- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[43]
AVALIAÇÃO CLÍNICA DE TERAPIA
OCUPACIONAL EM TRABALHADORES INDUSTRIAIS: UMA METODOLOGIA QUE RELACIONA
CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA
VALQUIRIA CRISTIANE MARIA
VALLOUREC & SUMITOMO TUBOS DO
BRASIL LTDA, JECEABA, MG, BRASIL.
Palavras-chave: avaliação; saúde do trabalhador; qualidade de vida
Resumo: Introdução: As lesões musculoesqueléticas em trabalhadores
é uma questão recorrente em muitos países, com custos significativos e impactos
também na qualidade de vida. A complexidade do tema aponta para ações que
abordem a avaliação concomitante destes aspectos e cujos resultados devem ser
usados para proteger e promover a saúde individual e coletiva no trabalho. Objetivos: Verificar a confiabilidade
da avaliação clínica da Terapia Ocupacional (TO), na estimativa de prevalência
de sintomatologia musculoesquelética e sua relação com qualidade de vida dos
empregados, como parte do ferramental clínico da vigilância em saúde na
empresa. Metodologia: Estudo
transversal analítico realizado em uma usina siderúrgica em Jeceaba - MG, no
período de 03/01/11 a 29/12/11. Foram avaliados 515 empregados de cargos
operacionais. Destes, foram elegíveis 366 empregados, os demais apresentaram
tempo inferior a 3 meses na função. Na avaliação clínica, utilizou-se roteiro
adaptado do Exame dos Membros Superiores e Coluna, Ativo e Contra Resistência.
Para avaliação da qualidade de vida, aplicou-se o Perfil de Saúde de Nottingham
(PSN). O banco de dados foi analisado no programa Epi Info v. 3.5.3. O escore
de qualidade de vida foi dicotomizado (ausência e presença de qualquer
impacto), a associação entre qualidade de vida e alterações clínicas foi feita
pelo teste de qui quadrado de Pearson, Odds Ratio (IC 95%), com nível de
significância de 5%. Resultados/Discussão:
A idade foi de 19-55 anos (28,8±7,3), sendo 348 homens (95,9%). As funções
envolvidas totalizaram 174 operadores de produção, 58 operadores de ponte
rolante e 49 mecânicos de manutenção. As demais funções não apresentaram
frequência expressiva nesta amostra. A maioria dos empregados avaliados não
apresentou alterações na avaliação clínica. Quanto aos resultados alterados do
exame de TO e da avaliação de qualidade de vida, observou-se que os empregados
com pior avaliação da qualidade de vida têm 2,34 vezes mais chances de
apresentar exame de Terapia Ocupacional com alteração quando comparados com
empregados com melhor avaliação da qualidade de vida. Empregados com pontuação
maior que zero no campo de Habilidade Física do PSN teve 2,88 vezes mais
chances de apresentar queixa durante o exame de Terapia Ocupacional quando
comparados com empregados que apresentaram pontuação igual a zero. Considerações Finais: O estudo apontou
que a metodologia utilizada pelo setor de Terapia Ocupacional se mostrou confiável na avaliação
dos aspectos físicos e impactos no cotidiano dos empregados. E ainda,
apresentou-se como um bom indicador na elaboração de ações voltadas à promoção
da saúde na empresa. Novos estudos poderão ser realizados para ampliação do
conhecimento na área.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[44]
CONTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA JUNTO A PACIENTES COM
LESÃO TRAUMÁTICA DO MEMBRO SUPERIOR
MÁRCIA DALCIN; ALINE TEIXEIRA DE
LIMA; LAURA SEGABINAZZI PACHECO; LUCIELEM CHEQUIM DA SILVA
CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO
- UNIFRA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; tecnologia assistiva;
intervenção.
Resumo: Introdução: O presente trabalho relata a experiência vivida
pelas acadêmicas do nono semestre do Curso de Terapia Ocupacional, durante o
estágio curricular supervisionado no Laboratório de Práticas em Saúde do Centro
Universitário Franciscano – UNIFRA no município de Santa Maria – RS, através do
projeto Re-habilitar que apresenta vínculo entre o Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) e a instituição. O caso refere-se a uma paciente que sofreu um
acidente de trabalho, ocasionando a amputação das falanges distais e média do
2º, 3º e 4º dedos do membro superior esquerdo. As intervenções da Terapia
Ocupacional no campo da adaptação e reabilitação são direcionadas para a
recuperação física, avaliação das capacidades, adaptação do ambiente ou posto
de trabalho onde o indivíduo está inserido. Em pacientes que apresentam lesão
de mão, o terapeuta ocupacional trabalha a reeducação sensitiva, o
fortalecimento muscular, a confecção de tecnologia assistiva, e técnicas de
conservação de energia. Objetivo:
Proporcionar maior autonomia frente à realização das Atividades de Vida Diária
(AVD), visando o desenvolvimento satisfatório dos papéis ocupacionais. Metodologia: As intervenções foram
desenvolvidas no Laboratório de Práticas em Saúde da UNIFRA. Realizaram-se
apenas duas intervenções, sendo que na primeira foi feita uma anamnese com
objetivo da coleta de dados, bem como identificar as suas principais
dificuldades para a realização das AVD. As acadêmicas tiveram o prazo de duas
semanas para a confecção de uma tábua adaptada e um abotoador e posteriormente
realizou-se a entrega e treino para a utilização destes dispositivos. A tábua
adaptada teve como objetivo favorecer o corte de alimentos, e o abotoador com
intuito de facilitar a troca de roupas, pois a paciente possui um filho pequeno
e apresenta dificuldades no fechamento de zíper e botões. Resultados/Discussões: O indivíduo que sofre algum trauma de mão
geralmente apresenta dificuldades na realização de suas atividades rotineiras e
consequentemente no trabalho, o que pode levá-lo ao afastamento, que é a
principal forma de participação do homem na sociedade. Diante das adaptações
realizadas verificaram-se mudanças significativas no cotidiano da paciente,
adquirindo mais autonomia e independência na realização das AVD. Considerações: A partir destas
intervenções percebe-se que o Terapeuta Ocupacional tem muito a contribuir
junto aos pacientes que estão em processo de reabilitação devido algum tipo de
acidente. A atuação deste profissional torna-se fundamental no tratamento de
pacientes com lesão de mão e membro superior, pois o trabalho está elencado
entre as principais atividades do desempenho ocupacional.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS
POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E EMPREGO
[50]
A CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS: A INTERVENÇÃO
DO TERAPEUTA OCUPACIONAL
PRISCILA MALLMANN BORDIGNON
FADERS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.
Palavras-chave: pessoa com deficiência; terapeuta ocupacional;
capacitação profissional
Resumo: Desde 2005 atuo como terapeuta ocupacional em ma Escola de
Aprendizagem para pessoas com deficiências o que possibilitou e motivou-me a
realizar esta a investigação. Esta escola de aprendizagem chamada SECAP
(Serviço de Capacitação Profissional), pertence a FADERS. Objetivos: o foco desta pesquisa foi a capacitação profissional das
Pessoas com deficiência, através do Programa de Aprendizagem, desenvolvido no
SECAP/FADERS e a atuação do terapeuta ocupacional neste processo. Metodologia: O trabalho ora apresentado
é decorrente de uma pesquisa, tipo Estudo de Caso; o campo empírico do estudo
foi o SECAP que recebe pessoas com deficiências que participam dos cursos:
Auxiliar de limpeza e Administrativo. Participaram do estudo de caso:
aprendizes, familiares, docentes, gestores das empresas e a auditora fiscal do
MTE. Os dados foram coletados através da análise documental e da entrevista. Resultados/Discussões: No Eixo
escolarização dos aprendizes, os docentes do curso foram unânimes ao destacar a
precariedade dos conhecimentos. No Eixo Família e inclusão da PcD os
pesquisados relataram que, ao invés de se ter parceria somente com a empresa
contratante, a parceria passaria também pelo âmbito da família. Quanto ao Eixo
que verificou as barreiras para a inclusão, observou-se a necessidade de se aprimorarem
as acessibilidades metodológicas e atitudinais nas empresas. Quanto ao Eixo que
verificou a atuação do terapeuta ocupacional na Escola de aprendizagem, a
equipe técnica e os docentes do SECAP, identificaram como essencial a presença
do profissional terapeuta ocupacional, pois este atua desde a preparação dos
aprendizes com grupos sobre saúde do trabalhador e prevenção em saúde, dentro
do espaço escolar, como na empresa, através da análise de tarefa, adaptações de
materiais de trabalho e supervisões assistidas. Considerações Finais: Os dispositivos legais sinalizam para a
necessidade e a importância das pessoas com deficiência serem incluídas tanto
nos contextos educacionais quanto laborais. Se houver maior integração entre
empresa e instituições educacionais, haverá maior conhecimento da
correspondência entre as exigências das tarefas profissionais e alcances das
pessoas com deficiência, havendo assim melhor adequação, tanto das tarefas como
das competências. Além disso, concluiu-se que a atuação do profissional
terapeuta ocupacional nestes espaços de capacitação favorece a qualificação
deste processo de inclusão efetivamente.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[54]
ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NO PROGRAMA DE SAÚDE DO TRABALHADOR -
SÃO GONÇALO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
RENATA SILVA FARIA; RAPHAEL
CORREIA CAETANO
SMS DE SÃO GONÇALO, SÃO GONÇALO,
RJ, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde; trabalho
Resumo: Introdução: O Programa de Saúde do Trabalhador do Município
de São Gonçalo está vinculado ao Departamento de Programas da Secretaria
Municipal de Saúde e localizase na regional do Cerest Niterói-MetroII.1/RJ. São
Gonçalo é o segundo município mais populoso do Estado do Rio de Janeiro, com
cerca de 1 (um) milhão de habitantes. Suas características sócio-econômicas são
diversificadas: comércio, fabril, indústria naval, construção civil,
agropecuária e serviços. Destaca-se dos demais municípios da região no que diz
respeito ao desenvolvimento e crescimento acelerado, com a instalação do
Complexo Petroquímico Petrobrás RJ/Comperj no Município vizinho, Itaboraí. É
previsto grandes impactos da nova organização e modos de produção, fato que
exigirá dos gestores públicos da saúde entre outros setores, planejamento,
investimento e ações programáticas direcionadas à massa trabalhadora que vive e
trabalha no município bem como aos que transitarão e se instalarão temporária
ou permanentemente no município. Objetivos:
O estudo tem como principal proposta conhecer e intervir sobre a situação de
saúde, programação de ações de vigilâncias em saúde e capacitação da rede na
atenção e cuidado ao trabalhador. Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência profissional, através da análise
documental e do levantamento, organização, sistematização de dados/informações
e análise do perfil dos atendimentos realizados no serviço de saúde referente a
acidentes, e/ou sofrimento/adoecimento relacionados ao trabalho. Os documentos
analisados foram os Boletins de Atendimento Médico/BAM e as Notificações
Compulsórias/NC relacionadas ao trabalho no Sistema de Informação de Agravos de
Notificação/Sinan no período de janeiro de 2012 a janeiro de 2013. Resultados:
Foram encontrados 48 (quarenta e oito) BAM e 7 (sete) NC relacionadas ao
trabalho. Considerações Finais: Os
resultados apontam a subnotificação dos casos de acidente e/ou adoecimento no
trabalho, além de reverberarem na dificuldade de se pensar estratégias de
atenção e cuidado aos trabalhadores na rede SUS. A Terapia Ocupacional, por ser
a única profissão que desde a formação básica tem como objeto de intervenção e
eixo central a categoria atividade enquanto trabalho, apresenta um papel de
destaque em todos os níveis de atenção e cuidado à Saúde do Trabalhador. Dessa
forma, é possível compreender a estreita relação entre os campos da Terapia
Ocupacional, Saúde e Trabalho, bem como problematizar as importantes
contribuições e particularidades da categoria nessa área de atuação. Observa-se
que esforços ainda são preciso na tentativa de que abordagens na saúde pública
e coletiva sejam cada vez mais desbravadas e efetivas.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[64]
A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE ATIVIDADES NO CONTEXTO DA REABILITAÇÃO
PROFISSIONAL DO INSS
GISELE MONNERAT MONNERAT TARDIN
INSS, SÃO BERNARDO DO CAMPO, SP,
BRASIL.
Palavras-chave: reabilitação profissional; análise de atividades;
terapia ocupacional
Resumo: Introdução: A Reabilitação Profissional é um serviço
oferecido aos segurados do INSS, afastados do trabalho e impossibilitados de
retornar à função de origem devido à sequela definitiva que o incapacita para
tal função. Quando o segurado é vinculado em alguma empresa, é solicitada a
esta a indicação de uma nova função/atividade que respeite as contraindicações do
segurado; quando não há indicação pela empresa, ou o segurado está
desempregado, ou é trabalhador autônomo, a readaptação se faz por meio de uma
qualificação profissional. É importante que para a avaliação da compatibilidade
da nova função indicada pela empresa, ou do curso pretendido pelo segurado para
sua qualificação, seja realizada uma análise da atividade. Comumente, esta
análise de atividade é realizada sem a presença do segurado. Objetivos: Discutir sobre as técnicas
de análise de atividades para o contexto da Reabilitação Profissional, a fim de
facilitar a readaptação do segurado e a efetivação do programa de Reabilitação
Profissional. Metodologia:
Levantamento bibliográfico de técnicas de análise de atividades utilizadas por
terapeutas ocupacionais nos diversos contextos de atuação. Discussão: No serviço de Reabilitação Profissional do INSS, os
servidores encontram dificuldades em orientar os segurados quanto ao retorno ao
trabalho devido à resistência apresentada por eles ao programa. Vários fatores
são responsáveis por essa resistência: a insegurança no emprego, a permanência
de dores e limitações devido à doença/acidente, o medo de não conseguir prover
a família, entre outros. A participação mais ativa do segurado na análise da
função/atividade proposta à sua readaptação, ou do curso pretendido, pode lhe
trazer mais segurança e participação na interação com o trabalho. Além do que é
a partir da observação do próprio segurado na atuação da função/atividade
proposta, que se pode definir a compatibilidade da função às suas
contraindicações. Considerações Finais:
É parte das funções básicas da Reabilitação Profissional a Pesquisa da Fixação
no mercado de trabalho, que de acordo com o Manual Técnico da Reabilitação
Profissional, consiste no conjunto de ações para constatar a adaptação do
reabilitado ao trabalho, a efetividade do processo reabilitatório e
fornecimento de dados que realimentem o sistema gerencial visando à melhoria do
serviço. Esta pesquisa, entretanto se limita apenas em informações da situação
empregatícia, função desempenhada e contribuição ao INSS. Para que a
Instituição tenha dados para melhoria do serviço seria necessário saber quais
foram os elementos que contribuíram, e também os obstáculos, durante o programa
para a efetivação, ou não, do mesmo. –
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[68]
O OLHAR DA TERAPIA OCUPACIONAL NA ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES DEPRESSIVAS
EM MÚSICOS
IRANISE MORO PEREIRA JORGE; AIME
JULIANA DOS SANTOS
UFPR, CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde do trabalhador; músicos
Resumo: Ao referir a relação entre saúde, doença e trabalho,
deve-se considerar a exposição do trabalhador a riscos específicos oriundos da
sua tarefa, bem como de fatores organizacionais que podem interferir no
processo de adoecimento. Desta maneira o profissional de Terapia Ocupacional,
no contexto da saúde do trabalhador, desenvolve ações preventivas, de promoção
de saúde e tratamento para minimizar esses impactos do trabalho no
desencadeamento de sintomas físicos e psíquicos durante a execução das
atividades de labor. Este trabalho tem por finalidade identificar as
manifestações depressivas nos músicos da Orquestra Sinfônica do Paraná. Através
de uma metodologia qualitativa, exploratória e descritiva a pesquisa conseguiu
alcançar seu objetivo. Utilizou-se para tal a avaliação o instrumento validado
denominado de Inventário de Depressão de Beck. Este avalia e descreve
manifestações referentes ao humor, pessimismo, sentimentos de fracasso,
insatisfação, sentimento de culpa, sentimentos de punição, autodepriação,
autoacusação, desejo de autopunição, crises de choro, irritabilidade,
isolamento social, indecisão, inibição no trabalho, distúrbios do sono,
fatigabilidade, isolamento social, perda de apetite, perda de peso, preocupação
somática e perda de libido. Dos 13 participantes do estudo, 62% constituíam-se
indivíduos do gênero masculino e 38% do gênero feminino. A amostra era composta
por uma faixa etária entre 30 e 56 anos. A amostra analisada não apresenta
indícios de episódios depressivos, porém 20% do total de indivíduos que fazem
uso de medicamentos usam medicamentos para depressão. Vale considerar que a
amostra que respondeu ao questionário corresponde a 16,04% da totalidade dos
músicos que compõem a Orquestra Sinfônica do Paraná. Deste modo, considera-se
que esse baixo fator de adesão ao questionário, pode também influenciar no
resultado obtido, uma vez que, pesquisas realizadas sobre doenças no trabalho
indicam um alto índice das que se enquadram na esfera dos sofrimentos mentais,
como a depressão, que pode ter como fatores desencadeantes os aspectos
organizacionais presentes no trabalho. Nesse sentido, o terapeuta ocupacional
vem contribuir nessa situação considerando o indivíduo biopsicossocial,
realizando uma análise da atividade e do ambiente a fim do favorecimento do
desempenho ocupacional do trabalhador.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[81]
INDICADORES DE STRESS E SOBRECARGA EM CUIDADORES FORMAIS E INFORMAIS DE
PACIENTES ONCOLÓGICOS
NILSON ROGERIO DA SILVA; LETÍCIA
CARRILO MARONESI; ANDREA RIZZO DOS SANTOS BOETTGER GIARDINETTO
UNESP, MARILIA, SP, BRASIL.
Palavras-chave: stress; sobrecarga de cuidadores; oncologia
Resumo: O cuidado de pessoas com câncer pode gerar em seus
cuidadores stress e sobrecarga, visto que esta é uma função desgastante e exige
muito da pessoa que está prestando os cuidados. A sobrecarga é um fator que
pode proporcionar o stress, visto que os cuidadores acabam deixando sua vida
pessoal para prestar os cuidados necessários ao paciente. O ambiente hospitalar
é um local de sofrimento físico e psíquico, pois nesse ambiente seu corpo passa
por procedimentos clínicos invasivos e dolorosos, havendo pouca ou nenhuma
explicação em relação à necessidade do procedimento, no entanto, não apenas o
paciente, mas também os familiares (cuidadores informais) e os profissionais da
equipe multiprofissional responsável pelo cuidado (cuidadores formais)
enfrentam situações estressantes. A hospitalização pode desencadear nos atores
envolvidos, um conjunto de fatores estressores e sobrecarga, interferindo na
sua qualidade de vida e na qualidade dos serviços prestados. O presente estudo
teve como objetivo identificar a presença de indicadores de stress e sobrecarga
junto à cuidadores formais (equipe multiprofissional) e informais (familiares),
de pacientes oncológicos. Participaram da pesquisa 33 cuidadores de pacientes
com câncer no total, sendo 17 informais e 16 formais. A coleta de dados foi
realizada no Hemocentro de Marília, e utilizou-se dos seguintes instrumentos:
1) Roteiro para caracterização dos participantes; 2) O Inventário de Sintomas
de Stress de Lipp - ISSL e 3) Protocolo Zarit Burden Interview – ZBT. Os dados
foram analisados de acordo com os manuais de aplicações dos instrumentos e
organizados em Figuras. Os resultados revelaram que os cuidadores informais
apresentaram maior porcentagem de stress em relação aos cuidadores formais,
principalmente na fase de resistência e exaustão. O estudo apontou que 43% dos
cuidadores informais encontravam-se na fase de resistência, 29% na fase de
exaustão, 14% na fase de quase exaustão e 14% na fase de alerta. Dos cuidadores
formais, 25% encontram-se na fase de exaustão e 75% na fase de resistência. A
sobrecarga também apresentou-se em maior escala em cuidadores informais do que
formais, sendo 47% para 15% repectivamente. De maneira geral, os resultados
obtidos no presente estudo revelam que o cuidador informal apresentou maior
dificuldade em lidar com o stress e sobrecarga do que o cuidador formal. Tais
dados indicam a necessidade de implantar programas de suporte tanto para
cuidadores informais e formais, desenvolver estratégias de enfrentamento,
manejo com as situações de sobrecarga e stress, objetivando uma melhor
qualidade de vida para o cuidador, e consequentemente para o paciente que
recebe os cuidados.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[103]
TERAPIA OCUPACIONAL: INVESTIGAÇÃO DOS AGRAVOS RELACIONADOS AO TRABALHO
DE PROFESSORES
ROSANGELA ROCHA SOARES 1; TANIA
FERNANDES SILVA 2; CAMILA SOARES RIBEIRO 3
1. PREFEITURA DE NOVA IGUAÇU, RJ,
RJ, BR; 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ, RJ, BR; 3.PETROBRAS, RJ,
RJ, BR.
Palavras-chave: capacitação continuada; estresse ocupacional; saúde
do trabalhador
Resumo: Introdução: A pesquisa trata dos resultados obtidos na
intervenção terapêutica ocupacional no contexto saúde do trabalhador.
Entende-se por saúde do trabalhador, um conjunto de atividades dentre as quais,
recuperar e reabilitar a saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e
agravos advindos das condições de trabalho (SUS, Lei 8080/1990). A demanda fora
trazida pela Direção de Instituição Particular de Ensino Fundamental, cujo
público alvo foram professores do ensino fundamental. Objetivos: Usar a ótica terapêutica ocupacional para levantar os
sinais e sintomas do estresse, bem como seus fatores causais. Após entrevista e
levantamento das necessidades do grupo, os objetivos delineados pela nossa
equipe, para o efetivo treinamento foram: estimular a qualidade de vida no
trabalho; situar a Terapia Ocupacional no segmento educação e recursos humanos;
promover atividades terapêuticas ocupacionais em forma de treinamento, palestras,
investigação de sinais e sintomas da presença de estresse ocupacional. Metodologia: Os procedimentos
metodológicos tem caráter qualiquantitativo. Os dados foram coletados, em
etapas distintas: 1) Por meio da observação participante, que segundo Martins
(1996), permite ao observador "olhar" para o processo de apropriação
de conhecimento dos vários segmentos que estão inseridos nas atividades, o que
significa analisar a existência do fazer. Ou seja, na observação do grupo em
ação, ele poderá averiguar o que é convergente, o que é divergente ou
contraditório, nas diversas formas de agir do grupo observado quando da
realização das atividades. 2) Foi utilizado o instrumento de Avaliação do
Estresse Ocupacional previamente elaborado, buscando a ocorrência de sinais e
sintomas de estresse, que de acordo Ballone (2005) incluem o levantamento de:
manifestações físicas, psíquicas e comportamentais. Resultados/Discussão: Os percentuais de estresse encontrados para
“moderado” foi de 90% e para “intenso” 10%. Pode-se verificar que a maior parte
da amostra encontrava-se com estresse moderado, sendo que, há presença do nível
de estresse intenso. Considerações
Finais: Treinamentos e capacitação continuada destacam-se em empresas que
se preocupam com o bem estar de seus colaboradores. Segundo Lipp (2007) pode-se
observar quando da realização de dinâmicas ao longo do treinamento, que o
estresse pode ser benéfico em doses moderadas, pois em momentos de tensão
libera-se a adrenalina ou a dopamina, que proporciona ânimo, vigor, entusiasmo,
energia incluindo melhor integração entre os membros de uma equipe.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[112]
PARCERIA UNIVERSIDADE, PET E PROGRAMA DE REABILITAÇÃO NUMA SIDERÚRGICA:
AÇÕES PARA INCLUSÃO DO TRABALHADOR.
THAMIRIS RESENDE GIRUNDI DA
SILVA; TAINÃ ALVES FAGUNDES; CARLA RIBEIRO LAGE; SAMARA DE ARAUJO COSTA; MARCIA
BASTOS REZENDE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS
GERAIS - UFMG, BH, MG, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; reabilitação; inclusão
Resumo: Introdução: O Programa de Reabilitação Profissional tem
identificado dificuldade na inclusão do trabalhador, uma vez que o acidente de
trabalho implica na ruptura da identidade profissional e desqualificação
social/profissional: estar doente, sem perspectiva de futuro, ser improdutivo;
passando o indivíduo a ter novas relações com o mundo e seus próprios projetos.
Diante dessa realidade, o Programa de Educação Tutorial-Terapia Ocupacional, da
UFMG, em parceria com uma siderúrgica, situada em Belo Horizonte (MG), realizou
o projeto de extensão: Programa de Inclusão da Diversidade (ProgrID), com os
participantes do Programa de Reabilitação Profissional da empresa. O ProgrID
visa promover a reflexão acerca dos processos de inclusão/exclusão vivenciados
pelo indivíduo, considerando-o sujeito e/ou vítima do preconceito. Objetivo: Descrever as ações realizadas
e os resultados das avaliações respondidas pelos participantes. Metodologia: Foram realizados dois
encontros com participação dos funcionários em reabilitação profissional,
estagiária de terapia ocupacional e o terapeuta ocupacional da empresa. A
primeira dinâmica proporcionou a vivência de diferentes deficiências durante
uma atividade de culinária. Na segunda oficina foi proposta a construção
coletiva de um cartaz com a temática “O trabalho é...”. No final, cada
trabalhador respondeu um questionário semiestruturado avaliando a ação. Realizou-se
análise dos dados a fim de refletir a adequação das ações. Resultados/Discussão: Foram avaliados como “ótimos” os itens:
linguagem utilizada, importância do tema discutido, abrangência do conteúdo,
forma como o tema foi abordado e adequação da atividade para refletir sobre o
tema. Em relação à pontualidade, ao atendimento à expectativa inicial,
programação e duração da atividade, foram classificados como “bom”. As questões
abertas obtiveram para “aspectos positivos” o tema e sua forma de abordá-lo;
nos “aspectos negativos” o pouco tempo para a realização da ação. No item
“outros comentários”, os participantes destacaram: “a interação dos componentes
foi sensacional”. Os trabalhadores enfatizaram a importância das dinâmicas e da
interação com o grupo para a reflexão sobre a volta ao trabalho. Considerações Finais: As ações
permitiram que os trabalhadores vivenciassem e refletissem de forma assistida
situações muito próximas àquelas que poderão experimentar no retorno ao
trabalho. Espera-se, com o ProgrID, contribuir com a política de respeito à
diferença e disseminar a acessibilidade atitudinal.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[123]
UNIDADE MUNICIPAL DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR: ANÁLISE DAS
NOTIFICAÇÕES NO SIST/RS
PRISCILA MEDEIROS SUITA; CARLOS
MACHADO JÚNIOR; CRISTIANE SAUERESSIG SAUERESSIG; MICHELE SILVA HENTGES
UNIDADE MUNICIPAL DE REFERÊNCIA
EM SAÚDE DO TRABALHADOR, SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL.
