é também uma extensão do presídio, os cuidados e tratamento das pessoas internadas em situação de aprisionamento, estão sempre atravessados pela lógica do cumprimento da pena, da destituição da liberdade, dos riscos ligados à segurança, e de outras particulares condições. As terapeutas ocupacionais necessitaram desenvolver estratégias e recursos para garantir sua existência e trabalho na instituição, da mesma forma que redimensionaram intervenções de encontro as necessidades de uma população com muitas especificidades. Importantes fatores de impacto no trabalho tem sido as restrições ligadas ao uso de materiais e recursos de tecnologia assistiva, o pouco acesso aos familiares/rede de suporte, e os processos de alta, quando o paciente retornará para a realidade dos presídios, sob precárias condições para a continuidade de seus cuidados. Considerações Finais: Nessa perspectiva, foi necessário contextualizar, adaptar e flexibilizar ações a fim de garantir o atendimento e cuidados às pessoas presas internadas.



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[693]

TERAPIA OCUPACIONAL E A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: ESTUDO E PREVENÇÃO DE SEQUELAS

CECILIA BERNADETE DE SOUZA DE CARVALHO; MARCIA KAROLAYNE GARCIA DE QUADROS; JOYCE CHAVES DE SOUZA ARAUJO; NIVEA PAES RAMOS PIAUX; ANGELA MARIA BITTENCOUT

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCACÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; violência; gênero

Resumo: Introdução: O mergulho no mundo de vivências femininas propicia o desafio de trabalhar com mulheres em situação de violência familiar que apresentam complicações na saúde física, emocional e sexual e fazem uso do SUS como consequência das agressões sofridas. Esse problema ocorre em todas as classes sociais, independente de cultura, raça ou status econômico. Objetivos: acolher a mulher vítima de violência doméstica; promover a reflexão sobre as relações de gênero, envolvendo as mulheres assistidas na atenção básica e favorecer a participação delas em grupos de reflexão de Terapia Ocupacional com vistas à recuperação e/ou elevação de sua autoestima; investir na prevenção e no enfrentamento da violência de gênero, identificar os tipos de agressão sofrida ocasionada por pessoas do seu grupo familiar. Metodologia: pesquisa baseada na abordagem quanti-qualitativa, que na esfera quantitativa será realizado estudo epidemiológico que buscará identificar o perfil da mulher que sofre violência na região oeste do Município do Rio de Janeiro, para a coleta de dados utilizou-se questionário com perguntas abertas e fechadas e análise dos dados será realizada pelo software EPI-Info. Resultados: Trata-se de resultados preliminares do projeto Emponderamento da mulher vitima de violência familiar: expectativas de acolhimento e cuidado de Terapia Ocupacional, financiado pelo CNPQ e Comitê de Ética do IFRJ. Fazem parte do estudo 10 mulheres de 15 a 57 anos que residem no entorno do Campus Realengo do IFRJ, sendo que 40% encontram-se na faixa etária de 21 a 30 anos, que representa a fase mais fértil e produtiva da vida. Em relação à religião elas se subdividiram em católicas, evangélicas e espíritas, o que favorece o perdão e a vontade de permanecer no vínculo. Quanto a etnia, 60% são pardas, 30% negras e 10% brancas, o que vem reforçar que as maiores incidências de violência atinge a população afro-brasileira, cuja renda familiar é de um salário mínimo, sendo que 30% delas aumentam a renda com a bolsa família, o que demonstra a mulher ainda é dependente econômica do marido. Em relação ao tipo de agressão, elas sofrem vários tipos 90% relataram violência física, com moral (70%), sexual (20%), psicológica (40%), o que vem confirmar que a mulher não sofre somente de um tipo de agressão, mas que ela vem acompanhada de outras além da física. Considerações Finais: Estes resultados mostram que as mulheres brasileiras precisam de alguma intervenção que as auxiliem a se proteger dos abusos e violências domésticas e que a Terapia Ocupacional, pode ser mais um profissional da saúde a favorecer a diminuição da taxa de ocorrência e desenvolver autoestima e melhorar problemas de saúde oriundos da violência.



