- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[500]
TERAPIA OCUPACIONAL EM CONTEXTOS HOSPITALARES: UMA EXPERIÊNCIA COM PACIENTE COM SIDA
ISIS LOREN TANAJURA 1; VICTOR RUAN SOARES 1; HÉLIA MORAIS DE ASSIS 2
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO, UBERABA, MG, BR; 2.HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO, UBERABA, MG, BR.
Palavras-chave: sida; terapia ocupacional; cuidados para prolongar a vida
Resumo: A Terapia Ocupacional Hospitalar intervêm, principalmente, nas perdas que a hospitalização causa ao paciente, além daquelas que se antecedem à mesma. O paciente com SIDA, se não tratada e controlada corretamente, pode desenvolver comorbidades, que afetam áreas motoras, cognitivas, perceptivas e funcionais, o que acabam levando o indivíduo com AIDS a uma diminuição/perda de papéis, funções e a recorrentes internações. O objetivo deste trabalho é relatar e descrever o atendimento terapêutico ocupacional de pacientes com SIDA em estágio avançado no contexto hospitalar, com danos significativos da capacidade funcional e ocupacional. A metodologia se baseia em um relato de caso do atendimento de estagiários do VI e VIII períodos de terapia ocupacional no HC UFTM. As intervenções ocorreram no período de 15 de janeiro a 19 de março de 2013. R, sexo masculino, 45 anos, esteve internado no HC UFTM na Unidade de Doenças Infectocontagiosas e Parasitárias. Deu entrada no hospital em situação de maus tratos, cuidados básicos precários e agravamento da condição de saúde. Foi atendido pelos estagiários de Terapia Ocupacional durante o período de sua internação, com o objetivo de manutenção e melhoria da autonomia e independência da capacidade funcional, além da qualidade de vida durante a mesma e resgate de tarefas signicativas. R apresentava diminuição de ADM de MS direito, e contraturas em MI direito, perdas cognitivas decorrente de neurotoxoplasmose não tratada, além de traumas emocionais devido aos maus tratos sofridos na instituição de procedência, o que dificultou inicialmente os cuidados pela equipe. As intervenções realizadas focaram na construção do vínculo, na melhoria do padrão motor do MS direito, utilizando-se de órtese seriada de gesso para o cotovelo, e órtese de termo plastic de repouso de punho, mãos e dedos, no posicionamento correto para melhora das úlceras por pressão, além de massagem e exercícios no MI direito, e estimulação de atividades significativas como cantar, tocar instrumentos e de jogos. Foram trabalhadas também orientações para o autocuidado. O paciente obteve melhora da ADM, vínculo com a equipe, e melhora da lesão ulcerada. Com este atendimento, pôde-se observar o papel ativo do Terapeuta Ocupacional com pacientes HIV positivos em situação avançada. A intervenção abrange intervenções em diferentes aspectos, sendo estes: físico e motores, emocionais, cognitivos e AVDs. Além disso, pode-se notar que pacientes com HIV que não aderem ao tratamento de forma regular e continua, tem perdas significativas de papéis, devido às comorbidades, levando a um grau de dependência relevante.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[505]
PRÁTICAS TEATRAIS NA TERAPIA OCUPACIONAL: EXPERIMENTAÇÕES EM SAÚDE MENTAL
PATRICIA OLIVEIRA DO ROSÁRIO 1; DANIELLE CRISTINE MARTINS DA SILVA 2; INGRID BERGMA DA SILVA OLIVEIRA 1
1.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, ANANINDEUA, PA, BR; 2.SECRETARIA DE SAÚDE DO AMAPÁ, MACAPÁ, AP, BR.
Palavras-chave: dependência química; teatro; saúde mental
Resumo: Introdução: Na construção de metodologias de assistência ao dependente químico, a clínica da Terapia Ocupacional lança mão dos mais variados recursos, incluindo-se as práticas artísticas, a exemplo do teatro, que tem sido cada vez mais utilizado. Objetivos: A pesquisa buscou analisar e compreender as contribuições das vivências teatrais no processo de reabilitação psicossocial do dependente químico adulto. Metodologia: A pesquisa foi qualitativa, utilizando a pesquisa-ação. Realizada no Centro de Cuidados a Dependentes Químicos (CCDQ), CAPS ad III, localizado no município de Belém, Estado do Pará. O grupo estudado foi composto por 37 usuários do CCDQ, de ambos os sexos, adultos jovens, alfabetizados, sem comorbidades psiquiátricas e em tratamento por demanda espontânea. As intervenções realizadas compuseram um grupo de teatro ofertado apenas para a realização deste estudo, com sessões que ocorreram três vezes por semana, em um período de 2 meses, totalizando 12 sessões. A coleta de dados foi realizada através de questionário aberto, composto de cinco perguntas semi-dirigidas, fornecido individualmente aos componentes do grupo ao final de cada sessão. Resultados/Discussão: A utilização de técnicas do Teatro do Oprimido permitiu ao grupo, através dos jogos teatrais e das encenações em si, o compartilhamento de medos, desejos, alegrias, irritabilidades, tristezas e frustrações, e observou-se que a troca de experiências de vida e a externalização de conteúdos psicoemocionais no grupo, favoreceu a adesão ao tratamento, a descoberta de novos interesses e habilidades, o reconhecimento das próprias fragilidades e a tomada de decisões de mudança, o que se ampliou ao convívio social extra-muro da instituição. Considerações Finais: O teatro gerou condições para o desenvolvimento do “agir comunicativo”, e durante as intervenções constatou-se também que um dos maiores benefícios conquistados pelo grupo refere-se ao fato de que as propostas com o Teatro do Oprimido motivaram os usuários em relação ao tratamento, haja vista que após algumas vivências os mesmos trouxeram no discurso um maior engajamento no tratamento, especialmente por reconhecerem no grupo um espaço de apoio, diálogo e identificação, assim como de descoberta de novos prazeres, os quais não estavam ligados ao uso/abuso de drogas. É preciso buscar, juntamente com o dependente químico, alternativas, novas técnicas e instrumentos, que favoreçam o afastamento do indivíduo do contexto de uso/abuso de drogas e que tornem a caminhada diária, em busca de bem-estar e qualidade de vida, menos incapacitante, excludente e mais humana.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[506]
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: UMA POSSIBILIDADE NA HOSPITALIZAÇÃO INFANTIL
MARIANA GONÇALVES PASTEGA1;
ADRIANA MONIZ SILVEIRA2; MARITA COLUCCI FERNANDES3; REGINA HELENA VITALE TORKOMIAN
JOAQUIM1
1. UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BR;
2. IMREA HC FMUSP- REDE LUCY MONTORO, SP, SP, BR; 3.CEREST, AMPARO,
SP, BR.
Palavras-chave: contação de histórias; hospitalização infantil;
humanização da assistência
Resumo: Introdução: A hospitalização rompe com as atividades
cotidianas da criança e Anais acarreta o afastamento dos meios familiar,
escolar e social. Nesse período, a criança pode experimentar momentos de
tensão, medo, insegurança, restrições ao brincar, entre outros. A contação de
histórias pode ser um recurso lúdico que possibilita a descontração, alegria,
diversão e elaboração da realidade. Além disso, no período da hospitalização,
momentos de escolha e empoderamento de si favorecem o enfrentamento do processo
de adoecimento e hospitalização. A partir desses pressupostos, o presente
trabalho visa relatar uma experiência de contação de histórias. Objetivo: oferecer momentos de
descontração e prazer, por meio da contação de história, que busquem diminuir a
tensão e o estresse advindos da hospitalização diante das situações adversas
experimentadas pelas crianças internadas. Métodos:
participaram oito crianças, internadas em uma enfermaria pediátrica do interior
do Estado de São Paulo, no mês julho de 2010. A coleta de dados procedeu-se por
meio de observações e avaliações estruturadas antes e após a intervenção.
Utilizaram-se livros de histórias infantis e materiais diversos para a
representação das atividades. Resultados:
Observou-se que a contação de histórias e as atividades de representação, como
desenho, fantoche e dedoche, possibilitaram durante a intervenção o interesse,
engajamento, descontração e interação das crianças entre si, com familiares e
com os contadores, por meio de perguntas, respostas, observações quanto aos personagens
e ao final da história. Além disso, constatou-se a melhora no humor e mudança
na expressão facial das crianças participantes, tais como: sorrisos, risadas,
faces atentas, surpresas, entre outros. Diante destas observações, evidencia-se
a possibilidade do uso da contação de histórias no contexto hospitalar como
recurso potente para interação neste espaço. Considerações Finais: A oportunidade de contação de histórias
possibilita momentos de prazer e permite a exploração do conteúdo imaginário,
contribuindo positivamente na vivência da hospitalização e no desenvolvimento
infantil saudável, pois a criança pode reviver situações que lhe causam
excitação, alegria, medo, tristeza e ansiedade, podendo melhor compreendê-las
ou reorganizá-las.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[508]
HOSPITAL: UM ESPAÇO TAMBÉM PARA BRINCAR
MARIANA GONÇALVES PASTEGA; REGINA
HELENA VITALE TORKOMIAN JOAQUIM
UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BR.
Palavras-chave: criança hospitalizada; jogos e brinquedos; terapia
ocupacional
Resumo: Introdução: A infância é caracterizada por um processo de
desenvolvimento em que o brincar encontra-se entre a predominante atividade
desempenhada pela criança. Em algumas situações, fatores influenciam o
desempenho do brincar, como na hospitalização, em que se experimenta uma nova
rotina, muitas vezes com a ausência do brincar e presença de procedimentos
dolorosos e invasivos, resultando sentimentos de medo, insegurança, entre
outros. Durante essa vivência, o brincar trás benefícios relacionados ao
enfrentamento da situação, qualidade de vida e humanização do ambiente
hospitalar. Objetivos: Identificar e
caracterizar as brincadeiras no contexto hospitalar durante o período de
hospitalização infantil. Métodos: O
estudo teve início mediante aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres
Humanos da UFSCar. Participaram do estudo 21 crianças de quatro a 12 anos
hospitalizadas pelo SUS em enfermaria pediátrica de uma Santa Casa de
Misericórdia e seus respectivos (acrescentei também) responsáveis. A coleta de
dados ocorreu por meio de entrevistas com as crianças internadas e aos seus
responsáveis e por observação direta, enfocando o brincar, a dinâmica dos
participantes e as relações estabelecidas. Resultados/Discussão:
verificou-se que o brincar foi desenvolvido por 47% das crianças. Entre as
brincadeiras desenvolvidas estão: leitura de livros; parquinho; boneca/boneco;
escrever, desenhar, jogar baralho, entre outras. Observou-se que algumas das
brincadeiras desenvolvidas neste contexto não são as citadas como preferidas e
desenvolvidas pelas crianças em outros contextos, como por exemplo, a leitura
de livros, resultando em uma oportunidade de experimentar um novo repertório de
atividades neste contexto. Os responsáveis pelas crianças relatam que dos 79%
dos casos das que brincaram houve mudança no comportamento após a brincadeira,
como: a melhora no ânimo, no humor e maior colaboração com a equipe. Referem
que o brincar auxilia na recuperação, contribui com o melhora do humor e menor
ansiedade e colabora para a distração das crianças, apesar disso, relatam haver
falta de oportunidade e incentivo ao brincar, o que pode se relacionar a
quantidade pequena de brincantes. Considerações
Finais: Observa-se que no contexto hospitalar, há necessidade de adequação
do ambiente para o desenvolvimento de atividades lúdicas, por meio da
disponibilidade de materiais, incentivo dos profissionais e oportunidades para
o desenvolvimento das brincadeiras, a fim de possibilitar o favorecimento do
brincar e o cuidado integral relacionado às necessidades referentes ao
desenvolvimento infantil, portanto, pertencentes ao universo da criança.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[509]
A IMPORTÂNCIA DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
DANUSA MENEGAT; RITA DE CÁSSIA
BARCELLOS BITTENCOURT
UFSM, SANTA MARIA, RS, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde mental; atenção
psicossocial
Resumo: Introdução: O campo da saúde mental passou por muitas
modificações das quais o cuidado com o doente mental ressaltou a importância de
um atendimento holístico, e não mais de uma conduta centralizada no modelo
biomédico. Objetivo: O objetivo de
estudo é revisar a produção científica que aborda a atuação do terapeuta
ocupacional na saúde mental. Metodologia:
Trata-se de uma revisão bibliográfica de artigos publicados nas bases de dados
Scielo (Scientific Electronic Library Online), Lilacs (Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciências), no periódico Cadernos de Terapia
Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos- UFSCAR e na Revista de
Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo -USP, nos idiomas português e
espanhol, no período de 2005 a 2012. Foram usados os seguintes descritores:
saúde mental, Terapia Ocupacional e atenção psicossocial, realizou-se uma
revisão de literatura especializada na área de Terapia Ocupacional. Resultados: Foram localizados 121
artigos sobre o tema. Desses, foram excluídos resumos de artigos, dissertações
e teses, também os artigos que não estivessem disponíveis na íntegra ou não
especificassem o tema pesquisado, restando 39 artigos. Resultados E Discussão: A maior produção está vinculada a região
sudeste e o tipo de publicação são os relatos de experiência. Na análise dos
artigos observou-se estudos abordando o processo histórico da Saúde Mental,
assim como as ações do terapeuta ocupacional nesse campo, descrito
principalmente em CAPS e hospitais, como as oficinas terapêuticas com
atividades artísticas (pintura, poesia, cinema) e musicais (coral), as dinâmicas
de grupos, os programas de Inserção Laboral e Comunitário Solidário. Considerações Finais: O estudo
possibilitou conhecer a atuação do terapeuta ocupacional na área de Saúde
Mental com ações facilitadoras para a expressão e as manifestações criativas do
doente mental, mas ainda há pouca publicação diante das inúmeras contribuições
que esse profissional pode oferecer no cuidado do indivíduo com doença mental.
Dessa forma, a Terapia Ocupacional pode “ser um elemento importante na
construção de novos rumos para a atenção à saúde, integral, globalizante e na
perspectiva da totalidade, subjetividade e singularidade das pessoas” (Medeiros
2003).
[511]
VISITAS DOMICILIARES EM SAÚDE MENTAL: DIALÓGOS COM A TERAPIA
OCUPACIONAL
IONEIDE DE OLIVEIRA CAMPOS 1;
FABÍOLA GONÇALVES ARAÚJO REBOUÇAS 2
1. CREFITO 11, TAGUATINGA, DF,
BR; 2.SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE, BRASÍLIA, DF, BR.
Palavras-chave: saúde mental; caps; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: A questão do cuidado em saúde mental e sua
inserção na reforma psiquiátrica tem sido alvo de diversas discussões em áreas
de conhecimento. A reforma psiquiátrica brasileira se caracteriza
essencialmente como uma nova proposta de cuidado as pessoas em sofrimento
psíquico e, para sua materialidade, historicamente e politicamente foram
inseridos no contexto brasileiro, vários dispositivos de saúde mental, como
possibilidade de construir uma rede de serviços, de fato compromissada com a
ética do cuidado. É nesse contexto que se inserem as visitas domiciliares, como
uma prática interdisciplinar, que visa o reconhecimento do sujeito em suas
dimensões de vida, que inclui a questão da territorialidade, o circuito no
espaço urbano, os recursos comunitários e familiares. Tais questões implicam no
investimento na formação permanente como estratégia de construir outras
relações sociais pautadas no respeito à diferença e na produção de cuidados em
saúde mental comprometidos com a ética, a solidariedade e a inclusão social,
privilegiando o diálogo como possibilidade para a troca de saberes sobre o novo
modo de reinventar o cuidado ao sofrimento das pessoas. Objetivo: Analisar a intervenção domiciliar como possibilidade de
construir uma rede de cuidados em saúde mental para usuários de um CAPS,
considerando o “reabilitar o vivido” como disparador de discussões em um
contexto de formação em terapia ocupacional. Metodologia: A partir da estratégia problematizadora em grupos de
supervisão, alunos do 5o período do curso de Terapia Ocupacional (em disciplina
obrigatória da grade curricular) da Universidade de Brasília- Faculdade de
Ceilândia e docente desta Universidade, em parceria com CAPS
Taguatinga-Distrito Federal, no período de outubro de 2012 a junho 2013,
construíram diálogos clínicos para intervir em situações concretas na vida de
pessoas em sofrimento psíquico, considerando as particularidades e
singularidades que envolvem a existência humana. Considerações Finais: as visitas domiciliares na saúde mental são
instrumentos que contribuem para a construção de diálogos entre os envolvidos,
assim como, desperta a valorização da família em torno de questões resolutivas
necessárias ao processo de cuidar, além de sensibilizar alunos para a
desconstrução de conceitos pré-concebidos sobre a loucura e o louco.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[513]
ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA PREVENÇÃO, PROTEÇÃO E PROMOÇÃO DO
ALEITAMENTO MATERNO
JULIA MIGUEL MESQUITA CASTANHEIRA; LUIS
FERNANDO BEVILAQUA MEIRELES; FABIANA CARLA MATOS DA CUNHA; THAMIRIS RESENDE
GIRUNDI DA SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS
GERAIS, BH, MG, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; aleitamento materno; promoção
da saúde
Resumo: O aleitamento materno desempenha papel importante na saúde
da mulher e da criança tanto do ponto de vista nutricional quanto imunológico e
psicossocial. O ato de amamentar representa uma atividade da vida diária
elementar para o bebê e para a mãe. Atualmente, efetuam-se esforços no sentido de
resgatar e valorizar tal prática. Neste sentido, são abrangentes os aspectos
funcionais desta atividade que a Terapia Ocupacional pode abordar. Contudo, há
poucos trabalhos científicos publicados, embora haja evidências de cada vez
mais profissionais atuando nesta área. O objetivo deste trabalho foi investigar
a atuação terapêutica ocupacional na promoção, proteção e prevenção da prática
do aleitamento materno. No período de abril a junho de 2013, foi realizada
busca de artigos nas bases de dados MEDLINE, LILACS, SCIELO e SCOPUS por meio
dos sites de busca PUBMED, BIREME e PORTAL CAPES, utilizando as palavras-chave:
“occupational therapy”, “breastfeeding” e seus correlatos em Língua Portuguesa.
De um universo total de 37 publicações encontradas, foram selecionados 7
artigos para esta revisão. Estes foram lidos na íntegra e analisados quanto ao
tipo de estudo, ano de publicação, objetivos, abordagem utilizada e resultados.
A literatura que versa sobre a atuação da Terapia Ocupacional na promoção,
proteção e prevenção da prática do aleitamento materno ainda é incipiente.
Apenas um estudo foi realizado no Brasil. A abordagem utilizada pelos estudos
foi a bottom-up, ou seja, centrada em componentes do desempenho ocupacional
tais quais estimulação de reflexos neurológicos e treino de posicionamento.
Faz-se necessária a realização de mais estudos que definam e comparem as
abordagens educativas e adaptativas às restauradoras. De acordo com literatura
consultada, nota-se que a atuação da Terapia Ocupacional na promoção, proteção
e prevenção da prática do aleitamento materno no Brasil é recente e carece de
mais estudos com rigor metodológico. Todavia, trata-se de uma prática
respaldada por sua eficácia descrita nos estudos analisados, fazendo-se ademais
necessária em virtude da configuração do aleitamento materno enquanto questão
relevante à Saúde Pública.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[525]
POPULAÇÃO LGBTT E A SAÚDE: POLÍTICAS PÚBLICAS E DOCUMENTOS OFICIAIS EM
QUESTÃO
MICHELLE RODRIGUES CARDOSO1 ;
LUÍS FELIPE FERRO2
1.HOSPITAL DE CLÍNICAS/UFPR,
CURITIBA, PR, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BR.
Palavras-chave: lgbtt; políticas públicas; saúde
Resumo: Introdução: As políticas públicas de saúde voltadas à população
LGBTT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros, apresentaram em
fase inicial grande vinculação ao combate à AIDS. Após mais de vinte anos de
construção social do SUS, diversas ações e conquistas puderam ser evidenciadas
no direcionamento das políticas públicas em saúde voltadas a esta população.
Dado seu movimento orgânico de composição, propulsionado por diferentes atores
sociais, é nossa intenção apresentar atualização e análise crítica de algumas
das políticas públicas em Saúde e materiais oficiais do Ministério da Saúde
concernentes à população em questão. Metodologia:
Para tanto, estruturamos metodologicamente este trabalho a partir da pesquisa
teórica. Discussão: Evidenciamos uma
ampliação sistemática das diretrizes das políticas públicas de saúde na direção
de garantir integralidade no atendimento, contemplando também, de maneira
processual, algumas das problemáticas específicas da população LGBTT. Nesse
sentido podemos citar: 1- o programa “Brasil sem Homofobia”, edificado em torno
da perspectiva não-discriminatória, da produção de conhecimento e da promoção
dos direitos humanos. O documento, ainda, direciona ações para a formação
profissional e atenção especial à saúde da mulher lésbica, homossexuais vítimas
de violência e privados de liberdade, atenção à saúde mental, investimento em
ações educativas e fortalecimento da participação de usuários LGBT em
movimentos organizados; 2- Diferentes ações da área técnica voltada à promoção
da Saúde Integral da Mulher lésbica pelo Ministério da Saúde e a Política
Nacional de Atenção integral à saúde da mulher, as quais direcionam esforços
para enfrentamento da vulnerabilidade desta população às agressões físicas,
psicológicas e sexuais, ampliação da adesão a exames preventivos e incentivo à
formulação de diretrizes que garantam o direito reprodutivo desta população; 3-
A regulamentação do “processo transexualizador do Sistema Único de Saúde”, o
qual se formalizou através da Portaria GM nº 1.707/08. Ainda, diferentes
resoluções de Conselhos proíbem enfaticamente tratamentos vinculados à cura da
Homossexualidade e comportamentos discriminatórios durante atendimentos. Considerações Finais: Através da
análise de algumas das políticas públicas da saúde, pudemos constatar a
ampliação de propostas, contudo, a conquista de sua aplicação pragmática ainda
demonstra relevante desafio cotidiano. Ao terapeuta ocupacional, cabe a
interação junto às discussões, especificidades e políticas públicas referentes
à população LGBT para balizar sua atuação e com isso garantir, de maneira
plena, o respeito à cidadania desta população.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[530]
DEZ ANOS DO GRUPO DE MÃES DE NEONATOS HOSPITALIZADOS
PATRÍCIA DOS SANTOS; REGINA
HELENA VITALE TORKOMIAN JOAQUIM
UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BR.
Palavras-chave: Mãe ; recém-nascido prematuro; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: Avanços tecnológicos ocorridos a partir da
década de 80 permitiram maior sobrevivência de recém-nascidos de risco, entre
eles os bebês pré-termo. Com isso, estudos começaram a analisar os impactos do
período de hospitalização como: a separação dos bebês de suas mães, a contínua
permanência em um ambiente frequentemente hostil e incertezas sobre o futuro, o
que pode deixar as mães emocionalmente fragilizadas, num estado de torpor que
dificulta a assimilação de orientações. Neste contexto, a promoção de
oportunidades para qualificar mães de bebês pré-termo em ambiente hospitalar
para exercer os cuidados maternos passa a ser fundamental. Vindo ao encontro
das políticas públicas para humanização do cuidado neste contexto, bem como,
aos princípios dos SUS, no cuidado ampliado e integral aos usuários dos
serviços de saúde. Objetivo: Relatar
os processos e produtos do grupo de terapia ocupacional ao longo dos anos de
sua realização que busca fornecer as mães ou cuidadores um espaço de apoio
emocional, informativo e social, pela expressão e reflexão dos sentimentos
maternos, orientação e informação sobre o desenvolvimento do bebê e
instrumentalização para tomada de decisões pessoais e familiares. Metodologia:
São realizadas sessões semanais de terapia ocupacional com duração em torno de
uma hora nas dependências de uma Santa Casa de uma cidade do interior do Estado
de São Paulo. As sessões ocorrem com a utilização de atividades e técnicas de
abordagem grupal que são propostas com uma análise prévia, de acordo com a
demanda do momento. Resultados/Discussão:
O grupo promove oportunidades para as mães de experimentarem atividades que
nunca realizaram ou que ao longo da sua história de vida deixaram de realizar.
Por exemplo: desenhar, pintar, fazer colagem, montar árvore de natal, ler,
jogar, entre outras. Conjuntamente a realização das atividades, as mães trocam
experiências de vida relacionadas ao momento atual, ao nascimento prematuro, a
gestação difícil, a adaptação familiar, as dúvidas e incertezas da maternagem,
entre outras. Em relação a equipe, percebe-se maior compreensão do papel do
terapeuta ocupacional neste contexto. Considerações
Finais: A intervenção terapêutica ocupacional pode oferecer a essas
famílias um espaço de suporte social e de aquisição de habilidades e
estratégias de enfrentamento que possam contribuir para a vivência e confronto
das situações conflitantes pertinentes ao processo de internação e no pós-alta
de neonatos de risco. Ainda, é possível supor que a intervenção ajude os pais a
adequarem o seu comportamento para promoção do desenvolvimento subsequente
saudável do bebê, bem como do seu próprio bem-estar.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[538]
REFORMAR E INCLUIR: TERAPIA OCUPACIONAL EM SAÚDE MENTAL
NÁDIA BROMBINI OTERO KAMINSKI;
LARISSA MARIANA BARBOSA DA SILVA
ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE ENSINO,
JOINVILLE, SC, BR.
Palavras-chave: saúde mental; terapia ocupacional; inclusão social
Resumo: O presente trabalho aborda as questões da prática do
terapeuta ocupacional nos serviços substitutivos de Saúde Mental. Trata-se de
uma experiência realizada em dois dispositivos do município de Joinville/SC, o
SOIS (Serviços Organizados de Inclusão Social) e a REPART (Associação de
Recuperação pelo Trabalho), que unidos proporcionaram mudanças significativas
na vida dos seus usuários. Este estudo de campo é fruto da atuação de uma
terapeuta ocupacional e de uma estagiária de Terapia Ocupacional, no Grupo de
Geração de Trabalho e Renda. Objetivando trabalhar a apropriação do individuo,
sua verbalização, seus direitos e sua participação social, diferenciando-se das
práticas antecessoras, oriundas da ideia de estabelecer o trabalho como um
recurso terapêutico, conhecido como ‘tratamento moral’, criando assim, neste
serviço, uma nova realidade de trabalho, com emancipação social, direitos de
escolha e cidadania. Para complementação e compreensão da atuação destes
profissionais no âmbito da Saúde Mental, realizou-se um relato da experiência
seguido por entrevistas abertas com os usuários, baseadas em um roteiro
pré-elaborado abordando aspectos da história de vida, história laboral,
história emocional, sobre o serviço frequentado e o atendimento proporcionado
pela equipe. Os usuários do serviço demonstraram através destas, visualizar as
novas propostas como configurações de perspectivas e possibilidades
desconhecidas ou das quais eram desprovidos de interação, fomentando conexão entre
o vivenciado em grupo e situações de sua vida que possam corroborar na execução
de papeis sociais e no controle social pela qualidade e participação em
comunidade, deslumbrando a inclusão social. Conclui-se que as formas de lidar
com a loucura não devem ser baseadas em atitudes excludentes, considerando que
a tutela também é um forte componente de exclusão social. Comprovando assim, a
eficácia da atuação da Terapia Ocupacional no grupo de Geração de Trabalho e
renda, visando autonomia, liberdade, o exercício dos papéis sociais e da
cidadania que são essenciais para se concretizar a inclusão social das pessoas
com transtorno mental.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[540]
O IDOSO, PROCESSO DE LUTO E DESEMPENHO OCUPACIONAL
MANUELLA RASCH SARAIVA; NILZA
ELIZIANE DA SILVA BARBOZA; ZAYANNA CHRISTINE LOPES LINDÔSO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS,
PELOTAS, RS, BR.
Palavras-chave: idoso; processo de luto; desempenho ocupacional
Resumo: Introdução: A relevância do processo de luto no idoso não é
um tema frequentemente trabalhado no meio acadêmico. O processo de luto engloba
vários aspectos, dentre eles a forma como o idoso elabora sua perda e vive seu
cotidiano. É importante sempre considerá-lo como um ser biopsicossocial para se
compreender adequadamente todo esse processo tendo em vista o seu desempenho
ocupacional. Objetivo: Compreender o
significado do luto na vida do idoso e o quanto isto interfere no seu
desempenho ocupacional. Métodos:
Pesquisa qualitativa, de caráter transversal, com orientação
analítico-descritiva, mediante entrevista semi-estruturada com questões
fechadas (sobre aspectos socioeconômicos) e abertas (sobre processo de luto),
iniciada após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido dos
entrevistados. Participaram do estudo idosas que passaram pela perda do cônjuge
ou parente (filho) nos últimos dez anos. A aplicação do instrumento foi feita
individualmente com a idosa e os depoimentos foram gravados para preservar a
fidedignidade do discurso. Resultados/Discussão:
Foram entrevistadas quatro idosas. No que se refere aos aspectos
socioeconômicos observou-se que as quatro idosas se encontravam na faixa etária
entre 60 e 70 anos, três eram aposentadas e uma pensionista, no que se refere à
renda três idosas relataram ter renda mensal de um a quatro salários mínimos e
uma de cinco a dez salários. As respostas recebidas foram categorizadas em:
significado do luto para o idoso, alterações de rotina e desempenho
ocupacional, perspectivas futuras do idoso. Na categoria sobre o significado do
luto para o idoso a maioria demonstrou conformidade com a situação vivida e
superaram bem a perda; já sobre as alterações de rotina e desempenho
ocupacional todas as idosas buscaram inserir-se a grupos de convivência, continuaram
convivendo com familiares, praticam dança, hidroginástica e outras atividades
no seu dia-a-dia. Na terceira categoria, a religiosidade mostra-se presente com
uma menção extensiva a Deus como fonte de superação da perda sofrida. Considerações Finais: A partir dos
dados obtidos, as viúvas mostraram-se bem dispostas e ativas no seu cotidiano.
A maioria das entrevistadas superou o luto engajando-se em atividades voltadas
para o idoso. Outra visão relatada refere-se ao luto como uma fase de Anais
libertação, incluindo atividades novas para o seu cotidiano proporcionando o
bem-estar. Há necessidade de estudos adicionais para maior aprofundamento do
tema em questão.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[547]
TECNOLOGIA ASSISTIVA NO CONTEXTO HOSPITALAR PEDIÁTRICO: UMA REVISÃO
INTEGRATIVA
ADRIANA MONIZ SILVEIRA1 ; REGINA
HELENA VITALE TORKOMIAN JOAQUIM2
1. IMREA HC FMUSP - REDE LUCY
MONTORO, S, SP, BR; 2. DTO- UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BR.
Palavras-chave: criança hospitalizada; equipamentos de auto-ajuda;
terapia ocupacional
Resumo: Introdução: A hospitalização pode ser considerada
potencialmente traumática para qualquer indivíduo: o ambiente é desconhecido e
inadequado à sequência do desenvolvimento e a hiperestimulação pode ocorrer por
meio de dor, ruídos, desconforto físico. O terapeuta ocupacional, como membro
de uma equipe interdisciplinar, contribui para a assistência durante a
internação. Por meio dos recursos de tecnologia assistiva, por exemplo, este
profissional pode facilitar a percepção, mobilidade e utilização do meio
ambiente e dos elementos pelos indivíduos hospitalizados, favorecendo sua
independência e qualidade de vida durante este período. Objetivo: Realizar um levantamento sistematizado em periódicos de
cunho científico da área sobre o uso e a potencialidade da tecnologia assistiva
no contexto hospitalar. Metodologia:
Partiu-se do referencial teórico da Revisão de Literatura do Tipo Revisão
Integrativa. Previamente, definiram-se os descritores em ciência da saúde, as
combinações dos mesmos e os critérios de inclusão e exclusão. Foram analisadas
as produções científicas na forma de artigos nacionais indexados em três bases
de dados online e dois periódicos da área de Terapia Ocupacional, disponíveis
online, entre os anos de 2005 e 2011. Realizou-se um fichamento para a
organização e sistematização do mapeamento dos dados. Resultados/Discussão: foram selecionados 12 artigos, sendo que 42%
(n=5) são Relatos de Experiência, 25% (n=3) de Revisão de Literatura, 25% (n=3)
de Natureza Teórica e 8% (n=1) de pesquisa. Observa-se que a área de publicação
desta temática está vinculada a área acadêmica, pois todos os artigos
publicados têm, no mínimo, como um dos autores, um docente. A revisão
possibilitou o mapeamento dos artigos disponíveis em relação à indexação,
autoria, natureza dos estudos, ano de publicação, entre outros aspectos.