Palavras-chave: saúde do trabalhados; notificações; sist
Resumo: Introdução: A Unidade Municipal de Saúde do Trabalhador,
UMREST, é um serviço especializado em atender usuários com doença ou acidente
relacionado ao trabalho. O trabalhador encaminhado leva consigo a referência e
a RINA, Relatório Individual de Notificação de Agravo. As RINAS são digitadas
no SIST, Sistema de Informações em Saúde do Trabalhador, que armazena dados do
Rio Grande do Sul e serve como referência para pesquisas e ações em saúde.
Através do Sistema de Análise de Negócios, SAN, é possível analisá-las e cruzar
os dados. Neste trabalho será realizada uma análise das RINAS de Santa Cruz do
Sul considerando o banco de dados alimentado pela UMREST. Objetivos: Identificar quais unidades da rede municipal mais
notificam; - Verificar o número de notificações de acidentes/doenças do
trabalho em 2012; - Identificar quais os principais agravos notificados e seu
desfecho. Metodologia: Feita análise
quantitativa das RINAS digitadas pela UMREST e presentes no SIST. Resultados Em
2012 foram digitadas 411 RINAS. O maior número de registros veio do Plantão de
Urgência, 161 notificações, seguido pelo ESF Rio Pardinho, 18, e ESF
Glória/Imigrante, com 10 RINAS. O sexo masculino predomina com 287
notificações. Trabalhadores com vínculo pela CLT tiveram mais RINAS, com 256
registros, seguidos pelo funcionalismo público municipal, com 46. Tipos de
agravo são classificados como: doença do trabalho, acidente de trabalho grave,
exposição a material biológico, outros acidentes, câncer relacionado ao trabalho,
dermatoses ocupacionais, LER/DORT e transtorno mental. “Outros Acidentes de
Trabalho” teve 350 registros, 39 referentes à impacto causado por objeto
lançado ou em queda, 39 como apertado e/ou esmagado entre/dentro de objetos,
seguido por queda por escorregão/tropeço. O desfecho se deu com 249 altas, 95
encaminhamentos para acompanhamento ambulatorial e 18, para especializado.
Trabalhadores da linha de produção tiveram mais notificações, 42, seguidos por
ajudantes de obra, 29 RINAS. Discussão:
Os agravos relacionados ao trabalho são difíceis de serem identificados pelos
profissionais de saúde. Em acidentes há maior facilidade devido à evidência e
urgência do atendimento, justificando a maior emissão de RINAS pelo plantão de
urgência. Quando trata-se de doenças, há dificuldades em relacioná-las e sem
investigação do nexo causal, acabam sendo tratadas como doenças comuns, gerando
sub notificações. Considerações Finais:
A capacitação dos trabalhadores de saúde para a identificação e notificação dos
casos diminuirá a omissão dos dados e subsidiará ações efetivas na saúde dos
trabalhadores não só no tratamento das doenças, mas em ações de promoção de
saúde e prevenção de outros agravos.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[125]
AVALIAÇÃO DO RETORNO AO TRABALHO DE PACIENTES AMPUTADOS ATENDIDOS NO
AMBULATÓRIO DE TERAPIA OCUPACIONAL DO HOSPITAL DO TRABALHO DE CURITIBA/PR
BRUNA ROBERTA LESSA SCHNEIDER 1;
ANGELA PAULA SIMONELLI 1 ; DÉBORA REGINA DE OLIVEIRA MACHADO 2
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO
PARANÁ, CTBA, PR, BR; 2.HOSPITAL DO TRABALHADOR, CTBA, PR, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; amputação; retorno ao trabalho
Resumo: Amputação é o termo utilizado para definir a retirada total
ou parcial de um membro. No membro superior, as lesões mutiladoras estão entre
os ferimentos mais complexos, pois envolvem maior número de estruturas, como
músculos, tendões, nervos, vascularização, pele e ossos. Segundo dados do
Ministério da Previdência Social, no Brasil, em 2011 a amputação traumática ao
nível do punho e da mão ocupou a 19ª posição entre os 50 CID mais incidentes,
com um total de 8.473 trabalhadores acometidos. Em estudo realizado em 2012 no
Hospital do Trabalhador em Curitiba-PR entre os anos de 2010 e 2012 foram
atendidos 110 casos de amputação de membro superior no ambulatório de Terapia
Ocupacional (TO) deste hospital, ou seja, 6,38% do total de casos atendidos.
Este número revela alta incidência deste acometimento e justifica a realização
deste estudo, cujo objetivo foi avaliar quantos destes pacientes atendidos,
retornaram às suas funções laborais. Trata-se de uma pesquisa quantitativa,
desenvolvida no referido ambulatório desde março de 2013. Constituíram a
amostra desse estudo 121 pacientes atendidos entre janeiro de 2010 e fevereiro
de 2013 e que apresentaram amputação em membro superior, destes, 40 aceitaram
participar. Foi realizada revisão de literatura, nas bases de dados Lilacs,
Scielo e Pubmed, com os descritores amputação, terapia ocupacional, membro
superior, desempenho ocupacional e terapia de mão, sendo utilizados artigos que
compreenderam o período de 2003 a 2012. Foi aplicado questionário
semi-estruturado para coletar os dados referentes à função laboral.
Verificou-se que entre janeiro e dezembro de 2010 foram atendidos 46 pacientes,
sendo 40 do sexo masculino e 6 feminino. Destes, 34 foram oriundos de acidente
de trabalho (AT). Entre o mesmo período de 2011 foram atendidos 45 pacientes,
(43 sexo masculino e 2 feminino), destes, 33 caracterizaram-se como AT, porém,
em 4 prontuários não havia informações sobre a gênese do acidente. Entre
janeiro e dezembro de 2012 foram atendidos 27 casos (24 do sexo masculino e 3
feminino), destes 22 configuraram-se AT. Já nos dois primeiros meses de 2013
foram atendidos dois pacientes, sendo um AT. Dentre a amostra participante,
houve 98% de retorno ao trabalho, sendo que 95% exercendo a mesma função.
Permaneceram afastados pelo período de 3,5 a 6 meses, destes 95% receberam
benefício previdenciário. O estudo revelou a eficiência do processo terapêutico
ocupacional nestes casos em específico. Desta forma, a Terapia Ocupacional
junto à pacientes amputados busca melhorar o desempenho ocupacional, atuando
com o objetivo de facilitar a independência do paciente em suas atividades
cotidianas e de trabalho.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[127]
PRODUZINDO QUALIDADE DE VIDA ATRAVÉS DA REORGANIZAÇÃO DE AMBIENTES
LABORAIS – CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL
VITÓRIA HOERBE BELTRAME; ALINE
SARTURI PONTE; ALESSANDRA DE MOURA; GABRIELE DE ANDRADES PIPPI
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.
Palavras-chave: qualidade de vida; saúde do trabalhador; terapia
ocupacional
Resumo: Introdução: As produções escritas voltadas para a temática
saúde do trabalhador, em terapia ocupacional, potencializa a profissão como
atuante nessa prática, através de intervenções nos locais de trabalho,
objetivando a qualificação das atividades laborais e da vida diária dos
sujeitos em questão. Objetivos:
Devido a essa demanda, as acadêmicas do curso de Terapia Ocupacional da
Universidade Federal de Santa Maria, vinculadas a disciplina de saúde do
trabalhador, realizaram a construção de um projeto, o qual teria como objetivo
proporcionar à merendeira da Escola Estadual de Ensino Fundamental Marieta
D’Ambrósio um ambiente qualificado e produtivo de trabalho, interferindo de
forma significativa em suas atividades laborais e ocupacionais. Metodologia: Foram realizados três
encontros na Escola, onde foram observadas as ações da merendeira, além da
realização de entrevistas que contemplassem os objetivos da pesquisa, como
também da disciplina em questão. Em observação do campo de intervenção
percebemos alguns aspectos físicos como também questões sociais e psíquicas
referentes à vida cotidiana da merendeira, procurando visualizar também suas
relações com os colegas de trabalho e seus familiares. Resultados: Como resultado, as acadêmicas produziram um plano
terapêutico que destacou algumas modificações físicas, como a altura dos móveis
dispostos na cozinha, e também alternativas possíveis de serem realizadas para
que a funcionária não fosse atingida pelos raios ultravioletas que irradiam a
face da merendeira no período em que realiza a limpeza dos materiais de louça,
além da criação de alguns meios como protetores auriculares, a fim de promover
a proteção contra ruídos causados pelos alunos e protetores afixados nas alças
das panelas evitando queimaduras. Visando a relação entre os alunos e a equipe
escolar com a merendeira, idealizamos a criação de uma homenagem, por parte dos
estudantes para a funcionária, proporcionando reconhecimento e valorização desta
em sua função na escola. Considerações
Finais: Sendo assim, entendemos o quanto os aspectos físicos, psíquicos e
sociais influenciam nas atividades laborais dos sujeitos bem como em sua vida
social. Desta forma, observamos também a importância de haver um profissional
de terapia ocupacional atuando, essencialmente na reabilitação e reeducação, na
prevenção de doenças, na promoção da saúde e na promoção social dos
trabalhadores frente as suas produções laborais.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[129]
GRUPO DE ESPERA PARA REABILITAÇÃO PROFISSIONAL DO INSS: UMA EXPERIÊNCIA
DA TERAPIA OCUPACIONAL DE SÃO CARLOS
MONIQUE LUIZA DE CARVALHO VIOLA
PLATINA; LÉA BEATRIZ T. SOARES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: reabilitação profissional; terapia ocupacional;
qualificação profissional
Resumo: Introdução: O Programa de Reabilitação do INSS é uma
micropolítica de saúde do trabalhador indicado a segurados afastados por
acidente ou doença sem chance de retorno à ocupação anterior. Ela agrega suas
ações às do Ministério da Saúde, do Trabalho e Emprego e da Educação. Realiza
avaliação do potencial laborativo: perdas e restrições funcionais, nível de
escolaridade, faixa etária, outras experiências profissionais, situação e
vínculos empregatícios e mercado de trabalho de origem. Propõe novo perfil
laborativo para retorno ao trabalho através da requalificação, reavaliação de
postos na empresa e ressignificação do trabalho pelo segurado. Concluída a
reabilitação profissional, o segurado recebe certificado individual relativo à
nova função que foi capacitado profissionalmente, sem prejuízo ao exercício de
outra que o mesmo se julgue habilitado. O grupo de espera foi proposto pela
terapeuta ocupacional em São Carlos com vistas a reduzir o desânimo e
ostracismo dos segurados que embora indicados aguardavam mais de um ano para
início no programa. Objetivos:
Apresentar o processo de implantação de um grupo para os segurados em lista de
espera do Programa de Reabilitação Profissional do INSS. Metodologia: O grupo de espera de segurados da reabilitação foi
formado por nove segurados convocados por carta e telefonema realizados pela
terapeuta ocupacional responsável pela Reabilitação Profissional de São Carlos
e estagiárias. Houve cinco encontros, quinzenalmente, de abril a junho, às
quintas-feiras, com duração de uma hora. A composição do grupo foi heterogênea
quanto aos acometimentos de saúde, sexo e idade. Em cada encontro havia um
tema, uma dinâmica e um fechamento verbal sobre o conjunto das atividades, no
último foi aplicado um questionário individual sobre a satisfação do segurado
em relação aos encontros do grupo de espera. Discussão: A participação dos segurados nos encontros e,
principalmente, as respostas aos questionários de satisfação, permitiu concluir
que a existência do grupo foi bem aceita por todos e que sua continuidade foi
solicitada, já que se fez importante para os segurados, dando-lhes oportunidade
de enxergar suas aptidões, suporte para uma reabilitação mais eficaz e
indicações para sua requalificação profissional. Considerações Finais: A instituição deu continuidade a oferta do
grupo tendo em vista que estimulou a pró-atividade dos segurados e minorou a
latência dos mesmos na aceitação de uma nova atividade profissional por meio da
qualificação. Foi reforçada a relevância do grupo face às necessidades
subjetivas dos segurados, também a instituição identificou esta modalidade como
um serviço mais eficaz e ágil a ser ofertado aos segurados.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[130]
ANÁLISE DO LAYOUT: UM RECURSO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NA SAÚDE DO
TRABALHADOR
IRANISE MORO PEREIRA JORGE; CARLA
BEATRIZ DE SOUZA; MARINA MARCONDES BRAGA; ALINE DOS SANTOS ÁVILA; ELLEN
GERALDINE SAKOWICZ
UFPR, CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: saúde do trabalhador; terapia ocupacional;
ergonomia
Resumo: O terapeuta ocupacional no contexto de Saúde do Trabalhador
atua basicamente com três enfoques: reabilitação e reeducação, prevenção de
doenças, promoção da saúde e social. O Estágio Supervisionado em Terapia
Ocupacional de Observação em Saúde do Trabalhador visa analisar o local de
trabalho com base na ergonomia, realizar avaliações posturais, implementar
adequações nos postos de trabalho, tendo como objetivos: capacidade de
observação e análise; compreensão dos aspectos teóricos e práticos relacionados
à Ergonomia; a possibilidade de proporcionar estudos referentes à disposição de
ambientes físicos e sua integração com o trabalhador, visando sua qualidade
laboral e melhor desempenho ocupacional frente as suas atividades, e ainda o
conhecimento de como esses fatores podem implicar em distúrbios ou não sobre a
vida de cada envolvido. O presente estudo aconteceu na Biblioteca de Ciências
Humanas da Universidade Federal do Paraná. Para efetivar a intervenção, foi
realizada análise dos postos de trabalho e dos trabalhadores seguindo a
metodologia de observação direta, entrevistas elaboradas pelas estagiárias e
supervisora, aplicação de questionários de avaliação dos postos e da saúde dos
trabalhadores e levantamento de informações sobre o ambiente de trabalho através
de medições e fotografias. Através da análise dos postos de trabalho e dos
trabalhadores foi possível elaborar e aplicar algumas intervenções para
adequação das condições de trabalho segundo os conceitos da Terapia Ocupacional
e da Ergonomia. O grupo de estágio com o auxílio da orientadora elaborou
adequações dos postos de trabalho, organizando um novo layout para os setores
do Preparo Técnico, Periódicos e Balcão de Recepção, buscando aproximá-los dos
ideais propostos pela bibliografia consultada e segundo as possibilidades
organizacionais. Buscou-se organizar os postos de trabalhos segundo o interesse
dos trabalhadores que utilizam os setores, visando a promoção de saúde dos
indivíduos. As intervenções que ocorreram ajudaram ao aperfeiçoamento da organização
dos postos de trabalho, a melhor iluminação e disposição do mobiliário, além
dos ajustes realizados individualmente em cada posto de trabalho adequando-o a
cada trabalhador, ajudando então a este trabalhador a manter uma postura neutra
e manter sua saúde. Além das intervenções a participação dos servidores foi de
extrema importância para que todas as alterações e adequações acontecessem de
forma harmoniosa e de agrado dos trabalhadores.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[133]
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL EM AMBULATÓRIO PÓS-TX RENAL EM UM HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO, SÃO LUÍS -MA
KATIÚSCIA MARQUES DE PAULO
MARANHO; NATHALIA CRISTINA SILVA PEREIRA; VALESKA CRISTINE
SERRA DA COSTA
HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.
Palavras-chave: transplante renal; terapia ocupacional;
reabilitação profissional
Resumo: Introdução: A Doença Renal Crônica impõe um contínuo e
doloroso tratamento, que resulta em limitações no campo ocupacional. As formas
de tratamento existentes aliviam os sintomas e preservam a vida dos pacientes,
mas trazem consigo alterações significativas do cotidiano como à incerteza do
futuro e afastamento do trabalho, o que compromete suas rendas e sobrecarrega o
sistema previdenciário. Esta define Reabilitação Profissional como assistência
educativa e de adaptação profissional como meio para reingresso no mercado de
trabalho. O sentimento de incapacidade, associado à aquisição da doença
desencadeia uma reação de privação e evitação que, por sua vez, trazem um
prejuízo real para esse indivíduo, interferindo negativamente na sua qualidade
de vida. Objetivos: Promover a
reabilitação profissional no ambulatório pós transplante renal através de
parcerias entre o Serviço de Terapia Ocupacional e empresas locais;
sensibilizar e orientar quanto ao planejamento e concretização de novos
projetos de vida. Metodologia: Este
trabalho é um relato de experiência realizado com pacientes que estão em
acompanhamento no Ambulatório Pós Transplante Renal do Hospital Universitário
Presidente Dutra da UFMA em São Luís – MA, através do Projeto de Reabilitação
Profissional, iniciado no primeiro semestre de 2012. Foram firmadas parcerias
com empresas para concessão de bolsas em cursos de capacitação. Os pacientes
foram encaminhados às instituições após prévia avaliação ocupacional. Resultados: O serviço de Terapia
Ocupacional visitou 24 empresas, firmando parcerias com 9. Destas, 6 concederam
bolsas totais (100%) e 3 concederam descontos de 20% a 50%, totalizando 51
vagas. Foram encaminhados 36 pacientes, dentre os quais 15 concluíram. Com a
implementação da Reabilitação Profissional observou-se melhora da autoestima,
reconhecimento da capacidade laborativa e potencialidades, elaboração de novos
projetos de vida o que contribuiu para melhora da qualidade de vida. Discussão: A reabilitação é o resgate
pleno do indivíduo, restaurando a sua posição ativa e útil à sociedade,
proporcionando ao indivíduo a consciência de suas limitações a fim de
contorná-las e superá-las. A atividade laboral pode dar um sentido mais
produtivo à vida, bem como um ganho financeiro e reintegração à sociedade. Considerações Finais: A Terapia
Ocupacional emprega, como uma das modalidades de tratamento, a Reabilitação Profissional,
promovendo capacitação, reeducação ou readaptação profissional para pacientes
transplantados, de forma a contribuir para o retorno ao mercado de trabalho,
aumentar sua autonomia e reduzir sua dependência.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[112]
PARCERIA UNIVERSIDADE, PET E PROGRAMA DE REABILITAÇÃO NUMA SIDERÚRGICA:
AÇÕES PARA INCLUSÃO DO TRABALHADOR.
THAMIRIS RESENDE GIRUNDI DA
SILVA; TAINÃ ALVES FAGUNDES; CARLA RIBEIRO LAGE; SAMARA DE ARAUJO COSTA; MARCIA
BASTOS REZENDE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS
GERAIS - UFMG, BH, MG, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; reabilitação; inclusão
Resumo: Introdução: O Programa de Reabilitação Profissional tem
identificado dificuldade na inclusão do trabalhador, uma vez que o acidente de
trabalho implica na ruptura da identidade profissional e desqualificação
social/profissional: estar doente, sem perspectiva de futuro, ser improdutivo;
passando o indivíduo a ter novas relações com o mundo e seus próprios projetos.
Diante dessa realidade, o Programa de Educação Tutorial-Terapia Ocupacional, da
UFMG, em parceria com uma siderúrgica, situada em Belo Horizonte (MG), realizou
o projeto de extensão: Programa de Inclusão da Diversidade (ProgrID), com os
participantes do Programa de Reabilitação Profissional da empresa. O ProgrID
visa promover a reflexão acerca dos processos de inclusão/exclusão vivenciados
pelo indivíduo, considerando-o sujeito e/ou vítima do preconceito. Objetivo: Descrever as ações realizadas
e os resultados das avaliações respondidas pelos participantes. Metodologia: Foram realizados dois
encontros com participação dos funcionários em reabilitação profissional,
estagiária de terapia ocupacional e o terapeuta ocupacional da empresa. A
primeira dinâmica proporcionou a vivência de diferentes deficiências durante
uma atividade de culinária. Na segunda oficina foi proposta a construção
coletiva de um cartaz com a temática “O trabalho é...”. No final, cada
trabalhador respondeu um questionário semiestruturado avaliando a ação.
Realizou-se análise dos dados a fim de refletir a adequação das ações. Resultados/Discussão: Foram avaliados
como “ótimos” os itens: linguagem utilizada, importância do tema discutido,
abrangência do conteúdo, forma como o tema foi abordado e adequação da
atividade para refletir sobre o tema. Em relação à pontualidade, ao atendimento
à expectativa inicial, programação e duração da atividade, foram classificados
como “bom”. As questões abertas obtiveram para “aspectos positivos” o tema e
sua forma de abordá-lo; nos “aspectos negativos” o pouco tempo para a
realização da ação. No item “outros comentários”, os participantes destacaram:
“a interação dos componentes foi sensacional”. Os trabalhadores enfatizaram a
importância das dinâmicas e da interação com o grupo para a reflexão sobre a
volta ao trabalho. Considerações Finais:
As ações permitiram que os trabalhadores vivenciassem e refletissem de forma
assistida situações muito próximas àquelas que poderão experimentar no retorno
ao trabalho. Espera-se, com o ProgrID, contribuir com a política de respeito à
diferença e disseminar a acessibilidade atitudinal.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[123]
UNIDADE MUNICIPAL DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR: ANÁLISE DAS
NOTIFICAÇÕES NO SIST/RS
PRISCILA MEDEIROS SUITA; CARLOS
MACHADO JÚNIOR; CRISTIANE SAUERESSIG SAUERESSIG; MICHELE SILVA HENTGES
UNIDADE MUNICIPAL DE REFERÊNCIA
EM SAÚDE DO TRABALHADOR, SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL.
Palavras-chave: saúde do trabalhados; notificações; sist
Resumo: Introdução: A Unidade Municipal de Saúde do Trabalhador,
UMREST, é um serviço especializado em atender usuários com doença ou acidente
relacionado ao trabalho. O trabalhador encaminhado leva consigo a referência e
a RINA, Relatório Individual de Notificação de Agravo. As RINAS são digitadas
no SIST, Sistema de Informações em Saúde do Trabalhador, que armazena dados do
Rio Grande do Sul e serve como referência para pesquisas e ações em saúde.
Através do Sistema de Análise de Negócios, SAN, é possível analisá-las e cruzar
os dados. Neste trabalho será realizada uma análise das RINAS de Santa Cruz do
Sul considerando o banco de dados alimentado pela UMREST. Objetivos: Identificar quais unidades da rede municipal mais
notificam; - Verificar o número de notificações de acidentes/doenças do
trabalho em 2012; - Identificar quais os principais agravos notificados e seu
desfecho. Metodologia: Feita análise
quantitativa das RINAS digitadas pela UMREST e presentes no SIST. Resultados Em
2012 foram digitadas 411 RINAS. O maior número de registros veio do Plantão de
Urgência, 161 notificações, seguido pelo ESF Rio Pardinho, 18, e ESF
Glória/Imigrante, com 10 RINAS. O sexo masculino predomina com 287 notificações.
Trabalhadores com vínculo pela CLT tiveram mais RINAS, com 256 registros,
seguidos pelo funcionalismo público municipal, com 46. Tipos de agravo são
classificados como: doença do trabalho, acidente de trabalho grave, exposição a
material biológico, outros acidentes, câncer relacionado ao trabalho,
dermatoses ocupacionais, LER/DORT e transtorno mental. “Outros Acidentes de
Trabalho” teve 350 registros, 39 referentes à impacto causado por objeto
lançado ou em queda, 39 como apertado e/ou esmagado entre/dentro de objetos,
seguido por queda por escorregão/tropeço. O desfecho se deu com 249 altas, 95
encaminhamentos para acompanhamento ambulatorial e 18, para especializado.
Trabalhadores da linha de produção tiveram mais notificações, 42, seguidos por
ajudantes de obra, 29 RINAS. Discussão:
Os agravos relacionados ao trabalho são difíceis de serem identificados pelos
profissionais de saúde. Em acidentes há maior facilidade devido à evidência e
urgência do atendimento, justificando a maior emissão de RINAS pelo plantão de
urgência. Quando trata-se de doenças, há dificuldades em relacioná-las e sem
investigação do nexo causal, acabam sendo tratadas como doenças comuns, gerando
sub notificações. Considerações Finais:
A capacitação dos trabalhadores de saúde para a identificação e notificação dos
casos diminuirá a omissão dos dados e subsidiará ações efetivas na saúde dos
trabalhadores não só no tratamento das doenças, mas em ações de promoção de
saúde e prevenção de outros agravos.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[125]
AVALIAÇÃO DO RETORNO AO TRABALHO DE PACIENTES AMPUTADOS ATENDIDOS NO
AMBULATÓRIO DE TERAPIA OCUPACIONAL DO HOSPITAL DO TRABALHO DE CURITIBA/PR
BRUNA ROBERTA LESSA SCHNEIDER 1;
ANGELA PAULA SIMONELLI 1 ; DÉBORA REGINA DE OLIVEIRA MACHADO 2
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO
PARANÁ, CTBA, PR, BR; 2.HOSPITAL DO TRABALHADOR, CTBA, PR, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; amputação; retorno ao trabalho
Resumo: Amputação é o termo utilizado para definir a retirada total
ou parcial de um membro. No membro superior, as lesões mutiladoras estão entre
os ferimentos mais complexos, pois envolvem maior número de estruturas, como
músculos, tendões, nervos, vascularização, pele e ossos. Segundo dados do
Ministério da Previdência Social, no Brasil, em 2011 a amputação traumática ao
nível do punho e da mão ocupou a 19ª posição entre os 50 CID mais incidentes,
com um total de 8.473 trabalhadores acometidos. Em estudo realizado em 2012 no
Hospital do Trabalhador em Curitiba-PR entre os anos de 2010 e 2012 foram
atendidos 110 casos de amputação de membro superior no ambulatório de Terapia
Ocupacional (TO) deste hospital, ou seja, 6,38% do total de casos atendidos.
