Anais - CBTO/2013

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EIXO - 2 POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS

- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS


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A DESINSTITUCIONALIZAÇÃO COMO EIXO NORTEADOR DA ATENÇÃO EM SAÚDE MENTAL: UM OLHAR DA TERAPIA OCUPACIONAL

SOLANNE GONÇALVES ALVES; NAILA PEREIRA SOUZA; DEYSE MODESTO PINHEIRO; LISETE RIBEIRO VAZ; RENATA CARUSO MECCA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; desinstitucionalização; saúde mental

Resumo: Introdução: A desinstitucionalização, nas suas dimensões teórico-conceitual, sociocultural, técnico-assistencial e jurídico-política, mostra-se como um dispositivo relacionado aos cuidados dos sujeitos que sofrem transtornos mentais, assistidos para atendimento à crise e de longa permanência num hospital psiquiátrico, que proporciona um contexto de privações de ordem biopsicossocial e ocupacional, limitador das possibilidades de expressão subjetiva da vida dos sujeitos internados. Objetivo: Discutir a desinstitucionalização enquanto eixo norteador das práticas de cuidado da Residência Multiprofissional do IPUB/UFRJ no contexto da atenção em Saúde Mental, baseada nos pressupostos da Reabilitação Psicossocial. Metodologia: Relato de Experiência da intervenção de terapeutas ocupacionais nas enfermarias psiquiátricas, cenário desafiador da Residência Multiprofissional em Saúde Mental do IPUB/UFRJ. Resultados: Observa-se que as intervenções, norteadas pela desinstitucionalização, através da construção de projetos terapêuticos singulares e de atividades coletivas, baseadas na continuidade da vida do sujeito, relacionados às áreas do desempenho ocupacional como Atividades de Vida Diária (AVD), Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), Lazer, Trabalho, Participação Social, Descanso e Sono, possibilitaram: (a) a construção de existências em mudança, mais ricas de recursos extra-hospitalares, de experiências distintas e possibilidades diversas; (b) exercícios de autonomia afetiva-material-social, proporcionando habilitação da palavra dos sujeitos; (c) (re) apropriação dos direitos civis e intercâmbios sociais, isto é, de sua reabilitação psicossocial. A partir dos citados, observou-se tensionamento das zonas de coesão social que Castel utiliza para explicar a existência social: de “desfiliação”, na qual há ausência de participação em qualquer atividade produtiva e isolamento social, como nos casos de longa internação; zonas intermediárias de “vulnerabilidade”, caracterizada pela fragilidade dos suportes de proximidade e “assistência”, que se configura numa zona de dependência segurada e integrada, conforme observado nos casos de internação para atendimento à crise. Considerações Finais: Intervenções pautadas na desinstitucionalização exigem intensivas e extensivas práticas articuladas com o sujeito, equipe, rede de cuidados da comunidade, familiares e demais pacientes, a fim de que o cuidado em saúde mental concretize-se na invenção de novas formas de defesa e singularização da vida, considerando as demandas e complexidade dos sujeitos e de cada sujeito.




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APOIO A CUIDADORES: UMA EXPERIÊNCIA NO GRUPO DE PESSOAS COM DOENÇA DE ALZHEIMER

ALICE DA SILVA MORAES; CLEMICI LIMA CORRÊA; VICTOR CAVALEIRO CORRÊA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: doença de alzheimer; cuidadores; grupos de apoio

Resumo: Introdução: Com o aumento da população idosa e consequentemente o aumento de pessoas com Doença de Alzheimer (DA), que acomete principalmente pessoas acima de 60 anos, tem aumentado também o numero de pessoas que se dispõem a cuidar desses doentes. Esse cuidado requer uma dedicação quase que exclusiva por parte do cuidador visto que a doença é degenerativa e progressiva. O que vários estudos têm mostrado é que esses cuidadores ficam sobrecarregados tanto física quanto emocionalmente e que alguns buscam ajuda em grupos de apoio com intuito de amenizar essa sobrecarga e compartilhar sentimentos. Estes oferecem um suporte com esse perfil, onde cuidadores e voluntários compartilham sentimentos e conhecimentos sobre a Doença de Alzheimer. Objetivos: Relatar as experiências vividas no grupo de apoio a cuidadores de pessoas com DA e doenças similares. Metodologia: relato de experiência em um grupo de apoio, como voluntárias, envolvidas no projeto intitulado: “Desenvolvimento e Formação de Pessoal para Atuação em Equipes de Educação interdisciplinar de Atenção à Saúde do Idoso Amazônico”, no período de agosto/12 a abril/13. Discussão: Através da participação no grupo de apoio estamos descobrindo um vasto mundo de conhecimento prático relacionando sempre com a teoria proposta na graduação e nas reuniões do projeto. Pode-se observar como o fato de se tornar um cuidador de uma pessoa com DA pode ser ao mesmo tempo um fardo pesado para uns e gratificante para outros, enfatizando a subjetividade dos indivíduos e comprovando as peculiaridades de cada caso. As principais queixas são o descaso dos outros familiares, sendo esta uma das mais frequentes relatadas pelos cuidadores e a sobrecarga física e emocional deste cuidador por se deparar sozinho diante dessa nova ocupação. Outro fato importante registrado no grupo de apoio é o tempo dispensado ao cuidado, pois por se caracterizar de forma progressiva e lenta a DA faz com que os cuidadores passem anos de suas vidas cuidando do seu ente querido deixando de lado sua vida pessoal, social e profissional, prejudicando assim a sua identidade ocupacional. Diante de tantas repercussões na vida do cuidador o grupo de apoio serve como uma válvula de escape para esses cuidadores, com uma proposta de acolhimento e conscientização sobre aspectos da DA que são realmente conhecidos quando vivenciados na prática. Considerações finais: Enfatizamos a importância dos grupos de apoio para os cuidadores, tendo em vista que eles necessitam tanto de cuidado quanto o doente, pois precisam manter-se fortes e saudáveis para garantir um cuidado de qualidade o que vai refletir na qualidade de vida da pessoa com DA.




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AJUDANDO A MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA DOS DOENTES DE PARKINSON: “INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL”

ALINE SANTOS DE OLIVEIRA; FLÁVIA PEREIRA DA SILVA; MILENA DA SILVA CORREIA

UFPE, RECIFE, PE, BRASIL.

Palavras-chave: parkinson; qualidade de vida; terapia ocupacional

Resumo: A doença de Parkinson (DP) ocorre no sistema nervoso central afetando a substância negra, que é a área de controle de produção de dopamina e dos mecanismos motores, e é uma doença de progressão lenta. Afeta idosos, geralmente, entre 55 e 60 anos, sendo mais frequente em homens. Existem quatro sinais cardinais da DP: tremor de repouso, bradicinesia, rigidez e instabilidade postural. Outros sintomas são: perda da expressão facial, micrografia, alteração da marcha, congelamento-freezing, disfonia, perda do balanço dos braços e rotação do tronco e déficit de função cognitiva. Os sintomas da DP podem interferir nas atividades da vida diária (AVD), no sistema emocional, na convivência social e na situação econômica do indivíduo, o que pode afetar a sua qualidade de vida (Q.V.). Esta tem um conceito subjetivo que envolve componentes da condição humana. A abordagem clínica da DP inclui o tratamento medicamentoso, que visa à melhora dos sintomas, e o não medicamentoso, que têm como objetivo aliviar sinais e sintomas, manter a funcionalidade, a produtividade e a qualidade de vida pelo maior tempo possível. Dentre os profissionais que fazem o tratamento não medicamentoso estão os terapeutas ocupacionais devido a sua atuação na prevenção ou redução das perdas funcionais, além da atenção voltada aos vários contextos que são afetados pela DP. Este trabalho tem o objetivo de apresentar a intervenção terapêutica ocupacional na Doença de Parkinson. E foi realizado através de uma revisão de literatura, onde pode-se reportar e avaliar o conhecimento produzido em pesquisas prévias, destacando conceitos, procedimentos, resultados, discussões e conclusões relevantes, em base de dados SCIELO e em publicações relacionadas à Terapia Ocupacional, sem delimitação de tempo e na língua portuguesa. A Terapia Ocupacional utiliza diferentes tipos de avaliações para identificar o grau de dependência e de Q.V. do doente de Parkinson, entre elas estão: Medida de Independência Funcional (MIF); Medical Outcomes Study 36 item short form (SF-36). Dentro da sua intervenção utilizam: a reorganização da rotina, a realização de exercícios em grupo para estimular socialização, recursos lúdicos para aumentar amplitude de movimento e rotação do tronco, atividades de dança para melhorar postura e iniciação dos movimentos, orientam conservação de energia para diminuir a fadiga. Essa intervenção tem o objetivo de: minimizar os sintomas, promover treino motor, melhorar desempenho nas AVD, resgatar e potencializar capacidades, trazendo independência e assim bem-estar e qualidade de vida para o indivíduo. Assim, sugere-se fortemente a Terapia Ocupacional na reabilitação de doentes com Parkinson.




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TERAPIA OCUPACIONAL EM BUSCA DE QUALIDADE DE VIDA FRENTE À COMUNIDADE

ANDREISI CARBONE ANVERSA; MÍRIAN BOLSON SERAFIN; LAISE AVILA DE SIQUEIRA; KATIELLE PAIM PILECCO; DANIELA TONÚS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.

Palavras-chave: traumatismo cranioencefálico; adaptação; qualidade de vida

Resumo: Introdução: A Brain Injury Association (2000) define o Traumatismo Cranioencefálico (TCE) como um insulto ao cérebro, provocado por uma força física externa, sendo não degenerativo ou congênito. Assim, há uma série de comprometimentos decorridos do TCE que podem afetar áreas do desempenho ocupacional. Objetivo: Adaptar a cadeira de rodas de um usuário com TCE para melhora do seu desempenho ocupacional. Metodologia: A metodologia deste trabalho se caracteriza por ser qualitativa descritiva. Bauer e Gaskell (2008, p. 23) afirmam que este método evita números, lida com interpretações das realidades sociais, descrevendo-as. Dividida em três momentos: leitura do prontuário de C.S, na qual foi possível identificar que este possui: tetraplegia, traqueostomia, dieta por gastrostomia, comunicação gestual. O segundo momento consistiu na realização de três visitas à residência do paciente. Realizou-se uma anamnese, que possibilitou conhecer sua história de vida, o contexto social e as dificuldades que encontra no cotidiano. No terceiro momento, a partir das avaliações, desenvolveu-se um plano de tratamento que visou melhorar o desempenho ocupacional do usuário. Desse modo, pensou-se em adaptar a cadeira de rodas (que não proporcionava segurança), para ampliar sua qualidade de vida, facilitar a realização de atividades de vida diária, fortalecer o controle de tronco e cervical, estimular equilíbrio e proporcionar lazer. Resultados/Discussão: Após análise da postura do paciente sentado em sua cadeira de rodas, encontraram-se possíveis dificuldades. Identificou-se a necessidade de um encosto maior para apoio da cervical, colete de posicionamento para o tronco e tiras de posicionamento para o quadril. Para isso, utilizou-se uma espuma piramidal para aumentar o encosto, proporcionando ao usuário um maior controle de cervical, melhor postura, estabilidade. Confeccionou-se um colete de posicionamento para o tronco, em formato de “asa de borboleta”, que mantinha o mesmo estável à cadeira de rodas e uma faixa com espuma de posicionamento para o quadril, promovendo maior segurança. Essas adaptações viabilizaram a troca de postura de deitado para sentado, o que dificilmente ocorria. Pode-se, ainda, estimular aspectos motores como equilíbrio, estabilidade e aspectos sensoriais como visão, audição, tato, possibilitando também a participação do usuário em momentos de lazer junto à esposa. Conclusão/Considerações: É importante, para os discentes, vivenciar, na prática, as teorias estudadas em sala de aula. Ademais, sabe-se da necessidade da atuação do terapeuta ocupacional na comunidade, o que se comprova a partir deste caso e da eficácia da intervenção realizada.





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DEPENDÊNCIA QUÍMICA E PREVENÇÃO DE RECAÍDAS: AS CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO HOSPITALAR.

ILA IANDARA ARAÚJO; ISABELA FERNANDES DINIZ; ANA PAULA SANTOS

UEPA, BELÉM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; dependência química; hospitalização

Resumo: O uso de drogas é um dos problemas sociais e de saúde mais preocupantes, o qual gera, muitas vezes, a dependência química. Essa é compreendida como um estado psíquico e físico, sendo também caracterizada como um transtorno crônico, resultante da ingestão contínua de substâncias químicas que possuem capacidade de gerar reações comportamentais e o desejo incontrolável de usá-las repetidamente. A dependência pode alcançar um nível tão elevado, que a ausência abrupta da droga no organismo pode levar o indivíduo a um quadro de “fissura” ou craving, caracterizado como um desejo incontrolável de sentir novamente os efeitos prazerosos já experimentados ou aliviar os sintomas não prazerosos da abstinência. Tal necessidade pode afetar o humor do usuário, consequentemente, levando-o a uma alteração de comportamento e pensamento. Objetivou-se com o referido trabalho relatar parte da experiência vivida na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, e a atuação do Terapeuta Ocupacional no Contexto Hospitalar, assim como as contribuições da Terapia Ocupacional na Área de Dependência Química e Prevenções de Recaída. A presente pesquisa teve por objeto de estudo um usuário de substâncias psicoativas que foi internado após ingerir 15ml de HCL. Diante disso, realizou-se atendimentos terapêuticos ocupacionais com o paciente durante as práticas curriculares entre os dias 10 de abril a 31 de maio de 2012 na FSCM, além de pesquisa ao acervo bibliográfico da biblioteca da Universidade do Estado do Pará e aos bancos de dados do Scielo. Definiu-se como objetivos o estabelecimento do vínculo terapêutico, estimular o paciente a refletir acerca do futuro, proporcionar a percepção da importância de fazer escolhas e superar dificuldades e consolidar a ideia de que o paciente é o principal agente de mudança de sua situação. Utilizou-se como recurso principal jogos de tabuleiro e de pergunta e resposta. Observou-se a importância do estabelecimento do vínculo terapêutico diante de uma intervenção, sendo esse, em muitos casos, a base fundamental para um atendimento bem sucedido; bem como a necessidade de instigar o paciente a tornar-se agente ativo de mudanças em sua vida, através da reflexão acerca do futuro e de suas escolhas. Diante do exposto, afirma-se a importância da atuação terapêutica ocupacional junto a dependentes químicos hospitalizados; uma vez que a mesma atende às necessidades específicas dos indivíduos nesse contexto por meio de atividades dirigidas que proporcionam a ressignificação do período de internação, dando-lhe uma nova configuração que viabiliza uma postura reflexiva a respeito de novas atitudes em relação à dependência química.





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“ERA UMA VEZ...”: HUMANIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA HOSPITALIZADA E DE SEUS FAMILIARES

RENATA SAVINO RODRIGUES; GABRIELA SOUZA DOS SANTOS DEMARCHI; ROSANA APARECIDA SALVADOR ROSSIT; ANA ESTHER OLIVEIRA

UNIFESP, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Palavras-chave: ambiente hospitalar; humanização; interprofissionalidade

Resumo: A situação de doença e hospitalização da criança e seu acompanhante provocam tristeza e sofrimento em relação ao afastamento temporário da vida familiar e cotidiana, decorrentes dos tratamentos e experiências, nem sempre prazerosas, vivenciadas no ambiente hospitalar. O projeto visa manter um espaço alternativo no ambiente hospitalar para o desenvolvimento de atividades lúdicas às crianças e seus acompanhantes internados na pediátrica da Santa Casa de Santos – SUS e criar um espaço de aprendizagens significativas que contribua para o desenvolvimento de novas habilidades e competências aos estudantes integrantes da equipe interprofissional. A equipe é composta por estudantes dos cursos de Terapia Ocupacional e Fisioterapia e a intervenção é realizada uma vez por semana com todas as crianças e acompanhantes presentes na enfermaria. A humanização do ambiente ocorre mediante a aproximação e interação lúdica, com a decoração temática do ambiente da pediatria e entrega de lembranças a cada participante. Há uma grande preocupação em deixar o ambiente agradável para as crianças, por isso, a equipe de trabalho utiliza apetrechos como anteninhas, luzes piscantes, enfeites no jaleco, além de enfeitar o hospital de acordo com a temática e atividade do dia. Outro destaque é levar para dentro do hospital o que está acontecendo fora dele, por exemplo, em datas festivas como páscoa, natal, ano novo, a atividade sempre é estruturada nesses princípios. O preparo das atividades é realizado uma vez por semana, além de reuniões quinzenais de supervisão técnica e aprofundamento teórico junto a coordenadora. O serviço, implantado e em andamento no Setor de Pediatria da Santa Casa da Misericórdia de Santos, atendeu 235 crianças maiores de 1 ano, além de 344 acompanhantes no período de Outubro/2012 a Abril/2013. Essa iniciativa contribui para que o processo de hospitalização se torne menos desgastante, fazendo com que as atividades propostas façam as crianças esquecerem um pouco o ambiente hospitalar durante algumas horas e para momentos extra-classe de aprendizado e vivência de práticas diversificadas de saúde, principalmente quanto a formação de uma equipe de trabalho, para os alunos envolvidos. A interação, o apego e o vínculo estabelecido em momentos tão pontuais tanto com as crianças, tanto os familiares, evidenciam a relevância social deste projeto. A humanização hospitalar colabora com o processo terapêutico do paciente, trazendo benefícios para a sua saúde.





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AVALIAÇÃO E ORIENTAÇÃO PARA A ESTIMULAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

CAMILA CORREA; ROSANA APARECIDA SALVADOR ROSSIT; GUILHERME COSTA DA SAILVA COIMBRA; ANDRESSA FABRI FERREIRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Palavras-chave: estimulação precoce; desenvolvimento infantil; orientação

Resumo: As experiências vividas ao longo dos primeiros anos de vida de uma criança são fatores determinantes no processo de construção/formação do indivíduo. A carência ou inadequação dos estímulos nessa fase torna-se um importante fator de risco ao desenvolvimento infantil, podendo vir a ocasionar atrasos irreversíveis. A avaliação e orientação para a estimulação infantil constituem-se em procedimentos importantes para favorecer o desenvolvimento da criança, a fim de minimizar os impactos causados por condições adversas ao nascimento e às condições de saúde-doença. O objetivo deste projeto é avaliar o desenvolvimento infantil e fornecer orientações aos cuidadores para a estimulação de crianças na faixa etária de zero a 12 meses. O serviço, implantado e em andamento no Setor de Pediatria da Santa Casa da Misericórdia de Santos, atendeu 399 crianças e 450 acompanhantes no período de agosto/2009 a abril/2013. O acompanhante é consultado quanto ao interesse em participar da avaliação do desenvolvimento do bebê (a ser realizado no próprio leito) e receber orientação para a estimulação do desenvolvimento. Após autorização do(s) acompanhante(s), a criança é avaliada nas áreas do desenvolvimento (motora, linguagem, sociabilidade, percepção, atividades de vida diária - alimentação, higiene, vestuário), utilizando-se a Ficha de Acompanhamento do desenvolvimento infantil DENVER I. Alguns recursos/brinquedos apropriados a faixa etária foram confeccionados pelos alunos (bolsistas e voluntários) e são utilizados durante a avaliação e estimulação das crianças. O grupo de estudantes apresenta-se ao setor da Pediatria com rostos pintados, arcos coloridos na cabeça e jalecos com enfeites coloridos para auxiliar no processo da estimulação. Um folheto educativo, com ilustrações sobre as principais etapas do desenvolvimento e atividades indicadas para as diferentes idades foi elaborado e é usado como recurso visual para direcionar as orientações. Os procedimentos sistemáticos de avaliação servem como uma ferramenta poderosa para a detecção precoce de possíveis alterações no desenvolvimento infantil, para subsidiar as orientações do acompanhante e encaminhamentos, quando necessários, a fim de minimizar os impactos causados pelo adoecimento e hospitalização com procedimentos nem sempre agradáveis à criança e seu acompanhante, mudanças repentinas na rotina familiar devido a permanência da mãe no contexto hospitalar, deixando outros afazeres para atender às necessidades do filho adoecido e internado.






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A OFICINA TERAPÊUTICA NO CAPSI: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

HELLEN PATRICIA OLIVEIRA DE SOUZA; EVANILDO LOPES MONTEIRO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: oficina; saúde; mental

Resumo: A Terapia Ocupacional juntamente com os demais profissionais da saúde, está inserida nas atividades em ações e oficinas realizadas no CAPSi, (Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil) e busca valorizar uma atenção humanizada e de qualidade, proporcionando a melhora na qualidade de vida da pessoa com transtorno mental assim como a de seus familiares, proporcionando a melhor socialização do individuo. O objetivo da pesquisa se caracteriza por compreender a importância da utilização de oficinas terapêuticas do CAPSI, descrevendo a sua importância ao proporcionar para usuário processos de subjetivação no momento da realização de uma oficina, assim como investigar as repercurções que a oficina pode proporcionar ao usuário na promoção de saúde e reabilitação psicossocial. A pesquisa é baseada no relato de experiência de uma acadêmica do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Pará (UFPA) estagiária através do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-SAUDE) no Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil (CAPSi) situado no município de Ananindeua em Belém. Os sujeitos participantes desta pesquisa foram crianças e adolescentes usuários do CAPSi. Observou-se que as oficinas realizadas incentivam a coordenação motora, o movimento de pinça e as AVDs (Atividades de Vida Diária), se utilizando como espaços as próprias salas do CAPSi e uma pequena área de lazer, geralmente usadas para o esporte físico. Através da observação e da participação nas oficinas terapêutica, foi notório as percepções dos benefícios que As atividades realizadas no CAPSi proporcionam para o usuário, que incluem o aumento e a utilização de sua criatividade, dando-lhes uma satisfação pessoal. Portanto, percebeu-se que as oficinas geram satisfação, interação, com os profissionais, com a equipe em geral da instituição e também com os demais usuários. Por isso. Destaca-se, também, a importância da multidisciplinaridade em Saúde Mental, para um método em prol do tratamento dos usuários do CAPSi. As oficinas terapêuticas apresentam colaboração significativa que proporcionam reinserção e autonomia. Contudo, é necessária a divulgação da importância deste serviço público na região, para o bem estar não apenas do usuário do, mas de toda a sociedade.




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ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL NO SERVIÇO DE NEFROLOGIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

NATHALIA CRISTINA SILVA PEREIRA; KATIÚSCIA MARQUES DE PAULO MARANHO; VALESKA CRISTINE SERRA DA COSTA

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Palavras-chave: doença renal crônica; terapia ocupacional; intervenção

Resumo: Introdução: A Doença Renal Crônica consiste na perda progressiva da função renal devido a diversas causas, sendo hipertensão e diabetes as mais frequentes. Uma vez instalada, dependendo do seu estágio, exige tratamento conservador ou terapia renal substitutiva (diálise), cujos tipos podem ser: Peritonial (PD) e Hemodiálise (HD). A condição crônica e o tratamento hemodialítico são fontes de estresse que ocasionam isolamento social, perda do emprego, dependência da Previdência Social, impossibilidade de locomoção, diminuição da atividade física, necessidade de adaptação, perda da autonomia, alterações da imagem corporal e o sentimento ambíguo entre viver e morrer. Após o início do tratamento, o cotidiano se torna monótono e restrito, as atividades dos pacientes ficam limitadas, o que favorece o sedentarismo e a deficiência funcional. Objetivo: Descrever a atuação do terapeuta ocupacional no serviço de Nefrologia. Metodologia: Relato de experiência da Terapia Ocupacional no serviço de Nefrologia através da Residência Multiprofissional em Saúde no Hospital Universitário Presidente Dutra em São Luís, Maranhão. Resultados: As ações terapêuticas ocupacionais no setor de Nefrologia tem propiciado melhoras funcionais, favorecendo autonomia e independência durante as AVD's, manutenção dos aspectos cognitivos, motores e resgate do cotidiano. Discussões: A Terapia Ocupacional no devido serviço tem como objetivos: prevenir alteração cognitiva e biopsicossocial, identificar habilidades e limitações para a realização das atividades; facilitar à adaptação a nova rotina; estimular prospecção/planos de vida; proporcionar a reinserção profissional e promover orientação familiar. Utilizam-se as avaliações COMP e PEDI para identificar limitações nas áreas de desempenho, e técnicas para readaptação do cotidiano e adesão ao tratamento, reabilitação cognitiva, treino de AVD’s, prescreve e treina o uso de adaptações, aparelhos e/ou dispositivos assistivos. Considerações Finais: O papel do terapeuta ocupacional deve ser pautado na atividade humana, nas áreas de desempenho, elementos que fazem parte da essência e objeto de estudo e intervenção, independente no contexto da atuação. A partir de tais propostas, a Terapia Ocupacional pode melhorar a capacidade funcional (desempenho ocupacional), promover a reinserção social e aumentar a qualidade de vida dos pacientes com doença renal crônica.



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INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL NO AUTISMO ATÍPICO: RELATO DE CASO

NATHALIA CRISTINA SILVA PEREIRA

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO
LUÍS, MA, BRASIL.

Palavras-chave: autismo atípico; intervenção; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: O Autismo Atípico (F 84.1) refere-se a um desenvolvimento anormal e prejudicado que se evidencia somente depois dos 3 anos de idade, faltando normalidades suficientemente demonstráveis em uma ou duas das três áreas da psicopatologia, como por exemplo: interações sociais recíprocas anormais; comunicação anormal e comportamento restrito, estereotipado e repetitivo. De etiologia desconhecida, as pesquisas apontam uma prevalência de quatro a cinco indivíduos autistas para 10.000 nascidos. Objetivo: Descrever a intervenção terapêutica ocupacional junto à criança com diagnóstico de autismo atípico. Metodologia: Relato de caso do serviço de Terapia Ocupacional (Estimulação Percepto-Cognitivo) da Clínica-Escola Santa Edwiges (APAE) em São Luís (MA) no período de Agosto a Novembro de 2011, com o paciente A.R.R.S, 6 anos, masculino, diagnóstico de Autismo Atípico. Utilizou-se como instrumento uma avaliação padrão da instituição, através da qual detectou-se atraso em seu desen volvimento psicomotor, cognitivo e emocional, com relato de ansiedade, agitação psicomotora e agressividade na escola, apresenta déficit nos níveis de preensões, na coordenação motora global e fina, no equilíbrio dinâmico, na atenção e concentração, na tolerância, dificuldade na compreensão de comandos complexos e disartria. Estabelece contato visual, sociável, participa de atividades grupais e apesar da dificuldade na linguagem, cria meios para se fazer entender. Discussão: Criança atendida duas vezes por semana em sessões de 30 minutos, em atendimentos individuais e em dupla, mostrando-se participativo; apresentando evolução em seu desenvolvimento, se organizando melhor frente às frustrações; tendo sido feitas orientações à família e escola. Considerações Finais: Por ser uma patologia que afeta diretamente aspectos relevantes, como sociais e cognitivos, faz-se necessário à intervenção precoce e o acompanhamento multiprofissional em parceria com a família e escola visando favorecer o máximo desenvolvimento e independência.





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PERCEPÇÕES SOBRE A ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM UM SERVIÇO DE RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA EM PERNAMBUCO

ANNA CAROLINA DE SENA E VASCONCELOS 1; DÉBORA DANIELLE ANDRADE DOS SANTOS 2; IVO DE ANDRADE LIMA FILHO 1

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL; 2.PREFEITURA DA CIDADE DO JABOATÃO DOS GUARARAPES, JABOATÃO DOS GUARARAPES, PE, BRASIL.

Palavras-chave: assistência à saúde; saúde mental; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: O Serviço de Residência Terapêutica (SRT) foi instituído como uma alternativa de moradia para indivíduos egressos após longo período de institucionalização ou para usuários de outros serviços de saúde mental, que não possuem suporte familiar e social suficientes para garantir espaço adequado de habitação. Nesse contexto, o terapeuta ocupacional, quanto profissional de referência para o SRT, pode atuar no processo de reinserção psicossocial dos moradores, trabalhando além das questões clínicas relacionadas aos transtornos mentais e psíquicos, questões burocráticas, administrativas e de supervisão. Objetivo: Discutir a abordagem do terapeuta ocupacional com residentes de um SRT. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência realizado por meio de registros do acompanhamento terapêutico ocupacional num SRT da região metropolitana do Recife - PE, no primeiro semestre/2013. Resultados/Discussão: As implicações da internação prolongada e das representações dos transtornos psíquicos podem ser observadas nas relações entre os sujeitos e a sociedade na qual deveriam estar inseridos. A saída de um ambiente que lhes era indicado como refúgio, neste caso o hospital psiquiátrico, promove uma série de inquietações sobre como comportar-se diante de uma sociedade que há muitos anos não convivia com esta realidade A princípio, isso pode ser observado pela dificuldade dos moradores do SRT em conhecer o território no qual sua moradia está inserida e no receio da comunidade em articular-se com eles. Outra dificuldade apresentada foi a aceitação deste espaço como casa e não como lugar de internação e exclusão. A abordagem do terapeuta ocupacional junto aos residentes visou articular a descoberta da comunidade e a construção de vínculos nesta, seja com vizinhos ou em outros ambientes. Além disso, buscou-se trabalhar a subjetividade dos sujeitos por meio da realização de tarefas de manutenção e caracterização da casa conforme os interesses e valores de cada um, e na elaboração de projetos de vida. O resultado das intervenções pôde ser observado na mudança de comportamento dos moradores, na melhora das relações entre os moradores e destes com a vizinhança. Considerações Finais: O SRT pode ser apontado como um programa importante na reinserção social de indivíduos hospitalizados e em outras situações de vulnerabilidade psicossocial, permitindo-lhes o exercício da autonomia. Nesse âmbito, o terapeuta ocupacional pode agir a fim de contribuir de modo dinâmico e contínuo no resgate e desempenho das atividades de vida diária, de lazer e produtivas, auxiliando o indivíduo a ser protagonista de sua história.





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ANÁLISE DA APREENSÃO DE CONHECIMENTO SOBRE SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA POR MEIO DE JOGOS EDUCATIVOS

ANNA CAROLINA DE SENA E VASCONCELOS; ROSANA JULIET SILVA MONTEIRO; DANIELA TAVARES GONTIJO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL.