- TERAPIA OCUPACIONAL NO SISTEMA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 


[708]

INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO À CRIANÇAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR

IVONETE SILVA CARNEIRO MONTEIRO; ANA PAULA DE ALMEIDA MACIEL; RAQUEL WYARA LIMA FEITOZA; ETIENE CERUTTI LOUZADA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL.

Palavras-chave: criança; violência intrafamiliar; terapia ocupacional

Resumo: A violência consiste no ato de fazer alguém agir contra a sua vontade, utilizando a força e a intimidação. Contra crianças e adolescentes é um dos grandes desafios que a sociedade e as autoridades vêm enfrentando, pois estes apresentam uma fragilidade física e de personalidade que os torna um dos grupos mais susceptíveis a sofrerem violação de seus direitos. Entretanto, só começou a ser discutida como um problema de saúde pública na década de 80. Pode ocorrer em cenários distintos e um dos quais acontece, é no ambiente familiar, sendo expressa através da violência sexual, física, psicológica ou negligência e se misturando de diversas formas, causando muitos traumas e comprometendo seus papéis, desempenho e escolhas ocupacionais. O terapeuta ocupacional é o profissional que cuida e avalia o desempenho ocupacional das pessoas em seus diversos papéis na sociedade, atuando também no campo social. O objetivo deste trabalho é apontar as possíveis intervenções da Terapia Ocupacional junto a crianças vítimas de violência intrafamiliar. Para a sua construção foi realizada uma pesquisa na literatura, sem delimitação de tempo, em base de dados (BIREME). A criança vítima de violência tem sua vida marcada, sofrendo com sequelas cognitivas, sociais e emocionais, podendo apresentar o comportamento alterado, com agressividade, baixa autoestima, déficit de atenção, baixo rendimento escolar, dentre outros que também podem, inclusive, influenciar na sua escolha ocupacional. A intervenção do terapeuta ocupacional será de acordo com a demanda e singularidade de cada criança. Como instrumentos que promovem a ressingularização e ressignificação, faz uso deatividades expressivas, lúdicas e artísticas. Utiliza também grupos, para promover a ruptura das redes sociais de apoio, compostas, inicialmente, pela família. Entretanto, para que seja eficaz, deverá que construir um vínculo de forma que elas sintam-se acolhidas e a vontade. Também pode intervir através de visitas domiciliares, encaminhamento das varas da infância e adolescência, abordagem terapêutica individual para a vitima, o agressor e em alguns casos, outros membros da família; e ainda atuar nas três esferas de prevenção. Nesse sentindo, o terapeuta ocupacional é um profissional que intervém com esse público, poiscontribui para o desenvolvimento da autonomia e participação social, utilizando as atividades como um recurso promotor da expressão e elaboração dos conflitos internos da estruturação da personalidade, além de estimular os componentes cognitivos das crianças, que quando vítimas de violência, também podem apresentar-se comprometidos.



- TERAPIA OCUPACIONAL NO SISTEMA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 


[708]

INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL JUNTO À CRIANÇAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR

IVONETE SILVA CARNEIRO MONTEIRO; ANA PAULA DE ALMEIDA MACIEL; RAQUEL WYARA LIMA FEITOZA; ETIENE CERUTTI LOUZADA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL.