Este número revela alta incidência deste acometimento e justifica a realização
deste estudo, cujo objetivo foi avaliar quantos destes pacientes atendidos,
retornaram às suas funções laborais. Trata-se de uma pesquisa quantitativa,
desenvolvida no referido ambulatório desde março de 2013. Constituíram a
amostra desse estudo 121 pacientes atendidos entre janeiro de 2010 e fevereiro
de 2013 e que apresentaram amputação em membro superior, destes, 40 aceitaram
participar. Foi realizada revisão de literatura, nas bases de dados Lilacs,
Scielo e Pubmed, com os descritores amputação, terapia ocupacional, membro
superior, desempenho ocupacional e terapia de mão, sendo utilizados artigos que
compreenderam o período de 2003 a 2012. Foi aplicado questionário
semi-estruturado para coletar os dados referentes à função laboral.
Verificou-se que entre janeiro e dezembro de 2010 foram atendidos 46 pacientes,
sendo 40 do sexo masculino e 6 feminino. Destes, 34 foram oriundos de acidente
de trabalho (AT). Entre o mesmo período de 2011 foram atendidos 45 pacientes, (43
sexo masculino e 2 feminino), destes, 33 caracterizaram-se como AT, porém, em 4
prontuários não havia informações sobre a gênese do acidente. Entre janeiro e
dezembro de 2012 foram atendidos 27 casos (24 do sexo masculino e 3 feminino),
destes 22 configuraram-se AT. Já nos dois primeiros meses de 2013 foram
atendidos dois pacientes, sendo um AT. Dentre a amostra participante, houve 98%
de retorno ao trabalho, sendo que 95% exercendo a mesma função. Permaneceram
afastados pelo período de 3,5 a 6 meses, destes 95% receberam benefício
previdenciário. O estudo revelou a eficiência do processo terapêutico
ocupacional nestes casos em específico. Desta forma, a Terapia Ocupacional
junto à pacientes amputados busca melhorar o desempenho ocupacional, atuando
com o objetivo de facilitar a independência do paciente em suas atividades
cotidianas e de trabalho.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[127]
PRODUZINDO QUALIDADE DE VIDA ATRAVÉS DA REORGANIZAÇÃO DE AMBIENTES
LABORAIS – CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL
VITÓRIA HOERBE BELTRAME; ALINE
SARTURI PONTE; ALESSANDRA DE MOURA; GABRIELE DE ANDRADES PIPPI
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.
Palavras-chave: qualidade de vida; saúde do trabalhador; terapia
ocupacional
Resumo: Introdução: As produções escritas voltadas para a temática
saúde do trabalhador, em terapia ocupacional, potencializa a profissão como
atuante nessa prática, através de intervenções nos locais de trabalho,
objetivando a qualificação das atividades laborais e da vida diária dos
sujeitos em questão. Objetivos:
Devido a essa demanda, as acadêmicas do curso de Terapia Ocupacional da
Universidade Federal de Santa Maria, vinculadas a disciplina de saúde do
trabalhador, realizaram a construção de um projeto, o qual teria como objetivo
proporcionar à merendeira da Escola Estadual de Ensino Fundamental Marieta
D’Ambrósio um ambiente qualificado e produtivo de trabalho, interferindo de
forma significativa em suas atividades laborais e ocupacionais. Metodologia: Foram realizados três
encontros na Escola, onde foram observadas as ações da merendeira, além da
realização de entrevistas que contemplassem os objetivos da pesquisa, como
também da disciplina em questão. Em observação do campo de intervenção
percebemos alguns aspectos físicos como também questões sociais e psíquicas
referentes à vida cotidiana da merendeira, procurando visualizar também suas
relações com os colegas de trabalho e seus familiares. Resultados: Como resultado, as acadêmicas produziram um plano
terapêutico que destacou algumas modificações físicas, como a altura dos móveis
dispostos na cozinha, e também alternativas possíveis de serem realizadas para
que a funcionária não fosse atingida pelos raios ultravioletas que irradiam a
face da merendeira no período em que realiza a limpeza dos materiais de louça,
além da criação de alguns meios como protetores auriculares, a fim de promover
a proteção contra ruídos causados pelos alunos e protetores afixados nas alças
das panelas evitando queimaduras. Visando a relação entre os alunos e a equipe
escolar com a merendeira, idealizamos a criação de uma homenagem, por parte dos
estudantes para a funcionária, proporcionando reconhecimento e valorização
desta em sua função na escola. Considerações
Finais: Sendo assim, entendemos o quanto os aspectos físicos, psíquicos e
sociais influenciam nas atividades laborais dos sujeitos bem como em sua vida
social. Desta forma, observamos também a importância de haver um profissional
de terapia ocupacional atuando, essencialmente na reabilitação e reeducação, na
prevenção de doenças, na promoção da saúde e na promoção social dos
trabalhadores frente as suas produções laborais.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E EMPREGO
[129]
GRUPO DE ESPERA PARA REABILITAÇÃO PROFISSIONAL DO INSS: UMA EXPERIÊNCIA
DA TERAPIA OCUPACIONAL DE SÃO CARLOS
MONIQUE LUIZA DE CARVALHO VIOLA
PLATINA; LÉA BEATRIZ T. SOARES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: reabilitação profissional; terapia ocupacional;
qualificação profissional
Resumo: Introdução: O Programa de Reabilitação do INSS é uma
micropolítica de saúde do trabalhador indicado a segurados afastados por
acidente ou doença sem chance de retorno à ocupação anterior. Ela agrega suas
ações às do Ministério da Saúde, do Trabalho e Emprego e da Educação. Realiza
avaliação do potencial laborativo: perdas e restrições funcionais, nível de
escolaridade, faixa etária, outras experiências profissionais, situação e
vínculos empregatícios e mercado de trabalho de origem. Propõe novo perfil
laborativo para retorno ao trabalho através da requalificação, reavaliação de
postos na empresa e ressignificação do trabalho pelo segurado. Concluída a
reabilitação profissional, o segurado recebe certificado individual relativo à
nova função que foi capacitado profissionalmente, sem prejuízo ao exercício de
outra que o mesmo se julgue habilitado. O grupo de espera foi proposto pela
terapeuta ocupacional em São Carlos com vistas a reduzir o desânimo e
ostracismo dos segurados que embora indicados aguardavam mais de um ano para
início no programa. Objetivos:
Apresentar o processo de implantação de um grupo para os segurados em lista de
espera do Programa de Reabilitação Profissional do INSS. Metodologia: O grupo de espera de segurados da reabilitação foi
formado por nove segurados convocados por carta e telefonema realizados pela
terapeuta ocupacional responsável pela Reabilitação Profissional de São Carlos
e estagiárias. Houve cinco encontros, quinzenalmente, de abril a junho, às
quintas-feiras, com duração de uma hora. A composição do grupo foi heterogênea
quanto aos acometimentos de saúde, sexo e idade. Em cada encontro havia um
tema, uma dinâmica e um fechamento verbal sobre o conjunto das atividades, no
último foi aplicado um questionário individual sobre a satisfação do segurado
em relação aos encontros do grupo de espera. Discussão: A participação dos segurados nos encontros e,
principalmente, as respostas aos questionários de satisfação, permitiu concluir
que a existência do grupo foi bem aceita por todos e que sua continuidade foi
solicitada, já que se fez importante para os segurados, dando-lhes oportunidade
de enxergar suas aptidões, suporte para uma reabilitação mais eficaz e
indicações para sua requalificação profissional. Considerações Finais: A instituição deu continuidade a oferta do
grupo tendo em vista que estimulou a pró-atividade dos segurados e minorou a
latência dos mesmos na aceitação de uma nova atividade profissional por meio da
qualificação. Foi reforçada a relevância do grupo face às necessidades
subjetivas dos segurados, também a instituição identificou esta modalidade como
um serviço mais eficaz e ágil a ser ofertado aos segurados.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[130]
ANÁLISE DO LAYOUT: UM RECURSO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NA SAÚDE DO
TRABALHADOR
IRANISE MORO PEREIRA JORGE; CARLA
BEATRIZ DE SOUZA; MARINA MARCONDES BRAGA; ALINE DOS SANTOS ÁVILA; ELLEN
GERALDINE SAKOWICZ
UFPR, CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: saúde do trabalhador; terapia ocupacional;
ergonomia
Resumo: O terapeuta ocupacional no contexto de Saúde do Trabalhador
atua basicamente com três enfoques: reabilitação e reeducação, prevenção de
doenças, promoção da saúde e social. O Estágio Supervisionado em Terapia
Ocupacional de Observação em Saúde do Trabalhador visa analisar o local de
trabalho com base na ergonomia, realizar avaliações posturais, implementar
adequações nos postos de trabalho, tendo como objetivos: capacidade de
observação e análise; compreensão dos aspectos teóricos e práticos relacionados
à Ergonomia; a possibilidade de proporcionar estudos referentes à disposição de
ambientes físicos e sua integração com o trabalhador, visando sua qualidade
laboral e melhor desempenho ocupacional frente as suas atividades, e ainda o
conhecimento de como esses fatores podem implicar em distúrbios ou não sobre a
vida de cada envolvido. O presente estudo aconteceu na Biblioteca de Ciências
Humanas da Universidade Federal do Paraná. Para efetivar a intervenção, foi
realizada análise dos postos de trabalho e dos trabalhadores seguindo a
metodologia de observação direta, entrevistas elaboradas pelas estagiárias e
supervisora, aplicação de questionários de avaliação dos postos e da saúde dos
trabalhadores e levantamento de informações sobre o ambiente de trabalho
através de medições e fotografias. Através da análise dos postos de trabalho e
dos trabalhadores foi possível elaborar e aplicar algumas intervenções para
adequação das condições de trabalho segundo os conceitos da Terapia Ocupacional
e da Ergonomia. O grupo de estágio com o auxílio da orientadora elaborou
adequações dos postos de trabalho, organizando um novo layout para os setores
do Preparo Técnico, Periódicos e Balcão de Recepção, buscando aproximá-los dos
ideais propostos pela bibliografia consultada e segundo as possibilidades
organizacionais. Buscou-se organizar os postos de trabalhos segundo o interesse
dos trabalhadores que utilizam os setores, visando a promoção de saúde dos
indivíduos. As intervenções que ocorreram ajudaram ao aperfeiçoamento da
organização dos postos de trabalho, a melhor iluminação e disposição do
mobiliário, além dos ajustes realizados individualmente em cada posto de
trabalho adequando-o a cada trabalhador, ajudando então a este trabalhador a
manter uma postura neutra e manter sua saúde. Além das intervenções a
participação dos servidores foi de extrema importância para que todas as
alterações e adequações acontecessem de forma harmoniosa e de agrado dos
trabalhadores.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[133]
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL EM AMBULATÓRIO PÓS-TX RENAL EM UM HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO, SÃO LUÍS -MA
KATIÚSCIA MARQUES DE PAULO
MARANHO; NATHALIA CRISTINA SILVA PEREIRA; VALESKA CRISTINE
SERRA DA COSTA
HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.
Palavras-chave: transplante renal; terapia ocupacional;
reabilitação profissional
Resumo: Introdução: A Doença Renal Crônica impõe um contínuo e
doloroso tratamento, que resulta em limitações no campo ocupacional. As formas
de tratamento existentes aliviam os sintomas e preservam a vida dos pacientes,
mas trazem consigo alterações significativas do cotidiano como à incerteza do
futuro e afastamento do trabalho, o que compromete suas rendas e sobrecarrega o
sistema previdenciário. Esta define Reabilitação Profissional como assistência
educativa e de adaptação profissional como meio para reingresso no mercado de
trabalho. O sentimento de incapacidade, associado à aquisição da doença
desencadeia uma reação de privação e evitação que, por sua vez, trazem um
prejuízo real para esse indivíduo, interferindo negativamente na sua qualidade
de vida. Objetivos: Promover a
reabilitação profissional no ambulatório pós transplante renal através de
parcerias entre o Serviço de Terapia Ocupacional e empresas locais;
sensibilizar e orientar quanto ao planejamento e concretização de novos projetos
de vida. Metodologia: Este trabalho
é um relato de experiência realizado com pacientes que estão em acompanhamento
no Ambulatório Pós Transplante Renal do Hospital Universitário Presidente Dutra
da UFMA em São Luís – MA, através do Projeto de Reabilitação Profissional,
iniciado no primeiro semestre de 2012. Foram firmadas parcerias com empresas
para concessão de bolsas em cursos de capacitação. Os pacientes foram
encaminhados às instituições após prévia avaliação ocupacional. Resultados: O serviço de Terapia
Ocupacional visitou 24 empresas, firmando parcerias com 9. Destas, 6 concederam
bolsas totais (100%) e 3 concederam descontos de 20% a 50%, totalizando 51
vagas. Foram encaminhados 36 pacientes, dentre os quais 15 concluíram. Com a
implementação da Reabilitação Profissional observou-se melhora da autoestima,
reconhecimento da capacidade laborativa e potencialidades, elaboração de novos
projetos de vida o que contribuiu para melhora da qualidade de vida. Discussão: A reabilitação é o resgate
pleno do indivíduo, restaurando a sua posição ativa e útil à sociedade,
proporcionando ao indivíduo a consciência de suas limitações a fim de
contorná-las e superá-las. A atividade laboral pode dar um sentido mais
produtivo à vida, bem como um ganho financeiro e reintegração à sociedade. Considerações Finais: A Terapia
Ocupacional emprega, como uma das modalidades de tratamento, a Reabilitação
Profissional, promovendo capacitação, reeducação ou readaptação profissional
para pacientes transplantados, de forma a contribuir para o retorno ao mercado
de trabalho, aumentar sua autonomia e reduzir sua dependência.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[137]
BEM ESTAR NO TRABALHO – UMA REALIDADE DOS SERVIDORES DA BIBLIOTECA DE
CIÊNCIAS HUMANAS DA UFPR
NATHÁLIA RODRIGUES CARDOSO;
IRANISE MORO PEREIRA JORGE; MARINA MARCONDES BRAGA; CARLA BEATRIZ DE SOUZA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ,
CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: saúde do trabalhador; bem estar; terapia
ocupacional
Resumo: Satisfação no trabalho, comprometimento e envolvimento são
aspectos que integrados compreendem o bem estar no trabalho. Nesse sentido
esses três componentes representam tanto de modo positivo quanto negativo as
percepções do trabalho e organização. O presente estudo teve como objetivo
identificar o nível de bem estar dos servidores no trabalho. A Biblioteca de
Ciências Humanas da Universidade Federal de Paraná, localizada no campi da
Reitoria possui 22 servidores, sendo que 12 participaram desta pesquisa, entre
eles 03 do gênero masculino e 09 do feminino. Para tanto, utilizou-se a Escala
de Bem Estar no Trabalho, que é composta por duas etapas. A primeira contempla
aspectos relacionados aos afetos, sendo 09 itens correspondentes a afetos
positivos e 12 itens negativos, totalizando 21 itens a serem mensurados numa
escala em que 01 é referente a “nem um pouco” e 05 refere-se a “extremamente”.
A segunda etapa contempla a expressividade/realização no trabalho, abordando 09
itens, que são mensurados numa escala em que 01 corresponde a “discordo
totalmente” e 05 corresponde a “concordo totalmente”. Diante disso, a análise
dos resultados foi obtida por maioria simples a partir das respostas da Escala.
Em relação a primeira etapa, os itens correspondentes aos afetos positivos
apresentam escore 04 (que equivale a “bastante”) para contente; para o escore
03 (moderadamente): alegre, animado, entusiasmado, feliz, disposto, empolgado,
orgulhoso e tranquilo. Observa-se que para os afetos negativos a maioria dos
servidores não expressou escores 05, 04 e 03 que equivalem a maior intensidade.
Em relação ao escore 02 (um pouco) os itens mensurados foram: irritado,
chateado e incomodado; com escore 01 (nem um pouco): preocupado, deprimido,
entediado, impaciente, ansioso, frustrado, nervoso, tenso e com raiva. A
segunda etapa da Escala apresentou resultados positivos em relação a 09 itens
de situações correspondentes ao trabalho como, por exemplo: realização do
potencial, satisfação, expressão das capacidades e alcance de metas. Destas, 02
itens obtiveram escore 05 (concordo totalmente), 05 itens com escore 04
(concordo) e 02 itens com escore 03 (concordo em parte). A partir dos
resultados obtidos foi possível constatar que os servidores pontuaram mais
aspectos positivos que negativos da escala, remetendo isso a uma satisfação em
trabalhar na biblioteca. Por fim, a utilização de instrumentos como a Escala de
Bem Estar é relevante na prática profissional do terapeuta ocupacional, uma vez
que, possibilita o direcionamento da intervenção favorecendo o alcance dos
objetivos traçados, da promoção da saúde e qualidade de vida do trabalhador.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[137]
BEM ESTAR NO TRABALHO – UMA REALIDADE DOS SERVIDORES DA BIBLIOTECA DE
CIÊNCIAS HUMANAS DA UFPR
NATHÁLIA RODRIGUES CARDOSO;
IRANISE MORO PEREIRA JORGE; MARINA MARCONDES BRAGA; CARLA BEATRIZ DE SOUZA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ,
CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: saúde do trabalhador; bem estar; terapia
ocupacional
Resumo: Satisfação no trabalho, comprometimento e envolvimento são
aspectos que integrados compreendem o bem estar no trabalho. Nesse sentido
esses três componentes representam tanto de modo positivo quanto negativo as
percepções do trabalho e organização. O presente estudo teve como objetivo
identificar o nível de bem estar dos servidores no trabalho. A Biblioteca de
Ciências Humanas da Universidade Federal de Paraná, localizada no campi da
Reitoria possui 22 servidores, sendo que 12 participaram desta pesquisa, entre
eles 03 do gênero masculino e 09 do feminino. Para tanto, utilizou-se a Escala
de Bem Estar no Trabalho, que é composta por duas etapas. A primeira contempla
aspectos relacionados aos afetos, sendo 09 itens correspondentes a afetos
positivos e 12 itens negativos, totalizando 21 itens a serem mensurados numa
escala em que 01 é referente a “nem um pouco” e 05 refere-se a “extremamente”.
A segunda etapa contempla a expressividade/realização no trabalho, abordando 09
itens, que são mensurados numa escala em que 01 corresponde a “discordo
totalmente” e 05 corresponde a “concordo totalmente”. Diante disso, a análise
dos resultados foi obtida por maioria simples a partir das respostas da Escala.
Em relação a primeira etapa, os itens correspondentes aos afetos positivos
apresentam escore 04 (que equivale a “bastante”) para contente; para o escore
03 (moderadamente): alegre, animado, entusiasmado, feliz, disposto, empolgado,
orgulhoso e tranquilo. Observa-se que para os afetos negativos a maioria dos
servidores não expressou escores 05, 04 e 03 que equivalem a maior intensidade.
Em relação ao escore 02 (um pouco) os itens mensurados foram: irritado,
chateado e incomodado; com escore 01 (nem um pouco): preocupado, deprimido,
entediado, impaciente, ansioso, frustrado, nervoso, tenso e com raiva. A
segunda etapa da Escala apresentou resultados positivos em relação a 09 itens
de situações correspondentes ao trabalho como, por exemplo: realização do
potencial, satisfação, expressão das capacidades e alcance de metas. Destas, 02
itens obtiveram escore 05 (concordo totalmente), 05 itens com escore 04
(concordo) e 02 itens com escore 03 (concordo em parte). A partir dos
resultados obtidos foi possível constatar que os servidores pontuaram mais
aspectos positivos que negativos da escala, remetendo isso a uma satisfação em
trabalhar na biblioteca. Por fim, a utilização de instrumentos como a Escala de
Bem Estar é relevante na prática profissional do terapeuta ocupacional, uma vez
que, possibilita o direcionamento da intervenção favorecendo o alcance dos
objetivos traçados, da promoção da saúde e qualidade de vida do trabalhador.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[144]
A VISÃO DO EMPREGADOR E DOS FAMILIARES SOBRE O DESEMPENHO NO TRABALHO
DOS SUJEITOS COM EPILEPSIA.
LAUREN MACHADO PINTO1; PATRICIA
SANTOS FERNANDES2; RENATO NICKEL2; CARLOS SILVADO1
1.HOSPITAL DE CLÍNICAS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO
PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: epilepsia; trabalho; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: A epilepsia é uma condição neurológica comum
que afeta diversas atividades dos sujeitos, dentre estas, o trabalho. Objetivo: Identificar a percepção dos
familiares e empregadores sobre o desempenho no trabalho do sujeito com
epilepsia. Metodologia: Estudo
exploratório, descritivo, do tipo transversal. Foram selecionados para o estudo
80 empregadores e 80 familiares de pacientes atendidos no Ambulatório de
Epilepsia de um Hospital de Alta Complexidade na cidade de Curitiba-PR após
autorização prévia destes via assinatura de Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE). As variáveis foram classificadas na terminologia da
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Resultados: Dos familiares
selecionados, 68 (85%) aceitaram participar da pesquisa. Destes, 50 (73,5%) são
do sexo feminino com média de idade de 44 (± 13,8) anos. Segundo estes
familiares, a maioria (85,2%) dos pacientes não necessita de cuidado constante.
Em relação ao desempenho no emprego, 49 (72%) acham que a pessoa com epilepsia
pode trabalhar. Classificando os principais problemas relacionados com o desempenho
para o trabalho na CIF foi encontrado os Fatores Ambientais (47%) e a Condição
de Saúde (30,8%) como os fatores que mais atrapalham o sujeito a conseguir um
emprego. Dos empregadores, 58 (72,5%) aceitaram participar da pesquisa. Todos
os empregadores sabiam da condição de saúde dos sujeitos. Destes, 29 (50%)
acreditam que a epilepsia atrapalha no trabalho e 43 (74,1%) relataram
desconhecer legislação específica para sujeitos com epilepsia. A maioria dos
familiares (58,8%) e dos empregadores (58,6%) entende a epilepsia como uma
Condição de Saúde. Considerações Finais:
A compreensão sobre a epilepsia por parte dos empregadores e dos familiares é
baixo. A epilepsia, de acordo com a perspectiva da família, não é
necessariamente uma condição incapacitante para o trabalho, contudo foi
verificado que somente 50% dos empregadores têm a mesma perspectiva.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[145]
LIMITAÇÕES DE DESEMPENHO OCUPACIONAL NO TRABALHO: A VISÃO DE PESSOAS
COM EPILEPSIA
LAUREN MACHADO PINTO1 ; PATRICIA
SANTOS FERNANDES2 ; RENATO NICKEL2 ; CARLOS SILVADO1
1.HOSPITAL DE CLÍNICAS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO
PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: epilepsia; trabalho; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: O trabalho é uma das áreas mais afetadas nas
pessoas com epilepsia. Objetivo:
Descrever as principais dificuldades no desempenho ocupacional no trabalho de
pacientes com epilepsia atendidos em um Hospital Universitário da Cidade de
Curitiba/PR. Metodologia: Estudo
descritivo, transversal, desenvolvido no período de março a dezembro de 2012,
em que foram selecionados 80 pacientes (39 do sexo masculino e 41 do sexo
feminino), na faixa etária entre 18 e 65 anos, sem nenhuma outra condição de
saúde associada e que já tenham desenvolvido alguma modalidade de trabalho. Os
pacientes foram avaliados mediante entrevista e aplicação de questionário
semiestruturado não validado baseado na Goal Attainment Scaling (GAS), onde
relataram as cinco principais dificuldades no trabalho. Os resultados foram
classificados nos componentes da Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde (CIF), de tal forma que um mesmo domínio pode ser apresentado
mais de uma vez, conforme queixas do paciente. Resultados: A média de idade foi de 37(±10,91) anos. Em relação a
escolaridade 3(3,75%) são analfabetos, 18(22,5%) possuem o ensino fundamental
incompleto, 18(22,5%) o ensino fundamental completo, 6(7,5%) o ensino médio
incompleto, 29(36,25%) o ensino médio completo, 5(6,25%) o ensino superior
incompleto e 1(1,25%) pós-graduação. Na avaliação da ocupação atual: 42(52,5%)
desenvolvem emprego assalariado, 7(8,75%) são autônomos, 1(1,25%) é voluntário,
4(5%) são estudantes, 4(5%) donas(os) de casa, 3(3,75%) aposentados, 14(17,5%)
desempregados(razão saúde) e 5(6,25%) desempregados (outra razão). Em relação
ao ramo de atividade laboral, com classificação conforme o Código Brasileiro de
Ocupações (CBO), identificou-se que 3 (3,75%) tem profissão no ramo das
ciências e artes; 2 (2,5%) são técnicos de nível médio; 5(6,25%) em serviços
administrativos; 32(40%) na função da prestação de serviços, vendas e mercado;
4(5%) em agropecuárias, florestais e pesca; 11(13,75%) na produção de bens e
industriais e 23(28,75%) em serviços de reparação e manutenção. Os componentes
da CIF relatados como limitadores ao desempenho do trabalho foram: 1 queixa
quanto a condição de saúde; 35 quanto as funções do corpo; 84 quanto a atividade
e participação; e 4 sobre fatores ambientais. Um total de 15(18,75%) pacientes
não relatou dificuldades no trabalho. Considerações
Finais: As limitações ao desempenho ocupacional no trabalho são
multifacetadas. O grande número de queixas relacionadas à atividade e
participação traz à tona a necessidade de que o terapeuta ocupacional tome para
si esta responsabilidade, considerando sempre as necessidades da própria pessoa
e as demandas do ambiente.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[171]
ESTUDO DO RETORNO AO TRABALHO E DO DESEMPENHO OCUPACIONAL DE PACIENTES
COM LESÃO DE PLEXO BRAQUIAL
ISABELA VINHARSKI VINHARSKI
SCHEIDT1 ; ANGELA PAULA SIMONELLI1 ; DÉBORA REGINA DE OLIVEIRA MACHADO2
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ,
CURITIBA, PR, BRASIL; 2.HOSPITAL DO TRABALHADOR, CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: lesão de plexo braquial; terapia ocupacional;
retorno ao trabalho
Resumo: A lesão de plexo braquial ocorre quando há trauma de alta
energia em decorrência de tração aplicada ao ombro. Como consequência, há
perdas temporárias e permanentes das vias sensitivas e motoras que compõe o
plexo, sendo considerada a lesão mais grave do membro superior. No Brasil, há
poucos dados estatísticos sobre a incidência e estima-se que a proporção de
acometimento é de 1,75 casos/100000 habitantes/ano. A referida lesão pode gerar
consequências negativas ao indivíduo no que diz respeito ao engajamento em
atividades que eram comuns em seu cotidiano, como, o trabalho. Objetiva-se
verificar o retorno ao trabalho de pacientes acometidos por lesão do plexo
braquial após tratamento de Terapia Ocupacional. Trata-se de uma pesquisa
qualitativa, aprovada pelo Comitê de Ética do Hospital do Trabalhador e em
desenvolvimento no ambulatório de Terapia Ocupacional do mesmo hospital desde
15/11/2012. A amostra foi composta por 10 pacientes diagnosticados com lesão de
plexo braquial em diferentes níveis. Utilizou-se entrevista semi-estruturada
para o levantamento de dados sócio demográficos, referentes ao retorno ao
trabalho e autopercepção do desempenho ocupacional em atividades de
autocuidado, trabalho e lazer. Verificou-se que 100% (10) da amostra sofreu
trauma por acidente motociclístico, sendo 10% (1) do sexo feminino e 90% (9) do
sexo masculino. Destes 100% (10) estão na faixa etária economicamente ativa (20
anos a 45 anos). Quanto ao tempo de lesão 30% (3) foram acometido há mais de um
ano e meio 70% (7) há menos de um ano e meio. Em relação ao trabalho,
retornaram ao mercado, 50% (5) pessoas, sendo que quatro retornaram a mesma
função e um foi colocado em função diferente, 10% (1) participa do programa de
reabilitação profissional do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), 20%
(2) estão afastados e recebendo benefício do INSS e 20% (2) não retornaram. As
atividades de autocuidado de manipulação de talheres e amarração de cadarços
foram elencadas como as maiores dificuldades de desempenho, e as de lazer foram
consideradas irrelevantes. Verificou-se que o processo de reabilitação nesses
casos pode ser longo, visto que dos sujeitos que retornaram ao trabalho 3
acidentaram-se há mais de um ano e meio. Ressalta-se que o nível da lesão
interfere substancialmente no processo de reabilitação e retorno ao trabalho.
