- TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS NA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
[42]
GRUPOS TERAPÊUTICOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL-
CRAS
MÁRCIA DALCIN; ALINE DOS SANTOS
ENNES; ALINE TEIXEIRA DE LIMA; LAURA SEGABINAZZI PACHECO
CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO
- UNIFRA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; participação comunitária;
vulnerabilidade social.
Resumo: Introdução: O presente trabalho relata as atividades
desenvolvidas pelas acadêmicas do oitavo semestre do Curso de Terapia
Ocupacional (TO) do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA, durante o
estágio curricular supervisionado em um Centro de Referência de Assistência
Social no município de Santa Maria – RS. A Terapia Ocupacional viabiliza a sua
atuação diretamente em todas as dimensões da atenção à saúde. O Centro de
Referência de Assistência Social (CRAS) é destinado ao atendimento
socioassistencial de famílias, sendo o primeiro acesso á proteção social,
prestando serviços para indivíduos em situação de vulnerabilidade. O terapeuta
ocupacional pode atuar no CRAS desenvolvendo grupos e propondo tarefas
terapêuticas a fim de promover a restauração ou desenvolvimento de funções que
estejam prejudicadas. Objetivos: As
intervenções realizadas tiveram o intuito de viabilizar a socialização de
mulheres em situação de vulnerabilidade social; trabalhar as potencialidades e
capacidades existentes; favorecer a interação; melhorar a autoestima;
desenvolver a prática do acolhimento e escuta; possibilitar a expressão
simbólica e subjetiva; favorecer a qualidade de vida; possibilitar a reinserção
social e o resgate da cidadania, e estimular as habilidades cognitivas e a criatividade.
Metodologia: Os atendimentos foram
desenvolvidos em um CRAS do município de Santa Maria – RS, durante o período de
agosto a novembro de 2012. Foram realizados grupos abertos, homogêneos
(mulheres), com frequência semanal e duração de aproximadamente uma hora e meia
cada encontro. Resultados/Discussões:
Verificou-se que as intervenções terapêuticas ocupacionais proporcionaram ao
grupo um ambiente mais humanizado através do acolhimento e escuta. No que se
refere ao desenvolvimento dos grupos, evidenciou-se significativas mudanças
quanto à socialização das participantes, melhora nas habilidades motoras, na
expressão dos sentimentos, atenção e concentração durante a execução das
atividades, além de possibilitar o resgate da autonomia e independência frente
às situações conflitantes do cotidiano. Também foi proporcionado momentos de
interação grupal, troca de experiências entre as participantes, bem como a auto
ajuda para a superação das dificuldades e obstáculos. Considerações: A partir das atividades que foram desenvolvidas,
percebe-se que o terapeuta ocupacional tem muito a contribuir junto aos CRAS,
sendo um profissional de extrema importância nas equipes multiprofissionais por
possibilitar através de atividades um espaço terapêutico e acolhedor, auxiliando
na resolução dos problemas e na produção da subjetividade dos indivíduos em
situação de vulnerabilidade social.
- TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS NA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
[49]
PERCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS DE
INSTITUIÇÕES DE ACOLHIMENTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES SOBRE O SUAS
ALINE SANTOS DE OLIVEIRA; DANIELA
TAVARES GONTIJO; RAFAEL GONÇALVES DE SANTANA SILVA; JULIANA FIGUEIREDO SOBEL;
ALBA DE PAULA SILVESTRE DE CARVALHO
UFPE, RECIFE, PE, BRASIL.
Palavras-chave: sistema único de assistência social; acolhimento
institucional; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: A Política Nacional de Assistência Social e o
Sistema Único de Assistência Social (SUAS) encontram-se em processo de
implantação no Brasil. Nas situações de risco e vulnerabilidade social, o SUAS
prevê dois níveis de proteção social: Básica e Especial (média e alta
complexidade). Na alta complexidade as instituições de acolhimento tem o
objetivo de garantir proteção integral de crianças e adolescentes (entre outros
públicos), até que seja viabilizado o retorno à família de origem ou o
encaminhamento para família substituta. Objetivou-se descrever e analisar o
processo de implantação do SUAS na perspectiva de educadores e técnicos de
instituições de acolhimento de crianças e adolescentes em Recife (PE). A
pesquisa foi realizada em 5 instituições de uma autarquia vinculada a
Secretaria de Assistência Social. Participaram 58 profissionais (50 educadores
sociais e 8 técnicos). Os dados foram coletados com entrevistas
semiestruturadas individuais e submetidos à análise de Anais conteúdo. Resultados: Constatou-se a percepção de
que há uma discrepância entre o que é preconizado pela legislação e o que é
efetivado nos serviços. São apontadas dificuldades de se desenvolver ações
direcionadas para a realidade do público principalmente no que se refere à
construção da autonomia deste; de se construir articulações com outros serviços
(educação, conselho tutelar, justiça, saúde) e questões relacionadas a própria
equipe de trabalho como o número de profissionais e a formação destes para o
desenvolvimento de intervenções direcionadas pela política pública. As
dificuldades encontradas foram relativizadas considerando a recente implantação
do SUAS (em relação aos educadores, estes se caracterizam como a primeira turma
de profissionais concursados no município). Discussão: Os dados apontaram o caráter dinâmico da realidade
vivenciada nas instituições que se encontram em processo de transformação para
o atendimento das diretrizes do SUAS, além de dificuldades já constatadas em
outros âmbitos das políticas públicas, principalmente no que se refere ao
desafio da construção da intersetorialidade. Observou-se a importância de uma
maior apropriação pelos profissionais em relação ao SUAS. Considerações Finais: O estudo possibilitou a constatação da
potencialidade de intervenções da terapia ocupacional direcionadas para a
educação permanente dos profissionais que atuam em instituições de acolhimento,
que aliadas a outros tipos de ações, e se construídas a partir de perspectivas
participativas, podem contribuir para o empoderamento dos profissionais em seu
cotidiano de trabalho e para a efetivação dos aspectos garantidos pelas
políticas públicas na rotina dos serviços.
- TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS NA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
[162]
CONSTRUINDO OLHARES PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
CARLA REGINA SILVA; MARINA
SANCHES SILVESTRINI; ANA CAROLINA DA SILVA ALMEIDA PRADO; JAIME DANIEL LEITE
JUNIOR; JÉSSICA CRISTINA VON POELLNITZ
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; arte e cultura; população em
situação de rua
Resumo: O presente trabalho apresenta o Projeto de Extensão
universitária “Talentos CREAS POP” que propôs fomentar, aprimorar e divulgar
oficinas, experiências, obras e/ou produtos artístico-culturais com os usuários
do Centro de Referência da Assistência Social da População de Rua – CREAS POP,
da cidade de São Carlos (SP). A população de rua consiste em uma variedade de
questões e características, na qual o único fato homogênio se diz da moradia
precária na rua, ou em instituições com a finalidade de abrigo e assistência.
Portanto, requer o atendimento especializado, segundo a política da Assistência
Social. Considerando que as demandas sociais requerem políticas, programas e
ações intersetoriais e multidisciplinares, buscou-se através da arte e cultura,
promover espaços de criação e emancipação desta população em situação de
vulnerabilidade social. Partimos do pressuposto que as ações interdisciplinares
no campo das artes e da cultura, em sua composição com a terapia ocupacional,
têm produzido uma série de possibilidades que agregam a interconexão entre
saúde, educação e assistência social, com perspectivas inovadoras de práticas e
de construção de conhecimento. O projeto objetivou fomentar as ações e a
reflexão acerca do uso de recursos artístico-culturais na terapia ocupacional;
criar ações e espaços de pertencimento e vinculação, que fomentem o trabalho de
criação, realização, experimentação, suporte, contemplação e divulgação dos
produtos e possibilitar a formação de estudantes de terapia ocupacional neste
campo. Para tanto, foram realizadas oficinas semanais no referido serviço
socioassistencial, durante o ano de 2012, oferecendo uma ampla gama de
atividades, com propostas de produções, reflexões e interações com as pessoas
interessadas no espaço, cerca de 25. Estudos teóricos, orientações e reuniões
de planejamento e experimentação de técnicas e de atividades a serem aplicadas
constituíam-se como parte dos procedimentos, composta pela coordenadora e os
estudantes de graduação de distintos anos de formação. Os resultados foram: as
diversas produções artísticas e as coletas ativas e sensíveis sobre temáticas
presentes nesta população que compuseram um arquivo de uma realidade singular.
As trocas com a população, com o serviço e as discussões teóricas resultaram em
efetivas transformações na forma de pensar-agiracreditar dos estudantes
envolvidos, capaz de contribuir para uma formação integrada entre teoria e
prática. Conclui-se que as oficinas oferecidas fomentaram a criação, a reflexão
e o potencial de tal população, por meio do reconhecimento de habilidades,
possibilitaram o desvelar-se de expressões artísticas e culturais produzidas na
rua.
- TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS NA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
[587]
O OLHAR DO DISCENTE ACERCA DA EXPERIÊNCIA DE UM PROJETO DE EXTENSÃO NO
CAMPO SOCIAL
CLAUDIA REINOSO ARAÚJO DE CARVALHO;
MARÍLIA LIMA PEREIRA; LUIZ WILLIAN TEIXEIRA FUSCO; THAÍSSA MACHADO PIMENTEL
UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; suas; formação profissional
Resumo: Introdução: Os projetos de extensão universitária tem a
possibilidade de gerar a integração entre teoria e prática e potencializar o
processo de aprendizagem. A atuação na área social extrapola os eixos saúde e
doença e ajuda a construir práticas e habilidades inovadoras. Nesta
perspectiva, apresenta-se o Projeto de Extensão intitulado “A Terapia
Ocupacional no atendimento a idosos em situação de vulnerabilidade social” que
é realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio
de Janeiro e desenvolvido na Central de Recepção de Idosos Carlos Portela. Objetivo: Analisar a importância da
prática extensionista na formação do terapeuta ocupacional, como experiência
geradora de novos conhecimentos teóricos e práticos. Metodologia: a análise se baseia na experiência com as ações do
projeto que são: a realização de grupos junto aos idosos, utilizando-se como
recursos terapêuticos atividades diversas; supervisão semanal com os bolsistas
para debate e reflexão das atividades desenvolvidas; orientação e estudo com
base em textos referentes aos temas de Gerontologia, Ciências Sociais e Terapia
Ocupacional. Resultados: Os
encontros de supervisão são percebidos como um momento de troca de percepções,
dúvidas e inquietudes e que configuram uma experiência de ganho duplo: Se por
um lado os discentes adquirem novo saberes e habilidades com a imersão direta
nos espaços sociais, por outro garantem uma melhor formação que poderá ser
convertida em uma prática futura mais eficaz. A estas discussões os discentes
adicionam conhecimentos obtidos através dos estudos semanais, além de
desenvolvem as habilidades e percepções próprias do convívio com os sujeitos. A
intersetorialidade é vista como ponto positivo, já que torna a prática em
outros espaços um caminho para a atualização e construção de novos
conhecimentos referentes à rede de suporte social. A postura frente a outros
profissionais, o desenvolvimento de uma prática coerente com a área social e a
forma como são elaboradas as intervenções, considerando as singularidades
daquele espaço, são ganhos importantes que enriquecem a formação dos discentes.
Considerações Finais: O projeto é
uma oportunidade de estreitar os laços entre a universidade e a sociedade, já
que permite a comunidade acadêmica aplicar os conhecimentos até então
construídos em benefício da sociedade.
- TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS NA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
[588]
VIVÊNCIAS DE UM PROJETO COM IDOSOS NO CAMPO SOCIAL
CLAUDIA REINOSO ARAÚJO DE
CARVALHO; MARÍLIA LIMA PEREIRA; LUIZ WILLIAN TEIXEIRA FUSCO; THAÍSSA MACHADO
PIMENTEL
UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; idosos; vulnerabilidade social
Resumo: Introdução: O projeto de extensão “A Terapia Ocupacional no
atendimento a idosos em situação de vulnerabilidade social” foi iniciado no
primeiro semestre de 2012, estando atualmente no seu segundo ano de concretização.
É realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social do
Rio de Janeiro, na Central de Recepção para Idosos Carlos Portela, que funciona
no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Stella
Maris. Objetivos: Objetivar o
resgate da história de vida dos idosos, na intenção de que eles possam
aprimorar o desempenho de suas funções psicológicas e sociais, como: melhoria
da autoestima, integração e reconhecimento social, alívio de sentimentos
negativos e o estabelecimento de uma perspectiva de futuro. Metodologia: Grupos terapêuticos com os
idosos utilizando atividades expressivas. Para isto, são propostas diferentes
atividades como: confecção de objetos de uso pessoal, pintura, plantio,
confecção de quadro e mural de fotos, pintura em gesso, confecção de cachecol,
dentre outras – com o objetivo de gerar reflexões sobre o processo de
envelhecimento. Os idosos são estimulados a se expressarem acerca das questões
que fazem parte do cotidiano de suas vidas: a lembrança de sua juventude, a
perda de seus laços familiares, a vida nas ruas, a atual estadia na Central e
seus novos laços sociais. Resultados:
Neste segundo ano de execução, considera-se que os resultados encontrados são
positivos, Até o momento, dos 39 idosos presentes nos dias de realização das
atividades, 16 tiveram participação ativa e constante nos grupos, representando
assim uma adesão de aproximadamente 41% dos idosos. Percebe-se um predomínio
dos idosos do sexo masculino nas atividades, cabe destacar que eles são a atual
maioria no abrigo. Os principais temas recorrentes no grupo dizem respeito ao
abandono, ao desejo de voltar às ruas ou de ser abrigado em local definitivo.
Outros temas frequentes são referentes às atividades laborais desenvolvidas no
passado, onde observa-se com muita frequência relatos acerca da fragilidade dos
vínculos formais de trabalho e inconstância nos empregos. A religiosidade é
também um tema muito prevalente. Considerações
Finais: As atividades realizadas no projeto têm contribuído para o resgate
e a construção de novas relações interpessoais, facilitando o relacionamento e
a comunicação entre os participantes. Além disso, os idosos são encorajados a
romper barreiras relacionadas à autoestima, motivação e auto expressão, e
também estimulados a desenvolver a potencialidade de suas funções cognitivas.
- TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS NA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
[626]
GRUPO CUIDADO DE SI
ANDREA CHRISTELLO MILESKI; JENNIFER ALLES SINHORELLI
PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO
ALEGRE, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.
Palavras-chave: grupo;
assistência social; cuidado
Resumo: O Grupo Cuidado de Si foi criado a cerca de um ano , com a
lotação de uma terapeuta ocupacional no Abrigo Municipal Bom Jesus, equipamento
da Proteção de Alta Complexidade da Assistência Social da Fundação de
Assistência Social e Cidadania (FASC) de Porto Alegre/RS. O Abrigo propõe-se a
ser moradia transitória para indivíduos adultos em situação de rua, e
contribuir para a organização de cada um dos que o acessam. O grupo é realizado
semanalmente, as segundas feiras , para tratar das Atividades de Vida Diária
dos usuários. Desde o início foi pensado para acontecer de forma
interdisciplinar, de acordo com as competências e desejo dos trabalhadores de
se inserirem neste grupo. Essa oficina é coordenada pela terapeuta ocupacional
do Abrigo e em co-coordenação com uma Monitora. O objetivo do grupo é trabalhar
o auto cuidado de cada um dos usuários e consequentemente elevar a autoestima
através da realização de cuidados básicos, como corte de cabelo, pintura de
unhas, corte de barba, ida a salões de beleza que trabalham de forma voluntária
ou em escola de cabeleireiros. A metodologia usada é a de oficina terapêutica,
ou seja, usamos a atividade como mediadora da nossa relação com o usuário. Após
o lanche, os usuários são convidados a participarem da atividade, que acontece
na sala de atividades. Percebemos que o ambiente formado nesta oficina propicia
uma troca importante, onde eles trazem notícias do final de semana no Abrigo e
organizam suas atividades da semana. Como resultado, verifica-se que os
usuários sentem-se mais motivados e mais organizados para o seu dia a dia, e
percebemos os desdobramentos deste cuidado em outro tipo de relações consigo e
com o outro. Eles passam a se dar conta do quanto não vinham se percebendo,
“mudando o visual”, sentindo-se cuidados e olhados através do investimento
(afetivo) na relação com o outro. Posteriormente demandam consultas no Posto de
Saúde para cuidarem de sua a saúde, até pensarem em cursos profissionalizantes
e até procurar trabalho. Conclui-se que é fundamental que se continue esse
grupo devido à importância dessa atividade na vida dos usuários, e na medida
que queremos aumentar a sua qualidade de vida e de relações aqui no Abrigo.
- TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS NA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
[631]
UMA MENTALEIRA NA ASSISTÊNCIA
ANDREA CHRISTELLO MILESKI
PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO
ALEGRE, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.
Palavras-chave: saúde mental;
assistência social; dependência química
Resumo: Gostaria de poder falar
sobre a mudança do meu devir terapeuta ocupacional trabalhando (e militando) há
17 anos na área da Saúde Mental em uma cidade de médio porte no Vale do Rio dos
Sinos - Novo Hamburgo e a experiência do último ano como profissional da
Assistência Social lotada no Abrigo Municipal Bom Jesus, equipamento da
Proteção da Alta Complexidade da Assistência Social em Porto Alegre/RS. Esta
mudança veio ao encontro de um novo desafio profissional, de necessidade e de
angústia do meu fazer neste equipamento para Pessoas em Situação de Rua . O
cotidiano do Abrigo é marcado por uma realidade dura, com sujeitos a cada dia
mais adoecidos mental e fisicamente, trazendo um conjunto de histórias de vida
difíceis onde o uso e abuso de drogas é uma constante. Para mim que trabalhava
com portadores de sofrimento psíquico grave, o usuário de substâncias
psicoativas era incumbência dos CAPS AD, mas não, no Abrigo ele é nosso! Mudar
muitos pré-conceitos meus fizeram e ainda fazem parte desta jornada. O diário
de bordo proposto a partir do Curso da Rede Multicêntrica que uma colega e eu
fizemos nos auxiliou nesta reflexão. Pois bem, a partir disto consegui, com o
auxílio da equipe do Abrigo, pensar estratégias grupais para as pessoas dentro
de uma perspectiva de redução de danos e/ou de abstinência, conforme a vontade
de cada usuário por nós atendido. De novo as histórias aparecem e não fica
difícil perceber onde entra a droga na vida destas pessoas. A saúde tem seus
protocolos, suas tecnologias, e pensar isto na Assistência é um desafio. O
primeiro deles, a saber, é trabalhar em rede, dentro de uma proposta
intersetorial, vendo o indivíduo como um todo. O trabalho, na íntegra, foi
escrito para uma publicação (ainda inédita) da Rede Multicêntrica, falando
sobre as pessoas com problemas com drogas, e a minha ideia é de poder dividir e
pensar com os colegas o nosso papel na Rede de Assistência Social.
- TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS NA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
[707]
APOIO MATRICIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA INTERSETORIAL ENTRE SAÚDE E
ASSISTÊNCIA SOCIAL
ANDREA CHRISTELLO MILESKI;
GISELDA SILVEIRA ENDRES; LEILA APARECIDA THOMASSIM; ROSA MARIA SPOLAVORI MARTINS
PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO
ALEGRE, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL.
Palavras-chave: apoio matricial;
saúde mental; assistência social
Resumo: O Apoio Matricial realizado junto ao Abrigo Municipal Bom
Jesus (AMBJ) , equipamento da Proteção de Alta Complexidade da Assistência
Social da Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC) , é realizado desde
o início de 2012 pela Equipe de Saúde Mental da Unidade de Saúde do Morro
Santana, serviço ligado a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto
Alegre-RS. Inicialmente os profissionais do Abrigo iam até a sede do
equipamento na Unidade Básica de Saúde (UBS) Morro Santana, e atualmente nossos
encontros têm acontecido nas dependências da UBS Bom Jesus, pela regionalização
do serviço, contando tanto com a equipe das UBSs, do Abrigo e de outros
serviços do território. O objetivo do matriciamento é trazer para discussão
casos novos dos usuários abrigados no AMBJ para acolhimento e/ou avaliação pela
equipe de saúde mental e também fazer a discussão de casos dos que lá estão
vinculados. O Abrigo propõe-se a ser moradia transitória para indivíduos
adultos em situação de rua, e contribuir para a organização de cada um durante
o processo de abrigagem. Nossa maior demanda hoje está relacionada a questões
de saúde nos usuários que necessitam e procuram abrigagem, e uma grande parcela
apresenta sofrimento psíquico grave e são egressos de internações hospitalares
psiquiátricas recorrentes. A metodologia usada no apoio matricial é a de
reuniões que ocorrem mensalmente para apresentação e discussão de casos dos
moradores do Abrigo numa perspectiva intersetorial. Neste momento, a nossa
equipe já sai com agendamentos marcados e procura acompanhar os usuários em
suas primeiras consultas, contribuindo com a história, informações e manejo dos
casos. Como resultado, verifica-se que a comunicação entre os diferentes
serviços contribui para a melhora da saúde deste usuário, que passa a fazer um
atendimento integrado entre saúde e assistência social. Conclui-se que é
fundamental que se continue e estreite esta relação de cuidados para este grupo
que é vulnerável e necessita de cuidados diários intensivos.
- TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS NA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
[742]
TERAPIA OCUPACIONAL SOCIAL E GERAÇÃO COMPLEMENTAR DE RENDA: PERSPECTIVA
DE AÇÃO FACE À VULNERABILIDADE SOCIAL
MONICA TAKEI HASIMOTO; CARLA
REGINA SILVA SOARES; MARTA CARVALHO DE ALMEIDA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO
PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional social; geração de renda;
grupos
Resumo: Introdução: A Terapia Ocupacional (TO) no âmbito da
Assistência Social encontra, atualmente, vários desafios. Estes envolvem
intervenções e formação profissional no sentido da concretização e aprimoramento
da Política Nacional de Assistência Social. Para enfrentá-los, convém refletir
criticamente sobre as práticas profissionais em curso, criando possibilidades
de melhor atender às necessidades sociais dos usuários dos serviços. Um desses
desafios refere-se às práticas que envolvem a geração de renda. Nesse âmbito,
as intervenções da Terapia Ocupacional devem favorecer a reflexão e a ampliação
da participação social em um contexto marcado por exclusão, individualidade e
perdas de direitos sociais, ou seja, investir em práticas conjuntas que
potencializem cada um dentro de um coletivo, fortalecendo ações democráticas e
participativas. Com base nesse pressuposto desenvolve-se experiência de geração
complementar de renda com mulheres beneficiárias de Programas de Transferência
de Renda do Centro de Referência de Assistência Social Butantã–SP (Grupo
"Arteiras"), sob coordenação de terapeutas ocupacionais e estudantes
do curso de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. Objetivos: Expor e analisar
criticamente a intervenção que se desenvolve junto ao Grupo Arteiras,
discutindo sua dinâmica e funcionamento sob a perspectiva da Terapia
Ocupacional Social e de fundamentos teórico-metodológicos acerca da geração de
renda junto à populações em situação de vulnerabilidade social. Metodologia: Vivências e fatos
compilados durante 12 meses de participação na experiência foram analisados à
luz de referências bibliográficas sobre a intervenção da TO em processos
econômicos sociais. Discussão: O
funcionamento do grupo e o papel do terapeuta definem recursos participativos
para os sujeitos e criam condições para que sigam em direção à posição de
produtores de bens e valores sociais. O grupo produz artesanato, ao mesmo tempo
em que toma decisões coletivas, enfrenta a dinâmica do mercado e a exposição do
seu trabalho e, consequentemente, opera sua validação mediante o confronto com
o público. Desse modo, a Terapia Ocupacional entende o coletivo de produção
como um lugar que aciona potencialidades e recursos individuais e sociais e
assume o espaço não com caráter terapêutico, mas como um ambiente que promove a
troca de experiências, a escuta e a acolhida qualificada em um lugar de
reflexão. Considerações Finais: A
dinâmica do "Grupo Arteiras" toma a vida social como matéria de
cuidado, contribuindo para o fortalecimento de lugares coletivos e democráticos
e dando abertura para o empoderamento dos participantes diante da produção de
valores sociais, na medida em que se gera trabalho e renda.
- TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS NA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
[754]
TRABALHO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES: CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA
OCUPACIONAL PARA A ANÁLISE E INTERVENÇÕES SOBRE O PROBLEMA
JOELINA BARBOSA DOS SANTOS; CARLA
REGINA SILVA SOARES; MARTA CARVALHO DE ALMEIDA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SAO
PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional social; trabalho de crianças e
adolescentes; família
Resumo: Introdução: Apesar do conjunto de políticas e ações que
visam extinguir o trabalho de crianças e adolescentes, o mesmo é vivenciado por
milhares de famílias. Esta prática trás repercussões danosas às crianças e
adolescentes, a seus familiares e à sociedade como um todo. O trabalho precoce
é um fenômeno complexo, e tal complexidade exige que os responsáveis pela
elaboração e implementação de políticas e ações públicas se aproximem do
cotidiano destas famílias a fim de identificar os contextos onde estas práticas
são reproduzidas e ofertar respostas mais eficazes a esta questão. Objetivo: Apresentar achados de estudo
que buscou identificar as circunstâncias em que ocorreu o trabalho de crianças
e adolescentes membros de famílias acompanhadas por um serviço da rede de
assistência social localizado na zona oeste do município de São Paulo. Metodologia: O estudo analisou
documentos cedidos pelo laboratório de Terapia Ocupacional Social da
Universidade de São Paulo (Laboratório METUIA-SP), referentes à sua prática de
acompanhamento, nos anos 2011 (segundo semestre) e 2012 em um Centro de
Referência da Assistência Social (CRAS), de familiares de crianças e
adolescentes que vivenciaram o trabalho precoce. Resultados: Foram identificados no contexto destas famílias o
predomínio da ausência e/ou precariedade de acesso aos bens sociais (saúde,
educação, habitação, trabalho, renda, lazer e cultura), além de características
“internas” que provavelmente aumentam os fatores que afetam a vivência de
vulnerabilidade, entre elas: famílias chefiadas por mulheres e/ou
monoparientais, a restrita rede de apoio pessoal e os conflitos familiares.
Pode-se identificar que o trabalho da criança e adolescente ocupa alguns
lugares simbólicos nas famílias assistidas. Os mais evidenciados foram o de
proteção contra os perigos que os familiares acreditam existir nas ruas (drogas
e violência) e o de alternativa à falta de locais que ofereçam oportunidades de
ocupação para os filhos durante o dia (escola, Centro da Criança e Adolescente,
etc). Considerações Finais: Paralelamente
às ações de transferência de renda, é necessária a existência de ações que
mudem a lógica de exclusão de milhares de famílias aos direitos e bens sociais.
Os resultados encontrados apontam a relevância de que as instituições que
assistem a estas famílias possibilitem a elas espaços coletivos de escuta e
discussão acerca do seu cotidiano e das respostas que têm dado às demandas que
surgem no processo. Acredita-se que esta ação pode permitir a busca coletiva
por respostas ao conjunto de problemas enfrentados pelas famílias, de forma
mais consciente e, com isso, no caminho do alcance de maiores graus de
cidadania.
- TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS NA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
[809]
TERAPIA OCUPACIONAL E MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS EM MEIO ABERTO:
RECONHECENDO AS PEDRAS NO MEIO DO CAMINHO
KEYLA POLLYANNA SUSAN OLIVEIRA
SILVA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SAO
PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: medida
sócio-educativa em meio aberto; adolescente em conflito com a lei; terapia
ocupacional social
Resumo: Introdução: Partindo do acompanhamento de um adolescente em
cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto, por meio da Prestação de
Serviços à Comunidade (PSC), junto à Unidade Acolhedora do Projeto Metuia,
desenvolvido pela Universidade de São Paulo, observa-se a diversidade de
obstáculos que se erguem a dificultar à efetivação da proposta educativa e
ressocializadora estabelecidas pelo Sistema Nacional de Atendimento ao
Adolescente em Conflito com a Lei (SINASE). Objetivos: Tenciona-se, a partir de um estudo de caso, apontar e
analisar reflexivamente as principais dificuldades que se afiguram no processo
de acompanhamento de adolescentes em conflito com a lei que estão em
cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, mediante a Prestação de
Serviços à Comunidade (PSC). Metodologia:
Cuida-se de uma pesquisa qualitativa por meio do estudo de caso de um
adolescente de 13 anos, sexo masculino, cumprindo medida socioeducativa de três
horas semanais durante três meses. As etapas das ações realizadas para a coleta
de dados foram: etapa exploratória, planejamento, coleta de dados e evidências
e análise dos resultados. Resultados:
Partindo-se da análise do caso, temos como principais dificuldades no processo
de acompanhamento, a falta de dimensão, por parte do adolescente, do que vem a
ser, de fato, a medida socioeducativa e seus reais objetivos; a concepção de
justiça que o adolescente tem em relação às medidas impostas pelo Estado; a
omissão da família do adolescente acompanhado, mostrando-se com grande óbce para
que o mesmo venha a aderir ao programa proposto na Unidade Acolhedora; a
carência de políticas públicas voltadas para a juventude; temos, também, o
dilema enfrentado pelo terapeuta ocupacional ante a dificuldade da construção
de um vinculo haja vista o adolescente geralmente associa-lo a figura punitiva,
como se um agente de fiscalização fosse; por fim, a ambivalência vivida pelo
profissional, em razão da postura que irá adotar, se atuará como um agente de
reprodução, agindo como fiscal da lei, ocupando um papel de controle social e
normatização, ou um agente de emancipação e fortalecimento das redes de
sociabilidade e inserção social. Considerações
Finais: O presente trabalho contribui para a construção e desenvolvimento
do conhecimento e das práticas em Terapia Ocupacional Social, devendo o
profissional atentar-se às demandas advindas de um campo complexo e um tanto
negligenciado pelo Estado, que por sua vez, deixa de proporcionar, tanto aos
adolescentes e suas famílias, quanto aos técnicos, os devidos recursos
necessários para que se alcancem os objetivos propostos pelo ordenamento
jurídico pátrio.
- TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS NA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
[840]
SOBRE A APREENSÃO/AÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS NUM CURSO VOLTADO
PARA O SUS
PATRÍCIA LEME DE OLIVEIRA BORBA;
SAMIRA LIMA DA COSTA; FERNANDA FELICIO LIMA; PATRÍCIA TOSTA SOARES
UNIFESP, PRAIA GRANDE, SP,
BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; suas; formação
Resumo: Este trabalho apresenta os desafios vividos pelas alunas do
curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Paulo do Campus
Baixada Santista dedicada a compreensão e ação da Terapia Ocupacional Social. O
curso em questão integra uma proposta radicada na interdisciplinaridade e no trabalho
em saúde sustentado pelo ideário do Sistema Único de Saúde. O contato dos
alunos do curso de Terapia Ocupacional com o módulo teórico-prático de Terapia
Ocupacional Social se dá, somente, no final do 3º ano, e somente parte desse
grupo irá para o estágio profissionalizante da área. É no módulo que se
apresenta a existência de um outro sistema, o Sistema Único da Assistência
Social (SUAS). Objetiva-se, portanto, discutir como se deu esse processo de
apropriação por parte das alunas de uma proposta interventiva onde o núcleo da
ação profissional é a garantia/violação dos direitos dos usuários dos serviços
criados pelo SUAS. Em nossa análise conjunta temos percebido que esse processo
é complexo por requerer saberes e conhecimentos em torno de leituras com base
nas ciências humanas em um campus que privilegia perspectivas alicerçadas nas
ciências da saúde e biológicas. Além disso, o contato com grupos de pessoas
vulneráveis, e com graves e históricas situações de violação de direitos, traz
a tona senso-comuns controversos, colocando em pauta discussões como os
programas de transferência de renda, a situação de rua, redução da maioridade
penal, uso abusivo de drogas, entre outros. Todos os temas exigem, mais do que
um posicionamento técnico, um redimensionamento do lugar político que acarreta
diretamente o modo pelo qual se propõe a ação profissional. Em um cenário de
alargamento da inserção do terapeuta ocupacional no SUAS, é necessário refletir
como os cursos de um modo geral, e o nosso curso, em específico, tem feito essa
formação específica no sentido de responder as necessidades da política, mas
sobremaneira, das pessoas que foram violadas, mas continuam na batalha pela
vida.
- TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS NA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
[844]
CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM ABRIGAMENTO PROVISÓRIO – A PERSPECTIVA DA
TERAPIA OCUPACIONAL
SAMIRA LIMA DA COSTA; IRINA
NATSUMI HIRAOKA MORIYAMA
UNIFESP-BS, SANTOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: crianças e adolescentes abrigados; vulnerabilidade;
terapia ocupacional social
Resumo: Introdução: O presente trabalho aborda a proteção social à
infância e adolescência vulneráveis a partir da perspectiva da Terapia
Ocupacional, um tema com número restrito de publicações na profissão. Para
tanto, foi realizada uma caracterização desta população e levantamento de suas
demandas, considerando os conceitos de vulnerabilidade apresentados por Robert
Castel (1994). A concepção de infância é construída por fundamentos
sócio-culturais, modificando-se historicamente. No Brasil, com o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), considera-se a criança como prioridade e com
direito a proteção integral. Dessa forma para a efetivação das ações com este
público, faz-se necessário a desconstrução do olhar estigmatizador construído
ao longo da história. No caso deste estudo, mais especificamente às crianças e
adolescentes que encontram-se ou encontraram-se em abrigamento provisório. Objetivos
e metodologia: A pesquisa buscou, através da observação participante e de
atividades dialogadas que ocorreram em um equipamento de abrigamento provisório
da cidade de Santos, caracterizar esta população e suas demandas. Para isso,
foram realizados encontros semanais, durante cinco meses – totalizando a
participação de dezoito crianças e adolescentes em diferentes momentos – além
da consulta aos registros documentais dos boletins de atendimento da instituição.
Resultados/Discussão: Os resultados
encontrados foram analisados e discutidos a partir de três eixos temáticos:
história de vida, experiência de abrigamento e perspectivas futuras, das quais
emergiram as categorias: família, violência, cotidiano em situação de
abrigamento e em situação anterior ao abrigamento, motivo para abrigamento e
relacionamento no equipamento. Considerações
Finais: Foi possível identificar fatores presentes no processo de ruptura
das redes de suporte social e, portanto, focos de atenção na prevenção e
tratamento/ acompanhamento desta população, como questões familiares e a
necessidade da mobilização e articulação intersetorial para a implantação de
serviços que atendam suas demandas de modo integral, inserindo a discussão
sobre a organização da vida cotidiana e de futuro, assim como atividades que
produzam significado para o presente. Assim, a Terapia Ocupacional, bem como
outras áreas de conhecimento, pode contribuir atuando nos diversos setores e
serviços, para o processo de transformação social desta população.
- TERAPIA OCUPACIONAL NO SUAS – – AVANÇOS E DESAFIOS PROFISSIONAIS NA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
[866]
TERAPIA OCUPACIONAL E COMUNIDADES RIBEIRINHAS: UM RIO DE POSSIBILIDADES
KEYLA POLLYANNA SUSAN OLIVEIRA SILVA1 ;
JOSIANNE ALMEIDA ALMEIDA2
1.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO
PAULO, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: comunidades ribeirinhas da amazônia; sistema único
de assistência social; terapia ocupacional social
Resumo: Introdução: As comunidades ribeirinhas da Amazônia
correspondem ao grupo de indivíduos que se encontram em vulnerabilidade social,
desta forma, existe uma preocupação do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS) em assistir a essas populações através do uso de metodologias de ação
que sejam eficientes e coerentes com a realidade cultural das mesmas. Nesse
sentido, a formação do terapeuta ocupacional - que enfatiza a alteridade, a
diversidade, a cultura e a pluralidade como chaves de leitura da realidade
social – configura-se como bastante apropriada aos desafios da atuação na
Assistência Social com esta população. Objetivos:
A presente pesquisa tem como objetivo propor possibilidades de intervenção da
terapia ocupacional no SUAS junto às comunidades ribeirinhas da Amazônia. Metodologia: O trabalho desenvolvido
seguiu os preceitos de um estudo exploratório, por meio de uma pesquisa
bibliográfica. Resultados: Ao propor
possibilidades de intervenções junto às comunidades ribeirinhas é indispensável
que se aproveite das riquezas que a cultura amazônica dispõe e a partir daí
realizar atividades lúdicas e expressivas grupais, criando um espaço de
experimentação das potencialidades individuais e coletivas, onde o individuo e
o coletivo possa desenvolver a sua criatividade, espontaneidade, vivenciar
situações novas e inesperadas, permitindo-lhe lidar com emoções, sensações,
descobrindo espaços de expressividade. Nesse sentido buscou-se, neste trabalho,
lançar propostas de ação da Terapia Ocupacional Social segundo as quais a
compreensão de processos subjetivos a partir das interações sociais, mediante a
análise, a vivência e a co-construção de atividades artísticas, expressivas,
lúdicas, corporais e sócioculturais, que fazem parte do cotidiano ribeirinho e
que para eles são significativas, figura com centralidade no diálogo entre a
Terapia Ocupacional Social e o SUAS. Considerações
Finais: Pensar nas possibilidades de intervenção da Terapia Ocupacional no
âmbito do Sistema Único de Assistência Social junto às comunidades ribeirinhas
da Amazônia consiste em um importante esforço que pode contribuir tanto para a
efetivação das propostas da Política Nacional de Assistência Social para essas
populações como para o aprimoramento das ações da Terapia Ocupacional social, rumo
às práxis que rechacem a perpetuação de injustiças sociais crônicas que marcam
a realidade brasileira.
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