Ressalta-se que não foi encontrado nenhum artigo que abordasse exclusivamente a
tecnologia assistiva no contexto hospitalar com a população infantil. Desse
modo, os resultados encontrados corroboram com a literatura ao evidenciar a
necessidade de desenvolvimento de estudos na área de hospitalização e
tecnologia assistiva. Considerações
Finais: é possível supor que estudos como este permitam a construção de
evidências disponíveis para uma prática clínica efetiva, pois favorece o uso
dos dados encontrados a todos os profissionais de áreas afins para o uso em sua
atuação direta ou para novos estudos.
[549]
TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA PROMOÇÃO DA INDEPENDÊNCIA NAS ATIVIDADES DE
VIDA DIÁRIA EM INTERNAÇÃO INFANTIL
ADRIANA MONIZ SILVEIRA 1; REGINA
HELENA VITALE TORKOMIAN JOAQUIM 2
1. IMREA HC FMUSP - REDE LUCY
MONTORO, SP, SP, BR; 2. DTO - UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BR.
Palavras-chave: Criança hospitalizada; equipamentos de auto-ajuda;
terapia ocupacional
Resumo: Introdução: As atividades de vida diária, como comer,
vestir, estudar, brincar, caracterizam o lugar e o papel da criança na sociedade.
Na hospitalização, a perda desse lugar e do papel é vivida como uma ruptura
para a criança e sua família. Por meio dos recursos de tecnologia assistiva o
terapeuta ocupacional pode facilitar a percepção, mobilidade e utilização do
meio ambiente e dos elementos pelas crianças hospitalizadas. Objetivo: Caracterizar a rotina de uma
enfermaria pediátrica no que se refere ao desempenho de seus usuários nas
Atividades de Vida Diária (AVD): higiene pessoal, banho e alimentação, e
discutir os possíveis usos da tecnologia assistiva na enfermaria pediátrica
relacionando com os desempenhos dessas AVD. Método: este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal de São Carlos. A
caracterização da enfermaria pediátrica deu-se em um hospital pediátrico de
atenção terciária localizado em São Paulo/SP, por meio de entrevistas
semiestruturadas e roteiros de observação elaborados pelas pesquisadoras e
aprovados pelo órgão acima citado. Resultados/Discussões:
participaram do estudo 10 membros da equipe de enfermagem, responsáveis pelos
cuidados das crianças; 12 crianças internadas de seis a doze anos; e seus
respectivos responsáveis. Tem-se que todos os profissionais referiram realizar
orientação e/ou supervisão e/ou execução das AVD de higiene pessoal, banho e
alimentação das crianças sob sua responsabilidade. Entre as crianças
participantes, o tempo de internação variou de três a quarenta e cinco dias;
75% (n = 9) referiram dependência na AVD de higiene pessoal, 83,3% (n = 10) na
atividade de banho e 16,6% (n = 2) na atividade de alimentação; as crianças
relatam também que seus acompanhantes são quem as ajuda em tais AVD. Os
responsáveis reportaram dados similares aos das crianças, sendo o banho a
atividade com maior porcentagem de ajuda. Os recursos de tecnologia assistiva
direcionados para as AVD observadas são limitados e encontram-se apenas os
triviais do contexto hospitalar, tais como cadeira de banho, barras de apoio e
bandeja para alimentação. Considerações Finais: Supõe-se que por
meio da inserção de novos dispositivos, como banco de banho, suporte de cabo
alongado para bucha, copos recordados com alças e talheres engrossados ou
flexíveis, as crianças poderiam ter maior independência durante o período de
internação e, tanto os profissionais quanto os responsáveis, teriam maior
segurança em permitir a execução das atividades pelas crianças de modo
independente.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[551]
VIABILIDADE DO USO DE MEDIDAS PADRONIZADAS NA AVALIAÇÃO DE CRIANÇAS COM
SINAIS DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA EM TERAPIA OCUPACIONAL
CLARICE RIBEIRO SOARES ARAÚJO;
MYRELLA DOS SANTOS VITORINO; RAYSSA M. LIRA DE MORAIS; FERNANDA M.R.A DE
OLIVEIRA; CHANAZY A. C. MEIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA,
JOÃO PESSOA, PB, BR.
Palavras-chave: autismo; avaliação; terapia ocupacional
Resumo: Introdução. Crianças com transtorno do espectro autista
(TEA) podem apresentar dificuldades com a comunicação, a interação social, a
modulação sensorial e coordenação motora. Estas questões refletem no desempenho
ocupacional da criança e em seu cotidiano e de sua família. Por apresentarem
sinais muito diferentes entre si, é importante a realização de avaliação
criteriosa com estas crianças e seus familiares para que os objetivos da
Terapia Ocupacional sejam claramente estabelecidos. Objetivos: Avaliar crianças com sinais de TEA; investigar a
viabilidade do uso de instrumentos de medida estrangeiros, padronizados e
traduzidos para o Português; verificar se há congruência entre os dados
coletados por meio destes instrumentos e os objetivos a serem traçados pela
terapia ocupacional. Metodologia:
Estudo descritivo com dez crianças com TEA, com idades entre dois e oito anos,
avaliadas com a Childhood Autism Rating Scale (CARS), preenchido pela terapeuta
ocupacional e pelas estudantes de graduação, e com o Perfil Sensorial
respondido pelos cuidadores. Resultados/Discussão:
Tais protocolos permitiram análise quantitativa e qualitativa dos dados, e a
participação ativa dos pais no processo de avaliação. Todas as crianças
apresentaram confirmação dos sinais do TEA a partir da análise dos resultados
da CARS e problemas de modulação sensorial que seguramente interferem na
realização de ocupações típicas da faixa etária pesquisada, como confirmado
pelo Perfil Sensorial. Foi possível traçar objetivos de terapia ocupacional
focados nas áreas da ocupação, mesmo com uso de protocolos que focam
basicamente em fatores do cliente – funções do corpo. Considerações Finais: O uso de medidas padronizadas na clínica com
crianças com sinais de TEA é viável, entretanto, é preciso estabelecer
critérios para sua utilização com foco na definição de metas de terapia, tendo
sempre em vista a participação dos cuidadores neste processo. É importante,
ainda, o uso de outros protocolos, principalmente aqueles com foco nas áreas de
ocupação, como atividades da vida diária e brincar, incluindo relatos de pais e
outros significativos.
[555]
AS POLÍTICAS PÚBLICAS E A ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NO CONTEXTO
HOSPITALAR DE PACIENTES ONCOLÓGICOS
NATHÁLIA INGRID DOS SANTOS SILVA;
LAYANY GUILHERME BATISTA DA SILVEIRA; MARIANA LIMA DA SILVA LOUSADA
UFPE, OLINDA, PE, BR.
Palavras-chave: neoplasias; políticas públicas de saúde; terapia
ocupacional
Resumo: O câncer é um problema de saúde pública no Brasil e sua
incidência vem crescendo nas últimas décadas e tenderá a aumentar com o
envelhecimento populacional. Em nosso país, a abordagem desta doença como
problema sanitário a ser enfrentado pelo Estado se deu com a criação do Serviço
Nacional de Câncer. Este último é destinado a orientar e controlar as campanhas
relacionadas ao câncer no Brasil, assim como é responsável pelo estabelecimento
da Política Nacional de Atenção Oncológica, o qual estabelece as diretrizes
para o controle da doença. Sabe-se que o tratamento das neoplasias requer,
muitas vezes, um tempo considerável de hospitalização, especialmente nos casos
em que ocorrem intercorrências, o que justifica a necessidade de profissionais
especializados para lidar com esta situação. O terapeuta ocupacional é o
profissional da área de saúde integrante da equipe multidisciplinar e, embora a
política de saúde citada anteriormente ainda não garanta sua presença neste
tipo de assistência, este desempenha seu papel em algumas instituições. Assim,
este trabalho objetiva elucidar a importância da atuação terapêutica
ocupacional no contexto hospitalar com pacientes oncológicos, além de abordar as
Políticas Públicas em Oncologia. Para tanto, teve como suporte metodológico uma
revisão bibliográfica em livros de Anais referência, artigos e sites
científicos publicados nos últimos dez anos. Os resultados apontam que o
paciente com neoplasia pode apresentar alterações do desempenho ocupacional,
área de atuação do terapeuta ocupacional. Assim, o profissional em questão pode
contribuir para o restabelecimento da saúde dos sujeitos que se encontram
internados devido às condições oncológicas, uma vez que cuida da dor física,
mental e social das pessoas que têm o desenvolvimento das suas atividades
cotidianas, de lazer, trabalho e automanutenção comprometidas, tanto pela
doença como também pelo processo de hospitalização. Logo, esses achados apontam
que as intervenções terapêuticas ocupacionais favorecem a restauração do
desempenho ocupacional do indivíduo com câncer, no entanto sua presença não é
garantida pelas Políticas Públicas em Oncologia.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[558]
TERAPIA OCUPACIONAL, GESTÃO, COMPLEXIDADE E CENTROS DE CONVIVÊNCIA:
CONTRIBUIÇÕES PARA A REDE PSICOSSOCIAL
JULIANA MARIA PADOVAN ALEIXO
SERVIÇO DE SAÚDE DR. CÂNDIDO
FERREIRA, CAMPINAS, SP, BR.
Palavras-chave: centros de
convivência; gestão; saúde mental
Resumo: Introdução: O campo de práticas em Terapia Ocupacional tem
diversificado e ampliado suas dimensões. Na saúde mental é comum terapeutas
ocupacionais assumirem cargos de gestão, contribuindo com um olhar analisador e
crítico para o fazer humano, sensibilizando os trabalhadores frente à suas
ocupações, qualificando ações e articulando a rede psicossocial. Ocupar esse
lugar faz pensar referências e metodologias que compõem com os espaços de
trabalho e suas especificidades e diversidades. Assim, a Complexidade,
pensamento desenvolvido pelo filósofo francês Edgar Morin, traz reflexões e
propostas de enfrentamento para atenção psicossocial, mostrando-se potente
componente na articulação de políticas públicas. Nessa rede, destacam-se os
Ceccos (Centros de Convivência e Cooperativas). Os Ceccos vêm se mantendo com
poucos investimentos das Políticas Públicas. Não está preconizado nas portarias
e nas normatizações, vêm se fortalecendo enquanto dispositivos na rede
psicossocial, mesmo Anais com a precariedade constitutiva de base na política
ministerial. Objetivos: Discutir a
produção dos Ceccos, pensando a interlocução entre Terapia Ocupacional, clínica
e Gestão. Buscando o fortalecimento e a legitimação desses dispositivos no
campo das práticas em saúde, assim como, a valorização da Terapia Ocupacional
no campo da saúde mental, da gestão e das políticas públicas. Metodologia: Discussão de relato de
experiência vivida enquanto terapeuta ocupacional e gestora de um Cecco na
cidade de Campinas, utilizando enquanto referências teóricas o SUS, a
Complexidade, a Transdisciplinaridade e a Atenção Psicossocial. Resultados/Discussão: Os Ceccos trazem
em seu núcleo a ruptura com o modo hegemônico de pensar a saúde apenas como
remissão de sintomas. Trata-se de um equipamento idealizado a partir das
diretrizes do SUS e Atenção Psicossocial. O foco das ações acontece na
interlocução entre promoção de saúde, qualidade de vida, vivências artísticas,
culturais, corporais, baseadas nas trocas, no aprendizado e na inclusão. Espaço
onde se promove a convivência produtora de inclusão mediada pelo cuidado, que
convoca a invenção de novos lugares para o trabalhador, gestor e usuário. Considerações Finais: O trabalho da
Terapia Ocupacional na gestão de um serviço da rede psicossocial, com uma
proposta inovadora como o Cecco, faz pensar o quanto se faz necessário compor a
formação profissional com referências e vivências multidimensionais como a
Complexidade, ampliando as possibilidades de atuação da terapia ocupacional e
das práticas em saúde mental. Assim, as diretrizes do SUS, a
Transdisciplinaridade e a Complexidade mostram-se eixos teóricos importantes na
composição de um novo olhar.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[565]
CONSTRUÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL INFANTOJUVENIL: O QUE A HISTÓRIA
PODE NOS INDICAR
BRUNA LIDIA TAÑO; THELMA SIMÕES
MATSUKURA; CAROLINA BIAGIONI FERRAZ
UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BR.
Palavras-chave: saúde mental; infância; produção de cuidado
Resumo: Introdução: Os caminhos trilhados na construção das
intervenções e da atenção em saúde mental infanto-juvenil diferem-se claramente
daqueles trilhados para atenção aos adultos em sofrimento psíquico. Embora
grandes movimentações tenham sido empreendidas atualmente no sentido de se
estabelecerem políticas públicas para o tratamento de crianças e adolescentes
no âmbito dos serviços públicos de saúde mental, evidenciam-se impasses e
conflitos no campo que remetem a problemáticas historicamente conhecidas. Objetivos: A partir da reflexão sobre a
história da saúde mental infanto-juvenil no Brasil, este estudo pretende tecer
considerações a respeito das atuais políticas de atenção em saúde mental para
as crianças e adolescentes no SUS e discutir seus principais impasses e
desafios, principalmente no que tange as propostas de Reabilitação Psicossocial
e construção de autonomia. Metodologia:
Trata-se de estudo documental que envolveu: (a) consulta à literatura acerca de
políticas públicas voltadas à infância e adolescência no Brasil e sobre o
percurso histórico de atenção à esta população e; (b) estudo revisão de
literatura acerca dos CAPSi publicados nos últimos 10 anos. Discussão: As
atuais estratégias de atenção revelam impasses históricos nos arranjos das
ações neste campo, que se evidenciam enquanto conflitos entre o que preconiza
as políticas e as possibilidades de ação dos profissionais responsáveis pelo acompanhamento
e tratamento destes sujeitos. Discute-se que a transformação da lógica da
atenção em saúde mental infanto-juvenil efetiva-se a partir da construção de
lógicas de acompanhamento que se direcionem mais para a produção de relações de
cuidado. Considerações Finais: O
estudo contribui para a reflexão acerca de políticas públicas e de ações
voltadas para a população infanto-juvenil em sofrimento psíquico. Destaca-se
que produzir estas relações impõe que se abra mão das históricas considerações
a respeito da criança e do adolescente afirmadas enquanto formas silenciosas de
exclusão e de violação de direitos.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[567]
ARTE CIRCENSE COMO RECURSO TERAPÊUTICO NO CAPS: O CAD NO PICADEIRO
CIBELI GALDINO DA SILVA CAPS II,
JOINVILLE, SC, BR.
Palavras-chave: arte circense; terapia ocupacional; transtorno
mental
Resumo: Introdução: O CAPS é um dispositivo que compõe a RAPS –
Rede de Atenção Psicossocial, destinado a atenção de usuários com sofrimento
mental grave e/ou persistente. Os CAPS oferecem uma gama de terapêuticas, entre
as quais a oficina se coloca como fundamental para fazer valer os ideais da
reforma psiquiátrica. A impossibilidade de exercer seu papel enquanto cidadão,
o preconceito, a estigmatização acompanharam a pessoa com sofrimento mental por
muitos anos, a possibilidade de avançar, as novas formas de lidar com a saúde e
o sofrimento psíquico de pessoas faz parte de um importante processo de
mudanças, no qual o profissional terapeuta ocupacional é fundamental. Partindo
dos conhecimentos acerca dos objetivos e normatização desse serviço, a proposta
terapêutica deve recorrer às “necessidades, interesses e habilidades do usuário
e no que ele poderia usufruir no CAPS” (MÂNGIA CASTILHO e DUARTE, 2006). Os
usuários têm que poder usar suas habilidades, e neste contexto o circo surgiu.
O circo é uma forma de expressão cênica que não se resume apenas a um
espetáculo, mas a toda uma construção sistêmica. Objetivos: focar as potencialidades e explorar os talentos, dos
usuários do CAPS, auxiliar a pessoa com transtorno mental a organizar-se,
diminuir o preconceito da sociedade através do conhecimento e da arte. Metodologia: A oficina acontece
semanalmente, no CAPS II do município de Joinville, é aberta para todos os
usuários que frequentam o CAPS, além da terapeuta ocupacional uma técnica de
Enfermagem participa como co-terapeuta, durante as oficinas é construído o
espetáculo que é composto de música, poesia, jogral, técnicas de malabarismos e
de contorcionismo, trabalha-se com o lúdico e o humor, características próprias
do circo. Resultados/ Discussão:
Maior satisfação dos usuários e adesão ao tratamento é uma atividade inclusiva,
melhora o relacionamento interpessoal e o vínculo, aumento da motivação e participação,
melhora no desempenho das atividades da vida diária e da vida prática, além de
incentivar a conversa sobre saúde mental nos diversos meios em que o espetáculo
é apresentado. Considerações Finais:
A arte circense é um recurso terapêutico que favorece o processo de
reabilitação psicossocial, incorpora os princípios da Prática Centrada no
Cliente favorecendo assim sua recuperação funcional.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[569]
ABORDAGENS TERRITORIAIS NA SAÚDE MENTAL E A TERAPIA OCUPACIONAL:
REFLEXÕES ACERCA DE ATIVIDADES E COTIDIANO
ADRIANA LEÃO; ALINE CAUS ZUQUI
UFES, VITÓRIA, ES, BR.
Palavras-chave: desinstitucionalização; terapia ocupacional;
serviços de saúde mental
Resumo: Introdução: A partir das novas diretrizes da Política
Nacional de Saúde Mental, com a priorização das abordagens comunitárias e
territoriais em Saúde Mental, é que se inseriu a proposta desse estudo. A
discussão em torno da produção de novas práticas de cuidados nos serviços
substitutivos de saúde mental, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS),
é um tema de relevante importância, tanto no âmbito acadêmico, para a formação
dos futuros trabalhadores no campo da saúde mental, quanto técnico, em relação
à capacitação profissional. Percebemos a necessidade de aprofundamento da
compreensão da atuação da Terapia Ocupacional com o uso das atividades humanas
nesse campo, objetivando contribuir com o debate colocado. Objetivos: o objetivo geral da pesquisa de iniciação científica foi
compreender como os terapeutas ocupacionais utilizam o território no cuidado
dos usuários. Como objetivos específicos, delineamos: verificar a concepção dos
terapeutas ocupacionais sobre o território na Saúde Mental; compreender os
instrumentos utilizados pelos terapeutas ocupacionais para o cuidado do usuário
no território. Metodologia:
Realizou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa, com entrevista
semi-estruturada, nos CAPS do município de Vitória, no Espírito Santo, com os
terapeutas ocupacionais que atuavam nesses locais e se dispuseram a participar
do estudo. A análise dos dados obtidos foi realizada por meio da categorização
temática e devidamente discutidos em articulação com a literatura acerca do
paradigma psicossocial. Resultados/Discussões:
Como resultado da análise temática emergiram três temas: a concepção de
território, os instrumentos de acesso ao território e a atuação da Terapia
Ocupacional no território. Observamos que os terapeutas ocupacionais
entrevistados destacam a importância de um trabalho territorial, apesar de não
haver clareza a respeito do território, conforme a literatura estudada. Quanto
a especificidade dos instrumentos utilizados para acessar o território, esses
são comuns aos demais trabalhadores da saúde mental. Destacam-se como
específicos da profissão, principalmente, referências as Atividades de Vida
Diária e a Análise da Atividade. Considerações
Finais: Apontamos, a partir das falas, que se faz necessário a concepção e
ampliação do uso das atividades com o intuito de abordar o cotidiano,
compreendido para além de atividades rotineiras, como um processo, histórico,
social e cultural, capaz de reorganizar a vida do indivíduo.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[573]
A COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR E ALTERNATIVA EM UM PROGRAMA DE ESTIMULAÇÃO
PRECOCE
AILA NARENE DAHWACHE CRIADO
ROCHA; DÉBORA DELIBERATO
UNESP/MARÍLIA, MARÍLIA, SP,
BR.
Palavras-chave: comunicação suplementar e alternativa; estimulação
precoce; síndrome de down
Resumo: O uso da comunicação suplementar e alternativa em programas
de estimulação precoce pode ajudar a criança a organizar conteúdos
comunicativos, facilitando sua expressão e interação com os interlocutores que
posteriormente respondem e estimulam a comunicação da criança promovendo seu
desenvolvimento. O objetivo deste estudo foi propor um programa de intervenção
por meio do conto e reconto de histórias utilizando os recursos da comunicação
suplementar e alternativa junto a crianças com Síndrome de DOWN. Foram
selecionadas quatro crianças entre 2 e 3 anos de idade que apresentavam
dificuldades na interação com diferentes interlocutores e frequentavam o
programa de estimulação precoce vinculado a uma universidade durante os anos de
2011 e 2012. A coleta de dados se dividiu em três etapas: caracterização das
crianças; planejamento e adaptação dos materiais; e intervenção. A coleta de
dados foi registrada por meio de filmagens e registro contínuo das observações
em diário de campo. Após a transcrição das filmagens e organização do material
foi realizado a análise de seu conteúdo segundo a proposta de Bardin. Foram
identificadas as seguintes categorias de análise: 1) Descrição e caracterização
do projeto, 2) Critérios para escolha e adaptação da história 3) Intervenções.
Foi possível identificar que os profissionais utilizaram a comunicação
suplementar e alternativa por meio de objetos concretos e símbolos que
representavam os personagens da história além de livros, bonecos e fantoches.
As intervenções ocorreram semanalmente, com duração de uma hora. No início das
intervenções foi observado o uso frequente de gestos ou palavras isoladas, a
falta de iniciativa dos participantes em narrar às ações dos personagens e
falas repetidas a partir do contexto. Com o decorrer do programa foi identificado
que as crianças desenvolveram habilidades comunicativas assumindo o papel de
narrador e diminuindo a necessidade de ajuda do interlocutor, durante as
atividades discursivas. A família participou ativamente das intervenções e
recebeu orientações para desenvolver atividades a fim estimular o desempenho
comunicativo da criança. Foi possível concluir que durante as intervenções os
participantes passaram a utilizar os objetos concretos e os símbolos gráficos
de forma contextualizada e intencional, representando ações em diferentes
contextos. A análise do programa de intervenção permitiu identificar que as
crianças ampliaram as trocas comunicativas, o uso de expressões orais e
não-orais e a comunicação funcional e intencional.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[574]
O LÚDICO NA TERAPIA OCUPACIONAL: FAVORECENDO O DESEMPENHO OCUPACIONAL
DE CRIANÇAS EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO
DÉBORA RIBEIRO DA SILVA CAMPOS
FOLHA1; LARISSA RACHEL COSTA MACEDO 2; LORENA BITTENCOURT RODRIGUES 2
1. UNAMA E UEPA, BELÉM, PA,
BR; 2.UNAMA, BELÉM, PA, BR.
Palavras-chave: hemodiálise;
brincar; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: O presente trabalho corresponde à pesquisa de
Trabalho de Conclusão de Curso de Terapia Ocupacional sobre o brincar no tratamento
de crianças com doença renal crônica. Os impactos da doença e das frequentes
internações acabam por comprometer significativamente o desenvolvimento dessas
crianças e, consequentemente, as suas áreas de ocupação, principalmente a
educação, as atividades de vida diária e o brincar. A insuficiência renal e a
hemodiálise também provocam desgaste físico, estresse mental e emocional,
reduzindo assim a qualidade de vida desses indivíduos. Objetivo: Este estudo objetivou conhecer e analisar as contribuições
do lúdico em Terapia Ocupacional para as crianças com insuficiência renal
crônica e em tratamento dialítico no Centro de Terapia Renal Substitutiva da
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCM-PA). Metodologia: Por meio de uma abordagem qualitativa, foi realizada
revisão bibliográfica e pesquisa de campo. A pesquisa de campo foi realizada no
ambulatório de Nefropediatria da FSCMPA, nos meses de agosto e setembro de
2012, duas vezes por semana, totalizando nove encontros. Os sujeitos de pesquisa
foram seis crianças, com idade entre três e nove anos. Foram utilizados como
instrumentos de coleta de dados uma ficha de avaliação terapêutica ocupacional,
planejamentos de intervenções, relatos e análise dos atendimentos. Resultados/Discussão: Por meio das
intervenções e observações realizadas, foi possível identificar as
consequências e impactos que a hemodiálise gera para o desenvolvimento
infantil. Observamos que as áreas de ocupação do brincar e da educação
encontravam-se intrinsecamente comprometidas, além dos déficits nos aspectos
físicos, como limitações na marcha, alterações no crescimento, baixo peso e nos
aspectos emocionais como tristeza, quadros de choro e baixa autoestima. As
atividades lúdicas variadas de pintura de desenho, jogos educativos, jogos
individuais e coletivos e atividades psicomotoras mostraram-se eficazes para a
promoção do engajamento das crianças em suas áreas de ocupação, refletindo
também em benefícios em seus aspectos emocionais e de socialização. Considerações Finais: Foi possível
constatar que os recursos lúdicos utilizados pelo terapeuta ocupacional são
potencializadores do desempenho ocupacional de crianças em tratamento
hemodialítico e mostram-se ferramentas eficazes de promoção do desenvolvimento
infantil durante o tratamento de doenças renais crônicas.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[575]
GRUPOS DE TERAPIA OCUPACIONAL COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
TRANSTORNOS PSICÓTICOS: UMA ARTICULAÇÃO TEÓRICO-CLÍNICA
FABÍOLA VEZZALI CIRILO; MARINA
BIANCO PERRONE; PAULA PAVAN ANTONIO; SILVIA MITIE KANAWA
UNIFESP, SÃO PAULO, SP, BR.
Palavras-chave: grupos; terapia ocupacional; psicose na infância e
adolescência
Resumo: O Programa de Atenção à Psicose na Infância e Adolescência
(PAPIA) é vinculado à Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência (UPIA)
e ao Programa de Esquizofrenia (PROESQ), ambos inseridos na Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM). Trata-se de um serviço ambulatorial de
atendimento à crianças e adolescentes com transtornos psicóticos que conta com
equipe multiprofissional, composta de psiquiatras, psicólogos, terapeutas
ocupacionais, enfermeiros e assistentes sociais. Dentre as possibilidades de
intervenção oferecidas pelo ambulatório, estão os grupos de Terapia Ocupacional.
Estes atendimentos acontecem semanalmente com duração de sessenta minutos,
funcionam como grupo fechado, composto de acordo com as necessidades de cada um
dos sujeitos observadas no processo de avaliação, no qual busca-se compreender
como essas pessoas realizam suas atividades cotidianas, como são suas relações
familiares e sociais, quais são suas habilidades, interesses e dificuldades,
como lidam com as adversidades, quais são suas condições emocionais. O objetivo
deste trabalho é refletir sobre os atendimentos grupais de Terapia Ocupacional
no PAPIA, a partir do referencial psicodinâmico, realizando uma articulação
teórico-prática dos encontros produzida durante a supervisão específica dos
atendimentos. No grupo, objetivou-se favorecer a criação de espaços de
experimentação, construção e significação de experiências. Notou-se que
conforme as terapeutas se mostravam confortáveis no espaço e apresentavam suas
formas de estar para esta relação, puderam ser percebidas pelo grupo como
pessoas que estavam, naquele momento, disponíveis para o encontro. A partir da
vivência de ter alguém interessado e curioso pelas experiências dessas pessoas,
construiu-se um ambiente que os validasse como sujeitos, e os sustasse como
detentores de um saber que estava sendo compartilhado. A partir da confiança de
cada um em trazer seu próprio sentido para os acontecimentos, as experiências
individuais foram sendo denunciadas para o grupo e foi sendo experimentada uma
realidade de significações compartilhadas. Neste sentido, construir e manter
combinados/acordos com o grupo, tempo para realização das propostas, escolha
das atividades conjuntas e individuais, é uma forma de favorecer segurança e
sustentação no ambiente, a partir da experiência de continuidade e
possibilidade de contratuação. A apresentação do terapeuta como alguém
continente e disposto para o encontro, possibilita que essas crianças e
adolescentes vivenciem diversas formas de estar nessa relação com
espontaneidade, e que possam compor a constituição destas pessoas como sujeitos
em suas relações.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[577]
PERFIL DE CRIANÇAS ATENDIDAS PELO SETOR DE TERAPIA OCUPACIONAL NUMA
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA CIDADE DE PELOTAS – RS
LETICIA SABOIA DA SILVA; DEBORA
LEE VAZ DIAS; EMERSON DORNELES CALDEIRA; ZAYANNA CHRISTINE LOPES LINDÔSO
UFPEL, PELOTAS, RS, BR.
Palavras-chave: Criança;
desenvolvimento neuropsicomotor; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: A necessidade de atendimento à população na
atenção básica na comunidade vem buscando qualificar-se cada vez mais no
Brasil. Práticas interdisciplinares buscam oferecer qualidade de vida à
população por meio de ações previstas na Política Nacional e nos princípios do
SUS. Nesse sentido torna-se importante a presença do terapeuta ocupacional com
ações e procedimentos de prevenção e reabilitação. Objetivos: Identificar atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor
de crianças de 0 a 3 anos, atendidas na Unidade Básica de Saúde (UBS) de um
bairro na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul – RS e discutir a importância da
atuação do profissional de Terapia Ocupacional na Atenção Básica de Saúde. Metodologia: Estudo transversal
realizado no período de novembro de 2012 a março de 2013 durante o Estágio
Supervisionado I: saúde da criança e do adolescente do Curso de Terapia
Ocupacional da Universidade Federal de Pelotas. Foram avaliadas 37 crianças de
0 a 3 anos que buscavam atendimento na UBS. Foram testados reflexos e
habilidades pertinentes à idade de cada criança, por meio da Avaliação
Neurológica Infantil de Marinete Coelho (1999) e anamnese com os pais para
coleta de dados pessoais, história gestacional, história clínica após
nascimento e histórico familiar. A avaliação ocorreu no setor de Terapia
Ocupacional da UBS e aplicada por estagiários de terapia ocupacional. Resultados/Discussão:
Das 37 crianças avaliadas 54,5% (n=20) era do sexo feminino. A faixa etária
predominante foi de 2 a 9 meses totalizando 54,05% (n=20) do total. 75,68%
(n=28) dos partos foram a termo, sendo 56,76% (n=21) partos naturais. 86,49%
(n=32) das mães realizaram pré-natal e possuíam idade entre 21 a 30 anos
(45,95%, n=17). Foi observada ainda frequência relevante de mães adolescentes
com faixa etária até 20 anos (37,84%, n=14). A idade do pai variou sendo que a
maioria, 29,73% (n=11), dos pais estava entre 21 e 30 anos de idade. As
crianças avaliadas não apresentaram alterações significativas no teste, porém
observaram-se casos isolados de carência de estímulo e de informações, por
parte dos pais, pertinentes ao desenvolvimento neurospicomotor adequado à idade
da criança. Considerações Finais:
Concluiu-se que a maioria das crianças apresentou respostas adequadas a sua
idade. Algumas tiveram alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, talvez
pelo pouco estímulo oferecido à criança em casa o que fora facilitado por meio
das intervenções de Terapia Ocupacional.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[592]
O IMPACTO DA DOENÇA DE PARKINSON NA QUALIDADE DE VIDA: UMA REVISÃO DA
LITERATURA
ANA PAULA DE ALMEIDA MACIEL;
ERIKA HENRIQUE DA SILVA; IVONETE SILVA CARNEIRO MONTEIRO; CHARLENY MARY
FERREIRA DE SANTANA; THAISA DASMACENO DE ALBUQUERQUE ANGELO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE
PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BR.
Palavras-chave: doença de parkinson; qualidade de vida; sintomas
Resumo: A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa
mais frequente em todo o mundo e apresenta uma gama de sinais e sintomas que
com a evolução da doença tornam-se extremamente incapacitantes para os doentes,
contribuindo assim, para prejuízos na qualidade de vida dos mesmos. O conceito
de qualidade de vida é bastante complexo e abrangente, mas, em geral, a saúde é
considerada parte essencial para a construção desse conceito, juntamente com a
capacidade de obter satisfação pessoal associada ao próprio bem estar físico,
funcional, emocional e social. O objetivo deste trabalho é apontar os fatores
que alteram de forma negativa a qualidade de vida do Parkisoniano. Para a
construção desse trabalho foi realizada uma revisão da literatura dos últimos
doze anos, em base de dados tais como, SCIELO e BIREME , na língua portuguesa ,
utilizando-se dos seguintes descritores: Doença de Parkinson, Qualidade de vida
e Sintomas. Alguns estudos apontam um grande aumento na incidência da doença de
Parkinson nas próximas décadas devido ao aumento da população idosa mundial.