Palavras-chave: criança; violência intrafamiliar; terapia ocupacional

Resumo: A violência consiste no ato de fazer alguém agir contra a sua vontade, utilizando a força e a intimidação. Contra crianças e adolescentes é um dos grandes desafios que a sociedade e as autoridades vêm enfrentando, pois estes apresentam uma fragilidade física e de personalidade que os torna um dos grupos mais susceptíveis a sofrerem violação de seus direitos. Entretanto, só começou a ser discutida como um problema de saúde pública na década de 80. Pode ocorrer em cenários distintos e um dos quais acontece, é no ambiente familiar, sendo expressa através da violência sexual, física, psicológica ou negligência e se misturando de diversas formas, causando muitos traumas e comprometendo seus papéis, desempenho e escolhas ocupacionais. O terapeuta ocupacional é o profissional que cuida e avalia o desempenho ocupacional das pessoas em seus diversos papéis na sociedade, atuando também no campo social. O objetivo deste trabalho é apontar as possíveis intervenções da Terapia Ocupacional junto a crianças vítimas de violência intrafamiliar. Para a sua construção foi realizada uma pesquisa na literatura, sem delimitação de tempo, em base de dados (BIREME). A criança vítima de violência tem sua vida marcada, sofrendo com sequelas cognitivas, sociais e emocionais, podendo apresentar o comportamento alterado, com agressividade, baixa autoestima, déficit de atenção, baixo rendimento escolar, dentre outros que também podem, inclusive, influenciar na sua escolha ocupacional. A intervenção do terapeuta ocupacional será de acordo com a demanda e singularidade de cada criança. Como instrumentos que promovem a ressingularização e ressignificação, faz uso deatividades expressivas, lúdicas e artísticas. Utiliza também grupos, para promover a ruptura das redes sociais de apoio, compostas, inicialmente, pela família. Entretanto, para que seja eficaz, deverá que construir um vínculo de forma que elas sintam-se acolhidas e a vontade. Também pode intervir através de visitas domiciliares, encaminhamento das varas da infância e adolescência, abordagem terapêutica individual para a vitima, o agressor e em alguns casos, outros membros da família; e ainda atuar nas três esferas de prevenção. Nesse sentindo, o terapeuta ocupacional é um profissional que intervém com esse público, poiscontribui para o desenvolvimento da autonomia e participação social, utilizando as atividades como um recurso promotor da expressão e elaboração dos conflitos internos da estruturação da personalidade, além de estimular os componentes cognitivos das crianças, que quando vítimas de violência, também podem apresentar-se comprometidos.



- TERAPIA OCUPACIONAL NO SISTEMA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 


[761]

ACESSIBILIDADE NA ESTAÇÃO DE JOANA BEZERRA NA CIDADE DO RECIFE

MAÍRA DOS SANTOS RODRIGUES1 ; EDUARDA COELHO SULTANUM GOMES1 ; ADRIANE SÍLVIA CASTRO RIBEIRO CARVALHO DE OLIVEIRA1 ; MIRELY EUNICE SOBRAL1 ; BÁRBARA STÉFANNY DA COSTA NUNES1; ROSANE MOREIRA DE MENEZES2

1.GRADUANDA EM TERAPIA OCUPACIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL; 2.TERAPEUTA OCUPACIONAL, RECIFE, PE, BRASIL.

Palavras-chave: acessibilidade; estação joana bezerra; autonomia

Resumo: Entende-se por acessibilidade a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, direito esse garantido pela Lei n° 10.098 de 19 de dezembro de 2000. Porém esta não é a realidade que encontramos quando enfrentamos o dia-a-dia do transporte público. Diante disso, o seguinte trabalho tem como objetivo analisar as condições de acessibilidade da estação de metrô Joana Bezerra, no centro da cidade do Recife. Para o desenvolvimento do mesmo foram feitas visitas ao local e retiradas medidas baseadas na norma ABNT NBR 9050, sendo analisadas as formas de acesso às três plataformas existentes. Joana Bezerra é uma das maiores estações de metrô do Recife, local de troca de linhas, integração com o terminal de ônibus e a estação mais próxima da maioria dos hospitais de referência do Recife, como a AACD, o Real Hospital Português, o Hospital Esperança, entre outros. A falta de acessibilidade da estação é perceptível desde a entrada até as plataformas, porém o aspecto que maior apresentou desrespeito às normas foi o acesso às plataformas, que se dá por diferentes formas. Na primeira plataforma o acesso se da exclusivamente através de uma rampa, da qual há ausência do piso tátil de alerta no começo e termino da rampa, existem aberturas na parede da rampa, que possibilitam a entrada de água em dias de chuva, tornando o piso derrapante, além de não haver nenhum tipo de corrimão. Na segunda e na terceira o acesso é através de elevadores, escadas rolantes e fixas. Os elevadores estão dentro dos padrões exigidos, com capacidade para 600 kg, entretanto impossibilita o giro de um cadeirante. As escadas rolantes apresentam instruções de uso, mas por serem adesivos estão descolando e impossibilitando visualizar algumas destas instruções, porém não estão funcionando. As escadas fixas apresentam um comprimento e patamares acessíveis segundo o fluxo de pessoas, mas a partir de sua largura necessitaria de corrimão intermediário, também não possui a sinalização tátil de alerta no início e termino da escada, o piso do degrau está 0,10m abaixo do permitido, além de não apresentar as sinalizações visuais em suas bordas, nos corrimãos não há sinalização em Braille e não apresentam a prolongação de 0,30m antes do início e após o termino da escada. Portanto, é possível concluir que pessoas com mobilidade reduzida sofrem barreiras, que poderiam e deveriam ser evitas, quando desejam ter acesso as plataformas, impossibilitando sua autonomia e um transporte público de qualidade.