Além disso, 2 sujeitos retornaram sem concluir a reabilitação, pois são
autônomos e não possuem vínculo empregatício para receber o beneficio
previdenciário. Desta forma, a atuação do terapeuta ocupacional é relevante
para a recuperação das habilidades prejudicadas, contribuindo para a melhora do
desempenho nas atividades de trabalho.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[208]
O TRABALHO DE COZINHEIRAS E OS DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES: RELAÇÕES COM
ASPECTOS DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
HELLEN SUZEL CARMONA; MARIA DO
CARMO BARACHO DE ALENCAR
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
(UNIFESP) - CAMPUS BAIXADA SANTISTA, RIO CLARO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: transtornos traumáticos repetitivos; organização e
administração; manipulação de alimentos
Resumo: Introdução: O setor de alimentação é um dos setores que
sofreram muitas mudanças nos últimos anos em relação ao trabalho, e entre os
acometimentos relacionados à saúde junto aos cozinheiros estão os distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). Objetivo: Investigar sobre os distúrbios osteomusculares em
cozinheiros de Escolas Públicas na Baixada Santista, e as relações com aspectos
da organização do trabalho em uma das Escolas. Metodologia: Foram selecionadas aleatoriamente três (n=3) escolas
públicas do ensino infantil da Baixada Santista, com número de alunos igual ou
superior a duzentos, e que ofereciam alimentação aos alunos. Na primeira etapa
foram levantados os dados gerais das escolas, e aplicado um questionário junto
aos cozinheiros, contendo: dados demográficos, questões sobre o trabalho, e
queixas de sintomas osteomusculares com base no Questionário Nórdico de
Sintomas Osteomusculares- QNSO. Na segunda etapa, foi selecionado
aleatoriamente uma dessas escolas, para o levantamento e seleção de tarefas, e
observações sistemáticas das atividades de trabalho. Posteriormente foi
elaborado um roteiro para entrevistas, com questões sobre: dificuldades
encontradas, como se sente no trabalho, entre outras. As entrevistas tiveram
uma duração aproximada de 60 minutos e foram transcritas na íntegra para
análise de conteúdo por categorias (BARDIN, 2010). Os dados foram depois
validados junto aos trabalhadores. Resultados: Da primeira etapa participaram
17 cozinheiras, das três escolas, todas do gênero feminino, idade de 24 a 64
anos, a maioria, 64,7% com escolaridade de ensino médio completo. As regiões
corporais mais acometidas pelos distúrbios osteomusculares nos últimos sete
dias foram: pernas e pés (35,3%), lombar (17,6%), ombros (17,6%), entre outras.
Da segunda etapa, a Escola selecionada contava com 200 alunos, e havia 10
turmas para quatro refeições diárias por turma. Havia quatro cozinheiras, idade
entre 24 e 63 anos, e com distúrbios osteomusculares nos últimos sete dias em
região lombar. Foram observadas as tarefas de: preparo do almoço, servir o
almoço e lavar louça. Tanto através das observações quanto das entrevistas
realizadas foram encontrados alguns aspectos da organização do trabalho que
geravam desgaste: exigências de ritmo acelerado e repetitividade, sobrecargas
nas ausências de trabalhador, junto aos horários das refeições por turmas,
falta de treinamento prévio, conflitos no trabalho, entre outras. Considerações Finais: Aspectos da
organização do trabalho devem ser considerados na prevenção de distúrbios
osteomusculares e a Terapia Ocupacional pode contribuir para a prevenção.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[219]
AVALIAÇÃO DA INCAPACIDADE PARA O TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE
LER/DORT
DANIELA DA SILVA RODRIGUES 1 ;
DANIEL MARINHO CEZAR DA CRUZ 2
1. UNB, BRASÍLIA, DF, BRASIL;
2. UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: saúde do trabalhador; instrumento dash; ler/dort
Resumo: Introdução: as mudanças no mundo do trabalho, a adoção de
novos paradigmas organizacionais e de práticas de controle e avaliação de
desempenho revelam uma precarização do trabalho. As condições aos quais os
trabalhadores são submetidos, muitas vezes precárias e inadequadas, caracterizam
um ambiente patogênico e perigoso causador das incapacidades e afastamento do
trabalho. Objetivo: avaliar o impacto da LER/DORT na funcionalidade de uma
trabalhadora. Metodologia: a partir de um Estudo de Caso com uma trabalhadora
de 31 anos, de uma empresa do ramo alimentício do interior do estado de São
Paulo, cuja função era a de auxiliar de produção há cinco anos, realizando uma
jornada de oito horas de trabalho. A queixa era de dor na região lombar e dor
em ombro direito, com diminuição da amplitude articular para o movimento de
elevação e abdução do ombro. Como pressupostos para a avaliação foram
utilizados os conceitos da CIF, por se apresentar como um modelo não
reducionista compreendendo a incapacidade e a doença como consequência de fatores
ambientais; que podem influenciar nas atividades e participação, neste caso,
das condições de trabalho. As análises realizadas junto à trabalhadora buscaram
a identificação da (in) capacidade para o trabalho e perpassaram por avaliações
individuais através de entrevistas abertas e de instrumentos padronizados para
compreender o processo de incapacitação. Neste estudo foi utilizado o
instrumento DASH, que avalia função e sintomas no membro superior sob a
perspectiva do paciente. Resultados: os achados revelaram que a trabalhadora
apresentou muitas limitações relacionadas às AVD, AIVD, além de atividades de
trabalho ou produtivas. A trabalhadora vivenciou tais atividades com muitas
dificuldades e dor na execução das mesmas, por exemplo, nas tarefas domésticas
(varrer, lavar o chão) ou preparar uma refeição. Os resultados do DASH
apontaram 80% de dificuldades para desempenhar atividades físicas, 64% com
relação Anais aos sintomas de dores e fraquezas, devido ao seu acometimento e
85% no que diz respeito à participação social, sono e autoimagem. Conclusão: a
aplicação de instrumentos padronizados pode nortear o processo de reabilitação
profissional, para um atendimento individualizado ou para o tratamento em grupo
terapêutico, onde o terapeuta pode, ao tomar consciência dos casos, dos limites
físicos e psíquicos e das diferentes formas de participação social desses
indivíduos, possibilitar que estes experimentem novas formas de se constituir
como ser participativo, como sujeitos de seu processo saúde-doença-trabalho, no
entendimento da sua atual capacidade laborativa, vislumbrando um retorno seguro
e saudável ao trabalho.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[238]
TERAPIA OCUPACIONAL E GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA: AS EXPERIÊNCIAS NO
ESTADO DE SÃO PAULO
GIOVANA GARCIA MORATO; ISABELA
OLIVEIRA LUSSI
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: geração de trabalho e renda; saúde mental; terapia
ocupacional
Resumo: As oficinas de geração de trabalho e renda representam um
dos dispositivos criados ao longo do processo de transformação da assistência
em saúde mental e têm se mostrado importantes instrumentos no processo de
inserção social das pessoas com transtorno mental. Um documento do Ministério
da Saúde aponta que em maio de 2006 havia 230 iniciativas de geração de
trabalho e renda no campo da saúde mental cadastradas no CIST (Cadastro de
Iniciativas de Inclusão Social pelo Trabalho) no Brasil. Em documento recente
deste órgão um levantamento relativo ao período de 2005 a 2012 apontou que o
número destas iniciativas subiu para 660 evidenciando um crescente uso desse
dispositivo como recurso no processo de inclusão social dos usuários da saúde
mental. Um dos contextos de atuação do terapeuta ocupacional no campo da saúde
mental são as oficinas de geração de trabalho e renda. Pela história da
constituição da Terapia Ocupacional como profissão sustenta-se que o terapeuta
ocupacional tem grande potencial para coordenar experiências de geração de trabalho
e renda no âmbito da saúde mental. O presente estudo teve como objetivos
identificar quantas das experiências de geração de trabalho e renda no estado
de São Paulo cadastradas no CIST contam com a participação de terapeutas
ocupacionais; caracterizar estas experiências e identificar se estas
experiências estão vinculadas ao movimento da economia solidária".
Trata-se de um estudo transversal descritivo de abordagem qualitativa. Foram
sujeitos deste estudo terapeutas ocupacionais que trabalham em experiências de
geração de trabalho e renda no estado de São Paulo cadastradas no CIST. Para a
coleta de dados, foi utilizado questionário semiestruturado. Os dados coletados
foram analisados de maneira descritiva. Os resultados apontam que das 97
experiências contatadas, 56 estão em funcionamento e apenas 43 têm objetivo de
geração de trabalho e renda ou fomento ao trabalho. Destas, 17 contam com
terapeutas ocupacionais na equipe. Das 10 experiências participantes no estudo,
metade se trata de serviços de geração de trabalho e renda; a maioria tem mais
de 5 anos de funcionamento, atende somente usuários da saúde mental e
desenvolve atividades de produção, e apenas uma não está vinculada ao movimento
da economia solidária. Percebe-se que os terapeutas ocupacionais que trabalham
junto às experiências de geração de trabalho e renda no campo da saúde mental
desenvolvem sua prática ancorados nas atuais políticas públicas de saúde mental
e economia solidária. Conclui-se que a aproximação entre saúde mental e
economia solidária potencializou as iniciativas de geração de trabalho e renda
como recursos de reabilitação psicossocial.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[239]
STRESS E ATITUDES DIANTE DA
MORTE EM PROFISSIONAIS NA ÁREA DE CUIDADOS PALIATIVOS
RAYANA DIAS SANTOS; NILSON
ROGERIO DA SILVA
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA -
UNESP, MARÍLIA, SP, BRASIL.
Palavras-chave: stress; reações diante da morte; contexto hospitalar
Resumo: O ambiente hospitalar pode se constituir em um meio que
favoreça o adoecimento dos profissionais da saúde em função da presença de
inúmeros fatores que podem ser considerados como estressores, e, sobretudo, no
caso de pacientes em cuidados paliativos, cujo contato constante com a morte
pode desencadear reações e atitudes negativas. O presente projeto tem como
objetivo avaliar a presença de indicadores de estresse e atitudes diante da
morte junto a profissionais que atendem pacientes em cuidados paliativos.
Participaram da pesquisa 14 profissionais (enfermeiro, auxiliares de
enfermagem, médico, fisioterapeuta, nutricionista, assistente social, pedagogo,
fonoaudiólogo e psicólogo, terapeuta ocupacional e estagiários). A pesquisa foi
realizada no Hemocentro de um hospital localizado em uma cidade do interior do
Estado de São Paulo. Para a coleta de dados foram utilizados três instrumentos:
1) Roteiro para caracterização dos participantes; 2) O Inventário de Sintomas
de Stress de Lipp – ISSL e 3) Perfil de Atitudes Perante a Morte – Revisto
(DAP-R). Os resultados parciais do presente estudo revelam que apesar dos
profissionais lidarem com certa freqüência com a morte de pacientes, todos
relataram não ter recebido treinamento sobre o tema, apontando a falta de
suporte para lidar com a morte como uma das principais dificuldades encontradas
no trabalho, seguida pelas condições de trabalho de forma geral. Quanto ao
stress, metade (50%) dos profissionais que participaram do presente estudo
apresentou indicadores de stress em pelo menos uma de suas fases. Observou-se
que 28,6% dos participantes encontram-se na fase de Resistência, 14,4%
encontram-se na fase de alerta combinada com a fase de resistência e 7%
encontram-se na combinação entre as fases de alerta, resistência e exaustão,
fase mais crítica do stress, podendo ocorrer exaustão psicológica e física. Ao
ser estudado o enfrentamento da morte, verificou-se que 49,4% dos profissionais
demonstraram ter medo da morte e que uma parcela maior, 53%, evita este tema.
Apesar de terem demonstrado essa dificuldade em lidar com a morte, 49,4% dos
participantes relataram encarar a morte como algo natural no ciclo da vida, não
a temendo e nem a desejando. Significativa parcela dos profissionais (58,6%)
possui a aceitação religiosa, na qual pressupõe-se a crença em uma continuidade
mais feliz após a morte, o que deveria diminuir o medo referente a este tema.
Pode-se observar ainda, que 40% dos participantes demonstraram considerar a
vida repleta de dificuldades e encarar a morte como uma saída, um alívio ao
sofrimento, visão que pode estar associada à crença na continuidade após a
morte.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[255]
CONSEQUÊNCIAS DA DISTONIA FOCAL NA ATIVIDADE OCUPACIONAL DE MÚSICOS
INSTRUMENTISTAS
MAÍSA RESENDE LEITÃO; LAURA
HELENA MACULAN DE OLIVEIRA MELO; RONISE COSTA LIMA
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE
MINAS GERAIS, BH, MG, BRASIL.
Palavras-chave: distonia focal; músico; saúde ocupacional
Resumo: A distonia é caracterizada por espasmos musculares
involuntários que produzem movimentos e posturas anormais. Considerando que a
distonia focal (DF) leva a movimentos involuntários durante uma atividade
específica, e que o músico precisa de muita destreza e precisão de movimentos
para desempenhar a sua atividade, é possível que os instrumentistas com DF
apresentem dificuldades em realizar suas atividades ocupacionais, podendo
interferir inclusive na sua qualidade de vida. Objetivo: Analisar e descrever quais são as consequências da
distonia focal na atividade ocupacional de músicos instrumentistas. Metodologia: Estudo descritivo,
transversal, com abordagem qualitativa. Participaram 6 músicos instrumentistas
com distonia focal assistidos no Serviço Especial em Saúde do Trabalhador
(SEST/HC/UFMG) e no Núcleo de Atenção Integral à Saúde do Músico (EXERSER).
Utilizou-se da análise do conteúdo, por meio da análise temática. Resultados
Dentre os 6, todos são do sexo masculino, 3 tinham DF na boca, e os demais em um
dos dedos da mão. Foram 3 instrumentistas de sopro e 3 de cordas. Começaram
seus estudos entre 9 e 17 anos. A DF surgiu quando estavam no auge de suas
carreiras tendo uma rotina de trabalho e estudo totalizando em média 12 h/dia.
Os principais sinais e sintomas foram: cansaço, movimentos involuntários,
tremor, descontrole muscular, dor e alterações no humor. Realizaram várias
formas de tratamentos, que melhoram a sintomatologia. Dos 6 músicos 3 estão em
tratamento e os demais estão de alta. Considerações
Finais: Eles associam a DF com a sobrecarga de trabalho que gerou
expressivo desgaste físico e mental, associado a algum fato importante na
família ou profissional e a busca pela perfeição da atividade. A DF trouxe
várias consequências na atividade ocupacional destes músicos sendo a queda no
rendimento e na performance um ponto em comum. "Saber que eu tinha
distonia foi um tiro no pé. As pessoas que me diagnosticaram não conhecem o
mercado musical. “O neurologista falou que minha carreira de músico havia acabado.”
Os músicos escondem a doença com medo de perderem mercado. "A distonia foi
uma bomba, se eu não paro, eu poderia ter um problema maior”. “Pensei em largar
tudo, eu não tocava direito. Perdi a alegria de tocar, tudo ficou difícil.
Parece que todos percebem. Parecia que não estudava e eu estudava muito. É um
terror, eu ficava nervoso. Buscava tocar perfeitamente, eu olhava para a mão o
tempo todo. Quando eu dormia eu via minha mão, uma obsessão."
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[293]
TERAPIA OCUPACIONAL E ARTE: O TEATRO COMO DISPOSITIVO DE ENFRENTAMENTO
A SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL DE JOVENS E ADOLESCENTES
LUEINE MILCZEVSKY; CHRISTIANE
SIEGMANN
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PATANÁ,
CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; teatro do oprimido;
adolescente
Resumo: Introdução: O adolescente brasileiro sofreu um processo
histórico de desvalorização e privação, colocando grande parcela dessa população
em situação de vulnerabilidade social. Torna-se necessário desenvolver ações
que favoreçam a apropriação de direitos, a participação política, social e
cultural dessa população de maneira criativa e eficiente. Considerando que a
Política Nacional de Assistência Social (2004) e o Plano Nacional de Cultura
(2010) prevêem o envolvimento de adolescentes com as atividades, buscou-se
estudar a utilização do teatro como um dispositivo de enfrentamento à
vulnerabilidade social. Objetivos:
Investigar e reconhecer o teatro como uma manifestação artística com potencial
de fomentar a participação sociocultural de adolescentes; identificar as
práticas de terapia ocupacional que utilizam o teatro. Metodologia: Revisão de
literatura através de pesquisa bibliográfica, no período de 2001 até 2012, nas
bases de dados nacionais com descritores: adolescentes, Terapia Ocupacional,
arte, teatro, teatro do oprimido, vulnerabilidade e ação intersetorial, e as
combinações entre eles possíveis, e em anais de congressos brasileiros de
Terapia Ocupacional de 2005-2009. Discussão:
Após pesquisa inicial, foram encontrados 13 trabalhos de terapeutas
ocupacionais, sendo 7 selecionados para leitura analítica pois desenvolviam
ações com adolescentes. A análise dos trabalhos selecionados evidenciou ações
vinculadas a universidades e desenvolvidas no Campo Social, sendo que 5
utilizam o Teatro do Oprimido como principal vertente teatral, pelo potencial
de fomentar o diálogo e reflexão sobre a realidade, construir formas de
enfrentamento à violência, favorecer a descoberta e fortalecimento de
habilidades, favorecer a participação sociocultural e promover o protagonismo
juvenil. Considerações Finais: A
partir dos relatos de experiência, visualiza-se a vivência teatral como uma
forma de ampliar os horizontes dos jovens, favorecendo a descoberta e o
desenvolvimento de seu potencial criativo e transformador das realidades
opressoras. As experiências teatrais resgatam a capacidade do jovem de
acreditar em si mesmo e fornecem a ele uma nova ferramenta de enfrentamento as
situações de violência e vulnerabilidade social. O enredo social cujo elenco é
formado por jovens e adolescentes pode então se tornar um belo espetáculo
social, onde oprimidos encontram o caminho para a liberdade, onde a negação de
direitos aos poucos sucumbe à cidadania plena, onde as políticas públicas
protegem os jovens, garantem e efetivam o acesso à arte e à cultura. Jovens e
adolescentes empoderados, sendo atores e autores de cenas de liberdade e
cidadania, protagonistas de sua própria história.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[298]
A SUCATA NA (RE)SIGNIFICAÇÃO DO ESPAÇO HOSPITALAR: TRILHAS DE ATENÇÃO
AO ACOMPANHANTE
CIBELE BRAGA FERREIRA NASCIMENTO 1
; CÁRITA LORENA RAMOS GURJÃO 2 ; CLÁUDIA MÁRCIA LIMA DA COSTA 2
1.UFPA, BELÉM, PA, BRASIL;
2. UEPA, BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; sucata; acompanhante
Resumo: A relação pessoa-ambiente-ocupação é reconhecida por alguns
teóricos como a chave de análise do fazer terapêutico ocupacional (T.O.),
portanto compreender os significados atribuídos ao ambiente reflete a forma
como o engajamento ocupacional acontece. No ambiente hospitalar, os
acompanhantes também se encontram hospitalizados, pois estão sujeitos a
alterações de rotinas ocupacionais e privação/reconstrução de relações
interpessoais, apesar de não receberem tratamento invasivo, por isso vivências
pregressas e/ou atuais de hospitalização têm significados multiformes pelo
acompanhante, em sua maioria de modo negativo. Assim, esta pesquisa tem o
objetivo de evidenciar o potencial terapêutico do recurso sucata na
(re)significação do ambiente hospitalar, como uma proposta de intervenção junto
aos acompanhantes. A pesquisa é do tipo qualitativa, estudo de caso múltiplo,
composto por cinco sujeitos e pesquisa-ação. Evidencia-se um dos encontros com
os acompanhantes, intitulado “Sucata e (re)criação”, composto pela produção
artística/artesanal de uma maquete de hospital com sucata hospitalar (de acordo
com normas de biosegurança e mediante autorização da chefia do setor), e
posterior apresentação do material produzido, identificando a possibilidade de
se (re)significar o ambiente hospitalar a partir de atividades artísticas.
Utilizou-se a análise do conteúdo narrado e produzido. Encontrou-se as
seguintes categorias: a vivência artística da sucata como forma de reconstruir
o espaço hospitalar; materialização do desejo/necessidades dos acompanhantes
sentirem-se como usuários do serviço; sucata como instrumento transformador da
realidade e formas de externar os significados compartilhados socialmente.
Observou-se que o tipo de recurso utilizado contribuiu para a filiação à atividade,
(re)criando experiências, conceitos e significados. A reconstrução do hospital,
por meio da sucata, como catálise poético-existencial, é compreendida a partir
da reconstrução de significados negativistas, circunscritos não só na obra de
arte produzida, mas incutidos na forma como os sujeitos se
engajavam/empoderavam no/do ambiente hospitalar. Deste modo, utilizar recursos
que favoreçam a criatividade e expressividade, como a sucata, contribui para um
período de hospitalização mais significativo e possibilita o desbravar de uma
trilha de atenção ao acompanhante que favoreça a (re)construção de significados
acerca do ambiente e consequentemente melhores formas de engajar-se em
ocupações significativas e necessárias durante a internação, percebendo no
tripé T.O. pessoa-ambiente-ocupação uma intervenção fundamentada e frutífera.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[309]
A INFLUÊNCIA DO ESTRESSE NA PERFORMANCE OCUPACIONAL DO TRABALHADOR: UM
OLHAR TERAPÊUTICO OCUPACIONAL
VÍTOR DE VILHENA SANTOS; THAISSA THAYARA
MACHADO PINTO; LUCAS FRANÇA ALFONSO; RODRIGO CORREA NOGUEIRA; NONATO MÁRCIO
CUSTÓDIO MAIA SÁ
UEPA, BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: estresse; performance ocupacional; trabalho
Resumo: Introdução: O estresse é uma reação psicofisiológica
complexa que apresenta em sua gênese a necessidade do organismo fazer frente a
algo que ameace sua homeostase, podendo ainda ocorrer diante a determinados
estressores inerentemente negativos, como a dor, fome, frio etc. O estresse
pode ocorrer em qualquer ambiente social ao qual o sujeito faz parte, incluindo
o ambiente de trabalho, podendo ter origem a partir de uma ampla e
diversificada gama de circunstâncias. Esta situação agrava-se principalmente
quando o trabalhador não sente significativo apoio advindo de seus superiores e
colegas. Segundo o Modelo Canadense de Performance Ocupacional, existem três
elementos principais que devem funcionar de forma harmoniosa para que uma
determinada atividade possa ser realizada de maneira otimizada: a pessoa, o
ambiente e a ocupação. De acordo com Hagedorn (2003) caso um desses três
elementos estiver deficitário, a performance ocupacional do sujeito estará
igualmente deficitária. Partindo desta premissa, acredita-se que para que o
trabalhador atinja 100% de produtividade em seu trabalho esses três elementos
terão de estar funcionando de maneira equilibrada. Objetivo: Este trabalho objetiva discutir o impacto que o estresse
causa na performance ocupacional do trabalhador e consolidar bases teóricas
para a atuação da Terapia Ocupacional neste contexto. Metodologia: A seguinte pesquisa baseou-se numa revisão de
literatura, verificada nas principais referências bibliográficas a cerca do
tema, compreendidas entre os anos de 2000 e 2013, e encontrada em portais de
pesquisa científica como SCIELO, CAPES e OMS. Discussão: Durante as pesquisas
realizadas, observou-se que embora este tema seja de extrema relevância para os
profissionais da saúde, especialmente para os terapeutas ocupacionais, por se
tratar de disfunções ocupacionais, não há até o presente momento trabalhos na
comunidade acadêmica que discuta de forma incisiva sobre este tema,
principalmente no que se refere a literaturas especificas da Terapia
Ocupacional. Logo, acredita-se que este trabalho apresenta importância
significativa, como instrumento de reflexão e motivação para a produção de
novos conhecimentos relacionados ao tema. Considerações
Finais: O estresse é entendido como um fator que interfere no bem estar do
trabalhador, bem como na produtividade da empresa, pois o trabalhador
estressado não atinge a mesma eficácia que um trabalhador com o nível de
estresse melhor conduzido. Portanto, a intervenção terapêutica ocupacional é
válida para ambos, empresa e trabalhador em prol da otimização da qualidade de
trabalho e, consequentemente, diminuição dos níveis de estresse, melhorando a
performance laboral.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[318]
ESTUDO SOBRE DOENÇAS OCUPACIONAIS EM MEMBROS SUPERIORES REGISTRADOS NO
CEREST RIO CLARO-SP
ADRIANE GUZMAN PASCULLI; JOSÉ CARLOS DUARTE
CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO
TRABALHADOR, RIO CLARO, SP, BR.