Assim, diante desta projeção e da característica incapacitante desta doença, o
conhecimento dos fatores relacionados à percepção da qualidade de vida é
essencial para uma elaboração de intervenção terapêutica mais eficiente. Além
de um comprometimento na qualidade de vida oriundo das desordens motoras, há
também comprometimentos advindos da presença de alterações cognitivas, com
maior acometimento nas funções executivas e memória. Os comprometimentos
físicos, mentais, cognitivos e emocionais podem resultar num isolamento social
do indivíduo com consequente perda dos seus diversos papéis ocupacionais. Além
da presença destes déficits, há grande impacto econômico na vida do indivíduo e
familiares, seja pelo recorrente afastamento de atividades laborativas, seja
pelo alto custo para tratamento medicamentoso e de reabilitação. Conclui-se
então, que devido à existência destes comprometimentos, a Doença de Parkinson
acarreta grande impacto no desempenho ocupacional destes indivíduos, com
conseqüente interferência em sua Qualidade de vida. Com isso, há necessidade de
um maior entendimento por parte dos profissionais de saúde sobre as
dificuldades nos mais diversos contextos vivenciados por esses pacientes, de
modo que possibilite uma escolha mais adequada das ferramentas que serão
utilizadas
O ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO E SERVIÇO RESIDENCIAL TERAPÊUTICO: UMA PROPOSTA DE ATUAÇÃO INTERDISCIPLINAR
MEYRIELLE BELOTTI 1; MARIA CRISTINA CAMPELLO LAVRADOR 1; ADRIANA LEÃO 1; ANDREZZA MONTEIRO FRAGA 2; TASSYLA FRÓES FAVARATO 2
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO, VITÓRIA, ES, BR; 2. INSTITUTO VIDA E SAÚDE -INVISA, VITÓRIA, ES, BR.
Palavras-chave: desinstitucionalização; saúde mental; cuidado
Resumo: Introdução: O trabalho é referente ao projeto de extensão dos cursos de Psicologia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Sua proposta é a realização do Acompanhamento Terapêutico (AT) nas Residências Terapêuticas (RT) localizadas nos municípios que compõem a Grande Vitória (ES), tendo como público – alvo os egresso do antigo Hospital Adauto Botelho (HAB). A mudança do HAB para Hospital Estadual de Atenção Clínica (HEAC), com a proposta de atendimento para outras demandas de saúde e a desinstitucionalização das pessoas com longo histórico de permanência, resultou na abertura de dez RTs. O AT consiste na circulação pela cidade com os sujeitos que apresentam sofrimento psíquico, visando a sua inserção social, a redução do estigma da loucura, bem como, a produção de novos modos de vida. Para tanto, foi priorizada as seguintes estratégias de ação: circulação pelos espaços da cidade; a ampliação das redes de sociabilidade; visitas a familiares; luta pelos direitos constitucionais; cuidados com a saúde em geral, a apropriação dos espaços onde se habita, entre outras. Objetivo: Realizar o Acompanhamento Terapêutico (AT) nas Residências Terapêuticas situadas nos municípios da Grande Vitoria, visando contribuir para o processo de inserção social dos moradores na comunidade. Metodologia: Foi realizado o AT em nove RT situadas nos municípios da Grande Vitória. Todas as RT possuíam três duplas de alunos, que realizavam a prática do AT duas vezes por semana, com a duração de uma a três horas. Nesse espaço de tempo, eram realizadas atividades que proporcionasse a inclusão do morados no espaço social/cidade. Assim, ir ao supermercado, ir ao banco, ir à padaria, à lanchonete, à praça, são alguns exemplos de ações cotidianas desenvolvidas no projeto. Além da prática do AT, uma vez por semana era realizada a supervisão com os alunos. Esse espaço era utilizado para discutição e reflexão da prática do AT. Resultados/Discussão: Identificamos AT com uma ferramenta importante para o alcance da reabilitação psicossocial, uma vez que se mostrou como uma clínica de “céu aberto” potente para a construção de novos modos de vida e para o fortalecimento da rede de sociabilidade. Nosso desafio maior, foi fazer com que os moradores das RT compreendessem esse espaço como uma moradia, bem como, proporcionar a perda dos hábitos adquiridos com a institucionalização e a apropriação com a cidade. Considerações Finais: Nesta proposta, nosso compromisso e desafio ético-político é o de contribuir com a desinstitucionalização da loucura, é o de afirmar práticas de liberdade que possibilitem a construção de outros modos de viver.
USO DAS MÃOS POR CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL NOS CONTEXTOS DE CASA E DE REABILITAÇÃO
MARINA DE BRITO BRANDÃO 1; JULIANA MELO OCARINO 1; KATIA MARIA BUENO PENIDO 2; MARISA COTTA MANCINI 1
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BH, MG, BRASIL; 2.FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS, BH, MG, BR.
Palavras-chave: criança; contexto; função manual
Resumo: Introdução: O uso das mãos durante a realização de atividades da rotina diária por crianças com paralisia cerebral do tipo hemiparesia espástica é permeado por fatores contextuais, ambientais e pessoais, nos quais essas crianças estão inseridas. Tais fatores parecem contribuir para a discrepância entre o que a criança é capaz de realizar no contexto terapêutico e seu desempenho rotineiro, em casa. Objetivo: Compreender a influência de fatores contextuais no uso funcional das mãos por crianças com paralisia cerebral do tipo hemiparesia espástica em casa e no contexto clínico. Metodologia: Foi realizado um estudo qualitativo com 7 crianças com hemiparesia espástica, seus cuidadores e terapeutas ocupacionais. Observações em casa e no ambiente clínico foram realizadas para compreender características dos ambientes físico, atitudinal e de suporte que influenciam o uso das mãos pelas crianças, nos dois contextos. Em seguida, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os cuidadores e os terapeutas das Anais crianças acerca do entendimento do uso das mãos das crianças. Transcrições das observações e das entrevistas foram analisadas por meio da análise de conteúdo, realizada com o auxílio do uso do software N-Vivo 8. Resultados: Categorias temáticas que emergiram: (1) uso das mãos: facilitadores e barreiras, (2) lidando com dificuldades: estratégias e reações (3) auxiliando a criança: tipos e razões para assistência Considerações Finais: Foi identificada discrepância entre ações e percepções dos cuidadores e terapeutas acerca do uso funcional das mãos das crianças. Além disso, características específicas de cada contexto facilitaram ou dificultaram o uso das mãos, a escolha de estratégias e reações das crianças frente às dificuldades. A compreensão dos fatores contextuais permite aos terapeutas maior aproximação de suas condutas de reabilitação, que estejam centradas nas características e demandas específicas das crianças e suas famílias.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[602]
ATELIÊ: UM ESPAÇO DE ENCONTROS
RENATA TOSTA; KARINA MENEGUETTI;
MARCELA DOS REIS BIGATÃO
CAPS III DAVID CAPISTRANO DA
COSTA FILHO - SERVIÇO DE SAÚDE DR. CÂNDIDO FERREIRA, CAMPINAS, SP, BR.
Palavras-chave: ateliê; caps iii;
terapia ocupacional
Resumo: Introdução: Ateliê é um estrangeirismo da língua francesa
para nomear um estúdio, sendo um lugar de trabalho de pessoas com vontade de
criar e onde se pode experimentar, manipular e produzir um ou mais tipos de
arte. Segundo alguns autores o ateliê é um espaço privilegiado para a
descoberta de recursos e habilidades, sendo uma técnica que favorece o
aparecimento de gestos criativos, mas que contribui, sobretudo, para o
desenvolvimento dos aspectos da personalidade que não emergiram ou que não
puderam ser acolhidos em outros momentos. A interação com o outro em um espaço
referencial promove a discriminação e a elaboração das sensações vividas que
não puderam ser integradas. Objetivo:
Este trabalho descreve o cotidiano de um CAPS III e como o Ateliê pode ser uma
estratégia de cuidado tanto dos usuários quanto do próprio serviço. Metodologia: O ateliê é um espaço
aberto a ideias e de livre acesso aos usuários do CAPS, nesse espaço de
circulação, os usuários do serviço podem criar e produzir atividades com
sentido para eles. O Ateliê ocorre duas vezes por semana, é coordenado por
terapeutas ocupacionais, sendo que outros profissionais também podem circular
pelo espaço, contribuindo com seus fazeres e saberes. São oferecidas atividades
diversas que organizam o cotidiano, sendo um espaço no qual o usuário pode
sentir-se a vontade para estabelecer relações mais saudáveis, a partir do
fazer. Discussão: Um equipamento
como o CAPS III necessita de algo que organize seu cotidiano como instituição,
daí a importância de investirmos nas atividades que são realizadas diariamente.
Ocorre a facilitação do processo criativo, a partir da manipulação de materiais
e assim abre o caminho da expressão, da criatividade, da emoção de lidar com os
diferentes materiais de trabalho e objetos diversos, proporcionando também
oficinas que dão vida ao serviço. Considerações
Finais: Encontros surgem neste espaço e a convivência acontece, a atividade
acolhe o sujeito com o seu sofrimento e suas diversas formas de expressão
retomando o fazer com sentido. A diversidade de atividades pode organizar o
cotidiano dos serviços, facilitando o trabalho em equipe, já que a atividade
permite que o sujeito aja sobre o meio que está, tentando buscar o seu bem
estar.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[603]
EXPERIÊNCIA DE GRUPO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE COM IDOSOS POR MEIO DE
PRÁTICAS CORPORAIS ORIENTADAS PELO MÉTODO SELF-HEALING
ROSÉ COLOM TOLDRÁ; BRUNA DE
ALMEIDA ARRUDA; RENATA GUIMARÃES CORDONE; ANA CRISTINA FAGUNDES SOUTO
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SP, SP, BR.
Palavras-chave: Idosos; técnicas corporais; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: O crescimento da população idosa está
relacionado às melhores condições materiais de sobrevivência e os avanços das
práticas de saúde. Nessa fase da vida ocorrem perdas significativas nas capacidades
físicas, podendo provocar importante declínio da capacidade funcional e redução
da autonomia. Como estratégia para a promoção da saúde e prevenção de doenças
as práticas corporais estão sendo cada vez mais reconhecidas pelos
profissionais de saúde e pelas políticas do setor. Objetivo: Analisar dois grupos de práticas corporais com pessoas em
processo de envelhecimento e idosos orientados pelos princípios e técnicas do
método Self Healing de Meir Schneider. Metodologia:
Os grupos ocorreram no contexto da pesquisa “Envelhecer Mantendo Funções:
idosos 2020”, coordenado pelo Laboratório INTEGRA do Curso de Terapia
Ocupacional da Universidade de São Paulo, no período de março a setembro de
2012, com duração de doze encontros cada. Utilizou-se de questionário
semiestruturado e da aplicação do SF-36. Resultados/Discussão:
Participaram do grupo vinte e cinco pessoas, com o predomínio de mulheres
(88%), as idades variaram entre 57 e 76 anos, média de 65,8 anos e escolaridade
média de 3,6 anos. A maioria dos integrantes praticava em casa as orientações
aprendidas no grupo com reconhecimento de benefícios físicos, mentais e
emocionais. No SF36 houve melhora com significância estatística nos escores dos
domínios físicos, dor e emocional. Os efeitos na relação mente-corpo foram
identificados pelos resultados positivos em todos os domínios do SF-36, e no
questionário semi-estruturado. Considerações
Finais: O estudo evidencia que o método Self- Healing é eficaz e traz
benefícios para a funcionalidade e qualidade de vida dessas pessoas. O uso das
técnicas do método amplia a conscientização das Anais necessidades e das
potencialidades funcionais dos integrantes do grupo, o que estimula a adoção de
hábitos corporais mais saudáveis na rotina diária. As práticas corporais em
grupo mostram-se como uma alternativa possível e efetiva nessa fase da vida e,
portanto, um recurso importante para o uso do terapeuta ocupacional.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[606]
TERAPIA OCUPACIONAL NA SAÚDE DA MULHER: RELATO DE EXPERIÊNCIA JUNTO A
PACIENTE COM CÂNCER UTERINO
ALINE DA CRUZ CAVALCANTE; BEATRIZ
TEIXEIRA DA SILVA; ALINE DA CRUZ CAVALCANTE; BEATRIZ TEIXEIRA DA SILVA; DÉBORA
RIBEIRO DA SILVA CAMPOS FOLHA
UEPA, BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde da mulher; câncer de
colo do útero
Resumo: Introdução: A atenção em saúde da mulher é responsável
pelas ações de assistência em todas as etapas da vida com garantia de acesso
humanizado aos serviços prestados. Considera-se que a atuação do terapeuta
ocupacional é fundamental em programas de assistência à saúde integral do
indivíduo, pois este é o profissional responsável por analisar e promover a
vida ocupacional saudável do paciente em seus diferentes aspectos,
estruturando-o para desenvolver sua autonomia e independência necessárias para
manutenção de sua vida ativa. Objetivo:
Este estudo teve como objetivo socializar a experiência vivenciada junto a
paciente hospitalizada; refletir sobre as contribuições da Terapia Ocupacional
em paciente com câncer do colo do útero. Metodologia:
O trabalho se fundamenta no relato de experiência construído a partir de
atendimentos terapêuticos ocupacionais em paciente com câncer de colo do útero
em um hospital público de Belém no período de abril a maio de 2013, foram
realizadas atividades de oficina de maquiagem, construção de mural com fotos e
recados, reflexão de versículos bíblicos e textos de autoajuda, criação de
desenhos dos sonhos e pintura expressiva em tecido. Resultado/Discussão: Obteve-se nestes atendimentos, contato com as
dificuldades enfrentadas pela paciente, devido ser uma doença assintomática e
os sintomas iniciais de propagação lenta, posteriormente evoluindo para quadros
de dor abdominal, sangramento e secreção vaginal anormal. Percebeu-se que os
sintomas geraram impactos psicossociais tais como humor deprimido, baixa
autoestima e pouca interação. Diante disso propomos atividades manuais,
artísticas e expressivas a fim de facilitar a adaptação psicossocial no
processo de hospitalização e oferecer escuta e suporte terapêutico. Observou-se
durante as intervenções considerável evolução na autoestima e disposição da
paciente, bem como mudança positiva no diálogo e expressão facial. Considerações Finiais: Reafirma-se que
a intervenção terapêutica ocupacional é fundamental no tratamento do câncer de
colo do útero, este interfere diretamente na saúde da mulher, porém, há métodos
de proporcionar o máximo de independência, bem-estar, fortalecimento físico e
mental que irão influenciar significativamente na qualidade de vida e melhora
do quadro da doença.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[613]
TERAPIA OCUPACIONAL E O COTIDIANO DE CUIDADORES INFORMAIS DE PESSOAS
DEPENDENTES
MARIA LUISA GAZABIM SIMÕES
BALLARIN; ALINE CRISTINA BENEDITO; CATHERINE AMORIM KRON; DANIELA CHRISTOVAM
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
DE CAMPINAS - PUC-CAMPINAS, CAMPINAS, SP, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; assistência; cuidadores
Resumo: Situações que envolvem enfermidades como o câncer, doenças
crônicas degenerativas e seqüelas de grande impacto social, na maioria das
vezes, alteram de forma brusca tanto a estrutura de vida do sujeito adoecido,
como também, a de seus familiares, em especial, a do cuidador que o acompanha,
causando ruptura no cotidiano, sofrimento físico, emocional e sócio-familiar.
Daí a importância, por parte dos profissionais de saúde, incluindo os
terapeutas ocupacionais, de investirem em estratégias e intervenções, não
somente direcionadas aos pacientes, mas também aos CI. Assim, este trabalho que
é parte de um estudo mais amplo tem por objetivo discorrer sobre o impacto que
a função de cuidar traz para o cotidiano de Cuidadores Informais - CI de
pacientes dependentes assistidos em Ambulatório de Terapia Ocupacional da
PUC-Campinas. Ressalta-se que o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa (protocolo nº 0489/11). Caracteriza-se como estudo exploratório,
descritivo, de corte transversal de natureza quanti-qualitativa e foi
desenvolvido a partir da aplicação um Questionário contendo questões abertas e
fechadas relativas às atividades cotidianas e aos aspectos sócio-demográficos e
a Escala Zarit Burden Interview - ZBI. Participaram do estudo 15 CI. Os
resultados obtidos revelaram que a maioria dos CI era do sexo feminino, casada,
residente na mesma moradia do paciente que cuidava, sendo mãe, o grau de
parentesco predominante. Quanto às atividades de cuidado por eles desenvolvidas
cotidianamente, constatou-se que: as tarefas relativas à alimentação, higiene
pessoal, acompanhamento aos serviços de saúde, administração de medicamentos,
entre outras, figuraram como trabalhosas e fatigantes. A perspectiva de não
terem com quem dividir as tarefas do cuidado com outras pessoas, os aspectos
relacionais envolvidos na relação do cuidador com o paciente e demais
familiares, questões financeiras, bem como dificuldades de saberem se o que
estão fazendo é o mais adequado, figuraram como elementos que em muito
dificultam o cotidiano dos sujeitos investigados. Os resultados deste estudo
corroboram com a perspectiva descrita na literatura especializada explicitando
a importância da implementação de estratégias e intervenções direcionadas não
somente aos pacientes, mas também aos CI, pois a atividade de cuidar de pessoas
dependentes traz impactos à saúde do cuidador.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[621]
GRUPO DE QUALIDADE DE VIDA: PROMOVENDO SAÚDE NO CENTRO DE ATENÇÃO
BÁSICA PAULO
HENRIQUE PONSONI; TALITA CARRIERE
OLIVI; CECILIA ANDRADE CAMPOS; LIVIA ZAGATTI PEDRO; DANIELA CHADDAD RAINERI
CAPS, ITÁPOLIS, SP, BR.
Palavras-chave: atenção básica; apoio matricial; prevenção em saúde
Resumo: Introdução: dentro da atual política de saúde mental do
Ministério da Saúde, o CAPS é considerado dispositivo estratégico para a
organização da rede de atenção em saúde mental, através de ações de
matriciamento. Levando-se em consideração que existe um componente subjetivo
associado a qualquer doença, pode-se dizer que todo problema de saúde é também
um problema de saúde mental e vice-versa. Diante disso, é fundamental a
articulação da saúde mental juntamente à Atenção Básica. Objetivos: promover reflexão a respeito da qualidade de vida,
acolhimento do sofrimento psíquico, orientação e conscientização em saúde na
Atenção Básica. Metodologia: o grupo
foi conduzido sob orientação e apoio de profissionais da equipe do Centro de
Atenção Psicossocial – CAPS/II Itápolis. Os participantes foram elencados de
acordo com a participação no programa Hiperdia de uma Unidade Básica de Saúde
do município de Itápolis com idade mínima de 55 anos. Realizaram-se encontros
semanais por 14 semanas consecutivas com duração média de 90 minutos. Nos
encontros foram realizados alongamentos físicos e posteriormente abordados
temas relacionados a cuidados e prevenção em saúde dos participantes, de acordo
com a demanda levantada pelos mesmos, em sua maior parte, ligados às doenças
crônicas. Resultados: através dos
grupos realizados pode-se observar interesse da população em relação aos temas
abordados, relacionados à qualidade de vida, o que ocasionou diminuição da
frequência/procura de queixas na unidade de origem, juntamente com referências
da autopercepção de melhora na qualidade de vida e hábitos do cotidiano. Considerações Finais: com a realização
dos grupos, reduziu-se a necessidade do apoio psíquico dos participantes,
diante do fortalecimento da rede de atenção em saúde, frente à uma ação
matricial. Para tanto, o grupo permanecerá atuante, todavia, sob
responsabilidade dos membros da Unidade Básica de Saúde, embora ainda com a
orientação da equipe do CAPS.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[632]
ESTUDO DA PREVALÊNCIA DA FADIGA EM USUÁRIOS COM ESCLEROSE MÚLTIPLA ATENDIDOS NO HC-FMUSP:
CONTRIBUIÇÃO PARA INTERVENÇÃO NA ÁREA DE TERAPIA OCUPACIONAL
ROSÉ COLOM TOLDRÁ; DAGOBERTO
CALLEGARO; ANA CRISTINA FAGUNDES SOUTO
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SP, SP, BR.
Palavras-chave: esclerose múltipla; fadiga; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: A esclerose múltipla (EM) é a doença
inflamatória mais frequente do SNC, que se manifesta principalmente em adultos
e jovens e a fadiga um dos sintomas mais frequentes, que compromete os aspectos
funcionais, sociais e emocionais. Objetivos:
Descrever a prevalência da fadiga e compreender o impacto no cotidiano de vida
das pessoas com EM. Metodologia: O
estudo foi desenvolvido pelo Laboratório INTEGRA do Curso de Terapia
Ocupacional da FMUSP em parceria com o Ambulatório de Doenças Desmielinizantes
do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP. Participaram usuários
com EM da forma remitente-recorrente, idade até 45 anos, sem surto da doença há
pelo menos 6 meses e escore da Escala Expandida do Estado de Incapacidade
(EDSS) ≤ 5. Foram realizadas entrevistas e aplicação das versões brasileiras da
Escala de Gravidade de Fadiga (FSS-BR) e da Escala Modificada de Impacto da
Fadiga (MFIS-BR). Resultados/Discussão:
Fizeram parte do estudo 115 pessoas, o que representou 10% dos usuários com EM
do serviço. As idades variavam de 17 a 45 anos, tempo de diagnóstico de 0 a 19
anos e EDSS de 0 a 5. A maioria era do sexo feminino (73,9%), um pouco mais da
metade exercia atividades laborais (56,6%) e 72,2% eram trabalhadores
assalariados, voluntários e estudantes. Quanto à escolaridade 69,6% possuía
pelo menos o ensino superior incompleto. Considerou-se fatigados aqueles com
pontuação ≥ 4 no FSS-BR e ≥ 38 no MFIS-BR resultando em 46 pacientes (40%). A
maioria das pessoas fadigadas eram mulheres em idade produtiva e em fase de
estruturação da família e criação dos filhos, indicando a importância da
questão de gênero nas ações voltadas à assistência à saúde e a manutenção da
empregabilidade. Chama a atenção que 63% apresentavam o escore no EDSS ≤ 2,0,
indicando uma incapacidade mínima em termos de acometimento dos sistemas
funcionais, o que sugere que a fadiga seja um dos sintomas clínicos iniciais da
doença. Considerações Finais: As
duas escalas apresentaram forte grau de concordância, o que reforça seu uso
combinado como melhor opção para a avaliação da fadiga também em nosso meio.
Trata-se de primeiro estudo de uso combinado da FSS – BR e MFIS - BR no Brasil
e um dos poucos com MFIS-BR. Conhecer a prevalência e as características da
fadiga em usuários com EM acompanhados por um centro de referência no Brasil é
fundamental para entender o impacto desse sintoma, identificar de forma precoce
pessoas que requerem maior atenção dos profissionais de saúde e ampliar ações
de caráter terapêutico, que contribuam para adoção de comportamentos saudáveis
e para o manejo diário da fadiga.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[636]
AÇÕES DA
TERAPIA OCUPACIONAL NO MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL NOS NASF DO ESTADO DE SÃO
PAULO
CARINA CURTI
UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde mental; nasf
Resumo: Em 2008, o Ministério da Saúde através da portaria 154 cria
os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). Esses núcleos objetivam ampliar
as ações da Atenção Básica, e sua efetividade, apoiando a inserção da
estratégia de Saúde da Família na rede de serviços e o processo de
territorialização (BRASIL, 2009). O NASF possui equipe interdisciplinar em
diversas áreas e dentre elas a equipe de saúde mental. Nesta, a principal
diretriz é a redução gradual de leitos em hospitais psiquiátricos, com a
desinstitucionalização de pessoas com longo histórico de internações (BRASIL,
2010). Os objetivos desse trabalho foram averiguar quais dos terapeutas
ocupacionais inseridos nos NASF do Estado de São Paulo realizavam ações no
campo da Saúde Mental e investigar o processo de trabalho principalmente em
relação ao matriciamento realizado por esse profissional. Portanto,
identificou-se os NASF do Estado de São Paulo através do Cadastro Nacional de
Estabelecimento de Saúde (CNES) bem como quais haviam terapeutas ocupacionais
contratados e se os mesmos integram equipes de Saúde Mental. Aos que integravam
esta equipe foi elaborado um questionário online contendo desde a identificação
do profissional quanto à idade, sexo, formação e também às ações de
matriciamento em saúde mental do mesmo. Os dados foram analisados através de
agregação de dados e criação de categorias temáticas, ou seja, através da
análise de conteúdo, metodologia proposta por Bardin (1977). Os resultados
apontam que há 103 NASF no Estado de São Paulo; nestes há 52 Terapeutas
Ocupacionais inseridas, sendo que 28 responderam à essa pesquisa. Toda a
amostra era do sexo feminino, a maioria encontrava-se na faixa etária de 20-30
anos e a maior parte delas eram graduadas em instituições públicas. Em relação
ao matriciamento, de acordo com as entrevistadas, possui o objetivo de
organizar e refletir sobre as necessidades que o usuário apresenta juntamente
com ele e sua família e iniciar tentativa de inserção do mesmo. Segundo as
terapeutas ocupacionais o elemento facilitador para ocorrer o matriciamento é o
trabalho em equipe e as dificuldades são: o não conhecimento da profissão pelos
usuários e por alguns profissionais, a falta de articulação da rede,
estigmatização das pessoas com transtornos mentais e a implantação recente do
NASF. Pode-se analisar que a maioria das terapeutas ocupacionais inseridas nos
NASF possuem poucos anos de formação; a forma mais citada para realizarem a
prática do matriciamento são as visitas domiciliares, discussões com a equipe e
planejamento de plano terapêutico. Apesar das dificuldades relatadas as
terapeutas ocupacionais tentam trabalhar dentro da lógica do serviço.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[641]
PROCESSO DE REABILITAÇÃO DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL: IMPACTO NO
DESEMPENHO FUNCIONAL
MARINA DE BRITO BRANDÃO 1; RACHEL
HELENA OLIVEIRA 1; MARISA COTTA MANCINI 2
1.ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE
REABILITAÇÃO, BH, MG, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS
GERAIS, BH, MG, BR.
Palavras-chave: família; reabilitação; paralisia cerebral
Resumo: Introdução: Ações colaborativas entre famílias e terapeutas
são importantes para que o processo de reabilitação resulte na promoção da
funcionalidade da criança com paralisia cerebral (PC). Neste contexto, cabe aos
cuidadores estabelecer prioridades para a intervenção, explicitar sua
satisfação, e identificar demandas para o desempenho de atividades e tarefas do
cotidiano de vida de crianças com PC. Tais ações podem promover mecanismos
catalisadores de desfechos positivos do processo de reabilitação, como o
envolvimento dos cuidadores. Objetivos:
Descrever os objetivos funcionais estabelecidos por cuidadores de crianças com
PC atendidas em um centro de reabilitação, avaliar a associação entre os
objetivos relatados e o comprometimento motor grosso, e avaliar documentar
mudanças funcionais ao longo de seis meses de reabilitação. Metodologia: 75 crianças com paralisia
cerebral, entre 3 a 15 anos de idade, que frequentavam atendimentos semanais de
reabilitação na Associação Mineira de Reabilitação. Foram coletadas informações
referentes a gravidade motora grossa (Sistema de Classificação da Função Motora
Grossa- GMFCS), objetivos funcionais estabelecidos pela família (Medida
Canadense de Desempenho Ocupacional-COPM) e funcionalidade da criança
(Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade - PEDI). Os dados foram
coletados, em dois períodos com intervalo de 6 meses. Testes-t pareado e
qui-quadrado avaliaram os efeitos de diferença e de associação, respectivamente
(nível de significância α=0,05). Resultados/Discussões:
As principais demandas funcionais apontadas pelos cuidadores referiram-se às
atividades de cuidados pessoais (48%). Pais de crianças com comprometimento
motor mais severo (GMFCS V) apresentaram maior número de demandas relacionadas
ao brincar (33,3%). Após 6 meses de reabilitação, houve aumento significativo
dos escores de desempenho (p=0,0001) e de satisfação (p=0,0001) referentes as
atividades funcionais das crianças com PC. Houve aumento significativo dos
escores de habilidades funcionais de função social do PEDI (p=0,029). Considerações Finais: A melhora no
desempenho de crianças com PC e aumento da satisfação dos pais em relação aos
objetivos funcionais almejados, ilustram a implementação da prática centrada na
família, em um centro de reabilitação infantil de Belo Horizonte. Processo
terapêutico que busca utilizar intervenções direcionadas às prioridades
estabelecidas pelos cuidadores e cujos efeitos são mensurados por instrumentos
funcionais padronizados, incorporam na rotina clínica, as atuais tendências
metodológicas e teóricas da área de reabilitação.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[643]
VÍRUS LINFOTRÓPICO DAS CÉLULAS T HUMANAS: REPERCURSSÕES NA OCUPAÇÃO
LARISSA MONTEIRO ROCHA; HELLEN
PATRICIA OLIVEIRA DE SOUZA; TASSIA KAMILA DE MIRANDA RIBEIRO; VICTOR CAVALEIRO
CORRÊA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ,
BELÉM, PA, BR.
Palavras-chave: htlv; ocupação; cotidiano
Resumo: A ocupação é caracterizada como um conjunto de tarefas que
o indivíduo realiza, capaz de transformar o ambiente, o tempo e o contexto em
que o mesmo está inserido. São atividades que contém um significado para aquele
que a realiza. O HTLV é definido como Vírus Linfotrópico das células T humanas
e está associado à doenças que acarretam em inúmeras consequências, causando
debilidades motoras, prejuízo no desempenho das atividades de vida diária
(AVD), dificultando o próprio auto cuidado, a capacidade de se vestir e de se
locomover, causando deficiência de suas atividades e alterações em suas
ocupações. O objetivo deste trabalho é compreender como se apresentam as
ocupações de pessoas diagnosticadas com HTLV, conhecendo o cotidiano e as
ocupações do indivíduo. Assim como, instigar os profissionais da área da saúde
a adquirir mais conhecimento sobre o assunto. A pesquisa é baseada na abordagem
qualitativa partindo de uma pesquisa exploratória de campo realizada por alunas
do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Pará (UFPA). Os
sujeitos participantes desta pesquisa são indivíduos que tiveram suas ocupações
afetadas devido à infecção do vírus HTLV, sendo indivíduos tanto do sexo
masculino quanto do sexo feminino. A coleta de dados foi realizada através da
observação livre, anotadas no diário de campo, e utilizou-se a entrevista
estruturada. As ocupações influenciam no bem estar dos indivíduos, portanto,
por mais simples que seja a ocupação, ela possui um significado pessoal, onde
cada pessoa tem sua singularidade. A pessoa diagnosticada com HTLV apresenta
dificuldades de realizar suas ocupações por conta das características do vírus
que acarretam em diversas debilidades. Com isso, torna-se notória a necessidade
da realização de ocupações no cotidiano de qualquer indivíduo, e se essa
ocupação é interrompida por alguma disfunção física, abre-se um leque para
outras modificações, como psicológicas, econômicas, sociais, entre outras. E
esse indivíduo sente-se obrigado a lidar com uma nova forma de viver,
necessitada de assistência e cuidados que antes da doença não eram necessários.
Dessa forma, percebe-se a importância de compreender e intervir nessas
modificações das ocupações realizadas pelo indivíduo infectado pelo HTLV.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[644]
CUIDADO GRUPAL E TERAPIA OCUPACIONAL: AÇÕES COM IDOSOS NA ATENÇÃO
PRIMÁRIA DE SAÚDE EM UBERABA-MG
GRASIELLE SILVEIRA TAVARES
PAULIN; CASSIO BATISTA ALVES; ALYSSON LOURENCO ALVES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO
MINEIRO, UBERABA, MG, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; terapia atenção primária à
saúde; idoso
Resumo: Introdução: No Brasil a Atenção Primária a Saúde tem sido
objeto de vários estudos. A terapia ocupacional (TO) nesse nível assistencial é
datada desde os anos 90, quando passou a fazer parte das Unidades Básicas de
Saúde (UBS). Segundo a resolução nº 418 de 4 de junho de 2012 do Conselho
Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), as ações visam
realizar a atenção a saúde no território individual e coletivo a todas as
famílias, a indivíduos e a grupos específicos. Objetivo: Descrever características das ações grupais realizadas
pela terapia ocupacional com idosos na APS no município de Uberaba-MG. Metodologia: Este estudo traz um recorte
de uma pesquisa realizada em Uberaba-MG, aceito pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) sobre o número de
protocolo 2457. Trata-se de um estudo quantitativo de caráter descritivo.