- TERAPIA OCUPACIONAL NO SISTEMA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 


[761]

ACESSIBILIDADE NA ESTAÇÃO DE JOANA BEZERRA NA CIDADE DO RECIFE

MAÍRA DOS SANTOS RODRIGUES1 ; EDUARDA COELHO SULTANUM GOMES1 ; ADRIANE SÍLVIA CASTRO RIBEIRO CARVALHO DE OLIVEIRA1 ; MIRELY EUNICE SOBRAL1 ; BÁRBARA STÉFANNY DA COSTA NUNES1; ROSANE MOREIRA DE MENEZES2

1.GRADUANDA EM TERAPIA OCUPACIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL; 2.TERAPEUTA OCUPACIONAL, RECIFE, PE, BRASIL.

Palavras-chave: acessibilidade; estação joana bezerra; autonomia

Resumo: Entende-se por acessibilidade a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, direito esse garantido pela Lei n° 10.098 de 19 de dezembro de 2000. Porém esta não é a realidade que encontramos quando enfrentamos o dia-a-dia do transporte público. Diante disso, o seguinte trabalho tem como objetivo analisar as condições de acessibilidade da estação de metrô Joana Bezerra, no centro da cidade do Recife. Para o desenvolvimento do mesmo foram feitas visitas ao local e retiradas medidas baseadas na norma ABNT NBR 9050, sendo analisadas as formas de acesso às três plataformas existentes. Joana Bezerra é uma das maiores estações de metrô do Recife, local de troca de linhas, integração com o terminal de ônibus e a estação mais próxima da maioria dos hospitais de referência do Recife, como a AACD, o Real Hospital Português, o Hospital Esperança, entre outros. A falta de acessibilidade da estação é perceptível desde a entrada até as plataformas, porém o aspecto que maior apresentou desrespeito às normas foi o acesso às plataformas, que se dá por diferentes formas. Na primeira plataforma o acesso se da exclusivamente através de uma rampa, da qual há ausência do piso tátil de alerta no começo e termino da rampa, existem aberturas na parede da rampa, que possibilitam a entrada de água em dias de chuva, tornando o piso derrapante, além de não haver nenhum tipo de corrimão. Na segunda e na terceira o acesso é através de elevadores, escadas rolantes e fixas. Os elevadores estão dentro dos padrões exigidos, com capacidade para 600 kg, entretanto impossibilita o giro de um cadeirante. As escadas rolantes apresentam instruções de uso, mas por serem adesivos estão descolando e impossibilitando visualizar algumas destas instruções, porém não estão funcionando. As escadas fixas apresentam um comprimento e patamares acessíveis segundo o fluxo de pessoas, mas a partir de sua largura necessitaria de corrimão intermediário, também não possui a sinalização tátil de alerta no início e termino da escada, o piso do degrau está 0,10m abaixo do permitido, além de não apresentar as sinalizações visuais em suas bordas, nos corrimãos não há sinalização em Braille e não apresentam a prolongação de 0,30m antes do início e após o termino da escada. Portanto, é possível concluir que pessoas com mobilidade reduzida sofrem barreiras, que poderiam e deveriam ser evitas, quando desejam ter acesso as plataformas, impossibilitando sua autonomia e um transporte público de qualidade.




- TERAPIA OCUPACIONAL NO SISTEMA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA


[794]

COTIDIANO DE DESFILIAÇÃO DE MULHERES APENADAS – EXPERIÊNCIA NO PRESÍDIO

ERIKA DAIANA DO AMARAL ROCHA; KARLA MAYARA FLORENTINO FERNANDES; TAINNAN VILANTE E SILVA; MARILENE CALDERARO MUNGUBA

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Palavras-chave: institucionalização; mulher; terapia ocupacional