Palavras-chave: jogos educativos; saúde sexual e reprodutiva; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: A adolescência é uma etapa fundamental para o desenvolvimento biopsicossocial, na qual o sujeito encontra-se vulnerável aos riscos de uma gravidez indesejada ou contrair HIV/AIDS. Nas ações de promoção da saúde sexual e reprodutiva de adolescentes, os jogos educativos podem ser utilizados por potencializarem a associação entre conhecimento, discussão, reflexão e participação grupal. Objetivo: Avaliar por meio de questionários a apreensão de conhecimento sobre saúde sexual e reprodutiva antes e após a utilização de jogos educativos. Metodologia: 58 adolescentes, com idade entre 12 e 17 anos, do 8° e 9° ano do ensino fundamental de uma escola estadual de Pernambuco, participaram de 10 intervenções utilizando jogos educativos com as seguintes temáticas: corpo masculino e feminino, relações de gênero e sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescência e métodos contraceptivos. Os dados coletados antes e após as intervenções, por meio de um questionário auto respondido com 29 questões sobre os temas discutidos, foram analisados por estatística descritiva. Resultados/Discussão: A análise das respostas ao questionário antes e após as intervenções apontou um aumento de respostas corretas (+ 23,4%) e diminuição de incorretas (- 2,6%) e de desconhecimento (- 20, 5%), o que pode refletir efetividade das ações propostas no que se refere ao ganho de conhecimento dos adolescentes, pelo menos durante o período de intervenção. No que se refere às temáticas abordadas durante o projeto, observou-se aumento quantitativo em todas as temáticas no número de respostas corretas, sendo este mais expressivo na temática sobre sexualidade/relações de gênero, seguido de gravidez e corpo, com aumentos de 30%, 27% e 26,5%, respectivamente. A mudança significativa entre o nível de conhecimento analisado ao término do projeto possibilita inferir que os jogos representam um recurso potencial na transformação e apreensão do conhecimento com este público. Considerações Finais: A utilização de jogos educativos constituiu uma alternativa eficiente para que os conteúdos pertinentes à saúde sexual e reprodutiva com adolescentes fossem apoderados.





- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS


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RELATO DE EXPERIÊNCIA DO ACOLHIMENTO INTERDISCIPLINAR À DEMANDA ESPONTÂNEA

SOLANNE GONÇALVES ALVES 1; ELIZA FERNANDA MESQUITA PICOLI 2; FLÁVIA FASCIOTTI MACEDO AZEVEDO 1

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2.CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL III, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Palavras-chave: acolhimento; saúde mental ; serviços de saúde

Resumo: Introdução: Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) modalidade I, II e III, distinguidas pela ordem crescente de complexidade e abrangência populacional, foram instituídos pela portaria nº 336/2002, influenciada pela lei 10.216/2001, marco legal da Reforma Psiquiátrica, que redirecionou o modelo assistencial em saúde mental. Assim, o CAPS oferece cuidados clínicos e atenção psicossocial especializada, com o objetivo de substituir o modelo hospitalocêntrico, evitando as internações e favorecendo o exercício da cidadania e da inclusão social dos indivíduos com transtornos mentais. Desta forma, o acolhimento, enquanto ferramenta de intervenção na qualificação da escuta, acesso com responsabilização e resolutividade, pode ser compreendido por uma postura ética, no que se refere ao compromisso de estar com o outro; estética, devido à invenção de estratégias para as relações e encontros cotidianos; e política, por implicar o compromisso coletivo do envolver-se no “estar com”, potencializando protagonismos e vida, nos distintos encontros. Objetivo: Discutir o acolhimento à demanda espontânea, no contexto da Reabilitação Psicossocial, num CAPS IIl. Metodologia: Relato de Experiência do acolhimento à demanda espontânea, realizado por uma equipe do dia, durante um turno, uma vez por semana. Esta intervenção interdisciplinar é composta, na linha de frente, pela psicóloga do serviço e terapeuta ocupacional residente multiprofissional; na retaguarda, uma psiquiatra. O acolhimento à demanda espontânea é uma das práticas de cuidado de um CAPS III, um dos cenários de prática do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental do IPUB/UFRJ. Resultados e Discussão: O acolhimento, enquanto prática presente nas relações de cuidado, tem produzido demandas como a necessidade de conhecer a fundo o território do serviço, por onde os usuários circulam, criam e mantem redes de afetos. O conhecimento desses recursos são fundamentais ao realizar avaliação, encaminhamento ou mesmo incluir o sujeito no serviço, devido a utilização de tais recursos para (re)conhecer o indivíduo e auxiliá-lo no seu processo de andar a vida. Além do trabalho em ato, interdisciplinar e multiprofissional, que convoca às constantes reflexões entre campo e núcleo profissional, e fluxos da rede. Considerações Finais: Conclui-se que é possível a singularização e defesa da vida, considerando a complexidade dos envolvidos, através da realização do acolhimento, ferramenta marcante das tecnologias relacionais, que reafirma a concretização do cuidado em saúde mental pautado na territorialização, equidade e diálogo intrasetorial e entre profissionais das outras áreas da saúde.





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CARTILHA COM ORIENTAÇÕES ILUSTRADAS PARA ACESSIBILIDADE AMBIENTAL NO DOMICÍLIO DE PESSOAS IDOSAS

LUIZA OLIVA PAGANELLI; MARIA LUISA GUILLAUMON EMMEL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: idoso; acessibilidade ambiental; terapia ocupacional

Resumo: O processo de envelhecimento acarreta diversas mudanças, podendo elas ser de ordem física, cognitiva e emocional. Sendo assim, a população idosa demanda espaços que atendam a essas alterações, pois elas podem interferir na capacidade dos idosos interagirem, responderem e/ou se adaptarem ao meio ambiente. Com isto, se faz importante o planejamento de um ambiente seguro, que estimule autonomia e independência do idoso. O objetivo deste trabalho foi desenvolver um material de apoio para os idosos, em forma de cartilha, a fim de tornar o ambiente domiciliar acessível, seguro e funcional. Para o desenvolvimento do material foi realizada uma revisão na literatura nas principais bases de dados entre os anos 2000-2012 através de palavras-chaves pré-estabelecidas. Além disto, o material teve como referencial outros projetos já desenvolvidos por estas pesquisadoras com a população idosa. Após a seleção e análise dos conteúdos encontrados foi elaborado um esboço da cartilha descrevendo as principais orientações e combinando-as com imagens e ilustrações, que foram coletadas na internet e em arquivos pessoais das pesquisadoras. Posteriormente, esse esboço foi avaliado por cinco juízes, que são profissionais e especialistas nesta área, os quais fizeram alguns apontamentos que proporcionaram ajustes e, consequentemente, a versão final do material. Para edição e confecção da cartilha foram utilizados os seguintes programas: Microsoft Office Word 2007, Picasa e Paint. Teve-se omo resultado a cartilha intitulada “Cartilha para acessibilidade ambiental: orientações ilustradas para domicílios de pessoas idosas”, com 46 folhas, sendo estas distribuídas nas seguintes seções: capa, folha de rosto, sumário, seções de orientações (introdução; entrada da casa; circulação interna, sala, cozinha, quarto, banheiro, quintal e outras); referências bibliográficas e capa de fundo. Esta cartilha apresenta adequações e adaptações significativas no ambiente domiciliar de pessoas idosas e oferece possibilidades e alternativas viáveis para que o idoso possa planejar a modificação de seu ambiente e torná-lo acessível e seguro, facilitando sua autonomia e independência no dia-a-dia. A cartilha fornece instruções que, se forem seguidas e adotadas pela população idosa, poderão prevenir e/ou reduzir o número de quedas, potencializar a capacidade funcional do idoso em sua residência e proporcionar conforto e qualidade de vida. As orientações nele contidas ajudam os idosos a terem uma casa segura e funcional respeitando o conceito de desenho universal. O produto tem acesso gratuito estando disponível na versão digital na internet ou diretamente com as pesquisadoras.





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TERAPIA OCUPACIONAL: UM ESTUDO FOCADO NA REDE DE CUIDADOS AOS FAMILIARES DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

TANIA FERNANDES SILVA1; JESSICA PAOLA MIRANDA CARDOSO2; ROSANGELA ROCHA SOARES3

1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ, RJ, BR; 2.CAPS, CARANGOLA, MG, BR; 3.PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA IGUAÇU, NOVA IGUAÇU, RJ, BR.

Palavras-chave: transtornos invasivos do desenvolvimento; família; diagnóstico precoce

Resumo: Introdução: Segundo o DSM-IV, a CID 10 e a OMS, nas doenças invasivas do desenvolvimento são de fundamental importância o descobrimento precoce para um tratamento adequado utilizando métodos de condicionamento do mesmo, já que é definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometimento que se manifesta antes de três anos pelo tipo característico na interação social, comunicação e comportamento restrito e repetitivo. Buscáglia (1997) indica que grande parte da reação inicial a notícia sobre a doença do filho será determinada pela forma como ela é apresentada aos familiares, este impacto pode ser reduzido de acordo como o diagnóstico foi repassado por profissional de saúde que fornecerá esclarecimentos seguros de como deverá ser o tratamento e o cotidiano da criança. Objetivo: Correlacionar à forma como o diagnóstico de Transtornos Invasivos do desenvolvimento (TID) é passado para a família, e se tem interferência na aceitação da patologia por parte dos pais, em atendimento ao item VIII- ênfase em serviços de base territorial e comunitária, com participação e controle social dos usuários e de seus familiares, constante nas disposições gerais do capítulo I da PORTARIA Nº 793, DE 24/04/2012 que institui a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. Metodologia: Pesquisa exploratória, bibliográfica de caráter quanti-qualitativo com o uso de instrumento de pesquisa com entrevista não diretiva. O público alvo foi formado pelas mães de crianças que apresentam o autismo já diagnosticado e que frequentam a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Ubá. Os dados foram colhidos por terapeuta ocupacional em reuniões mensais com cinco mães. Resultados: Das cinco crianças cujas mães foram entrevistadas, quatro recebeu o diagnóstico de autismo precocemente. Todas as entrevistadas relataram que o profissional explicou sobre os sintomas, comportamentos anormais da patologia, tirando dúvidas presentes. Em relação às alterações no contexto familiar depois do diagnóstico, observou-se sentimentos de superproteção, e medo de não saber lidar com as necessidades do filho. A forma como a família é informada pode causar reações e impactos de rejeição à criança, na coleta verificou-se que das cinco entrevistadas, três tiveram uma maior dificuldade na aceitação dispensando sentimentos de negação da patologia do filho. Considerações Finais: Com os resultados obtidos, constatou-se a importância do acompanhamento e intervenção do profissional da área de saúde na hora de comunicar o diagnóstico, em saber transmitir para a família de uma forma culta, porém clara e segura para então promover uma melhor compreensão e consequente aceitação da patologia.





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A TERAPIA OCUPACIONAL NAS AÇÕES COMANDOS DE SAÚDE NAS RODOVIAS, NO ESTADO PARÁ.

THAIS GOMES CABRAL; ANDRÉ MAIA PANTOJA; NATALIA DE NAZARÉ ALBUQUERQUE BASTOS

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; caminhoneiros; equipe multiprofissional

Resumo: A ação comando de Saúde nas rodovias que ocorre em todo território nacional, no Estado do Pará, nasceu a partir de uma parceria entre a Polícia Rodoviária Federal e a Pró- Reitoria de Extensão da Universidade do Estado do Pará. Esta ação engloba uma equipe multiprofissional da área da saúde, com profissionais e acadêmicos de Medicina, Fisioterapia, Enfermagem, Educação Física e Terapia Ocupacional, objetivando promover um aparato médico de excelência e orientações em educação em saúde, acerca de hábitos de vida saudáveis, aos caminhoneiros abordados na estrada. Este trabalho refere-se a um relato de experiência de acadêmicas de Terapia Ocupacional da Universidade do Estado do Pará, que atuaram em cinco ações promovidas no período de Novembro de 2012 à maio de 2013, sob supervisão de um terapeuta ocupacional, que tiveram como foco orientações teórico-práticas sobre ginástica laboral durante a longa jornada de trabalho que os caminhoneiros enfrentam. Confeccionou-se para isto uma cartilha ilustrada visando uma maior compreensão e adesão dos mesmos acerca do assunto proposto. No decorrer das intervenções e rodas de conversa de educação em saúde realizadas, observou-se um grande interesse por parte deste público-alvo em prol de evitar as doenças ocupacionais ocasionadas por movimentos repetitivos, como as Lesões por esforço Repetitivo (LER) e as Doenças Osteomusculares (DORT), quadro bastante encontrado junto à esta categoria profissional. No total das cinco ações realizadas, houve em média, orientações para 250 caminhoneiros. Percebeu-se, no decorrer destas ações, a suma importância da integração multiprofissional para um atendimento rápido, completo e com qualidade, assim como resultados positivos como o aumento da adesão dos caminhoneiros na participação dos eventos propostos,além da evolução dos atendimentos ao longo das ações consecutivas, onde obteve-se maior eficácia, com um maior número de caminhoneiros atendidos em um menor intervalo de tempo.





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A PRODUÇÃO LITERÁRIA COMO ESTRATÉGIA DA REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL NA PSICOSE

THAÍS THALER SOUZA1; MARCOS AURÉLIO FONSECA2 1.

DISCENTE DO CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL; 2. DOCENTE DO CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL DA UFMG, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Palavras-chave: saúde mental; prestação de cuidados de saúde; serviços de reabilitação

Resumo: Introdução: Abstrair-se de uma realidade exterior e voltar-se para o mundo da realidade interior é uma constante da condição humana. Através da atividade da escrita, como estratégia na Terapia Ocupacional, o que até então se encontrava no inconsciente é colocado no âmbito do concreto trazendo a possibilidade do usuário entender e se haver com o que se passa. A reabilitação psicossocial não faz parte apenas de um objetivo e sim de todo o processo de tratamento, esta é indissolúvel a clínica e não há verdadeira construção de identidade e cidadania sem perpassar por esse caminho. Objetivo: Destacar a utilização da escrita como atividade provedora das ferramentas necessárias para uma reabilitação psicossocial efetiva. Metodologia: Trata-se de um estudo de relato de caso da usuária A.A. O caso foi acompanhado pela estudante de Terapia Ocupacional da UFMG do 8° período em seu estágio curricular obrigatório. O acompanhamento do caso durou cerca de quatro meses (agosto/2012- dezembro/2012) e a prática ocorreu em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Discussão: O caso de A. A foi dividido, didaticamente, em três momentos. No primeiro momento, a usuária apresentava-se retraída, com uma baixa na organização pessoal, volição, sociabilidade, autoestima (não se olhava no espelho há anos) e um autocuidado precário. Em um segundo momento, a intervenção já acontecia, e a usuária entrou em crise novamente, A.A. não conseguia responder com a escrita, então passou a ilustrar o que se passava, através de desenhos. E no último momento a melhora da usuária, com o aumento da autoestima (volta a se olhar no espelho), da sociabilidade entre os usuários, autocuidado, maior conscientização e organização. Considerações Finais: O uso de atividades em pacientes de urgência e emergência traz um diferencial, pois abriga a possibilidade de uma expressão não convencional e clássica, que muitas vezes esse usuário não esta apto a dar. Através da análise destas, em um momento tão importante para coleta de dados como a crise, é possível identificar o pensamento penoso causador da crise ou surto, trabalhar e prover o individuo das ferramentas necessárias para uma reabilitação psicossocial efetiva.





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SOBRE AS REPERCUSSÕES NAS OCUPAÇÕES DOS CUIDADORES DE PESSOAS COM DOENÇA DE ALZHEIMER

CLEMICI LIMA CORRÊA; ALICE DA SILVA MORAES; VICTOR CAVALEIRO CORRÊA

UFPA, BELEM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: doença de alzheimer; ocupação; repercussões

Resumo: Introdução: A Doença de Alzheimer (DA) é o principal tipo de demência que acomete os idosos. Caracterizada como uma doença neurodegenerativa progressiva letal e incurável de causa desconhecida que atinge áreas do cérebro responsável pelas funções cognitivas intelectuais como a memória, linguagem, raciocínio, pensamento abstrato, destreza e também de comportamentos. À medida que a doença progride os cuidados tornam-se mais necessários, chegando a ser em tempo integral. Para isso o cuidador abstêm de outras atividades para prover e oferecer o cuidado necessário ao seu ente querido, repercutindo nas ocupações do cuidador. Objetivos: Conhecer as principais repercussões nas ocupações dos cuidadores de pessoas com doença de Alzheimer. Metodologia: Experiências obtidas a partir de vivências e discussões no Projeto Integrado Desenvolvimento e Formação de Pessoal para Atuação em Equipes de Educação interdisciplinar de Atenção à Saúde do Idoso Amazônico. Discussão: A ocupação costuma ser definida como toda atividade cotidiana e pode ser classificada como AVD, AIVD, Descanso, Sono, Trabalho, Educação, Lazer e Participação social. Com o avanço da DA o paciente pode ficar completamente dependente de cuidado. Nesse sentido, o cuidador, comumente um familiar, se doa a esses cuidados fazendo disso sua principal ocupação. Desta forma, o cuidar pode repercutir nas suas outras ocupações podendo interromper seus projetos pessoais ou que envolvem sua família. Pode repercutir também na sua vida profissional, como o trabalho ou a educação, pois geralmente deixa o emprego ou os estudos para dedicar-se aos cuidados do paciente e na participação social do indivíduo doente devido ao afastamento dos grupos com o qual convivia ou participava, influenciando diretamente no lazer. Com a progressividade da doença, lidar com sentimentos como frustração, raiva, angústia, solidão, medo, condições que podem alterar o descanso e sono desse cuidador, influenciando no comportamento do mesmo. Também verifica-se que após a morte do paciente, o cuidador ainda encontra dificuldades para retornar as suas ocupações anteriores à doença do ente querido, pois, geralmente, passa anos cuidando do familiar, o que dificulta o retorno às suas atividades após a morte do paciente. Considerações Finais: Levando em consideração que ocupação é toda atividade cotidiana e que cuidar de pessoas com DA requer cuidados integral, pode-se dizer que a dedicação a esta atividade pode repercutir nas suas outras ocupações, haja vista que para cuidar integralmente, o cuidador tende a renunciar sua vida particular, social e profissional, fazendo do cuidar sua principal ocupação.





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SOBRE OS CUIDADORES DE PESSOAS COM DOENÇA DE ALZHEIMER: UM ESTUDO EM CIÊNCIA OCUPACIONAL

CLEMICI LIMA CORRÊA; ALICE DA SILVA MORAES; VICTOR CAVALEIRO CORRÊA

UFPA, BELEM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: cuidador; doença de alzheimer; ocupação

Resumo: Introdução: A Doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa progressiva letal e incurável que afeta áreas cerebrais responsáveis pelas funções cognitivas intelectuais. Os prejuízos da DA incluem perdas de memória, da abstração do raciocínio, do senso crítico e da linguagem, afetando também a destreza e o comportamento, comprometendo as atividades de vida diária e consequentemente à perda da independência e autonomia, havendo a necessidade de um cuidador, que á medida que a doença progride cuida em tempo integral. Comumente os familiares, quase sempre abstêm-se de outras atividades para que, diariamente, possam prestar os cuidados necessários ao doente, dedicando-se, quase que exclusivamente a essa nova ocupação. Objetivos: Compreender as ocupações de cuidadores de pessoas com DA. Metodologia: Experiência obtida a partir de vivências e discussões no Projeto Integrado intitulado: “Desenvolvimento e Formação de Pessoal para Atuação em Equipes de Educação Interdisciplinar de Atenção à Saúde do Idoso Amazônico”. Discussão: Para a AOTA, o termo ocupação é utilizado para apreender a dimensão e o significado de atividades cotidianas, e envolvem diversos fatores como valores, crenças, espiritualidade, funções e estruturas do corpo que influenciam no desempenho em suas ocupações, além das habilidades de desempenho definidos pelos hábitos, rotinas, papéis e rituais. É possível perceber essas características no cuidador da pessoa com DA. A Terapia ocupacional aborda o cuidar de diversas formas. O cuidar pode ser uma co-ocupação, pois envolve participação ativa tanto da parte do cuidador como da parte de quem recebe o cuidado, embora na DA o paciente nem sempre interaja com seu cuidador. Já para a Ciência da Ocupação, cada pessoa que assume a ocupação de cuidar, cuida de uma forma, atribuindo sentido e significado. Ao dedicar-se, por vezes, quase que exclusivamente aos cuidados da pessoa com DA, provoca na vida do cuidador um rearranjo ocupacional, em que ocupações são abandonadas e outras são incorporadas, nesse caso o cuidar torna-se sua principal ocupação. Considerações Finais: Ser cuidador de pessoa com DA envolve diversos aspectos, que na Terapia Ocupacional, classificam o cuidar como uma ocupação ou co-ocupação que possui forma, sentido e significado atribuído, geralmente, pelo cuidador familiar. Este, quase sempre assume essa ação sem experiências nesse tipo de cuidado, encontrando dificuldades em realizá-la, principalmente, por ausência de orientações. Além disso, podem se sentir sobrecarregados devido aos cuidados que se intensificam. Assim, vê-se a necessidade de assistência saúde do cuidador, especialmente, à ocupação de cuidar.





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SALA DE ESPERA NO SERVIÇO DE HEMODIÁLISE: ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE NA DEFICIÊNCIA VISUAL ADQUIRIDA

VALESKA CRISTINE SERRA DA COSTA; NATHALIA CRISTINA SILVA PEREIRA; KATIÚSCIA MARQUES DE PAULO MARANHO

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, SÃO LUÍS, MA, BRASIL.

Palavras-chave: doença renal crônica; orientação; mobilidade

Resumo: Introdução: Nas últimas décadas vêm ocorrendo um aumento na incidência de pessoas acometidas por doenças crônicas como a doença renal crônica (DRC). Os pacientes com DRC apresentam co-morbidades como diabetes e hipertensão arterial que levam a disfunções em vários órgãos especialmente em rins, olhos e coração. Dentre estas, a perda visual gera alterações no nível de independência no desempenho ocupacional para realização das atividades da vida diária – AVD’S e atividades de vida prática – AVP’S. Para tanto, os profissionais de reabilitação necessitam de intervenções voltadas para adequação e favorecimento da autonomia e segurança da pessoa com deficiência visual adquirida, a partir do treino de técnicas de Orientação e Mobilidade. Objetivos: Descrever a atuação do terapeuta ocupacional em uma sala de espera na educação e orientação ao paciente e acompanhante sobre técnicas de orientação e mobilidade e informações para prevenção de acidentes no ambiente domiciliar. Metodologia: Tratou-se de um relato de experiência desenvolvido na sala de espera do Serviço de Hemodiálise do Hospital Universitário Presidente Dutra da UFMA em São Luís Maranhão. Realizado nos turno da manhã, tarde e noite durante uma semana. O número de participantes foi de 50 pessoas e o tempo reservado para cada turno foi de 50 minutos, com exposição em vídeo sobre etiologia da perda visual adquirida em decorrência de Retinopatia Diabética e Hipertensiva e demonstração da técnica de posição básica, troca de lado, subir e descer escadas, sentar-se em cadeiras/bancos e uso da bengala longa, disponibilizando um folder informativo. Discussão: A explanação do tema contribuiu para responder as dúvidas dos acompanhantes sobre a maneira adequada e segura para realização da técnica do guia vidente no ambiente extradomiciliar, incitando relatos do deficiente visual e seu desempenho nas atividades cotidianas. O domínio das técnicas de Orientação e Mobilidade é realizado pelo treinamento dos sentidos remanescentes para propiciar ao indivíduo melhor percepção do ambiente de modo que o mesmo possa explorá-lo, familiarizando para melhor segurança na locomoção. O intuito é permitir que o indivíduo com deficiência visual adquirida, aprenda a lidar com as limitações e potencialize suas capacidades favorecendo maior nível de independência. Considerações Finais: A Terapia Ocupacional emprega como uma das modalidades de intervenção, a orientação à pessoa com deficiência visual e ao cuidador para prevenir acidentes no ambiente domiciliar e possibilitar a utilização adequada de técnicas, favorecendo maior segurança e autoconfiança na locomoção e contribuindo para independência na realização das AVD’S e AVP’S.





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GRUPOS PARA TRATAMENTO DE FUMANTES: ANÁLISE DA PRÁTICA NO CAPS AD SANTA CRUZ DO SUL

PRISCILA MEDEIROS SUITA

CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL PARA ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS, SANTA CRUZ DO SUL, RS, BR.

Palavras-chave: tabagismo; tratamento; terapia ocupacional

Resumo: Introdução Santa Cruz do Sul é um município central do Rio Grande do Sul com 120.000 habitantes e economia baseada na fumicultura. A relevância da indústria fumageira faz com que grande parte da população defenda o hábito de fumar contrariando as políticas mundiais de combate ao fumo. Atividades preventivas e de tratamento nunca foram prioridades. Porém, com a inauguração do CAPS AD em 2006, a procura para o tratamento teve visibilidade, através da centralização da demanda. Em 2007 o “Grupo de Tratamento para Fumante” foi implantado conforme orientações do Ministério da Saúde e INCA. Neste trabalho serão apresentados os dados referentes aos 5 anos de realização dos grupos, as dificuldades enfrentadas e adaptações realizadas ao programa proposto. Objetivos: Conhecer o total de atendidos em 5 anos -Verificar a adesão e efetividade ao tratamento -Analisar a necessidade do uso de medicamentos -Conhecer os medicamentos mais utilizados -Discutir os dados e as experiências vivenciadas nos grupos. Metodologia: A pesquisa faz uma análise quantitativa dos registros nos prontuários e também analisa qualitativamente a formatação do programa e dinâmica do processo de tratamento. Resultados/Discussão: O tratamento se dá através de 4 encontros semanais, 2 encontros quinzenais e encontros mensais por um ano para a manutenção da abstinência. Todos passam por avaliação médica e o uso de medicamentos está previsto para 10% dos participantes que não devem ter nenhuma falta aos encontros. Entre 2007 e 2012 foram atendidas 269 pessoas distribuídas em 22 grupos. A desistência do tratamento ficou em 23%. Das avaliações médicas, 97% precisou usar medicamentos contradizendo informações do INCA e Ministério da Saúde. Os avaliados têm alto índice de dependência química, geralmente apresentam comorbidades clínicas e/ou psiquiátricas e tentativas anteriores frustradas de parar de fumar. Observamos que 71% dos participantes do 4° encontro absteve-se do cigarro, outros ainda param de fumar nos encontros mensais, porém muitos ainda estão em estágio contemplativo. Considerações Finais: Incluímos uma reunião inicial informando o funcionamento dos grupos, horários e datas. Nele os participantes se conhecem, trocam informações e diminuem a ansiedade, já iniciando o processo de tratamento. Os grupos de manutenção foram reduzidos para três, frequência média das participações. O terapeuta ocupacional consegue colaborar com o usuário facilitando a percepção e modificação de comportamentos, encorajando a experimentação de novos hábitos, desenvolvendo estratégias para enfrentamento da fissura e prevenção da recaída, reorganizando as rotinas e estimulando novas atividades no seu cotidiano.





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TERAPIA OCUPACIONAL E LESÃO MEDULAR: INTERVENÇÃO NA REABILITAÇÃO FÍSICA

ROSILDA DE ALMEIDA ARGOLO 

CEMFRA, MACEIÓ, AL, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; lesão medular; funcionalidade

Resumo: Introdução: A Lesão Medular - LM é uma síndrome neurológica e incapacitante que pode ocorrer por laceração, punção ou compressão da medula, assim emerge com grande impacto em todas as atividades cotidiana do indivíduo acometido Nesse contexto o tratamento terapêutico ocupacional objetiva o desempenho funcional destes, através da reeducação motora e da facilitação à execução das Atividades de Vida Diária Básica - AVDB e Atividades Instrumentais de Vida Diária - AIVD. Objetivo: Apresentar a intervenção terapêutica ocupacional individual em um centro de reabilitação de um município de Alagoas com indivíduos acometidos por Lesão Medular. Metodologia: Considerou-se a experiência de pesquisadores na área da Terapia Ocupacional neurológica descrevendo o que a literatura especializada traz em relação a intervenção do terapeuta ocupacional na qualidade de vida das vítimas. Resultados: Frente ao aspecto biopsicossocial o paciente com lesão medular encontra-se condicionado a uma nova esfera e a novas exigências internas e externas, tornando-se dependente em suas ações diárias. O terapeuta ocupacional busca entender o paciente e seus familiares, conhecer seu passado, sua nova realidade, lesões, traumas e estresses possíveis, pois tem papel mediador nas abordagens, atividades e orientações, objetivando a restauração emocional, física e funcional com participação social dos mesmos. Considerações Finais: A atividade é um instrumento de intervenção que contribui para o desenvolvimento da capacidade organizacional individual frente às ações do dia a dia, estimula a criatividade com benefícios diferentes para quem a pratica, com valores associados a sentimentos, perdas e percepções, vontade para o resgate de sua identidade e independência possível. Portanto a Terapia Ocupacional busca melhoria da qualidade de vida desses indivíduos através da atividade humana, com finalidade terapêutica maximizando sua independência, autonomia, inclusão e consequente sociabilidade.





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O COTIDIANO DE ADOLESCENTES EM SOFRIMENTO PSÍQUICO VINCULADOS A UM CAPS INFANTIL

AMANDA DOURADO FERNANDES; THELMA SIMÕES MATSUKURA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: adolescente; saúde mental; cotidiano

Resumo: De acordo com a teoria bioecológica de Bronfenbrenner, o desenvolvimento consiste em um processo de interação recíproca entre re a pessoa e seu contexto através do tempo. Nesta direção, o transtorno mental na adolescência ira impactar no desenvolvimento dos adolescentes e também àqueles com quem convive. Compreender o cotidiano e as atividades diárias de adolescentes com transtorno mental é importante para a identificação dos processos que os transtornos mentais geram no dia-a-dia e para possibilidades de intervenção voltadas a estes jovens. Ressalta-se que identificar essa realidade pode contribuir no conhecimento da área, e também nas reflexões e discussões acerca de estratégias e intervenções voltadas para esta população. O objetivo do presente estudo é conhecer o cotidiano de adolescentes em sofrimento psíquico que estejam vinculados a Centros de Atenção Psicossocial infanto-juvenil (CAPSi) em uma cidade de grande porte do Estado de São Paulo. Trata-se de estudo exploratório, de abordagem qualitativa, realizado através da metodologia de pesquisa baseada na inserção ecológica. Participaram da pesquisa 13 adolescentes (12 e 18 anos), inseridos em um CAPSi de uma cidade de grande porte do estado de SP e 15 pessoas da sua rede de suporte. Ressalta-se que a rede de apoio foi identificada a partir do próprio adolescente e esta envolveu os técnicos do CAPSi, familiares e amigos. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram dois roteiros de entrevista semi-estruturada e o diário de campo. Para análise de dados foi utilizada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Os resultados apontam para um cotidiano de atividades limitadas considerando esta etapa do desenvolvimento, abandono escolar, impossibilidade de realizar atividades de lazer, dificuldade de relacionamento com os familiares, relações sociais bastante limitadas. Discute-se, a partir da teoria bioecológica que, quanto aos processos proximais, estes não ocorrem de forma efetiva, na medida em que a reciprocidade entre as relações interpessoais não faz parte da realidade desses jovens e os contextos de desenvolvimento oportunizados são limitados. Assim, a vida cotidiana dos adolescentes é limitada não só pelo sofrimento psíquico como também pela ausência de possibilidades concretas de inserção social, realidade observada através da rede de suas relações sociais. O terapeuta ocupacional pode contribuir para a elaboração do cotidiano do sujeito, refletindo sobre a vida cotidiana e suas determinações, contribuindo para os movimentos de auto-determinação do sujeito, e ressignificação do cotidiano.