Palavras-chave: doenças relacionadas ao trabalho; afecções
musculoesqueléticas; Cerest
Resumo: Introdução: Com as constantes transformações na sociedade
capitalista e o crescimento no setor de serviços, as afecções
musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho tem representado o principal grupo
de agravos à saúde e um grave problema de saúde pública. Os Distúrbios
Osteomusculares relacionados ao Trabalho são decorrentes da organização do
trabalho que os trabalhadores são submetidos com sobrecarga musculoesquelética
e esforço físico. Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador são instituições
de saúde que fazem parte do Sistema Único de Saúde que buscam atender a
questões relativas à saúde dos trabalhadores, promovendo ações que visam
melhorar as condições de trabalho na perspectiva da prevenção, promoção à
saúde, reabilitação e vigilância. Objetivo:
Identificar os agravos ocupacionais em membros superiores registrados no Centro
de Referência em Saúde do Trabalhador do município de Rio Claro-SP. Metodologia: Foi realizado levantamento
dos dados das notificações dos agravos ocupacionais registrados no Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN NET) nos anos de 2010 a 2012. No
SINAN NET foram selecionados dados que caracterizavam os agravos ocupacionais
como gênero, faixa etária, ramo de atividade e tipo de lesão. Resultados/Discussão: De acordo com o
levantamento, as notificações de doenças relacionadas ao trabalho em membros
superiores foram relevantes, com maior prevalência das notificações em mulheres
e faixa etárias dos 30 aos 49 anos. O número de notificações nas indústrias de
transformação foi maior em relação aos demais ramos de atividades, seguida pela
administração pública e serviços, o que está relacionado ao grande número de
empresas na região de Rio Claro. As doenças osteomusculares mais frequentes,
identificadas no estudo, foram Sinovites e Tenossinovites não especificadas,
Bursite de ombro, Epicondilite lateral e Síndrome do Túnel do Carpo, cuja
sintomatologia deve ser prevenida ou amenizada por meio de ações
multiprofissionais. Considerações Finais:
Entende-se com este estudo que as doenças osteomusculates afetam os
trabalhadores dos diferentes ramos de atividades laborativas em decorrência da
organização do trabalho, as quais os funcionários são submetidos. Em todos os
aspectos analisados os dados corroboram com a literatura, não sendo diferente
dos dados apresentados e identificados por diversos autores, enfatizando que a
organização do trabalho e as exigências das tarefas são os principais fatores
causadores desses agravos. É importante ressaltar a necessidade de ações que
colaborem para a melhoria das condições de trabalho e influenciem de forma
positiva na qualidade de vida dos trabalhadores.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[319]
A EXPERIÊNCIA DA TERAPIA OCUPACIONAL NA IMPLANTAÇÃO DE UMA PARCERIA NO
SESMT DE UM HOSPITAL
DANIELE RODRIGUEZ ZOLDAN 1;
TATIANA ANDRADE JARDIM 1; RENATA CORADINE MEIRELES 1; MARIA TERESA BRUNI
DALDON 2
1.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO
PAULO, SP, BR; 2.CENTRO DE REFERÊNCIA- FO, SP/SP, BR.
Palavras-chave: saúde do trabalhador; terapia ocupacional; situação
real de trabalho
Resumo: Introdução: A evolução das relações entre saúde e trabalho
tem sua origem e desenvolvimento determinado por cenários políticos e sociais,
passando pela criação da Medicina do Trabalho, Saúde Ocupacional e, atualmente,
da Saúde do Trabalhador (ST). As diferentes denominações decorrem das mudanças
de paradigma de um tratamento hegemônico e reducionista, médico centrado e com
ações baseadas no controle de riscos do ambiente, para a necessidade de atuação
multidisciplinar que passe a considerar o processo de trabalho e a interlocução
com os trabalhadores. Na atualidade, a responsabilidade por ações com essa nova
perspectiva tem sido um desafio para instâncias envolvidas na ST (Ministério da
Previdência Social, Ministério da Saúde e instituição empregadora), sendo a
responsabilidade das instituições empregadoras na prevenção e promoção da saúde
dos trabalhadores o foco desse estudo. Objetivo:
Refletir acerca da contribuição da Terapia Ocupacional (TO) junto a um Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) de um
Hospital da cidade de São Paulo. Metodologia:
Trata-se de um Estudo de Caso, sendo esse a atuação da TO junto ao SESMT do
referido hospital. Os procedimentos utilizados foram: coleta de dados a partir
de documentos da parceria estabelecida com o serviço, da atuação desenvolvida
no período de um ano e entrevista semi-estruturada com elementos chave dessa
parceria. Resultados/ Discussão: A
parceria entre os profissionais do SESMT e a equipe de TO foi definida a partir
da delimitação e compreensão de um escopo de atuação da Terapia Ocupacional:
contribuições para a compreensão das atividades reais de trabalho; publico alvo
e abrangência. Foram desenvolvidos instrumentos norteadores para anamnese do
trabalhador e avaliação do posto de trabalho, que contribuíram para decisão da
necessidade de mudanças e/ou viabilidade de permanência do trabalhador com
restrição na situação de trabalho. A participação dos trabalhadores no processo
e validação das mudanças contribuiu para a realização de transformações que
traduzem suas reais necessidades. O reconhecimento do trabalho realizado
resultou em ampliação dos objetivos iniciais da parceria, no aumento da demanda
dos profissionais do SESMT e demanda direta de setores do Hospital. Também
resultou na ampliação de ações focadas no indivíduo e sua situação de trabalho
para ações de caráter coletivo e preventivo nas situações reais de trabalho. Considerações Finais: A atuação da TO
deu relevância à contribuição desse profissional na investigação e intervenção
nos processos reais de trabalho, transpondo o distanciamento existente entre a
equipe do SESMT e a realidade do trabalhador in locus.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[320]
INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NO ACOMPANHAMENTO DA RESTRIÇÃO
LABORAL: UM ESTUDO DE CASO
RENATA CORADINE MEIRELES; DANIELE
RODRIGUEZ ZOLDAN; SABRINA DE MELLO RODRIGUES; TATIANA ANDRADE JARDIM
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: saúde do trabalhador; restrição laboral; terapia
ocupacional
Resumo: Introdução: Este trabalho é parte dos resultados obtidos
através da parceria entre a equipe de Terapia Ocupacional (TO) da Residência
Multiprofissional em Promoção da Saúde e Cuidado na Atenção Hospitalar - Área
de Concentração Saúde e Trabalho (Universidade de São Paulo) e o Serviço
Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) de um hospital
referência na América Latina. Esta parceria visa o acompanhamento dos
trabalhadores que possuem restrições laborais e/ou que estão em processo de
retorno ao trabalho, buscando favorecer sua permanência no mesmo com qualidade
e preservação da saúde. Objetivo:
Apresentar e refletir sobre a atuação da terapia ocupacional, num contexto de
parceria de intervenção junto ao SESMT do hospital, visando promover a
permanência no trabalho de um trabalhador com restrição laboral. Metodologia: apresentação de um caso de
acompanhamento da restrição laboral, indicando as etapas de intervenção
previstas na atuação da Terapia Ocupacional. Trata-se de um estudo de caso, no qual o material
consiste em um trabalhador do sexo feminino, do setor de farmácia, função de
auxiliar de saúde, em restrição laboral há 4 anos. Resultado/Discussão: A intervenção foi composta de: contato com o
setor; apresentação da proposta de acompanhamento; anamnese; avaliação da situação
de trabalho; discussão do caso com a equipe SESMT; discussão do caso com a
chefia imediata do trabalhador; validação das propostas de adequação da
atividade conforme a restrição laboral; e acompanhamento/reavaliação.
Destaca-se a importância da realização de análises específicas sobre o
trabalho, dada à natureza das diferentes ocupações e restrições dos
trabalhadores do Hospital. No caso aqui apresentado, fez-se relevante o
envolvimento e adesão da trabalhadora durante todo o processo de intervenção da
Terapia Ocupacional, contribuindo na compreensão do real de seu trabalho e no desenvolvimento de
propostas efetivas de adequação de aspectos das condições e organização do
mesmo. Outro aspecto relevante foi a colaboração da chefia imediata no
acompanhamento e discussão de melhorias necessárias. Houve lentificação na
implantação de mudanças devido ao sistema de gestão do hospital e de
dificuldades de comunicação no setor. Considerações
Finais: Destaca-se a importância da atuação da Terapia Ocupacional nesse
acompanhamento, possibilitando a melhora da comunicação e a compreensão da
restrição laboral no contexto da realidade de trabalho do trabalhador,
enriquecendo, assim, a atuação do SESMT na resolutividade dos casos de
restrição laboral.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[329]
TERAPIA OCUPACIONAL, COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL: A UTILIZAÇÃO DE
RECURSOS MIDIÁTICOS COM JOVENS
CARLA REGINA SILVA; ISADORA
CARDINALLI
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS - UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BR.
Palavras-chave: blog/recursos midiáticos; ampliação da participação
social; terapia ocupacional
Resumo: Este trabalho, fruto de um Trabalho de Conclusão de Curso,
integrou conceitos e práticas culturais, comunicativas e da Terapia Ocupacional
Social. Foram utilizados recursos midiáticos como ferramentas potencializadoras
das formas de comunicação e participação social de jovens em situação de
vulnerabilidade socioeconômica. Teve como objetivo a ampliação do repertório de
atividades e ações da população envolvida, a criação de redes de sociabilidade
e a promoção do acesso consciente a bens sociais e culturais interativos,
através de ações conjuntas com o Projeto de Extensão Universitária Talentos
Juvenis do Gonzaga [1]. Propôs-se a utilização de recursos como blog,
fotografia, audiovisual e fanzine em Oficinas de Atividades desenvolvidas com
jovens em um Centro da Juventude de uma região periférica da cidade de São
Carlos - SP. A experiência com tais recursos promoveu a reflexão sobre novos
conceitos, equipamentos e técnicas, antes pouco disponíveis e acessíveis, assim
como, a ampliação do repertório cultural da população envolvida. As atividades
e os registros no blog foram realizados de forma participativa pelos jovens,
divulgando ações e espaços comunitários e modificando papéis, identidades e
atuações sociais nas diferentes redes de relações. Os recursos favoreceram o
desenvolvimento da expressão e comunicação, influenciando positivamente a
elaboração de projetos de vida. As publicações no blog resultaram na
autovalorização, criando pertencimento aos espaços e às redes de relações, como
sujeitos com direito à cultura, sujeitos sociais e singulares. A divulgação de
ações comunitárias e a expansão das fronteiras socioculturais estabeleceram
novas formas de participação social, reconhecimento dos espaços de
pertencimento e projeção de mundos. A partir de tal experiência, pode-se
discutir sobre a potencialização de recursos, possibilidades e interconexões, dimensões
que nem sempre alcançamos no real. Conquistou-se uma potencialização das ações
dos jovens, na tentativa de transformar a ótica social vigente e estigmatizada
em torno do jovem pobre. Além de ampliar o escopo de recursos para a terapia
ocupacional, abrindo espaços, reais e virtuais, de experiências coletivas e de
sociabilidade, de ação, reflexão e transformação da realidade em que se vive.
[1] Projeto elaborado pelo Núcleo UFSCar do Programa Metuia – Terapia
Ocupacional no Campo Social, com financiamento pela Pró-Reitoria de Extensão –
Proex UFSCar através do Edital de Atividades Artístico Culturais.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[342]
PONTO DE ENCONTRO E CULTURA ITINERANTE: ESTRATÉGIAS PARA CONSTRUÇÃO E
FORTALECIMENTO DE REDES SOCIAIS E DE IDENTIDADES
YASMIN FELICIA MUSSI DE MOURA;
DEBORA GALVANI
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; cultura; sarau
Resumo: Introdução: Esse resumo se refere a um projeto de extensão
universitária, promovido pela Pró-reitoria de Cultura e Extensão da
Universidade de São Paulo e desenvolvido pelo Projeto Metuia, laboratório do
Departamento de Terapia Ocupacional que trabalha a terapia ocupacional no campo
social. Nesse contexto, criou-se o Ponto de Encontro e Cultura Itinerante (PEC
Itinerante), desdobramento do Ponto de Encontro e Cultura (PEC, 2007), que
contou com a participação de estudantes do curso de terapia ocupacional, supervisionados
pelos técnicos e docentes do Projeto Metuia. Objetivos: Com o objetivo de apoiar e fortalecer no campo da arte e
da cultura o grupo RaizArte, coletivo independente de arte, composto por
artistas da periferia de São Paulo, realizaram-se cinco saraus (dezembro de
2012 a julho de 2013) na sala do Projeto Trecho 2.8, espaço educacional de
criação e pesquisa em fotografia que realiza trabalhos de fotografia para
adultos em situação de alta vulnerabilidade social. Metodologia: Através do ensino, pesquisa e intervenção do Projeto
Metuia com a população de rua e/ou em alta vulnerabilidade social e econômica,
desenvolveu-se uma metodologia que trabalha o terapeuta ocupacional como
mediador de situação e de conflitos individuais e coletivos; entre indivíduos;
entre a organização social, política e econômica da sociedade e as
possibilidades de ação dos sujeitos, considerando estes como cidadãos e
detentores de direitos. Discussão:
Estes espaços de encontro, articulação e apresentação de diversas linguagens
artísticas possibilitou a troca e a expressão dos proponentes e participantes.
Todas as etapas do processo de elaboração dos saraus, sua proposição, o pensar
em um tema, contato com os apoiadores e colaboradores; preparação, do material
a ser exposto e oferecido e performances a serem exibidas; programação;
divulgação, confecção de cartaz eletrônico e utilização dos meios virtuais; e
realização, com o aguçamento da sensibilidade e firmeza para a condução do
sarau, auxiliaram a organização e apropriação destes conteúdos pelo grupo
RaizArte, expandindo as redes sociais deste grupo e fortalecendo seu papel como
seres de criação no meio artístico-cultural e coordenadores de sarau. Considerações Finais: O PEC Itinerante
pôde refletir a complexidade da ação cultural, resignificando o papel das
atividades que se apresentam como potentes instrumentos de emancipação e
produção de independência; ampliação de possibilidade de atuação e intervenção
na sociedade; mediação entre sujeito e sociedade; fortalecimento de identidades
e reconstituição de histórias, compreendendo a terapia ocupacional como uma
prática capaz de contribuir para a mudança social.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[344]
ACORDAR-SE: ESPAÇO DE EXPRESSÃO E EXPERIMENTAÇÃO ARTÍSTICA
LAURA ROBBE WESSEL BENDER; ANA
CLARA DE OLIVEIRA SILVA; EDUARDO TESSARI COUTINHO; ELIANE DIAS DE CASTRO
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SAO
PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; artes do corpo e artes
cênicas; população em vulnerabilidade social
Resumo: Introdução: O projeto é vinculado ao Programa Aprender com
Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo e pauta-se na interface arte,
corpo e saúde e na produção de sentido aos fazeres artísticos e experimentações
do corpo e das trocas expressivas para as pessoas em situação de
vulnerabilidade social. Propõe uma composição entre Terapia Ocupacional (TO),
artes cênicas e artes do corpo para desenvolver ação interdisciplinar na
formação de estudantes, com ênfase na autogestão. Acontece no espaço cultural
Tendal da Lapa, na cidade de São Paulo, ao longo de um ano (segundo semestre de
2012 a primeiro semestre de 2013). Objetivos:
Busca construir cidadania cultural e criar oportunidade de contato e
aproximação com as artes, proporcionando acesso à produção artístico-cultural
para a população envolvida. Metodologia:
A coordenação é realizada por duas bolsistas da graduação em Terapia
Ocupacional que vivenciam uma formação inicial no campo das artes cênicas e
artes do corpo, com acompanhamento e orientação dos coordenadores do projeto.
Há uma divulgação da proposta, programação conjunta e dialogada e
desenvolvimento de encontros semanais com a população que vivenciam as
propostas, sugerindo atividades. Discussão:
A nutrição do processo de criação ocorreu através de conversas, atividades de
exploração do corpo e dos sentidos, massagens e experimentação dos movimentos
com o recurso dos tecidos. Referências conceituais sobre a experiência estética
e as abordagens da arte e corpo na Terapia Ocupacional foram estudadas e
orientaram a intervenção. A partir do fortalecimento das relações interpessoais
do grupo foi proposto o trabalho com “somagramas” (elaboração de imagens somáticosensoriais
que auxiliam no desenvolvimento da consciência corporal). Os resultados
decorrem da política de atenção e acolhimento exercido pela equipe dentro de um
ambiente de produção de cultura. Ressalta-se a importância da criação de
vínculos na relação terapeutas-participantes e o fortalecimento da formação
profissional e pessoal a partir das vivências propostas. A realização de
conversas entre participantes, responsáveis e equipe sobre a importância do
projeto foi essencial para a produção de autonomia dos participantes.
Decidiu-se coletivamente expor os “somagramas” ao público no Tendal da Lapa
como forma de compartilhamento da experiência. Considerações Finais: Com as práticas realizadas compreende-se que
a peculiaridade do grupo se dá pela troca e valorização de saberes e pela
construção de uma afetividade que envolve a todos. O Acordar-se
configurou-secomo um rico espaço de encontro de subjetividades, de expressão e
experimentação corporal.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[351]
O ENVOLVIMENTO DA ECONOMIA SOLIDÁRIA E DO ASSOCIATIVISMO NA REDE DE
ATENÇÃO PSICOSSOCIAL.
JÂNIO CARLOS DA SILVA; KALINNE SHEILA DE SOUZA
OLIVEIRA; JULIANA DE FÁTIMA DA SILVA; HELINE MYRANI DA SILVA OLIVEIRA; NAYARA
DA SILVA BATISTA
UNCISAL, MACEIÓ, AL, BRASIL.
Palavras-chave: reabilitação psicossocial; economia solidária;
associativismo
Resumo: Introdução: As associações de usuários que se constituíram
ao longo do processo da reforma psiquiátrica têm manifestado, em diversos
momentos e ambientes, seu desejo de que projetos de trabalho, desenvolvidos em
articulação com a rede de serviços, se tornem mais fortes, mais duradouros, e
capazes de incluir um número maior de participantes a partir do usuário
envolvido no processo de reabilitação psicossocial, como também seus familiares
e a comunidade. São muitas as experiências brasileiras de “geração de renda”,
“cooperativas”, “associações” e outras, que se articula com a rede de atenção
psicossocial em inúmeros municípios brasileiros. Assim, uma associação baseada
nos princípios da Economia Solidária permite uma aproximação de seus objetivos
com os que são sugeridos na proposta da reforma psiquiátrica, gerando grande
expectativa de uma cooperação produtiva das duas políticas. Objetivo: apresentar a proposta de uma
associação a partir de uma oficina culinária de geração de renda, como um
instrumento de inclusão, participação e emancipação social, para os usuários do
serviço de saúde mental, seus familiares e comunidade. Metodologia: Foi realizada pesquisa bibliográfica a cerca das
propostas da Economia Solidária, para a implantação de uma associação baseada
na experiência empírica dos usuários do serviço de saúde mental, a partir de
uma oficina de culinária, de cunho terapêutico e de geração de renda.
Resultados: A importância da implantação de uma associação como dispositivo
terapêutico se dá não apenas como forma de luta e participação, mas como fator
capaz de promover o empoderamento dos sujeitos envolvidos, no sentido de que
estes tenham maior participação e controle sobre as decisões relacionadas às
suas vidas, a retirada do estigma de incapacidade do usuário do serviço de
Saúde Mental e a participação familiar e comunitária no processo de
Reabilitação Psicossocial. Considerações
Finais: Uma associação criada a partir de uma oficina com propósito
terapêutico no serviço de saúde mental serviu como grande fator de promoção à
reabilitação psicossocial e a cidadania das pessoas envolvidas, através da
oportunidade do trabalho produtivo, gerando renda e resgatando a sua autoestima
e o seu papel na sociedade e na família.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[364]
RETORNO AO TRABALHO DE PESSOAS
AFASTADAS POR TRANSTORNOS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO
ANA CAROLINA TONIOLO; ISABELA
OLIVEIRA LUSSI
UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: trabalho; saúde mental; readaptação ao trabalho
Resumo: No Brasil, os Transtornos Mentais e do Comportamento ocupam
o terceiro lugar em número de auxílios-doença concedidos pelo Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) e, assim, ilustram a importância do
desenvolvimento de pesquisas sobre o tema. Os objetivos do presente estudo
foram: caracterizar o Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMT) da Prefeitura Municipal de uma cidade de médio porte do interior do
Estado de São Paulo quanto ao número de afastamentos concedidos por Transtornos
Mentais e do Comportamento (Grupo F da CID-10), no período de Janeiro de 2008 a
Dezembro de 2012; traçar o perfil das pessoas afastadas por problemas de saúde
mental que ficaram longe das atividades de trabalho por mais de 15 dias com o
mesmo CID-F e que, portanto, incluem-se no quadro nacional de trabalhadores que
receberam benefício auxílio-doença (por incapacidade) concedido pela
Previdência Social e voltaram às atividades de trabalho após afastamento;
investigar o processo de Readaptação Profissional vivenciado por elas. Trata-se
de um estudo transversal descritivo de abordagem qualitativa. Por meio do contato
com a Secretaria de Administração e Gestão de Pessoal da Prefeitura Municipal
em estudo, fez-se o levantamento dos números de afastamentos concedidos no
período escolhido e obteve-se o número de 17.594 afastamentos concedidos por
CIDs de diferentes naturezas, incluindo todos os Grupos da CID-10. Desses
17.594 afastamentos, 1.239 foram por Transtornos Mentais e do Comportamento.
Após estudo desses números, levantou-se um número de 23 sujeitos que ficaram
afastados do trabalho por mais de 15 dias com o mesmo CID-F e que, então, foram
convidados a participar da pesquisa. Após contato telefônico, dos 23 sujeitos,
sete aceitaram participar da pesquisa. A coleta de dados se deu por meio do
preenchimento de um Protocolo de informações pessoais, profissionais e
referentes ao processo de afastamento e retorno ao trabalho e da aplicação de
uma entrevista semiestruturada. No total, participaram do estudo cinco mulheres
e dois homens. Quanto à escolaridade, três possuem Ensino Médio Completo, três
Ensino Superior Incompleto e um possui Ensino Superior Completo e
Pós-Graduação. Destes, apenas um dos sujeitos relatou ter passado por processo
de Readaptação Profissional. No entanto, nota-se que vários outros passaram a
exercer atividades diferentes ou com restrições, o que caracteriza,
teoricamente, a Readaptação Profissional. Espera-se que esta pesquisa contribua
para o fortalecimento da rede local de atenção à saúde do trabalhador e traga
esclarecimentos sobre a reinserção de trabalhadores no mercado de trabalho e a
garantia de seus direitos.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[367]
GRUPO DE APOIO PARA ADULTOS COM LIMITAÇÕES NAS ATIVIDADES: AÇÕES PARA A
INCLUSÃO NO TRABALHO
MARTA AOKI 1; FÁTIMA CORREA
OLIVER 1; VANESSA ANDRADE CALDEIRA 2; ANA LUISA PALHARES SERGIO 1; ANA PAULA
MACHADO 1
1.USP, SÃO PAULO, SÃO PAULO, BRASIL;
2. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO, SP, SP, BR.
Palavras-chave: inclusão no trabalho; terapia ocupacional; direitos
Resumo: O exercício do direito ao trabalho para pessoas com
limitação na realização de atividades é desafio para a sociedade sendo
necessário criar propostas mais próximas a seu contexto sociocultural. Desde
2012, se realiza projeto de extensão de serviços à comunidade em Terapia Ocupacional
para apoiar pessoas com deficiências (PCD) e familiares de uma Unidade Básica
de Saúde (UBS) em iniciativas de inclusão no trabalho. O projeto propõe a
reflexão/ação entre os participantes sobre a inserção no mundo do trabalho.
Para tanto, estudantes bolsistas e profissionais realizaram amplo levantamento
de cursos profissionalizantes, empresas locais interessadas na contratação de
PCD, serviços de apoio à inclusão de PCD no trabalho e cooperativas sociais no
município; estudo do cadastro de pessoas com limitações nas atividades da UBS
identificando 139 pessoas (idades entre 18 e 60 anos). Destas, 26 pessoas (13
com deficiência intelectual, 3 com deficiência física e dificuldades
perceptivas, 3 com sofrimento psíquico, 2 deficientes auditivos, 1 deficiente
físico e 4 com dificuldades não especificadas) participaram de seis reuniões
sobre o tema. A maioria dos participantes está desempregada, grande parte nunca
trabalhou; apresenta baixo grau de autonomia na realização de atividades
cotidianas, está restrita ao ambiente familiar, deseja trabalhar e ser
reconhecida socialmente. As famílias compreendem a importância do trabalho para
as PCD, muitas vivenciam situação de pobreza e um sentimento de
insegurança/incerteza em relação às possibilidades de trabalhar esteve presente
nos seus discursos. Foram contatadas 40 empresas da região, 4 responderam
interessadas na contratação de PCD pela lei de cotas. A mediação junto às
empresas foi realizada por serviço estadual de apoio à inclusão de PCD no
mercado de trabalho. As empresas participaram de X encontros, apresentaram o
perfil de atribuições de postos de trabalho e desejavam uma resposta imediata
para colocação de PCD em seu quadro de funcionários, preocupadas em atender à
lei de cotas, mostraram-se despreparadas para receber PCD nos ambientes de
trabalho e procuravam “candidatos ideais” às suas condições de empregabilidade.