Resumo: A rotina no presídio é percebida de forma impositiva, mas necessária ao processo normativo e de convivência. Pensar em estratégias de intervenção e espaços de promoção da cidadania significa repensar conceitos para reestruturação do cotidiano do indivíduo a fim de restabelecer uma rotina diária individual mesmo dentro do coletivo. O afastamento do mundo pessoal e a transformação da sua identidade afeta a subjetividade e a capacidade de agir e reagir como sujeito social. Esta desconfiguração da vida caracteriza-se pela cidadania parcialmente perdida, os reflexos do isolamento, as paredes que os impede de exercer o que é por direito garantido. O objetivo deste trabalho foi relatar o cotidiano de desfiliação das internas do Instituto Penal Feminino, no Município de Fortaleza, Ceará. Trata-se de três visitas técnicas em abril e maio de 2012, visando observar a rotina das mulheres apenadas, suas possíveis dificuldades e necessidades. Tem caráter descritivo e qualitativo. Utilizamos diário de campo para o registro das informações. Ao adentrar o presídio foi possível observar a expressão das tristezas, angústias e a solidão como fatores presentes no cotidiano das apenadas. Deparamos nos com mulheres restritas a uma rotina imposta pelas normas institucionais nos quais dentre elas está a espera do reencontro passageiro com a liberdade representado pelas visitas familiares. Além do mais existem rotinas diferentes para comportamentos diferentes, como no caso daquelas que incluíram na sua rotina a oportunidade de trabalho devido ao bom comportamento. Ainda podemos citar aquelas que devido a maternidade recebem regalias diferenciadas como é o caso de permanecer com seus filhos durante o primeiro ano de vida, na creche da unidade prisional. As dez mães internas, na creche, informaram suas necessidades: cuidar melhor de si, ficar bonita, fazer atividade manual, reduzir o tempo ocioso. Relataram ter regalias porque estão com suas crianças e desejam sair junto com elas. Indicaram que as internas que mais necessitam de Terapia Ocupacional estão nas alas, afirmando “ali parece que o tempo não passa!”. Diante deste universo do presídio feminino, e compreendendo melhor o espaço da Terapia Ocupacional fica claro que é possível ir além de uma abordagem reducionista, propondo modos de intervenção considerando a complexidade do meio social e a participação dos sujeitos e do coletivo, como agentes de construção de modos de ser, estar e intervir no mundo circundante. Vemos a resiliência como fator importante para se agregar a rotina diária destas mulheres mobilizando a capacidade de enfrentamento, como estratégia de planejamento de vida e reinserção social.




- TERAPIA OCUPACIONAL NO SISTEMA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 


[794]

COTIDIANO DE DESFILIAÇÃO DE MULHERES APENADAS – EXPERIÊNCIA NO PRESÍDIO

ERIKA DAIANA DO AMARAL ROCHA; KARLA MAYARA FLORENTINO FERNANDES; TAINNAN VILANTE E SILVA; MARILENE CALDERARO MUNGUBA

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Palavras-chave: institucionalização; mulher; terapia ocupacional

Resumo: A rotina no presídio é percebida de forma impositiva, mas necessária ao processo normativo e de convivência. Pensar em estratégias de intervenção e espaços de promoção da cidadania significa repensar conceitos para reestruturação do cotidiano do indivíduo a fim de restabelecer uma rotina diária individual mesmo dentro do coletivo. O afastamento do mundo pessoal e a transformação da sua identidade afeta a subjetividade e a capacidade de agir e reagir como sujeito social. Esta desconfiguração da vida caracteriza-se pela cidadania parcialmente perdida, os reflexos do isolamento, as paredes que os impede de exercer o que é por direito garantido. O objetivo deste trabalho foi relatar o cotidiano de desfiliação das internas do Instituto Penal Feminino, no Município de Fortaleza, Ceará. Trata-se de três visitas técnicas em abril e maio de 2012, visando observar a rotina das mulheres apenadas, suas possíveis dificuldades e necessidades. Tem caráter descritivo e qualitativo. Utilizamos diário de campo para o registro das informações. Ao adentrar o presídio foi possível observar a expressão das tristezas, angústias e a solidão como fatores presentes no cotidiano das apenadas. Deparamos nos com mulheres restritas a uma rotina imposta pelas normas institucionais nos quais dentre elas está a espera do reencontro passageiro com a liberdade representado pelas visitas familiares. Além do mais existem rotinas diferentes para comportamentos diferentes, como no caso daquelas que incluíram na sua rotina a oportunidade de trabalho devido ao bom comportamento. Ainda podemos citar aquelas que devido a maternidade recebem regalias diferenciadas como é o caso de permanecer com seus filhos durante o primeiro ano de vida, na creche da unidade prisional. As dez mães internas, na creche, informaram suas necessidades: cuidar melhor de si, ficar bonita, fazer atividade manual, reduzir o tempo ocioso. Relataram ter regalias porque estão com suas crianças e desejam sair junto com elas. Indicaram que as internas que mais necessitam de Terapia Ocupacional estão nas alas, afirmando “ali parece que o tempo não passa!”. Diante deste universo do presídio feminino, e compreendendo melhor o espaço da Terapia Ocupacional fica claro que é possível ir além de uma abordagem reducionista, propondo modos de intervenção considerando a complexidade do meio social e a participação dos sujeitos e do coletivo, como agentes de construção de modos de ser, estar e intervir no mundo circundante. Vemos a resiliência como fator importante para se agregar a rotina diária destas mulheres mobilizando a capacidade de enfrentamento, como estratégia de planejamento de vida e reinserção social.