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INDICADORES DE ESTRESSE E AUTOESTIMA EM VESTIBULANDO

NILSON ROGERIO DA SILVA; SUELEN MORAES LORENZO

UNESP, MARILIA, SP, BRASIL.

Palavras-chave: stress; autoestima; vestibulandos

Resumo: No Brasil, para que se possa ingressar no ensino superior o estudante deve submeter-se ao exame vestibular. Nessa situação, o jovem se depara com a obrigação de escolher uma profissão, concorrer às vagas, ser aprovado, e por vezes, lidar com a influência e cobrança da família. Esse momento geralmente coincide com a fase da adolescência, que muitas vezes é marcada por crises e por inúmeras modificações biopsicossociais, tendo como principal objetivo, construir sua identidade. Não obstante as instabilidades características desta fase, adicionam-se a experiência do vestibular e a decisão do futuro profissional. Durante a adolescência, outro componente constantemente que pode ser afetado é a autoestima. As mudanças do corpo, das relações sociais e a ampliação das responsabilidades por si só trazem ao adolescente certa instabilidade em seu estado emocional. Quando estes jovens somam às suas atribuições a rotina de preparação para o vestibular e a decisão de uma profissão, o impacto em suas condições emocionais, como a autoestima, pode ser potencializado. Esse conjunto de fatores somados contribuem para que o indivíduo se torne mais vulnerável a fatores como o estresse e diminuição da autoestima. Esta pesquisa buscou identificar a presença de estresse e o nível de autoestima junto a estudantes vestibulandos, bem como, investigar possíveis relações entre o estresse e autoestima. Participaram da pesquisa 38 alunos de um curso pré-vestibular noturno, gratuito da UNESP - Campus de Marília. Os instrumentos utilizados para coleta dos dados foram um Roteiro de Caracterização dos Participantes, o Inventário de Sintomas de Stress de Lipp (ISLL) e a Escala de Autoestima de Rosenberg. Os principais resultados demonstram que 47% dos participantes apresentaram sintomas de estresse, sendo que 42% encontram-se na fase de resistência e 5% em exaustão. Em relação ao gênero observou-se relativa similaridade da incidência de estresse entre homens e mulheres. Quanto à área de interesse no vestibular, os candidatos de humanas foram os mais afetados. Os resultados revelam também uma relação entre estresse e autoestima, uma vez que os alunos não estressados apresentaram melhores índices de autoestima, enquanto que os estudantes com incidência de estresse demonstraram uma menor autoestima. Contudo, não há consenso na literatura entre estresse e autoestima. Considerando que boa parcela populacional realiza o exame vestibular deve-se atentar para a incidência de estresse e diminuição da autoestima e desta forma propor medidas de prevenção de doenças e promoção de qualidade de vida dos pré-vestibulandos.





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DA TERAPIA OCUPACIONAL POR MEIO DO BANHO TERAPÊUTICO NO BALDE EM BEBÊS PRÉ-TERMO

SUELLEN APARECIDA DUARTE 1; ADRIANA CARDOSO RODRIGUES 2; ANDREA RIZZO DOS SANTOS BOETTGER GIARDINETTO 1

1.UNESP, MARÍLIA, SP, BR; 2.HOSPITAL SÃO FRANCISCO DE ASSIS, JACAREÍ, SP, BR.

Palavras-chave: banho terapêutico; prematuros; terapia ocupacional

Resumo: O recém-nascido pré-termo (RNPT) pode não conseguir se auto regular devido à imaturidade de vários sistemas e funções de seu organismo, necessários para seu desenvolvimento. Além disso, muitos estímulos relacionados à ambientação e procedimentos realizados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) são estressores e, podem interferir no seu desenvolvimento, mas também são necessários para sua sobrevida. Sendo assim, pesquisas que busquem aprimorar conhecimentos em relação a técnicas que possam auxiliar o desenvolvimento e amenizar os fatores estressores dos bebês dentro das UTINs são de extrema importância. Nesse sentido, essa pesquisa teve por objetivo avaliar o estado comportamental de RNPTs antes, durante e após o banho terapêutico no balde, para verificar se essa técnica diminui o estresse e promove uma melhor capacidade de autorregulação e organização desses bebês. Essa pesquisa foi realizada com 12 RNPTs internados na UTIN de um hospital, localizado em uma cidade no interior do Estado de São Paulo. Para a coleta de dados foi elaborado um checklist para avaliar o estado comportamental dos bebês antes, durante e após a intervenção e foram realizadas filmagens. As filmagens tiveram duração de 10 minutos cada e registraram o comportamento dos bebês antes, durante e após a intervenção com o banho de balde. No total foram realizadas 36 filmagens dos comportamentos dos bebês no período de dezembro de 2012 a março de 2013. Os resultados obtidos demonstraram um aumento na capacidade de autorregulação e organização durante o banho em 66,67% dos bebês, sendo que os 33,33% restantes se apresentaram mais organizados e autorregulados após o banho. Em relação aos estados de consciência, 33,33% dos bebês permaneceram em sono leve antes e durante o banho e outros 33,33% permaneceram em sono leve antes e oscilaram entre sono leve e sonolência durante. Quando comparados os estados de consciência durante e após o banho, observou-se que 75%, após o banho, não permaneceram no mesmo estado que se encontravam durante. Foi possível observar com esse estudo, que o banho terapêutico no balde pode contribuir para a autorregulação e organização dos RNPTs, sendo possível ser utilizado como uma técnica que visa a promoção do cuidado desenvolvimentista e que oferece oportunidades de um desenvolvimento satisfatório.
                                        




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[94]

A HOSPITALIZAÇÃO E OS FATORES QUE OCASIONAM O ESTRESSE INFANTIL

ANDREA RIZZO DOS SANTOS BOETTGER GIARDINETTO; BEATRIZ MOTTA MEIRA; NATÁLIA ANDRADE TEIXEIRA; NILSON ROGERIO DA SILVA

UNESP, MARÍLIA, SP, BRASIL.

Palavras-chave: estresse; hospitalização infantil; terapia ocupacional

Resumo: A hospitalização infantil é um processo que altera a rotina da criança e do adolescente. O contato com um ambiente estranho, a separação de familiares e amigos, o medo em relação ao diagnóstico, a modificação na rotina diária, dentre outros, ocasionam sofrimentos físicos e psíquicos às crianças e adolescentes hospitalizados. Devido a sua fase de desenvolvimento, a criança necessita viver em constante harmonia com o ambiente, para que assim consiga estruturar e adquirir conhecimento, experiência, socialização, comunicação e formação de sua personalidade. Diante da internação, a criança e o adolescente poderão apresentar sintomas de estresse, falta de apetite e insônia. Fatores externos como atividades em excesso, brigas ou separação dos pais, mudança de cidade e outros, também podem deixar a criança e o adolescente estressados e provocar um desgaste geral na homeostasia, desencadear doenças e levar à hospitalização. Nesse sentido, os objetivos desse trabalho foram o de avaliar o nível de estresse de crianças e adolescentes hospitalizados; identificar o estresse ocorrido em situação anterior à hospitalização; verificar possíveis correlações entre esses indicadores de estresse e, discutir as contribuições da Terapia Ocupacional na promoção da saúde mental e qualidade de vida de crianças e adolescentes hospitalizados. Para a coleta de dados foi aplicada a Escala de Stress Infantil e a Escala de Reajustamento Social em 30 participantes na faixa etária de 6 a 13 anos de idade, com patologias e tempo de internações variadas, internadas em uma enfermaria pediátrica de um Hospital Materno Infantil de uma cidade de médio porte do interior do Estado de São Paulo. A coleta foi realizada no período de janeiro a abril de 2013. Os resultados obtidos demonstraram que dos 30 participantes, 17% apresentaram um nível de stress significativo durante a internação, sendo que desses 17%, 13,6% possuíam histórico de estresse anterior à hospitalização. Quanto ao estresse ocorrido em situação anterior á hospitalização a porcentagem foi de 70% em relação aos 30 participantes. Pode-se observar que vários fatores contribuem para o adoecimento da criança e adolescente, porém a idade, o diagnóstico e as estratégias de enfrentamento influenciam de forma significativa a maneira de lidar com a internação. Diante dos resultados obtidos é importante enfatizar a atuação da Terapia Ocupacional nas enfermarias pediátricas para favorecer o desenvolvimento psicossocial dessas crianças e adolescentes e prevenir e/ou amenizar o quadro de estresse infantil preservando assim a sua saúde mental, o desenvolvimento global e a qualidade de vida desses indivíduos.





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[101]

TERAPIA OCUPACIONAL E SAÚDE MENTAL: O ENGAJAMENTO EM ATIVIDADES E AS BARREIRAS DO COTIDIANO

CAMILA SAYURI MOTIZUKI; MILTON CARLOS MARIOTTI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde mental; atividades cotidianas

Resumo: Introdução: A Terapia Ocupacional baseia-se na compreensão de que o engajamento em ocupações fundamenta e constitui a vida cotidiana. As ocupações são necessidades humanas, seja de autocuidado, lazer ou participação na sociedade. Objetivo: Identificar as atividades que o sujeito deseja realizar, constatar as dificuldades para retomar essas atividades e descrever as contribuições da Terapia Ocupacional para o desempenho ocupacional desses sujeitos. Metodologia: Foi realizada pesquisa de campo com abordagem qualitativa descritiva com a utilização do Método Fenomenológico de Sanders. A amostra foi proposital, composta por 10 indivíduos com transtorno mental. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semi-estruturada com gravação de áudio e transcrição, bem como estudo documental das transcrições. A pesquisa passou pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos, bem como todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados/Discussão: O desejo de realizar ocupações é concomitante as barreiras do cotidiano. A produtividade e o lazer foram as temáticas emergentes, sendo que a primeira foi a principal, referente as atividades que os indivíduos com transtorno mental desejavam realizar. Constatou-se que o trabalho ora é considerado uma atividade necessária, porém degradante, ora é uma atividade essencial na vida do sujeito, que quando perdida pode ser um fator de risco para o início do transtorno mental. As barreiras são: limitações decorrentes do transtorno mental; dificuldade financeira; falta de motivação; medo e baixa tolerância ao erro. O terapeuta ocupacional trabalha essas dificuldades ao analisar o fazer do indivíduo, buscar alternativas para solucionar as problemáticas do cotidiano no contexto e comunidade do indivíduo. Ainda gradua, bem como estimula a tentativa de engajamento em atividades. Considerações Finais: O engajamento do indivíduo com transtorno mental em atividades cotidianas pode ser dificultado por barreiras cotidianas, as quais o terapeuta ocupacional pode auxiliar, de acordo com sua especificidade. Ainda é possível evidenciar a necessidade de ampliar a produção científica acerca da atuação do terapeuta ocupacional na saúde mental.





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[109]

TERAPIA OCUPACIONAL EM GERONTOLOGIA: UMA ANÁLISE DAS PUBLICAÇÕES SOBRE O TEMA

CLAUDIA REINOSO ARAÚJO DE CARVALHO 

UFRJ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; gerontologia; publicações periódicas como assunto

Resumo: Introdução: No Brasil a população de idosos vem crescendo ao longo das ultimas décadas. O maior tempo de vida da população, em um contexto de desigualdade social e doenças crônicas, gera maior demanda nos campos da Saúde e da Assistência Social. Este fenômeno coloca aos profissionais destas áreas, entre eles os terapeutas ocupacionais, cada vez mais a necessidade de prestar atendimento de qualidade aos idosos, dado que estes são grandes usuários do sistema de Saúde e de Assistência Social. Objetivo: A proposta deste trabalho é identificar e analisar o que vem sendo pesquisado e publicado pelos terapeutas ocupacionais brasileiros na área de Gerontologia, entendida aqui como campo de conhecimento interdisciplinar que visa investigar o envelhecimento humano em sua perspectiva mais ampla, considerando os aspectos clínicos, biológicos, psicológicos, sociais, culturais, econômicos e históricos. Metodologia: Foi realizada busca direta nos dois principais periódicos da área de Terapia Ocupacional, em cada número publicado entre os anos de 2002 e 2012, ou seja, nos últimos dez anos, visando identificar quais artigos correspondiam ao tema do estudo. O total de artigos e os correspondentes a Gerontologia foram quantificados. Em seguida os artigos do tema foram categorizados e analisados. Resultados: Os artigos com temas relacionados à Gerontologia correspondem a 5% do total de artigos publicados nos dois periódicos no período. Separando por periódico o resultado ficou o seguinte: 8% em um e 2% no outro. Foi observada ausência de artigos no tema de estudo em cinco dos dez anos analisados em um dos periódicos e apenas em um dos anos no outro. Em relação aos assuntos frequentes nos artigos relacionados à Gerontogia, 19%, se referiam a oficinas e grupos, 15% a testes e outros instrumentos avaliativos, 12% a formação profissional na área de Gerontologia, 9% referentes a intervenções dirigidas a grupos específicos como doentes de Parkinson ou Alzheimer. Outros assuntos abordados foram: as questões comportamentais e emocionais inerentes ao envelhecimento; políticas públicas cujo foco é o idoso; cuidadores de idosos e relato de experiência na área social. Considerações Finais: Observa-se produção diminuída se comparada a outras áreas de atuação da Terapia Ocupacional. A maioria das experiências publicadas é referente a relatos de experiência e poucas se referem a relatórios de pesquisa. Conclui-se que a produção dos terapeutas ocupacionais relacionadas ao envelhecimento precisa ser incrementada dada a importância deste segmento populacional no cotidiano dos serviços de saúde e ao fato da Saúde do Idoso ser uma das áreas prioritárias para o Ministério da Saúde.





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[113]

DESEMPENHO NA DIREÇÃO DE AUTOMÓVEIS EM SUJEITOS SEQUELADOS POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

MARINA MARCONDES BRAGA; NATHÁLIA RODRIGUES CARDOSO; RENATO NICKEL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL.

Palavras-chave: acidente vascular cerebral; condução de veículo; terapia ocupacional

Resumo: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença cérebro vascular que atinge milhões de pessoas por ano e é apontada como a maior causa de incapacidade no mundo. O individuo que sofre um AVC pode ter deficiências de ordem motora, mental e sensorial, e por vezes, seu desempenho pode estar limitado em atividades de mobilidade, dentre as quais, a direção de automóveis. Em uma visão ampliada, falando-se em mobilidade na comunidade, o desempenho eficiente na direção de automóveis significa alcançar a independência, autonomia e a participação social. O presente estudo, que está vinculado a um projeto de iniciação científica do Curso de Terapia Ocupacional da UFPR, busca orientar o papel do terapeuta ocupacional no retorno à direção de automóveis de indivíduos com deficiência para a realidade brasileira. Esta pesquisa justifica-se pela escassez de trabalhos sobre o assunto no país, pelo nível de desenvolvimento do trabalho do terapeuta ocupacional sobre este tema em países desenvolvidos, e a necessidade de protocolos claros sobre direção segura para pessoas com deficiência. A partir da realização de uma revisão de literatura encontrou-se que, em muitos países desenvolvidos como Estados Unidos, Inglaterra e Austrália, o terapeuta ocupacional é membro da equipe responsável pela avaliação e intervenção para o retorno à direção segura de automóveis junto a pessoas com deficiência ou idade avançada. Para buscar este retorno os profissionais utilizam, entre outros, métodos centrados na avaliação e recuperação de funções mentais, sensoriais e motoras, ou adaptações ambientais. Em relação às funções mentais, avaliam-se as capacidades necessárias para a condução de um automóvel, que correspondem à memória de trabalho, processamento visual, habilidades viso-espaciais, atenção, coordenação, memória de curto prazo e funções executivas; em relação às funções sensoriais, o principal fator avaliado é a acuidade visual, importante no retorno à condução pós-AVC, mas também a percepção visual; e, nas funções motoras, a avaliação deve abranger habilidades como amplitude de movimento, força e coordenação motora. Além destes, existem questões relacionadas à história, hábitos e motivos para o abandono da direção de automóveis. Assim, é necessário que o terapeuta ocupacional, além de buscar avaliar funções, deve buscar informações sobre fatores pessoais e ambientais (contextuais) que possam interferir no retorno a direção segura de automóveis por indivíduos sequelados por AVC.





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[114]

MULHERES COM CÂNCER DE MAMA: UM OLHAR SOBRE A QUALIDADE DA VIDA APÓS A MASTECTOMIA

NATÁLIA CINTRA FARIA1 ; LETICIA VENDRUSCULO FANGEL2 ; MARYSIA MARA RODRIGUES PRADO DE CARLO3

1.HOSPITAL DAS CLÍNICAS, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, BRASÍLIA, DF, BR; 3.USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BR.

Palavras-chave: qualidade de vida; câncer de mama; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado precocemente, o prognóstico é bom. Nossa hipótese inicial é de que a mastectomia, seja total ou parcial, acarreta mudanças na vida da mulher, com comprometimentos de ordem física, emocional, social e espiritual. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida de mulheres com idade a partir de quarenta e cinco anos, que tiveram câncer de mama, foram submetidas a mastectomia e que frequentam o “Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência na Reabilitação de Mastectomizadas” (REMA) da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Metodologia: Este é um estudo exploratório, do tipo transversal, com metodologia quantitativa, que foi aplicado o protocolo “Functional Assessment of Cancer Therapy-Breast” (FACT-B), que avalia a qualidade de vida em pacientes com câncer de mama. Foi utilizada a versão 04 do FACT-B, constituída por 37 itens distribuídos em cinco sub-escalas: bem estar físico; bem estar emocional; bem estar social/familiar; bem estar funcional e preocupações adicionais. O estudo foi realizado com os seguintes grupos: Grupo 01- composto por 40 indivíduos com diagnóstico de câncer de mama que tenham feito mastectomia, de 01 até 04 anos e 11 meses. Grupo 02 - composto por quarenta indivíduos com diagnóstico de câncer de mama com 05 anos ou mais após a mastectomia. Resultados/Discussão: Quanto melhor a condição sócio-econômica dos sujeitos da pesquisa, maior foi a pontuação do escore do domínio Bem-estar Funcional, indicando uma qualidade de vida melhor em comparação com as mulheres que realizaram a mastectomia de 01 até 04 anos e 11 meses. Houve diferença estatisticamente significativa (p=0,02) nos dados referentes ao domínio Bem estar social/familiar, indicando que a qualidade de vida é melhor no grupo 02 em comparação com o grupo 01. Considerações Finais: Os resultados indicaram que o grupo 02 apresentou uma qualidade de vida melhor que as mulheres do grupo 01. Entendemos que a diminuição dos efeitos colaterais do tratamento, a melhora das relações sócio-familiares e das condições físicas possibilitaram a criação de estratégias para a retomada e realização das atividades cotidianas. Assim, o tempo transcorrido de tratamento é um fator importante para a qualidade de vida. Por fim, este estudo permitiu uma melhor compreensão sobre as alterações que a mastectomia provocou na rotina e contribuiu para a assistência multiprofissional, particularmente de Terapia Ocupacional, a estas mulheres.





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[116]

GRUPOS DE TERAPIA OCUPACIONAL EM SAÚDE MENTAL

MARLA DA CONCEIÇÃO FIM; BRUNA RODRIGUES MAZIERO; FERNANDA MIRASSO LEMES; JANAINA CERVO PILECCO

CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO - UNIFRA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; usuário; saúde mental

Resumo: Introdução: Os serviços substitutivos têm avançado após a reforma psiquiátrica, sendo um dos principais serviços para sujeitos em sofrimento psíquico que precisam de atendimento especializado. Neste contexto o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é uma instituição, que visa à ação integral em saúde mental, oferece atendimento psicossocial a pessoas com transtornos mentais graves. Objetivo: Apresentar a assistência à saúde mental, promovida pelos grupos terapêuticos ocupacionais dentro de um caps. Metodologia: Relato de experiência de intervenções que acorreram durante o Estágio Curricular Supervisionado I de Terapia Ocupacional do Centro Universitário Franciscano, em um CAPS II, localizado em Santa Maria/RS. Apresentando os grupos de Terapia Ocupacional como principal recurso utilizado pelas estagiárias. Realizaram-se dez encontros, com duração em média, de uma hora. Todas as atividades propostas tiveram objetivos específicos voltados à melhora e promoção da saúde mental dos sujeitos envolvidos nesse processo. Resultados/Discussões: Durante os atendimentos percebeu-se maior interação do grupo, que no início era retraído e de pouca interação. Notaram-se mudanças significativas, pois os usuários demonstraram-se interessados, envolvidos com as atividades e com os demais participantes, passando a interagir com os demais usuários e estagiárias, aderindo substancialmente às atividades grupais propostas, mostrando que havia sido criado um bom vínculo entre estagiárias e usuários do serviço. Percebeu-se, no decorrer dos grupos, a necessidade de escuta desses usuários. Contudo, buscou-se além do restabelecimento desses indivíduos na sociedade, proporcionar condições dignas e humanas, respeitando o desejo e a subjetividade de cada indivíduo. Dessa forma o grupo produziu benefícios significativos, para os integrantes visto que proporcionaram novos meios de integração, enfatizando atitudes positivas, aumento da autoestima, melhora das habilidades cognitivas, consequente melhora do convívio social, por meio do vínculo e de trocas de experiências. Considerações Finais: Considera-se que a abordagem grupal da Terapia Ocupacional foi importante para os usuários do CAPS II, que participaram das intervenções, proporcionando qualidade de vida e possibilitando o resgate dos direitos de cidadania dos usuários. Percebeu-se que o atendimento da Terapia Ocupacional é essencial em serviços substitutivos como os CAPS, porém nota-se a fragilidade deste campo no local de atuação, visto que as intervenções da Terapia Ocupacional ocorrem somente sob a forma de estágio e pelos profissionais residentes vinculados às instituições de ensino superior.





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[119]

PROCEDIMENTOS DE TERAPIA OCUPACIONAL COM ADULTO PÓS-AVC: UM CUIDADO NECESSÁRIO

MARIA MADALENA MORAES SANT´ANNA 1; LILIANA BEATRIZ ETCHATZ FENILI2

1.IAEPETEL, LONDRINA, PR, BRASIL; 2.CONSULTÓRIO, JOINVILLE, SC, BRASIL.

Palavras-chave: acidente vascular cerebral; procedimentos de terapia ocupacional; atividades

Resumo: Introdução: As abordagens de Terapia Ocupacional são realizadas no contexto em que está inserida a história do sujeito que nos procura e a intervenção no campo da reabilitação física ou saúde funcional ocorre desde a fase aguda. O AVC é uma doença comum, altamente incapacitante, e parte dos cuidados se baseia em intervenções de reabilitação, as quais não são focadas na estrutura etiológica da doença, abordam as consequências funcionais resultantes de uma condição da saúde, possibilitando que a reabilitação vise à funcionalidade humana. Os procedimentos interdisciplinares utilizados nas intervenções englobam o conceito Neuroevolutivo Bobath, equoterapia, hidroterapia, manuseios sustentados em técnicas de diversas áreas e uso de diversas escalas padronizadas de avaliação. Nos procedimentos específicos de Terapia Ocupacional para esta população, incluímos a Medida de Desempenho Ocupacional Canadense, Método de Terapia Ocupacional Dinâmico e Modelo Lúdico, considerando a Terapia Ocupacional como dinâmica, envolvendo o paciente para ter condições de resolver seus problemas cotidianos. Objetivos: Elencar pontos de reflexão sobre a atuação do profissional terapeuta ocupacional no atendimento de pacientes pós-AVC. Metodologia: Reflexão a partir de estudo de caso sobre as narrativas orais e práticas dialógicas vivenciadas pela terapeuta ocupacional envolvida nas intervenções de um paciente com 74 anos, após um AVC hemorrágico, com hidrocefalia, lesão em cerebelo, lóbulo frontal direito, temporal e occipital esquerdo. Esta modalidade de pesquisa pode ser aplicada em diversas áreas do conhecimento, tendo como característica estudar não apenas o caso em si, mas o que ele representa. A coleta de dados foi realizada partindo dos encontros rotineiros com o paciente, registros efetuados em seu prontuário, arquivado no consultório da terapeuta ocupacional. Resultados: intervenções específicas da terapia ocupacional são possíveis em qualquer contexto sociocultural e econômico, necessitando que o profissional se apoie no desempenho ocupacional humano. A divisão didática de procedimentos específicos e interdisciplinares foi utilizada para transformar momentos inoportunos em oportunidades que subsidiavam a construção do raciocínio clínico, usando instrumentos de avaliação para medir a eficácia das intervenções, com a participação direta do paciente e de sua família. Considerações Finais: Através dos procedimentos de intervenção em terapia ocupacional, partindo de uma situação específica, buscou-se o olhar na saúde mental do paciente, para que conseguíssemos construir um desempenho ocupacional voltado para a autonomia no cotidiano.




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[124]

TERAPIA OCUPACIONAL EM CRIANÇAS COM ALTERAÇÕES VISUAIS: UMA ABORDAGEM CENTRADA NA FAMÍLIA.

CECILIA HELENA DO CARMO GONDIM 

HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Palavras-chave: cuidado; orientação; visão

Resumo: Com o avanço tecnológico dispensado ao neonato nas UTINS, verifica-se a sobrevivência crescente de bêbes com déficit visual. A função da visão no homem inicia-se ao nascer e as experiências visuais adquiridas na infância, associadas aos avanços perceptivos, produzem o aperfeiçoamento visual. Quando há um déficit na visão, pré ou pós-natal ocorre inibição do desenvolvimento estrutural e ou funcional do sistema ocular. O estímulo luminoso à retina e o caminho até ao cérebro pode estar alterado, havendo ausência ou má estruturação na resposta visual. O sistema não se desenvolverá bem por falta de experiências, levando um atraso no desenvolver global da criança com déficit visual. A visão do bebê é desenvolvimentista: quanto mais se olha, mais se estimulam as vias sensoriais que chegam ao cérebro, logo a estimulação precoce efetiva, corrige ou minimiza os atrasos, quando há ocorrência de baixa visão. A Terapia Ocupacional, no sentido de resgatar o desenvolvimento funcional do sistema visual, realiza um trabalho de estimulação visual, no hospital público infantil “Albert Sabin”, desde 2008, na busca de conferir às crianças de zero a três anos, com baixa visão e ou sem patologias associadas, um significado para os estímulos visuais que estas recebem, de forma a potencializar o máximo a visão. Ressaltando, a necessidade de uma avaliação funcional da visão e do desenvolvimento, para após, desenvolver um plano de tratamento. Sabe-se que a mãe tem papel importante nos 1ºs anos da criança, é ela que passa a maior parte do tempo com o filho. Se a mãe não tiver envolvida no tratamento, usando o cotidiano, como meio facilitador para estimulá-lo, ele não terá um desenvolvimento satisfatório, independente da importância da terapia. No entanto, a mãe precisa ser acolhida pelo profissional, haja vista que ela nasceu junto com esse filho “especial”, sentindo-se frágil, desamparada, com conflitos emocionais, por ganhar um bebê diferente do que sonhou. O vínculo formado na gestação foi rompido ao nascimento, à mãe tem que ser trabalhada no sentido de uma melhor aceitação de si mesma em relação a essa nova situação, com seu bebê diferente, formando-se um novo vínculo mãe-bebê, e aí sim ser orientada pelo terapeuta para cuidar do filho adequadamente. Assim a mãe tem segurança e apoio, acreditando e aceitando as orientações recebidas. O tratamento é visto positivamente, cada pequena evolução no bebê, sendo um passo a mais na caminhada desse conviver mãe-filho. Essa evolução faz a mãe acreditar no futuro, com paciência, perseverança e fé, elas adquirem expectativas positivas no filho.





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[141]

RELATO DE EXPERIÊNCIA: ATENDIMENTO INDIVIDUAL EM ESTÁGIO DE TERAPIA OCUPACIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

NICOLE GUIMARÃES CORDONE; CAMILA CRISTINA BORTOLOZZO XIMENES DE SOUZA; EUCENIR FREDINI ROCHA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Palavras-chave: reabilitação baseada na comunidade; terapia ocupacional na atenção primária à saúde; estratégia de saúde da família

Resumo: Introdução: Relato de experiência de processo de atendimento individual realizado pelo estágio de Terapia Ocupacional (TO), numa parceria entre o Laboratório de Reabilitação e Tecnologia Assistiva do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (REATA – USP) e uma Unidade Básica de Saúde localizada na região Oeste do município de São Paulo. Dentre as propostas desenvolvidas pelo estágio (participações em reuniões de equipe, supervisões, matriciamento, grupos terapêuticos, atendimentos individuais), o presente trabalho reflete sobre um processo de atendimento individual. Objetivos: Apresentar experiência de atendimento individual em estágio de Terapia Ocupacional; discutir como as atividades de estágio podem contribuir para a parceria educação – serviço – comunidade; refletir sobre a inserção de profissionais de reabilitação na Estratégia de Saúde da Família e entender como a formação pode contribuir para o cuidado em saúde. Metodologia: Trata-se de relato de experiência de um atendimento individual realizado no estágio do curso de graduação de Terapia Ocupacional da USP. Resultados/ Discussão: As principais questões identificadas nos atendimentos de um homem de 70 anos foram: Traumatismo Crânio Encefálico,  agnosia visual e consequente insegurança para sair de casa; questões de alteração de memória; restrição ao lar; cotidiano empobrecido; barreiras arquitetônicas no ambiente domiciliar. Foi desenvolvido um projeto terapêutico objetivando ganho de autonomia, maior participação social e adaptações no ambiente domiciliar para prevenção de quedas. Destacam-se como principais intervenções realizadas: passeios pela região para aumento da segurança para sair de casa e ganho de autonomia, mapeamento e ampliação de rede social de suporte, retomada das atividades feitas anteriormente em cada atendimento (trabalho das questões de memória), adaptações no ambiente domiciliar. Considerações Finais: Conclui-se que a proposição de atividades significativas para o sujeito podem ser transformadoras para o aumento de sua potência de ação.