Participaram da pesquisa 5 sujeitos, dentre eles: professores supervisores de
estágio da UFTM e residentes da Residência Multiprofissional de Saúde desta
mesma instituição, que desenvolvem ações na APS, pois não há no momento
profissionais de Terapia Ocupacional contratados no município.Para coleta de
dados foi utilizado uma entrevista semi-estruturada autoaplicada no período de
abril a maio. Resultado/Discussão:
Quanto as ações grupais da Terapia Ocupacional, observou-se a existência de 17
grupos, entre eles 10 são de caráter educativo, 6 de caráter terapêutico e 1 de
caráter educativo e terapêutico simultaneamente. A partir destes grupos, a
terapeuta ocupacional assiste um total de 462 idosos por semana. Entre os
grupos, 16 são mistos e 1 é voltado apenas para o gênero feminino. Em relação
ao foco das atividades realizadas nos grupos observou-se que as atividades de
Participação Social, AIVDs e Lazer foram as mais citadas no trabalho com
idosos. Quanto ao local de realização dos grupos notou-se que alguns ocorrem
nas próprias unidades de saúde e muitos são realizados em equipamentos da
comunidade buscando favorecer o acesso dos idosos. Considerações Finais: Conclui-se que as ações grupais realizadas
pelo terapeuta ocupacional na APS no município de Uberaba-MG são capazes de
assistir um grande número de idosos e possuem o foco no envelhecimento ativo
tendo caráter de promoção de saúde e prevenção de doenças, demonstrando desta
forma a importância deste profissional na produção do cuidado ao idoso na APS.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[650]
PRÁTICA ACADÊMICA COM IDOSOS UTILIZANDO PROVÉRBIOS COMO ESTRATÉGIA
TERAPÊUTICA
JULIANA FERREIRA LOPES; KRYSLENE
DOS SANTOS SOUZA ALCÂNTARA; MARIANA GOMES LIMA; CLÓVIS EDUARDO SILVA FALCÃO DE
ALMEIDA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS
DA SAÚDE DE ALAGOAS, MACEIÓ, AL, BR.
Palavras-chave: saúde do idoso; cognição; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: Com a
crescente demanda da população idosa no Brasil em 1994, promulgou-se a Política
Nacional do Idoso (PNI) tendo por finalidade a recuperação, manutenção,
promoção da autonomia e independência do idoso, direcionando medidas coletivas
e individuais de saúde (Brasil, 1994). O envelhecimento é acompanhado de
declínio em algumas habilidades cognitivas, entretanto, em alguns casos evolui
para a demência. O envelhecimento saudável possibilita a compensação e
prevenção desses declínios através de treinos cognitivos que podem ocasionar
aumento do desempenho, maximização e manutenção das funções e habilidades
cognitivas (Baltes & Baltes, 1990; Dunlosky & Hertzog, 1998). A terapia
ocupacional é imprescindível na prevenção das perdas físicas, mentais e
sociais, que causam desajuste no processo de envelhecimento, maximizando suas
capacidades remanescente, promovendo a independência e autonomia como recomenda
a PNI (Okuyama,et al. 2009). Perante o nível cultural dos idosos a utilização
de atividades com provérbios contribuem para o desenvolvimento da competência
lexical e discursiva, valoriza a cultura e costumes, aproximando da realidade
de forma prazerosa e significativa ao idoso, tornando-se mais um auxiliar na
estimulação cognitiva (Santos, 2012). Objetivos:
Relatar experiência de sessão de grupo de Terapia Ocupacional objetivando
estimulação cognitiva, socialização, expressão corporal, e bem estar utilizando
provérbios. Metodologia: Os 20
pacientes envolvidos são atendidos na clínica de Terapia Ocupacional, entre 50
e 80 anos recebem acompanhamento de profissionais e acadêmicos, queixam-se de
problemas de memórias recente e retrograda. Em subgrupos foram distribuídas
frases indicativas de provérbios aonde deveriam expressá-las mimicamente para
seu grupo; em seguida, houve distribuição de imagens aonde deveriam fazer
correspondência e relatar o provérbio. Resultados. Acarretou-se motivação e
prazer ao relembrarem e socializarem provérbios, estimulando a cognição através
da memória recente e retrógrada, raciocínio lógico, atenção e concentração;
promovendo linguagem, escuta, expressão corporal, socialização, apoio e ajuda,
tornando a atividade agradável e terapêutica. Conclusões. Destaca-se o papel do
terapeuta ocupacional na estimulação cognitiva e do envelhecimento saudável
usando atividades apropriadas e significativas permitindo descobrir
potencialidades e vulnerabilidades, elevando a auto-estima, o desempenho
funcional, mental e social.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[656]
EFEITO DE DIFERENTES DOSAGENS DE TREINO INTENSIVO BIMANUAL NA
FUNCIONALIDADE DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL: RESULTADOS PRELIMINARES
MARINA DE BRITO BRANDÃO1; RACHEL
HELENA OLIVEIRA2 ; LUIZA NOGUEIRA DOCHE3; MARISA COTTA MANCINI4; MIRIAM CANDIDA
SILVA DIAS3; ANDREW GORDON5
1. FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
DE MINAS GERAIS E ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE REABILITAÇÃO, BH, MG, BR;
2.ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE REABILITAÇÃO, BH, MG, BR; 3.FACULDADE
DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS, BH, MG, BR; 4.UNIVERSIDADE
FEDERAL DE MINAS GERAIS, BH, MG, BR; 5.COLUMBIA UNIVERSITY, NEW
YORK, ESTADOS UNIDOS.
Palavras-chave: paralisia cerebral; função manual; intervenções
Resumo: Introdução: O treinamento intensivo bimanual de mão-braço
(Hand Arm Bimanual Intensive Training – HABIT) tem por objetivo melhorar o uso
da extremidade superior acometida em crianças com paralisia cerebral do tipo
hemiparesia espástica. Estudos acerca dos efeitos do HABIT tem apontado ganhos
no uso da extremidade afetada em atividades unimanuais, bimanuais e funcionais.
Entretanto, a implementação na prática clínica de um protocolo de 90 horas de
intervenção pode ser onerosa para a família e requer reorganização do tempo da
criança. Faz-se necessário a realização de estudos que possam investigar os
efeitos do HABIT em diferentes dosagens da intervenção, na promoção da funcionalidade
da criança. Objetivo: Comparar os
efeitos de duas dosagens do HABIT na função manual e na funcionalidade de
crianças com hemiparesia espástica. Metodologia:
Foi desenvolvido um estudo experimental, constando de 2 grupos de crianças com
diagnóstico de paralisia cerebral, tipo hemiparesia espástica (n=14). O grupo A
foi submetido a 3 semanas de intervenção utilizando o HABIT, 6 horas diárias,
totalizando 90 horas. O grupo B foi submetido a intervenção HABIT, com duração
de 6 horas diárias, por 45 horas. Ambos os grupos foram avaliados antes e após
os períodos de treinamento dos grupos B e A, por meio dos testes Jebsen Taylor
de Função Manual (JTHF), Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) e
Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI). Na análise
inferencial, modelos gerais lineares testaram os efeitos grupo, avaliação (3
momentos) e interação grupo x avaliação (nível de significância α= 0,05). Resultados: Ambos os grupos
apresentaram melhorias em destreza manual (p=0,01) e escala de desempenho da
COPM (p=0,00). Houve interação entre grupos e momentos de avaliação (p= 0,002),
com escores significativamente superiores do grupo A, pós-intervenção, na
escala de satisfação da COPM. Em relação ao PEDI, ambos os grupos apresentaram
melhorias em habilidades funcionais de autocuidado (p=0,017) e em independência
no autocuidado (p=0,038). Considerações
Finais: Os resultados preliminares apontam mudanças em variáveis unimanuais
e funcionais decorrentes da implementação do HABIT, nas diferentes dosagens de
intervenção estudadas. Maior satisfação dos pais com o desempenho da criança em
objetivos funcionais foi observada no grupo de crianças submetidas ao protocolo
de 90 horas de intervenção, em relação ao grupo de crianças submetidas ao
protocolo de 45 horas de intervenção.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[658]
AÇÕES DE UMA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL NO PROGRAMA DE EXTENSÃO PRÓ-
PARKINSON DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
IVONETE SILVA CARNEIRO MONTEIRO;
PATRÍCIA SILVA SANTOS; FLÁVIA PEREIRA DA SILVA; SARAH BUARQUE CÂMARA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE
PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BR.
Palavras-chave: parkinson; intervenção multidisciplinar; pesquisa
Resumo: A Doença de Parkinson (DP) é uma doença caracterizada pela
diminuição da neurotransmissão dopaminérgica, apresentando os seguintes sinais
cardinais: rigidez, acinesia, bradicinesia, tremor e instabilidade postural,
além de queixas relacionadas à perda de função cognitiva e dificuldades nas
relações interpessoais. Estes sintomas comprometem a qualidade de vida dos
pacientes, que se tornam dependentes para a realização de suas atividades e
podem, inclusive, desenvolver doenças associadas como a Demência e a Depressão.
O Programa de Extensão Pró-Parkinson da Universidade Federal de Pernambuco tem
o objetivo de oferecer uma melhor qualidade de vida aos indivíduos acometidos
por esta doença, é composto por profissionais e estudantes de Medicina,
Fonoaudiologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Odontologia. O objetivo
deste trabalho é apresentar o Programa de Extensão, bem como promover uma
reflexão sobre os benefícios que as ações feitas por uma Equipe Interdisciplinar
podem oferecer às pessoas com DP. Para a sua construção foi feita uma revisão
da literatura e uma análise das ações já desenvolvidas no Programa. A
intervenção multidisciplinar visa complementar o tratamento farmacológico. O
paciente em tratamento no Hospital das Clinicas é convidado a participar do
programa, onde tem acesso ao atendimento ambulatorial, a uma cartilha de
orientação e à assistência nas diversas áreas do Pró-Parkinson. A partir dos
relatos dos pacientes e seus cuidadores, da observação e registro dos
profissionais envolvidos com o Programa, tem-se constatado mudanças
significativas na sua qualidade de vida. Nesta perspectiva, acreditase ser
necessário e produtivo o desenvolvimento de projetos de extensão dentro das
universidades, proporcionando assim uma troca e produção de conhecimento entre
professores e estudantes das diversas áreas de saúde e a sociedade, com a
finalidade de proporcionar um atendimento qualificado e capacitado ao portador
da DP.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[663]
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DAS PRODUÇÕES DE TERAPEUTAS OCUPACIONAIS NOS
PRIMEIROS ANOS DE VIDA DA CRIANÇA
CAMILA LOPES LOPES TREVISAN;
CAMILA BAIALARDI GOMES; LIÉSE NASCIMENTO SANTOS; DANI LAURA PERUZZOLO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA,
SANTA MARIA, RS, BR.
Palavras-chave: infância; bebê; terapia ocupacional
Resumo: Trata-se de uma revisão bibliográfica quanto às produções
de terapeutas ocupacionais no Brasil, relativas ao bebê (zero aos quatro anos),
nos anos de 2008 a 2013. As bases de dados foram Scielo, Google Acadêmico,
Biblioteca Virtual em Saúde e as duas revistas de Terapia Ocupacional oficiais
do país. Os descritores foram: infância, bebê, Terapia Ocupacional. Foi
utilizado como critério de exlcusão artigos de revisão bibliográfica. O
material foi organizado e analisado a partir das categorias: local e ano
depublicação, contexto de atuação, conceito de infância e bebê e objetivos do
artigo. Identificou-se dezesseis artigos com o tema e idade pesquisada. Os
resultados alcançados foram: dos dezesseis artigos analisados, onze possuem
autores de São Paulo e dez foram publicados na Revista da Universidade Federal
de São Carlos. Os anos de 2009, 2010 e 2011 foram os de maior publicação (três,
quatro e três respectivamente). Onze deles são escritos considerando o contexto
hospitalar. Quatorze dos dezesseis enfatizam os conceitos neuropsicomotores, a
influência ambiental e questões sensoriais do bebê e patologias específicas e
prematuridade. Dos objetivos, destacam-se doze discutindo questões relativas ao
desenvolvimento infantil (natural ou patológico), seis anunciando a intervenção
em Terapia Ocupacional, cinco que tratam da humanização da assistência e três
que abordam questões sobre formação. Conclui-se que as discussões sobre o
tratamento do bebê estão embasadas em estudos produzidos por Terapeutas
Ocupacionais de São Paulo, e que a produção no Brasil ainda é pequena se
comparada com outros profissionais da área da saúde perante esta população. Os
estudos consideram o desenvolvimento neuropsicomotor, porém apresentam também
reflexões sobre o aparato sensorial do bebê e a influência do ambiente para seu
desenvolvimento, situando o olhar a partir da especificidade do terapeuta
ocupacional no campo, principalmente hospitalar.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[666]
ADAPTAÇÃO DE BAIXO CUSTO PARA RETORNO OCUPACIONAL DE INDIVÍDUO PÓS-AVE
JESSICA THOMAZ LEITE; CRISTINA
YOSHIE TOYODA; LARISSA CRISTINA KARIYA; MICHELE VALERIO GRANDO
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
UNESP CAMPUS DE MARÍLIA, MARÍLIA, SP, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; adaptação de baixo custo; ave
Resumo: O acidente vascular encefálico (AVE) causa déficits
neurológicos que interferem no desempenho funcional das pessoas, pois podem
gerar alterações cognitivas, comportamentais, de linguagem e motora. Desta
forma a reabilitação é essencial para readquirir capacidades que permitam o
retorno do indivíduo ao seu papel social. O processo de reabilitação envolve: a
prevenção de outro AVE, terapia para o máximo de independência, facilitação da
capacidade do indivíduo de lidar com a situação e se adaptar e, reforço da
qualidade de vida. Assim, as adaptações de baixo custo, recursos que também
fazem parte do processo de reabilitação são fundamentais para a independência
do indivíduo. O presente relato baseia-se no estudo de caso do paciente A.C.,
sexo masculino, de 54 anos, dono e atendente do próprio bar instalado em sua
garagem, com diagnóstico de acidente vascular encefálico isquêmico (AVEI) que
lhe causou hemiparesia no lado direito que era dominante. Foram realizadas
visitas no campo de atuação do paciente para verificar as dificuldades do
desempenho ocupacional. Uma das principais queixas relatadas foi a de não
conseguir servir a bebida ao cliente quando estava sozinho, pois seu membro
superior direito não possuía força necessária para abrir e segurar a garrafa de
cerveja. Diante deste relato e da análise de atividade criteriosamente
realizada, foi proposta uma adaptação baseada em um recurso de madeira que lhe
permitisse realizar a tarefa de forma independente. Este recurso propiciava o
apoio da garrafa substituindo uso de uma das mãos. Enquanto a garrafa
permanecia apoiada no recurso, o paciente utilizava o membro superior esquerdo,
não dominante, para abri-la. O recurso foi confeccionado em madeira para o
tamanho de uma garrafa de cerveja de 600 ml. Dessa forma, a garrafa era
colocada com o fundo apoiado na depressão feita na base e o gargalo apoiado em
um recorte no formato de “V” ficando dessa maneira, reclinado. Este
posicionamento permitiu que o paciente utilizasse o membro acometido para
segurar a garrafa e com o outro MS abrisse a mesma. O uso do recurso adaptado
possibilitou o paciente voltar a servir seus clientes, sem auxílio de outra
pessoa. A adaptação devolveu ao paciente a sua independência em uma das tarefas
que estão envolvidas em seu papel ocupacional e social
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[667]
REDES SOCIAIS: DESAFIOS PARA O TRABALHO NA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
ADRIANA LEÃO; ESTEFANI POLONI
SABADINE
UFES, AFONSO CLAUDIO, ES, BR.
Palavras-chave: rede social; saúde mental; desinstitucionalização
Resumo: Introdução: Diante das conquistas e avanços obtidos por
meio do processo da Reforma Psiquiátrica, com a substituição e superação do
modelo assistencial hospitalocêntrico, é válido ressaltar que as práticas em
torno da Desinstitucionalização são muito mais complexas e se propõem mais do
que modificar a estrutura física e/ou fechar/substituir os manicômios, prevê a
mudança de paradigmas que refletem no atendimento e no cuidado. Nesse sentido é
que se insere a proposta desse estudo, compreender as intervenções em um dos
eixos da Reabilitação Psicossocial, a rede social. Objetivo: Propomos esse estudo no sentido de colaborar com a
pesquisa intitulada: “Reabilitação Psicossocial na realidade capixaba:
possibilidades e práticas nos eixos habitar, trabalho e rede social”. Como
objetivos específicos propomos identificar as práticas realizadas em torno da
rede social dos usuários, bem como analisar se há potencialidade nas
intervenções e instrumentos utilizados para a produção de processos de inclusão
social das pessoas com transtornos mentais. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de iniciação científica, de
cunho qualitativo, na qual foi utilizado como instrumento de coleta de dados,
entrevistas semi-estruturadas. O campo de estudo foram os Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS) da cidade de Vitória-ES, com os trabalhadores de saúde
mental que se dispuseram a participar. A análise dos dados obtidos foi
realizada por meio da categorização temática e devidamente discutidos em
articulação com os referenciais teóricos do paradigma psicossocial, sobretudo a
Reabilitação Psicossocial. Resultados/Discussão:
Através da Análise de Conteúdo foram identificadas as seguintes categorias:
conceito de rede social; papel do CAPS; intervenções para reconstrução do
tecido social do indivíduo. Constatamos que os profissionais relacionam a rede
social como sendo, em primeiro plano, a rede de atenção à saúde, e em segundo,
como estrutura que envolve a comunidade, vizinhos, família, trabalho e outros.
Observa-se por meio das falas, dificuldades relacionadas a insuficiência de
recursos humanos e a falta de capacitação para o trabalho na perspectiva da
atenção psicossocial, ou seja, do modelo psicossocial, que orienta os serviços.
Considerações Finais: Percebemos que
a ampliação dos espaços de trocas é fator de proteção, sendo necessárias
intervenções cada vez menos focadas no aspecto psicopatológico e mais próximas
dos contextos de vida das pessoas. Esses são aspectos importantes para reflexão
acerca da atuação do trabalhador de saúde mental, dentre eles, o terapeuta
ocupacional, em prol de aumentar a potência desse agir nos processos de
inclusão social.
[669]
A PERVERSÃO SOCIAL COMO SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE E RISCO NO USO
ABUSIVO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
ALINE SANTOS DE OLIVEIRA; BÁRBARA
KATIENE MAGNO GAIÃO; MARCELA PAULA CONCEIÇÃO DE ANDRADE; IVO DE ANDRADE LIMA
FILHO
UFPE, RECIFE, PE, BR.
Palavras-chave: perversão social; vulnerabilidade e risco; abuso de
substâncias psicoativas
Resumo: Introdução: O risco ao uso e abuso de drogas por crianças e
jovens, pode ocorrer devido ao consumo de drogas pelos pais, a não integração
das atividades escolares, a desestrutura familiar, a violência doméstica, a
pressão de grupos e a necessidade de integração social, além da busca pela
autoestima e independência. Desta forma a família exerce o papel de
socialização primária das crianças e adolescentes, pois ao construir vínculos
saudáveis transmite os ensinamentos e afetos necessários para a vida em
comunidade. Entretanto, quando isso é falho observa-se, muitas vezes, a montagem
perversa nas relações entre pais e filhos. Objetivo:
Este trabalho propôs-se apresentar a perversão social como fator vulnerante e
de risco para o uso abusivo de substâncias psicoativas. Metodologia: Foi realizado um estudo de caso com um usuário atendido
no CAPS ad situado no município do Recife. O usuário foi acompanhado durante
seis atendimentos os quais constituíam as práticas da disciplina Terapia
Ocupacional em Psiquiatria da Universidade Federal de Pernambuco. Os dados
foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada, observação
participante e registro das observações de campo. Resultados/Discussão: Durante a entrevista o usuário direcionava
seu discurso culpando sua mãe e padrasto pela omissão de posturas mais firmes
em relação ao seu processo educacional, e pela influência negativa, por parte
de seu padrasto, que aos seus 9 anos o induzia a ingerir bebidas alcoólicas e
injetar energéticos no organismo. Mencionou um momento específico, o qual foi
presenteado com um carro, numa situação que o mesmo esperava ser castigado, tal
atitude foi considerada pelo usuário o princípio do fim de sua vida. Assim, já
usuário de drogas e com um carro a sua disposição, o mesmo introduziu-se ainda
mais nesse universo, no qual seu papel ocupacional estava intimamente
vinculado. Atuou como “mula” (nome que se dá a pessoa usada por traficantes
para transportar a droga ilegal por fronteiras policiadas) e envolvido no
processo, passou entender e vislumbra-se com as facilidades das operações,
assumindo a posição de chefia. Considerações
Finais: Diante do exposto, é importante considerar que as drogas têm uma
influência destrutiva no funcionamento familiar e essa disfunção desempenha um
papel mediador na transmissão intergeracional de comportamentos. Portanto, como
forma de prevenção e até mesmo intervenção é fundamental ter o olhar atento aos
comportamentos apresentados nas famílias, nas escolas e nas influências do
território nas situações de vulnerabilidade e risco e assim co-responsabilizar
os setores sociais para que a assistência seja proporcionada nessas situações.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[670]
SAÚDE
MENTAL: UM OLHAR NO TERRITÓRIO, INCLUSÃO SOCIAL E CIDADANIA ATRAVÉS DA TERAPIA
OCUPACIONAL
ALMERIZE VERÔNICA LEITE
ABRATO-SC, JOINVILLE, SC, BR.
Palavras-chave: terapia
ocupacional; território; inclusão social
Resumo: A equipe de Saúde Mental
da Regional Fátima de Joinville-SC e a equipe laranja do Centro de Atenção
Diária-CAPS II implantam em 2009, o projeto Saúde Mental: Um Olhar no
Território, Inclusão Social e Cidadania, com o objetivo de criar uma rede
integrada de atenção em saúde mental no território. A Regional de Saúde Fátima
é composta por quatro Unidades Básicas de Saúde-UBS que tem sob seu cuidado uma
população de 74.000hab, e conta com a cobertura da Estratégia de Agentes
Comunitários de Saúde-ACS. Uma das ações deste projeto é a Oficina Terapêutica,
que tem como proposta ser um espaço de convivência, inclusão social e
continuidade de cuidados para as pessoas com transtorno mental, priorizando os
graves/crônicos. Em 2010 firmaram-se parcerias com a Associação de Moradores,
Igreja Católica e a Pastoral Social e da Criança, iniciando as Oficinas
Terapêuticas no território, ou seja, em locais próximos às moradias dos usuários,
sob-responsabilidade e execução do profissional de terapia ocupacional, com
apoio dos agentes comunitários de saúde e voluntários. Iniciaram-se quatro
oficinas, uma em cada Unidade Básica de Saúde, com a média de 20 participantes,
utilizando como ferramenta terapêutica, o “fuxico”, nas quais algumas peças
eram vendidas tanto para a manutenção das oficinas, como para a ampliação das
atividades terapêuticas nos anos seguintes. Buscamos a participação em editais
da cultura no município e no Ministério da Saúde, sendo os projetos
contemplados três vezes e com essa verba estão sendo mantidas as oficinas até o
momento. Nos anos seguintes ampliaram-se para outras atividades como: pintura
em tela, bordados e outros. Dentro dos desafios a serem enfrentados pelas
oficinas, temos: a manutenção dos espaços comunitários através de parcerias;
estas passem a ser autossuficientes com a venda de produtos; manter a
participação ativa dos ACS junto ao terapeuta ocupacional e aumentar a
participação dos usuários com transtorno mental grave/crônico para a
continuidade de seus cuidados. Identificamos que por serem espaços próximos à
residência e com a participação aberta à comunidade, as oficinas favorecem a
inclusão social e a diminuição de estigmas em relação ao transtorno mental, bem
como ainda, tem a função de continuar o cuidado após alta do CAPS II. Os
encontros semanais possibilitam a construção de laços sociais, evitando
internações psiquiátricas e fortalecendo vínculos, os usuários se sentem à
vontade para falar de seus sofrimentos e desejos. Nas rodas de conversa também
são apresentadas sugestões de atividades nas quais os usuários decidem o que
desejam realizar. No momento, estão confeccionando patchwork e artigos
decorativos.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[670]
SAÚDE
MENTAL: UM OLHAR NO TERRITÓRIO, INCLUSÃO SOCIAL E CIDADANIA ATRAVÉS DA TERAPIA
OCUPACIONAL
ALMERIZE VERÔNICA LEITE
ABRATO-SC, JOINVILLE, SC, BRASIL.
Palavras-chave: terapia
ocupacional; território; inclusão social
Resumo: A equipe de Saúde Mental
da Regional Fátima de Joinville-SC e a equipe laranja do Centro de Atenção
Diária-CAPS II implantam em 2009, o projeto Saúde Mental: Um Olhar no
Território, Inclusão Social e Cidadania, com o objetivo de criar uma rede
integrada de atenção em saúde mental no território. A Regional de Saúde Fátima
é composta por quatro Unidades Básicas de Saúde-UBS que tem sob seu cuidado uma
população de 74.000hab, e conta com a cobertura da Estratégia de Agentes
Comunitários de Saúde-ACS. Uma das ações deste projeto é a Oficina Terapêutica,
que tem como proposta ser um espaço de convivência, inclusão social e
continuidade de cuidados para as pessoas com transtorno mental, priorizando os
graves/crônicos. Em 2010 firmaram-se parcerias com a Associação de Moradores,
Igreja Católica e a Pastoral Social e da Criança, iniciando as Oficinas
Terapêuticas no território, ou seja, em locais próximos às moradias dos
usuários, sob-responsabilidade e execução do profissional de terapia
ocupacional, com apoio dos agentes comunitários de saúde e voluntários.
Iniciaram-se quatro oficinas, uma em cada Unidade Básica de Saúde, com a média
de 20 participantes, utilizando como ferramenta terapêutica, o “fuxico”, nas
quais algumas peças eram vendidas tanto para a manutenção das oficinas, como
para a ampliação das atividades terapêuticas nos anos seguintes. Buscamos a
participação em editais da cultura no município e no Ministério da Saúde, sendo
os projetos contemplados três vezes e com essa verba estão sendo mantidas as
oficinas até o momento. Nos anos seguintes ampliaram-se para outras atividades
como: pintura em tela, bordados e outros. Dentro dos desafios a serem
enfrentados pelas oficinas, temos: a manutenção dos espaços comunitários
através de parcerias; estas passem a ser autossuficientes com a venda de
produtos; manter a participação ativa dos ACS junto ao terapeuta ocupacional e
aumentar a participação dos usuários com transtorno mental grave/crônico para a
continuidade de seus cuidados. Identificamos que por serem espaços próximos à
residência e com a participação aberta à comunidade, as oficinas favorecem a
inclusão social e a diminuição de estigmas em relação ao transtorno mental, bem
como ainda, tem a função de continuar o cuidado após alta do CAPS II. Os
encontros semanais possibilitam a construção de laços sociais, evitando
internações psiquiátricas e fortalecendo vínculos, os usuários se sentem à
vontade para falar de seus sofrimentos e desejos. Nas rodas de conversa também
são apresentadas sugestões de atividades nas quais os usuários decidem o que
desejam realizar. No momento, estão confeccionando patchwork e artigos
decorativos.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[671]
PERCEPÇÃO DE CUIDADORES DE CRIANÇAS COM SINAIS DE AUTISMO SOBRE O
ACOMPANHAMENTO COM A TERAPIA OCUPACIONAL
CLARICE RIBEIRO SOARES ARAÚJO;
NADJA CAVALCANTE BARBOSA; RAYSSA M. LIRA DE MORAIS; MYRELLA DOS SANTOS
VITORINO; KAMILA DE OLIVEIRA COSTA; AMANDA LUZIEK ALVES DIONISIO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA,
JOÃO PESSOA, PB, BR.
Palavras-chave: autismo; terapia ocupacional; cuidadores
Resumo: Introdução:
Crianças com menos de quatro anos de idade com dificuldades com a comunicação,
a interação social, a modulação sensorial e coordenação motora são
frequentemente encaminhadas para a Terapia Ocupacional para avaliação e
acompanhamento. Geralmente, estas crianças já passaram por outros profissionais
que suspeitam que algumas das características apresentadas podem ser sinais de
autismo. Muitas vezes, os cuidadores chegam angustiados à Terapia Ocupacional,
pois suas crianças se desenvolvem de maneira típica até certo momento, quando
começam as suspeitas de que algo está diferente. Na clínica-escola da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) acontece o projeto de extensão
“Intervenção precoce: prevenindo o autismo”, baseado no referencial
psicanalítico, em parceria com os cursos de Medicina e Fonoaudiologia com o
intuito de acolher pais e crianças nesta situação. Objetivos: Investigar a percepção dos cuidadores de crianças em
relação ao desenvolvimento de seus filhos ao chegarem à Terapia Ocupacional;
investigar se os cuidadores destas crianças que iniciam o acompanhamento com a
Terapia Ocupacional percebem diferenças nas atividades e na participação de
seus filhos após seis meses. Metodologia:
Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com quatro mães de crianças de
dois a quatro anos com sinais de Anais autismo participantes do projeto de
extensão. Resultados/Discussão: Após
análise preliminar dos dados, pode-se perceber que ao serem encaminhados para a
Terapia Ocupacional, os pais não sabiam ao certo em que este profissional
poderia ajudar no progresso de seus filhos, mas imaginavam que “quanto mais
estímulo melhor”. Após um período de acompanhamento todos relataram progressos
no desenvolvimento de suas crianças, sendo que o aumento no repertório do
brincar foi o ganho mais importante: “Agora ela já abre o guarda-roupas e
brinca que está se maquiando”. Considerações
Finais: A busca pela Terapia Ocupacional nem sempre é realizada por demanda
espontânea. Nesse sentido, é importante esclarecer para os pais e para outros
profissionais o nosso papel e os benefícios da intervenção precoce. É
imprescindível a escuta dos pais em relação às expectativas quanto ao progresso
de seus filhos em terapia e captar a percepção dos pais quanto aos nossos
modelos de prestação de serviços.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[672]
O BRINCAR ESPONTÂNEO DE CRIANÇAS DE 3 A 4 ANOS DE IDADE
ANA FERNANDES MARQUES; REGINA
HELENA VITALE TORKOMIAN JOAQUIM
UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BR.
Palavras-chave: brincadeiras; brincar; desenvolvimento infantil
Resumo: A infância no Brasil começou a ser observada com a chegada
dos jesuítas, cujo projeto inicial era evangelizar e colonizar. Ao longo dos
anos a questão da infância torna-se prioridade de estudo na saúde pública e na
educação infantil. Sendo o brincar o fazer e o papel ocupacional da criança e o
terapeuta ocupacional o profissional que compreende o agir sobre o fazer humano
no cotidiano, a presente pesquisa busca estudar a infância e o brincar
espontâneo de crianças em situação de institucionalização. O local escolhido é
uma instituição de uma cidade do interior do estado de São Paulo, que oferece
em período integral serviços de cuidado e estimulação à população local,
acolhendo crianças de situação socioeconômica carente de dois a seis anos. Os
participantes da pesquisa são crianças de 3 a 4 anos, que frequentam a
instituição. O Objetivo do estudo é
“conhecer, caracterizar e descrever” o brincar espontâneo de crianças de 3 a 4
anos de idade. Metodologia: Estudo
exploratório e descritivo, com análise qualitativa dos dados, fundamentado em
referenciais teóricos nas áreas de Terapia Ocupacional e do brincar, por meio
de observações diretas e filmagens do brincar espontâneo nas atividades
cotidianas da instituição, desenvolveu-se de outubro de 2012 a junho de 2013. Resultados/Discussão: O espaço físico
da instituição, os materiais e recursos disponibilizados favorecem o brincar
espontâneo e a autonomia das crianças, a forma como as crianças são agrupadas
possibilitam a interação e a socialização, a intervenção dos professores
acontece em momentos de conflitos e o tempo disponibilizado para brincar
estimulam o desenvolvimento das habilidades para resolver problemas, a
criatividade e a capacidade de tomar iniciativas. Considerações Finais: O brincar deve ser estimulado como principal
papel ocupacional das crianças para que as permitam elaborar situações reais de
vida tanto familiar quanto institucional.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[676]
TOMADA DE DECISÃO ACERCA DO USO DO ACOLHIMENTO CONTINUADO* EM CAPS III
ADRIANE HENDERSON DE MATOS; MARIA
PAULA CERQUEIRA GOMES
UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BR.