- TERAPIA OCUPACIONAL NO SISTEMA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 


[817] 

HISTÓRIAS DE VIDA: FILHOS DA VIOLÊNCIA

FERNANDA PERCEGONA; CHRISTIANE SIEGMANN

UFPR, CURITIBA, PR, BRASIL.

Palavras-chave: violência contra a mulher; impactos nos filhos; terapeuta ocupacional

Resumo: Na sociedade contemporânea vem crescendo os índices de violência contra a mulher. A cada 15 minutos, no Brasil, uma mulher é agredida em casa, pelo marido ou companheiro. Somente no ano de 2011, foram relatadas aproximadamente 75 mil ocorrências, e em 66,1% destas os filhos estavam testemunhando as agressões. O acompanhamento da violência entre familiares pode gerar impactos no desenvolvimento físico, emocional, comportamental e social de crianças e adolescentes. Estes prejuízos costumam acentuar-se pela relação de proximidade estabelecida com os envolvidos nos conflitos, e pela ruptura do contexto familiar, importante para seu desenvolvimento. Considerando estes dados nota-se a importância de estudos que compreendam os impactos que este acompanhamento pode trazer às crianças, podendo permear até a vida adulta. Histórias de Vida: Filhos de Violência, trata-se de um Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido no Depto. Terapia Ocupacional da UFPR, que pretende dar voz a histórias de vida singulares, únicas, de adultos que testemunharam a violência entre os pais ou que foram vítimas de violência e que tiveram seus corpos marcados pela dor, pela insegurança e pelo medo, dando a oportunidade à esses sujeitos de falar como estas marcas impactaram em suas vidas, em seus fazeres cotidianos, suas relações, seus projetos e seus sonhos. Tem como objetivo compreender os impactos gerados às histórias de vida dos filhos, que presenciam cenas de agressões contra suas mães. Na primeira fase do trabalho foi realizada revisão de literatura com pesquisa bibliográfica sobre a temática, sendo constatado que a violência contra a mulher traz impactos significativo na vida dos filhos, como na área psicológica. A segunda etapa do TCC envolve pesquisa através de entrevista semi-estruturada, com sujeitos adultos que cresceram sendo vítimas indiretas desta violência. Esta pesquisa aguarda neste momento avaliação e aprovação do CEP/SD. As entrevistas seguirão as diretrizes da metodologia de História Oral, com o gênero de História Oral de Vida, sendo registradas por meio de gravação e registro escrito para compilar narrativas ímpares dos participantes da pesquisa, decorrentes da temática central a ser discutida. A partir destes registros, objetiva-se identificar as áreas de ocupação e as atividades cotidianas impactadas pelo testemunho da violência, e a partir da análise das literaturas, investigar possíveis contribuições do terapeuta ocupacional junto a esta população. Neste processo de intervenção o terapeuta ocupacional considera cada indivíduo como único e com potencialidades, e tem suas intervenções direcionadas ao fortalecimento dos vínculos entre mãe e filho e resiliência.