Os encontros com as PCD, pessoas em situação de sofrimento psíquico e
familiares mostram a necessidade de apoio intenso e articulado (da família, de
serviços de formação para o trabalho, das empresas, ou de outros projetos de
geração de renda) para que a inclusão no mundo do trabalho respeite as
singularidades dos sujeitos e também de composição de projetos alternativos
(emprego apoiado, cooperativa e economia solidária e de qualificação
profissional) que favoreçam o direito ao trabalho para essa população.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[369]
PROMOÇÃO À SAÚDE: TERAPIA
OCUPACIONAL EM OFICINA DO CORPO
ANA LUIZA DE MORAES VIEIRA
MINISTÉRIO DA SAÚDE, PORTO
ALEGRE, RS, BRASIL.
Palavras-chave: promoção; relaxamento; qualidade
Resumo: Terapia Ocupacional: Oficina do Corpo A Oficina do Corpo é
uma atividade de promoção em saúde do Serviço de Gestão de Pessoas/ Subsistema
Integrado de Atenção a Saúde do Servidor/ Vigilância e Promoção de Saúde do
Núcleo Estadual /RS. O objetivo principal é demonstrar a importância de um
momento de relaxamento durante a jornada de trabalho para a prevenção de
fadiga, de acúmulo de tensão e de dores musculares. Para tanto, o trabalho
consiste na prática de relaxamento muscular com técnicas de respiração e alongamento,
especialmente desenvolvidas para essa oficina. A prática da Terapia Ocupacional
preventiva tem um caráter de minimizar as tensões osteomusculares uma vez que
os servidores conservam na maioria do seu tempo uma única postura (sentado)
mantendo as estruturas musculares em uma mesma posição. Utiliza-se de música
como suporte para auxiliar na criação de um ambiente de tranquilidade. A
realização de atividade está programada para duas vezes na semana com
estimativa de comtemplar três grupos de servidores por dia. O inicio da
atividade foi em 14/03/2013 e até 18/06/2013 tivemos a participação de 88
servidores. Até o momento, totalizamos 20 sessões em dois ciclos de nove
sessões cada. O primeiro se caracterizou por oferecer um Relaxamento
relacionado à Conscientização do Corpo através do Movimento e o segundo como um
Relaxamento Muscular Progressivo. Ao final do primeiro ciclo fizemos um
levantamento informal para avaliar o nível de satisfação dos servidores.
Pedimos a vinte servidores que dessem conceitos e sugestões sobre o
desenvolvimento da atividade propriamente dita e o impacto da mesma na rotina
do trabalho. Observamos que os questionados em sua maioria se sentem
satisfeitos com a atividade e que todos sentem que a mesma colabora de forma
positiva na sua rotina laboral. As principais sugestões são: uma sala para a
realização das atividades ocupacionais em grupo, um ambiente adaptado para o
repouso e espaço com equipamentos específicos. Sendo assim, se conclui que a
ação preventiva aos distúrbios cinético-ocupacionais utilizando uma atividade
de relaxamento ministrada a grupos de servidores durante a jornada de trabalho
colabora no processo de manutenção da qualidade de vida.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[376]
A ATIVIDADE DO CONGO COMO EXPRESSÃO CULTURAL E SUA RELEVÂNCIA NA VIDA
DOS PARTICIPANTES, ATRAVÉS DO PRÓPRIO OLHAR, DA FAMÍLIA E DOS PROFISSIONAIS
BRÁULIA VALANDRO; MARIA DANIELA
CORREA DE MACEDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO
SANTO, VITÓRIA, ES, BRASIL.
Palavras-chave: cultura; pessoas
com deficiência; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: A cultura, estudada e entendida de diferentes
maneiras por diversos autores como Geertz, Kroeber e Kluckhohn, Santos não é
estagnada, passa por transformações através do tempo, levando as novas gerações
traços de suas vivências, de suas lutas, se adaptando as novas sociedades e
suas concepções. A dimensão cultural e a cultura como ações da Terapia
Ocupacional pode enfocar nesses espaços as relações, as alteridades, os modos
de vida, o cotidiano e a própria cultura como crucial para resoluções e
equacionamentos das necessidades dos sujeitos, das comunidades, populações e
grupos. Entendendo os diversos contextos culturais presentes no país e
consequentemente, no estado do Espírito Santo, e observando a expressividade do
Congo nesta localidade, buscou-se estudar o grupo de Congo da APAE
Cariacica/ES. Objetivo: Entender a
relevância e significado dos aspectos produzidos no projeto de Congo na vida de
pessoas com deficiência através de sua visão, da família e dos profissionais,
dando enfoque aos aspectos culturais. Metodologia:
Critérios de inclusão para pesquisa: Ser participante da Banda de Congo da
instituição APAE-Cariacica, independente da deficiência, idade ou sexo; e o
participante e seu familiar ter habilidade verbal e independência para
responderem as questões. A coleta será realizada por meio de entrevistas
semi-estruturadas, com roteiro de questões para os participantes, os
profissionais e os familiares. Resultados/Discussão:
A pesquisa está em andamento, assim como a coleta de dados. Pretende-se
apresentar o significado dos aspectos produzidos pelo projeto de Congo, além de
relatar importantes contribuições e aprendizados durante a observação do grupo.
Observou-se, até então, que o espaço da banda constitui-se como local de
protagonismo e participação social, sendo que nos ensaios e apresentações em
festas e eventos cada participante desempenha um papel de relevância cultural
para a comunidade, o município e o Estado. Outras questões relevantes que
surgirem no decorrer da pesquisa poderão ser levantadas e descritas pelos
pesquisadores, além das possíveis abordagens da Terapia Ocupacional em contexto
cultural e suas contribuições nesse processo.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[446]
SAÚDE OCUPACIONAL: CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL NAS PRÁTICAS DE
SAÚDE DO TRABALHADOR.
MARIA IRACEMA LINS DOS SANTOS;
GLEICIANE OLIVEIRA FAUSTINO; MARCICLÉA MACÊDO DE LIMA BATISTA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS
DA SAÚDE DE ALAGOAS, MACEIÓ, AL, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde do trabalhador; promoção
da saúde
Resumo: Introdução: A Terapia Ocupacional busca em sua prática
dentro da saúde do trabalhador prevenir e reabilitar possíveis adoecimentos e
acidentes relacionados ao trabalho, realizando inclusive reabilitação
profissional. Para isso, utiliza-se de recursos terapêuticos próprios para
recuperar e/ou potencializar as capacidades do trabalhador. Objetivo: Relatar as atividades
desenvolvidas nas práticas da disciplina de Terapia Ocupacional aplicada à
Saúde do Trabalhador, mostrando como o terapeuta ocupacional pode atuar nas
ações ligadas à organização e problemáticas do ambiente de trabalho. Metodologia: As aulas práticas foram
realizadas no complexo da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
(UNCISAL), junto aos funcionários da biblioteca, da Assessoria de Comunicação
(ASCOM) e do Centro de Patologia e Medicina Laboratorial (CPML), a princípio
foi estabelecido um contato terapêutico com os funcionários dos serviços;
identificaram-se as problemáticas a serem tratadas e definiu o processo de
orientação terapêutica por meio de atividades sócio-educativas. As atividades
estavam relacionadas a temas ligados a doenças ocupacionais, ginástica laboral,
equipamento de proteção individual (EPI), psicopatologia do trabalho e assédio
moral. Utilizaram-se alguns recursos como dinâmicas de grupos, conversas,
discursões, debates, conscientização corporal e reflexões. Inicialmente em cada
setor foram feitos esclarecimentos sobre os temas a serem abordados no dia, ao
final, sob a orientação das professoras responsáveis, eram realizados junto com
os funcionários, dinâmicas para melhor fixação do tema abordado e alguns
exercícios laborais. Discussão/Resultados:
Através deste trabalho verificamos que as aulas práticas realizadas na
biblioteca, na ASCOM e no CPML foram de grande importância, já que estes
setores não contam com o serviço de saúde ocupacional. Foi possível perceber
que os funcionários assimilaram de forma bastante satisfatória os temas
abordados, como também participaram ativamente das dinâmicas propostas pela
equipe, estimulando a reflexão do trabalhador sobre a organização do seu
trabalho, para que este não lhe traga desgaste físico e emocional. Considerações Finais: Desta forma
percebemos que a intervenção terapêutica ocupacional dentro da saúde do
trabalhador é uma área que vem em constante ascensão, contribuindo,
conscientizando e obtendo resultados satisfatórios, com o trabalho preventivo,
curativo e reabilitador, dentro de uma abordagem grupal objetivando
possibilitar a redução da fadiga, do cansaço, desgaste do trabalhador, acidente
de trabalho e o absenteísmo aumentando o conforto, a motivação, a produtividade
e a satisfação com o seu trabalho.
TERAPIA OCUPACIONAL NAS
POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E EMPREGO
[448]
BLITZ DA SAÚDE: TERAPIA OCUPACIONAL NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR
JULIANA COUTO ASSUNÇÃO; LAYS
CLÉRIA BATISTA CAMPOS; RAYANE AUREA DE MATTOS VILELA; CAMILA RUFINO PEREIRA;
DRIELLE PUJONI AMARAL DE PAULA; CIOMARA MARIA NUNES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS
GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
Palavras-chave: Saúde do trabalhador; terapia ocupacional; teatro
Resumo: Introdução: A rotina em um Hospital de Urgência e
Emergência de grande porte demanda trabalho com altos índices de carga de
trabalho físico, psíquico, cognitivo e social. As instabilidades da realidade
de trabalho aumentam os riscos que interferem na qualidade de vida manifestada
por absenteísmo, afastamentos ou mesmo acidentes ocupacionais. Esse contexto
justificou a criação de uma das ações de extensão da Terapia Ocupacional (TO).
Diante do desafio de solicitar aos profissionais que deixassem seus respectivos
postos de trabalho para participar de atividades de promoção da saúde e
prevenção do adoecimento, foram elaboradas intervenções volantes percorrendo
todos os setores do hospital por meio de teatro cômico, paródias e abordagens
diretas nos corredores. Essa ação se chamou “Blitz da Saúde da Terapia
Ocupacional”. Objetivo: Ações de
Educação em Saúde para promoção da saúde e prevenção do adoecimento no trabalho
em um hospital de Urgência e Emergência em parceria com a Comissão de
Biossegurança. Metodologia: Temas
definidos conjuntamente entre Terapia Ocupacional e o Comitê de Biossegurança
do Hospital. Eleitos os temas por prioridades relacionadas aos índices de risco
ou de afastamento e faltas no trabalho. Alguns dos temas foram: Higienização
das Mãos, Alongamentos, Uso do EPI, Fluxo de acidentes com perfuro-cortantes.
Foram aplicados questionários para levantar os comportamentos que poderiam
aumentar os riscos à saúde no trabalho antes do início das performances e
depois de finalizados os temas inicialmente eleitos para as ações. Resultados: O levantamento de antes e
depois dos questionários apresentou melhora de 15,66% com relação à adesão a
higienização das mãos. Cabe ressaltar que os trabalhadores do hospital dos
diferentes setores reconhecem a presença dos acadêmicos da Terapia Ocupacional
e podem ter seu comportamento modificado pela lembrança dos temas abordados. No
entanto, esse resultado também é favorável por induzir a modificação do
comportamento com menos riscos à saúde, objetivo primário das ações da Terapia
Ocupacional. Discussão/Considerações
Finais: São necessárias formas mais dinâmicas de abordagem de Educação em
Saúde. Houve aceitação dos profissionais durante as abordagens, sendo que o
Pronto Socorro (PS) e o Centro de Terapia Intensiva (CTI) foram os locais mais
desafiadores devido à tensão inerente desses setores. Já os setores
administrativos como Faturamento e Tecnologia da Informação foram mais
participativos. A abordagem direta, apesar de tratar de temas normativos,
também propiciou entrosamento e descontração com as estagiárias.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[502]
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL E A INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA: PROMOÇÃO DO
RETORNO AO TRABALHO
DANIELA DA SILVA RODRIGUES
UNB, CEILÂNDIA, DF, BRASIL.
Palavras-chave: saúde do trabalhador; ler/dort; retorno ao trabalho
Resumo: Introdução: O processo de retorno ao trabalho e de
não-retorno revela inúmeras incertezas e dificuldades por ser complexo, uma vez
que abarca expectativas individuais, organizacionais e sociais. A incapacitação
dos trabalhadores interage com aspectos físicos, afetivos e sociais, demandando
uma atenção terapêutica para resignificar o quadro de adoecimento. Nesse
sentido, a reabilitação profissional com o enfoque em intervenções terapêuticas
busca lidar com as incapacidades advindas de diferentes níveis de adoecimento. Objetivo: Resgatar a capacidade física
e/ou emocional para o trabalho e o empoderamento dos trabalhadores na busca por
condições laborais mais saudáveis. Metodologia:
Realização de um grupo terapêutico, com cinco trabalhadores de uma empresa do
setor metalúrgico de uma cidade do interior de São Paulo, centrado na
sintomatologia incapacitante decorrente da LER/DORT e de lesões da coluna
lombar. Neste espaço eram feitas atividades para verificar a capacidade
laborativa que o trabalhador apresentava ao realizar determinados movimentos,
os quais poderiam ser exigidos na execução da função no momento de seu retorno
ao trabalho; as possíveis limitações nas atividades cotidianas e as
possibilidades de adaptações; reflexões sobre o processo do trabalho e os
prováveis postos e setores de interesse para o retorno; mas também atividades
direcionadas ao reconhecimento de habilidades existentes e novas potencialidades;
o resgate do indivíduo enquanto sujeito de suas ações em seu processo de
tratamento e reabilitação, bem como a autonomia, a autoestima e discussão sobre
as estratégias de proteção da integridade física e emocional para o retorno ao
mercado de trabalho de maneira sustentável. Resultado: O índice de retorno desse grupo de trabalhadores foi de
20%, que ocorreu de maneira gradativa e saudável, após uma avaliação criteriosa
da compatibilidade do posto de trabalho, com base na ergonomia situada. A
função oferecida foi analisada in loco pelo analista e pelo trabalhador, cujo
papel fundamental é a validação do posto ofertado. Considerações Finais: a maior preocupação nesse processo é a de não
permitir que os trabalhadores retornem ao trabalho em funções apartadas das
expectativas emocionais e vazias de conteúdo, bem como zelar por um ambiente e
atividade compatíveis com as suas restrições. É de extrema importância que os
trabalhadores recebam o maior número de informações e apoio terapêutico para
que possa reconhecer seus limites em relação a si e ao meio, conscientizar-se
de suas potencialidades e de suas possibilidades de retornar ao trabalho ou
para um novo projeto de vida.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[504]
VIVÊNCIA NUM GRUPO DE MARISQUEIRAS REALIZADO POR ESTAGIÁRIAS DE TERAPIA
OCUPACIONAL, MACEIÓ-AL
LYSLAYNNE AMORIM TENÓRIO BARROS;
KAMILA GONZAGA NUNES; KÉZIA FRIAS PEREIRA DE MEDEIROS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS
DA SAÚDE DE ALAGOAS, MACEIÓ, AL, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; qualidade de vida; trabalho
Resumo: Introdução: Grupo, definido por Ballarin (2003) é um
conjunto de pessoas em relação umas com as outras. Sendo terapêutico, as
finalidades junto à clientela podem ser educativas ou de informação, reflexão e
suporte, onde o espaço terapêutico possibilita ao indivíduo sua tomada de
consciência como ser social (BOURGUINGNON, et al. 2012). Marisqueira é uma
profissão geralmente exercida por mulheres, cujo trabalho requer intenso esforço
físico e expõe a vários riscos ocupacionais, e muito comum em uma comunidade da
cidade de Maceió, onde o Estágio Supervisionado em Saúde Coletiva de Terapia
Ocupacional está inserido. Nessa perspectiva, é cabível a categoria realizar
ações de promoção e educação em saúde e convívio social. Objetivos: Orientar técnicas de ergonomia e de prevenção de
acidentes de trabalho, bem como suscitar a capacidade de empoderamento dessa
classe profissional. Metodologia:
Utilizou-se rodas de conversas nas discussões voltadas para Saúde do
Trabalhador e da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher e
técnicas de alongamento, durante dez encontros, de peridiocidade semanal, nos
meses de abril e maio de 2013. Resultados/Discussão:
As marisqueiras demonstraram no decorrer dos grupos realizados,
autovalorização, autoconhecimento e autocuidado, favorecendo reconhecimento do
indivíduo no exercício de sua potencialidade, possibilitando a satisfação
pessoal. Segundo Alves apud Paim (2003, p.568), o modelo de atenção ou modelo
assistencial “... é uma dada forma de combinar técnicas e tecnologias para
resolver problemas e atender necessidades de saúde individuais e coletivas”.
Tendo em vista que a política de prevenção de saúde é relativamente nova, não
estando ainda intrínseca na sociedade a consciência do que ela vem a oferecer,
a não adesão foi a primordial dificuldade encontrada na realização desse grupo.
Considerações Finais: Propõe-se uma
continuidade desta ação, pois possibilita às marisqueiras vivenciarem troca de
conhecimentos e adquirir uma percepção de sua importância no contexto a qual
está inserida – comunidade, família e gênero.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[517]
A INSERÇÃO DO TERAPEUTA
OCUPACIONAL EM UM PROJETO DE READAPTAÇÃO PROFISSIONAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
SABRINA DE MELLO RODRIGUES;
JULIANA DE OLIVEIRA BARROS; RENATA CORADINE MEIRELES; DANIELE RODRIGUEZ ZOLDAN;
SELMA LANCMAN
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; readaptação profissional;
multidisciplinariedade
Resumo: Introdução: A readaptação e reabilitação profissional
constituem-se como importantes desafios para as políticas públicas em saúde do
trabalhador. Atualmente, as ações neste âmbito permanecem exclusivamente sob
responsabilidade do Ministério da Previdência Social e, desta forma, poucas são
as iniciativas, por parte dos empregadores, destinadas à reinserção no trabalho
de pessoas que sofreram acidentes do trabalho ou adoeceram (no trabalho ou fora
dele) e adquiriram alguma restrição de saúde e/ ou laboral. Estudos apontam que
a transformação das situações de trabalho e a participação direta do
trabalhador com restrição nesse processo podem favorecer, não somente a
permanência deste no trabalho, mas também a prevenção de novos acidentes e
adoecimentos relacionados ao trabalho. Neste cenário, o terapeuta ocupacional,
por ter formação específica na análise das atividades humanas, destaca-se na
composição de equipes multiprofissionais que se proponham a desenvolver ações
nesse contexto. Objetivo: Refletir
acerca da participação de um grupo de terapeutas ocupacionais, vinculado a um
Programa de Residência Multiprofissional da Faculdade de Medicina da USP, em um
projeto piloto de readaptação profissional destinado aos servidores
técnico-administrativos da Universidade, desenvolvido em parceria com o Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). Metodologia: Trata-se de um relato de
experiência com relação a contribuição do terapeuta ocupacional junto a equipe
multidisciplinar do SESMT no processo de concepção, criação de estratégias e
fluxos de trabalho no referido projeto. Resultados/Discussão:
A equipe de terapeutas ocupacionais, ao subsidiar o desenvolvimento de sua
prática no princípio da integralidade e considerar a importância dos contextos
na determinação das necessidades dos sujeitos, favoreceu junto aos demais
membros da equipe multiprofissional, a incorporação de referenciais
considerados fundamentais para a resolutividade de programas de readaptação e
retorno ao trabalho, entre eles: o protagonismo do trabalhador restrito em
todas as etapas do processo e a necessidade de intervenção nas respectivas
situações de trabalho e não unicamente na patologia ou sequela apresentada pelo
trabalhador restrito. Considerações
Finais: A possibilidade de construção coletiva de um projeto de readaptação
profissional a partir do intercâmbio de conhecimento entre profissionais de
saúde e segurança no trabalho, tem sido de fundamental importância não apenas
para formação de terapeutas ocupacionais residentes, mas também para que seja
dada visibilidade a contribuição deste profissional no escopo das ações
desenvolvidas pelos SESMT.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[523]
“VIVER SEM DOR”: GRUPO FOCAL DE TERAPIA OCUPACIONAL PARA TRABALHADORES
EM HOSPITAL DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
JULIANA COUTO ASSUNÇÃO; JÚNIA
PINTO CORDEIRO; CAROLINA XAVIER ARRUDA; ALINE GONÇALVES GOMES; CIOMARA MARIA
NUNES
UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde do trabalhador; trabalho
grupal
Resumo: Introdução: O trabalho pode ter diferentes papéis na vida:
de identidade social e promoção da saúde ou de sofrimento e adoecimento. As
estatísticas do Ministério da Previdência Social apontam que em 2011 foram
registrados 423.167 acidentes típicos, 100.230 de trajeto e 15.083 doenças
relacionadas ao trabalho, evidenciando a importância das intervenções no campo
da saúde do trabalhador. As intervenções de saúde do trabalhador buscam
garantir condições e processos de trabalho seguros e que minimizem os agravos à
saúde decorrentes do trabalho. Juntamente com outros profissionais, o terapeuta
ocupacional faz parte da equipe de intervenções. Objetivo: Discorrer sobre o planejamento, execução dos atendimentos
e desfecho das intervenções grupais com trabalhadores de um setor hospitalar. Metodologia: Relato de experiência dos
grupos focais semanais realizados pela Terapia Ocupacional em um hospital de
Urgência e Emergência. O processo de avaliação foi composto por: exame físico
de amplitude de movimento, força, pontos dolorosos e sensibilidade, Inventário
Multidimensional da Dor (IMD), Questionário de Dor de McGill, Índice de
Capacidade para o Trabalho (ICT) e o Perfil de Saúde de Nottingham (PSN). Cada
sessão é programada em sequência de atividades: apresentação do tema, alongamentos,
dessenssibilização e vivência de atividade voltada para o tema e entrega de
objeto mnemônico e ficha de controle diário da dor. Essas intervenções fizeram
parte do Projeto de Extensão “Promoção da Saúde, Prevenção do Adoecimento e
Restauração da Capacidade para o Trabalho: Desenvolvimento Organizacional por
Análise e Intervenção Ergonômica e de Educação em Saúde”. Resultados/Discussão: Os atendimentos semanais tem duração de 1
hora, com a participação ideal de 8 a 12 trabalhadores. Os grupos do setor
Almoxarifado apresentaram faixa etária entre 24 e 50 anos, sendo necessária a
compreensão da organização do trabalho do setor hospitalar como trabalho
aditivo e não cooperativo, ou seja, cada um realiza sua “parte” no processo e o
trabalho de um influencia e/ou depende do outro. As vivências objetivaram
estratégias para minimizar as dores, reduzir o estresse ocupacional e promover
a saúde. Considerações Finais:
Existem muitas dificuldades para implementar ações de promoção da saúde em
ambientes de trabalho, em especial com trabalhadores de um hospital. Deixar o
trabalho, mesmo que por 1 hora semanal parece “interferir” no andamento do
ritmo de atividades dificultado por gerências e coordenações. Ao mesmo tempo,
aqueles que participaram se firmaram em seus direitos de cuidar da saúde e,
além da promoção da saúde, refletiram sobre as condições de trabalho e suas
relações profissionais.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[543]
INSERÇÃO SOCIAL PARA O TRABALHO: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM PACIENTES DO
CAPSAD DO DISTRITO FEDERAL
DANIELA DA SILVA RODRIGUES;
LUANNA ALVES CARVALHO; PALOMA DA SILVA TEIXEIRA; KAROLYNNE CORDEIRO DA SILVA;
DOUGLAS GABRIEL MAGALHÃES SOUSA
UNB, CEILANDIA, DF, BRASIL.
Palavras-chave: inclusão social; álcool; drogas
Resumo: Introdução: A inserção para mercado laboral voltada para
pacientes do CAPS ad integra a discussão sobre o papel que o trabalho
desempenha na vida das pessoas, como a promoção da identidade social, da
autoestima e do fortalecimento emocional dos usuários de álcool e outras
drogas. Objetivo: Promover a
inclusão ou reinserção para o mercado de trabalho dos pacientes do CAPS ad do
Guará-DF. Metodologia: Trata-se de
um estudo exploratório, com abordagem qualitativa, tendo como procedimento a
realização de um grupo terapêutico com a finalidade de um espaço coletivo para
discussões sobre o processo de inclusão. Participaram do grupo sete pacientes
que estavam em tratamento no CAPS ad, o qual foi organizado em oito encontros
semanais, com duração de 1h30 a 2h, a depender da temática desenvolvida em cada
sessão. As dinâmicas foram direcionadas para a discussão do autocuidado e a
autoestima; comunicação interpessoal e relacionamentos dentro do trabalho;
entrevista de emprego; autonomia e independência; o controle do comportamento;
e a cultura da inclusão social para o trabalho e as barreiras vinculadas è
empregabilidade. Resultados: os
debates fortaleceram os pacientes do grupo como sujeitos do seu próprio
processo e possibilitaram o resgate da confiança e o enfretamento das barreiras
sociais na inclusão para o trabalho. Mas também, apontaram a necessidade em se
discutir às maneiras de se fazer essa inserção, as prováveis vagas e as formas
de acompanhamento dos usuários dentro da empresa. Considerações Finais: O processo de inserção de usuários de álcool
e outras drogas não é uma tarefa fácil, pois se trata de uma população que
sofre com o estigma e com a exclusão social. Faz-se necessário criar
possibilidades e projetos de vida para além de um emprego com contrato formal
de trabalho, como propostas relacionadas à geração de renda, à economia
solidária ou aos trabalhos voluntários, com o foco na busca pelo resgate do
sujeito social e produtivo. Assim, esta problemática precisa ser entendida como
uma questão de saúde pública, com vista a avançar por caminhos concretos para
uma política transformadora.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[560]
O SINAN NET E A NOTIFICAÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO GRAVES EM RIO
CLARO
PAULA MÁRCIA GOMES NAVAS
CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO
TRABALHADOR DE RIO CLARO, SAO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: acidentes de trabalho; cerest; sinan
Resumo: Introdução: A vigilância em saúde do trabalhador foi
incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) na Constituição Federal de 1988.