Palavras-chave: crise; acolhimento; caps iii
Resumo: Introdução: Durante formação em programa de residência
multiprofissional do Instituto de psiquiatria da UFRJ permaneci durante um ano
em serviço substitutivo CAPS centro de atenção psicossocial- na modalidade III.
Esta imersão suscitou várias questões. Dentre elas ganhou destaque questões
relacionadas à tomada de decisão acerca de quando usar o acolhimento continuado
como uma estratégia de cuidado e assistência à crise. O acolhimento continuado
aqui refere-se a permanência em tempo integral no serviço.Cotidianamente, a
equipe utiliza o termo acolhimento noturno, porém optei por nominá-lo
acolhimento continuado para deflagrar seu caráter de continuidade. Objetivos: problematizar a questão do
acolhimento à crise no serviço do tipo CAPS III e propor que se traga para o
centro do debate o sofrimento do sujeito, seja ela de que ordem for, quando se
pensa no acolhimento continuado como estratégia de cuidado; apontar a
necessidade de inventar, em serviço e cotidianamente, essa estratégia neste
tipo de dispositivo. Metodologia:
Utilizou-se como metodologia o caso- pensamento em que se parte da experiência
do vivido para realizar uma escrita reflexiva. Assim, partiuse de fragmentos
clínicos de um caso para problematizar a questão. Para tanto, utilizou-se
registros cartográficos a partir de diário de bordo, anotações pessoais e
prontuário. Discussão: A partir do
percurso de João (nome fictício) no serviço foi possível perceber que ainda é
comum no cotidiano do trabalho que a equipe, ao se deparar com a necessidade de
tomada de decisão sobre manter ou não o usuário acolhido no serviço, toma para
tato, como principal parâmetro, a crise. No entanto, é importante que o
conceito de crise que a equipe se remeta não esteja limitado ao sentido da crise
como exacerbação de sintomas psicopatológicos. Sabe-se que com o advento do
modelo da atenção psicossocial a experiência da crise não é tomada apenas pelo
sofrimento e angústia, é também potência, marca a oportunidade de transformação
e de desvio, é a saída de um lugar historicamente dado para outro lugar a ser
reconstruído na subjetividade. Considerações
Finais: é preciso fazer esse debate no seio das instituições que se deparam
cotidianamente com essa questão, sem, no entanto, esperar que se chegue a uma
resposta conclusa. O acolhimento continuado precisa ser inventado todo dia e a
cada vez pelo coletivo de trabalhadores e usuários que se encontram em um tempo
e um espaço. É necessário que sejamos cuidadosos para não sermos seduzidos pelo
resgate da “facilidade” criteriosa para “detectar” a crise, tal qual o proposto
pela psiquiatria clássica, possibilitando assim que se acolha, além disso, o
sofrimento.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[680]
ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E VALIDAÇÃO DA ESCALA LÚDICA PRÉ-ESCOLAR DE
KNOX - REVISADA
AMANDA MOTA PACCIULIO SPOSITO;
FRANCIELLY CAROLINE SILVA; MARIA PAULA PANÚNCIO-PINTO; LUZIA IARA PFEIFER
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO
PRETO - USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: desenvolvimento infantil; avaliação; adaptação
transcultural
Resumo: Introdução: A Escala Lúdica Pré-Escolar de Knox – Revisada
(ELPEK-R) é um instrumento de avaliação desenvolvido para crianças americanas,
o qual consiste em uma ferramenta de avaliação baseada em observação,
fornecendo uma descrição evolutiva do comportamento lúdico típico de crianças
de 0 a 6 anos de idade. Para que um instrumento de avaliação seja utilizado em
um novo país, é necessária a realização da adaptação transcultural, que
consiste em um método para garantir não apenas a tradução, mas também a
manutenção da validade de seu conteúdo. Em seguida, é necessário realizar a
validação do instrumento adaptado culturalmente, a fim de verificar sua
reprodutibilidade e consistência interna (validade). Objetivos: Apresentar o processo de adaptação transcultural e
validação da ELPEK-R para uso na população brasileira. Metodologia: Para a adaptação transcultural foram feitas 2
traduções do inglês original para o português e a síntese dessas traduções,
seguida pela “retro-tradução” português-inglês realizada separadamente por 2
indivíduos que tinham como língua materna o inglês. O consenso entre todos os
indivíduos e traduções envolvidos neste processo levou à versão “pré-final”, que
foi então submetida à autora original para aprovação. Foi então proposto um
novo critério de pontuação, possibilitando discriminar a qualidade do
comportamento observado e, assim, realizou-se o pré-teste, com 2 crianças de
cada uma das 9 faixas etárias da ELPEK-R. As filmagens do pré-teste foram
assistidas separadamente por 2 examinadoras, em 2 momentos distintos,
permitindo análises intra e interexaminadores. Para verificar-se a
confiabilidade do instrumento foi utilizado o teste de Spearman. O processo de
validação envolveu a participação de 135 crianças, sendo 15 de cada faixa
etária da ELPEK-R, seguindo-se a mesma metodologia de avaliação da adaptação
transcultural. Foi aplicado o Coeficiente de Correlação Intraclasse buscando-se
verificar a confiabilidade. Resultados/Discussão:
este trabalho resultou na ELPEK-R em português, adaptada culturalmente e com
uma nova formatação em tabelas. O critério de pontuação proposto mostrou-se
eficaz na identificação da qualidade do comportamento lúdico observado, o qual
foi considerado válido a partir dos testes estatísticos realizados, facilitando
a aplicação do instrumento na prática clínica e permitindo o acompanhamento da
evolução da criança ao longo do tempo. Considerações
Finais: O processo de validação de um instrumento é longo e a ELPEK-R em
português encontra-se em fase preliminar, entretanto os resultados encontrados
demonstram que sua aplicação é útil na prática clínica, permitindo o
acompanhamento da evolução da criança longitudinalmente.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[683]
PERFIL DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA TECNOLOGIA ASSISTIVA EM TERAPIA
OCUPACIONAL NO BRASIL NO SÉCULO XXI
GÉSSICA CRISTINA CONOR; ANGELA
PAULA SIMONELLI
UFPR, CURITIBA, PR, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; tecnologia assistiva;
adaptações
Resumo: Segundo IBGE 2010, no Brasil, cerca de 45,6 milhões de
pessoas possui algum tipo de deficiência. Em 17 de novembro de 2011, foi
lançado, por meio do Decreto no 7.612, o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa
com Deficiência – Viver sem Limites, com quatro eixos de atuação: acesso à
educação; à saúde; à inclusão social e à acessibilidade. Como apoio à inclusão,
em 1992, o Sistema Único de Saúde (SUS) padronizou a concessão de ajudas
técnicas/Tecnologia Assistiva (TA), que segundo o Decreto 3.296 de dezembro de
1999, Art.19, são os elementos que permitem compensar uma ou mais limitações
funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa portadora de deficiência,
com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da
mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social. A Terapia Ocupacional
(TO) busca auxiliar as pessoas a realizarem atividades do cotidiano, a despeito
do seu déficit, incapacidade ou desempenho, fazendo do foco principal o aumento
da independência e função. Este estudo objetivou traçar o perfil da produção
científica referente à TA como recurso terapêutico da Terapia Ocupacional no
Brasil no século XXI e descrever como vem sendo utilizada essa tecnologia pelos
profissionais do país. Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória. Foi
realizada revisão integrativa por meio da busca eletrônica de artigos indexados
nas bases de dados (MEDLINE/PubMed (a), LILACS (b) e SciELO (c)) publicadas em
periódicos nacionais no período de 2000 a 2013 por terapeutas ocupacionais
abordando a aplicação da TA no Brasil. Incluiu-se todas as modalidades de
produção científica, a saber: relato de pesquisa, estudo teórico, relato de
experiência profissional e estudos de revisão. Utilizou-se os seguintes descritores:
“Adaptação e Terapia Ocupacional” (1), “Adaptações e Terapia Ocupacional” (2),
“Tecnologia Assistiva e Terapia Ocupacional” (3) e “Ajudas Técnicas e Terapia
Ocupacional” (4). Foram encontrados com o descritor (1), 1169 publicações,
sendo, 25 na base (b), 1 na (c) e 1143 na (a); com o descritor (2) foram
encontrados 6 publicações, todas localizadas na base (b); com o descritor (3)
encontrou-se 88 publicações, sendo 12 na (b) e 76 na (a) e com o descritor (4)
não foram encontradas publicações. Verificou-se que aplicação da TA envolve
todas as modalidades de desempenho humano e as principais áreas de aplicação,
são as adaptações para Atividades de Vida Diária, sistemas de comunicação
alternativa, informática, unidades de controle ambiental, adaptação do ambiente
doméstico ou profissional e comunitário, adequação da postura sentada,
adaptações para déficits visuais e auditivos, cadeira de rodas e dispositivos
de mobilidade e adaptação veicular.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[686]
VIVÊNCIA DA TERAPIA OCUPACIONAL EM UNIDADE PEDIÁTRICA
CATIUSCIA ROSA MOREIRA; AMARA
LÚCIA HOLANDA TAVARES BATTISTEL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
MARIA, SANTA MARIA, RS, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; hospitalização; adolescência
Resumo: Introdução: A disciplina de Prática em Terapia Ocupacional
IV nos insere no campo da Pediatria Hospitalar, na Unidade Pediátrica do
Hospital Universitário dde Santa Maria – HUSM, com um enfoque que aborda o
processo saúde-doença, objetivando compreender o ambiente/instituição e seu
funcionamento. Para isso utilizamos da observação do trabalho dos profissionais
e da relação direta com os pacientes, observando-se as questões relacionadas às
intervenções dos profissionais e às descontinuidades do cotidiano, ocasionadas
pelo adoecimento e hospitalização. Objetivos: Compartilhar a experiência da
vivência em uma unidade pediátrica realizada em uma prática de disciplina do
curso de Terapia Ocupacional da UFSM. Metodologia:
Descrição da vivência realizada uma vez por semana na unidade Pediátrica do
HUSM, com duração de dois meses. As observações do funcionamento desse ambiente
no que se refere ao trabalho dos profissionais e relação direta com os
pacientes, foram registrados em um Diário de Campo. Resultados/Discussão: Foi possível perceber que esse ambiente
necessita de profissionais que tenham um olhar sensível e uma boa escuta ao
outro, estando atentos as reais necessidades dos sujeitos diante da situação de
internação. A principal observação durante a vivência refere-se ao fato de que
o espaço da unidade pediátrica é utilizado para a internação de crianças e
adolescentes, entretanto a essência de seu planejamento e funcionamento é
focada apenas nas necessidades das crianças. Tanto na Brinquedoteca quanto na
Sala de Jogos, os brinquedos e jogos disponibilizados possuem temas infantis,
assim como as ilustrações nas paredes da unidade. Fica evidente a falta de um
espaço específico para os adolescentes, já que não se enquadram nas categorias
adultos ou crianças. Durante uma internação hospitalar, os eles continuam
convivendo com as transformações próprias da adolescência. Além disso,
experenciam o rompimento do cotidiano causado pela hospitalização, agravado
pela vivência em um ambiente infantilizado, dividindo seu espaço com crianças.
Entre os aspectos observados, o que chamou mais atenção foi justamente o
ambiente, mais especificamente a importância da criação de um espaço
personalizado e acolhedor ao publico juvenil, facilitador das trocas e
socialização com outros adolescentes, de modo a vivenciar a internação
hospitalar de forma menos sofrida. Considerações
Finais: Por meio dessa prática foi possível perceber o quanto o terapeuta
ocupacional pode contribuir no que se refere a humanização do ambiente
hospitalar, focando o olhar na singularidade dos sujeitos e amenizando os
efeitos causados pela hospitalização, colaborando com a qualidade do
atendimento.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS- POLÍTICAS DE CUIDADO E
ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[687]
A IMAGEM CORPORAL COMO FATOR DETERMINANTE PARA EXCLUSÃO SOCIAL EM
PACIENTES COM PSORÍASE
CAMILA RAPELA MEDEIROS 1; MAÍRA
DOS SANTOS RODRIGUES 1; FLÁVIA PEREIRA DA SILVA 2
1.GRADUANDA EM TERAPIA
OCUPACIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BR;
2. DOCENTE DO CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BR.
Palavras-chave: psoríase; qualidade de vida; imagem corporal
Resumo: A Psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele
caracterizada por lesões eritemato-escamosas, com distribuição mundial
apresenta incidência no Brasil em torno de 1 %. Acomete ambos os sexos e
qualquer faixa etária, sendo mais frequente nas 3ª e 4ª décadas de vida. Sua
etiopatogênia ainda não foi totalmente elucidada estando implicados: fatores
genéticos, imunológicos e ambientais, como estresse e drogas. A psoríase
interfere em diversos aspectos da vida dos indivíduos acometidos pela doença,
tais como bem estar físico e psicológico, além das relações familiares,
profissionais, sociais e sexuais. Devido a tais acometimentos é de extrema
importância levar em consideração a qualidade de vida do indivíduo portador da
psoríase, enfatizando que os danos estéticos causados pela doença, na maioria
dos casos é o real responsável por essa cadeia de relações interpessoais
comprometidas. Este trabalho tem como objetivo identificar a presença de
exclusão social decorrente da psoríase, verificando os sintomas físicos e
psicológicos gerados pelas manifestações clínicas da patologia. O presente estudo
trata-se de uma pesquisa bibliográfica fundamentada em referências coletadas
através das bases de dados: Scielo, Pubmed, Medline, Lilacs, Bireme, sem
delimitação de tempo. A influência de fatores psíquicos sobre doenças
dermatológicas é bastante recorrente, alguns pacientes possuem aspectos
emocionais associados, onde o inicio e o curso das dermatoses pode ser
influenciado por alterações na imagem corporal, distúrbios emocionais,
transtornos psiquiátricos e estresse. Estes, por si só contribuem para a deficiência
diária levando à depressão, que atinge 25% a 40% dos pacientes sendo o
distúrbio psicológico mais comum, outro distúrbio seria ideias suicidas em mais
de 5% dos portadores de psoríase, levando-os a terem uma redução na qualidade
de vida. As manifestações clínicas mais relevantes da enfermidade são
cicatrizes físicas e sequelas psicossociais, que podem persistir mesmo após o
desaparecimento das lesões ativas, e em algumas situações, chegar a interferir
com tal intensidade que levam a repercussões estéticas e sociais, acarretando
sérios prejuízos psíquicos que geram isolamento e baixa autoestima contribuindo
assim para uma imagem corporal alterada. Neste contexto, pressupõe-se que haja
uma interferência emocional e física consequente às lesões dermatológicas da
psoríase, levando assim, a uma exclusão social.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[690]
DESMEDICALIZAÇÃO DA VIDA E AMPLIAÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL
ROBERTA PEREIRA FURTADO DA ROSA;
LUCIANE SOARES DE ARAUJO SILVEIRA; SANDRA MARIA DOS SANTOS DA SILVA ARAÚJO;
HELEN FIGUEREDO LUGÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO, RJ, RJ, BR.
Palavras-chave: medicalização; saúde mental; redes de atenção
Resumo: Percebemos hoje avanços no cuidado em saúde mental no que
se refere a iniciativas que favorecem as construções de redes que permitem o
resgate da autonomia e participação política de pessoas em sofrimento psíquico.
Esse cuidado, porém, vem constantemente sendo atravessado por estratégias de
biopoder que tentam serializar os modos singulares de vida no social. Este
trabalho pretende analisar o consumo de psicofármacos de modo não
problematizado ampliando este cuidado. O estudo se justifica a partir de dados
do ministério da saúde que mostram o aumento do uso de psicofármacos na
população sendo necessário ampliar tal discussão em espaços que atendem aqueles
que buscam o medicamento. A proposta é integrar ensino – serviço a partir da
aproximação de alunos do curso de Terapia Ocupacional do IFRJ e ambulatório de
Saúde Mental - CMS Prof. Masao Goto e NASF local, referente à A.P. 5.1. no Rio
de Janeiro. Tem como objetivo desenvolver estratégias de desmedicalização da
população atendida, ampliando o grau de autonomia e cuidado de si, articuladas
a atividades da rede de saúde local e demais suportes no social. Vem sendo
realizado trabalho com a equipe do ambulatório para analisar o funcionamento do
serviço, sua inserção na rede de saúde mental, dificuldades e modos de
enfrentamento. Foi criada também uma oficina semanal onde participam pessoas
que fazem uso de medicamento por longo tempo. Nela são trabalhados temas como
autonomia, cuidado em saúde, medicalização da vida, demandas de tratamento e
ampliação da rede de apoio. Os dados vêm sendo debatidos com a equipe do
Ambulatório e NASF. Repensar coletivamente o cuidado na oficina favoreceu o
reconhecimento, por parte dos participantes, de outros modos de cuidar de si
que apareciam na própria comunidade e no cotidiano. Observamos ainda uma necessidade
da equipe em criar estratégias de cuidado que remetessem a população à rede
básica. Consideramos que as ações vem atingindo resultados satisfatórios.
Quanto aos usuários, percebemos a importância destes tornarem-se protagonistas
de seu tratamento, instrumentalizando-os com saberes acerca da autonomia e
responsabilização de seu atendimento. Em relação à equipe, as reuniões permitem
pensar estratégias de cuidado que problematizem o lugar de quem cuida e quem é
cuidado. Essa ação vem de encontro com as novas políticas em saúde, que buscam
tratar o sujeito em seu território dando-lhe condições de buscar e produzir sua
própria saúde. Reforçamos assim a necessidade de criar mecanismos de discussão
e ações que extrapolem os limites institucionais e ampliem as equipes para
atuarem diretamente no território recriando o cotidiano dos que buscam o
cuidado em saúde mental.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[701]
A EXPERIÊNCIA CRIATIVA NA TERAPIA OCUPACIONAL: RECORTE CLÍNICO DE UM
ATENDIMENTO À PSICOSE DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
PAULA PAVAN ANTONIO; SILVIA MITIE
KANAWA
UNIFESP/SP, SÃO PAULO, SP, BR.
Palavras-chave: esquizofrenia na infância e adolescência;
procedimentos; terapia ocupacional
Resumo: A atenção em saúde mental na clínica da infância e
adolescência deve atentar às particularidades desta população e os
procedimentos de terapia ocupacional consideram a criança e o adolescente como
sujeitos, respeitando a regra ética fundamental para se pensar a infância: a
regra da delicadeza. Além das dificuldades ocasionadas pelos sintomas e
limitações trazidas pelo adoecimento, encontra-se um sistema que acomete o
sujeito: família, escola e meio ambiente acrescido, muitas vezes, de uma rede
social de suporte deficitária. Objetiva-se, descrever um processo terapêutico e
analisar os procedimentos de Terapia Ocupacional realizados em um contexto de
atendimento individual a uma adolescente de 14 anos com diagnóstico de
esquizofrenia hebefrênica. É um estudo descritivo, transversal, de um relato de
experiência da terapeuta a partir de um atendimento individual ocorrido entre
os meses de março a junho de 2013 em um ambulatório Programa de Atenção à
Psicose na Infância e Adolescência (PAPIA) pertencente à Unidade de Psiquiatria
da Infância e Adolescência (UPIA) e ao Programa de Esquizofrenia (PROESQ),
ambos do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo. O
resultado do estudo é a descrição de um processo de Terapia Ocupacional,
subsidiado pelos pressupostos da clinica ampliada e pratica supervisionada que
permitiu a análise e discriminação dos procedimentos realizados. Para uma
análise didática, o processo foi categorizado em: a relação da adolescente com
seu diagnóstico e comprometimento no fazer; a relação da adolescente com seus
sintomas e suas dificuldades no fazer/relações cotidianas; a relação da
adolescente com seus desempenhos e fazeres na linha de continuidade de vida e
projetos. Notou-se a relevância do processo terapêutico no sentido de legitimar
o lugar desta adolescente e confirmar sua potência, a partir da realização de
atividades, da construção da historicidade e consequente significação que
derivam das experiências continentes e de integração com a terapeuta.
Discute-se a atuação deste profissional enquanto agente de cuidado que
equilibrando-se na oferta de uma presença implicada e ativa e uma presença em
reserva, possibilita o surgimento do espaço potencial. Sabe-se que há
influências de múltiplos fatores envolvidos no desenvolvimento dos transtornos
mentais na infância e adolescência que compreendem aspectos biológicos,
genéticos, sociais, ambientais, emocionais e psicológicos diversos. O estudo do
processo de terapia ocupacional, no qual os procedimentos possam ser descritos,
permite ampliar a discussão e compartilhamento de práticas enriquecedoras entre
os terapeutas ocupacionais.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[702]
RELATO DE EXPERIÊNCIA: INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM UMA
INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA
CAMILA YALLI MALAQUIAS SILVA1 ;
GÉSSICA DANIELLE MENDONÇA NEVES2 ; CHARLENE LAYS ALVES ALEXANDRE2
1.UNIVERSIDADE DE CIÊNCIAS DA
SAÚDE DO ESTADO DE ALAGOAS, MACEIÓ, AL, BR; 2.ESTADO DE ALAGOAS, MACEIÓ,
AL, BR.
Palavras-chave: idoso; terapia ocupacional; qualidade de vida
Resumo: Introdução: As Instituições de Longa Permanência são
instituições totais que possuem o objetivo de abrigar e cuidar das pessoas que
estão desamparadas e impossibilitadas de conviver junto à família e sociedade.
Segundo Suzuki (2009) Os idosos em tal situação perdem sua autonomia e identidade,
em consequência das condutas e comportamentos regidos pelas normas das
instituições que colaboram para a diminuição da qualidade de vida do individuo.
A Terapia Ocupacional nesse contexto visa manter e restaurar a capacidade
funcional, mantendo o idoso ativo e independente em suas diversas atividades o
maior tempo possível. Objetivos:
Descrever a intervenção da Terapia Ocupacional em uma instituição de longa
permanência que abriga somente idosas, de Maceió-AL, por estudantes de uma
Universidade pública. Metodologia:
Inicialmente foi realizada uma visita para conhecer a dinâmica da instituição,
sua estrutura física, suas demandas e criar um vínculo com as idosas. Foram
realizados atendimentos grupais através de atividades manuais, atividades
cognitivas, atividades relacionadas a datas comemorativas, e atividades de
expressão corporal e alongamento, com o objetivo de estimular a interação entre
as participantes, de estimular a coordenação viso-motora, planejamento motor,
força muscular, criatividade, atenção e concentração, memória, sequenciamento e
associação, noção temporal e espacial, e também estimular a autoestima através
dos resultados de suas atividades. Atendimentos individuais às acamadas foram
realizados, vista a necessidade de estimular a independência e melhorar
qualidade de vida, através da melhora do posicionamento no leito e de
atividades realizadas de acordo com a demanda de cada idosa. Resultados/Discussões: Foi observada a
satisfação das idosas em realizar as atividades propostas, pois ao final das
atividades os produtos eram dados a cada idosa que o produziu. Algumas idosas
apresentaram dificuldades em realizar atividades motoras e cognitivas, também
foi observado certo bloqueio na criatividade, pelo fato da autonomia limitada
na instituição. Considerações Finais:
Concluímos que tal Instituição de Longa Permanecia necessita da continuação das
intervenções da Terapia Ocupacional, visto que os resultados foram relevantes e
a formação do vínculo ficou clara através da participação espontânea e dos
relatos das idosas, que foi de suma importância, pois percebemos que através
dessa intervenção podemos proporcionar uma melhor qualidade de vida,
possibilitando às idosas ao máximo possível uma vida ativa.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[704]
CIRURGIA BARIÁTRICA – FATORES MOTIVACIONAIS E A VIDA COTIDIANA DE
HOMENS OBESOS
VANINA TEREZA BARBOSA LOPES DA
SILVA 1; CARLOS ANTONIO BRUNO DA SILVA 2; MARILENE CALDERARO MUNGUBA 2; CARMINDA MARIA GOERSCH FONTENELE LAMBOGLIA 2
1.ASSOCIAÇÃO CEARENSE DE
TERAPEUTAS OCUPACIONAIS - ACTO, FORTALEZA, CE, BR; 2.UNIVERSIDADE DE
FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BR.
Palavras-chave: cirurgia bariátrica ; obesidade ; cotidiano
Resumo: O trabalho versa sobre a obesidade mórbida de homens que
irão se submeter à cirurgia bariátrica e seu cotidiano. Objetiva conhecer os
fatores motivacionais para realização da cirurgia bariátrica e a vida cotidiana
de homens com obesidade mórbida. Foi realizado um percurso metodológico de
abordagem qualitativa, que iniciou em março de 2012 e finalizou em setembro de
2012. O primeiro passo foi uma visita à equipe do hospital público de
referência na realização de cirurgia bariátrica no município de Fortaleza,
Ceará/Brasil; como instrumento de coleta de dados foi realizado uma entrevista
semiestruturada com nove informantes chave, versava sobre os dados de
socioeconômicos, culturais e clínicos e dos seguintes eixos temáticos:
auto-cuidado, participação social, educação, família, trabalho, lazer,
motivação para realização da cirurgia e história da enfermidade. Para
complementaridade das informações de saúde, foi realizada uma busca nos
prontuários e tendo sido aplicado um quadro de rotina. Os dados foram
analisados por meio da análise temática. Foram estudados nove homens na faixa
etária entre 27-50 anos, casados, renda familiar de entre dois e três salários
mínimos, com caso de obesidade na família, IMC acima de 40 Kg. Comorbidades de
hipertensão. Rotina diária fixa com pouco espaço para atividade física e de
lazer, sem espaço para inserção de ocupações saudáveis. Foram em busca da
cirurgia motivados pelo surgimento e permanência de problemas de saúde, nas
relações afetivas e de trabalho; não perda de peso com dieta, atividade física
e medicamento. Na analise sobre o trabalho foram suscitadas duas categorias:
trabalho como dignidade – sustento; e sofrimento – estigma. O trabalho para os
entrevistados tem o foco na sustentabilidade familiar, dignidade, busca de
crescimento e conquista de bens e serviços; mas também a obesidade traz a
dificuldade de inserção ou manutenção no trabalho. Percebe-se a necessidade de
uma reorganização da vida cotidiana dos homens, para que haja uma efetiva ação
da cirurgia bariátrica e eles devem ser os protagonistas desta modificação e
não colocar no seguimento a total responsabilidade da sua saúde e da qualidade
de vida, inserindo atividades saudáveis e contínuas no seu cotidiano. O estudo
também chama a atenção para reflexão do mundo do trabalho, para que este
inserira estratégias de combate à obesidade quebrando um ciclo vicioso trabalho
– obesidade –adoecimento.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[706]
ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE: UM PERCURSO PARA A INDEPENDÊNCIA
PATRICIA VALESCA FERREIRA
CHAVES1; FRANCINE DE SOUZA DIAS 2; ANGELA MARIA BITTENCOUT 3; TALITA SILVÉRIO DE
SOUZA SILVA 3; ROZILEA MARA FELIPES MIRANDA 3
1. CREFITO-2, RJ, RJ,
BR; 2.AFAC, NITERÓI, RJ, BR; 3.IFRJ, RJ, RJ, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; orientação e mobilidade;
pessoa com deficiência visual
Resumo: Considerando que a visão é o sentido principal para nossa
orientação espacial e temporal, ao planejar uma intervenção terapêutica para
uma pessoa com deficiência visual, é necessário entender suas limitações e
estimular os outros sentidos, como o olfato, paladar, audição e o tato.
Entende-se por orientação, o reconhecimento do espaço e por mobilidade, o
reconhecimento e a movimentação do corpo no ambiente. A Terapia Ocupacional,
nesta modalidade, trabalha os aspectos cognitivos, equilíbrio, postura,
lateralidade, coordenação motora, orientação espacial, memória auditiva,
sentidos remanescentes, percepção tátil, esquema corporal, aumento da
autoestima, inclusão social e as técnicas de orientação e mobilidade. O
objetivo deste estudo é analisar como a Terapia Ocupacional pode contribuir
para a orientação e mobilidade da pessoa com deficiência visual. A metodologia
utilizada é a pesquisa em campo na qual o participante favorece a interação e o
resultado. Foram realizadas inicialmente pesquisas bibliográficas buscando
garantir a práxis na experiência das alunas do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro na Associação Fluminense de Amparo aos
Cegos, que está localizada em Niterói, sendo até a presente data o único
Serviço de Reabilitação Visual habilitado no Estado do Rio de Janeiro. Trata-se
de uma intervenção de estágio prático, cujo plano terapêutico de atendimento ao
paciente com visão subnormal ou cegueira tem como meta a independência e
autonomia do sujeito, inclusive para o trabalho e lazer, seja através das
Atividades de Vida Diária, ou pelas práticas de orientação e mobilidade que
objetivam o enfrentamento de barreiras diversas. A orientação e mobilidade
consistem em trabalhar as áreas percepto cognitivas, psicomotoras e técnicas de
orientação e mobilidade dependente e independente, em ambientes internos e
externos. Com o avanço tecnológico e o uso de tecnologias assistivas a favor do
projeto terapêutico, o trabalho do Terapeuta em orientação e mobilidade poderá
ser potencializado, alcançando os objetivos traçados e facilitando a garantia
da locomoção independente e autônoma da pessoa com deficiência visual para
facilitar a aquisição de novos meios de inclusão social. Dessa forma,
concluímos que com o olhar e conhecimento técnico desta profissão o objetivo do
plano terapêutico consistirá em promover a independência nos diversos espaços,
considerando as particularidades de cada caso e os aspectos sociocomunitários e
familiares de cada indivíduo, a fim de garantir a funcionalidade do trabalho
reabilitacional no seu cotidiano.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[709]
PERSPECTIVAS DE IDOSOS SOBRE O ENVELHECIMENTO COGNITIVO E A
PARTICIPAÇÃO EM GRUPO DE ESTÍMULO COGNITIVO
LISANDRA EMY TAKETA DOS SANTOS
LIMA; DERIVAN BRITO DA SILVA
UFPR, CURITIBA, PR, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; idoso; cognição
Resumo: Introdução: O envelhecimento cognitivo está relacionado ao
declínio intelectual decorrente do processo de envelhecimento. Tais perdas
cognitivas podem ser percebidas pela diminuição da memória, da atenção, da
orientação, além de perdas sensoriais e redução da velocidade de processamento
de informações. Estudos demonstram indícios de que perdas cognitivas
decorrentes do envelhecimento cognitivo podem ser atenuadas pelo treinamento
cognitivo. Nessa perspectiva, realizou-se uma pesquisa de campo junto a um
grupo de estimulo cognitivo de idosos, denominado Grupo Memórias, em uma
Unidade de Saúde do município de Curitiba-PR, e que é coordenado por um
terapeuta ocupacional que busca estimular a cognição dos idosos participantes
por meio de atividades cognitivas. Objetivos:
Identificar e descrever os fatores que influenciam a participação do idoso no
grupo de atividades cognitivas de uma Unidade de Saúde do município de
Curitiba-PR, sob a perspectiva de idosos participantes. Metodologia: Utilizou-se um esquema qualitativo e exploratório. A
pesquisa foi realizada com idosos participantes do Grupo Memórias, que
aceitaram participar por meio da assinatura de Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido e que não apresentavam comprometimento cognitivo moderado ou
severo. Os idosos responderam questionários auto-aplicados acerca de sua
participação, de seu engajamento nas atividades do grupo e da utilização das
estratégias cognitivas aprendidas em suas atividades cotidianas. Ao todo nove
sujeitos participaram da pesquisa, com idade entre 67 e 84 anos e situação
socioeconômica e cultural variada. Discussão:
Pela perspectiva dos sujeitos, o envelhecimento cognitivo interfere nos
aspectos da memória e atenção execução de tarefas, motivando-os a participarem
do Grupo Memórias. Percebe-se que os idosos relatam como facilidades o tempo
disponível e o próprio Grupo Memórias, que é um espaço de troca de
experiências, o descobrimento de potencialidades e a valorização da autoestima.