- TERAPIA OCUPACIONAL NO SISTEMA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 


[821]

O PROCESSO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL NA PROMOÇÃO DA RESSOCIALIZAÇÃO DE REEDUCANDOS DE UMA UNIDADE PENITENCIÁRIA DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

BÁRBARA KATIENE MAGNO GAIÃO1 ; VIVIANE INTERAMINENSE BANDIM DE VASCONCELOS1 ; MILENA DA SILVA CORREIA1 ; MARINA ROSAS DE ARAÚJO2

1.UFPE, RECIFE, PE, BRASIL; 2.CAPS, RECIFE, PE, BRASIL.

Palavras-chave: sistema penitenciário; ressocialização; terapia ocupacional

Resumo: O terapeuta ocupacional atua no sistema penitenciário visando à promoção da saúde e a reinserção social de indivíduos excluídos por problemas sociais de forma integral e independente, evidenciando o bem-estar biopsicossocial dos mesmos. Utilizando-se das atividades, este profissional poderá promover a transformação social, motivando as mudanças de atitudes e o direito à cidadania. O objetivo deste trabalho é relatar a atuação terapêutica ocupacional com reeducandos do sistema penitenciário. A experiência apresentada ocorreu em uma unidade porta de entrada do sistema penitenciário da Região Metropolitana do Recife, com 31 reeducandos do sexo masculino que aguardam julgamento em regime fechado. A coordenação do grupo foi de responsabilidade das acadêmicas do curso de Terapia Ocupacional e a intervenção realizada apresentou o objetivo de ressocializar os reeducandos desse sistema, por meio de atividades fundamentadas no modelo psicodinâmico da Terapia Ocupacional. Dinâmicas grupais foram realizadas com o intuito de proporcionar reflexões sobre o cumprimento de regras, o controle da situação e a autoconfiança, porém foi perceptível a dificuldade dos mesmos em relação a essas questões, na qual se observou, principalmente, o descumprimento das regras da atividade e ausência de autoconfiança da maioria dos reeducandos. Também foram exploradas atividades que promovem uma releitura de si próprio, instigando uma reflexão sobre quais mudanças são necessárias para que objetivos desejados sejam alcançados. Essa atividade suscitou diversas discussões que oportunizaram o estímulo para um recomeço. A intervenção repercutiu eficientemente e obteve-se participação da maioria dos reeducandos. Durante a mesma, os participantes sentiram-se a vontade com a proposta apresentada, mas tiveram dificuldades em suportar opiniões distintas da sua. Diante dos resultados expostos, pode-se ressaltar a importância da intervenção terapêutica ocupacional em reeducandos do sistema penitenciário para a promoção do processo de ressocialização destes. Sendo assim, a valorização das potencialidades e o depósito de confiança na mudança destes indivíduos são características aliadas a este processo.




- TERAPIA OCUPACIONAL NO SISTEMA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 


[817] 

HISTÓRIAS DE VIDA: FILHOS DA VIOLÊNCIA

FERNANDA PERCEGONA; CHRISTIANE SIEGMANN

UFPR, CURITIBA, PR, BRASIL.

Palavras-chave: violência contra a mulher; impactos nos filhos; terapeuta ocupacional