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[149]

ESTIMULAÇÃO COGNITIVA COM UM IDOSO COM DEMÊNCIA DE ALZHEIMER: RELATO DE CASO

MAYSA CASTRO LARA; CAMILA GONÇALVES ALBUQUERQUE; MARCELLA GUIMARÃES ASSIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Palavras-chave: alzheimer; fase inicial; estimulação cognitiva

Resumo: Introdução: A demência de Alzheimer (DA) é a forma mais comum de demência nos idosos. Trata-se de uma doença neurodegenerativa, progressiva e irreversível, caracterizada pelo declínio de múltiplas funções cognitivas. Idosos com DA apresentam alteração do desempenho funcional, que progride até a incapacidade para realizar as atividades básicas e instrumentais de vida diária. Objetivos: Discutir os efeitos da intervenção terapêutico ocupacional com um idoso com diagnóstico provável de Demência de Alzheimer. Metodologia: João (nome fictício), 68 anos, divorciado, economista, diagnóstico de Demência de Alzheimer na fase inicial, atendido pela Terapia Ocupacional no ambulatório de um hospital universitário na cidade de Belo Horizonte/MG. Na avaliação inicial foi realizada uma entrevista para obtenção dos dados clínicos e do histórico ocupacional. O idoso apresentou, na avaliação neuropsicológica, alteração de memória e da orientação espaço-temporal. A intervenção terapêutica ocupacional priorizou a estimulação cognitiva, e nos atendimentos individuais foram utilizadas as técnicas de orientação para realidade, aprendizagem sem erro, apagamento de pistas, evocação espaçada e pareamento de estímulos. Os atendimentos ocorreram no período de nove meses, uma vez por semana, com a duração de 40 minutos. Resultados/ Discussão: Foram realizados 30 atendimentos. As atividades trabalhadas foram jogos de mesa (memória, bingo de opostos, dominó de cálculo), atividades com lápis e papel, uso do calendário e treino de auxílios externos, como o bloco de notas. Nos primeiros atendimentos, o idoso estava mais disperso, e apresentava dificuldades na evocação de palavras. Ao longo das sessões, com a estimulação global das funções cognitivas e a orientação espacial e temporal realizada no início e no final dos atendimentos, João apresentou uma melhora qualitativa na atenção e na concentração, e conseguiu progressos na evocação. Os seus familiares ainda relataram melhora na percepção temporal e espacial, e maior utilização de auxílios externos durante as atividades de rotina. Considerações Finais: Os resultados sinalizaram que a estimulação cognitiva apresentou efeitos positivos na memória e orientação do idoso.





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[151]

OS EFEITOS DA MÚSICA NA DEMÊNCIA DE ALZHEIMER: RELATO DE UM CASO CLÍNICO

CAMILA GONÇALVES ALBUQUERQUE; MAYSA CASTRO LARA; MARCELLA GUIMARÃES ASSIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL.

Palavras-chave: alzheimer; fase intermediária; música

Resumo: Introdução: A Demência de Alzheimer é uma doença degenerativa caracterizada por perda progressiva da memória e outras funções cognitivas superiores, e pela presença de sintomas comportamentais e neuropsiquiátricos. A música é um importante recurso utilizado nas intervenções com idosos com demência, uma vez que estimula a função cognição, orienta o idoso, além de melhorar o humor e o comportamento por horas ou dias. Objetivos: Discutir a intervenção terapêutica ocupacional, utilizando a música, com uma idosa, com diagnóstico provável de Demência de Alzheimer, na fase intermediária. Metodologia: Maria (nome fictício), 73 anos, casada, dona de casa, estudou até a oitava série, é atendida pelo setor de Terapia Ocupacional do ambulatório de um Hospital Universitário, na cidade de Belo Horizonte/MG. Nos primeiros atendimentos, a partir da leitura do prontuário e de entrevistas com familiares, constatou-se o gosto da idosa pela música. A intervenção terapêutico ocupacional objetivou estimular as funções cognitivas, como atenção, concentração e memória; e os sintomas comportamentais como ansiedade e agitação. Os atendimentos utilizaram como recurso a música, e ocorreram uma vez por semana, com duração de 35 minutos. Resultados/Discussão: Foram realizados 14 atendimentos. Inicialmente, a idosa mostrava-se desinteressada, agitada e inquieta durante a apresentação dos trechos das músicas. A escolha da melodia e o ritmo usados ocorreu de acordo com o gosto pessoal da idosa. A cada sessão eram trabalhadas duas músicas. Ao longo dos atendimentos a idosa ficou mais tranquila, atenta, passou a cantar pequenos trechos das músicas e a marcar o ritmo com as mãos. Com o resgate da memória musical observou-se uma melhora qualitativa da atenção, o aumento da comunicação durante a sessão e a suavização da expressão facial da idosa. Os familiares relataram uma melhora da inquietação e agitação durante as atividades em casa. Considerações Finais: Os resultados sugerem que a música proporcionou efeitos positivos na atenção e no comportamento da idosa.





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[155]

MECANISMOS DE ENFRENTAMENTO UTILIZADOS POR IDOSOS RESIDENTES EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA

GABRIELA CARVALHO SILVA 1; JUREMA RIBEIRO LUIZ GONÇALVES 1; POLLYANA PAGLIARO BORGES SOARES 1; ERICA APARECIDA DOS SANTOS 1; AMANDA RIBEIRO GONÇALVES 1; SOLANNE GONÇALVES ALVES 2

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO, UBERABA, MG, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ, RJ, BR.

Palavras-chave: idoso; institucionalização; saúde mental

Resumo: Introdução: A institucionalização pode ser vista como opção de envelhecimento para idosos que não conseguem viver sozinhos, que não tem familiares ou que a família não tem como sustentá-los financeira, psicologicamente ou conforme cuidado demandado. A entrada em uma instituição de longa permanência para idosos (ILPI) leva-os a mudanças nos padrões de desempenho (hábitos, rotinas, papéis e rituais), cujos processos de adaptação trazem mudanças físicas e psicossociais. Objetivo: Identificar estratégias de enfrentamento utilizadas como mecanismo de adaptação, por idosos de uma ILP. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, aprovado pelo CEP UFTM, sob protocolo 2236, e desenvolvido em uma ILPI do interior de Minas Gerais. Os critérios de inclusão para participar do estudo foram: aceitar participar da pesquisa (através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)) e não apresentar declínio cognitivo, segundo o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM). Utilizou-se, além desse, variáveis socioeconômicas e demográficas e entrevista, com a seguinte questão norteadora: “O que o senhor (a) fez para se adaptar a essa nova experiência de estar residindo em uma ILPI?”. A coleta de dados foi realizada em de julho de 2012. As falas foram gravadas e transcritas. Para análise dos dados utilizou-se a Análise de Conteúdo. Resultados/Discussão: Na ILPI residiam 48 idosos, os quais apenas cinco não tinham declínio cognitivo e desses, três aceitaram participar da pesquisa. Além das condições socioeconômicas e demográficas, obteve-se das entrevistas as categorias: ajuda nas atividades diárias e ausência de atividades de lazer. Frente aos relatos dos entrevistados e em consonância com a literatura, a ajuda prestada na rotina institucional faz com que os idosos se sintam úteis e produtivos, tornando a institucionalização mais aceitável/adaptável. Entretanto, a ausência de atividades de lazer mostrou-se um fator negativo na adaptação dos idosos, sendo poucos os momentos de satisfação, relacionados à visita e passeio com familiares, nos finais de semana. Considerações Finais: Observa-se a necessidade de mais estudos nessa área, a fim de favorecer a criação de estratégias que visem melhorar e manter a saúde dos idosos. Os processos de adaptação institucional estão relacionados à vida pregressa à ILPI. Desta forma, os mecanismos de enfrentamento utilizados por cada um, apesar de comuns, trazem consigo peculiaridades que necessitam ser acompanhadas por profissionais de saúde, como enfermeiros e terapeutas ocupacionais, com intuito de manter identidade, autonomia, interação social (familiares e comunidade) e atividades prazerosas aos idosos.





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ARTE COMO POSSIBILIDADE ESTÉTICA E TERAPÊUTICA JUNTO A MORADORES DE UM SERVIÇO DE RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA

MEIRE LUCI SILVA; THAIS RACCIONI MUNHOLI 

UNESP, MARILIA, SP, BRASIL.

Palavras-chave: serviço de residências terapêuticas; artes; terapia ocupacional

Resumo: A institucionalização de sujeitos em sofrimento psíquico caracteriza-se pela homogeneização de suas singularidades e particularidades, acomodando-os na rotina institucional e privando-os de serem protagonistas da própria vida. Nas últimas décadas busca-se consolidar um novo paradigma de cuidados em Saúde Mental: uma rede de serviços aberta. No que tange à desinstitucionalização de sujeitos em sofrimentos psíquicos, as Residências Terapêuticas (RT’s), são serviços que integram a rede de cuidados em Saúde Mental, sendo mediadores dos processos de desinstitucionalização e reinserção social, o que aponta para a necessidade de trabalhos facilitadores da (re)construção destas subjetividades implicando na (re)construção das subjetividades do sujeito em sofrimento psíquico. As Artes são linguagens que permitem ir além da vida cotidiana, constituindo possibilidades de atuação nestes processos. Este trabalho foi realizado junto a 16 usuários de uma RT do interior de São Paulo, que participaram de oficinas artísticas durante 5 meses. Este estudo teve como objetivo, investigar, apresentar e discutir as potencialidades das Artes no contexto da desinstitucionalização. As oficinas artísticas foram planejadas visando possibilitar aos participantes experiências que facilitassem (re)descobertas subjetivas capazes de transformar seus modos de vida. Este estudo possui caráter qualitativo e participante e, utilizou como pressupostos teórico-metodológicos as diretrizes da Reforma Psiquiátrica, contribuições do Teatro do Oprimido e da Teoria do Cotidiano. As oficinas ocorreram semanalmente no período de 5 meses, sendo mediadas por uma graduanda em Terapia Ocupacional com trajetória em artes cênicas. Os dados foram registrados em fichas de planejamento, áudio e diário de campo. Os resultados reiteram a grande plasticidade que o Espaço Estético possui, pois ao promover espaços experimentais de reprodução da vida - situações, desejos, ideias e sonhos - possibilitou que os participantes desenvolvessem suas relações com o mundo de forma mais criativa e consciente. O processo de trabalho favoreceu a descoberta de potencialidades, facilitando o desenvolvimento de estratégias para lidar com as dificuldades impostas pela institucionalização. Consequentemente impulsionou-os a atuar como protagonistas de suas próprias histórias. O trabalho resultou em uma peça teatral, apresentada duas vezes em uma universidade. Arte e Terapia Ocupacional, ao se entrelaçarem, podem objetivar a realidade de forma que o sujeito distancie-se de seu cotidiano cristalizado e reflita sobre sua realidade, repercutindo na possibilidade de reinventar o próprio modo de vida.





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O BRINCAR DE CRIANÇAS ATENDIDAS EM AMBULATÓRIO DE ALTA E MÉDIA COMPLEXIDADE: CONTRIBUIÇÕES DO PAD-CJ

ELLEN CRISTINA MASALSKAS 1; MARIA PAULA PANÚNCIO-PINTO 2; JAIR LICIO DOS SANTOS 2; DANIELA BALERONI RODRIGUES SILVA 2

1. HCFMRP- USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BR; 2.FMRP- USP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BR.

Palavras-chave: avaliação; desempenho ocupacional brincar; crianças

Resumo: Introdução: O Protocolo de Avaliação de Desempenho Ocupacional (PAD-CJ), foi construído tomando por base a importância da objetivação de medidas para o desempenho ocupacional e, desta forma, melhorar a efetividade das intervenções em Terapia Ocupacional. Ele é composto por 5 sessões (brincar, avds, educação, lazer, aivds e participação social) e refere-se á habilidades e frequência de realização das atividades. Objetivos: Avaliar o desempenho ocupacional de crianças com alterações no desenvolvimento em atendimento em ambulatórios de atenção terciária e secundária; identificar alterações no desempenho ocupacional na área do brincar devido às condições clínicas dos sujeitos; identificar diferenças no desempenho ocupacional a partir dos contextos de atenção secundária e terciária. Metodologia: Foram estudadas 22 crianças de 2 a 4 anos, de ambos os sexos, em atendimento de Terapia Ocupacional em ambulatório de alta complexidade (n=10) e média complexidade (n=12). Procedimentos envolveram a avaliação do brincar através do protocolo PAD-CJ (1-“exploração de jogos” e 2-“participação em jogos”) em forma de questionário destinado aos terapeutas ocupacionais. Os dados foram analisados por comparação de scores brutos entre os sujeitos dos ambulatórios. Resultados/Discussão: Os sujeitos atendidos no nível terciário (alta complexidade) obtiveram pontuação 61 de uma máxima esperada de 320 (19,06%) no item 1; no item 2 obtiveram 37, com a máxima de 120 (30,8%), totalizando 98 com máxima total de 440 (22,27%) Os sujeitos atendidos no nível secundário (média complexidade) , no item 1 obtiveram a pontuação 102, sendo a máxima de 384 (26,56%); no item 2 obtiveram 63, com a máxima de 144 (43,75%), totalizando 165 com a máxima total de 528 (31,25%). No ambulatório terciário, encontram-se predominantemente, crianças diagnosticadas com paralisia cerebral (espástica uni e bilateral e discinética), e outras síndromes que têm como consequência um comprometimento motor importante. Já no ambulatório secundário, encontram-se crianças com síndrome de Down, déficit de atenção e hiperatividade, retardo mental. Considerações Finais: Este estudo permitiu ampliar as possibilidades de aplicação do PAD-CJ, e ao definir claramente as áreas de defasagem em habilidades e frequência de realização das atividades no brincar, em contextos ambulatoriais de alta e média complexidade, favoreceu o desenvolvimento da intervenção em Terapia Ocupacional.




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QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES ESQUIZOFRÊNICOS DE RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA E USUÁRIOS DE CAPS

MEIRE LUCI SILVA; KAREN NUNES CAMPOS; ANA CAROLINA ALDUINI

UNESP, MARILIA, SP, BRASIL.

Palavras-chave: qualidade de vida; esquizofrenia; terapia ocupacional

Resumo: Com a Reforma psiquiátrica várias intervenções foram realizadas junto ao modelo de atenção à saúde mental, ressalta-se a implantação de programas e serviços substitutivos de atenção e cuidado ao sujeito em sofrimento psíquico. Destaca-se a criação e consolidação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e residências terapêuticas (RT). Estes têm a função de acolhimento, tratamento e atenção através de suporte e acompanhamento clínico e reinserção social dos sujeitos em sofrimento psíquico pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços sociais promovendo, autonomia, independência, qualidade de vida e reabilitação psicossocial. No Brasil, há alta incidência de sujeitos acometidos pela esquizofrenia, que se caracteriza pela alteração do pensamento, percepção, afetividade e comportamento. Mediante estas alterações, evidenciam-se dificuldades na reinserção social e comprometimento da qualidade de vida (QV). O objetivo deste estudo foi verificar e comparar a qualidade de vida de pacientes com esquizofrenia, moradores de uma RT e usuários de CAPS. Participaram 20 sujeitos com esquizofrenia, sendo 10 usuários do CAPS e 10 moradores de uma RT, ambos do município de Marília. Para coleta de dados foram utilizados 2 instrumentos de avaliação, questionário socioeconômico e Escala de Avaliação da Qualidade de Vida de Pacientes com Esquizofrenia: QLS-BR. Para análise dos dados, foram utilizados cálculos estatísticos (percentual, média e desvio padrão) e protocolo estabelecido pela QLS-BR. Dos participantes, 75% do gênero feminino e média de idade de 46,1. Os resultados apontaram que a QV da população estudada enquadra-se na categoria de considerável prejuízo, sendo o escore médio global de 2,7. Todos usuários do CAPS enquadraram-se na categoria de considerável prejuízo com escore médio global de 3,4. Em relação aos moradores da RT, o escore médio global obtido foi de 2,1, enquadrando-os na categoria de considerável prejuízo, porém foi possível evidenciar que 60% enquadram-se na categoria prejuízo grave nas dimensões “rede social e nível ocupacional”. A análise dos dados mostrou comprometimento da QV da população dos 2 serviços, porém a análise comparativa permitiu verificar maior comprometimento dos moradores da RT, justificado pela consequência de longos períodos de internação, afastamento familiar e rede social, insatisfação ocupacional e ociosidade. Ao evidenciar o significativo comprometimento da qualidade de vida de usuários e ambos os serviços, faz-se necessário o incentivo aos serviços e profissionais da área na identificação e elaboração de estratégias de intervenções para promoção da qualidade de vida destes sujeitos.





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INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SOFRIMENTO PSÍQUICO

MARCELA PAULA CONCEIÇÃO DE ANDRADE; ALINE SANTOS DE OLIVEIRA; BÁRBARA KATIENE MAGNO GAIÃO; KEISE BASTOS GOMES DA NÓBREGA

UFPE, RECIFE, PE, BR.

Palavras-chave: atenção primária à saúde; saúde mental; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: Na Atenção Básica o terapeuta ocupacional compõe a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família sendo um elemento relevante em programas que atuam diretamente na comunidade, pois sua formação interdisciplinar, com um enfoque biopsicossocial, contribui para que os indivíduos possam desempenhar o suas atividades ocupacionais de forma independente e autônoma, exercendo sua cidadania e seu papel social na comunidade. Objetivo: Dessa forma, este trabalho objetiva explanar as ações desenvolvidas pelo terapeuta ocupacional na Atenção Básica, no âmbito da saúde mental infanto-juvenil. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência das aulas práticas da disciplina Terapia Ocupacional em Psiquiatria da Universidade Federal de Pernambuco. As intervenções ocorreram semanalmente, nos domicílios, com duração de aproximadamente 50 minutos, durante o período de março a abril de 2013. Resultados: A primeira etapa da intervenção foi a identificação de crianças em sofrimento psíquico existentes na comunidade, junto à Equipe de Saúde da Família. Em seguida, foram realizadas visitas domiciliares para conhecer a demanda de cuidado da criança/adolescente e da sua família. Neste processo, houve o estudo da dinâmica familiar e o contexto da qual estavam inseridos, além da avaliação do desempenho ocupacional. Participaram das intervenções 5 crianças e 2 adolescentes com idades entre 3 e 16 anos. As demandas de cuidado relatadas pelos cuidadores foram relacionadas a problemas comportamentais e escolares. Além disso, observou-se que a maioria das famílias apresentava baixa situação socioeconômica e uma dinâmica familiar conturbada, inclusive, com episódios de violência, fatores que comprometem a saúde psíquica. Assim, foram dadas orientações aos familiares com estratégias de minimizar os conflitos e as dificuldades que as crianças/adolescentes poderiam enfrentar no dia-a-dia. Além disso, também foram feitos encaminhamentos a equipamentos existentes na comunidade, como Centro de Atenção Psicossocial, serviços de práticas esportivas, cursos profissionalizantes, creches, escolas integrais, entre outros, a fim de desenvolver ações de prevenção e promoção de saúde, melhorando a funcionalidade e o desempenho do papel social dos indivíduos. Considerações Finais: Portanto, a intervenção terapêutica ocupacional na Atenção Básica torna-se complexa diante de uma demanda diversificada de cuidados, que exige ações integradas e intersetoriais. Isso a torna bastante desafiadora, na medida em que a intervenção deve ser dirigida, não apenas ao sujeito e sua patologia, mas também, a família e ao contexto vivido por eles.





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ABORDAGEM TERAPÊUTICA OCUPACIONAL EM PACIENTES ACOMETIDOS COM A DOENÇA DE PARKINSON.

FERNANDA BASTOS TENÓRIO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM, PA, BR.

Palavras-chave: doença de parkinson; terapia ocupacional; reabilitação

Resumo: A Doença de Parkinson configura-se como uma doença crônica, neurodegenerativa, progressiva, sem remissão, idiopática e de cura ainda desconhecida pela ciência. A sua fisiopatologia está associada a deterioração dos neurônios dopaminérgicos encontrados na região compacta da substância negra, que ocorre à medida que a doença avança. O diagnóstico desta enfermidade é, na maioria, difícil devido a existência de Síndromes que apresentam características semelhantes as da doença, as denominadas por conta disso de Síndromes Parkinsonianas, entretanto o diagnóstico diferencial dá-se a partir da presença dos quatro sinais cardinais, sendo estes: tremor, bradicinesia, rigidez e dificuldade de equilíbrio, esses sinais podem ocasionar além das dificuldades motoras visíveis, problemas emocionais e de interação social, áreas onde o terapeuta ocupacional pode intervir. Diante disso, a pesquisa propõe-se a analisar a atuação do terapeuta ocupacional na reabilitação do paciente com Doença de Parkinson, além de abordar as características fisiopatológicas da doença e as perdas funcionais que esta acarreta ao indivíduo. Destaca também, os pressupostos teórico-metodológico da Terapia Ocupacional na intervenção biopsicossocial ao indivíduo com a doença. Caracteriza-se por uma revisão de literatura no acervo bibliográfico da Universidade do Estado do Pará e nos sites de publicação científica como o Scielo, Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde, da Academia Brasileira de Neurologia e do Portal da Saúde. Aponta que o terapeuta ocupacional visa minimizar os impactos negativos da patologia, melhorar o desempenho funcional, bem como as Atividades de Vida Diária (AVD’s) e adequar o domicílio às necessidades do paciente, de maneira a oportunizar um maior grau de independência. Ressalta-se que o profissional pode facilitar a inserção do individuo com a doença no meio social além de esclarecer o paciente e a família sobre esta enfermidade. Conclui-se que o terapeuta ocupacional é fundamental no processo de reabilitação e recomenda-se a intervenção precoce para um maior êxito no tratamento do paciente, a fim de melhorar a qualidade de vida das pessoas que apresentam a patologia.





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[187]

ENFRENTAMENTO DA HOSPITALIZAÇÃO: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NAS CARDIOPATIAS

ADRIANA ZANON BENE; MONIQUE LUIZA DE CARVALHO VIOLA PLATINA; VANIA UEMURA PAULINO; MAYSA ALAHMAR BIANCHIN

HOSPITAL DE BASE, SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP, BR.

Palavras-chave: hospitalização; terapia ocupacional; cardiopatias

Resumo: Introdução: As doenças cardiovasculares são responsáveis por 29,4%% de todas as mortes registradas no Brasil em um ano, sendo que mais de 108 mil pessoas faleceram principalmente de infarto e acidente vascular cerebral. As cardiopatias apresentam como fatores de risco não modificáveis: idade avançada, história familiar de doença cardiovascular e sexo masculino. Visto isso, a doença cardíaca é mais prevalente no sexo masculino, acometendo um em cada dois homens acima de 60 anos. Há, também, os fatores de risco modificáveis, como: tabagismo, obesidade, diabetes, hipertensão arterial e sedentarismo. O processo de hospitalização envolve isolamento social, afastamento Anais do convívio familiar e alteração na independência funcional, podendo gerar declínio funcional, e consequente aumento nos níveis de estresse e ansiedade, sendo estes sentimentos exacerbados em pacientes que serão submetidos à cirurgia cardíaca. Objetivo: Caracterizar a amostra, avaliar o nível de independência funcional, desempenho ocupacional e a importância da intervenção terapêutica ocupacional como fator de enfrentamento da doença e da hospitalização de pacientes cardiopatas internados. Metodologia: Pesquisa transversal, qualitativa e quantitativa com pacientes cardiopatas internados. Foram utilizadas para avaliação uma ficha de identificação, a Medida de Independência Funcional (MIF), a Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) e um protocolo de atividade de Terapia Ocupacional elaborado pelo serviço, sendo este último aplicado pré e pós-intervenção terapêutica ocupacional. Resultados: Incluídos na pesquisa 22 pacientes, predomínio do sexo masculino, média de idade de 51+-12, diagnóstico predominante de insuficiência cardíaca congestiva e insuficiência valvar, maioria de profissionais não atuantes e não praticantes de atividade física, sendo 50%% dos participantes não tabagistas. Em relação à MIF, os pacientes enquadraram-se na independência modificada, sendo a média da MIF total de 120+-6. Na COPM, foi possível observar alta significância entre as áreas de autocuidado, produtividade e lazer (potencialidades do individuo e da busca pela qualidade de vida).





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[209]

COTIDIANO, DEMANDAS E APOIO SOCIAL DE FAMÍLIAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM AUTISMO

MARTHA MORAIS MINATEL1 ; THELMA SIMÕES MATSUKURA1 ; MARIANA SORAGNI2 1.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BR; 2.UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, BOTUCATU, SP, BR.

Palavras-chave: autismo; família; cotidiano, apoio social

Resumo: Introdução: Estudos apontam que em famílias com indivíduos com autismo, as áreas afetadas pelo transtorno causam profundo impacto sobre a saúde mental e o funcionamento familiar dos membros da família. Objetivo: Identificar as experiências cotidianas, demandas e o apoio social percebido pelos familiares diante da realidade de cuidados dispensados aos filhos em três fases do desenvolvimento. Metodologia: Participaram do estudo 20 famílias de crianças e adolescentes com diagnóstico de autismo, organizados em três grupos: Por compreender que existem diferenças no cotidiano durante as diferentes fases do ciclo vital, para a análise dos dados foram organizados 3 grupos: Grupo 01 – com famílias de crianças de 3 a 6 anos, Grupo 02 – com famílias de crianças de 7 a 11 anos e Grupo 03- com famílias de adolescentes de 12 a 18 anos. Como instrumentos utilizou-se roteiros de entrevista semiestruturada e Questionário de Identificação. Resultados/Discussão: Dentre os principais resultados se identificou que o cotidiano das famílias participantes se organiza em torno do membro com autismo, suas necessidades e dificuldades, aspecto observado tanto no ambiente doméstico como na realização de atividades externas. Algumas dificuldades identificadas são comuns aos três grupos, como dificuldades no dia a dia e nas atividades sociais, na comunicação com a criança, na dependência nas atividades de autocuidado e higiene, dentre outras. Especificamente em cada fase, no Grupo 01 os resultados evidenciaram as dificuldades com a aceitação do diagnóstico, no Grupo 02 as dificuldades comportamentais e com o preconceito sofrido e, no Grupo 03 dificuldades em relação a questões específicas da adolescência, especialmente em relação ao desenvolvimento fisiológico. Preocupações com o futuro estão presentes nos três grupos, especialmente a preocupação de quem irá cuidar dos filhos quando os pais não estiverem mais presentes, a qual aumenta de intensidade com o passar dos anos. Em relação ao apoio social recebido pelos cuidadores, a família, destacando-se o companheiro, irmãos e avós do indivíduo com autismo foram identificados como as principais fontes. Considerações Finais: As demandas e desafios identificados representam para as famílias uma somatória de problemáticas onde muito pouco é superado; ao contrário, o que se observa é que os mesmos vão se acrescendo com o passar do tempo. As estratégias de adaptação e enfrentamento são verificadas em diversas situações do cotidiano familiar, onde arranjos e possibilidades são exploradas.





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[213]

PAPÉIS OCUPACIONAIS NA GESTAÇÃO: CONCEPÇÕES DE ADOLESCENTES GESTANTES

REGINA CÉLIA TITOTTO CASTANHARO; CLAUDIA ELISA GONÇALVES BELTRAME; CRISTINA ADORNES PALMA DE LIMA; LILLIAN DAISY GONÇALVES WOLFF; ÉLIDA JULIANE TWERDOCHLIB

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; gravidez na adolescência; papéis ocupacionais

Resumo: Estudo descritivo-exploratório de abordagem qualitativa, desenvolvido mediante pesquisa participante no período de 2010 a 2011. Parte integrante da pesquisa de Mestrado em Enfermagem, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem –UFPR, intitulada A percepção de adolescentes gestantes acerca dos papéis ocupacionais e do futuro papel materno. A temática gravidez na adolescência investigada pelo terapeuta ocupacional no contexto da Atenção Básica à Saúde e considerada peculiar na ótica do desenvolvimento humano é permeada por uma série de transformações que envolvem fatores biológicos e culturais. A pesquisa em questão revelou que adolescentes gestantes vivenciam conflitos em relação a suas escolhas e desempenho de papéis em relação à futura maternidade. Sendo assim, o terapeuta ocupacional pode atuar junto às adolescentes gestantes abordando a gestação e a maternidade, tendo como foco de investigação o desempenho ocupacional. Este estudo utilizou o Modelo de Ocupação Humana, como abordagem do terapeuta ocupacional para a investigação de papéis ocupacionais, tendo como questão norteadora: Como em um processo grupal adolescentes gestantes percebem os seus papéis ocupacionais na gestação e o desenvolvimento futuro do papel materno? Foram identificados os papéis ocupacionais desempenhados por adolescentes no segundo e terceiro trimestres da gestação, mediante a aplicação da Lista de identificação de papéis ocupacionais, e reflexionados com um grupo a percepção dos futuros papéis ocupacionais e sua relação com a maternidade. A técnica de Grupo em Terapia Ocupacional aplicada com um grupo de sete participantes, associada à metodologia problematizadora segundo o Método do Arco de Charlez Maguerez, possibilitou a construção de um Modelo Lógico de pesquisaintervenção. Entre os resultados que mais se destacaram a perda dos papéis de amigo e estudante, considerados pertinentes a essa fase de vida foi significativa, assim como a constatação da incorporação do papel de cuidador, membro de família e o papel materno, alicerçados ao momento da gestação. A participação de adolescentes em atividades grupais no contexto de uma Unidade Básica de Saúde, problematizada a partir da própria realidade e interesse das adolescentes conseguiu mobilizar um processo de mudança visando favorecer o fortalecimento, a adaptação ativa à realidade, o rompimento de estereótipos, a redistribuição de papéis e uma atitude positiva em relação às mudanças sofridas. Assim como a pesquisa visou colaborar com a produção científica da profissão.