Para os idosos participantes, há uma significativa melhora no desempenho
cognitivo em atividades do Grupo Memórias e em atividades do cotidiano após a
participação no grupo. Considerações
Finais: A pesquisa demonstrou que há uma redução dos declínios cognitivos
decorrentes do processo de envelhecimento após o treino cognitivo, corroborando
com os autores estudados. Também se destaca o terapeuta ocupacional como um
importante facilitador de grupos de estímulos cognitivos, que, considerando a
diminuição da velocidade, precisão do processamento de informações e relativas
perdas sensoriais do envelhecimento, planeja e elabora atividades
significativas para os indivíduos e que estimulem sua cognição.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[712]
A CIRURGIA DE TRANSGENITALIZAÇÃO PARA O RECONHECIMENTO DO CORPO NO
TRANSEXUAL MASCULINO.
MAÍRA DOS SANTOS RODRIGUES1;
FLÁVIA PEREIRA DA SILVA2
1.GRADUANDA EM TERAPIA
OCUPACIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BR;
2.DOCENTE DO CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BR.
Palavras-chave: transexualismo; cirurgia transgenitalização; corpo
Resumo: O transexualista é um sujeito tomado pela absoluta certeza
de que sua identidade sexual contradiz seu sexo anatômico, sofrendo um
desacordo mental e físico. Assim, pela inadequação ao sexo de nascimento,
passou a ser entendido como um transtorno de identidade de gênero (TIG). A
insatisfação total em relação ao sexo biológico, consequentemente à sua imagem
corporal e o preconceito dentro de casa, na escola e na sociedade em geral
diante do seu comportamento “anormal”, são os maiores fatores para o sofrimento
psíquico em transexuais, em sua maioria masculina. Diante de tais aspectos, o
presente trabalho tem como objetivo reforçar a importância da cirurgia de
transgenitalização e do tratamento hormonal como recursos para sua satisfação
corpórea e reinserção na sociedade. A metodologia do mesmo se baseia na revisão
bibliográfica de base de dados do SciELO e banco de dados do google acadêmico,
na língua portuguesa, sem delimitação de tempo. Em casos de TIG, o sujeito está
convicto de que é prisioneiro num corpo que não condiz com seu ser e, sob o
tormento dessa certeza, é compelido a um desejo muito enérgico de passar, por
todos os meios, para o outro sexo. Podemos notar sinais do transexualismo masculino
desde a infância, na qual o menino só se interessa por brincadeiras
consideradas “tipicamente femininas”, preferência por companhia de meninas,
vestir-se com roupas da mãe, assim por diante. A adolescência, devido às
mudanças do corpo do menino e principalmente da menina, é a fase na qual o
transexual masculino tem consciência de que é diferente, pois seu corpo não
evolui como das outras meninas. O sofrimento intenso pela percepção de sua
situação pode resultar em fuga de casa, tentativas de suicídio, de esconder e
em alguns casos extirpar o pênis, desespero e depressão. Portanto concluísse
que, quando bem diagnosticado e orientado, o melhor tratamento para o
transexual masculino seja a cirurgia, juntamente ao tratamento hormonal,
levando em consideração que não é uma simples questão sexual, mas sim
emocional, de identificação, de autoperceber-se com uma pessoa do outro sexo,
sendo assim, a cirurgia não tem primeiramente fins para o prazer sexual, mas
para a satisfação de reconhecimento do próprio corpo. Com a troca do sexo, o
transexual passa a se sentir satisfeito com seu novo corpo e assim melhorará
sua condição mental, pois percebe que podem alcançar a aceitação de si própria,
a integração em seu meio familiar e o reconhecimento da sociedade. Convém ressaltar
que a cirurgia de transgenitalização não resolverá todos os problemas de sua
existência, por isso o transexual necessitará da rede social pode oferecer
diferentes tipos de apoio.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[713]
TREINO COGNITIVO E A REDUÇÃO DOS DECLÍNIOS DECORRENTES DO
ENVELHECIMENTO COGNITIVO
LISANDRA EMY TAKETA DOS SANTOS
LIMA; DERIVAN BRITO DA SILVA
UFPR, CURITIBA, PR, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; idoso; cognição
Resumo: Introdução: O envelhecimento é um processo influenciado por
diversos fatores e determinado por elementos intrínsecos e extrínsecos ao
indivíduo, tornando-o único para cada pessoa. No que se refere ao
envelhecimento intelectual, destacam-se as perdas relacionadas aos aspectos cognitivos
como problemas de memória e redução da capacidade de atenção, concentração e
orientação. Objetivos: Reconhecer os
precedentes teóricos a respeito do envelhecimento da cognição e o treino
cognitivo como um recurso não farmacológico para atenuar os declínios
relacionados ao envelhecimento. Metodologia:
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, qualitativa e exploratória, de
livros, nas bibliotecas da Universidade Federal do Paraná de capítulos de
livros; e de artigos científicos, nas bases de dados Lilacs e Medline e no
repositório Scielo. Obtiveram-seum total de 27 bibliografias recentes, de
publicação entre 2006 e 2012. Discussão:
A cognição está relacionada à memória, ao planejamento, ao comportamento, à
categorização e outras capacidades da inteligência humana. Com o
envelhecimento, a cognição naturalmente sofre um declínio, no entanto existe a
possibilidade de compensar ou retardar as perdas funcionais. Vale ressaltar que
o envelhecimento cognitivo normal é influenciado por fatores biofisiológicos,
como a diminuição do funcionamento sensorial e da velocidade de processamento
de informações; e por fatores socioculturais, como as experiências e a
influência do nível intelectual durante a juventude, resultando em um declínio
cognitivo mais lento. Existem estudos que indicam que intervenções não
farmacológicas, como programas de treino cognitivo, podem beneficiar a pessoa
idosa, no entanto, o treino cognitivo pode também ser positivo para situações
de normalidade, prevenindo os declínios das funções cognitivas. Destacamse os
grupos de estímulo cognitivo, como os grupos de memória, como uma possibilidade
de propor atividades e técnicas para promover a função cognitiva, além de
favorecer as relações sociais e a autonomia dos idosos. Para alguns autores, o
treino cognitivo contribui para a recuperação ou a melhora da função cognitiva,
além de prevenir o adoecimento e promover a saúde. O terapeuta ocupacional pode
ser ator nesses grupos, considerando que possui habilidades para coordenar,
construir o setting terapêutico e estruturar atividades de estímulo cognitivo. Considerações Finais: Pôde-se perceber
a amplitude de saberes para o entendimento do envelhecimento cognitivo e a
possibilidade da intervenção de terapeutas ocupacionais em grupos de estímulo
cognitivo.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[715]
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR: AÇÕES POSSÍVEIS PARA A PRAGMATIZAÇÃO
LUÍS FELIPE FERRO; MARILÚ LANGE
HARTWIG; MARINA RODRIGUES LIMA; ALINE DA CRUZ WUDARSKI; ALINE RAMOS DOS SANTOS;
THAÍS AMANDA BOLSON MORETTO
UFPR, CURITIBA, PR, BR.
Palavras-chave: projeto terapêutico singular; terapia ocupacional;
saúde mental
Resumo: Introdução: Embora com a previsão legislativa do Projeto
Terapêutico Singular (PTS), o que se observa em diferentes Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS) é a padronização de seu trabalho, muitas vezes sem abertura
estrutural para intervenções focadas em demandas individuais e/ou coletivas.
Nesta configuração, ao invés de ações direcionadas a responder às problemáticas
vivenciadas pelos usuários, seus familiares e comunidades, tanto usuários como
profissionais tornam-se reféns de intervenções grupais e o “PTS”, por sua vez,
fica restrito ao oferecimento de determinadas atividades previamente
estabelecidas pelo CAPS ao usuário. Em face ao enfrentamento desta
problemática, o projeto de extensão “Controle social em saúde mental: cidadania
em construção” vem desenvolvendo desde 2010 diferentes ações. Objetivos: Descrever algumas das ações
realizadas pelo projeto para a estruturação do PTS no município em que se
circunscreve. Metodologia: Relato da
experiência da execução de 3 anos, apresentando a estrutura de algumas das
ações desenvolvidas para a estruturação do PTS. Resultados: Após o levantamento da problemática, diferentes frentes
de ações foram elaboradas pelo projeto de extensão que competiam ao: 1-
acionamento de espaços de controle social: a ação foi realizada por meio de
denúncias e encaminhamentos da problemática à comissão de saúde mental, com
acompanhamentos mensais para resolução das ações; 2- Ações de educação em
saúde: foram realizadas intervenções através de cursos e palestras informativas
para demonstrar a estruturação do PTS a profissionais vinculados ao campo da
saúde mental. Para além, materiais informativos foram compostos e vêm sendo
amplamente divulgados; 3- Ações junto a usuários dos serviços de saúde mental e
seus familiares: semanalmente são visitados diferentes CAPS do município, com
ações vinculadas à explanação dos direitos dos usuários no que tange ao PTS,
com divulgações de materiais informativos. Para compor ações de enfrentamento,
os usuários são, ainda, instruídos sobre espaços de denúncia, incluindo a
comissão de saúde mental, vinculada ao Conselho Municipal de Saúde. Considerações
Finais: A pragmatização e estruturação de ações voltadas a responder demandas
individuais e coletivas através da aplicação pragmática do PTS apresenta
diferentes dificuldades, perpassando capacitação profissional, estrutura de
trabalho, número de profissionais contratados, relação intersetorial e
interdisciplinar, etc. A problemática é bastante complexa e, distante da
assunção das ações aqui apresentadas como resolutivas, acredita-se que,
contudo, o processo coloca-se em andamento e faz-se afirmativo da necessidade empenhos
diversos para seu enfrentamento.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[717]
CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA COMUNITÁRIA NA IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES
DE SAÚDE DE IDOSOS NA ATENÇÃO BÁSICA
MARIANA RODRIGUES; PAULA TATIANA
CARDOSO
UFTM, UBERABA, MG, BR.
Palavras-chave: terapia; atenção básica; saúde do idoso
Resumo: Introdução: A Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares de 2008 favorece a ampliação da inserção da Terapia Comunitária
(TC) como estratégia no SUS. A TC considera os sujeitos em sua singularidade e
complexidade nas diferentes tradições linguísticas, culturais, familiares,
étnicas, sociais e econômicas, no sentido de compreender e diminuir sofrimentos
que possam limitar as possibilidades de viver de modo saudável. Apresenta-se
como foco da pesquisa o desenvolvimento de rodas de TC e possíveis
contribuições destas práticas para o levantamento das necessidades de saúde da
população idosa. Objetivos:
Identificar conflitos e formas de enfrentamento de idosos vinculados a uma
Unidade de Saúde da Família no município de Uberaba/MG a partir do
desenvolvimento de rodas de TC e discutir como este recurso pode contribuir
para a compreensão das necessidades de saúde desta população. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa
descritiva com abordagem quanti-qualitativa. Para a coleta dos dados foram
utilizadas duas estratégias: desenvolvimento e análise de três rodas de TC com
idosos vinculados à unidade de saúde selecionada; aplicação de questionário
semiaberto com os profissionais de saúde da mesma unidade para identificar a
compreensão sobre as necessidades de saúde da população idosa da sua área de
abrangência e o conhecimento sobre a TC. As rodas foram filmadas, transcritas e
submetidas à análise de conteúdo. Os 30 questionários respondidos foram
submetidos a análise estatística descritiva e análise de conteúdo. Resultados/Discussão: A partir das
rodas foi possível identificar conflitos e formas de enfrentamento que podem
ajudar na compreensão das necessidades de saúde dos idosos daquele território,
especialmente considerando os resultados obtidos com os questionários, que
indicaram conhecimento superficial e generalizado dos profissionais de saúde
nesse sentido. Além disso, identificou-se na maioria dos profissionais a falta
de informação adequada sobre a proposta e dinâmica da TC e possibilidades de
contribuição na Atenção Básica. Considerações
Finais: A partir dos resultados obtidos, foi possível observar o potencial
de colaboração da TC para conhecer aspectos que afetam a vida dos idosos e como
estes se relacionam com seus problemas, o que traz subsídios para compreensão
das necessidades de saúde e determinantes sociais. Acredita-se na importância
do desenvolvimento de outros estudos como este, com maior amplitude e
aprofundamento, no sentido de avaliar e investir no potencial da TC para o
fortalecimento da compreensão ampla e contextualizada dos processos vivenciados
no território, o que pode levar a uma otimização das ações propostas na Atenção
Básica.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[718]
OFICINA DE LIVRE EXPRESSÃO: OPORTUNIDADE PECULIAR DA CLÍNICA EM SAÚDE
MENTAL
FERNANDA CAMILA SILVA OLIVEIRA1;
MAYSA CASTRO LARA1; MAÍRA PORÃ SANTOS2; MARCOS AURÉLIO FONSECA1
1.UFMG, BH, MG,
BR; 2.PREFEITURA, BH, MG, BR.
Palavras-chave: oficina; livre-expressão; expressão não-verbal
Resumo: Introdução: O início da década de 90 foi marcado pelo
florescimento de novas práticas de saúde mental buscando viabilizar os
princípios da Reforma Psiquiátrica, nas quais as oficinas ganham um lugar de
destaque, considerando suas possibilidades expressivas, socializantes,
geradoras de renda, criativas e possibilitadoras da desconstrução de paradigmas
em relação à loucura. Em Belo Horizonte, os serviços de atenção à crise da rede
pública são o local de referência para muitos usuários. Nesses locais, as
oficinas permitem o acolhimento em grupo, em um setting diferenciado, visto que
muitas vezes não é possível o acolhimento individual diário. Particularmente as
oficinas de livre expressão permitem a comunicação por meio de atividades
artísticas, valorizando o potencial criativo, imaginativo e expressivo do
usuário. Objetivo: Refletir sobre as
possíveis contribuições da oficina de livre expressão em serviços de atenção à
crise, em especial quanto à contribuição da Terapia Ocupacional. Metodologia: Trata-se de um estudo
descritivo, com delineamento qualitativo. A oficina foi oferecida por duas
estagiárias de graduação (estágio obrigatório), uma vez por semana, com duração
de aproximadamente 1 hora, durante o semestre letivo. Os materiais trabalhados
nas atividades foram sugeridos pelos próprios participantes, limitados pela
disponibilidade de itens do próprio serviço ou por aquisição das estagiárias.
Dentre as atividades oferecidas destacaram-se: desenho sobre o papel, com lápis
de cor e/ou giz de cera; pintura sobre o papel; colagem; e modelagem em argila.
Resultados: Ao longo dos
atendimentos, foi possível observar a apropriação progressiva dos usuários não
só pelo espaço físico e materiais disponibilizados, mas, também pelo objetivo
proposto, o que demonstrou a compreensão dos mesmos de que se tratava de um
espaço particular que oferecia liberdade para a expressão de sentimentos,
questionamentos, vivências e expectativas. Foi observado que os relatos mais
interessantes ocorriam quando a abordagem sobre o que estava sendo trabalhado
era realizada após a execução da atividade e não durante sua realização. Sempre
que possível, os profissionais que trabalham na instituição eram abordados, no
sentido do estímulo à reflexão sobre qual tipo de produção o usuário estava
realizando, bem como sua própria concepção acerca do que foi construído,
auxiliando a condução dos demais atendimentos individuais oferecidos ao usuário
durante a crise. Considerações Finais:
A oficina de livre expressão pode contribuir com a condução dos atendimentos de
indivíduos com transtornos mentais em crise, principalmente quando suas
produções são acompanhadas pela equipe de referência.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[720]
A TERAPIA OCUPACIONAL NA MELHORA
DO DESEMPENHO OCUPACIONAL EM IDOSOS DE INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA.
ANANDA FERNANDES; LUANA RAMALHO
MARTINS; KAYLA ARAÚJO XIMENES AGUIAR PALMA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
MARIA, DONA FRANCISCA, RS, BR.
Palavras-chave: idosos institucionalizados; envelhecimento;
desempenho ocupacional
Resumo: Este trabalho visa identificar e analisar o papel da
Terapia Ocupacional na melhora do desempenho ocupacional dos idosos em
Instituições de Longa Permanência para Idosos, visto que o envelhecimento da
população representa uma conquista, mas também impõem desafios à sociedade e ao
Estado quanto à formulação de políticas públicas para este setor. Este estudo
foi possível através de observação não participante no Abrigo Espírita Oscar
José Pithan, localizado na cidade de Santa Maria/RS. O crescimento da população
idosa exige que se pense nas condições de vida ofertadas a esta população, e as
ILPI tornam-se uma alternativa para a assistência a idosos que se encontram em
uma situação de dependência ou abandono. O objetivo principal do trabalho do
terapeuta ocupacional é evitar o escalonamento de incapacidades funcionais que
geram perda de independência e autonomia. Em uma ILPI, onde em suma maioria os
idosos são totalmente dependentes, os cuidados relacionados a seu fazer
cotidiano ficam a cargo dos cuidadores, o notavelmente os faz, por muitas
vezes, perder a funcionalidade de suas atividades de vida diária (AVD). Embora
as ILPIs sejam hoje, utilizadas em grande demanda, para a Política Nacional do
Idoso e o Estatuto do Idoso, a institucionalização é uma das últimas medidas de
proteção recomendadas para a população idosa e somente deve ser aplicada nos
casos em que de fato não houver possibilidade de permanência do idoso no seu
grupo familiar. O envelhecimento está cada vez mais ativo, este descrito pela
Organização Mundial da Saúde, como ter uma boa vida, com controle e
independência. No entanto o que mais preocupa ultimamente as teorias não é
somente o envelhecimento biológico, caracterizado pelo processo natural da
vida, mas o envelhecimento psicológico, com fundamento da senilidade, suas
capacidades intelectuais, bem como o envelhecimento social, que são alterações
nos papeis exercidos pelo individuo, na família e sociedade. Nas ILPIs é
corriqueiro ouvir-se queixas das perdas ocorridas devido ao envelhecimento,
modificação brusca do cotidiano, como perda de funcionalidade nas AVDs, e dos
lugares ocupados anteriormente na família. O terapeuta ocupacional aborda as
questões de envelhecimento de forma a auxiliar no desempenho ocupacional deste
sujeito, de modo que a autonomia, independência e reestruturação do cotidiano
sejam potencializadas, ocasionando a melhora consequentemente na qualidade de
vida.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[731]
MEDITAÇÃO UM RECURSO TERAPÊUTICO NA MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DO
IDOSO.
KEDIANE DE QUEIROZ ANDRADE;
KATYANNE SANTOS VITOR; ANA ELIZABETH DOS SANTOS LINS
UNCISAL, MACEIO, AL, BR.
Palavras-chave: meditação; terapia ocupacional; qualidade de vida
Resumo: Introdução: O processo de envelhecimento é marcado,
principalmente pelas mudanças no que diz respeito aos aspectos físicos,
psicológicos, emocionais e sociais, de modo que o desempenho do papel social e
funcional torna-se comprometidos, e dentre as várias limitações, começam
aparecer os problemas de estresse e inadaptação as atividades cotidianas. A
técnica de meditação é uma possibilidade de atuar elevando os níveis de
melhoria e bem estar da população idosa, visto que, é facilitadora de ganho na
parte emotiva, psicológica e psicossomática, pois facilita o aumento das ondas
alfas do cérebro relacionadas ao relaxamento. Por conseguinte, cai o consumo de
oxigênio, desacelera os batimentos cardíacos e o metabolismo inteiro diminui,
ou seja, o organismo gasta menos energia para funcionar. A meditação ajuda a
melhorar as funções motoras, sensoriais, habilidades de aprendizado e memória.
O esperado no desenvolvimento da meditação é promover ao idoso um
restabelecimento do equilíbrio, devido ao processo de envelhecimento, o cérebro
começa a apresentar diminuição do rendimento de suas funções. Portanto, a
meditação pode ser utilizada como recurso terapêutico, proporcionando uma
possibilidade de melhores condições de vida ao idoso, e contribuindo para uma
maximização na qualidade de suas atividades cotidianas. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicas do Curso de Terapia
Ocupacional em uma oficina de meditação. Metodologia: A oficina de meditação
foi realizada em sessões semanais de duas horas de duração, em um período de
sete meses, com idosos que participavam do Projeto de Extensão “Universidade
Aberta à Terceira Idade” (UNCISATI) da UNCISAL. Utilizou-se técnicas de
respiração, relaxamento e músicas. Resultados:
Na finalização das secções de meditação, percebemos através dos relatos dos
idosos, que se percebiam mais sociáveis, havendo maior interesse e percepção do
meio ambiente, melhora da motivação, do sono, redução do estresse. Observamos
possível mudança positiva na autoestima, o que contribuiu para melhor interesse
no desempenho de suas atividades cotidianas e de sua qualidade de vida. Considerações Finais: Constatamos
através da participação dessa oficina e do contato com os idosos, que
atendimentos grupais realizados por terapeutas ocupacionais, programados e
sistematizados ajudam ao idoso a melhorar o inter-relacionamento, estimula sua
participação no ambiente, fazendo com que haja melhora de sua qualidade de vida
e do senso de bem-estar, e ainda contribuiu de modo efetivo no nosso
aprendizado específico de Terapia Ocupacional e como ser humano na compreensão
das necessidades do outro, no caso do indivíduo idoso.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[736]
OFICINAS TERAPÊUTICAS NAS AÇÕES DE SAÚDE MENTAL NOS CAPS´S DE VITÓRIA/ES
TERESINHA CID CONSTANTINIDIS;
LENISE MORAES SANTANA; SUZANA RODRIGUES RENO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO
SANTO, VITÓRIA, ES, BR.
Palavras-chave: saúde mental; reforma psiquiátrica; oficina
terapêutica
Resumo: Introdução: O processo de reforma psiquiátrica traz ações,
para o campo da saúde mental, pensadas a partir de sua repercussão sobre a
realidade concreta do sujeito, criando estratégias inclusivas, contando com
participação social, assumindo um caráter clínico e político. Os centros de
atenção psicossocial (CAPS) Têm papel de relevância no cenário das novas
práticas em saúde mental no país, configurando-se como dispositivo tornado
estratégico para a reversão do modelo hospitalar. O espaço privilegiado nestes
serviços, para a realização de atividades é a oficina terapêutica. As oficinas,
segundo as propostas do novo modelo de atenção em saúde mental, apontam para o
entrelaçamento entre subjetividade e cidadania, isto é, entrelaçamento das
dimensões psíquicas e políticas do sujeito. Objetivo: Compreender a prática de profissionais de saúde mental,
na utilização de oficinas terapêuticas, nos CAPS´s de Vitória ES, assim como o
significado deste dispositivo para usuários destas instituições. Metodologia: Trata-se de pesquisa
qualitativa que se utiliza da transcrição e análise de grupos focais, que
serviu como instrumento de coleta de dados. Trata-se de um instrumento que
enfatiza a compreensão dos problemas do ponto de vista dos grupos
populacionais. Participaram da pesquisa profissionais de saúde mental de três
CAPS´s da cidade de Vitória ES. O tratamento do material, a sua codificação, se
deu por intermédio da análise de conteúdo, na modalidade de análise temática. Resultados/Discussão: O discurso dos
profissionais aponta para a oficina de acolhimento das diferenças e
descobrimento/resgaste de potenciais das pessoas com transtornos mentais
graves. As oficinas fazem parte de projetos terapêutico singular dos usuários
e, portanto, prescrita de acordo com objetivos de tratamento. Destaca-se dois
tipos de discurso quanto a prescrição das oficinas: o primeiro embasado em
discurso de cunho moralizador, destacando a modelação de subjetividades segundo
regras e normas de comportamentos aceitáveis socialmente e o segundo, que
respeita a diferença trazida pela loucura e oportuniza a ressingularização do
sujeito. As atividades desenvolvidas nas oficinas são vistas como meios de
comunicação para alem do verbal, com a função de disparar os
acontecimentos/dinâmica dentro deste espaço. Considerações Finais: O Ministério da Saúde (2002) traz a
necessidade de qualificar a discussão em torno das novas ações na área.
Espera-se com os resultados contribuir para a discussão dos pressupostos
ideológicos e teóricos que norteiam a prática nas oficinas terapêuticas em
saúde mental, aprofundando os conhecimentos na área.
SAÚDE DO IDOSO: UMA PRÁTICA MULTIDISCIPLINAR
LETÍCIA ALEXANDRA ANDRÉ NEVES; LUANA FERREIRA DA SILVA; ALAINE APARECIDA BENETTI DE GRANDE
UNIVERSIDADE POTIGUAR, NATAL, RN, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; projeto de extensão, idosos; empoderamento, gerontologia
Resumo: Introdução: A população está se tornando idosa e usufruindo de maior expectativa de vida. Fatores psicossociais como aposentadoria, perda das relações interpessoais e outras perdas significantes, tendem a interferir nos aspectos psicológicos e sociais. Novos estudos e ações visam tornar o envelhecimento saudável e funcional; visando promover melhor qualidade de vida a um grupo de idosos saudáveis O Projeto de Extensão “Doutores da Saúde do Idoso”, foi desenvolvido no município de Parnamirim (RN), na comunidade de Santos Reis, promovido pelo curso de Terapia Ocupacional da Universidade Potiguar (UnP/Natal/RN), porém com a visão da interdisciplinaridade contando com discentes e docentes dos cursos da área da saúde sendo: Nutrição, Educação Física, Fisioterapia, Psicologia e Terapia Ocupacional. Objetivos: Apontar os principais aspectos da prática multidisciplinar do projeto de extensão “Doutores da saúde do idoso”. Metodologia: O estudo foi realizado com base nas vivencias e nos achados do arquivo do projeto de extensão realizado de março a dezembro de 2012, que envolviam reuniões semanais com duas horas de duração e práticas na área da geriatria e gerontologia. Resultados/Discussão: No projeto participaram 30 idosos, sendo 27 mulheres e 03 homens, todos acima de 55 anos que demonstraram interesse em participar, disponibilidade e ânimo ao saber que seriam capazes de disseminar conhecimento para a sua comunidade a partir do que aprenderam. Cada curso foi responsável pela elaboração de atividades durante um mês. As dinâmicas em forma de oficinas abordaram temas relacionados a sua área de atuação, sempre grupais, explorando figuras, objetos e comunicação verbal, por isso não foram excluídos idosos com baixa escolaridade ou analfabetos. Considerações Finais: Devido à idade avançada, muitos idosos são tratados pela sociedade como inválidos ou incapazes de adquirir novos conhecimentos; o projeto foi importante, pois visou torná-los promotores de saúde e disseminadores de conhecimentos, fazendo com que eles mesmos percebam que são cidadãos ativos capazes de construir novas ideias e difundi-las em sua comunidade. Já aos discentes e docentes, a troca de experiência entre as profissões, as discussões e organizações de cada oficina contribuiu significativamente para a formação e futura atuação profissional.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[749]
GRUPO COM FAMÍLIA: TRABALHO INTERDISCIPLINAR COM FAMILIARES DE PESSOAS
COM DOENÇA MENTAL EM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO.
LEIDIANE FERNANDES DE QUEIROZ 1;
MARIA GORETE DE ALBUQUERQUE MEDEIROS 2; IVANA PATRÍCIA LEITE VILAR 2; JURANDIR
MACÊDO DE CARVALHO JUNIOR 2; MARIA DE FÁTIMA ALVES DE FARIAS 2; JULIANA DE
CASTRO TEIXEIRA 2
1. ATORN, NATAL, RN, BR;
2. HJM, NATAL, RN, BR.
Palavras-chave: família; saúde mental; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: a doença mental pode fragilizar e desorganizar
a estrutura familiar, levando a um desconforto com a nova situação, além de
angústia e sofrimento. Desse modo, o atendimento da Terapia Ocupacional em
Saúde Mental deve incluir os familiares e cuidadores. A equipe técnica da
Enfermaria Feminina e a residência em Psiquiatria do Hospital João Machado
coordenam um grupo com familiares desde 2011. Objetivos: Contribuir para a adesão do familiar ao tratamento do
usuário e oferecer um espaço de cuidado, acolhimento e orientação. Metodologia: Tem por base os grupos
operativos de E. Pichon-Rivière e a dinâmica de grupos de W. Bion. Os assuntos
são levantados pelos familiares e a equipe intervém com orientações, dividindo
com o grupo o papel de orientador. As reuniões ocorrem semanalmente e a equipe
é composta por profissionais da Psiquiatria, da Psicologia, do Serviço Social,
da Enfermagem e da Terapia Ocupacional, além de acadêmicos da Psicologia e da
Psiquiatria. Realizou-se uma análise qualitativa dos registros elaborados no
livro ata sobre os grupos de família realizados no primeiro semestre de 2011 e
no primeiro semestre de 2013. Os textos incluem a descrição fenomenológica dos
encontros. Resultados/Discussão: no
ano de 2011 predominam-se questões relativas aos desafios e dificuldades
inerentes ao convívio da família com o usuário de saúde mental, destacando-se o
abuso sócio financeiro realizado pela família com o usuário; o reconhecimento
da necessidade de integração entre equipe multidisciplinar, família e usuário;
a dependência do usuário aos cuidados da família; a agressividade no contexto
familiar; a não aceitação do usuário e familiares do diagnóstico e do
tratamento; o sentimento de sofrimento, medo e preconceito; a falta de
assistência no pós-alta hospitalar; a alta incidência de reinternações; a
obrigação do cuidar; as falhas na comunicação entre família e equipe; a precariedade
dos serviços oferecidos em saúde mental e a necessidade de humanização no
atendimento. Já em 2013 a discussão foi acrescida de apontamentos sobre as
crenças relacionadas com a doença mental; o reconhecimento das limitações da
estrutura e organização hospitalar; os efeitos da medicação; o preconceito, a
dificuldade de inclusão social e a reforma psiquiátrica. Considerações Finais: Os temas recorrentes sugerem insatisfação da
família com os serviços oferecidos e sugerem também que a comunicação entre família,
usuário e equipe necessita ser trabalhada e estimulada. Dessa forma, o grupo se
constitui eficiente ferramenta das ações em saúde mental, pois propicia um
espaço de comunicação e acolhimento, integrando a família aos cuidados da
pessoa com doença mental.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO
A GRUPOS ESPECÍFICOS
[751]
INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA GRUPAL EM PACIENTES ONCOLÓGICOS HOSPITALIZADOS
ELENICE MOREIRA ARRUÉ; BETTINA
JANNER; KAIANA VARGAS CALEGARO; KELEN DUTRA FONSECA; LARISSA ROSSATO; DANIELA
ALVES DA CÁS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
MARIA, SANTA MARIA, RS, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; oncologia; prática de grupo
Resumo: Introdução: Nas últimas décadas, o câncer ganhou uma
dimensão maior, convertendo-se em um evidente problema de saúde pública
mundial. O tratamento do câncer pode alterar consideravelmente a rotina diária
de um indivíduo, além disso, o paciente passa a ser submetido a uma rotina de
procedimentos que pode acarretar em alterações físicas bem como psicológicas e
sociais. O terapeuta ocupacional é capacitado para organizar grupos de
interações entre os pacientes e os familiares, onde eles possam conviver e
dialogar com outras pessoas na mesma situação, compartilhar experiências,
angustia e perceber que não estão sozinhos nesse mundo de incertezas
minimizando os efeitos da internação e dos processos decorrentes do tratamento Objetivo: Relatar a intervenção
terapêutica realizada com pacientes oncológicos. Metodologia: Estudo de caso realizado por acadêmicas da Terapia
Ocupacional, de dezembro de 2012 a janeiro de 2013, no Hospital Universitário
de Santa Maria (HUSM). As atividades foram desenvolvidas na Clínica Médica I,
unidade de internação e acompanhamento de pacientes oncológicos adultos. Os
atendimentos ocorreram uma vez por semana, em grupo com a participação de em
média cinco pessoas em cada ala (feminina e masculina). O fluxo na unidade é
intermitente, pois os pacientes que fazem tratamento são encaminhados para
quimioterapia, radioterapia ou cirurgia e retornam para a unidade para
continuar a terapêutica. Além disso, depois da alta hospitalar muitos pacientes
regressam. Resultados/Discussão:
Durante a prática, atividades foram desenvolvidas com o grupo, contudo duas
serão expostas. A confecção de imãs natalinos, com objetivo de resgatar o
espírito natalino; manutenção funcional; estimular habilidades manuais e a
manutenção ou melhora dos aspectos cognitivos e o jogo de bingo cuja proposta
foi atender as necessidades cognitivas, estimular a concentração e expressar sentimentos.
Como nesta unidade os pacientes não têm direito a acompanhantes, o processo de
hospitalização se torna mais difícil ainda. Os pacientes tinham de 41 anos a 65
anos de idade. Ao realizar as atividades constatou-se que os pacientes tem uma
boa coordenação motora, postura, amplitude de movimento, raciocínio lógico,
discriminação visual e boa cognição. Considerações
Finais: A prática na unidade oncológica nos propiciou a aproximação do
conteúdo teórico com a prática e a formação de vinculo. Na ala masculina houve
um maior entrosamento. Os pacientes sentiram-se acolhidos e relataram que a
atividade propiciou por alguns instantes o esquecimento da hospitalização.