Resumo: Na sociedade contemporânea vem crescendo os índices de violência contra a mulher. A cada 15 minutos, no Brasil, uma mulher é agredida em casa, pelo marido ou companheiro. Somente no ano de 2011, foram relatadas aproximadamente 75 mil ocorrências, e em 66,1% destas os filhos estavam testemunhando as agressões. O acompanhamento da violência entre familiares pode gerar impactos no desenvolvimento físico, emocional, comportamental e social de crianças e adolescentes. Estes prejuízos costumam acentuar-se pela relação de proximidade estabelecida com os envolvidos nos conflitos, e pela ruptura do contexto familiar, importante para seu desenvolvimento. Considerando estes dados nota-se a importância de estudos que compreendam os impactos que este acompanhamento pode trazer às crianças, podendo permear até a vida adulta. Histórias de Vida: Filhos de Violência, trata-se de um Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido no Depto. Terapia Ocupacional da UFPR, que pretende dar voz a histórias de vida singulares, únicas, de adultos que testemunharam a violência entre os pais ou que foram vítimas de violência e que tiveram seus corpos marcados pela dor, pela insegurança e pelo medo, dando a oportunidade à esses sujeitos de falar como estas marcas impactaram em suas vidas, em seus fazeres cotidianos, suas relações, seus projetos e seus sonhos. Tem como objetivo compreender os impactos gerados às histórias de vida dos filhos, que presenciam cenas de agressões contra suas mães. Na primeira fase do trabalho foi realizada revisão de literatura com pesquisa bibliográfica sobre a temática, sendo constatado que a violência contra a mulher traz impactos significativo na vida dos filhos, como na área psicológica. A segunda etapa do TCC envolve pesquisa através de entrevista semi-estruturada, com sujeitos adultos que cresceram sendo vítimas indiretas desta violência. Esta pesquisa aguarda neste momento avaliação e aprovação do CEP/SD. As entrevistas seguirão as diretrizes da metodologia de História Oral, com o gênero de História Oral de Vida, sendo registradas por meio de gravação e registro escrito para compilar narrativas ímpares dos participantes da pesquisa, decorrentes da temática central a ser discutida. A partir destes registros, objetiva-se identificar as áreas de ocupação e as atividades cotidianas impactadas pelo testemunho da violência, e a partir da análise das literaturas, investigar possíveis contribuições do terapeuta ocupacional junto a esta população. Neste processo de intervenção o terapeuta ocupacional considera cada indivíduo como único e com potencialidades, e tem suas intervenções direcionadas ao fortalecimento dos vínculos entre mãe e filho e resiliência.






- TERAPIA OCUPACIONAL NO SISTEMA DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 


[821]

O PROCESSO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL NA PROMOÇÃO DA RESSOCIALIZAÇÃO DE REEDUCANDOS DE UMA UNIDADE PENITENCIÁRIA DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

BÁRBARA KATIENE MAGNO GAIÃO1 ; VIVIANE INTERAMINENSE BANDIM DE VASCONCELOS1 ; MILENA DA SILVA CORREIA1 ; MARINA ROSAS DE ARAÚJO2

1.UFPE, RECIFE, PE, BRASIL; 2.CAPS, RECIFE, PE, BRASIL.

Palavras-chave: sistema penitenciário; ressocialização; terapia ocupacional

Resumo: O terapeuta ocupacional atua no sistema penitenciário visando à promoção da saúde e a reinserção social de indivíduos excluídos por problemas sociais de forma integral e independente, evidenciando o bem-estar biopsicossocial dos mesmos. Utilizando-se das atividades, este profissional poderá promover a transformação social, motivando as mudanças de atitudes e o direito à cidadania. O objetivo deste trabalho é relatar a atuação terapêutica ocupacional com reeducandos do sistema penitenciário. A experiência apresentada ocorreu em uma unidade porta de entrada do sistema penitenciário da Região Metropolitana do Recife, com 31 reeducandos do sexo masculino que aguardam julgamento em regime fechado. A coordenação do grupo foi de responsabilidade das acadêmicas do curso de Terapia Ocupacional e a intervenção realizada apresentou o objetivo de ressocializar os reeducandos desse sistema, por meio de atividades fundamentadas no modelo psicodinâmico da Terapia Ocupacional. Dinâmicas grupais foram realizadas com o intuito de proporcionar reflexões sobre o cumprimento de regras, o controle da situação e a autoconfiança, porém foi perceptível a dificuldade dos mesmos em relação a essas questões, na qual se observou, principalmente, o descumprimento das regras da atividade e ausência de autoconfiança da maioria dos reeducandos. Também foram exploradas atividades que promovem uma releitura de si próprio, instigando uma reflexão sobre quais mudanças são necessárias para que objetivos desejados sejam alcançados. Essa atividade suscitou diversas discussões que oportunizaram o estímulo para um recomeço. A intervenção repercutiu eficientemente e obteve-se participação da maioria dos reeducandos. Durante a mesma, os participantes sentiram-se a vontade com a proposta apresentada, mas tiveram dificuldades em suportar opiniões distintas da sua. Diante dos resultados expostos, pode-se ressaltar a importância da intervenção terapêutica ocupacional em reeducandos do sistema penitenciário para a promoção do processo de ressocialização destes. Sendo assim, a valorização das potencialidades e o depósito de confiança na mudança destes indivíduos são características aliadas a este processo.




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