Agravos em saúde e a acidentes de trabalho são investigados e os dados
coletados são armazenados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN NET). Este é um sistema constituído por um banco de dados gerenciado
pelo Ministério da Saúde - MS, alimentado a partir de informações coletadas
pelas Unidades de Saúde e transferidas para o nível Municipal, Estadual e
Federal. Estes dados são utilizados por serviços como unidades de saúde, vigilâncias
municipais e também pelos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador, a fim
de realizar a vigilância em Saúde do Trabalhador e entender a realidade
epidemiológica de determinada área geográfica. Objetivo: Realizar um mapeamento dos acidentes de trabalho graves
ocorridos nos municípios que estão sob-responsabilidade da vigilância do Centro
de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) de Rio Claro. Metodologia: Foram coletadas as
notificações de acidentes de trabalho graves na base de dados SINAN NET,
referentes à área de abrangência do Centro de Referência em Saúde do
Trabalhador do município de Rio Claro-SP, no período entre 2010 e 2012. Os
dados utilizados para caracterizar os acidentes de trabalho graves foram:
evolução clínica do acidente, tipo de acidente, gênero e faixa etária do
trabalhador e ramo de atividade do empregador. Resultados/ Discussão: O ano de 2011 foi um período de
recuperação, iniciado em 2010 e demonstrou crescimento nos setores da
construção civil e de bens de capital. Com este cenário econômico observa-se a
relação direta deles com os registros dos acidentes de trabalho grave fatais na
região de abrangência de Rio Claro. Considerações
Finais: A maioria dos acidentes de trabalho graves evoluiu clinicamente
para a cura e foram do tipo típico. Dentre os acidentes graves fatais a
prevalência foi maior no sexo masculino, na faixa etária dos 30 a 39 anos,
sendo os registros na área de transportes e construção civil os mais
frequentes. O ano de maior prevalência de acidentes fatais foi 2011.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[594]
MERCADO DE TRABALHO OU OFICINA DE TRABALHO?
MARCELA DOS REIS BIGATÃO; RENATA
TOSTA; MARINA FERNANDES SANTOS
SERVIÇO DE SAÚDE MENTAL DR.
CANDIDO FERREIRA, CAMPINAS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: trabalho;
inclusão; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: Na proposta da Reforma Psiquiátrica, onde a
doença cede espaço para a saúde, o asilamento cede espaço para a inclusão,
trabalho alienado para o trabalho escolhido/desejado/ significativo busca-se a
reinserção no mercado de trabalho, sendo esse trabalho no capitalismo ou na
economia solidária. Objetivo:
Descrever sobre um grupo terapêutico de inclusão no mercado de trabalho formal
para pessoas com transtorno mentais. Metodologia:
O grupo é aberto, acontece semanalmente, coordenado por terapeutas
ocupacionais, onde participam pessoas com transtorno metais graves e que buscam
ser inseridas no mercado de trabalho. A maioria é jovem entre 20 a 30 anos de
idade do sexo masculino, sem benefício/aposentadoria. Resultados: Nos encontros desses grupos os participantes trouxeram
alguns temas como: não saber o que gostam de fazer, onde e como procurar
emprego, como participar de uma entrevista, como tomar os remédios no trabalho,
como se valorizar, como adquirir os documentos como carteira de trabalho, CPF,
RG, etc. Podemos discutir essas temáticas em grupo, com atividades, simulações
de entrevista, confecção do currículo, etc. O grupo tem rotatividade de pessoas
pelo fato delas irem suprindo as necessidades no grupo, se encorajando a buscar
o emprego de seu interesse e se inserindo no mercado de trabalho. Também
exploramos o território para conhecermos locais de trabalho na comunidade. Discussão: Esses jovens trazem o desejo
de experimentar, de terem a independência financeira, assim o grupo pode
promover a descoberta de habilidades, aumento da autoestima e auto cuidado. O
trabalho, diferente da simples atividade, deve preencher uma finalidade e um
valor. A razão pela qual executamos algo está vinculada a quem somos e como
estamos no mundo. Reflete nossa auto-imagem, e nos agrega ou retira a
possibilidade de realização pessoal, de acordo com a utilização das
potencialidades e competências individuais. Alguns jovens irão se incluir no
mercado de trabalho e outros irão se incluir na economia solidária (oficinas de
trabalho) e isso depende das habilidades e oportunidades individualizadas. O
tipo de trabalho deve ser escolhido pelo sujeito e não direcionado pelos
terapeutas. Considerações Finais: A
exclusão do mercado de trabalho traz prejuízos pessoais e sociais por quem foi
acometido por um transtorno mental causando a marginalização social e a
fragmentação da autoestima. Nesse sentido promover a inclusão no trabalho
resgata a participação social, e o direito do sujeito escolher qual a forma de
trabalho adequada para sua habilidade.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, NOS PROGRAMAS E NAS AÇÕES
ARTÍSTICAS E CULTURAIS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS
[607]
RELATO DE EXPERIÊNCIA: PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA
COMUNITÁRIOS
PRICILA ARROJO DA SILVA;
CATIUSCIA ROSA MOREIRA; DANUSA MENEGAT; LUISIANA FILLIPIN ONÓFRIO; MICHELE
TRINDADE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.
Palavras-chave: Centro de convivência; saúde do idoso; terapia
ocupacional
Resumo: Introdução: o presente trabalho foi elaborado na disciplina
de saúde do idoso do curso de Terapia Ocupacional. Com a proposta da construção
de um projeto para implantação de um centro de convivência comunitário,
enfatizando a necessidade da população idosa. Compreendendo que os idosos são
um dos sujeitos que mais sofrem com a exclusão social, percebemos a importância
de oferecer a esses sujeitos espaços de convivência, cultura e lazer. Objetivos:
objetiva-se com esse trabalho relatar a experiência desenvolvida na disciplina.
Metodologia: o projeto foi desenvolvido em horários extras, fora da disciplina.
Primeiramente foi estudada a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, as
políticas públicas de atenção básica e o Plano Nacional de Cultura. Após, foi
realizado projeto virtual com os ambientes propostos no centro de convivência.
A proposta foi apresentada em sala de aula e discutida com fundamentação
teórica a importância dos centros de convivência na comunidade. Resultados/ Discussões: este espaço
acolhedor e social dos centros de convivência possui a possibilidade de
promover saúde e também evitar ou contornar a exclusão social. Além de
possibilitar a participação da pessoa idosa nos espaços da comunidade, o centro
de convivência amplia a participação dos diversos sujeitos, incluindo também as
pessoas com deficiência, já que o centro de convivência foi proposto com toda a
equiparação de acessibilidade respeitando a diversidade humana. Considerações
Finais: As instalações de Centro de Convivência nas comunidades poderão
proporcionar a ampliação das redes sociais dos sujeitos e uma significativa
melhora na qualidade de vida. A experiência prática e reflexiva durante a
disciplina proporcionou as alunas empoderamento em relação aos direitos da
população idosa, ampliação do conceito de saúde e qualidade de vida. Dessa
foram, qualificando a formação acadêmica a pensar nos sujeitos como pessoas de
direitos para no futuro serem profissionais críticos em relação às demandas dos
sujeitos atendidos pela Terapia Ocupacional.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[619]
ASPECTOS RELACIONADOS AO AFASTAMENTO DE BANCÁRIOS POR LER/DORT: UM
ESTUDO QUALITATIVO
CAMILLA ZAVARIZZI 1 ; MARIA DO
CARMO BARACHO DE ALENCAR 2
1.NAPNE, TABOÃO DA SERRA, SP,
BRASIL; 2.UNIFESP, SANTOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: licença médica; transtornos traumáticos
cumulativos; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: Por volta dos anos 60 e 70 ocorreu a
reestruturação produtiva, sendo o setor financeiro brasileiro um dos pioneiros
em adotar a automação e informatizar-se. O trabalho, teoricamente seria mais
fácil e mais produtivo, no entanto, as mudanças em geral que ocorreram não
contribuíram para uma melhora relativa à saúde do trabalhador, pois aspectos
como as exigências de alta produção e cumprimento de metas, longas jornadas de
trabalho, entre outros, vem contribuindo para o adoecimento por LER/DORT junto
à esses trabalhadores, entre outras formas de adoecimento. Objetivo: Investigar sobre aspectos do afastamento do trabalho por
LER/DORT, de trabalhadores do setor bancário, atendidos no Centro de Referência
em Saúde do Trabalhador-CEREST, Santos-SP, e relações com condições e aspectos
da organização do trabalho. O estudo é exploratório, descritivo e qualitativo. Métodos: Foram analisados dados de 206
prontuários de sujeitos atendidos no CEREST-Santos de janeiro a dezembro de
2010, e com diagnósticos clínicos definidos e estabelecidos para transtornos
dos tecidos moles, pela Classificação Internacional de Doenças-CID-10.
Posteriormente foram selecionados os sujeitos do setor bancário, e que
estiveram ou estavam em situação de afastamento do trabalho. Foi elaborado um
roteiro para as entrevistas semiestruturadas. As entrevistas tiveram uma
duração média de 60 minutos, e foram gravadas e transcritas na íntegra para
análise de conteúdo por categorias (BARDIN, 2010). Resultados: 17,9% (n=37)
sujeitos tinham transtornos dos tecidos moles, sendo que 21,6% (n=8) eram do
setor bancário. Cinco sujeitos participaram do estudo com idade entre 40 e 62
anos, sendo quatro do gênero feminino e um do gênero masculino. Em relação à
escolaridade três possuíam ensino superior concluído e dois com ensino superior
incompleto. Quanto à profissão: 2 gerentes, 1 subgerente e 2 caixas bancários.
Nos depoimentos, foram encontrados aspectos como: ritmo intenso e
repetitividade, humilhações em reuniões, exigências para o cumprimento de
metas, sintomas osteomusculares no trabalho, medo do desemprego, entre outros. Considerações Finais: Alguns aspectos
das condições e organização do trabalho bancário geravam desgaste físico,
mental e sofrimento, indicando relações com os processos de adoecimento e
afastamentos do trabalho. Considerando então, que o trabalho pode ser gerador
de doenças e sofrimento, e que pode causar rupturas e limitações no cotidiano
de vida, a Terapia Ocupacional tem importante papel no processo terapêutico
junto aos trabalhadores e às diversas situações.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[653]
REABILITAÇÃO DE MÃO: RELATO DE INTERVENÇÃO DE TERAPIA OCUPACIONAL EM UM
CASO DE TRAUMA EM POLEGAR DIREITO
DANIELE DORNELLES BENDER; MICHELE BERGMAN
MATTOSO; BRUNA LUISA DE QUADRO BIGLIARDI; NICOLE RUAS GUARANY UFPEL, PELOTAS,
RS, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; reabilitação de mão; acidentes
de trabalho
Resumo: No Brasil os acidentes de trabalho possuem expressiva
morbidade e constituem-se como um problema importante para a saúde pública do
país. Os agravos relacionados ao trabalho representam aproximadamente 25% das
lesões por causas externas atendidas em serviços de emergência e mais de 70%
dos benefícios acidentários da Previdência Social. A Terapia Ocupacional busca reabilitar
indivíduos que sofrem acidentes de trabalho objetivando o retorno às atividades
produtivas e cotidianas de forma independente. O objetivo deste estudo é
demonstrar a intervenção da Terapia Ocupacional em paciente com perda da função
do polegar direito após lesão cortante com perda de substância da polpa
digital. Utilizou-se anamnese, avaliação de Terapia Ocupacional e
fotos/filmagem dos atendimentos realizados. Oito atendimentos semanais foram
realizados. Paciente feminino, 42 anos, destra, auxiliar de cozinha em
restaurante. Diagnóstico de perda de funcionalidade em polegar direito após
lesão com material cortante devido a acidente de trabalho no mês de setembro de
2012. Apresenta diminuição de força de pinça digital e polpa-polpa. Não realiza
preensão digital, polpa-polpa e tripude. Não realiza adução ativa do polegar,
somente passiva. Apresenta hipersensibilidade, principalmente na extremidade da
falange distal da polpa do polegar. Apresenta cicatriz com aderência na região
da articulação metacarpofalangiana do primeiro dedo o que dificulta a
movimentação ativa do polegar. Nas Atividades de Vida Diária apresenta
dificuldade na alimentação, não consegue descascar e cortar alimentos. Na
higiene realiza grande parte das tarefas com o membro superior esquerdo e o
direito como apoio. Paciente está afastada do trabalho desde o acidente.
Durante os atendimentos, foram realizadas atividades de mobilização passiva do
dedo afetado, atividades de dessensibilização com materiais diversos como
algodão, pincéis e flocos de isopor, materiais para a movimentação ativa do
polegar como power web e bolinhas de borracha, adaptação de materiais com
engrossador de talheres, escova de dente, faca de cozinha e descascador de
alimentos confeccionado com EVA e ventosa para cicatriz. Após a intervenção
terapêutica notou-se grandes avanços na realização das atividades cotidianas,
como alimentação e higiene, segundo relato da paciente as adaptações
facilitaram a realização destas atividades. Paciente referiu diminuição de hipersensibilidade
e verificou-se melhora na amplitude de movimento do polegar. Os resultados
deste estudo demonstram a importância da intervenção terapêutica ocupacional
para auxiliar no processo de reabilitação das lesões de mão e promover o
retorno destes pacientes ao trabalho.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[655]
SABONETERIA: UMA OFICINA DE GERAÇÃO DE RENDA? RELATO DE EXPERIÊNCIA EM
UM CAPS DE CAMPINAS/SP
KARINA MENEGUETTI; MARCELA DOS
REIS BIGATÃO; MARINA FERNANDES SANTOS
CAPS III DAVID CAPISTRANO DA
COSTA FILHO, CAMPINAS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: Geração de renda; caps ; economia solidária
Resumo: Introdução: O processo da reforma psiquiátrica requer a
implementação de políticas públicas que garantam a inserção laboral de pessoas
com transtorno mental, no entanto esse é um dos grandes desafios para a
intervenção em saúde mental e que apesar de todos os progressos, mudanças de
paradigmas e práticas voltadas para a reabilitação psicossocial, a inclusão
no mercado de trabalho é ainda uma importante barreira a ser transposta.
Pensando no valor do trabalho enquanto prática que integraliza e legitima o
indivíduo, duas terapeutas ocupacionais pensaram na criação de uma oficina de
geração de renda, que aumentaria os espaços de atuação social e autonomia para
os nossos usuários; tendo em vista que na economia solidária o objetivo é
desenvolver uma forma de economia mais justa que tem como característica a
igualdade e a solidariedade. Objetivo:
Trazer reflexões sobre a viabilidade de uma oficina de geração de renda no
contexto de um CAPS III e sobre a importância da economia solidária para
inserção laboral de pessoas com transtorno mental. Metodologia: A oficina é realizada semanalmente, com duração de 1
hora e 30 minutos, coordenado por duas terapeutas ocupacionais. Atualmente
conta com 6 usuários e eventualmente temos a participação de pessoas em
hospitalidade integral (internação). Nessa oficina confeccionamos sabonetes
artesanais e todo o processo tem participação dos usuários, desde a escolha dos
ingredientes que serão utilizados, o formato do sabonete e a embalagem do
produto. Discussão: A oficina
acontece há dois anos e por se tratar de uma oficina de trabalho, assuntos
relativos a essa tema são tratados. Todo o processo de confecção do sabonete
tem participação ativa do usuário, além de discutirmos as melhores formas de
comercialização do produto e as possibilidades para investimento do lucro
obtido com a venda. Além disso, participamos mensalmente de uma supervisão de
geração de renda que se propõe a pensar sobre os conceitos da economia
solidária e nos processos de trabalho. Após esse período de realização da
oficina algumas inquietações foram surgindo, o CAPS III é o local ideal para as
oficinas de geração de renda?, e quando a oficina de geração de renda não gera
renda?, porque usuários com mais autonomia deixam de participar da oficina?
Esses questionamentos nos fazemos regularmente e nos impulsiona a repensar
nossa prática. Considerações Finais:
O projeto de geração de renda tem sem apresentado como importante recurso de
inserção laboral e conquista de cidadania e autonomia para as pessoas com
transtorno mental, porém essas experiências ainda são frágeis e com poucas
condições de, efetivamente, gerar renda aos usuários.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[657]
CARACTERIZAÇÃO DE SERVIDORES COM DEFICIÊNCIA DE UMA IFES ATRAVÉS DO
OLHAR DA TERAPIA OCUPACIONAL
CRISTINA YOSHIE TOYODA1; MARIANA
SEABRA DA SILVA2; MIRYAM BONADIU PELOSI3
1.UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
UNESP CAMPUS DE MARÍLIA, MARÍLIA, SP, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL
FLUMINENSE, NITERÓI, SP, BR; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ, RJ, BRASIL.
Palavras-chave: terapia
ocupacional; tecnologia assistiva; saúde do trabalhador
Resumo: A Terapia Ocupacional visa habilitar pessoas a se engajarem
nos papéis, tarefas e atividades que têm um significado para as mesmas no seu
cotidiano e que definem suas vidas, incluindo o trabalho. A ideia de Paradigma
de Suporte enfatiza a necessidade de não apenas preparar a pessoa com
deficiência, mas também o ambiente. Assim, os recursos de Tecnologia Assistiva
(TA) tornam-se não só uma opção, como muitas vezes, um imprescindível
instrumento de trabalho para a pessoa com deficiência. O objetivo geral do
estudo foi caracterizar servidores com deficiência de uma IFES do estado do Rio
de Janeiro através do olhar da Terapia Ocupacional, ou seja, verificando sua
funcionalidade, autonomia e satisfação. Os sujeitos do estudo foram nove
servidores e os instrumento a Medida de Independência Funcional (MIF);
Checklist para análise das condições do posto de Trabalho ao Computador e
entrevista semi-estrtuturada. Os resultados mostraram que 1,32% dos servidores
técnico-administrativos que ingressaram na IFES entre 2000 e 2012 entraram
pelas vagas destinadas às pessoas com deficiência e que, dos casos estudados 6
participantes obtiveram scores de independência modificada e 3 de independência
total na MIF. Quanto ao posto de trabalho verificado pelo Checklist: um posto
foi classificado com condições ergonômicas boas e os demais como razoáveis. Os
dados da entrevista mostraram que dos nove entrevistados, sete fazem uso de TA
no seu cotidiano, somente um utilizava um recurso específico para o trabalho e
todos se mostraram satisfeitos com seu desempenho e achavam que não
necessitavam de outros recursos. Os servidores entrevistados tinham
deficiências leves e alto nível de escolarização, destoando do que aparece
frequentemente na literatura, porém, nenhum deles, teria ingressado na
universidade sem a “Lei de Cotas”. No entanto, devido ao pequeno número da
amostra, não é possível afirmar que pessoas com deficiências leves, caso
tentassem o ingresso pela ampla concorrência, seriam reprovadas por terem sido
prejudicadas por suas deficiências no momento do concurso, ou se só iriam
engrossar o imenso grupo de pessoas qualificadas que são reprovadas em
concursos públicos. Questiona-se, então, que esta lei pode estar beneficiando
apenas uma parcela muito específica das pessoas com deficiência. Assim, é
urgente uma política mais ampla, que continue protegendo as pessoas com
deficiências leves, mas com olhar focado, especialmente, para as pessoas com
deficiências moderadas e graves para que estas possam ingressar no mercado de
trabalho e, assim, exercer sua cidadania.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[716]
REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL PELO TRABALHO SOB A PERSPECTIVA DA TERAPIA
OCUPACIONAL
GÉSSICA DANIELLE MENDONÇA NEVES1;
CAMILA YALLI MALAQUIAS SILVA1; JANAINA DOS SANTOS SILVA2; JULIANA DOS SANTOS
AURELIANO VIANA1; ANA KARLA CAVALCANTE FERREIRA3
1.UNIVERSIDADE DE CIÊNCIAS DA
SAÚDE DO ESTADO DE ALAGOAS, MACEIÓ, AL, BRASIL; 2.CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES
DE MACEIÓ, MACEIO, AL, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, MACEIO, AL,
BRASIL.
Palavras-chave: saúde mental; reabilitação; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: O indivíduo é julgado apto para o exercício do
trabalho a partir de suas capacidades mentais, sendo ignorados aqueles que
possuem alterações que comprometem o resultado final do produto ou serviço
prestado. Desta forma, o doente mental se encontra em desvantagem econômica e
social, pois a sociedade não enxerga espaços para sua atuação profissional, já
que o estigma sofrido por eles encontra terreno no discurso de há perigo
eminente em seu convívio social. É importante constatar que a exclusão do
trabalho traz danos pessoais e sociais na vida de quem foi acometido por
transtorno mental. Portanto faz-se necessário inserir diante do contexto de
reabilitação psicossocial, uma forma de produção que se diferencie do que é
exigido pelo sistema capitalista, já que este enfatiza a normalidade e produtividade.
Assim, o trabalho solidário vem como propiciador de uma nova concepção de
economia, visando o enfrentamento dos processos de exclusão social e degradação
das condições de trabalho, bem como sua precarização, pois o louco passa a ser
trabalhador solidário e com isso, consegue assumir papel de cidadão no mundo
social, passando a gerir suas ações e sendo autor de sua própria história. Objetivo: Explanar sobre o estigma
sofrido pelo doente mental, a necessidade de inserção deste no campo de
trabalho e as vantagens do trabalho solidário para este público constatando
importância da atuação terapêutica ocupacional junto a eles. Metodologia: Foi realizada uma revisão
literária, através de livros da Biblioteca da Universidade Estadual de Ciências
da Saúde de Alagoas e através de artigos científicos do banco de dados SciELO
publicados entre os anos de 1997 e 2010. Resultados/Discussões:
Os estudos encontrados apontam que o trabalho é uma grande fonte de
reinserção social do doente mental. Além disso, foi encontrado que a Terapia
Ocupacional muito tem a acrescentar no processo de reinserção social pelo
caráter histórico e prático da profissão que remete à utilização do
trabalho/ocupação como meio de reabilitação psicossocial. Considerações Finais: A promoção das relações de solidariedade e
trabalho coletivos são questões que podem ser engajadas dentro da política de
Economia Solidária. Deste modo, a vinculação da Economia Solidária com saúde
mental possibilita a transformação do sofrimento mental em criatividade, o que
favorece o reestabelecimento da saúde. A Terapia Ocupacional é, então,
facilitadora deste processo de reinserção social, pois através de seus saberes,
propicia o reestabelecimento das funções sociais, de trabalho e lazer, passando
então a reassumir o lugar social que antes ocupara, seja no trabalho, família
ou nos grupos sociais.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[721]
GERAÇÃO POA: 15 ANOS DE HISTÓRIA
CARMEN VERA PASSOS FERREIRA; ANA
PAULA MACHADO VIDAL; LEILA BOTELHO SENNA; KATIA SALETE BARFKNECHT
PMPA, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.
Palavras-chave: trabalho; inclusão; saúde
Resumo: O Geração POA, serviço da rede atenção psicossocial do
município de Porto Alegre, tem como foco a reabilitação psicossocial,
promovendo ações em saúde, trabalho, educação e inclusão social. Tem como
objetivos estimular o desenvolvimento de atividades, trocas sociais e reflexão
sobre as perspectivas do mundo do trabalho, incentivar o desenvolvimento de
grupos de geração de renda na comunidade, efetivando e ampliando os benefícios
do trabalho na saúde mental, bem como investir na oportunidade de acesso do
sujeito ao trabalho formal e da economia solidária. Ações que são realizadas
por meio de acolhimento, oficinas de trabalho, oficinas de expressão e arte,
grupos, cursos, incubação de grupos de gestão solidária e atividades externas,
parcerias intersetoriais, entre outros, que ampliem os espaços de circulação na
cidade e incidam na inclusão social dos seus participantes. No ano em que se
comemora 15 anos de trajetória do Geração POA, entendemos que sua metodologia
de Oficinas, além de ser facilitadora da expressão do sujeito, promove a
interação com o social, discute e reflete as relações do processo de trabalho,
não o reproduzindo como ato alienante e promotor de adoecimento. O trabalho tem
sentido para além das relações técnicas de produção, incidindo nas relações culturais
e sociais, identitárias de indivíduos e de sua rede de relações. Nesse contexto
a concepção do trabalho coletivo e solidário, desenvolvida no GerAção POA tem
avançado na construção do lugar do trabalho enquanto possibilitador de inclusão
social, compondo a rede de reabilitação psicossocial do município. O
investimento na qualificação do acolhimento e atendimento em saúde mental no
âmbito do Sistema Único de Saúde investimento constante do serviço. Muito se
avançou nas últimas décadas com o advento da reforma psiquiátrica quanto à
inclusão no mercado do trabalho das pessoas com transtornos mentais, mas muitos
são os desafios que ainda temos que enfrentar. O estabelecimento de um marco
legal, o fomento para os empreendimentos, a potencialização ‘da intersetorialidade,
o trabalho articulado em rede e o estigma da doença mental são alguns destes
desafios para a consolidação de uma política pública nesta área.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[722]
AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE E A TERAPIA OCUPACIONAL: RELATO DE
EXPERIÊNCIA DE UM ESTÁGIO
GEÓRGIA CAMILA DE FARIA; TALITA
MIRELE VITAL; BEATRIZ GIRÃO ENES DE CARVALHO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO
MINEIRO, UBERABA, MG, BRASIL.
Palavras-chave: agentes comunitários de saúde; terapia ocupacional;
saúde do trabalhador.
Resumo: Introdução: O Ministério da Saúde criou o Programa de Saúde
da Família (PSF), com o objetivo de reestruturar a prática assistencial no
Brasil e promover a saúde das famílias, priorizando o trabalho
multidisciplinar. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) formam uma força de
trabalho expressiva e seu papel é de grande importância, pois, liga a população
aos serviços de saúde, sendo membros da comunidade atendida, conhecem e
enfrentam as mesmas dificuldades de acesso e resolutividade que ocorrem no SUS.