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[214]

IDENTIFICANDO BARREIRAS E FACILITADORES DO DESEMPENHO OCUPACIONAL DE PUÉRPERAS ADOLESCENTES

ANA RAQUEL SILVA; CLAUDIA ELISA GONÇALVES BELTRAME; CRISTINA ADORNES PALMA DE LIMA; REGINA CÉLIA TITOTTO CASTANHARO; ÉLIDA JULIANE TWERDOCHLIB

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; puerpério; atenção primária a saúde

Resumo: O processo em Terapia Ocupacional compreende a Análise do Desempenho Ocupacional, momento no qual são identificadas as barreiras e facilitadores do desempenho ocupacional do cliente. Este é um estudo descritivo-exploratório que explorou o papel do terapeuta ocupacional na atenção à saúde da adolescente puérpera, utilizando a revisão narrativa e integrativa para identificar na literatura as barreiras e facilitadores do desempenho ocupacional dessa população. Para o desenvolvimento desse estudo, considerou-se o contexto da Atenção Básica em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde e a atuação do terapeuta ocupacional neste cenário. Desta maneira, utilizou-se como pressuposto a adolescência enquanto etapa do ciclo evolutivo na qual o indivíduo está em processo de consolidar sua identidade e atingir a maturação biopsicossocial. Este processo gera comportamentos que se refletem no comportamento sexual e reprodutivo, em alguns casos chegando à gravidez na adolescência. No período gestacional, a adolescente idealiza a chegada do bebê, porém, no puerpério esse ideal passa a ser uma ocupação concreta. O puerpério é no qual a adolescente e o recém-nascido precisam de atenção diferenciada, sendo o período de 42 dias após o nascimento do bebê. O nascimento do bebê marca o início do desempenho das tarefas de cuidado com o filho que geram mudanças na rotina da mãe, sendo necessário que a adolescente se reorganize para se adaptar a essa nova rotina. O problema de pesquisa utilizado foi: Quais as barreiras e facilitadores do desempenho ocupacional de puérperas adolescentes e quais as contribuições do terapeuta ocupacional? Os dados da revisão narrativa e integrativa justificaram três temáticas, sendo elas: o cuidado do filho na ótica do profissional de saúde, o cuidado do filho na ótica materna e a influência de um programa de saúde no desempenho da puérpera. As barreiras identificadas são a falta de redes de apoio à adolescente, o despreparo para o papel materno e o medo. Os facilitadores identificados são a presença de redes de apoio à adolescente, a inserção no sistema de saúde e o suporte familiar. Portanto, o terapeuta ocupacional deve empregar a análise do desempenho ocupacional para atuar como facilitador do desempenho ocupacional. Os objetivos de intervenção devem incluir proporcionar o acesso da adolescente a informações, serviços e redes de suporte, bem como favorecer o fortalecimento da relação mãe-bebê por meio das atividades de cuidado, na esfera da Atenção Básica em Saúde.





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[228]

INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL NO MERCADO DE TRABALHO - PLANO VIVER SEM LIMITES

MARINA MENEZES BORN; GABRIELA CORDEIRO CORREA; KARLA DA SILVA PEREIRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BR.

Palavras-chave: deficiência visual; inclusão; trabalho

Resumo: O Governo Federal, por meio do Decreto 7.612 de 17 de novembro de 2011, institui o Plano Viver Sem Limite, plano nacional dos direitos da pessoa com deficiência, articulando políticas de inclusão social, atenção a saúde e acessibilidade. Uma das metas deste Plano é a efetivação do Programa BPC Trabalho, visando à superação de barreiras, a autonomia e a participação social no mercado produtivo. Com base nisso e sabendo que o terapeuta ocupacional é apto para intervir na inclusão da pessoa com deficiência visual no mercado de trabalho, com a premissa da participação social, foi realizado um estudo com a finalidade de quantificar e analisar de que maneiras o tema da inclusão da pessoa com deficiência visual no trabalho é abordado em artigos publicados nas bases de dados Scielo, MedLine e Lilacs. Foram pesquisados os descritores: deficiência visual, inclusão e trabalho e em seguida foi realizado um levantamento de quantos realmente abordavam a inclusão de pessoas com deficiência visual no mercado de trabalho. Na base de dados Scielo foram encontrados ao todo 4 artigos, sendo que apenas 3 abordavam o assunto, aprofundando-se na lei de cotas e na percepção do próprio individuo sobre a inclusão no mercado de trabalho. Na base de dados MedLine não foi encontrado nenhum artigo com os descritores utilizados na pesquisa, porém digitando trabalho, inclusão e deficiência apareceram 16 artigos, sendo 1 brasileiro, mas nenhum se referia a deficiência visual. Na base de dados Lilacs foram encontrados 4 artigos que abordavam a inclusão no mercado de trabalho brasileiro, através de discussões sobre a política do emprego, as barreiras encontradas, entre outros; no entanto, apenas 2 abordavam o deficiente visual no campo do trabalho. Em geral, nenhum dos artigos encontrados faz referência ao plano viver sem limites e nenhum apresenta o relato efetivo de programas de inclusão de deficientes visuais no mercado de trabalho. Quando cruzado com descritor Terapia Ocupacional na pesquisa, não foram encontrados artigos em nenhuma das bases de dados, verificando-se que, apesar do terapeuta ocupacional ser um dos profissionais que contribuem no processo de inclusão, não existem relatos dessa ação referente a inclusão no trabalho das pessoas com deficiência visual. Contata-se a necessidade de mais publicações referentes ao assunto, pois apesar de terem sido encontrados artigos, o número é baixo, mostrando que este assunto ainda esta pouco presente na sociedade. Cabe aos terapeutas ocupacionais publicarem artigos relatando seus conhecimentos e contribuições para a inclusão de pessoas com deficiência visual no trabalho, favorecendo assim o reconhecimento profissional.





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PRÁTICAS DE AUTOCUIDADO E PERCEPÇÃO DA AUTOEFICÁCIA DE IDOSOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2

GRASIELLE SILVEIRA TAVARES PAULIN1 ; JANAINA SANTOS NASCIMENTO MESQUITA1 ; ANA PAULA MARTINS CAZEIRO2

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO, UBERABA, MG, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ, RJ, BR.

Palavras-chave: saúde do idoso ; diabetes mellitus; autocuidado

Resumo: Introdução: A natureza crônica do diabetes mellitus (DM), o seu tratamento voltado às mudanças no estilo de vida, e a gravidade de suas complicações podem comprometer a capacidade do idoso em desempenhar suas atividades de autocuidado e sua atitude positiva frente à doença. Objetivos: Verificar a percepção dos idosos diabéticos sobre a autoeficácia e a realização das suas atividades de autocuidado; identificar as práticas de autocuidado destes idosos. Metodologia: Pesquisa qualitativa, realizada por meio do estudo de casos de idosos com DM2 atendidos em um hospital universitário, com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer de nº 51243. Foram incluídos nesta pesquisa cinco idosos, sendo três do sexo feminino e dois do sexo masculino. Os instrumentos utilizados foram: Miniexame do Estado Mental; Instrumento para a Classificação de Idosos quanto à Capacidade para o Autocuidado (CICAc) e Escala de autoeficácia no manejo do diabetes (IMDSES). Os dados foram coletados por meio da coleta de informações dos prontuários, aplicações dos instrumentos e observação direta com anotações de campo para a construção dos estudos de casos. Resultados: As práticas de autocuidado e as crenças pessoais de cada idoso foi observada no estudo e serão neste trabalho serão mencionados alguns pontos em comum: dependência do transporte público para ter acesso ao hospital, o que dificultava a adesão ao tratamento; os idosos referiram ter apoio familiar, mas não sendo este suficiente para proporcionar maior receptividade ao tratamento; senso de autoeficácia e percepção mais positiva sobre a doença; os idosos participantes apresentaram dificuldades e declararam-se mais dependentes nas Atividades Instrumentais da Vida Diária e lazer do que nas Atividades da Vida Diária, sendo o aspecto físico o fator mais citado na dependência; apresentaram dificuldades de realizar mudanças comportamentais, atitudes negativas frente à doença e baixo senso de autoeficácia. Considerações Finais: Os idosos apresentaram dificuldades na realização das suas atividades e na adesão ao controle e ao manejo do DM2, as quais foram influenciadas pelas perdas de componentes físicos, somadas a atitudes negativas frente ao tratamento e baixo senso de autoeficácia.





- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS 


[232]

GRUPO DE AVD PARA PESSOAS COM ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA USE-UFSCAR.

LARISSA GALVÃO DA SILVA; DANIEL MARINHO CEZAR DA CRUZ; IRACEMA SERRAT VERGOTTI FERRIGNO; NATÁLIA SANCHES SILVA

UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: atividades cotidianas; terapia ocupacional; acidente vascular cerebral

Resumo: Introdução: o Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma das mais frequentes causas de deficiência física em adultos acarretando prejuízos no desempenho de Atividades da Vida Diária- AVD. No município de São Carlos-SP existe uma demanda de pessoas com AVE, em muitos casos, crônicos, que já passaram ou não por reabilitação e poderiam ser beneficiadas com ações tais como orientações e treino de AVD para maior independência. Ao mesmo tempo, considera-se que seus cuidadores/familiares poderiam auxiliar nesse processo e reduzir a carga de cuidados dispensados. Objetivos: Relatar a experiência de um projeto de extensão financiado pela ProeX UFSCar, com um grupo de AVD composto por pacientes crônicos e seus cuidadores e mensurar os desfechos quanto ao ganho de independência e satisfação a partir da intervenção realizada. Metodologia: Participaram seis pessoas; sendo três com sequelas de AVE e seus respectivos cuidadores. A equipe participante do projeto foi composta por uma terapeuta ocupacional supervisora, um docente, uma aluna bolsita e uma aluna de mestrado. O local da intervenção foi a Unidade Saúde Escola da Universidade Federal de São Carlos-UFSCar. Os instrumentos utilizados para a mensuração do pré e pós-intervenção foram o Índice de Barthel e a Medida Canadense de Desempenho Ocupacional. As intervenções ocorreram ao longo de 08 encontros, durante um semestre, semanalmente, com uma hora e meia de duração. As intervenções abrangeram os seguintes temas: 1) noções sobre AVE e aspectos preventivos; 2) Orientação de exercícios auto-dirigidos para manutenção da Amplitude de Movimento, ganho de força muscular dos membros e reeducação sensorial; 3) AVD – Orientações e treino quanto às transferências e locomoção em casa; treino e orientações de formas mais adequadas para realização das AVD (alimentação, vestuário, banho, higiene oral, uso do toalete, adaptação ambiental); 4) Troca de experiências: oportunidade de expressão do grupo sobre o seu cotidiano. Ao final do grupo foi entregue um manual ilustrado com orientações contendo fotos dos próprios participantes e seu desempenho. Resultados: O grupo obteve melhor escore de independência e satisfação no que se refere ao desempenho de AVD, a partir dos instrumentos utilizados. Todos os participantes relataram satisfação em participar do grupo, assim como em relação à aprendizagem quanto ao uso do membro superior comprometido nas atividades funcionais. Considerações Finais: Acredita-se que essas ações possam contribuir para a reabilitação de pessoas com deficiências, articulando o ensino de graduação em terapia ocupacional, fomentando a produção de conhecimento voltada para as necessidades da comunidade.






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[233]

USABILIDADE DA TECNOLOGIA ASSISTIVA NA ASSISTÊNCIA ÀS PESSOAS COM ARTRITE REUMATÓIDE.

LARISSA GALVÃO DA SILVA 1; PRYSCILLA MYCHELLE DA SILVA PAULA 2; DANIEL MARINHO CEZAR DA CRUZ 1; IRACEMA SERRAT VERGOTTI FERRIGNO 1; SUSILENE MARIA TONELLI NARDI 3

1. UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BR; 2.HOSPITAL DE BASE DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP, BR; 3.CLR-INSTITUTO ADOLFO LUTZ, SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP, BR.

Palavras-chave: artrite reumatóide; tecnologia assistiva; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune inflamatória, sistêmica, progressiva e crônica que pode levar a importante limitação funcional, com perda de capacidade laboral e da qualidade de vida. Como medida de tratamento, a Terapia Ocupacional utiliza a tecnologia assistiva, que é definida como todo o arsenal de recursos (adaptações) utilizados com a finalidade de proporcionar vida independente e autonomia à pessoa com deficiência, no desempenho das atividades de sua vida diária - AVD. Objetivos: Identificar necessidades de uso de adaptações para AVD em pessoas com AR; treinar, avaliar e acompanhar a usabilidade das adaptações junto a essas pessoas. Metodologia: Os pacientes foram avaliados com um protocolo próprio contendo dados pessoais e clínicos e foi aplicado o instrumento HAQ (Health Assessment Questionnaire), cuja pontuação final é a média das pontuações das oito categorias incluídas e seu valor total é 3, sendo que, quanto menor este valor melhor estará o paciente. A partir dos dados da aplicação de instrumento de avaliação das AVD foram confeccionadas adaptações para cada indivíduo. Resultados/Discussão: Um total de 40 pacientes entraram para o estudo, sendo 90% (n=36) do gênero feminino, 50% (n=20) com idade entre 51 a 64,9 anos, 32,5% (n=13) com ensino fundamental incompleto, 62,5% (n=25) eram donas de casa, 65% (n=26) tinham de 4 a 9,9 anos de evolução da doença. O escore do HAQ variou de 0 a 2,9 e a média foi de 1,49 e 95% concordaram em receber adaptações que se fizessem necessárias. Do total, 19 pacientes foram selecionados por apresentarem dificuldades importantes nos quesitos de alimentação, e destes, 13 compareceram para a entrega da adaptação, sendo que 6 receberam abridor de potes em conserva, 01 recebeu uma faca adaptada e 06 receberam as duas adaptações supracitadas. Todos foram sistematicamente orientados e capacitados para a maneira correta de utilizar as adaptações. Após 20 dias de uso, 11 pacientes retornaram para relatar sua experiência, sendo que 91,9% (n=10) revelaram melhora em sua independência, não sentiram dor durante sua utilização, conseguiram realizar as atividades que necessitavam e relataram que a adaptação apresentou durabilidade. Considerações Finais: A indicação da tecnologia assistiva tem favorecido a vida das pessoas com deficiências que apresentam limitações na realização das atividades cotidianas permitindo que os mesmos possam realizar atividades com mais autonomia. A orientação prática do uso do dispositivo durante o atendimento facilitou sua utilização em casa pelos pacientes, motivando-os a aceitá-lo e usufruir do mesmo no dia a dia. 





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[236]

ACOLHIMENTO: TERAPIA OCUPACIONAL NA HUMANIZAÇÃO DO SETOR HEMATOONCOLÓGICO DO HUSM

LUISE FERREIRA DE QUEIROZ; SUZEL LIMA DA SILVA; AMARA LÚCIA HOLANDA TAVARES BATTISTEL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA, RS, BR.

Palavras-chave: oncologia infanto-juvenil; humanização; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: Quando remetemos a atenção à saúde de crianças e adolescentes em tratamento oncológico, o processo de hospitalização torna-se ainda mais difícil, uma vez que esse público encontra-se em um momento de construção social e amadurecimento interrompido com a necessidade da internação e tratamento. Para um melhor entendimento a cerca dos procedimentos que as crianças e adolescentes precisam realizar, bem como os serviços que lhe são disponibilizados durante a permanência no hospital, a Terapia Ocupacional desenvolve ações do Programa de Extensão CAACTO: Cuidado e Atenção ao Adolescente e Criança em Tratamento Oncológico, desenvolvido no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Entre estas, temos a visita guiada, com as crianças, adolescentes e cuidadores às dependências do hospital ligadas aos procedimentos aos quais os pacientes são submetidos durante o tratamento e hospitalização. Objetivo: Contribuir para a humanização, compreensão e adesão ao tratamento hemato-oncológico infanto-juvenil promovido pelo Centro de Tratamento à Criança e ao Adolescente com Câncer-CTCriaC do HUSM. Metodologia: A ação consiste em uma visita guiada com as crianças, adolescentes e cuidadores, a partir de um roteiro elaborado com base nos setores do ambiente hospitalar ligados aos procedimentos aos quais são submetidos durante o tratamento e hospitalização, procurando abranger toda a linha de cuidado. Fazem parte das visitas: refeitório, cozinha, banco de sangue, capela, farmácia, lavanderia, sala de costura e ambulatório de quimioterapia. As visitas ocorrem quinzenalmente, através da demanda de pacientes, com o acompanhamento de duas acadêmicas de Terapia Ocupacional. Para critérios de inclusão, são convidados a participar os pacientes que estão em primeira internação, anteriormente liberados pelo médico responsável. O passeio tem duração de aproximadamente 1 hora, respeitando o intervalo da verificação de sinais da unidade. Na volta da visita, realiza-se um grupo na Sala de Recreação, em que se elaboram por meio de diálogos e desenhos as impressões sobre os locais visitados e o tratamento. Resultados/Discussão: Percebeu-se com a ação desenvolvida que a saída do leito e a visita aos locais até então desconhecidos pelos pacientes possibilitam um melhor entendimento a cerca dos serviços que utilizam e procedimentos realizados durante o tratamento, bem como do conhecimento de outros profissionais que estão direta e indiretamente envolvidos no seu processo de hospitalização. Considerações Finais: Os resultados revelam a dimensão da linha de cuidado e contribui para uma maior humanização, compreensão e adesão ao tratamento.




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[237]

PAPÉIS OCUPACIONAIS DE PACIENTES EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO

NATALIA CALIL AMBROSIO MOLINARI 1; MARYSIA MARA RODRIGUES PRADO DE CARLO 2

1.HOSPITAL DE BASE, SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP, BR; 2.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BR.

Palavras-chave: insuficiência renal crônica; tratamento hemodialítico; papéis ocupacionais

Resumo: Introdução: As doenças crônicas representam, atualmente, um grande problema de saúde pública. A insuficiência renal crônica (IRC) é uma síndrome clínica causada pela perda progressiva e irreversível das funções renais. Na fase mais avançada o portador de IRC pode necessitar de tratamento hemodialítico, que provoca um progressivo e intenso desgaste físico e emocional, o que pode gerar a interrupção ou alterações no desempenho de seus papéis ocupacionais, os quais são componentes fundamentais para a vida independente e produtiva. Objetivos: Identificar e analisar as mudanças ocorridas nos papéis ocupacionais dos pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise, atendidos no Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, baseado na aplicação do protocolo “Lista de Identificação de Papéis Ocupacionais”, validado no Brasil. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Base - FAMERP (parecer nº 99.779 /2012). A casuística da pesquisa foi composta por 80 sujeitos, sendo 40 do grupo de estudo (em tratamento hemodialítico) e 40 do grupo controle (que não fazem tratamento hemodialítico) cujas características de gênero, idade e escolaridade foram pareadas às do grupo de estudo. Os dados foram analisados pelo Teste Exato de Fisher e o teste não paramétrico de Mann-Whitney. Resultados/Discussão: O grupo de estudo e controle são compostos predominantemente por sujeitos do gênero masculino, casados e com média de idade de 46,6 anos. Em relação à ocupação, 92,5% do grupo de estudo são inativos, enquanto no grupo controle apenas 12,5%. Através da análise comparativa entre os grupos, constatou-se que houve diferença estatisticamente significativa nos papéis ocupacionais de trabalhador no tempo presente (p-valor=0,0000), de cuidador nos tempos passado (p-valor=0,0289) e futuro (p-valor=0,0255), membro de família no passado (p-valor=0,0015) e o papel passatempo/amador no tempo futuro (pvalor=0,0289). Considerações Finais: Conclui-se que o tratamento hemodialítico é complexo e afeta a vida ocupacional dos pacientes renais crônicos, a maioria deles com perdas no desempenho dos seus papéis ocupacionais. Cabe ao terapeuta ocupacional avaliar e intervir com recursos específicos, considerando como um dos seus objetivos prioritários a promoção ou restauração do desempenho ocupacional.




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[241]

DELÍCIA PARA TODOS: A TERAPIA OCUPACIONAL DESCONSTRUINDO A “OFICINAGEM” NA SAÚDE MENTAL

KAREN VIVIANE TRAGE; RITA DE CÁSSIA BARCELLOS BITTENCOURT; FERNANDA OLIVEIRA DE OLIVEIRA; ÊMILE JARDIM LANES

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA, RS, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde mental; oficinas terapêuticas

Resumo: Introdução: Na implantação do estágio supervisionado no campo da Atenção Psicossocial do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Santa Maria, RS, em um Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS) do município, em função da ausência de protagonismo dos usuários na organização das atividades cotidianas observadas no serviço, constituídas por via da obrigatoriedade, desenvolveu-se uma ruptura peripatética na condução das atividades terapêuticas. Considerando os componentes antropossocializantes do preparo de alimentos, reconduziu-se à centralidade das ações o prazer de ser e estar nas atividades através da construção coletiva da oficina de culinária “Delícias para todos”. Objetivos: Facilitar a socialização por meio do preparo coletivo de alimentos; Favorecer o protagonismo social dos usuários dentro e fora do serviço. Metodologia: Manejo da clínica peripatética. Ruptura espaço-temporal do setting. Articulação da oficina de culinária “Delícias para todos” com outros segmentos da vida cotidiana dos sujeitos. Discussão: A condição de doente mental coloca o individuo diante de limitações e situações que afetam as relações pessoais e cotidianas, o trabalho e até mesmo sua identidade. As trocas sócio-afetivas e laborais ficam comprometidas. O preparo e compartilhamento de alimentos contribui para o empoderamento social. O processo de criação terapêutico ocupacional coletivo proporcionam ao sujeito oportunidades de troca de papéis e desempenhos sociais, experimentando limitações, potencialidades e pertencimentos. Mobilizando afetos e novos repertórios de experimentações. Considerações Finais: Observamos a possibilidade de vivência de papéis, escolhas, flexibilidade e autonomia em realizar as tarefas no decorrer da atividade, os usuários experimentaram o exercício da confiança em seus fazeres. Nesse espaço terapêutico ocupacional o que se vê não é a doença, mas as produções de vida, que são novos sabores, desejos e subjetividades.




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A INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL NA IMAGEM CORPORAL DE INDIVÍDUOS QUEIMADOS

AMANDA REBECA SOARES DE LUCENA1 ; MIRELY EUNICE SOBRAL1 ; SUSANNE TEODÓSIO VIEIRA1 ; FLÁVIA PEREIRA DA SILVA2

1.ACADÊMICAS DO CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BR; 2.MESTRE EM GERONTOLOGIA/ DOCENTE DO CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; queimados; imagem corporal

Resumo: Introdução: A queimadura é um dos traumas mais frequentes nos dias atuais, ocorrendo muitas vezes em ambiente doméstico e ocupacional. A lesão por queimadura pode envolver diversas áreas da superfície corpórea, comprometendo a espessura da pele como também a derme e seus anexos. As sequelas no paciente queimado configuram-se por alterações fisiológicas, físico-funcionais e principalmente por problemas emocionais com a rejeição da imagem corporal e alterações na aceitação e significação de valores atribuídos ao corpo. Objetivo: O objetivo deste trabalho é apontar a importância da intervenção da Terapia Ocupacional na imagem corporal de indivíduos que sofreram algum tipo de trauma por queimadura. Metodologia: Para o desenvolvimento do mesmo, foram levantadas pesquisas bibliográficas em base de dados Scielo e banco de dados Google Acadêmico na língua portuguesa, sem delimitação de tempo, com os seguintes descritores: Terapia Ocupacional, Queimados e Imagem Corporal. Resultados/Discussão: A Terapia Ocupacional tem um papel fundamental no tratamento de pacientes queimados frente às alterações da imagem corporal, onde por muitas vezes tem o corpo desconfigurado devido à queimadura e necessita de uma nova percepção da autoimagem e adaptação relacionadas às transformações causadas pela queimadura. A intervenção do terapeuta ocupacional procura através de atividades estimular o máximo de independência no indivíduo, prevenindo assim o aumento das deformidades e contribuir para a integridade emocional do paciente. Considerações Finais: Dessa forma conclui-se que, através das atividades terapêuticas, a terapia ocupacional atua como um facilitador e pode proporcionar ao queimado menos dependência nas atividades de vida diária (AVDs), elevar a autoestima, reintegra-lo a sociedade, compreender o indivíduo e valorizar os seus sentimentos e dessa forma contribuir para uma melhoria do quadro emocional e da qualidade de vida do paciente.




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A ATUAÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL A PACIENTE INDÍGENA HOSPITALIZADA: UM ESTUDO DE CASO

DÉBORA ALVES DE MATOS PONTES; PEDRO HENRIQUE TAVARES QUEIROZ ALMEIDA; ANNA ADELAIDE MELO MIRANDA; YASMIM BEZERRA MAGALHÃES

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - FACULDADE DE CEILÂNDIA, CEILÂNDIA, DF, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde indígena; espaço de escuta

Resumo: Introdução: O processo de adoecimento e hospitalização é difícil e nos mostra que nosso corpo está sujeito a diversas enfermidades em momentos diferentes da nossa vida. A internação hospitalar traz muitas mudanças subjetivas para a rotina do sujeito e de sua família como: interrupções de planos, perda de privacidade, descoberta de uma doença, dor e possibilidade de morte. Para a população indígena, tudo isso acontece de forma mais acentuada, pois além da mudança do ambiente e das diferenças culturais existentes no processo curativo, as alterações no cotidiano promovidas pela rotina hospitalar acarretam rupturas significativas e diferentes daquelas observadas entre a população hospitalizada. Objetivos: Relatar o acompanhamento de uma paciente indígena hospitalizada na enfermaria geral pelo serviço de terapia ocupacional de um hospital universitário da região Centro-oeste. Metodologia: As intervenções foram realizadas por três estudantes do sexto semestre de graduação em Terapia Ocupacional - TO - da Universidade de Brasília, tais intervenções ocorreram ao longo de quatro encontros proporcionados no decorrer da disciplina de Terapia Ocupacional na Atenção de Alta Complexidade: Intervenção. A paciente de 61 anos, indígena da tribo Xavante do estado do Mato Grosso, foi internada no Hospital Universitário de Brasília (HUB) para amputação da porção distal do pé esquerdo devido a complicações decorrentes de diabetes. Partindo das demandas observadas na avaliação, foi proposto o uso de atividades que remetessem a paciente ao cotidiano vivenciado na aldeia, diminuindo situações de ansiedade e valorizando seu contexto de desempenho ocupacional. Resultados: Os resultados observados durante as intervenções foram percebidos de maneira singular e possibilitaram o contato com as diferenças culturais, como: atividades manuais de tricô, pintura, confecção de colares e esculturas de massa de modelar, e o manejo da TO em relação à comunicação da paciente com os outros profissionais da equipe. Foi possível realizar intervenções que expusessem seus conflitos e a ajudassem a superar as limitações dentro do contexto hospitalar. Considerações Finais: O ambiente hospitalar e sua especificidade como serviço de alta complexidade técnica muitas vezes não proporciona uma escuta às necessidades contextuais mais amplas da população indígena atendida, bem como de seu acompanhante. Mediante a aproximação e compreensão das demandas diferenciadas e determinadas por circunstâncias culturais, foi possível identificar a importância da subjetividade como fator determinante para práticas de cuidados corretamente direcionadas e que proporcionem um período de internação saudável para esta população.




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[246]

QUALIDADE DE VIDA E DESEMPENHO OCUPACIONAL NA PRÉ-INTERNAÇÃO E PÓSTRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA

THAIS CLEMENTE IDEMORI; MAYSA ALAHMAR BIANCHIN; VANIA UEMURA PAULINO; RUI VICENTE LUCATO JUNIOR

FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (FAMERP) - HOSPITAL DE BASE DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP, BR

Palavras-chave: qualidade de vida; transplante de células-tronco hematopoiéticas; atividades cotidianas

Resumo: Introdução: O Transplante de células-tronco hematopoiéticas ou das células-progenitoras, mais conhecido como transplante de medula óssea é a alternativa terapêutica eficaz quando os tratamentos convencionais não oferecem bom prognóstico para muitos casos de neoplasias sólidas e hematológicas. Um procedimento de alta complexidade, marcado por uma série de restrições aos pacientes, que têm sua rotina de vida totalmente alterada. Alterações da integridade físico-emocional como desconforto, dor, dependência e perda de auto-estima são relatados pelos pacientes que percebem a qualidade de suas vidas profundamente alteradas em curto espaço de tempo. Os longos períodos de internação, o isolamento social e as mudanças de hábitos de vida geram um intenso sofrimento físico e psíquico nos pacientes e familiares. Objetivo: Do estudo foi avaliar a qualidade de vida e desempenho ocupacional de pacientes no período de pré-internação e, reavaliá-lo no período de até quatro meses após otransplante de medula óssea. Metodologia: Foram avaliados 10 pacientes de ambos os sexos e com media de idade de 46±16. Utilizando Ficha de identificação; Questionário de Avaliação de Qualidade de Vida WHOQOL-BREF e Medida Canadense de Desempenho Ocupacional – Canadian Measure of Occupational Performance – COPM. Resultados: Com relação à qualidade de vida houve alterações estatisticamente significativas nos domínios psicológico, ambiental e no escore total, sendo os valores dos escores: físico p=0,15, psicológico p=0,017, social p=0,99, ambiental p=0,038 e total p=0,028. No desempenho e satisfação não houve alterações estatisticamente significantes, apresentando escores: desempenho p=0,36 e satisfação p=0,85. Considerações Finais: Podem-se perceber alterações na qualidade de vida e queda significativa no desempenho ocupacional e nas atividades produtivas dos participantes do estudo. A qualidade de vida dos pacientes sofre impacto negativo, afetando, em especial, os aspectos sociais e funcionais.




- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS 


[247]

LINGUAGEM, COMUNICAÇÃO E ASPECTOS PSICOAFETIVOS NO BEBÊ COM PARALISIA CEREBRAL: INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL

MIRELY EUNICE SOBRAL 1; SUSANNE TEODÓSIO VIEIRA 1; AMANDA REBECA SOARES DE LUCENA 1; GICELY REGINA SOBRAL 2; FLÁVIA PEREIRA DA SILVA3

1.ACADÊMICA DO CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BR; 2.ENFERMEIRA RESIDENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA – FCM/UPE, RECIFE, PE, BR; 3.MESTRE EM GERONTOLOGIA/ DOCENTE DO CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BR.

Palavras-chave: paralisia cerebral; terapia ocupacional; linguagem
Resumo: Introdução: A Paralisia Cerebral é entendida como resultante de uma lesão ou mau desenvolvimento do cérebro, de caráter não progressivo, porém permanente. A lesão cerebral pode comprometer a locomoção, postura, movimento, a linguagem e a comunicação. É por meio da linguagem, da fala associada a gestos, expressões faciais e corporais que ocorre a interação com as outras pessoas, comunidades e culturas, formando laços sociais, caracterizando a condição humana. Objetivo: A partir deste exposto, pretende-se apontar a aquisição e desenvolvimento da linguagem e suas diferentes possibilidades expressivas nos bebês com paralisia cerebral, além dos seus aspectos psicoafetivos e como a Terapia Ocupacional pode intervir. Metodologia: O levantamento de dados dos artigos na literatura constituiu-se de uma busca nas bases de dados LILACS e SCIELO. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos publicados em português e artigos na íntegra que contivesse os descritores selecionados. Além disso, realizaram-se levantamentos bibliográficos em livros associados à Terapia Ocupacional e a Paralisia Cerebral. Resultados/Discussão: O nível de comunicação nos bebês portadores de paralisia cerebral varia desde bem próximo da normalidade, apresentando leves distúrbios articulatórios, até graves retardos na aquisição da fala ou total impossibilidade de emitir um som compreensível, com dificuldade motora na produção da linguagem expressiva e corporal. A cognição, por sua vez, nem sempre está comprometida, porém em alguns casos, a lesão do sistema motor pode afetar o cérebro, originando a deficiência mental. O trabalho mãe – bebê e terapeuta ocupacional será composto de intervenções e orientações com o intuito do bebê com paralisia cerebral construir e organizar seu universo de acordo com suas possibilidades e com as condições proporcionadas pelo meio. Considerações Finais: A intervenção precoce da terapia ocupacional junto ao bebê com Paralisia Cerebral auxilia na descoberta de si e do meio pelo movimento do corpo, pela expressão facial e pela troca de olhares. Assim o trabalho da terapia ocupacional é caracterizado pela busca de soluções para os aspectos do comprometimento motor que interferem na realização das atividades funcionais, além do estímulo às demais áreas deficitárias. Diante disto é importante ressaltar que os profissionais de saúde devem agir multiprofissionalmente visando trazer melhorias para os bebês portadores de Paralisia Cerebral.




- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS 


[250]

A FORMA E O SIGNIFICADO DAS OCUPAÇÕES PARA PAIS DE CRIANÇAS COM LIMITAÇÕES FUNCIONAIS

VICTOR CAVALEIRO CORRÊA 1; LETYCIA SILVA NUNES 2; SAYURI FERNANDES TODA 2

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BR; 2.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM, PA, BR.

Palavras-chave: ciência da ocupação; limitação funcional; ocupação

Resumo: Introdução: As ocupações são as atividades diárias desenvolvidas por todos os seres humanos diariamente. Refletem seus valores culturais, fornecem estrutura e significado para sua vida. Quando estas ocupações são modificadas, impostas por uma doença ou mesmo pelas mudanças do dia-a-dia, merecem ser, cuidadosamente, compreendidas, relacionando de que forma essas alterações refletem sobre o envolvimento do individuo nas suas ocupações diárias e participação social. Nesse sentido, entende-se que tornar-se pai ou mãe, acarreta novas ocupações, dentre elas a de cuidar, e, quando este filho possui uma limitação funcional, esta ocupação torna-se diferenciada, pois requer modificações na estrutura e nos papéis dos membros envolvidos nesta. Objetivo: Compreender a forma e o significado da ocupação para pais de crianças com limitações funcionais, atendidas em uma Unidade Ambulatorial pública, vinculada a uma Universidade Estadual. Metodologia: Foi realizada pesquisa do tipo exploratório descritiva, orientada pela abordagem qualitativa, utilizando-se como instrumento para obtenção dos dados a entrevista semiestruturada. Resultados/Discussão: Percebeu-se que são vários os significados atribuídos por esses pais para a ocupação de cuidar, perpassando por sentimentos diversos e oscilantes, como convenção/responsabilização social, questões religiosas, perspectivas futuras quanto à modificação do quadro clinico, além de sentimentos mais pessoais, como satisfação, mudanças de comportamento e profunda experiência. Além do mais, verificou-se que a limitação de um filho requer dedicação integral e ocasiona transformações no tempo, no ritmo e na frequência das ocupações dos seus genitores. Considerações Finais: O presente estudo permitiu a esses pais e familiares um espaço de escuta para suas angústias e compartilhamento de suas vivências, servindo como subsidio para práticas mais consistentes voltadas às demandas de quem se dedica a atender às necessidades dos filhos, na maioria das vezes, em tempo integral, e abdica de suas próprias ocupações.




- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS 


[258]

PRÁTICAS NO TERRITÓRIO: ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL COM PACIENTE REUMÁTICO

ANA PAULA LOPES WEBER; DANIELA TONÚS; DARLENE TAÍS HICKMANN; THAÍSE LOPES GRIGOLO DE VARGAS; ANGELIZE NAIMARA DA SILVA ROSA LOURENZI

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; desempenho ocupacional; tecnologia assistiva

Resumo: Introdução: Esse trabalho resulta de uma pratica no território, referente às disciplinas do Bloco de Reabilitação. Para tanto, cabe destacar a importância do profissional de Terapia Ocupacional no território, pois este tem “o intuito de compreender e construir um efetivo diálogo com a comunidade e seus problemas” (OLIVER e ALMEIDA, 2007, p.125). Objetivo: Articular teoria e prática, bem como a promoção de ações no território. Metodologia: A metodologia deste trabalho se caracteriza por ser qualitativa, Anais descritiva, no qual descreve “com exatidão” os fatos e fenômenos de determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987, p.120). Os atendimentos ocorreram uma vez por semana, com duração de uma hora, durante um mês. Devido ao curto tempo de atividades práticas, as acadêmicas e a supervisora, foram objetivas quanto às avaliações, reflexões e execução das ações. O caso é de uma usuária de 72 anos com diagnóstico de Artrose de Quadril Direito, encaminhada para a Terapia Ocupacional pela Fisioterapeuta da Unidade de Saúde de Referência. Foram realizadas anamnese, avaliações motoras, de desempenho ocupacional e do ambiente domiciliar. Resultados/Discussão: Após análise dos resultados das avaliações e levando em consideração as necessidades da usuária e o tempo de atendimento, optou-se por confeccionar dispositivos de tecnologia assistiva que pudessem influenciar na qualidade de vida, autonomia e principalmente na adaptação do desempenho ocupacional. A usuária relatou que sentia grande dificuldade de deambular devido à dor nos membros inferiores e quadril, apresentava limitações nas trocas de postura sentada/deitada, não conseguia tomar banho adequadamente devido à falta de barras e outras adaptações do banheiro e possuía dificuldade em vestir-se. As ações realizadas foram à indicação e instalação de barras no banheiro, a adequação da altura da bengala, confecção de um dispositivo que facilitasse o vestir de calças, meias e demais roupas, bem como, a confecção de uma alça adaptada na cama que possibilitasse as trocas de postura. Considerações Finais: Com as intervenções realizadas, foram obtidos excelentes resultados como: aceitação das propostas, diminuição de gasto de energia, alívio da dor e sobrecarga articular, satisfação em executar as atividades, relatos como “agora é outra vida”. Conseguiu-se aliar a teoria e a prática, conhecendo a realidade, avaliando a situação e propondo intervenções para a melhoria da qualidade de vida, respeitando as limitações financeiras, de espaço e culturais do publico atendido. Outro fator importante foi à criação do vínculo sendo este, um fator importante para que a reabilitação e adaptação surtissem efeito.




- POLÍTICAS DE CUIDADO E ATENÇÃO A GRUPOS ESPECÍFICOS 


[259]

PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS SOBRE O USO DE RECUSOS DA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AMPLIADA

CARLA ADRIANA VIEIRA DO NASCIMENTO; MARIANE SARMENTO DA SILVA; GRAZIELA CABRAL FAZZI; MICHELLE INGRIND ASSIS DA SILVA; SALLY CAROL VIANA DA SILVA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BR.

Palavras-chave: comunicação alternativa e ampliada; profissionais; percepção

Resumo: Introdução: Este estudo é parte do Projeto de Extensão “Comunicação Alternativa e Ampliada – possibilidades de comunicação e de inclusão para crianças com deficiência: uma atuação do terapeuta ocupacional”, contemplado com uma bolsa fomentada pela Pró-Reitoria de Extensão da UFPA. A Comunicação Alternativa e Ampliada consiste em um conjunto de procedimentos técnicos e metodológicos direcionado a pessoas com alguma deficiência ou situação momentânea que impede a comunicação com as pessoas por meio dos recursos usualmente utilizados, especificamente a fala, visando dois objetivos: promover e suplementar a fala, e garantir uma forma alternativa de comunicação para um indivíduo que não começou a falar. Objetivos: Conhecer a percepção de profissionais que atuam no Hospital Universitário Betina Ferro Souza sobre o uso da CAA pelas crianças com dificuldade de comunicação. Metodologia: O trabalho apresenta uma abordagem quanti–qualitativa. Realizaram-se uma busca bibliográfica e entrevistas, de perguntas abertas e fechadas, com 12 profissionais que atuam com crianças com dificuldade de comunicação. Realizaram-se transcrições na íntegra, a partir das entrevistas, para análise de conteúdo e obtenção de categorias de estudo, cujas frequências calculadas foram relacionadas com os achados da literatura nacional. Resultados: Os profissionais entrevistados foram pedagogos, educadores físicos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, categoria esta que representou a maioria dos entrevistados. O dados evidenciaram que apenas um profissional não conhecia a CAA, e que, dos que conheciam, 50,1%, caracterizavam-na como área da comunicação ou interação; 66,7% já utilizaram algum recurso da CAA, como computadores e softwares, pranchas de comunicação e PECS. Esses dados são fomentados pela literatura estudada. As dificuldades mais frequentes relatadas pelos profissionais estão relacionadas à família da criança (16,7%), que geralmente não sabe utilizar o recurso de maneira adequada. Considerações Finais: Percebeu-se que a maioria dos profissionais reconhece a importância da CAA e possuem alguma dificuldade quanto a sua implementação, portanto faz-se necessário uma melhor capacitação dos profissionais sobre a temática, pois se entende que a comunicação é fenômeno inerente ao ser humano e é por meio desta que a criança tem a possibilidade de expressar seus desejos e necessidades, assim como criar vínculos e se socializar.




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[263]

EFEITOS DE UM PROTOCOLO MODIFICADO DA TERAPIA POR CONTENSÃO INDUZIDA EM CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL: ESTUDO DE CASO

LUCIANA RAMOS BALEOTTI1 ; CRISTIANE CARNAVAL GRITTI2 ; BRUNA DE CARVALHO SILVA3

1.UNESP, MARILIA, SP, BR; 2. FAMERP, SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP, BR; 3.IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO, SP, SP, BR.

Palavras-chave: terapia por contensão induzida; paralisia cerebral; protocolo modificado

Resumo: Introdução: Embora a eficácia da Terapia por Contensão Induzida (TCI) tenha sido demonstrada, pouco se sabe sobre seus efeitos mediante o uso de protocolos modificados junto à população infantil. Objetivo: Avaliar os efeitos de um protocolo de intervenção modificado da TCI na qualidade do movimento e na frequência do uso da extremidade superior acometida, nos períodos de pós-intervenção e follow up de três e de seis meses pós-intervenção. Método. Estudo longitudinal, de caso único, realizado com uma criança de quatro anos de idade, com paralisia cerebral hemiparética (PCH). A criança submeteu-se à TCI durante dez dias, três horas diárias e restrição da extremidade superior não acometida por oito horas diárias. Os dados foram coletados pela Pediatric Upper Extremity Motor Activity Log aplicado à mãe da criança deste estudo e analisados qualitativamente. Resultados/ Discussão. O protocolo modificado da TCI foi eficaz no tratamento da criança com PCH. Constataram-se melhoras importantes na qualidade do movimento e na frequência do uso do membro superior parético do período de pré para a pós-intervenção nas atividades de vida diária e de outras atividades investigadas que também envolviam habilidades práxicas e motoras, mantendo-se o resultado consistente nas coletas de dados posteriores (follow up). Os resultados deste estudo de caso sugerem que ao modificar os três pilares essenciais da TCI há a possibilidade de a criança com PCH beneficiar-se desse tipo de intervenção. Considerações Finais: O protocolo modificado da TCI utilizado neste estudo mostrou-se altamente eficaz no tratamento da criança com paralisia cerebral hemiparética. Estes resultados podem ser úteis aos profissionais que trabalham com essa clientela, auxiliando-os no processo de intervenção. Embora os resultados sejam encorajadores, um estudo envolvendo uma amostra maior é necessário para determinar o efeito do protocolo modificado da TCI no desempenho funcional em crianças com hemiparesia.




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[275]

A PERCEPÇÃO DE HOMENS PARTICIPANTES DA UNIVERSIDADE ABERTA PARA TERCEIRA IDADE SOBRE A VELHICE

GISELLE NOBRE LUKASHEVICH; RAQUEL DO VALE ROCHA; KARLA CRISTINA GIACOMIN; ROSÂNGELA CORRÊA DIAS; MARCELLA GUIMARÃES ASSIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BR.

Palavras-chave: idoso; universidade; velhice

Resumo: Introdução: A população idosa apresenta especificidades culturais e de gênero que sofrem influência de características demográficas e de condições fisiológicas, psicológicas e sociais. No Brasil, os homens idosos apresentam menor expectativa de vida, e participam menos de atividades sociais e culturais. O Projeto Universidade Aberta para Terceira Idade, de uma universidade pública de Minas Gerais, em 2012, foi frequentado por 56 pessoas idosas, das quais 12% eram do sexo masculino. É fundamental conhecer a opinião desse contingente masculino sobre a velhice visando subsidiar a elaboração de políticas públicas que possibilitem a oferta de atividades que atendam suas demandas e assegurem uma maior participação desse segmento . Objetivos: Este trabalho objetiva compreender a percepção de homens idosos participantes da Universidade Aberta para Terceira Idade acerca da velhice. Metodologia: Um questionário estruturado foi utilizado para caracterizar o perfil sócio demográfico e a percepção sobre a velhice de homens que frequentaram o referido Projeto em 2012. Dos sete homens participantes, quatro concordaram em responder ao questionário. Os dados foram coletados no local onde ocorreu o Projeto, em entrevistas individuais. Resultados: Os idosos entrevistados, com idade entre 68 e 80 anos, eram casados, um cursou o terceiro grau, dois estavam aposentados. No grupo, a renda mensal variou de 3 a 13 salários mínimos. As percepções dos participantes acerca da velhice foram agrupadas em quatro categorias analíticas: 1) fase da vida “sequência de uma meninice, juventude e maturidade”, 2) experiências acumuladas “é um retorno de tudo que foi construído durante a vida”, “é a soma dos anos cheia de boas e más lembranças”, 3) aprendizado “é um aprendizado que devemos ter muita atenção”; 4) limitação “para mim é limitação, porque apresenta muitas dificuldades para vestir, comer”. Os relatos dos idosos apontaram a velhice como uma fase do ciclo de vida permeada de possibilidades e limitações, e ressaltam a relevância das trajetórias individuais. Conclusão: Ao dar voz aos homens, que são minoria no Projeto Universidade Aberta para Terceira Idade, foi possível constatar que a percepção masculina sobre a velhice é heterogênea, decorre diretamente da vivência pessoal e é reconhecida como resultado das circunstâncias da vida. Ao longo das entrevistas, eles se mostraram interessados na significação da velhice, percebendo-se como protagonistas da própria história de vida.
  



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[277]

EDUCAÇÃO E INTERVENÇÃO COM PESSOAS COM DOENÇAS REUMATOLÓGICAS- RELATO DE EXPERIÊNCIA NA USE-UFSCAR

LARISSA GALVÃO DA SILVA; PAULO VINICIUS BRAGA MENDES; IRACEMA SERRAT VERGOTTI FERRIGNO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; doenças reumáticas; educação em saúde

Resumo: Introdução: Nas patologias reumatológicas há o predomínio de processos inflamatórios que, com a evolução progressiva podem levar a limitações que favorecem o desequilíbrio musculo-tendíneo-esquelético e assim, propiciam o desenvolvimento de deformidades articulares importantes. Objetivos: relatar a experiência de um projeto de extensão com um grupo composto por pessoas com doenças reumatológicas e mensurar os efeitos da educação em saúde e da prevenção de incapacidades. Metodologia: A equipe participante do projeto foi composta por uma terapeuta ocupacional, uma docente, uma aluna de mestrado e um aluno da graduação. O local da intervenção foi a Unidade Saúde Escola da Universidade Federal de São Carlos-UFSCar. Os instrumentos utilizados foram o DASH (Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand) e Avaliação de Terapia Ocupacional em Reumatologia. Foram feitos nove encontros semanais consecutivos, no total, com a participação de nove pessoas com doenças reumatológicas dividas em três grupos. Os encontros foram divididos em: 1-Educação em saúde, com esclarecimentos sobre as doenças reumatológicas e a importância dos cuidados com as estruturas osteo-músculo-tendíneas; 2-Entrega do manual de orientações de AVD, considerando a proteção articular e a conservação de energia, com demonstração da maneira correta de realização das atividades; 3- treino das atividades com os participantes do grupo, com base no manual e nas demandas de cada participante de acordo com as avaliações realizadas, bem como troca de experiências entre os participantes. As avaliações foram aplicadas no início e na finalização dos grupos. Resultados/Discussão: O grupo obteve um aumento dos escores no tocante ao desempenho de AVD, a partir dos instrumentos utilizados. Todos os participantes relataram terem tido diminuição das dores nas articulações ao realizarem as AVD respeitando a conservação de energia e proteção articular. Considerações Finais: A adaptação das AVD com enfoque no controle da dor, para a manutenção da amplitude de movimento, para o fortalecimento muscular e para a implementação de programas especiais, como o método de proteção articular, o de conservação de energia e de simplificação do trabalho, são as ações essenciais para pessoas com doenças reumatológicas e o método de intervenção grupal é muito adequado, promovendo trocas de experiências individuais, proporcionando que os indivíduos assumam um papel mais ativo, na medida em que mobiliza a participação e controle diante dos sintomas da doença, atuando, assim, diretamente no incremento da qualidade de vida e prevenção dos agravos. 




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[279]

ALTERAÇÕES BIOPSICOSSOCIAS NA MULHER MASTECTOMIZADA E A INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL

RAQUEL WYARA LIMA FEITOZA; IVONETE SILVA CARNEIRO MONTEIRO; ANA PAULA DE ALMEIDA MACIEL; MARIANA LIMA DA SILVA LOUSADA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BR.

Palavras-chave: mastectomia; mulheres; terapia ocupacional

Resumo: Câncer é a denominação para mais de 100 doenças que apresentam crescimento anormal de suas células, capazes de invadir tecidos, ó órgãos ou outras partes do corpo, caracterizando uma metástase. O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mulheres. A mastectomia é um tratamento cirúrgico para o câncer de mama e é caracterizada pela retirada do tumor no seio, podendo ou não, estar associada à retirada de gânglios. O terapeuta Ocupacional é o profissional da área de saúde, que faz parte da equipe multiprofissional encarregada por oferecer assistência à mulher que passa por esse procedimento e seu objetivo será ajudá-la a se adaptar a sua nova condição, para continuar a realizar suas atividades de vida diária dentro de suas limitações, pois terá cuidados ao utilizar seus membros superiores, visto que sua amplitude de movimento estará diminuída. Assim, este trabalho tem por objetivo descrever as intervenções terapêuticas ocupacionais diante das possíveis alterações biopsicossociais que a mulher mastectomizada poderá apresentar. Para isso, foi feita uma revisão de Literatura, na língua portuguesa, com um levantamento sobre o assunto nas bases de dados, Scielo e Medline, sem fazer exclusão pelo ano de publicação, utilizando os seguintes descritores: Mastectomia; Mulheres; Terapia Ocupacional. A mulher acometida por câncer de mama, após mastectomia, além de alterações na sua rotina de atividades ocupacionais, ainda tem sua dinâmica familiar comprometida,visto que há uma ressignificação do seu papel ocupacional. Sabe-se que o terapeuta ocupacional planeja suas ações de acordo com a personalidade, as habilidades, os valores culturais e o estilo de vida daqueles que assiste. Nesse contexto, a intervenção do profissional em questão acontece auxiliando as pacientes a planejar suas atividades do dia-a-dia e organizando a divisão do tempo entre as atividades de lazer, de autocuidado e de repouso. A pesquisa realizada mostra a importância do conhecimento e promove a reflexão dos profissionais de saúde para uma assistência que atenda as necessidades especificas de cada mulher.





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[280]

TERAPIA OCUPACIONAL NO TRATAMENTO DE INDIVÍDUOS COM DIABETES TIPO 2: REVISÃO SISTEMÁTICA DE ARTIGOS

PRISCILA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES; FERNANDA DE SOUSA MARINHO; CAMILA BARROS DE MIRANDA MORAM; DANIELE MASTERSON TAVARES PEREIRA; ANA CRISTINA OLIVEIRA BRUNO FRANZOI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ, RJ, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; complicações da diabetes; diabetes mellitus tipo 2

Resumo: Introdução: O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) pode afetar o estado de saúde e a qualidade de vida dos indivíduos, além de muitas vezes gerar incapacidade funcional, como dificuldade na mobilidade de membros inferiores, nas atividades físicas em geral, nas atividades de vida diária, atividades instrumentais de vida diária e de lazer. Objetivo: Investigar o que há publicado sobre a abordagem dos terapeutas ocupacionais no tratamento de pacientes com DM2. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática de artigos, sendo realizada a partir da Biblioteca Virtual em Saúde e das bases de dados PUBMED e SCOPUS, com três pesquisadores de forma independente, de janeiro a junho de 2013. Para a pesquisa foram utilizados os seguintes Descritores em Ciências da Saúde e Termos Livres: “Terapia Ocupacional”, “Atividade de vida diária”, “Atividade Cotidiana”, “Atividade Básica da Vida Diária”, “Atividade Instrumental da Vida Diária”, “Desempenho Ocupacional”, “Papéis Ocupacionais”, "Diabetes mellitus tipo 2", "Diabetes não insulino dependente", "Diabetes não dependente de insulina", "Diabetes mellitus tipo II", "Diabetes tipo 2", "Diabetes tipo II", “Pacientes diabéticos tipo 2", "Pacientes diabéticos tipo II", "Pacientes com diabetes tipo 2", " Pacientes com diabetes tipo II", "Complicações da diabetes" e seus equivalentes em inglês. Os Anais critérios de inclusão foram artigos que apresentam a atuação dos terapeutas ocupacionais com pacientes com DM2 no Brasil e no exterior, publicados nos idiomas português e inglês, publicados nos últimos 10 anos e de espécie humana. Foram excluídos artigos que não apresentavam resumo e que não abordavam o DM2. Resultados/discussão: Foram encontrados 706 artigos a partir da busca de descritores e termos livre nas três bases de dados. Ao delimitar a pesquisa com os critérios de inclusão e exclusão e artigos duplicados, foi possível analisar 287 artigos. 242 citavam termos relacionados com a Terapia Ocupacional como DeCS/Mesh e 139 no título e/ou resumo; 5 citavam a Terapia Ocupacional como DeCS/Mesh e 6 no título e/ou resumo. Apesar dos artigos abordarem o declínio funcional, comprometimento das atividades cotidianas, gerenciamento da rotina e qualidade de vida em pacientes com DM2, pouco se discute sobre a atuação da Terapia Ocupacional. Considerações Finais: Há pouca publicação acerca da abordagem da Terapia Ocupacional com pacientes com DM2. Entende-se que a Terapia Ocupacional no acompanhamento desses clientes pode favorecer o gerenciamento do cotidiano, a qualidade de vida, a promoção de saúde e a prevenção de incapacidades.




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[281]

PERCEPÇÃO DE MÃES DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA SOBRE A COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

CARLA ADRIANA VIEIRA DO NASCIMENTO; MARIANE SARMENTO DA SILVA; ANA FLÁVIA DE MORAIS SANTOS BORGES; BRENDA SOELE SOUZA MATOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BR.

Palavras-chave: comunicação alternativa; mães; percepção

Resumo: Introdução: O presente estudo faz parte do Projeto de Extensão intitulado de “Comunicação Alternativa e Ampliada – possibilidades de comunicação e de inclusão para crianças com deficiência: uma atuação do Terapeuta Ocupacional”, contemplado com uma bolsa fomentada pela Pró-Reitoria de Extensão da UFPA. A Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) é definida por outras formas de comunicação além da modalidade oral, como gestos, língua de sinais, expressões faciais, pranchas de alfabeto, símbolos pictográficos, sistemas sofisticados de computador com voz sintetizada etc, utilizada quando o indivíduo com deficiência apresenta dificuldades para se comunicar. Objetivos: Compreender a percepção de mães de crianças com deficiência sobre os recursos da CAA. Metodologia: Esta pesquisa tem uma abordagem quanti-qualitativa. Realizaram-se uma busca bibliográfica e entrevistas, de perguntas abertas e fechadas, com 36 mães/cuidadores de crianças com deficiência, atendidas no Hospital Universitário Betina Ferro de Souza. Realizaram-se transcrições na íntegra, a partir das entrevistas, para análise de conteúdo e obtenção de categorias de estudo, cujas frequências calculadas foram relacionadas com os achados da literatura nacional. Resultados/Discussão: As entrevistadas eram mães ou cuidadores de crianças com diferentes diagnósticos, sendo os mais frequentes deficiências neuromotoras (44,5%) e déficits auditivos (13,9%). De todas as crianças, 25% se comunica com as pessoas por meio de gestos. Os resultados demonstraram que 75% das entrevistadas desconhecem os benefícios oferecidos pela CAA. Daquelas que conhecem, a maioria informa já ter utilizado a LIBRAS (44,4%) e pranchas de comunicação (33,3%) como estratégia para se comunicar com a criança. Em relação ao sentimento despertado quando consegue se comunicar com a criança, a maioria refere a felicidade (69,4%). Considerações Finais: Concluiu-se que há significativo desconhecimento das entrevistadas sobre a CAA, independente da utilização ou não de algum recurso. Associa-se tal achado a falta de informação. Sabendo que as mães de crianças com deficiência são, geralmente, suas cuidadoras principais e convivem com as dificuldades diárias da criança, em especial, a dificuldade comunicação e de compreensão das solicitações da criança que está sob seus cuidados, faz-se necessário evidenciar e valorizar os recursos de CAA como mediadores das interações mãe-criança.




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[288]

GRUPOS DE TERAPIA OCUPACIONAL PARA PAIS CUIDADORES DE FILHOS COM ESQUIZOFRENIA: BENEFÍCIOS PERCEBIDOS PELOS CUIDADORES

LEONARDO MARTINS KEBBE; ANGÉLICA DA SILVA ARAÚJO; REGINA CELIA FIORATI

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; grupos; cuidador

Resumo: Introdução: Grupos de terapia ocupacional podem ser empregados para mobilizar, estimular, educar, treinar para o trabalho, treinar para a vida em sociedade, recriar e abordar problemas de relacionamento, conscientizar, entre outras finalidades. Objetivos: Discutir possíveis benefícios terapêuticos resultantes da participação de pais cuidadores de pessoas com diagnóstico de esquizofrenia, em grupos de Terapia Ocupacional. Metodologia: Estudo qualitativo-descritivo, realizado em um ambulatório de saúde mental de um hospital geral localizado no interior do Estado de São Paulo. A pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa. A coleta de dados deu-se ao longo de 05 grupos de terapia ocupacional, audiogravados, dos quais participaram 10 familiares (7 mães e 3 pais) cuidadores de filhos com esquizofrenia que faziam acompanhamento no ambulatório. Os grupos tiveram temas previamente delimitados: 1) Apresentação; 2) O cuidado ao filho e vida ocupacional do cuidador; 3) Dificuldades referentes ao cuidado; 4) Lida com as dificuldades; 5) Perspectivas futuras. Os dados foram analisados por meio de análise temática de conteúdo. Resultados/Discussão: A partir dos temas discutidos nos grupos focais (categorias prévias), os benefícios das intervenções terapêuticas grupais constituíram as seguintes unidades temáticas: expressão de sentimentos (o grupo possibilita expressar sentimentos, o que não é totalmente possível com outros familiares); esclarecimento de dúvidas sobre a doença (oportunidade para a expressão e resolução de dúvidas); aprendizagem sobre as diferentes formas de cuidar; compartilhamento de experiências; disposição para cuidar (a participação em grupos com pessoas que vivem situações semelhantes resulta em disposição para oferta de cuidados, fazendo com que o cuidador vislumbre um futuro melhor para si e para o filho sob seus cuidados). Atividades gráficas e expressivas foram desenvolvidas nos grupos sendo propulsoras e facilitadoras das discussões, propiciando trocas entre as experiências cognitivas, afetivas e também das ações empreendidas no cuidado prestado. Considerações Finais: Faz-se necessária a implantação de estratégias terapêuticas que tenham como foco os cuidados aos cuidadores, especialmente àqueles que cuidam de pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, como a esquizofrenia, de modo a lhes oportunizar a reflexão compartilhada sobre os possíveis modos de cuidar de si e do outro, expor suas dificuldades e seus afetos.




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[289]

CONCEPÇÕES DOS TERAPEUTAS OCUPACIONAIS SOBRE SUA ATUAÇÃO E AS POLITICAS PUBLICAS DE SAUDE MENTAL

LEONARDO MARTINS KEBBE; BRUNA ROMANO GOMES; REGINA CELIA FIORATI

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde mental; políticas públicas

Resumo: Introdução: No Brasil, diversas mudanças vêm sendo engendradas para a transformação da atenção à pessoa com transtorno mental. Apesar dessas mudanças, em muitos casos os serviços substitutivos ainda não estão estruturados para responderem as demandas dos usuários. Os profissionais necessitam, portanto, revisar constantemente suas estratégias de intervenção, reconstruindo suas práticas para que respondam às finalidades propostas pelas políticas publicas de atenção em saúde mental. Objetivos: Identificar as concepções que terapeutas ocupacionais têm a respeito das políticas públicas e sobre a organização da rede de serviços de saúde mental. Metodologia: Estudo qualitativo descritivo, do qual participaram 10 terapeutas ocupacionais atuantes em serviços de saúde mental do município de Ribeirão Preto (SP). Após a aprovação do estudo em Comitê de Ética, a coleta de dados foi feita com entrevistas semi-estruturadas, audiogravadas e transcritas. A análise dos dados foi realizada por meio de análise temática de conteúdo. Resultados/Discussão: A partir dos depoimentos dos profissionais, estruturaram-se duas categorias analíticas 1. Rede de serviços de saúde mental; 2. Atuação do terapeuta ocupacional nos serviços de saúde mental. Apesar de os terapeutas ocupacionais conhecerem as propostas político-assistenciais para a instauração de práticas inovadoras junto aos usuários dos serviços onde atuam, encontram dificuldades para a objetivação dessas propostas. Diversas questões perpassam suas práticas, entre elas: diferenças ideológicas e políticas entre os diversos profissionais e serviços, o que dificulta o diálogo e a construção de um projeto eficaz para os usuários, e para a rede Anais municipal de saúde mental; dificuldade para a estruturação dos serviços, devido à falta de investimentos, gerando déficits de recursos materiais e humanos; dificuldade na articulação dos serviços em rede em decorrência das diferenças políticas e ideológicas e também em decorrência do precário estabelecimento dos processos de referência e contrarreferência que tenham como foco as necessidades singulares dos usuários dos serviços. Considerações Finais: A partir dos resultados, destaca-se a importância do amplo envolvimento político e da formação continuada dos profissionais terapeutas ocupacionais, tendo como finalidade a superação dos desafios que a implementação e consolidação dos serviços substitutivos têm colocado para a transformação das praticas em saúde mental e para a construção de uma rede que responda as necessidades de seus usuários.




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[290]

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO PARA O CONVÍVIO COM UM FAMILIAR EM SOFRIMENTO PSÍQUICO: ESTUDO BIBLIOGRÁFICO

LEONARDO MARTINS KEBBE; BENTO MIGUEL MACHADO; REGINA CELIA FIORATI

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BR.