Ressalta-se a importância do apoio oferecido pelos profissionais aos pacientes
devido à fragilidade emocional e física.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[756]
TERAPIA OCUPACIONAL E O FORTALECIMENTO DA CIDADANIA: CONTROLE SOCIAL EM
QUESTÃO
LUÍS FELIPE FERRO1 ; ALINE RAMOS
DOS SANTOS2 ; ALINE DA CRUZ WUDARSKI2 ; LUANA MARIA ALMEIDA2 ; MARINA RODRIGUES
LIMA2 ; THAÍS AMANDA BOLSON MORETTO2
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ /
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, CURITIBA, PR, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BR.
Palavras-chave: controle social; terapia ocupacional; saúde mental
Resumo: Introdução: Embora a previsão legislativa do controle
social seja datada do final da década de 1980, a atuação de segmentos
organizados da sociedade ainda apresenta diversas dificuldades no controle das
ações públicas no campo da saúde. Populações vulneráveis apresentam, ainda,
maior incipiência em sua ação política na reivindicação de direitos e ações em
saúde direcionadas a responder suas demandas – usuários dos serviços de saúde
mental e seus familiares incluem-se aqui, e o quadro afirma, de sobremaneira, a
necessidade de ações voltadas ao fortalecimento desta população na cobrança de
ações públicas. A partir do ano de 2010, o departamento de Terapia Ocupacional
da Universidade Federal do Paraná configurou diferentes ações voltadas a
fortalecer o controle das ações públicas no campo da saúde mental. Objetivos: Apresentar possibilidades de
trabalho voltado ao fortalecimento do controle social; Descrever resultados
parciais. Metodologia: Relato da
experiência de 3 anos do projeto Controle Social em Saúde Mental:
possibilidades de construção da cidadania, apresentando sua estrutura
metodológica. Resultado: O projeto
integra ensino, pesquisa e extensão, tendo como componentes: curso de controle
social em saúde mental; acompanhamento de sujeitos vinculados ao campo da saúde
mental nos espaços de controle social; grupo focal para elaboração de
estratégias de enfrentamento das problemáticas vivenciadas. O curso instaura-se
como porta de entrada das outras ações e proporciona espaço formativo junto ao
tema do controle social. A partir da aproximação ao tema, o participante é
acompanhado nas reuniões da comissão de saúde mental de um Conselho Municipal
de Saúde do Paraná. Esta ação proporciona, aos agentes envolvidos no projeto,
aprofundamento acerca das potencialidades e problemáticas para o exercício do
controle social. Para além, os sujeitos ainda encontram espaço, junto ao grupo
focal, de elaboração das vivências e estruturação de ações de enfrentamento das
problemáticas evidenciadas. A estrutura do projeto vem proporcionando: formação
de defensores dos direitos humanos e suporte à formação de associações de
usuários e familiares; o fortalecimento de algumas associações já existentes;
Encaminhamento de diferentes denúncias e dossiês a equipamentos como o
Ministério Público, Ouvidoria e outras instâncias de defesa dos direitos
humanos. Considerações Finais: O
controle social ainda apresenta grandes fragilidades no exercício efetivo de
fiscalização e direcionamento das ações públicas, o terapeuta ocupacional,
neste contexto, apresenta-se como figura ímpar para o fortalecimento de
populações em vulnerabilidade.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[758]
PESQUISA INTEGRATIVA EM TERAPIA OCUPACIONAL ACERCA DE ALTERAÇÕES COGNITIVAS
EM USUÁRIOS DE CRACK
TAINNAN VILANTE E SILVA; JORGIANE
ALICE BARBOSA; NAGELA MARIA DA SILVA CORREIA; EDYR MARCELO COSTA HERMETO; ANA
PAULA MORAIS BRAGA
UNIFOR, FORTALEZA, CE, BRASIL.
Palavras-chave: drogas; cognição; terapia ocupacional
Resumo: Na sociedade atual o uso abusivo de substâncias psicoativas
tornou-se um problema que interfere diretamente na qualidade de vida de
diversas pessoas em diferentes grupos sociais. O consumo de drogas aumentou a
partir da segunda metade do século XX, configurando-se nas últimas décadas
deste século como um fenômeno de massa e, por sua vez, tornou-se uma questão de
saúde pública. O presente estudo teve como objetivo analisar a intervenção da
Terapia Ocupacional no tratamento de dependentes de crack com alterações
cognitivas. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, tendo como
método a revisão de literatura integrativa de artigos científicos publicados
entre os anos de 2000 a 2013 nos idiomas espanhol e português do Brasil, por
meio da busca dos seguintes descritores: Abuso de drogas, crack, cognição,
Terapia Ocupacional e reabilitação. Nas seguintes bases de dados: Scielo
Brasil, Biblioteca Virtual da Saúde e Redalyc, no período que compreende os
meses de abril a maio de 2013. Foram encontrados 17 artigos, dos quais 9 foram
adotados segundo os critérios de inclusão. Os artigos selecionados na pesquisa
foram analisados e organizados em três quadros destacados por: autor, ano e
tipo de pesquisa; alterações cognitivas, causas e problemas identificados; Abordagem
/ Modelo, objetivo da intervenção e exemplos de atividades / recursos
utilizados no tratamento terapêutico ocupacional de dependentes químicos. Após
a realização da pesquisa integrativa, foi observado que as alterações
cognitivas que afetam os usuários de crack ocorrem, principalmente, devido ao
tempo de uso desta substância psicoativa. De acordo com os autores mencionados
nesta pesquisa o comprometimento cognitivo ocorre, geralmente, na memória, na
atenção e nas funções executivas. Constatou-se um número reduzido de artigos
científicos informando sobre as alterações cognitivas causadas pelo uso do
crack e a atuação do terapeuta ocupacional na clinica da dependência química
objetivando o tratamento das alterações cognitivas. Devido ao aumento significativo
do uso do crack, se faz necessária a realização de uma quantidade maior de
pesquisas e publicações relacionadas ao assunto.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS
[760]
PERCEPÇÕES DE PARTICIPANTES DE UM CURSO DE CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE
MENTAL
LUÍS FELIPE FERRO1; MARILÚ LANGE
HARTWIG2; ALINE RAMOS DOS SANTOS2; ALINE DA CRUZ WUDARSKI2 ; MARINA RODRIGUES
LIMA2 ; THAÍS AMANDA BOLSON MORETTO2
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
/ UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, CURITIBA, PR, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO
PARANÁ, CURITIBA, PR, BR.
Palavras-chave: controle social; saúde mental; educação em saúde
Resumo: Introdução: Atualmente a Rede de Atenção Psicossocial,
estruturada pela portaria 3088/11, desterritorializa de maneira vertiginosa o
modelo manicomial de atenção à saúde mental, edificando vários equipamentos
substitutivos ao hospital psiquiátrico com o intuito de fornecer acolhimento,
suporte e tratamento comunitário aos usuários. A portaria direciona diferentes
ações em saúde mental para fortalecer a participação social e garantir os
direitos da pessoa com transtorno mental. Em 1990, a lei 8.142 operacionalizou
a participação da comunidade no controle das ações públicas em saúde, porém
verifica-se ainda que reduzida participação da comunidade nos espaços de
controle social. Com o intuito de fortalecer o controle social no campo da
saúde mental, o Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do
Paraná, em parceria com a Associação de Apoio aos Portadores de Distúrbios de Ordem
Mental, estruturou cursos semestrais de controle social em saúde mental,
voltado a profissionais e usuários dos serviços de saúde mental e seus
familiares. Objetivos: Analisar as
concepções dos participantes acerca das potencialidades e dificuldades referentes
ao controle social. Metodologia:
Após o curso, foi realizado um estudo de caráter exploratório-descritivo com
realização de um grupo focal e 6 entrevistas com os participantes do curso, que
posteriormente foram transcritas, analisadas e categorizados. Resultados: Os entrevistados relataram
a importância do controle social e da mobilização popular para a cobrança e
garantia de direitos e para melhorar a qualidade e estrutura dos serviços de
saúde mental. Os participantes, ainda, sublinham a importância de uma rede de
proteção efetiva para o exercício do controle social. Como barreiras, foram
relatadas: a fragilidade da população vinculada ao campo da saúde mental; as
barreiras atitudinais encontradas nos espaços de controle social; a falta de
capacitação dos profissionais da saúde no tema do controle social; a
inexistência de ações em saúde focadas na formação de usuários para o controle
social nos equipamentos de saúde da região; e o difícil acesso sobre
informações referentes ao controle social. Considerações
Finais: O conceito de controle social apresenta diferentes dificuldades de
aplicação pragmática. A formação de agentes da saúde para o trabalho neste
campo ainda é bastante incipiente e requer maior atenção curricular quanto ao
tema. Ao terapeuta ocupacional cabe conhecer as diferentes potencialidades e
dificuldades do trabalho junto ao controle social para fortalecer de maneira
incisiva a população na defesa dos direitos em saúde.
TERAPIA OCUPACIONAL E ARTRITE PSORIÁTICA: AÇÕES DE UMA PRÁTICA POUCO CONSOLIDADA
MYRELLA DOS SANTOS VITORINO; VALÉRIA LEITE SOARES; CHANAZY A. C. MEIRA; KAMILA DE OLIVEIRA COSTA
UFPB, JOAO PESSOA, PB, BR.
Palavras-chave: psoríase; artrite psoriásica; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: A Artrite Psoriásica (APs) é uma doença inflamatória crônica, não contagiosa, que atinge as articulações resultando em deformidades, déficits e/ou perda do movimento, podendo ser causada por fatores ambientais e alterações imunológicas ainda desconhecidas. A APs é polimórfica, ocorrendo em qualquer faixa etária, adultos e crianças, apesar de o pico de incidência ser comum entre 40 e 50 anos, com frequência semelhante em ambos os gêneros. Não obstante, a forma espondilítica afeta três a cinco vezes mais homens. Cerca de 1% a 2 % da população mundial é acometida de psoríase, sendo 10% a 30% diagnosticada com APs. Objetivo: Relatar sobre a importância da intervenção da terapia ocupacional no atendimento as pessoas acometidas por APs. Metodologia: Busca de referencial bibliográfico; rodas de conversas com a enfermeira do programa, docente e discentes, gerando discussões e trocas de conhecimento; inserção da Terapia Ocupacional no programa de psoríase do ambulatório de dermatologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley/HULW-JP/PB, sendo este um serviço de referência da rede de atenção em saúde do estado; planejamento das intervenções com os pacientes acometidos por APs. Resultados/Discussão: Diante do acometimento dos pacientes com APs, percebe-se uma perda e/ou diminuição nas áreas de desempenho ocupacional - AVD’s, AVP’s, laborais, psicossociais proporcionando minimização de qualidade de vida. Mudanças nos hábitos de vida e na maneira de execução das atividades devem acontecer com a reprogramação de rotina, a fim de minimizar os impactos e desgastes nas articulações e economia de energia. A proteção articular é recomendada, sobrecarga e movimentos com amplitudes reduzidas em padrões flexores devem ser evitados. O uso de tecnologia assistiva pode ser necessário em alguns casos. A orientação quanto à realização de atividades com intervalos de repouso é recomendado. Considerações Finais: O trabalho da Terapia Ocupacional em psoríase é pouco evidenciado. Não foi encontrados trabalhos publicados nesta área de atuação. Quanto à atuação em doenças reumáticas, há evidências publicadas e descritas com resultados salutares. A proposta de nossa intervenção no programa de psoríase com ações pontuais voltadas para a artrite está sendo planejada e entre elas estão: formulação de uma cartilha ilustrada com o esclarecimento de processo da doença e orientações para as atividades do cotidiano das pessoas com artrite; formação de grupo terapêutico; atendimento individual; prescrição e orientação em tecnologia assistiva.
GRUPO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE CARDIOVASCULAR: CAMINHOS PARA A INTEGRALIDADE EM TERAPIA OCUPACIONAL
RAIZA MORAIS RODRIGUES1 ; CLAUDIA ROBERTA SILVA LIMA1 ; SONIA CLAUDIA ALMEIDA PINTO2 ; SHEILA ALCOLUMBRE GONÇALVES3 ; ENISE ABDO NAJJAR3
1.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM, PA, BR; 2.FUNDAÇÃO PUBLICA HOSPITAL DE CLINICAS GASPAR VIANA, BELÉM, PA, BR; 3.UNIDADE DE ENSINO E ASSISTÊNCIA EM FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL, BELÉM, PA, BR.
Palavras-chave: educação em saúde; terapia ocupacional; doenças cardiovasculares.
Resumo: Introdução: O Sistema Único de Saúde tem como premissa fundamental a integralidade, compreendida como a garantia de acesso a todas as esferas de atenção à saúde, desde ações assistenciais em todos os níveis de complexidade, até práticas voltadas à prevenção de doenças e promoção da saúde. Não obstante, faz-se necessário compreender a amplitude deste conceito, que propõe abordagem integral do ser humano, através de intervenções voltadas às dimensões biopsicossociais. A clínica do terapeuta ocupacional caminha com o SUS em direção à integralidade de suas ações, em especial destacam-se os cuidados voltados às pessoas com Doenças Cardiovasculares (DCV).A população com DCV tem aumentado a cada dia,portanto necessita-se de um olhar ampliado,que atenda as demandas clínicas,previna e promova a saúde desta população.O presente estudo relata uma experiência prática de residentes da Residência Multiprofissional em Atenção à Saúde Cardiovascular da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna. Objetivos: Identificar o conhecimento dos participantes acerca da saúde cardiovascular; prevenir o surgimento/ agravamento de DCV; discutir os fatores de risco para DCV e destacar os principais sinais e sintomas de DCV. Metodologia: Realizou-se grupos de educação em saúde com usuários atendidos no ambulatório de cardiologia do centro de especialidades do CCBS/UEPA/Belém-PA. Eles ocorreram uma vez por semana, durante 4 meses,cada encontro contou com a participação de aproximadamente 8 usuários,os quais eram convidados a compartilhar dúvidas,desafios e vivências através de dinâmicas interativas. Discussão: Houve a participação e o significativo interesse dos usuários, os quais relataram seus hábitos e experiências relacionadas à saúde e demonstraram,de modo geral,ter pouco conhecimento acerca das DCV e das formas de prevenção.Notou-se que,ao utilizar uma linguagem clara e acessível e metodologia ativa/interativa,os participantes conseguiram relacionar as informações discutidas com as vivências do cotidiano.Além disso,os usuários compartilharam experiências e desafios do tratamento da doença crônica,expondo singularidades e buscando uns nos outros novas formas de enfrentamento. Considerações Finais: Acredita-se que ao realizar o grupo, como instrumento técnico da Terapia Ocupacional, foi possível uma abordagem comunitária que atendeu às demandas dos usuários, de modo a esclarecer fatores ligados à saúde e orientar condutas que pudessem prevenir o aparecimento ou agravo de DCV, além de favorecer aos participantes atuar como agentes multiplicadores das informações nos seus contextos familiares e sócio – comunitários.
ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NA PROMOÇÃO DA SAÚDE DE GESTANTES DE ALTO RISCO
KARLA MAYARA FLORENTINO FERNANDES; EDYR MARCELO COSTA HERMETO; ANA PAULA MORAIS BRAGA; TAINNAN VILANTE E SILVA; ERIKA DAIANA DO AMARAL ROCHA; VANINA TEREZA BARBOSA LOPES DA SILVA
UNIFOR, FORTALEZA, CE, BR.
Palavras-chave: gravidez de alto risco; terapia ocupacional; promoção da saúde
Resumo: O estudo aborda o relato de experiência em um grupo de gestantes de alto risco com enfoque na promoção da saúde através de ações educativas com o intuito de proporcionar as gestantes um maior conhecimento teórico e prático acerca das condutas necessárias, a si mesmas e seus filhos, na gestação e no puerpério. Objetivou-se relatar a experiência durante realização de intervenções terapêuticas ocupacionais por meio de ações educativas em um grupo de gestantes de alto risco. O estudo consiste de uma abordagem qualitativa, descritiva do tipo relato de experiência. As informações foram coletadas em hospital público de referência do atendimento as gestantes de alto risco, no município de Fortaleza-Ceará, no período de dezembro de 2011 a janeiro de 2012. Participaram oito gestantes hospitalizadas em situação de alto risco. Utilizou-se o diário de campo para o registro das informações, analisadas mediante o método de Análise Temática. Foram realizados oito encontros com uma temática específica a cada grupo: Apresentação do grupo, do projeto e da profissão; Cuidados físicos e emocionais durante a gravidez; Gestação passo a passo – crie um vinculo com seu filho; Orientação quanto à alimentação; Orientação quanto à higiene; Orientação quanto ao brincar; Orientação quanto ao acompanhamento pós-natal; Orientação quanto ao acompanhamento pós-natal; Relembrando vivências. Os achados representam a importância da educação em saúde para a aquisição de conhecimento, responsabilidade e mudança de perspectiva de um olhar voltado ao cuidado da saúde. Foi possível observar e comparar a diferença da compreensão, conhecimento, olhar e na fala das gestantes no inicio e no final dos grupos acerca da saúde/doença/cuidado. As atividades grupais possibilitaram as gestantes desenvolver novas práticas, agregando bases científicas, aos seus conhecimentos já adquiridos por meio da cultura que naturalmente perpassa através de gerações. Foi possível também colocá-las como sujeito central e de responsabilidade de sua saúde e do cuidado em relação aos seus filhos, mostrando-lhes a vantagens e as facilidades de apoderar-se de tais conhecimentos. Por fim, esta vivência mostrou a importância de se trabalhar dentro de uma linha que vise à promoção da saúde, da educação em saúde, da responsabilidade social e da possibilidade de se construir nas pessoas uma base voltada ao cuidado da saúde, para que estas tenham um olhar de si e do outro como indivíduos ativos, transformadores e facilitadores de seus cenários sociais.
INTEGRAÇÃO ENSINO, SERVIÇO, PESQUISA E EXTENSÃO NA CONSTRUÇÃO DE ATIVIDADES CULTURAIS COMO DISPOSITIVOS DE CUIDADO EM SAÚDE MENTAL
MARCIA CABRAL COSTA; CRISTINA VIANA VIEIRA E SILVA; DÉBORA QUEIROZ MENDES; RAFAELA GUIMARÃES ALMEIDA
UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BR.
Palavras-chave: saúde mental; estratégia da saúde da família; cultura
Resumo: Este trabalho apresenta experiências de integrantes dos Projetos de pesquisa e extensão: em Saúde Mental, desenvolvidos no Centro Municipal de Saúde Madre Teresa de Calcutá, pertencente à Área Programática (AP) 3.1 da cidade do Rio de Janeiro, situado na Ilha do Governador - Bancários, bairro circunvizinho ao campus do Fundão da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mais especificamente, trata das transformações dos modos de pensar e agir em saúde mental construídos a partir do trabalho integrado entre bolsistas dos cursos de Terapia Ocupacional e de Serviço Social, docentes de Terapia Ocupacional e profissionais das equipes da Estratégia da Saúde da Família, fortalecido pelas atividades culturais no território como ação interdisciplinar e intersetorial numa perspectiva da atenção psicossocial. Tem como objetivo apresentar as transformações dos modos de pensar o cuidado e a convivência em saúde mental dos bolsistas dos Projetos de extensão e de pesquisa, supracitados, bem como dos profissionais das equipes de Saúde da Família, do NASF, do ambulatório, professores e comunidade, a partir do trabalho em campo. Relatar o processo de construção das atividades culturais no território como proposta de ampliação do cuidado em saúde mental junto às equipes e comunidade; Incitar a construção de indicadores de saúde junto as equipes sob a perspectiva da atenção psicossocial, do cuidado integral a partir de ações intersetoriais potencializadas pela integração ensino, serviço, pesquisa e extensão. Como procedimentos metodológicos constam ações desde a revisão bibliográfica, rodas de conversa referentes aos temas da saúde mental; Correlações dos textos estudados com as experiências de campo; Mapeamento dos casos de saúde mental por meio de Visitas domiciliares; Discussão e construção de projetos terapêuticos singulares; Criação de estratégias grupais e culturais para os usuários de saúde mental, a família e a comunidade; Registro das experiências no diário de bordo e análise do material coletado. Conclui-se que as experiências vividas nestes Projetos apontam para o delicado e instigante trabalho de formação em saúde mental dos graduando de saúde da UFRJ e dos profissionais de saúde da atenção primária desconstruindo a concepção do cuidado em saúde mental restrito aos procedimentos e serviços especializados, muitas vezes centrados no modelo médico psiquiátrico e na lógica hospitalecêntrica. Apontam também para a potencialização de ações interdisciplinares e intersetoriais que proporcionam a construção de um coletivo implicado com a invenção de estratégias singulares.
- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS [792]
INTERVENÇÕES GRUPAIS COM ACOMPANHANTES DA ENFERMARIA PEDIÁTRICA: UMA
ABORDAGEM TERAPÊUTICA OCUPACIONAL
BEATRIZ SOARES CHAVES; CARLA
RAISA SILVA LIMA; ABIDA AMOGLIA RODRIGUES; JÉSSICA RUSSO LINS; ROSSICLÉIA
MARTINS SENA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ,
BELEM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: hospitalização infantil – acompanhante; vivências
grupais; terapia ocupacional
Resumo: A hospitalização muitas vezes é associada a necessidade de
recolher-se em um ambiente frio, impessoal e ameaçador. Sob um clima de
expectativa e até mesmo de medo, o período de internação traz consigo a
interrupção do ritmo comum de vida seja este por curto ou longo prazo. No setor
de pediatria de um hospital infantil, geralmente, os pais são os acompanhantes
mais frequentes e permanecem, quase sempre, em período integral junto aos
filhos. A permanência dos mesmos ao lado da criança os torna mais um dos
agentes facilitadores no tratamento, para com o cuidado e, assim,
possibilitando à criança uma sensação de familiaridade e segurança a
internação. Para tanto, o presente estudo oportunizara uma visão referente a
importância da assistência destinada a acompanhantes de pacientes hospitalizados
em enfermaria pediátrica. Considera-se que a hospitalização do filho causa um
impacto emocional muito grande aos pais, como também mudanças nas suas rotinas,
gerando angústias e sofrimento ao enfrentar a situação que surgiu de maneira
repentina e inesperada, o que pode ser ainda mais agravante dependendo da
gravidade da patologia em questão. Partindo do entendimento de que quando o
individuo adoece, este se torna um momento de desajuste familiar, gerando o
adoecimento da família como um todo. Sendo assim, se torna imprescindível à
assistência ao familiar/cuidador, no ambiente hospitalar. A pesquisa foi
desenvolvida por acadêmicas do segundo ano do curso de Terapia Ocupacional da
Universidade do Estado do Pará por meio de atividades curriculares exercidas no
Hospital Santa Casa de Misericórdia do Pará na enfermaria pediátrica Ursinhos
Carinhosos, destinada a pacientes renais. As vivências grupais ocorreram por um
período de dois meses com os grupos realizados duas vezes na semana com 50
minutos de duração. As atividades recreativas e expressivas realizadas nos
atendimentos tiveram como objetivos promover a socialização e interação dos
acompanhantes da enfermaria, promover um ambiente propício a troca de
experiências, aliviar tensões físicas e psicológicas, e minimizar aspectos
negativos da hospitalização do filho desviando o foco da situação. Assim, a
atenção destinada aos acompanhantes mostrou-se uma importante abordagem durante
a hospitalização, contribuindo para a otimização do tratamento e recuperação de
seus filhos, conscientização da importância da hospitalização, bem como um
melhor enfrentamento da mesma.
JORNAL DA GENTE: A OFICINA DE JORNAL COMO PROPOSTA DA TERAPIAOCUPACIONAL PARA O ENFRENTAMENTO DO ESTIGMA NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL
ADRIANA LEÃO; SALOMARA VERGA VIANNA; PÂMELA VENIALI POTRATZ MOTA; CAMILA MENDES; ANA PAULA MATOS MENDES; MILENA RAMOS MACHADO
UFES, VITÓRIA, ES, BRASIL.
Palavras-chave: saúde mental; estigma; território
Resumo: Introdução: A relação estabelecida entre a Universidade e a sociedade em torno da problemática da inclusão social das pessoas com transtornos mentais pode ser compreendida como uma relação social de impacto e transformação em que ambos os envolvidos buscam eleger questões prioritárias, formular soluções, compromissos pessoais e institucionais para a mudança social. Mudança esta tão cara aos pressupostos do paradigma da atenção psicossocial, no atual modelo de atenção a saúde mental. As transformações no imaginário social em torno dos transtornos mentais e da potencialidade das pessoas que têm essa vivência, demandam ações diretas e indiretas, cujos resultados apresentam-se a médio e a longo prazo. Consideramos que a Universidade em seu papel social, por meio da atividade de Extensão, pode intervir e auxiliar nesse processo de transformação. Objetivos: Objetiva-se buscar a diminuição dos estigmas que envolvem os transtornos mentais, por meio da aproximação entre as pessoas no território. Como objetivos específicos, temos a oficina de jornal como um instrumento para que os usuários acessem o território e todos os seus recursos (materiais e humanos) no processo de confecção das matérias que deverão compor o jornal. Além disso, com o produto da atividade de extensão, o jornal impresso, objetiva-se também a divulgação de informações para a comunidade da cidade de Vitória/ES. Metodologia: Em parceria com um dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), na cidade de Vitória/ES, ocorre semanalmente a oficina de jornal, junto aos usuários, alunos do curso de Terapia Ocupacional de diversos períodos, coordenado pela terapeuta ocupacional do serviço e a docente. A realização das oficinas visa a produção de um jornal impresso denominado Jornal da Gente, com circulação na comunidade local. Resultados/Discussões: Avaliamos que a Terapia Ocupacional apresenta possibilidades de colaborar com as transformações no imaginário social, a favor do paradigma psicossocial, devido ao conhecimento e modo de atuação acerca da atividade e da ação humana. Assim, observou-se que a contribuição desse projeto de extensão refere-se ao aumento do protagonismo e empoderamento dos sujeitos envolvidos diretamente nas ações, alunos, usuários e trabalhadores de saúde mental, para o enfrentamento dos estigmas. Considerações Finais: Consideramos que a ação empreendida é um potente instrumento de enfrentamento do estigma uma vez que esta ação tem se mostrado efetiva, no sentido em que favoreceu a construção de um novo espaço no serviço, possibilitador da experimentação de novas identidades para as pessoas com transtorno mental.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: ATIVIDADE PROPULSORA PARA A PRÁTICA DO OCUPACIONAL PARA O ENFRENTAMENTO DO ESTIGMA NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL
ADRIANA LEÃO; SALOMARA VERGA VIANNA; PÂMELA VENIALI POTRATZ MOTA; CAMILA MENDES; ANA PAULA MATOS MENDES; MILENA RAMOS MACHADO
UFES, VITÓRIA, ES, BR.
Palavras-chave: saúde mental; estigma; território
Resumo: Introdução: A relação estabelecida entre a Universidade e a sociedade em torno da problemática da inclusão social das pessoas com transtornos mentais pode ser compreendida como uma relação social de impacto e transformação em que ambos os envolvidos buscam eleger questões prioritárias, formular soluções, compromissos pessoais e institucionais para a mudança social. Mudança esta tão cara aos pressupostos do paradigma da atenção psicossocial, no atual modelo de atenção a saúde mental. As transformações no imaginário social em torno dos transtornos mentais e da potencialidade das pessoas que têm essa vivência, demandam ações diretas e indiretas, cujos resultados apresentam-se a médio e a longo prazo. Consideramos que a Universidade em seu papel social, por meio da atividade de Extensão, pode intervir e auxiliar nesse processo de transformação. Objetivos: Objetiva-se buscar a diminuição dos estigmas que envolvem os transtornos mentais, por meio da aproximação entre as pessoas no território. Como objetivos específicos, temos a oficina de jornal como um instrumento para que os usuários acessem o território e todos os seus recursos (materiais e humanos) no processo de confecção das matérias que deverão compor o jornal. Além disso, com o produto da atividade de extensão, o jornal impresso, objetiva-se também a divulgação de informações para a comunidade da cidade de Vitória/ES. Metodologia: Em parceria com um dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), na cidade de Vitória/ES, ocorre semanalmente a oficina de jornal, junto aos usuários, alunos do curso de Terapia Ocupacional de diversos períodos, coordenado pela terapeuta ocupacional do serviço e a docente. A realização das oficinas visa a produção de um jornal impresso denominado Jornal da Gente, com circulação na comunidade local. Resultados/Discussões: Avaliamos que a Terapia Ocupacional apresenta possibilidades de colaborar com as transformações no imaginário social, a favor do paradigma psicossocial, devido ao conhecimento e modo de atuação acerca da atividade e da ação humana. Assim, observou-se que a contribuição desse projeto de extensão refere-se ao aumento do protagonismo e empoderamento dos sujeitos envolvidos diretamente nas ações, alunos, usuários e trabalhadores de saúde mental, para o enfrentamento dos estigmas. Considerações Finais: Consideramos que a ação empreendida é um potente instrumento de enfrentamento do estigma uma vez que esta ação tem se mostrado efetiva, no sentido em que favoreceu a construção de um novo espaço no serviço, possibilitador da experimentação de novas identidades para as pessoas com transtorno mental.
PROJETO NATUREZA INCLUSIVA: SEMEANDO A VIDA – CUIDADO EM TERAPIA OCUPACIONAL
TEREZA CRISTINA FEIJÃO TAVARES
APAE, SANTARÉM, PA, BR.
Palavras-chave: pessoa com deficiência; ação coletiva; autogestão
Resumo: Cuidar do espaço em que vivemos faz parte da necessidade do homem. Diante desta afirmativa foi elaborado este projeto de continuidade, que tem como princípio norteador o cuidado terapêutico Ocupacional e pedagógico dos jovens. Este trabalho, desenvolvido na APAE de Santarém, Pará, relata um projeto desenvolvido com pessoas com deficiência intelectual, física e transtorno global de desenvolvimento. Tendo como ação básica a ambientação do espaço interno e externo da instituição, buscou agregar valores de cidadania e com melhor qualidade de vida dos jovens e crianças assistidos pela instituição e, desta forma, garantir a continuidade de seu amadurecimento pessoal e sua aprendizagem, com utilização dos recursos terapêutico do cotidiano e dos que existem no meio ambiente. Com isso, esperava-se gerar atitudes de organização e autogestão, promover o trabalho em grupo e ganhar segurança e independência funcional, pelo manuseio de ferramentas. Na primeira fase, realizou-se a revitalização da área de entrada da instituição, quando os mediadores de referência, os usuários e a terapeuta ocupacional estiveram envolvidos em atividade coletiva. As ações foram de limpeza e nivelamento do terreno, poda das árvores e plantas, organização dos canteiros ornamentais e transporte de vasos e, finalmente, o plantio. Para tanto, fez-se necessário um pequeno reparo nos canteiros, e o cercamento e a limpeza da área de abrangência do espaço da horta. Na segunda fase, o grupo foi subdividido em equipes menores, quando os professores de referência acompanhavam o grupo na manutenção dos espaços já existentes e a criação de outros espaços. Este projeto permitiu que se germinassem novas ideias, como a venda de hortaliças e a produção de plantas ornamentais e mudas. Amadurecido o projeto, experimenta-se a fase de manutenção dos espaços por pequenos grupos menores junto com professor de referência e os jovens. Para efetivar parte das ações do projeto, contou-se com parceira de dois grupos; um interno, formado pelo setor administrativo, de manutenção e de marcenaria da instituição e familiares e colaboradores; e um externo, pela ação do EMATER, com orientações, palestras a respeito do cuidado e manejo das plantas e arvores, ainda muda e terra preta. Ao todo, o projeto envolveu 38 pessoas, incluindo seis professores de referencia, trinta jovens, a terapeuta ocupacional e um professor de apoio.
TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXO HOSPITALAR: UM CUIDADO HUMANIZADO Á GESTANTES DE ALTO-RISCO
CAROLINE PONCIO; DANI LAURA PERUZZOLO; KAREN VIVIANE TRAGE; PRISCILLA DE DE OLIVEIRA REIS ALENCASTRO; JULIANA LIMA DA SILVA
UFSM, SANTA MARIA, RS, BR.