Por outro lado, tornam-se integrantes nem sempre reconhecidos legitimamente, de
uma equipe de saúde em que os processos de trabalho muitas vezes reproduzem a
divisão social, dificultando seu desempenho laboral, levando a uma diminuição
da qualidade de vida. A partir disso percebeu-se a importância da realização de
um trabalho com os ACS abrindo espaço para a escuta ativa e fortalecimento dos
laços entre a equipe. Objetivo: O
objetivo do grupo é desenvolver a consciência sobre a importância do trabalho
em equipe, aumentar a auto-estima e senso de autoeficácia, potencializar a
capacidade de resiliência e resolução de problemas no trabalho. Método: Foram
realizadas 8 intervenções que possibilitavam aos ACS expressarem seus
principais problemas e angústias frente ao cotidiano em relação ao trabalho e a
vida pessoal. Como estratégias utilizamos dinâmicas que favoreciam a
descontração, a interação social, a discussão e a reflexão de assuntos dos cotidianos
que interferiam em sua qualidade de vida. Resultados/Discussão:
Nas intervenções percebemos que os ACS se sentiam desamparados, desmotivados e
descrentes sobre a efetividade de seu trabalho, diziam não serem ouvidos pelos
outros profissionais e sentiam que as suas solicitações a cerca dos problemas
da comunidade não eram atendidas. Aos poucos o grupo percebeu uma falta de
diálogo aberto entre eles e os outros profissionais e que isso interferia de
modo direto em suas vidas particulares. As intervenções proporcionaram o
fortalecimento do grupo, trabalhando a elaboração de sentimentos gerados pelas
ações de ambas as partes. Considerações
Finais: Ao fim do estágio observamos o quanto às intervenções de Terapia
Ocupacional com os ACS foram importantes para o fortalecimento do grupo,
criando um espaço de escuta, suporte e reflexão proporcionando um maior
incentivo para o trabalho, aumentando a autoestima, a descontração no ambiente,
o empoderamento, o resgate de projetos de vida e a conscientização sobre a importância
de se cuidarem para que possam cuidar do próximo.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[733]
PROJETO CAPACITAR: INVESTINDO NA INCLUSÃO SOCIAL PELO TRABALHO FORMAL
CARMEN VERA PASSOS FERREIRA1 ;
FRANCILENE NUNES RAINONE1 ; ADRIANE DA SILVA1 ; JUSSARA NUNES ORTIZ1 ; SANDRA
SOARES2
1.PMPA, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL;
2.APRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.
Palavras-chave: trabalho;
inclusão; saúde
Resumo: No contexto atual, parece indispensável refletir sobre a
inclusão social de pessoas com transtorno mental grave. Enquanto soluções
legislativas fornecem importante apoio à inclusão social, as pesquisas mostram
que sua plena implementação continua a ser problemática e um desafio aos
profissionais. A prática no campo da atenção psicossocial neste contexto vem
demonstrando que além de refletir é possível implementar e sustentar um
trabalho de inclusão com objetivos de contribuir nas Políticas Públicas, bem
como nas discussões no campo legislativo ampliando o debate com dados da
prática. Através de um processo de capacitação, acompanhamento e estágio, foi
construído um conjunto de estratégias com vistas a viabilizar a inclusão social
das pessoas com transtorno mental grave pela via do trabalho formal. No final
do ano de 2008, formou-se um grupo de trabalho, integrando profissionais da
área da saúde e instituições de diferentes setores da comunidade, em parceria
interinstitucional, para discussão e elaboração de uma proposta que
contribuísse para a inclusão destas pessoas. Foi constituído o Projeto Piloto
Capacitar, que através do acompanhamento dos profissionais, familiares e
instituições comunitárias, que tem como meta central provocar um processo de
discussão na sociedade, buscando afirmar o direito das pessoas com transtornos
mentais ao mercado formal de trabalho. A metodologia do trabalho foi construída
passo a passo no decorrer do processo, sendo composta de atividades que deram
sustentação ao trabalho no cotidiano como, constituição de parcerias
intersetoriais, encontros mensais com alunos, familiares e entidades parceiras,
apoio e oficinas de sensibilização com professores e orientadores das entidades
formadoras, articulação com profissionais da rede de atenção, sistematização
das atividades desenvolvidas e aplicação de instrumentos de avaliação e
acompanhamento. Obteve-se também como resultados do curso de qualificação o bom
aproveitamento nas disciplinas, tanto teóricas como práticas, a participação
efetiva dos familiares, a boa receptividade dos colegas de trabalho na parte
prática e, principalmente, mudança significativa na postura dos alunos durante
o transcorrer do curso o que nos levou a investir na formação de novas turmas.
Com este projeto trabalhamos com a potencialidade do trabalho
interinstitucional e inclusivo na rede de reabilitação psicossocial.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[733]
PROJETO CAPACITAR: INVESTINDO NA INCLUSÃO SOCIAL PELO TRABALHO FORMAL
CARMEN VERA PASSOS FERREIRA 1;
FRANCILENE NUNES RAINONE 1; ADRIANE DA SILVA 1; JUSSARA NUNES ORTIZ 1; SANDRA
SOARES 2
1.PMPA, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL;
2.APRS, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.
Palavras-chave: trabalho;
inclusão; saúde
Resumo: No contexto atual, parece indispensável refletir sobre a
inclusão social de pessoas com transtorno mental grave. Enquanto soluções
legislativas fornecem importante apoio à inclusão social, as pesquisas mostram
que sua plena implementação continua a ser problemática e um desafio aos
profissionais. A prática no campo da atenção psicossocial neste contexto vem
demonstrando que além de refletir é possível implementar e sustentar um
trabalho de inclusão com objetivos de contribuir nas Políticas Públicas, bem como
nas discussões no campo legislativo ampliando o debate com dados da prática.
Através de um processo de capacitação, acompanhamento e estágio, foi construído
um conjunto de estratégias com vistas a viabilizar a inclusão social das
pessoas com transtorno mental grave pela via do trabalho formal. No final do
ano de 2008, formou-se um grupo de trabalho, integrando profissionais da área
da saúde e instituições de diferentes setores da comunidade, em parceria
interinstitucional, para discussão e elaboração de uma proposta que
contribuísse para a inclusão destas pessoas. Foi constituído o Projeto Piloto
Capacitar, que através do acompanhamento dos profissionais, familiares e
instituições comunitárias, que tem como meta central provocar um processo de
discussão na sociedade, buscando afirmar o direito das pessoas com transtornos
mentais ao mercado formal de trabalho. A metodologia do trabalho foi construída
passo a passo no decorrer do processo, sendo composta de atividades que deram
sustentação ao trabalho no cotidiano como, constituição de parcerias
intersetoriais, encontros mensais com alunos, familiares e entidades parceiras,
apoio e oficinas de sensibilização com professores e orientadores das entidades
formadoras, articulação com profissionais da rede de atenção, sistematização
das atividades desenvolvidas e aplicação de instrumentos de avaliação e
acompanhamento. Obteve-se também como resultados do curso de qualificação o bom
aproveitamento nas disciplinas, tanto teóricas como práticas, a participação
efetiva dos familiares, a boa receptividade dos colegas de trabalho na parte
prática e, principalmente, mudança significativa na postura dos alunos durante
o transcorrer do curso o que nos levou a investir na formação de novas turmas.
Com este projeto trabalhamos com a potencialidade do trabalho
interinstitucional e inclusivo na rede de reabilitação psicossocial.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[746]
FORTALECIMENTO PARA O TRABALHO: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UM CENTRO DE
ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
KARINE KRAMECK 1; ALINE COSTA DE
SOUSA KAWAMURA 1; LENEDI DE PAULA PEREIRA 1; MILTON CARLOS MARIOTTI1;
CRISLAINE ANDOLFATO 2
1.UFPR, CURITIBA, PR, BRASIL; 2.CENTRO DE ATENÇÃO
PSICOSSOCIAL II, PINHAIS, PR, BRASIL.
Palavras-chave: retorno ao trabalho; saúde mental; terapia
ocupacional
Resumo: Introdução: A inclusão no trabalho da população com
transtorno mental é, atualmente, um dos principais desafios a serem enfrentados
para a integração social efetiva desses sujeitos. Ressalta-se que aqueles que
não possuem essa atividade em seu repertório perdem um recurso valioso de apoio
social e desenvolvimento pessoal, o que afeta diretamente a qualidade de vida
dessa população. Objetivo:
Sensibilizar e fortalecer usuários com transtorno mental em tratamento em
serviço de saúde para a retomada de atividades laborais. Metodologia: Em estágio de prática autônoma, discentes do curso de
Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná desenvolveram um projeto
de intervenção junto a usuários de um Centro de Atenção Psicossocial, da região
metropolitana de Curitiba-PR, a fim de facilitar o processo de reinserção e
engajamento no trabalho por essa população. Participaram do projeto onze usuários
com idade produtiva e interesse em retomar atividades de trabalho. Através da
abordagem de grupo, buscou-se fomentar discussões críticas-reflexivas entre os
participantes referentes a conteúdos individuais e ambientais que se configuram
como barreiras e/ou facilitadores para o retorno e engajamento no trabalho. Resultados/Discussão: Destaca-se que os
usuários trouxeram à discussão pautas relacionadas à falta de iniciativa para a
realização de atividades de trabalho, devido a experiências prévias negativas,
ausência de expectativas futuras e sentimentos desfavoráveis relacionados à
própria capacidade e eficiência. As questões relacionadas a barreiras
ambientais foram debatidas, principalmente em relação aos desafios enfrentados
para a inclusão laboral da população com transtorno mental, exemplificados
pelas novas exigências do mercado de trabalho: a organização capitalista e com
foco lucrativo da nossa Sociedade, e o estigma negativo atribuído à população
de Saúde Mental. Nesse sentido, foi possível aos usuários expressar opiniões e
debater assuntos pertinentes para a reflexão crítica sobre o processo de
inserção e permanência no ambiente de trabalho. Considerações Finais: O terapeuta ocupacional utiliza as atividades
humanas como meio de investir no poder de atuação do sujeito na Sociedade. O
trabalho é reconhecido, deste modo, como um dos principais elementos que mantém
a qualidade de vida e a saúde do indivíduo, além de proporcionar independência
financeira, desenvolvimento pessoal e o alcance de bens e serviços. Todavia, a
Sociedade possui papel fundamental na perpetuação das barreiras que reforçam a
exclusão que a população com transtorno mental vem sendo submetida, o que
dificulta a aceitação e o reconhecimento das capacidades desses indivíduos.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[759]
PROJETO INSERIR: ACOMPANHAMENTO
DE PORTADORES DE ESQUIZOFRENIA NO MERCADO DE TRABALHO
LARISSA MARTINI CAMPAGNA;
FERNANDA VIEIRA DOS SANTOS LIMA; CECILIA ATTUX; BEATRIZ PETRECHE; ANA OLIVIA
FONSECA SILVA; PATRICIA BARBOSA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: esquizofrenia; trabalho; emprego
Resumo: Introdução: A esquizofrenia pode trazer comprometimentos
que afetam diversos aspectos da vida em sociedade, sendo assim, é fundamental
oferecer um tratamento adequado, incluindo estratégias abrangentes que envolvam
diversos setores como: atividades diárias, relações interpessoais, e em
especial, o trabalho. É bastante conhecida a dificuldade dessas pessoas em
manterem-se no mercado formal de trabalho. Considerando esta dificuldade, o
Programa de Esquizofrenia–PROESQ/ UNIFESP criou o Programa Inserir. Seu foco
principal é incluir portadores de transtornos mentais graves no mercado formal
de trabalho. O programa é dividido em três fases. A primeira corresponde a
grupo de orientação, com a duração de oito semanas para discutir questões
relacionadas ao trabalho. Já a segunda fase trata-se de acompanhamento
quinzenais, durante seis meses, com intuito de aprofundar as discussões
levantadas na primeira fase. A terceira fase corresponde ao acompanhamento dos
participantes que já estão trabalhando ou que estão procurando trabalho. Objetivo: Discutir sobre aspectos
destacados no acompanhamento dos participantes da fase 3 do Programa Inserir.
Metodologia: A fase 3 do deste programa consiste em acompanhamento mensal por
telefone e preenchimento de ficha de seguimento para mapear possíveis
dificuldades. Serão relatados os achados do período entre abril e julho de
2013. Resultados/Discussão: As
maiores dificuldades encontradas foram associadas a relacionamentos
interpessoais, especialmente nas relações chefe-colaborador. Além disso, um
aspecto abordado foi da dificuldade estabelecer limites sobre horas-extras e
compensações. Poucos foram as queixas sobre lidar com os sintomas e exigência
no trabalho. Dessa forma, os resultados acima nos levam a refletir que as
dificuldades encontradas estão relacionadas às questões inerentes ao ambiente
de trabalho. Os achados podem estar relacionados a uma maior segurança e busca
de estratégias mais saudáveis para lidar com os sintomas da doença, fatores
amplamente trabalhados nas etapas anteriores do programa Inserir. Considerações Finais: O aconselhamento
para o trabalho realizado pelo programa Inserir mostrou-se uma estratégia
potente para portadores de transtornos mentais graves buscarem uma colocação no
mercado de trabalho.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[746]
FORTALECIMENTO PARA O TRABALHO: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UM CENTRO DE
ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
KARINE KRAMECK1 ; ALINE COSTA DE
SOUSA KAWAMURA1 ; LENEDI DE PAULA PEREIRA1 ; MILTON CARLOS MARIOTTI1 ;
CRISLAINE ANDOLFATO2
1.UFPR, CURITIBA, PR, BRASIL; 2.CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
II, PINHAIS, PR, BRASIL.
Palavras-chave: retorno ao trabalho; saúde mental; terapia
ocupacional
Resumo: Introdução: A inclusão no trabalho da população com
transtorno mental é, atualmente, um dos principais desafios a serem enfrentados
para a integração social efetiva desses sujeitos. Ressalta-se que aqueles que
não possuem essa atividade em seu repertório perdem um recurso valioso de apoio
social e desenvolvimento pessoal, o que afeta diretamente a qualidade de vida
dessa população. Objetivo: Sensibilizar
e fortalecer usuários com transtorno mental em tratamento em serviço de saúde
para a retomada de atividades laborais. Metodologia:
Em estágio de prática autônoma, discentes do curso de Terapia Ocupacional da
Universidade Federal do Paraná desenvolveram um projeto de intervenção junto a
usuários de um Centro de Atenção Psicossocial, da região metropolitana de
Curitiba-PR, a fim de facilitar o processo de reinserção e engajamento no
trabalho por essa população. Participaram do projeto onze usuários com idade
produtiva e interesse em retomar atividades de trabalho. Através da abordagem
de grupo, buscou-se fomentar discussões críticas-reflexivas entre os
participantes referentes a conteúdos individuais e ambientais que se configuram
como barreiras e/ou facilitadores para o retorno e engajamento no trabalho. Resultados/Discussão: Destaca-se que os
usuários trouxeram à discussão pautas relacionadas à falta de iniciativa para a
realização de atividades de trabalho, devido a experiências prévias negativas,
ausência de expectativas futuras e sentimentos desfavoráveis relacionados à
própria capacidade e eficiência. As questões relacionadas a barreiras
ambientais foram debatidas, principalmente em relação aos desafios enfrentados
para a inclusão laboral da população com transtorno mental, exemplificados
pelas novas exigências do mercado de trabalho: a organização capitalista e com
foco lucrativo da nossa Sociedade, e o estigma negativo atribuído à população
de Saúde Mental. Nesse sentido, foi possível aos usuários expressar opiniões e
debater assuntos pertinentes para a reflexão crítica sobre o processo de
inserção e permanência no ambiente de trabalho. Considerações Finais: O terapeuta ocupacional utiliza as atividades
humanas como meio de investir no poder de atuação do sujeito na Sociedade. O
trabalho é reconhecido, deste modo, como um dos principais elementos que mantém
a qualidade de vida e a saúde do indivíduo, além de proporcionar independência
financeira, desenvolvimento pessoal e o alcance de bens e serviços. Todavia, a
Sociedade possui papel fundamental na perpetuação das barreiras que reforçam a
exclusão que a população com transtorno mental vem sendo submetida, o que
dificulta a aceitação e o reconhecimento das capacidades desses indivíduos.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[759]
PROJETO INSERIR: ACOMPANHAMENTO
DE PORTADORES DE ESQUIZOFRENIA NO MERCADO DE TRABALHO
LARISSA MARTINI CAMPAGNA;
FERNANDA VIEIRA DOS SANTOS LIMA; CECILIA ATTUX; BEATRIZ PETRECHE; ANA OLIVIA
FONSECA SILVA; PATRICIA BARBOSA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: esquizofrenia; trabalho; emprego
Resumo: Introdução: A esquizofrenia pode trazer comprometimentos
que afetam diversos aspectos da vida em sociedade, sendo assim, é fundamental
oferecer um tratamento adequado, incluindo estratégias abrangentes que envolvam
diversos setores como: atividades diárias, relações interpessoais, e em
especial, o trabalho. É bastante conhecida a dificuldade dessas pessoas em
manterem-se no mercado formal de trabalho. Considerando esta dificuldade, o
Programa de Esquizofrenia–PROESQ/ UNIFESP criou o Programa Inserir. Seu foco
principal é incluir portadores de transtornos mentais graves no mercado formal
de trabalho. O programa é dividido em três fases. A primeira corresponde a
grupo de orientação, com a duração de oito semanas para discutir questões
relacionadas ao trabalho. Já a segunda fase trata-se de acompanhamento
quinzenais, durante seis meses, com intuito de aprofundar as discussões
levantadas na primeira fase. A terceira fase corresponde ao acompanhamento dos
participantes que já estão trabalhando ou que estão procurando trabalho. Objetivo: Discutir sobre aspectos
destacados no acompanhamento dos participantes da fase 3 do Programa Inserir.
Metodologia: A fase 3 do deste programa consiste em acompanhamento mensal por
telefone e preenchimento de ficha de seguimento para mapear possíveis
dificuldades. Serão relatados os achados do período entre abril e julho de
2013. Resultados/Discussão: As
maiores dificuldades encontradas foram associadas a relacionamentos
interpessoais, especialmente nas relações chefe-colaborador. Além disso, um
aspecto abordado foi da dificuldade estabelecer limites sobre horas-extras e
compensações. Poucos foram as queixas sobre lidar com os sintomas e exigência
no trabalho. Dessa forma, os resultados acima nos levam a refletir que as
dificuldades encontradas estão relacionadas às questões inerentes ao ambiente
de trabalho. Os achados podem estar relacionados a uma maior segurança e busca
de estratégias mais saudáveis para lidar com os sintomas da doença, fatores
amplamente trabalhados nas etapas anteriores do programa Inserir. Considerações Finais: O aconselhamento
para o trabalho realizado pelo programa Inserir mostrou-se uma estratégia
potente para portadores de transtornos mentais graves buscarem uma colocação no
mercado de trabalho.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[806]
TERAPIA OCUPACIONAL EM SAÚDE DO TRABALHADOR: RELATO DE INTERVENÇÃO NA
FÁBRICA ESPERANÇA
ALICE MAYARA PAIVA DE SOUZA;
ANDRÉ MAIA PANTOJA; ALINNE AUGUSTA DE FREITAS VEIGA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ,
BELEM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde do trabalhador;
reinserção social
Resumo: A Fábrica Esperança é um modelo sócio produtivo pioneiro no
Brasil, quetem como missão promover a Reinserção Social através da educação,
capacitação profissional, geração de emprego e renda aos egressos do Sistema
Penitenciário do Estado do Pará. Sabendo-se que muitos trabalhadores estão
sujeitos a desgastes físicos e psicoemocionais devido a sua rotina laboral, a
terapia ocupacional em saúde do trabalhador utiliza de atividades com enfoque
educativo, preventivo, curativo ou reabilitador buscando gerar qualidade de
vida a essa clientela. Tendo em vista isso, foram realizadas diversas
atividades que objetivaram a promoção da saúde do trabalhador, melhoria do
desempenho ocupacional e prevenção de disfunções osteomioarticulares e doenças
ocupacionais relacionadas ou não ao estresse. Os atendimentos consistiram na
aplicação de técnicas de relaxamento, massagem, alongamentos, dinâmicas de
grupo, palestras e atividades lúdicas que ocorreram em 3 sessões por semana,
com aproximadamente 50 minutos cada sessão, durante um período de 3 meses. No
decorrer das intervenções notou-se que os colaboradores realizavam com
disposição e satisfação as atividades planejadas, apresentando respostas
positivas ao trabalho desempenhado pelas estagiárias de Terapia Ocupacional.
Percebeu-se também que esses ao se envolverem em situações de lazer no âmbito
laborativo passaram a vencer com mais otimismo situações geradoras de estresse,
apresentando uma maior carga de potencial energético e autoconhecimento. Sendo
assim, concluiu-se, que os atendimentos terapêuticos ocupacionais ocorridos na
Fábrica Esperança melhoraram os níveis de qualidade de vida dos colaboradores,
diminuindo situações estressoras no ambiente laborativo, levando os mesmos a
uma maior percepção de riscos e processos de mudanças na relação
indivíduo-trabalho, autoconsciência e autocuidado, trazendo conforto,
motivação, produtividade e maior satisfação com seu trabalho.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[825]
O ANALISTA DO SEGURO SOCIAL COM FORMAÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL ALÉM DA
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL
MARCOS VINICIUS CUNHA CAVALCANTE
INSS, BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; inss; atendimento ao servidor
Resumo: Introdução: O Analista do Seguro Social com Formação em
Terapia Ocupacional, junto ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, tem a
função de realizar atividades técnicas e administrativas internas e externas,
necessárias ao desempenho de competências Constitucionais e legais a cargo do
INSS, fazendo uso dos Sistemas Corporativos e dos demais recursos disponíveis
para consecução dessas atividades. No entanto, atualmente, a Gerência Executiva
Belém já reconhece como dentre suas atribuições um profissional com atuação na
área da saúde voltada para o público externo e interno no Programa de
Reabilitação Profissional e orientando os servidores da Agência da Previdência
Social na prevenção de agravos da saúde no ambiente de trabalho. Deste modo, a
atuação profissional se estende a campos como ergonomia e postura, atividades
grupais e atendimentos individualizados com os servidores do INSS. Objetivo: Pretende-se esplanar e
discutir a respeito de uma nova modalidade prática de atuação do Analista com
formação em Terapia Ocupacional junto as Agências da Previdência Social,
demonstrando todo o processo de construção, as atividades já realizadas e novas
propostas de atuação profissional. Metodologia:
A prática profissional está atualmente sendo desenvolvida, em paralelo ao
programa de Reabilitação Profissional, na Agência da Previdência Social do
Município de Ananindeua, no Estado do Pará, por um Analista do Seguro Social
com Formação em Terapia Ocupacional, através de atividades em grupos mensais e
atendimentos individualizados semanais, no período de agosto de 2010 a Agosto
de 2013, sendo a clientela atendida neste serviço exclusivamente servidores
desta Agência da Previdência. Resultados:
A dinâmica e prática utilizadas demonstram melhor entrosamento da equipe e
satisfação durante o expediente de trabalho, além de melhora nos atendimentos à
clientela abrangente e o favorecimento de qualidade de vida no trabalho, em que
os servidores tem a oportunidade de externalizar suas demandas, prevenir o
acometimento de doenças relacionadas ao trabalho e buscar estratégias para
conciliar seu contexto de trabalho com os demais contextos sociais em que
convive, como o familiar e o acadêmico. Considerações
Finais: A prática profissional desenvolvida favoreceu o aprimoramento e
atendimento especializado ao servidor de ponta do INSS, com melhora nos fatores
emocionais e qualidade durante o desenvolvimento do trabalho, durante os
atendimentos. Também demonstra as diversas possibilidades de aproveitamento do
profissional terapeuta ocupacional junto a Instituição, na promoção da Saúde e
da Qualidade de Vida, servindo de base para seguimento em outras Agências da
Previdência Social.
- TERAPIA OCUPACIONAL NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE TRABALHO E
EMPREGO
[838]
TROCA DE LATERALIDADE PARA UM MELHOR DESEMPENHO OCUPACIONAL. UMA
ABORDAGEM TERAPÊUTICO OCUPACIONAL NA REINSERÇÃO PROFISSIONAL
ELEN FARIA PITA
INSTITUTO OSCAR
CLARC, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
Palavras-chave: lateralidade; desempenho; transferência
Resumo: Introdução: O uso preferencial por um dos lados do corpo,
se caracteriza por lateralidade e habilidade motora, não só da mão mas também
do olho e pé. A prática com a mão não preferencial leva a uma ativação cerebral
bi-hemisférica, facilitando Assim a transferência para o membro preferencial,
afirmam (TAYLOR E HELLMAN,1980).Este trabalho aborda a importância da troca de
lateralidade em razão da lesão definitiva com comprometimento funcional
importante no membro superior dominante. O trabalho iniciado teve por base o
número crescente de encaminhamentos do Instituto Nacional de Seguridade Social
- INSS para a de troca de lateralidade em segurados com idade produtiva e
chance de recolocação ou readaptação profissional pela possibilidade de melhora
no seu desempenho ocupacional do lado contralateral a lesão. A solicitação tem
direcionamento ao setor de Terapia Ocupacional. A conduta terapêutica no
atendimento a esses casos são baseadas nas atividades com estímulos sensoriais,
focam em exercícios com ênfase em ganhos e graduação de força muscular do
membro superior e das mãos, na tonicidade, na organização dos movimentos
óculo-manual, estímulos áudio, táteis e proprioceptivos na crescente
complexidade das tarefas executadas e automatização das habilidades motoras
necessárias a um bom desempenho funcional. O uso do talher, o manuseio da
tesoura e da escrita são um indicador da troca de lateralidade pela
especificidade e refinamento sensóriomotor. Foram atendidos oito pacientes dos
quais um se ausentou por razões pessoais, um apresentou grande desempenho
funcional, mas não concluiu por iniciar um curso e ficar sem tempo para ir ao
tratamento; cinco ainda estão em atendimento e apresentam resposta positiva e
de bom prognóstico. Tendo uma paciente completado seu tratamento com alta,
retorno ao trabalho, função adaptada e fazendo uso da mão esquerda para funções
de desempenho especifico inclusive uso da escrita.Trocar a lateralidade de uma
pessoa tem sido possível, com os métodos estabelecidos no programa, não havendo
para tanto um prazo estabelecido. O trabalho vem se constituindo na base das
neurociências e da psicomotricidade com carência de registros científicos.
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