Palavras-chave: cuidador; saúde mental; enfrentamento

Resumo: Introdução: A Reforma Psiquiátrica possibilitou que a assistência à pessoa com transtorno mental se desenvolvesse em equipamentos de saúde mental de base comunitária, prioritariamente, confrontando o arcaico modelo manicomial que se fundamentava na internação integral. Os familiares se tornaram importantes aliados no processo de tratamento do familiar adoecido e a característica menos restritiva dos serviços possibilitou maior convívio entre usuários e seus familiares. A experiência cotidiana de cuidar de um familiar com transtorno mental acarreta aos cuidadores sofrimento significativo, o que leva a reflexões sobre as condições de saúde do cuidador e as estratégias que empregam para o enfrentamento de problemas advindos do convívio com o ente em sofrimento psíquico. Objetivos: Por meio de pesquisa bibliográfica, buscou-se identificar e caracterizar as experiências envolvidas no cuidado à pessoa com transtorno mental e as estratégias de enfrentamento de problemas utilizadas pelos familiares cuidadores. Metodologia: Foram selecionados 24 artigos científicos indexados em bases de dados entre 2007 e 2012 e utilizado os descritores “saúde mental” e “cuidador”. Utilizou-se a técnica de análise temática de conteúdo para a análise dos dados. Resultados/Discussão: As unidades temáticas correspondentes à pré-categoria (1) Experiências envolvidas no cuidado, foram: sobrecarga, vivida pelos cuidadores; tarefas de cuidar, designadas pelas atividades relacionadas aos cuidados; dificuldades de adesão do paciente ao tratamento e implicações para o cuidador; críticas aos serviços de saúde, associadas às dificuldades de acolhimento do cuidador; preconceito, gerando abandono do cuidador e da pessoa sob cuidados; desinformação, especialmente sobre modos de cuidar e suporte social deficitário. A pré-categoria (2) Enfrentamento das dificuldades, apresenta as unidades temáticas: Busca por suporte social, por informações e espiritualidade, que figuraram como possibilidades de lida com as dificuldades do cuidar. Considerações Finais: Sugerem-se estudos que avaliem o impacto do cuidar na saúde mental e global do cuidador e em sua qualidade de vida, visando a formulação de propostas interventivas (assim como sua avaliação), que possibilitem minorar as dificuldades cotidianas provenientes da prestação de cuidados. (Agência financiadora: PIBIC Santander 2011-2012).
  



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[296]

A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DE TERAPIA OCUPACIONAL COM MULHERES MASTECTOMIZADAS NO HC/UFPR

MICHELLE RODRIGUES CARDOSO; FERNANDA DELLE MADALOSSO; MARIA JOSÉ GUGELMIN DE CAMARGO

HC - UFPR, CURITIBA, PR, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; câncer de mama; desempenho ocupacional

Resumo: Introdução: Para a composição deste trabalho, observou-se 8 mulheres com câncer de mama, que realizaram cirurgia de mastectomia de Halsted (radical) ou mioconservadora, no período de dezembro de 2012 a abril de 2013, atendidas pelas terapeutas ocupacionais residentes do Programa Saúde da Mulher. Essas mulheres apresentavam em comum o risco na redução do desempenho ocupacional nas atividades realizadas no ambiente hospitalar, inadequação postural, risco para formação de edema, diminuição da participação social e fragilização em relação à autoestima. Objetivos: Os objetivos das intervenções foram: Redução da dor; Prevenir redução das habilidades de desempenho durante o período de internação ; Otimizar o desempenho ocupacional nas atividades de vida diária (AVDs); Estimular à participação social; e Promover a autoestima. Metodologia: Os atendimentos de Terapia Ocupacional às mulheres mastectomizadas foram realizados no período pós-operatório imediato enquanto as pacientes estavam internadas na enfermaria de Ginecologia e Reprodução Humana. Consistiram em determinar o perfil ocupacional e realizar a análise do desempenho ocupacional. Os atendimentos ocorreram através da escuta ativa das demandas apresentadas e avaliação através da observação clínica das dificuldades de desempenho ocupacional. Discussão: Nos atendimentos, realizou-se a adaptação das AVDs, considerando os hábitos e rotinas pessoais, através de orientações sobre os cuidados especiais na execução das mesmas. Foi orientado sobre o correto posicionamento no leito e prescrição de almofadas de posicionamento.Foram criados espaços que estimulavam a participação social através da interação com a equipe, familiares e outras pacientes, e atividades de educação em saúde, com folhetos e cartilhas informativas. As atividades de autocuidado e de abordagem corporal possibilitaram o relacionamento com os seus corpos, autoestima, habilidades de regulação emocional e controle da dor. Ao final dos atendimentos as pacientes foram encaminhadas, à terapeuta ocupacional do ambulatório, para continuidade do tratamento. Resultados: Durante e após os atendimentos as pacientes apresentaram maior conforto, segurança e melhora do desempenho nas atividades de autocuidado, na mobilidade funcional e no sono e descanso. Considerações Finais: O atendimento da Terapia Ocupacional no contexto hospitalar junto às pacientes mastectomizadas em seu pós-operatório imediato promove segurança, funcionalidade e desempenho ocupacional na execução da atividades e de seus diversos papéis, potencializando a autoestima, favorecendo melhor qualidade de vida e auxilia no retorno à sua rotina.




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[297]

BULLYING:REFLEXÕES TERAPÊUTICAS OCUPACIONAIS

DEYVIANNE THAYNARA DE LIMA REIS; CAMILA PAOLA DE MELO MENDES; ZELITO DOS ANJOS DO NASCIMENTO FILHO; YARIMA SILVA GOMES DE CASTRO; LAIANA SOEIRO FERREIRA

UEPA, BELEM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; bullyng; ocupação humana

Resumo: Introdução: A violência no âmbito escolar vem adquirindo cada vez maior visibilidade social; embora sempre tenha existido, hoje assume uma definição diferente: o bullyng. Originado de maus relacionamentos entre os sujeitos em instituições escolares traz consequências físicas, psicológicas e sociais que interferem no desempenho ocupacional do indivíduo. Dessa forma, esse estudo contém uma correlação entre o modelo da ocupação humana e as áreas de desempenho afetadas. Esse modelo define a ocupação como sendo uma parte intrínseca da condição humana, defende que o homem é concebido como um sistema aberto que interage com o meio ambiente, produz nele modificações e é por ele influenciado, subdivide-se em três subsistemas: volição, habituação e desempenho. Objetivos: Realizar revisão bibliográfica sobre o conceito de bullyng, bem como, sobre suas consequências dentro dos elementos do desempenho ocupacional que são as áreas de desempenho, os componentes do desempenho e contextos de desempenho. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica, descritiva, com abordagem qualitativa. Resultados/Discussão: A literatura mostra que a expressão bullyng é cada vez mais comum no cotidiano das escolas, entre os envolvidos têm-se os alvos, que são as vítimas geralmente fracas, física e emocionalmente; os autores, que são naturalmente impulsivos; os alvos-autores que são tanto vítimas como agressores e as testemunhas, que se classificam como participantes ativos, observadores, incentivadores de agressão, e os defensores dos alvos. Assim, muitos jovens acabam sofrendo mudanças em seu contexto, que vai desde a evasão da escola até a intimidação no relacionamento interpessoal, há reflexos negativos no processo de socialização e aprendizagem. Observa-se um dano nos componentes e contextos de desempenho, o que afeta o desempenho ocupacional dos envolvidos. Conclusões/Considerações: As pessoas expostas a esse tipo de agressão sofrem influência em seus aspectos ocupacionais, levando a consequências como o isolamento social, ansiedade, estresse, frustração, dentre outros, sendo então fundamental o papel da Terapia Ocupacional com estes jovens.




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[302]

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTAGIO DE TERAPIA OCUPACIONAL EM UMA UNIDADE NEONATAL

GÉSSICA DANIELLE MENDONÇA NEVES; KRYSLENE DOS SANTOS SOUZA ALCÂNTARA; MANUELA DE MEDEIROS ALBUQUERQUE; JULIANA DOS SANTOS AURELIANO VIANA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS, MACEIÓ, AL, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; unidades de terapia intensiva neonatal; desenvolvimento infantil

Resumo: Introdução: O Ministério da Saúde (PORTARIA Nº 930/12), descreve a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) como serviços hospitalares voltados para o atendimento de recém-nascido grave ou com risco de morte. Assim, são levados a Unidade Neonatal (UN) os recém nascidos que necessitem de cuidados especiais. Com o objetivo de contribuir para a mudança de postura dos profissionais visando a humanização da assistência ao recém nascido, o Ministério da Saúde lançou por meio da Portaria nª 693,a “Norma de atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso (método canguru) com a visão de um novo paradigma que é o da atenção humanizada a criança, seus pais e a família, respeitando-os em suas individualidades. O terapeuta ocupacional é o profissional que pode contribuir na dinâmica deste processo de humanização além de prevenir desvios/atrasos no desenvolvimento e de promover melhor qualidade de vida. Objetivos: Descrever a experiência de estágio de Terapia Ocupacional em Materno-Infantil, no período de março a maio de 2013, em uma UTIN de uma Maternidade Escola em Maceió/AL. Metodologia: Inicialmente as estagiárias de Terapia Ocupacional conheceram a dinâmica da maternidade e discutiram junto à preceptora sobre prematuridade, avaliação de RN e desenvolvimento dos RNs. As estagiárias realizaram avaliações de RN na unidade neonatal a fim de identificar possíveis atrasos e alterações no desenvolvimento, realizaram manuseios que possibilitaram organização postural e confeccionaram adaptações para posicionamento de RN quando necessário, órteses de membros superiores, além de orientações à genitora sobre os cuidados com o RN, desenvolvimento neuropsicomotor, contato pele-a-pele e aleitamento materno. Resultados/Discussões: A experiência em uma UTI Neonatal permitiu um reconhecimento da importância da Terapia Ocupacional neste setor de atendimento, dadas suas muitas contribuições e possibilidades de atuação em cada fase do desenvolvimento infantil. Assim, foi percebido que o terapeuta Ocupacional se preocupa com o cuidado humanizado, por meio de técnicas que favorecem uma organização global aos bebês no período em que se encontram num lugar extremamente agressor e desconfortável, favorecendo ao bem estar, adaptando e melhorando sua chegada ao mundo. Considerações Finais: Essa experiência possibilitou as estagiárias compreensão e reflexão das várias possibilidades de atuação da Terapia Ocupacional no contexto de uma maternidade, a vivência da prática no atendimento e identificação de bebês com risco no desenvolvimento e favoreceu o desenvolvimento da postura profissional na abordagem com o paciente, família e equipe.




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[304]

A TERAPIA OCUPACIONAL ATUANDO COM IDOSO DELIRANTE EM UMA INSTITUIÇÃO ASILAR: UM ESTUDO DE CASO

RAYANE TOTTI ARAUJO; CAMILA TOFOLLI SILVA; MIRELA MORENO ALMEIDA DE ANDRADE

FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS - UNESP, MARÍLIA, SP, BRASIL.

Palavras-chave: saúde mental; terapia ocupacional; idoso

Resumo: A senescência é um processo natural do ser humano. Durante esta fase, acontecem modificações fisiológicas, psicológicas e sociais que tem influência direta no comportamento do idoso. O impacto do envelhecimento altera por si só os hábitos de vida levando a ocupações pouco ativas, já que existe um declínio gradual das aptidões físicas, sensoriais e cognitivas. Essas mudanças geram perdas de autonomia, convívio social e queda na autoestima. As alterações dos aspectos psicossocias no idoso levam principalmente a problemas nas habilidades de desempenho e nos padrões de desempenho, ocasionando dificuldades para realização nas demandas das atividades em seus contextos e ambientes. Desde modo, as intervenções da Terapia Ocupacional tem como proposta melhorar a qualidade de vida do idoso delirante, visando a sua autoestima e retorno do seu papel social, tornando mais independente e ativo. Este trabalho teve como objetivo relatar os resultados obtidos através da intervenção de Terapia Ocupacional com uma idosa institucionalizada que apresenta quadro de alteração de consciência e presença de delírios, o que prejudica significativamente sua capacidade funcional nas atividades cotidianas e suas relações sociais. Os atendimentos foram realizados em uma instituição asilar na cidade de Marília, interior de São Paulo, entre Abril e Junho de 2013. A participante foi uma idosa de 73 anos, que apresenta a fala disártrica, hipoacuidade auditiva e pensamentos delirantes, é independente nas atividades de vida diária, porém pouco participativa na rotina asilar, onde reside há 6 anos. Para a intervenção foram realizadas atividades estruturadas com sequência lógica e etapas bem definidas tendo sempre como resultado um produto final que tivesse significado afetivo, com o objetivo de proporcionar organização mental e lucidez no seu estado de consciência. Os atendimentos eram realizados duas vezes por semana, contemplando os períodos da manhã e tarde, sendo as sessões individuais de trinta minutos e os atendimentos grupais aproximadamente uma hora e trinta minutos. A partir das intervenções obtivemos como resultado a organização mental com redução dos delírios, antecipação da rotina asilar e com isto maior participação nas tomadas de decisão no seu cotidiano, melhora da comunicação e maior interação com os demais moradores especialmente durante os atendimentos em grupo. Nos períodos de ociosidade a paciente apresenta novamente episódios de delírios e comportamento infantilizado, porém consegue identificá-los e procura atendimento no setor de Terapia Ocupacional a fim de se reorganizar.




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[305]

DESEMPENHO OCUPACIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS COM DIABETES TIPO 2

FERNANDA DE SOUSA MARINHO; ANA CRISTINA OLIVEIRA BRUNO FRANZOI; CLAUDIA REGINA LOPES CARDOSO; GIL FERNANDO DA COSTA MENDES DE SALLES; CAMILA BARROS DE MIRANDA MORAM; PRISCILA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; complicações da diabetes; diabetes mellitus tipo 2

Resumo: Introdução: O diabetes é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, decorrente da sua alta prevalência e morbi-mortalidade. Causa efeitos danosos no longo prazo para o organismo, apresentando riscos para o desenvolvimento de complicações, que somadas ao processo de envelhecimento, podem causar limitações quanto ao desempenho de várias atividades cotidianas e qualidade de vida. Objetivo: Analisar o impacto do diabetes tipo 2 no desempenho ocupacional e na qualidade de vida em pacientes com Diabetes Tipo 2. Metodologia: Sujeitos da pesquisa: pacientes em acompanhamento ambulatorial regular na coorte do Programa de Diabetes Tipo 2 do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Critério de exclusão: pacientes com dificuldades de comunicação e cognitivas e que não concordaram em participar do estudo. Desenho do estudo: estudo transversal descritivo. Instrumentos utilizados: Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (MCDO) e SF-36 (Domínios de Dor, Emocional e de Capacidade Funcional). Para a categorização das atividades citadas pelos clientes na MCDO, foram utilizados os domínios do componente Atividade e Participação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. A coleta de dados foi realizada no período de 29/02/2012 a 27/05/2013. Resultados/discussão: Participaram do estudo 408 indivíduos (64,5% mulheres, com idade média de 64,91 anos e tempo médio de diabetes de 15,37 anos). Os indivíduos relataram as seguintes áreas problema de desempenho ocupacional: “mobilidade” (53,78%), “cuidado pessoal” (21,40%), “vida doméstica” (13,26%), “aprendizagem e aplicação do conhecimento” (7,68%), “vida comunitária, social e cívica” (1,65%), “tarefas e exigências gerais” (1,19%), “áreas principais da vida” (0,56%), “interações e relacionamentos pessoais” (0,39%) e “comunicação” (0,05%). A média de pontuação para o desempenho foi de 4,6 e de satisfação do paciente em relação às atividades percebidas como de difícil execução no cotidiano foi de 4,2. A média de pontuação do domínio dor foi de 49,8, do domínio emocional 60,2 e do domínio de capacidade funcional de 49,2. O item desempenho se correlacionou fortemente com o item satisfação (r=0,71), teve correlação moderada com os domínios de capacidade funcional (r=0,429) e de dor (r=0,305) e correlação fraca com o domínio emocional (r=0,176). Não houve correlação com a idade (r=0,48) e tempo de diabetes (r=-0,117). Considerações Finais: Foram identificadas limitações no desempenho ocupacional e na qualidade de vida dos indivíduos entrevistados. Observa-se a necessidade de acompanhamento terapêutico ocupacional com esses indivíduos.




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[307]

MÚSICA: INSTRUMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL NO RESGATE DA AUTO-ESTIMA EM IDOSOS

ELIANIA PEREIRA DA SILVA1 ; ANA CRISTINA PALHANO SILVA2 ; ADRIANA NOGUEIRA DE ALMEIDA3 ; REGIANE LUSTOSA DA CRUZ4

1.HU-UFMA, SÃO LUIS, MA, BR; 2.CLÍNICA SANTA MARTA, SÃO LUIS, MA, BR; 3.UNICEUMA, SÃO LUIS, MA, BR; 4.CAPS 1, COELHO NETO, MA, BR.

Palavras-chave: idoso; musica; auto-estima

Resumo: O IBGE (2002) utiliza a definição de idosos da Organização Mundial da Saúde (OMS), que determina a população idosa como sendo aquela a partir dos 60 anos de idade, havendo, no entanto, uma distinção quanto ao local de residência, pois nos países desenvolvidos são considerados idosos os indivíduos a partir de 65 anos. Segundos dados do IBGE (apud ROSSETO, 2008), considerando as tendências de redução da taxa de fecundidade e aumento da longevidade da população brasileira, estima-se que, nos próximos 20 anos, a população ultrapasse no Brasil, os 30 milhões de pessoas, representando cerca de 13% da população total. Assim, faz-se necessário, cada vez mais, pensar e elaborar ações voltadas para essa parcela da população, objetivando a elevação da qualidade de vida durante o processo de envelhecer. A respectiva pesquisa analisou a música como instrumento terapêutico ocupacional no resgate da auto-estima em idosos do Projeto Melhor Idade do 1º Grupamento de Bombeiros Militar da cidade de São Luís, identificando os principais fatores de risco que levam à diminuição da auto-estima. Destacando-se como objetivo central da pesquisa analisar o potencial Anais terapêutico da música no processo de promoção da auto-estima em idosos, em prol da qualidade de vida durante o processo de envelhecimento. Os dados foram levantados através de um estudo prospectivo para análise qualitativa dos benefícios junto às idosas, que se dispuseram a participar da pesquisa de forma voluntária, bem como colaborar com os seus instrumentos, tais como: Termo de Consentimento e Questionário. Portanto, com relação à análise dos registros realizados sob a forma de um diário, pôde-se observar os seguintes resultados: criação do vínculo entre as participantes e a pesquisadora; resgate, através da música, das lembranças e parcelas da história de vida perante o grupo, levando a auto-valorização e um aumento da auto-estima. Sendo importante ressaltar a necessidade de continuar produzindo ações e reflexões similares às apresentadas na presente pesquisa, focando outras populações, bem como outras tipologias de atendimento e atenção à saúde.




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[308]

ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) E A UTILIZAÇÃO DA TERAPIA DE CONTENÇÃO INDUZIDA (TCI): UM RELATO DE CASO

VÍTOR DE VILHENA SANTOS; THAISSA THAYARA MACHADO PINTO; LUCAS FRANÇA ALFONSO; RODRIGO CORREA NOGUEIRA; ROGÉRIA PIMENTEL DE ARAUJO MONTEIRO

UEPA, BELÉM, PA, BR.

Palavras-chave: acidente vascular encefálico (ave); hemiparesia; terapia de contenção induzida (TCI)

Resumo: Introdução: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é caracterizado por um déficit neurológico decorrente de uma deficiência na circulação cerebral que pode resultar na morte ou incapacidade do indivíduo acometido. Muitos indivíduos permanecem dependentes em algum nível de suas Atividades de Vida Diária. O AVE é a primeira causa de morte no Brasil, com um enorme impacto econômico e social. Estima-se que uma a cada seis pessoas no mundo sofrerão um AVE. A hemiparesia consiste em uma paralisia parcial em um hemicorpo, sendo a manifestação mais comum do AVE. Considerando os altos índices de incapacidade nos Membros Superiores de pacientes com hemiparesia em decorrência do AVE, criou-se a Terapia de Contensão Induzida (TCI). A TCI é caracterizada pela restrição do MS (Membro Superior) não afetado, concomitante a um intensivo treinamento do MS afetado, a utilização do Shaping e técnicas comportamentais. A TCI baseia-se em dois mecanismos: o fenômeno do desuso aprendido e a reorganização uso-dependente. Objetivo: Discutir a eficácia da aplicabilidade do método da TCI, bem como incitar a produção de novos conhecimentos relacionados a este tema. Metodologia: A partir dos conhecimentos sobre a TCI, decidiu-se utiliza-la com paciente, 51 anos, sexo masculino, aposentado, diagnosticado com AVE. O paciente apresenta quadro de hemiparesia no hemicorpo direito com padrão espástico. Anteriormente à doença, o paciente trabalhava como cobrador de ônibus. Realizou-se avaliação inicial no dia 09/05/2012, tendo como queixa principal não poder pegar nada com a mão direita. Durante a avaliação observou-se disfuncionalidade do Membro Superior Direito (MSD) acompanhada a uma Amplitude de Movimento (ADM) reduzida e negligência do MS acometido. Realizou-se atendimentos três vezes na semana, com duração de uma hora, durante um mês, totalizando 14 atendimentos, incluindo a avaliação e a reavaliação. O paciente evoluiu de forma positiva a TCI. Resultados: Ao fim do atendimento, o paciente realizava adução e abdução horizontal de ombro ativamente, já não negligenciava mais seu MSD e estava começando a estender as falanges da mão, fundamental para pegar e soltar objetos. Considerações Finais: A partir desse estudo foi possível concluir que a TCI exerce papel fundamental no tratamento de pacientes com sequela de AVE, pois se utiliza de cinesioterapias associadas a técnicas comportamentais que incentivam o paciente a usar o MS acometido não apenas no ambiente de terapia, possibilitando assim uma melhora rápida e eficaz do paciente.
  



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[315]

ORIENTAÇÃO À FAMÍLIA DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL COMO RECURSO DE INTERVENÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL

KARINE KRAMECK; GABRIELA CORDEIRO CORREA

UFPR, CURITIBA, PR, BR.

Palavras-chave: pesquisa em terapia ocupacional; pessoa com deficiência visual; orientação familiar

Resumo: O Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística constatou que 3,5% da população brasileira possui deficiência visual severa, sendo esta a deficiência que mais incide sobre a população. A deficiência visual gera inúmeras implicações à pessoa e ao sistema familiar, por isso, discute-se a importância de enfocar a família de pessoas com deficiência visual no processo de habilitação e reabilitação. Nas ultimas décadas, emergiu o novo modelo de assistência à saúde da pessoa com deficiência, que considera fundamental o enfoque sociocultural e ecológico, paradigma que engloba a participação familiar. Com uma visão biopsicossocial, fundamentada na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), o terapeuta ocupacional é apto a intervir junto às famílias de pessoas com deficiência visual, a fim de identificar demandas ambientais - físicas e sociais - com objetivo de tornar a família um facilitador do processo de habilitação, reabilitação e inclusão da pessoa com deficiência visual. Utilizou-se nesta pesquisa uma abordagem qualitativa exploratória, com objetivo de identificar e descrever, através de entrevista semi-estruturada, a atuação do profissional de Terapia Ocupacional voltada aos familiares e/ou cuidadores, considerando os profissionais atuantes em parceria com as instituições que prestam serviço especializado de habilitação e/ou reabilitação a pessoas com deficiência visual no município de Curitiba-PR. Destaca-se que foram identificados dois profissionais que atendiam aos critérios de inclusão para a pesquisa. Com a análise dos resultados, foi possível observar que os profissionais de Terapia Ocupacional participantes da pesquisa reconhecem a importância da orientação e da participação familiar. Para isso realizam orientações de maneira verbal, durante o atendimento, ou realizam orientação por meio de material escrito, quando não possuem contato direto com a família. Apesar da relevância apontada, os profissionais relatam enfrentar barreiras para a realização dessa intervenção, como a utilização do recurso de maneira informal e a impossibilidade de realizar visitas domiciliares. No entanto, apoiado na fundamentação teórica, foi possível afirmar a importância da utilização do recurso de orientação, à medida que este envolve a família no processo e direciona o cuidado adequado à pessoa com Anais deficiência, contribuindo para o seu processo de desenvolvimento. Destaca-se, portanto, a atual necessidade de enfocar o novo modelo de assistência à pessoa com deficiência na prática do profissional de Terapia Ocupacional, buscando as mudanças necessárias nos serviços de saúde para favorecer essa prática.




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[316]

INTERVENÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL JUNTO A PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NO MUNICÍPIO DE CURITIBA–PR

KARINE AMANDA DE ARRUDA; GABRIELA CORDEIRO CORREA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BR.

Palavras-chave: pessoas com deficiência visual; terapia ocupacional; intervenção direta

Resumo: A deficiência visual acarreta em implicações no desempenho de atividades. O terapeuta ocupacional reconhece a saúde, além de outros fatores, através do engajamento em ocupações e atividades que permitem a participação em diferentes contextos e ambientes. Considerando essas questões e a incidência significativa da deficiência visual no município de Curitiba/PR, o objetivo desse estudo foi identificar a atuação do terapeuta ocupacional voltada diretamente à pessoa com deficiência visual nesse município, considerando as principais demandas dessa população, de acordo com as áreas de ocupação, os métodos de intervenção e os recursos de intervenção utilizados. Foi empregada uma abordagem qualitativa exploratória com uso de entrevista semi-estruturada com profissionais de terapia ocupacional. Foram analisados descritivamente e discutidos os dados referentes às entrevistas aplicadas com dois profissionais. A faixa etária da população atendida por eles variou de 0 a 2 anos e 14 a 62 anos. Essa população apresentou diagnóstico de deficiência visual do tipo cegueira, deficiência visual do tipo baixa visão e deficiência visual associada a outras deficiências. Nas entrevistas apareceram implicações nas seguintes áreas de ocupação: as atividades de vida diária, as atividades instrumentais de vida diária, a educação, o trabalho, o brincar, o lazer e a participação social. As atividades de vida diária e a educação apareceram como áreas de ocupação que sofreram interferência da deficiência visual nas diferentes faixas etárias. O brincar apareceu como uma das principais áreas de ocupação que sofre interferência da deficiência visual durante a infância, enquanto que as atividades instrumentais de vida diária, o trabalho, o lazer e a participação social apareceram durante a adolescência, a fase adulta e a velhice. Em relação aos métodos de intervenção, quatro métodos foram utilizados pelos profissionais entrevistados, sendo eles: estabilizar ou restaurar; manter; modificar; e prevenir. Em relação aos recursos de intervenção, foram relatados o brincar, o uso de jogos, de atividades lúdicas, corporais, expressivas e de comunicação. Considerando essas implicações, percebeu-se que existe demanda para a Terapia Ocupacional no atendimento a essa população, em diversas áreas de ocupação, em diferentes etapas do desenvolvimento humano e em diversos contextos. O terapeuta ocupacional como profissional das áreas de habilitação e/ou reabilitação, pode intervir de diferentes formas, por meio de métodos de intervenção e utilizando diversos recursos para favorecer o desempenho ocupacional dessa população.




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[317]

INSERÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL EM INSTITUIÇÕES ESPECIALIZADAS NO ATENDIMENTO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL EM CURITIBA-PR

KARINE KRAMECK; KARINE AMANDA DE ARRUDA; GABRIELA CORDEIRO CORREA

UFPR, CURITIBA, PR, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; pessoas com deficiência visual; habilitação e/ou reabilitação

Resumo: Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, por meio do Censo 2010, 268.196 pessoas do município de Curitiba – PR apresentaram algum comprometimento da visão. Dessas, aproximadamente 2,5% não conseguem enxergar de modo algum, 13,7% apresentam grande dificuldade de enxergar e 83,8% apresentam alguma dificuldade de enxergar. A deficiência visual gera inúmeras implicações ao indivíduo e a sua família, afetando diversas áreas da ocupação. Assim, observa-se a necessidade da intervenção do terapeuta ocupacional junto a essa população. O objetivo deste estudo foi identificar a inserção do terapeuta ocupacional em instituições que prestam serviços de habilitação e/ou reabilitação às pessoas com deficiência visual no município de Curitiba – PR. Pautado em uma abordagem qualitativa exploratória, foi realizado um levantamento das instituições de atendimento a pessoas com deficiência e selecionadas aquelas voltadas ao atendimento de pessoas com deficiência visual. Como instrumento de coleta de dados, foi elaborado um questionário destinado aos representantes dessas instituições, com questões referentes ao perfil da população atendida, aos serviços prestados e ao quadro de profissionais da instituição. Foram identificadas seis instituições que prestam serviços a pessoas com deficiência visual. Em relação aos profissionais das instituições, o terapeuta ocupacional não apareceu como profissional do quadro fixo de funcionários em nenhuma delas. Em algumas das instituições, esse profissional atua por meio de parcerias com outras instituições ou serviços do âmbito da Assistência Social, Educação e Saúde. No total, foram identificados quatro profissionais de Terapia Ocupacional que atuam em parceria com algumas dessas instituições. Um deles faz parte do quadro de funcionários da instituição ligada à Assistência Social; um atua na instituição do âmbito da Saúde; e dois atuam em uma das instituições por meio de uma parceria estabelecida com a Universidade Federal do Paraná, sendo supervisores do estágio de Terapia Ocupacional que acontece na instituição. Considerando que a deficiência visual tem ocorrência significativa no município de Curitiba-PR e que o terapeuta ocupacional pode contribuir no atendimento dessa população, verifica-se a escassez desse profissional em instituições que prestam serviço de habilitação e/ou reabilitação à pessoas com deficiência visual nesse município.