Palavras-chave: gestação de alto-risco; assistência hospitalar; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: O papel representado pelas atividades cotidianas da mulher é o que, muitas vezes, afirma sua posição perante a sociedade, família e para ela mesma. Com a hospitalização, a mulher precisa adaptar-se a uma nova rotina, acostumar-se a um lugar desconhecido e aprender a conviver com pessoas diferentes. Com isso, passa a fazer parte de um cotidiano hospitalar, diferenciado do que convivia até então, o que reflete muitas vezes na qualidade de seu tratamento. Objetivos: Oferecer um espaço protegido para reprodução de experiências do cotidiano da gestante; potencializar a expressão do “saber” da mulher/mãe; qualificar o tempo da hospitalização; estimular a troca entre as pacientes. Metodologia: Acadêmicas do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Santa Maria, vinculadas a disciplina Prática IV, orientadas pela docente responsável, propuseram a construção da oficina “Cadernos de Receitas”. Esta oficina aconteceu nos meses de maio e junho, no setor Toco-ginecologia do Hospital Universitário de Santa Maria – HUSM, onde, uma vez por semana, um grupo de gestantes eram autorizadas a se deslocarem de seus leitos até o local onde a oficina acontecia. As atividades iniciavam as dez horas, propositalmente, considerando o horário de início das atividades do almoço caso estivessem em casa. Resultados: Os resultados apontaram para um reencontro com o cotidiano deixado em casa, a partir da definição das receitas que formariam o caderno. A construção do caderno de receitas proporcionou a qualificação da hospitalização e a troca entre os familiares valorizando a sua posição como mulher, além de potencializar a relação entre as pacientes internadas, quando passaram a trocar receitas e falar sobre o caderno mesmo em momentos que a oficina não acontecia. Além disso, gerou reconhecimento dos outros profissionais que perceberam a importância da oficina na vida dessas mulheres. Quando o terapeuta ocupacional apresenta a paciente, alternativas para que ela retome seu papel familiar, reduz os efeitos iatrogênicos da hospitalização e oferece um novo espaço para pensar o lugar do bebê que está para chegar. Considerações Finais: A prática de Terapia Ocupacional em contextos hospitalares concentra sua ação considerando entender e intervir nas manifestações e descontinuidades da cotidianidade ocasionadas pela hospitalização, valorizando sua globalidade e integridade.
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PROGRAMA DE RADIO WEB
JULIANA MARIA PADOVAN ALEIXO
SERVIÇO DE SAÚDE DR. CÂNDIDO FERREIRA, CAMPINAS, SP, BR.
Palavras-chave: saúde mental; intersetorialidade; clínica, cidadania
Resumo: Introdução: O uso de atividades expressivas no campo da saúde mental se configura como solo fértil para a ampliação e diversidade de ações intersetoriais com potencial criador de efeitos terapêuticos na esfera da multiplicidade que envolve a saúde coletiva. Assim, a Reforma Psiquiátrica, caracterizada enquanto reformulação crítica e prática do paradigma que envolve as práticas em saúde mental nos apresentam amplas possibilidades para efetivação de espaços inventivos de consolidação de experiências na atuação clínica da oferta de cuidados em saúde. Em Campinas-SP, ocorre uma oferta de cuidado coletiva em que usuários da unidade de internação especializada em saúde mental do Núcleo de Retaguarda do município desenvolvem um programa de rádio web no Ponto de Cultura. Objetivos: Expôr para reflexão enquanto intercessor clínico o coletivo gerador do programa de rádio web cujo eixo temático álcool e outras drogas orientam a produção expressiva como tarefa-produto fundamental. Metodologia: O coletivo ocorre semanalmente no Ponto de Cultura e se caracteriza como proposta aberta à todos os usuários do Núcleo de Retaguarda envolvidos com a temática álcool e outras drogas. São acolhidas participações ampliada a outros profissionais da unidade que demonstrem interesse pela temática. A coordenação da realização da atividade é compartilhada entre terapeutas ocupacionais, psicólogo, jornalista e técnico de som. Os temas escolhidos para realização dos programas são definidos coletivamente durante Anais reuniões, onde também se orientam de maneira flexível as coordenadas das pré-tarefas para o momento do fazer. Também destacamos o arquivo dos programas e a possibilidade dos participantes retirar cópia dos programas. Resultados/Discussão: Destacamos como alguns resultados a conclusão de 51 programas; o fortalecimento dos vínculos em sua multiplicidade e a composição com outras esferas do tratamento para reformulação de projetos terapêuticos singulares; criação de lugares de trânsito para desconstrução da relação entre o normal e o patológico, recomposições existenciais ressignificadoras de novos modos de existência; valorização da autonomia e responsabilização como exercícios de cidadania; experienciação no encontro tornando “a vida como ensaio”; maior aproximação com o bom humor como ferramenta para expressão de alegria como expressão vital. Considerações Finais: Necessidade de avanços na construção do processo de arquivamento dos programas assim como do registro em ata da atividade; ampliação na capacidade de transmissão dos programas para além da rede web; favorecimento da ampla participação dos trabalhadores da saúde e da sociedade.
A TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA COMO MEIO DE INTERVENÇÃO COM GRUPOS DE GESTANTES
MAÍRA DOS SANTOS RODRIGUES1; ADRIANE SÍLVIA CASTRO RIBEIRO CARVALHODE OLIVEIRA1; ROSANE MOREIRA DE MENEZES2
1.GRADUANDA EM TERAPIA OCUPACIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BR; 2.TERAPEUTA OCUPACIONAL, RECIFE, PE, BR.
Palavras-chave: terapia comunitária integrativa; gestantes; sofrimento psíquico
Resumo: O ciclo que envolve a gestação traz consigo a necessidade de uma modificação em várias dimensões na vida da mulher - identidade, definição de papéis, compreensão das alterações corporais e psicológicas, e composição da rede de intercomunicação familiar e comunitária, que podem influenciar na manutenção da sua saúde e de seu bebê, como no aleitamento e desenvolvimento infantil. Várias são as estratégias que podem ser utilizadas pelos profissionais do Posto de Saúde da Família (PSF) para realização das ações básicas de saúde, dentre elas, visitas domiciliares, salas de espera, grupos e rodas de Terapia Comunitária Integrativa (TCI). Diante disse, o objetivo desse trabalho é informar sobre as possibilidades da TCI como meio de intervenção na promoção da saúde e prevenção do sofrimento psíquico na gravidez e puerpério. Para o desenvolvimento do mesmo foram realizadas pesquisas nas bases de dados do Scielo e google acadêmico, e orientação de uma Terapeuta Comunitária. A TCI é uma metodologia de intervenção em comunidades, por meio de encontros interpessoais e intercomunitários. Tem o objetivo de promover saúde com a construção de vínculos solidários, valorização das experiências de vida dos participantes, resgate da identidade, restauração da autoestima e da confiança em si. Quando utilizada como meio de intervenção em grupos de gestantes e puérperas, a TCI promove o diálogo, a divisão das experiências, onde as mães de primeira viagem podem dividir suas angustias e dúvidas, assim como pode haver o compartilhamento de problemas que estão além da gravidez, mas que estão interferindo direta e indiretamente na saúde da mãe, do bebê, no aleitamento, ou no vínculo. Portanto, a TCI, que compõe uma estratégia para o enfrentamento das perturbações diárias, pode ser utilizada para que as mulheres possam encontrar suas próprias estratégias de enfrentamento para suas dificuldades cotidianas. E para isso, a formação de profissionais que visem à promoção e prevenção, no qual o profissional da Terapia Ocupacional está diretamente inserido, onde o foco da intervenção seja a escuta do sujeito e de suas necessidades deve ser estimulada.
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BARREIRAS ATITUDINAIS: UM DESAFIO PARA A TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO DA SAÚDE MENTAL
LENEDI DE PAULA PEREIRA1; MILTON CARLOS MARIOTTI2
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BR.
Palavras-chave: transtornos mentais; barreiras atitudinais; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: O tema refere-se ao contexto da reforma psiquiátrica no Brasil. As barreiras atitudinais, compreendidas aqui como discriminação e estigma passaram a fazer parte do cotidiano dos profissionais que trabalham na área da saúde e das discussões relacionadas às pessoas com transtornos mentais. O estigma da loucura passa a fazer parte de debates no desejo de encontrar formas e maneiras de lidar com esse problema. Torna-se importante responder questões como: a sociedade está preparada para suportar esse novo modelo de atenção em saúde mental? As barreiras atitudinais tornaram-se atualidade um problema na sociedade, exigindo que entidades e equipamentos Anais de saúde busquem soluções nesse contexto. Objetivo: Compreender, como elas interferem na qualidade de vida e no desempenho ocupacional dos indivíduos com Transtorno Mental e qual é o papel da Terapia Ocupacional nesse contexto para atenuar esta interferência. Metodologia: Foi realizada pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, com Indivíduos na faixa etária entre 18 e 60 anos, de ambos os sexos utilizando entrevista semi-estruturada. Para a análise dos dados foi utilizada a Análise de Conteúdo de Bardin. Discussão/Resultados: De acordo com o referencial teórico e com as entrevistas, foi possível compreender que tanto o estigma quanto o auto-estigma estão presentes para a maioria das pessoas com transtornos mentais e interferem negativamente no desempenho ocupacional e na qualidade de vida. A Terapia Ocupacional utiliza as redes sociais para criar espaços em que as pessoas contam com suporte e apoio emocional e procura encontrar soluções. Seu foco é a criação de vínculos. Considerações Finais: Para a reabilitação psicossocial e mais especificamente para a Terapia Ocupacional, o desafio maior é o da inserção social dessa população e o desenvolvimento de novas formas de combate e prevenção ao estigma, ao preconceito. Contudo, o problema gerado pelo estigma da loucura exige transformações profundas e uma revisão de conceitos pré-estabelecidos pela sociedade, pelos próprios usuários e até mesmo pelos profissionais que atuam nessa área.
TÉCNICA DE MASSAGEM SHANTALA: RELATO DE CASO NA MATERNIDADE CANGURU - HOSPITAL REGIONAL DE CEILÂNDIA/DF
NATHÁLIA ALVES REZENDE; ARTUR LOPES SANTOS; MCHILANNY BUSSINGUER MENEZES; LETICIA VENDRUSCULO FANGEL
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, BRASILIA, DF, BR.
Palavras-chave: massagem shantala; maternidade canguru; interação mãe-bebê
Resumo: Introdução: Na maternidade canguru existem várias estratégias para humanização do processo de cuidado, melhorando a interação mãe-bebê, gerando vínculo e confiança da mãe para com a criança. Dentre essas estratégias estão o banho humanizado, a posição canguru, estratégias de holding e massagem Shantala. A massagem Shantala é uma técnica indiana realizada e disseminada por monges para as mães, tornando-se tradição passada nas gerações. Foi relatada por Frederick Leboyer, e trazida para o ocidente disseminando-se e sendo alvo de pesquisas científicas. Objetivos: Discutir a massagem Shantala através de relato de caso considerando os aspectos positivos que causam no desenvolvimento do bebê. Metodologia: Relato de caso único. Intervenção realizada na maternidade canguru no Hospital Regional de Ceilândia/DF. Resultados/Discussão: Intervenção feita dia 27/06/2013. Foi ensinada a técnica de massagem Shantala, praticada no bebê durante o atendimento, explicando as vantagens do método e a importância do contato dela com o filho. A massagem Shantala é comprovadamente eficiente para melhoria das funções do corpo do bebê e para o seu desenvolvimento psicomotor além de promover relaxamento. Para o desenvolvimento saudável do bebê é necessário que haja o contato direto com a mãe, esse contato pode ser estimulado através da massagem Shantala, onde a mãe aumenta sua interação e vínculo com a criança. Isso dá confiança para que ela aprenda a manusear seu filho, saiba perceber mudanças no comportamento e no funcionamento fisiológico dele. A massagem Shantala ajuda no relaxamento do bebê; combate a cólica; melhora a digestão; promove o melhor funcionamento do intestino, evitando constipação intestinal e acúmulo de gases; melhora a circulação sanguínea e a respiração. Considerações Finais: A massagem Shantala é apresentada como um recurso terapêutico viável na maternidade canguru, visto que traz vantagens tanto para a mãe quanto para o bebê, melhorando o vínculo e ajudando no desenvolvimento neuropsicomotor da criança. É um recurso ensinado as mães para que possa ser realizado em casa, estimulando o contato e melhorando a interação, segurança e empoderamento da mãe para manusear seu filho.
ASSISTÊNCIA RELIGIOSA EM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO: REFLEXÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL ACERCA DAS CONTRIBUIÇÕES E CONTRADIÇÕES
ISABELA PASCHOALOTTO MARQUES1 ; ALESSANDRA DE MORAIS SHIMIZU2
1. FAMEMA, MARÍLIA, SP, BR; 2.UNESP, MARÍLIA, SP, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; religiosidade; institucionalização
Resumo: Introdução: A religião e a espiritualidade são consideradas dimensões da experiência humana e frequentemente validadas pela Terapia Ocupacional em sua prática. Considerando a frequência de hospitais psiquiátricos espíritas no estado e a função que estes ainda cumprem no controle e exclusão social em favor da tutela da sociedade, fez-se necessário compreender criticamente, o papel que a assistência religiosa espírita prestada pelo hospital psiquiátrico cumpre neste espaço; quais as atribuições da mesma para a saúde mental dos indivíduos; e que contribuições essas experiências trazem para a reflexão sobre o trabalho da Terapia Ocupacional neste contexto. Objetivos: identificar a concepção que pacientes, voluntários espíritas, gestores e profissionais possuem sobre as atividades de assistência religiosa; promover uma reflexão sobre o papel da religiosidade inserida num hospital psiquiátrico. Metodologia: O estudo foi realizado em um hospital psiquiátrico espírita localizado no estado de São Paulo, em que foram entrevistados gestores, voluntários espíritas, profissionais e pacientes, utilizando entrevistas semiestruturadas baseadas na teoria das representações sociais e diferenciadas para cada categoria de participantes. Para a análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo. Resultados/Discussão: A maioria dos entrevistados relata que as atividades de assistência religiosa – palestras, passes e orientação evangélica - são trabalhadas de uma forma ampla, a fim de incentivar estilos de vida saudáveis, mudanças de comportamento e aproximação dos pacientes com sua espiritualidade, sem aprofundar em temáticas espíritas, promovendo bem estar, reorganização, direcionamento. Há uma boa aceitação da maioria dos entrevistados, porém foram verificadas contradições nos relatos em relação aos critérios de participação: vontade do paciente versus norma do hospital. Foi possível perceber que mesmo a atividade não sendo obrigatória, os que se recusam a participar não têm suas necessidades religiosas atendidas. Buscou-se problematizar como esta experiência contribui para o olhar da Terapia Ocupacional sobre os limites das contribuições da religiosidade num contexto de privações afetivas e materiais que empobrecem as relações e o desenvolvimento da autonomia e de projetos significativos de vida dos sujeitos com transtorno mental. Considerações Finais: Buscou-se refletir sobre as limitações da assistência religiosa dentro do contexto institucional e seu papel de controle social neste contexto.
A TECNOLOGIA ASSISTIVA COMO FACILITADORA DE PRODUÇÃO DE CUIDADO ÀS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS
RAIZA MORAIS RODRIGUES1; JORGE LOPES RODRIGUES JUNIOR2; LARISSA GALVÃO DA SILVA3
1.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: hanseníase; tecnologia assistiva; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: O Ministério da Saúde tem consolidado a política do Humaniza SUS através de práticas de cuidado à saúde, norteadas pelos valores da autonomia, protagonismo e corresponsabilidades entre os envolvidos. Nesta perspectiva, o SUS propõe a Clínica Ampliada, a qual tem como eixos fundamentais, dentre outros, a compreensão ampliada do processo saúde-doença e a transformação dos instrumentos de trabalho, visando a implantação de arranjos e dispositivos que favoreçam a autonomia e independência frente às demandas singulares dos sujeitos. Não obstante, a clínica do terapeuta ocupacional busca seguir tais pressupostos desafiadores ao produzir “cuidados” claramente delimitados por sua área de saber, articulados de maneira a contribuir no contexto amplo e integral das práticas em saúde. Objetivo: relatar um estudo de caso pautado na prática através da utilização de Tecnologia Assistiva como recurso para produção de cuidado às pessoas com sequela incapacitantes de hanseníase. Metodologia: O estudo foi realizado com 1 paciente adulto diagnosticado com Hanseníase,com grau de incapacidade II,em tratamento na URE Demétrio Medrado,após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.Inicialmente foi aplicada a Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM),em seguida foram prescritas e confeccionadas órteses e adaptações voltadas às áreas auto-avaliadas como prejudicadas, treinou-se a utilização de tais dispositivos e por fim houve a re- aplicação da COPM. Discussão: Constatou-se considerável diferença entre as pontuações de desempenho e satisfação em atividades significativas ( vestuário: de 2 passou para 10, higiene: 4 para 10, alimentação: de 5 para10, dentre outros). Através do cuidado realizado pelo terapeuta ocupacional, por meio das tecnologias, ampliou-se o olhar diante do processo saúde-doença, ao possibilitar maior autonomia na realização de atividades cotidianas particularmente significativas. Por se tratar de uma entrevista semi-estruturada e que promove o processo auto-avaliativo, a COPM possibilitou um espaço aberto para o acolhimento às dificuldades e escuta as singularidades do indivíduo. Estimulou-se a reflexão não somente sobre as limitações, mas, sobretudo acerca das possibilidades de vida apesar da condição crônica. Considerações Finais: Por fim, a utilização de recursos de Tecnologia Assistiva aproxima a clínica do terapeuta ocupacional à política da Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas, a qual define a Atenção Centrada na Pessoa como sendo elemento central nos processos de produção de saúde. Uma vez que cada recurso foi identificado como necessário pelo próprio sujeito, a fim de que houvesse maior independência e autonomia no seu cotidiano.
GRUPO DE GRAFISMO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA CONTRIBUIDORA NO PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR
RENATA TIZO MOMESSO; ROSEMEIRE YASSUKO KAWAKAMI; LOUISE JIMENEZ
AACD, SP, SP, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; inclusão escolar; habilidade manual
Resumo: Introdução: A meta final do trabalho reabilitacional é a inclusão social e a inclusão escolar é hoje considerado o primeiro passo nessa direção. Assim, entendemos como fundamental o trabalho do terapeuta ocupacional como facilitador desse processo. Com a nova Lei de Diretrizes Básicas para a Educação, a inserção de crianças com deficiências está garantida por lei no Brasil. Porém, partimos do principio que não é suficiente à criança com deficiência estar matriculada e frequentando a escola regular de ensino, pois apenas isto não garante seu processo de aprendizagem e socialização. Sem os apoios necessários, ela pode estar à parte dos processos educacionais e a escola sendo configurada como um espaço de exclusão. Objetivos: Dentro deste contexto, o objetivo deste estudo é apresentar e problematizar uma das possibilidades de ações dentro da Terapia Ocupacional no processo de Inclusão Escolar de crianças com deficiências na rede regular de ensino. Sendo assim, será descrito e discutido a intervenção terapêutica através de um grupo de grafismo para crianças com deficiência física, realizado pelo Setor de Terapia Ocupacional Infantil da AACD. Neste grupo são avaliadas as necessidades individuais de cada criança: adaptações e treino das habilidades, bem como a necessidade de intervenção de outros profissionais para que a criança se sinta segura dentro do espaço escolar. Além do envolvimento dos cuidadores e educadores neste processo. Metodologia: é uma pesquisa descritiva onde será relatado o perfil da população atendida através de informações dos prontuários individuais dos pacientes. Além das queixas principais relatadas pelas crianças e cuidadores e as observações de campo e resultados observados pelas terapeutas responsáveis após intervenção terapêutica. Discussão: durante o processo de intervenção podemos observar as necessidades individuais de cada criança e as necessidades de adaptação dos espaços físicos para facilitar o processo de aprendizagem, reforçando que não é através da normalização do comportamento da pessoa com deficiência física que se dá a inclusão escolar. Considerações Finais: A participação das pessoas com deficiência na sociedade depende da organização de vários fatores pessoais e ambientais. Sendo de fundamental importância a participação de todos envolvidos no processo: aluno, família, escola, professores e profissionais de reabilitação para que de fato a inclusão escolar aconteça de forma eficaz e completa.
ADAPTAÇÕES NAS MÁ-FORMAÇÕES CONGÊNITAS: UMA POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO SOCIAL
JACQUELINE FRANCIS PEIXOTO; RENATA TIZO MOMESSO; KAREN PRADO LIRA
AACD, SÃO PAULO, SP, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; inclusão social; adaptações
Resumo: Introdução: Um dos objetivos da reabilitação é a inclusão social. Sendo assim, maximizar a participação do indivíduo nas Atividades de Vida Diária (AVD’s) dentro de suas possibilidades, visando maior independência e consequente melhora da autoestima e maior apropriação de si mesmo como indivíduo, é fundamental para que tal processo ocorra de modo efetivo. Como recurso terapêutico, a terapia ocupacional se utiliza da confecção de adaptações. Na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), considera-se que a elaboração das mesmas ocorre a partir das necessidades trazidas pelos pacientes e familiares e a criação, é parte do processo terapêutico, visando sua autonomia e adesão ao uso. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi apresentar uma das possibilidades de ações dentro da Terapia Ocupacional no processo de Reabilitação de crianças com má formação congênita (MFC) através de adaptações confeccionadas no Setor de Terapia Ocupacional Infantil da AACD. Metodologia: Tratase de um estudo descritivo baseado no relato de crianças e de suas famílias da clinica de MFC e da observação do terapeuta durante os atendimentos quanto aos modelos mais utilizados, confecção e eficácia nas AVD’s e AIVD’s. Resultados/Discussão: Vários modelos de adaptações foram confeccionados e tanto pacientes quanto famílias, descreveram melhora no desempenho nas AVD’S e AIVD’S que impactaram diretamente nos aspectos sociais, emocionais e psíquicos e em sua inclusão social. Considerações Finais: A participação das pessoas com deficiência nas atividades cotidianas (AVD’S e AIVD’S) depende da organização de vários fatores pessoais e ambientais. Sendo de fundamental importância a participação de todos envolvidos no processo: paciente, família e profissionais de reabilitação para de fato a inclusão social acontecer de forma eficaz e completa, destacando-se o papel importante do terapeuta ocupacional no processo de confecções de adaptações.
ATENDIMENTO CENTRADO NO CLIENTE: O INDIVÍDUO COMO CO-AUTOR NA REABILITAÇÃO INTENSIVA
JACQUELINE FRANCIS PEIXOTO; RENATA TIZO MOMESSO; LUIZA HELENA MUGNANE CORREIA; PAULA BORGES MESSA
AACD, SÃO PAULO, SP, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; inclusão social; atividade cotidiana
Resumo: Introdução: O presente trabalho relata a experiência em andamento da implantação de um método de avaliação centrado no cliente que visa promover maior participação deste no processo de Reabilitação Intensiva na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) – Unidade Ibirapuera. Crianças e adolescentes com diagnóstico de Paralisia Cerebral do tipo Diparesia Espástica submetidos à cirurgia de membros inferiores tem demonstrado dificuldade na realização de atividades cotidianas as quais eram independentes previamente. Estas atividades referem-se principalmente ao vestuário, higiene e participação social. Visto que muitos dos prejuízos funcionais ocorrem devido à mudança do esquema corporal, insegurança postural e nova condição motora advindas da cirurgia, muitas vezes é necessário (re)aprender a fazer, viver e (re)conhecer seu corpo. A Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM), avalia itens de autocuidado (cuidados pessoais, mobilidade funcional, independência fora de casa); produtividade (trabalho, tarefas domésticas, brincar, escola) e lazer (recreação e socialização). A avaliação baseia-se na expectativa do cliente/cuidador, garantindo a este o direito de fazer escolhas sobre seu processo de reabilitação e servindo como parâmetro para o andamento do processo terapêutico. Objetivos: Relatar a implantação da avaliação COPM no processo terapêutico ocupacional de reabilitação intensiva, verificando evoluções funcionais e de inclusão social em conjunto com o cliente. Metodologia: Realizada análise qualitativa da evolução funcional e social contidas no prontuário na data de início e término das terapias de reabilitação intensiva. Resultados / Discussão: Por basear-se nas expectativas e percepções do cliente/cuidador, a avaliação tem favorecido a adesão ao tratamento e orientações. O terapeuta ocupacional atua como facilitador na definição dos objetivos realistas a serem abordados, porém não interfere nas escolhas do cliente. Os resultados iniciais da análise qualitativa indicam melhoras funcionais importantes já que o poder de decidir sobre si gera motivação e a busca de novos desafios. Considerações Finais: A utilização da COPM mostrouse um importante instrumento para facilitar a adesão e participação dos indivíduos e a possibilidade de vivenciar atividades partindo da expectativa do cliente e possibilitando (re)descobertas.
ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA OCUPACIONAL À MULHER NO CENTRO OBSTÉTRICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
JULIANA FONSÊCA DE QUEIROZ MARCELINO; CAMILA TAVARES FEITOSA; JAMYLLE SILVA DE BRITO; RENATA BATISTA MARINHO DE MAGALHÃES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BR.
Palavras-chave: Parturiente; equipe de saúde; terapia ocupacional
Resumo: A assistência obstétrica é o conjunto de serviços destinados ao atendimento da gestante, parturiente e concepto. Contudo, a qualidade do modelo de tal assistência no Brasil tem sido questionada por gestores, profissionais e sociedade, por não garantir a atenção integral à mulher na sala de parto. Neste contexto evidencia-se a necessidade de uma atenção multiprofissional integrada. O estudo teve como objetivo relatar as práticas da Terapia Ocupacional numa equipe multiprofissional, nos atendimentos às gestantes e puérperas de um Centro Obstétrico (COB). Quanto à metodologia utilizada, trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado durante a prática terapêutica ocupacional no rodízio do Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Saúde na área de Saúde da Mulher, ocorrido no COB, onde são atendidas gestantes de alto risco, puérperas e mulheres em trabalho de parto no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, referente ao período de 2010 a março de 2013. Os dados foram coletados nos prontuários e em diário de campo das residentes e analisados a partir da literatura científica. Os resultados obtidos apontam que a atuação da Terapia Ocupacional na saúde da mulher permite intervir sobre vários aspectos de sua ocupação e, neste momento, em um novo papel ocupacional adquirido pela mulher, o de mãe. As intervenções terapêuticas ocupacionais junto à equipe multiprofissional são realizadas de forma pontual e objetiva, com metas de curto prazo. Dentre as principais ações encontram-se: suporte às funções e habilidades psicossociais a fim de facilitar o gerenciamento de sentimentos de ansiedade, medo e inquietações; desenvolvimento de técnicas corporais de relaxamento e de respiração durante o trabalho de parto, em conjunto com outros membros da equipe; favorecimento do vínculo mãe-bebê o mais precoce possível; orientação funcional, acolhimento e orientação familiar. Concluiu-se que o terapeuta ocupacional é um membro da equipe multiprofissional, atento aos aspectos físicos e psicossociais, capaz de promover uma assistência integral de qualidade a mulher na sala de parto, assim como dos acompanhantes e familiares. Partindo dessa premissa, este profissional deve fazer parte da equipe de saúde atuante nos centros obstétricos de todo país.
USO DE TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL COM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO
ESPECTRO DO AUTISMO
JULIANA FONSÊCA DE QUEIROZ
MARCELINO1; KARINA NUNES DA SILVA SANTOS1; LUIZA LEANDRO SÁ CARNEIRO1 ; YANI
SARMENTO PACHECO SILVA2
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE
PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL; 2.CAPSI CAMARAMIRIM, CAMARAGIBE, PE, BRASIL.
Palavras-chave: autismo; integração sensorial; capsi
Resumo: Os Centros de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (CAPSi)
constituem elementos estratégicos da atenção pública em saúde mental ofertados
para a população infantojuvenil com sofrimento psíquico. Entre os diagnósticos
mais frequentes, dentro destas instituições, encontra-se o Transtorno do
Espectro do Autismo (TEA). Além de outras características, as crianças com tal
transtorno apresentam déficits no processamento sensorial frente a estímulos
nas situações de vida diária, e tendem a ser mais desorganizadas, com
dificuldade de prestar atenção e se relacionar com as pessoas, pois não
organizam e interpretam informações sensoriais da mesma maneira que os outros. E
ao se observar essa dificuldade torna-se viável o uso de técnicas de integração
sensorial, já que tem sua estratégia voltada para combinação da exploração
ativa pela criança, dos materiais expostos, e do direcionamento do terapeuta a
partir das escolhas da criança, com o objetivo de promover respostas
adaptativas e cada vez mais complexas e criativas no ambiente (contexto). Este
trabalho teve como objetivo descrever a experiência da utilização de técnicas
de integração sensorial, como estratégia, no atendimento realizado em grupo de
crianças com TEA em um CAPSi. Quanto à metodologia, trata-se de um estudo
descritivo, do tipo relato de experiência, realizado durante o estágio
obrigatório de Terapia Ocupacional da UFPE, que ocorreu em um CAPSi de
Pernambuco, no período de Novembro de 2012 a Março de 2013, em um atendimento
por semana, com duração de, em média, 45 minutos. Para coleta de dados
utilizou-se as informações contidas em prontuários e livro de relato diário.
Como resultados, observou-se que a partir da utilização de técnicas de
integração sensorial nos atendimentos, foi possível observar efeitos positivos
no dia a dia da criança, tais como: maior aceitação do toque, tentativas de
interação entre as crianças, maior funcionalidade nas brincadeiras. Conclui-se
que a utilização de técnicas de integração sensorial como estratégia em um
grupo de crianças com TEA favoreceu a aquisição de algumas habilidades,
proporcionou maior interação social entre as crianças e estas com os
facilitadores do grupo, como também propiciou a modulação das respostas nas
situações cotidianas.
EFEITOS FUNCIONAIS DA COMBINAÇÃO DE TREINAMENTOS INTESIVOS UNIMANUAL E
BIMANUAL EM ADULTOS COM HEMIPARESIA
MIRIAM CANDIDA SILVA DIAS1;
TASSIANA TONIOLI CRAVEIRO CHAGAS1; SHIRLEY DE CÁSSIA GONÇALVES2 ; MARINA DE
BRITO BRANDÃO1
1.FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL; 2.ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE
REABILITAÇÃO, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.
Palavras-chave: unimanual; bimanual; hemiparesia
Resumo: Introdução:
Técnicas de alta intensidade vem se mostrando eficazes na promoção da função
manual de indivíduos com acidente vascular encefálico. A terapia de movimento
induzido por restrição consiste na restrição do membro superior não-afetado e
treinamento intensivo do membro afetado. Embora eficaz, tal técnica não permite
a experiência do uso funcional das duas mãos durante o treinamento. Objetivo: Avaliar a eficácia de um
protocolo de terapia de movimento induzido por restrição associado ao treino
intensivo bimanual em adultos hemiparéticos pós-AVE. Método: Estudo quasi-experimental, com 12 adultos com diagnóstico
de hemiparesia pós-AVE. O protocolo compreendeu 60hs de intervenção. Na
primeira semana (30 horas) foi realizada a terapia de movimento induzido por
restrição, constituída da restrição da extremidade não afetada por meio do uso
de uma tipóia de pano, e treinamento intensivo unimanual da extremidade afetada
(6 horas diárias). Na segunda semana (30 horas) foi realizado o treino
bimanual, com atendimentos de 6 horas diárias. Para medidas dos desfechos de
função manual e funcionalidade foram utilizadas as Medida de Independência
Funcional (MIF), Motor Activity Log (MAL), Teste Jebsen-Taylor de Função Manual
(JTHF), Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM). Resultados: Foi possível observar diferenças estatisticamente
significativas entre as avaliações pré e pós intervenção, com aumento dos
escores de desempenho (p= 0,000) e satisfação (p= 0,000) da COPM, assim como
aumento no escores quantitativos (p=0,001) e qualitativos (p= 0,006) do MAL.
Não foram observadas mudanças estatisticamente significativas no JTHF (p=
0,111) e na MIF (p= 0,584). Considerações
Finais: Os resultados positivos que foram apresentados pelos adultos que
participaram do estudo, efeitos de um protocolo de treinamento unimanual e
bimanual contribuem para o entendimento dos profissionais de reabilitação
acerca dos benefícios de utilização das técnicas de alta intensidade na promoção
da função manual e funcionalidade de adultos com hemiparesia pós-AVE e
consequente possibilidade de uso das intervenções no atendimento a esta
população.
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