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[321]

TERAPIA OCUPACIONAL E SUAS CONTRIBUIÇÕES JUNTO AO PACIENTE CARDÍACO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

LUISE FERREIRA DE QUEIROZ; ALINE SARTURI PONTE

UFSM, SANTA MARIA, RS, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; reabilitação cardíaca; qualidade de vida

Resumo: Introdução: As doenças cardíacas são reconhecidas mundialmente como um problema de saúde pública devido ao grande número de casos que surgem a cada ano. A moléstia cardíaca, uma vez instalada, tem forte impacto na vida do paciente, devido às limitações decorrentes dos sintomas físicos e psicológicos associados à doença. O desempenho funcional fica comprometido, não realizando mais as atividades habituais do dia-a-dia, tendo insuficiência para o trabalho e nas relações sociais. A Terapia Ocupacional surge nesse cenário como a profissão que estuda a atividade humana e visa à emancipação e autonomia do sujeito através da estimulação de suas capacidades e habilidades. Objetivo: Apresentar as contribuições da Terapia Ocupacional frente à reabilitação de pacientes cardíacos, a partir de uma revisão bibliográfica. Metodologia: Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica. Para tal prática, utilizou-se o acervo da biblioteca da Universidade Federal de Santa Maria/RS e sites de revistas científicas, como Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, Pubmed, Biblioteca Virtual de Saúde, entre outros. Resultado/Discussão: A profissão atuando nesse contexto possui um grande foco no que diz respeito à retomada da participação social do sujeito, de modo que esse é um dos processos de perda que ocorrem com as pessoas acometidas por uma doença cardíaca. A Terapia Ocupacional cria melhores condições possíveis, tanto físicas como mentais e sociais, para que o paciente possa, graças ao seu próprio esforço, manter ou, se a perdeu, reconquistar a sua função tanto quanto possível normal, na comunidade. A educação e o aconselhamento ao paciente na execução das atividades de vida diária - auto-cuidado, produtivas e lazer, e nos aspectos relacionados à doença são alguns objetivos que a profissão busca alcançar para um retorno estruturado ao cotidiano. Entre outras formas de intervenção, encontramos adaptações de utensílios e adequação do ambiente, análise e organização da rotina ocupacional e de participação social, bem como treinamento de técnicas para conservação de energia. Considerações Finais: Observamos que o terapeuta ocupacional é o profissional capacitado para promover independência e autonomia a esses pacientes, trabalhando os aspectos físicos, mental e social promovendo uma melhor qualidade de vida. A temática escolhida é abordada nas mais diversas áreas da saúde. Na Terapia Ocupacional o tema é pouco explorado, não existindo muitas bibliografias que relacionem a reabilitação cardíaca e a intervenção terapêutica ocupacional.




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[324]

PERFIL FUNCIONAL DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL NA PERSPECTIVA DE CUIDADORES E PROFISSIONAIS

ALYNE KALYANE CAMARA OLIVEIRA1 ; BRUNA LIDIA TAÑO2 ; THELMA SIMÕES MATSUKURA1

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BR.

Palavras-chave: cuidadores; paralisia cerebral; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: O perfil funcional da criança com paralisia cerebral (PC) é dependente de características do contexto no qual ela vive. Em relação às atitudes de cuidadores familiares acerca dos estímulos e expectativas relativas às crianças com PC, estudos verificaram divergências entre informações disponibilizadas pelo cuidador e por profissional responsável pelo tratamento da criança, porém, tais divergências ainda não estão esclarecidas. Objetivos: Verificar a concordância entre o perfil funcional de crianças com PC relatado por cuidadores e profissionais, nas áreas de autocuidado, mobilidade e função social e identificar variáveis relativas ao cuidador, criança e ambiente que estivessem associadas a tal concordância. As variáveis investigadas foram: condições sócio-demográficas da família, estresse e suporte social do cuidador e nível motor da criança. Metodologia: Participaram 50 crianças com PC entre 3 e 7,5 anos, 50 cuidadores e 25 profissionais, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, vinculados à instituições de reabilitação do interior Paulista. Utilizou-se o Inventário de Sintomas de Stress de Lipp, Questionário de Suporte Social, Sistema de Classificação da Função Motora Grossa, Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade e uma Ficha de Identificação dos Participantes. Análise estatística descritiva e inferencial foi utilizada. Resultados/Discussão: Fortes correlações foram encontradas, indicando concordância entre o perfil funcional relatado por cuidadores e profissionais, principalmente sobre habilidades funcionais das crianças e assistência dos cuidadores disponibilizada, com menor concordância sobre modificações do ambiente utilizadas pelas crianças. A força das correlações foi influenciada pela situação conjugal da cuidadora, renda familiar, sintomas de estresse, recebimento de orientação quanto às atividades de vida diária da criança, tempo de permanência com a criança e o nível motor da mesma. Os resultados se distanciam de apontamentos da literatura, ao indicar aproximação entre avaliações de cuidadores e profissionais, e uma similaridade de perfil funcional das crianças com PC nos diferentes contextos investigados, ao mesmo tempo em que indicam fatores que podem explicar o nível de concordância entre cuidadores e profissionais, como variáveis presentes neste processo. Considerações Finais: Acrescenta-se ao conhecimento produzido na área, evidenciando a influência de variáveis relacionadas à avaliação de cuidadores sobre a funcionalidade da criança com PC e para intervenções do terapeuta ocupacional e demais profissionais da saúde e educação a serem propostas com famílias e crianças em contextos de desenvolvimento.




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[326]

A INSERÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NO SERVIÇO DE REFERÊNCIA EM PSORÍASE NO ESTADO DA PARAÍBA

VALÉRIA LEITE SOARES; IVANICE JACINTO DA SILVA; JANYELLE SALÊNIA CUNHA CHAVES; KARL MARX DA NÓBREGA CABRAL

UFPB, JOÃO PESSOA, PB, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; psoríase; intervenção

Resumo: Introdução: Este relato de experiência surgiu a partir da vivencia de estudantes do curso de Terapia Ocupacional no ambulatório de dermatologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW)/João Pessoa/PB, serviço de referência no estado. Por identificamos uma forte demanda para terapia ocupacional junto à pessoa com Psoríase, o grupo sentiu a necessidade de registrar o trabalho desenvolvido na instituição para evidenciar possibilidades na assistência junto à equipe multiprofissional. A psoríase promove grande impacto na qualidade de vida dos acometidos. É uma doença inflamatória crônica da pele, apresentando lesões eritematosas, acomete homens e mulheres na mesma proporção e não é contagiosa. Cerca de30% dos casos podem apresentar artrite. Objetivo: descrever e analisar a atuação da terapia ocupacional na assistência as pessoas com psoríase. Metodologia: O trabalho seguiu as seguintes etapas de construção: levantamento de bibliografia sobre o assunto; participação em espaços de discussão entre integrantes da equipe do hospital, estudantes e professores; planejamento e estratégias de intervenção. Discussão: Não foram encontrados em nenhuma das bases de dados utilizadas estudos que relatavam a atuação da terapia ocupacional com pacientes de psoríase. No hospital, o grupo atuou na distribuição de informativos a respeito da doença, acompanhou o serviço da médica e da enfermagem na triagem, além de aplicar o questionário de qualidade de vida em alguns pacientes. O acompanhamento com a médica permitiu um maior conhecimento clínico sobre a doença e as consequências da psoríase no cotidiano das pessoas. A distribuição de informativos sobre a doença mostrou a carência de informação tanto dos acometidos quanto dos familiares. No acompanhamento com a enfermagem, foi observada a triagem e organização da rotina do serviço. Os testes de qualidade de vida aplicados expressaram alterações psicológicas, físicas e de exclusão social. Observa-se que as manifestações cutâneas, contribuem significativamente na exclusão destas pessoas no convívio social e nos aspectos psicossociais. Considerações Finais: A intervenção da terapia ocupacional no atendimento individual Anais e/ou grupal de pessoas com psoríase é essencial. A psoríase é uma doença com impactos significativos psicossociais e em muitos casos promove limitações físicas provocadas pela artrite psoriática ou pela forma clínica manifestada interferindo no cotidiano e no desempenho ocupacional.




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[334]

FANZINE - ESTRATÉGIA PARA A PROMOÇÃO DE SAÚDE DE ADOLESCENTES DURANTE O ENSINO MÉDIO

LUDMILA GONÇALVES PERRUCI; ELKE TIEGUI BALDO; ADRIANA SPARENBERG OLIVEIRA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; promoção de saúde mental; projeto de vida na adolescência

Resumo: Introdução: A conclusão do Ensino Médio e o delineamento de um projeto de vida estão presentes nesse momento da vida de um jovem. Tais circunstâncias podem trazer o enfrentamento de situações de estresse. (Peruzzo, 2008). O adolescente demonstra grande interesse em atividades que permitam a expressão e identificação de sentimentos, valores e pensamentos. (OPAS, 1998). O Fanzine por ser uma atividade que permite essa expressão de criticas e opiniões, pode auxiliar na aproximação e reflexão sobre esse período de vida. Objetivos: Relatar a experiência de criação de um fanzine a partir do projeto de extensão “Terapia Ocupacional e Projeto de Vida: estratégias para a promoção de saúde mental na escola com foco no ensino médio”, junto a alunos do ensino médio de uma escola pública de Ribeirão Preto/SP. O objetivo de criar o Fanzine foi proporcionar aos estudantes uma forma de reflexão, que os auxiliassem na clarificação de valores, possibilidade de escolhas em relação aos papeis ocupacionais de vida, tais como escolhas profissionais e as relações familiares, fatos que podem ser causadores de grande sofrimento psíquico nesta fase da vida. Método: Trata-se de um estudo qualitativo, com metodologia participativa (SILVA, 2002) e princípios da Terapia Ocupacional segundo a análise da ação humana proposta por Oliveira (2005) apud Josue et al. (2009). Foram utilizados os resultados obtidos da análise documental do material de supervisões realizadas semanalmente, no período de 01/09 a 10/12 de 2010, bem como, os de relatórios dos 13 encontros realizados com 14 adolescentes com idade entre 16 e 18 anos. Resultados: Através das supervisões, análise dos relatórios e demandas trazidas pelos adolescentes em cada encontro foi possível perceber temas recorrentes, tais como a necessidade de ter algo concreto para aliviar seus sofrimentos e angústias, fazer reflexão e clarificação de valores, promover o autoconhecimento e refletir sobre o seu projeto profissional e de vida de uma forma que eles mesmos conseguissem comunicar essa angustia. Foi proposto a criação de um Fanzine, que tem por titulo “Papo de Adolescente” o qual utiliza a própria linguagem dos jovens a respeito dos conflitos enfrentados em seus relacionamentos familiares, que foi o tema mais recorrente durante os encontros. Foram relatadas expressões, sentimentos, dúvidas e situações vividas pelo grupo de estudantes. Considerações Finais: A criação do Fanzine como estratégia para a promoção de saúde mental se mostra adequada por utilizar a linguagem dos próprios atores desse processo e oferece entrar em contato com seus sentimentos através da criação de um fanzine de uma maneira não verbal.




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[346]

PERCEPÇÃO DOS PACIENTES DE TERAPIA OCUPACIONAL EM SAÚDE MENTAL DAS REDES SOCIAIS DE SUPORTE

PAOLA SEGATI; ADRIANA SPARENBERG OLIVEIRA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, RIBEIRÃO PRETO, SP, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde mental; redes de apoio social

Resumo: Introdução: Para Dunst & Trivette (1988), suporte social são “os recursos que outras pessoas provêem, incluindo auxílio emocional, psicológico, físico, informacional, instrumental e material como fonte de influência ao comportamento daquele que recebe a ajuda ou assistência”. Sabemos que dentre os fatores que influenciam significativamente a evolução dos distúrbios mentais encontramos o contexto emotivo familiar, a rede social, a condição laborativa, a estrutura socioeconômica e o tratamento recebido. E as Redes de Suporte, quando associadas à população com transtorno mental, atuam como fator de proteção importante e gerenciador de recursos e suporte social. Entretanto, estudos apontam que pessoas com transtorno mental apresentam redes sociais empobrecidas e poucas relações significativas. (MURAMOTO & MÂNGIA, 2009). Objetivos: Caracterizar as redes de suportes sociais de usuários encaminhados ao serviço de Terapia Ocupacional de Saúde Mental ambulatorial, advindos das áreas de abrangência dos Núcleos de Saúde da Família, localizados no distrito Oeste do município de Ribeirão Preto-SP. Metodologia: Aplicação do instrumento ʺSocial Support Questionnaireʺ (SSQ) em 35 sujeitos. Este instrumento é composto por 27 questões, e cada questão exige uma resposta em duas partes: fontes de suporte social recebido pelo participante e o grau de satisfação com o suporte citado na primeira parte. Discussão: Através da comparação dos resultados entre as Fontes de Suporte Social e o Grau de Satisfação dos entrevistados, é possível fazer reflexões importantes e que podem contribuir para a compreensão do processo de suporte social. Pode- se dizer que os entrevistados caracterizados com algum sofrimento psíquico têm menos desejo de manter relações pessoais e sociais, demonstrando, portanto, condições menos favoráveis tanto de desenvolvimento como de manutenção de sua rede social. As fontes de suporte social que apareceram entre as respostas dos sujeitos foram contabilizadas e dessa forma, percebe- se que as que mais aparecem são aquelas que fazem parte da família ou amigos muito próximos dos sujeitos, notando que a rede social de suporte “formal” composta pela Atenção Básica de Saúde, foi pouco reconhecida. Considerações Finais: Os resultados mostram que há suporte social entre os entrevistados e que as fontes de tal suporte são variadas. Entretanto, de uma forma geral e como pudemos comprovar diante dos resultados da aplicação do Questionário de Suporte Social, os sujeitos apresentam redes sociais de apoio muito pequenas e bem menos recíprocas, havendo uma menor troca de recursos com os que, normalmente, se espera poder ter apoio em situações de crises ou estresses.



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[347]

A TERAPIA OCUPACIONAL NA HUMANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO A GESTANTES DE RISCOS - PROJETO “CORREIO ELEGANTE”

FRANCISLAINE APARECIDA ARNAUT RODRIGUES CARDOSO; DANI LAURA PERUZZOLO; CATIUSCIA ROSA MOREIRA; ANDRESSA ERCOLANI DUARTE; FERNANDA OLIVEIRA DE OLIVEIRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA, RS, BR.

Palavras-chave: gestantes; hospitalização; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: Este trabalho apresenta uma proposta implantada a nível experimental por alunas e docente do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Santa Maria, vinculada a projeto de extensão e a disciplina que problematizam a internação hospitalar de gestantes de risco no Hospital Universitário. Nesta perspectiva foi criada a atividade Correio Elegante, que consistiu na possibilidade de pacientes, familiares e equipe, enviarem bilhetes afetivos uns aos outros, cabendo ao terapeuta ocupacional ser o agente estimulador e facilitador de sua realização. Objetivos: Humanização da assistência às gestantes de risco e familiares; qualificação das relações entre pacientes, familiares e equipe e, apresentação de uma das contribuições do terapeuta ocupacional quanto à intervenção no cotidiano da gestante internada e na rotina hospitalar. Anais Metodologia: Foi constituído em três etapas, quatro dias da mesma semana do mês de outubro de 2012. A etapa um referia-se a divulgação da proposta do projeto e entrega dos papéis e envelopes; a segunda etapa consistia na coleta das cartas e entrega aos destinatários e a terceira etapa referia-se a entrega de resposta caso houvesse. O envio das mensagens era incentivado de modo informal, com intuito de proporcionar um ambiente de descontração, que auxiliasse na produção de desejo de trocar mensagens. Resultados/Discussão: Percebeu-se a existência de mistificações em relação à impressão que os pacientes têm da equipe e vice-versa. A equipe demonstrou surpresa ao receber mensagens de agradecimento. Por sua vez, os pacientes também se surpreenderam com as respostas da equipe. Ainda notou-se uma mudança significativa do comportamento passivo, para ativo, de algumas pacientes, onde as que não queriam participar ao ouvirem as mensagens-resposta de outra colega de quarto passavam a escrever. Quando as alunas iniciaram o processo de encerramento da atividade, obtiveram retorno muito positivo nas avaliações tanto das pacientes e seus familiares quanto da equipe. Foi unânime a identificação da importância da atividade como espaço para a revitalização das relações afetivas, consideradas por todos como um campo necessário para a qualidade do atendimento e oferecido também para a melhora da paciente. Considerações Finais: Assim, pode-se perceber a efetivação da humanização do ambiente hospitalar, que ganhou um novo significado, onde a equipe sentiu-se valorizada e os pacientes sentiram-se acolhidos. Para as alunas do curso, desmistificou-se a ideia de que atividades que tenham por objetivo a qualificação do cotidiano hospitalar possam ser identificadas como simples atividades para ocupar-se o tempo das pacientes.
  



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[349]

ATENÇÃO MULTIPROFISSIONAL DE USUÁRIO COM TRAUMA RAQUIMEDULAR ATENDIDO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA USP: RELATO DE CASO

DIONNE DO CARMO ARAÚJO FREITAS; PAMELA GRAZIELA CARDOSO; ELIANI TIEMI YOSHIOKA; ROSÉ COLOM TOLDRÁ; MARIA HELENA MORGANI DE ALMEIDA

FACULDADE DE MEDICINA DA USP, SÃO PAULO, SP, BR.

Palavras-chave: trauma raquimedular, terapia ocupacional; fisioterapia, movimento; ocupação humana

Resumo: Introdução: Atualmente estima-se no Brasil uma incidência de cinco a seis mil novos casos de lesão medular por ano, principalmente homens, entre 15 e 34 anos. Uma lesão na medula pode acarretar alterações nas funções motoras e sensitivas, viscerais, autonômicas, vasomotoras, esfincterianas, sexuais e tróficas. Essas alterações afetarão o comportamento ocupacional, a imagem corporal, autoestima da pessoa e a qualidade de vida. Evidencia-se a importância da reabilitação ser conduzida por equipes multidisciplinares. A Residência Multiprofissional da área de Concentração Adulto e Idoso desenvolvido no Hospital Universitário da USP permite uma ação terapêutica conjunta por diferentes profissionais, o que favorece uma atenção mais abrangente voltada às necessidades da pessoa. Objetivo: Relatar o acompanhamento ambulatorial de um usuário com trauma raquimedular (incompleta nível T6), por arma de fogo, atendido pelos residentes da fisioterapia e da terapia ocupacional. Metodologia: Estudo de caso com análise documental a partir dos registros de atendimentos realizados pelas duas áreas profissionais no primeiro semestre de 2013. Resultados/Discussão: Foram realizados 11 atendimentos conjuntos da Terapia Ocupacional e da Fisioterapia utilizando como abordagens a ocupação humana e a motricidade. Foi realizada entrevista semiestruturada para levantamento de necessidades, interesses e expectativas; aplicação da Medida de Independência Funcional; aferição de força e de amplitude de movimento; testes de sensibilidade e observação de desempenho em atividades de vida diária. O paciente apresentou-se dependente para realização de atividades de vida diária e de lazer, com ruptura de papéis ocupacionais e diminuição da autoestima e prejuízo na imagem corporal. A conjugação de abordagens de Terapia Ocupacional e de Fisioterapia facilitou a realização das atividades de higiene, vestuário e de transferências, bem como a melhora da funcionalidade. As intervenções e as orientações envolvendo a esposa favoreceu maior nível de independência e retomada de alguns papéis ocupacionais como trabalhador, por meio de novas rotinas e dos papéis de pai e marido favorecendo a autoestima e autoimagem corporal. Conclusões/Considerações: A Terapia Ocupacional mostra-se importante para a reabilitação ocupacional e funcional de pessoas acometidas por trauma raquimedular e sua atuação é potencializada quando em conjunto com a Fisioterapia.




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[353]

A IMPORTÂNCIA DO ENVOLVIMENTO DO CUIDADOR NO TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL

CAMILA DE PAULA CARDOSO ROCHA; ANA CLARA HOLANDA DO NASCIMENTO; ROGÉRIA PIMENTEL DE ARAUJO MONTEIRO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM, PA, BR.

Palavras-chave: paralisia cerebral; cuidadores; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: A paralisia cerebral se refere a um grupo de desordens motoras decorrentes de uma malformação ou de uma lesão cerebral nos primeiros anos de vida. O impacto do diagnóstico de paralisia cerebral, o pouco esclarecimento, a falta de orientação e os aspectos socioeconômicos são alguns fatores que podem ocasionar prejuízos no tratamento e no desenvolvimento da criança, visto que tem como consequências a desestruturação familiar e o enfraquecimento do vínculo entre o cuidador e a criança. Porém, é de fundamental importância a cooperação dos cuidadores no tratamento, pois estes são responsáveis por dar continuidade em casa contribuindo para o desenvolvimento integral da criança. Objetivo: O trabalho em questão teve como objetivo identificar a relevância do envolvimento do cuidador no tratamento terapêutico ocupacional de crianças com paralisia cerebral sobre a perspectiva do acadêmico. Metodologia: A pesquisa do tipo quanti-qualitativa, foi desenvolvida na Unidade de Ensino e Assistência de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade do Estado do Pará, através da prática da disciplina Clínica da Infância e Adolescência. Nesta prática foram acompanhadas 13 crianças com paralisia cerebral e seus cuidadores. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário, o qual foi aplicado a 25 acadêmicos de Terapia Ocupacional que participaram desta prática, com a finalidade de analisar a perspectiva destes acerca do engajamento dos cuidadores de crianças com paralisia cerebral. Resultados/Discussão: Na análise dos dados observou-se que 50% dos acadêmicos identificaram queixas dos cuidadores em relação à criança e 34,21% que os cuidadores tinham dificuldade de aceitar o diagnóstico, o que interferia diretamente no desenvolvimento e tratamento desta clientela. Apesar de muitos destes relatarem que os cuidadores buscavam orientações, ainda assim foi analisado que este é um aspecto que precisa ser melhorado, visto que quando os responsáveis têm clareza sobre o diagnóstico da criança o seu envolvimento no tratamento é mais significativo. Considerações Finais: Mediante a esses dados e com base na literatura, concluiu-se que a família influencia diretamente no desenvolvimento infantil, pois é através desta que a criança adquire suas primeiras experiências e primeiro contato com o meio em que está inserida. Nesse contexto, o terapeuta ocupacional, além de estar capacitado para atuar diretamente com a criança, deve estar atento às demandas apresentadas pelo cuidador, traçando estratégias de acompanhamento nas quais poderão minimizá-las contribuindo para o fortalecimento do vínculo cuidador e criança, além de colaborar para o seu desenvolvimento global.




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[355]

OBSERVAÇÕES SOBRE O NORMAL E O PATOLÓGICO NO ENVELHECIMENTO HUMANO

BRENDA PINA DOS SANTOS1 ; BRUNO COSTA POLTRONIERI2 ; EVELYN GLÓRIA ROGOZINSKI2

1.HOSPITAL DE CLÍNICAS - UFPR, CTBA, PR, BR; 2. IPUB/UFRJ, RJ, RJ, BR.

Palavras-chave: normal; patológico; envelhecimento

Resumo: Introdução: em o “normal e o patológico” de Canguilhem, questiona-se a abordagem positivista e a dicotomia normal-patológico apoiada na disjunção qualitativoquantitativo. Observa-se ainda influência desta corrente filosófica no saber médico, haja visto o processo de patologização do normal explícito nas últimas edições do CID 10 (com 70 categorias diagnósticas a mais que o CID 9) e DSM-IV (que insere mais 32 categorias em relação a anterior) pressupondo uma busca de se catalogar cada vez mais doenças. Assim, nota-se ainda no imaginário popular o normal bastante ligado à saúde orgânica, embora não se possa negligenciar o papel da cultura e dos aspectos psicossociais na concepção de cada um. Relacionando com o processo de envelhecimento, observou-se que embora este seja um processo fisiológico normal, no cotidiano a palavra velho possui uma representação social gerontofóbica que leva por vezes a relacionar este a algo patológico. O objetivo do trabalho foi analisar a percepção de idosos e seus acompanhantes quanto à relação entre a velhice, o normal e o patológico, à luz da discussão apresentada por Canguilhem. Método: O estudo de caráter qualitativo, realizado com idosos em suspeita de desordens mentais (depressão ou demência) e os respectivos acompanhantes, idosos e não idosos, foi realizado no acolhimento de um serviço de Psicogeriatria vinculada a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Resultados: durante a entrevista notou-se de modo geral, que as respostas reproduziram a ideia de velhice ligada ao patológico. Algumas respostas do grupo ainda sugeriram uma ideia de gerontofobia; e muitos relataram que o bem-estar de cada pessoa, em especial o velho, fica dependente do meio que se vive: família, cultura e sociedade. Considerações Finais: Foi possível refletir sobre algumas questões acerca do envelhecimento. Constatou-se que saúde e doença, o normal e o patológico acham-se integrados à própria vida dos indivíduos. Essa etapa do ciclo de vida tem suas características próprias assim como outras etapas e o sentimento de vida contrariada vai ocorrer num grau maior na velhice, dependendo de como o indivíduo se preparou para ela. Constatou-se também que a família, o trabalho e a cultura podem exercer grande influência nas aspirações e expectativas em relação à velhice; por um lado estabelecendo uma “norma” de culto ao corpo como paradigma de saúde e juventude, e por outro, conotando negativamente tudo o que diz respeito à velhice, sendo que esta deve ser vista como algo natural e normal, conforme Canguilhem afirma “a vida não conhece a reversibilidade, mas admite reparações que são inovações fisiológicas”.




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[356]

MOTORISTA IDOSO: IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS, REFLEXÃO SOBRE PRÁTICAS DE AUTOCUIDADO E PREVENÇÃO DE ACIDENTES

SARA SOARES RIBEIRO; MARIA HELENA MORGANI DE ALMEIDA; MARINA PICAZZIO PEREZ BATISTA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP, SÃO PAULO, SP, BR.

Palavras-chave: condução de veículo; idoso; autocuidado

Resumo: Introdução: No Brasil a participação de idosos no trânsito cresce rapidamente. Condições do envelhecimento, como diminuição da acuidade sensorial, da força, da flexibilidade e da concentração, expõem idosos a riscos no trânsito, porém constata-se que a sociedade e os profissionais estão pouco preparados para auxiliar esse grupo de motoristas. Objetivos: Traçar perfil de um grupo de motoristas idosos; levantar mudanças na direção veicular geradas pelo envelhecimento; identificar riscos a que motoristas idosos são expostos; propor práticas de autocuidado para compensação de dificuldades e prevenção de acidentes, identificar mecanismos sociais que contribuam para essa prevenção; refletir acerca de limitações impeditivas do ato de dirigir e alternativas para preservação da mobilidade. Métodos: Pesquisa-ação junto a treze motoristas idosos participantes do Programa Universidade Aberta à Terceira Idade da USP/SP, em três etapas: entrevistas, grupo de orientação para o autocuidado relacionado ao ato de dirigir e, grupo foco para avaliação da orientação realizada. Resultados/Discussão: Os idosos informaram dirigir há 20 anos ou mais. A maioria dirige diariamente ou frequentemente na cidade, 58% referem uma ou mais dificuldades para dirigir, a maioria de ordem socioambiental (64%) e emocional (35%), seguidas por físicas, sensoriais e cognitivas que, reunidas, foram mencionadas por 35%. No grupo de orientação foram resgatadas dificuldades e, com base nelas, os participantes refletiram sobre práticas de autocuidado. As práticas adotadas ou previstas pelos idosos corresponderam e ainda superaram as descritas pela literatura, identificando-se nos participantes, adoção de práticas de autocuidado. Algumas falas ilustram essas práticas: "Depois da aula de audição, consegui convencer meu marido a ir ao otorrino...”, "isso (processamento de informação) é mais lento também com a idade", "eu sugiro a internet para exercício da memória", “alguns bancos não se ajustam para idosos”, “eu troquei por um carro automático porque sentia dor no ombro e melhorou muito pra dirigir”. No grupo foco identificaram-se benefícios do grupo de orientação com ampliação de práticas de autocuidado, reconhecimento de limitações impeditivas do ato de dirigir e alternativas futuras para manter mobilidade. Considerações Finais: O grupo significou reforço e desenvolvimento de práticas de autocuidado a serem adotadas por idosos e sociedade, em antecipação ou na vigência de dificuldades e em resposta às condições socioambientais adversas. Tais práticas contribuem para manter o idoso dirigindo por mais tempo e segurança.




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[358]

INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL COM A RETINOSE PIGMENTAR E ASPECTOS DE INSÔNIA: UM ESTUDO DE CASO

DÓRIS ALVES HENRIQUES VIANA; NAZARETH MALCHER; RANI SOARES CRUZ VAZ

UNIVERSIDADE, BRASÍLIA, DF, BR.

Palavras-chave: retinose pigmentar; intervenção; terapia ocupacional social; adesão ao tratamento

Resumo: Introdução: A Retinose Pigmentar, doença congênita e hereditária que leva a degeneração gradativa e cegueira. Atinge cerca de 4% da população mundial. Não há cura, apenas meios de retardar e tratar condições associativas (como catarata). O atendimento de Terapia Ocupacional ocorreu com S, 45 anos, portadora de retinose pigmentar, faz tratamento na Medicina do Sono do HUB/UnB, por distúrbios do sono decorrentes da história de vida e do déficit visual. Cega do olho direito, com apenas 5% da visão do olho esquerdo e negação sobre sua condição. Tem sua rotina alterada devido à insônia causando depressão, oscilações de humor e prejuízos no cotidiano. Atualmente não trabalha, recebe benefício, é dona de casa, desenvolve atividades da vida diária (AVD) com limitações. Objetivos: Dar ênfase ao desejo/vontade da paciente, de submeter a uma cirurgia para catarata e melhorar sua visão e suas possibilidades para o seu cotidiano, assim a Terapia Ocupacional mediará possibilidades de independência, autonomia e autoestima. Metodologia: Apresentação de estudo de caso sobre a demanda de S e a atuação da terapeuta ocupacional como mediadora desse processo que favoreceu protagonismo na busca de realização do desejo (cirurgia da catarata), além do desenvolvimento de recursos terapêuticos que estimulam o ritmo circadiano e uma melhor higiene do sono. Resultados/Discussão: A Terapia Ocupacional procurou focar não na limitação e adequação ao ambiente no dia a dia, e sua condição saúde (deficiência visual), mas a partir do desejo de S. sob a sua demanda. A prática terapêutica não se restringiu à paciente, mas para ações no cotidiano social sob suas demandas e na dinâmica familiar fortalecendo o vínculo e as relações já estabelecidas, para o protagonismo na busca de sua autorrealização. Considerações Finais: A intervenção da Terapia Ocupacional deve considerar o contexto, a demanda do sujeito, para trazê-la ao protagonismo. Neste sentido, a terapeuta ocupacional deve buscar ser mediadora desse processo. Houve melhora significativa da adesão medicamentosa, pró-atividade no cumprimento de tarefas sob sua demanda.




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[362]

DIFICULDADES PARA ATIVIDADES COTIDIANAS DURANTE O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO E FATORES ASSOCIADOS

MARIA HELENA MORGANI DE ALMEIDA; ANA CRISTINA FAGUNDES SOUTO; MARINA PICAZZIO PEREZ BATISTA; ROSÉ COLOM TOLDRÁ

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BR.

Palavras-chave: autocuidado; envelhecimento; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: O projeto “Envelhecer Mantendo Funções: Idosos do ano de 2020”, realizado entre 2010 e 2012 avaliou a funcionalidade de pessoas com 50 anos ou mais, nas áreas de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional. Objetivos: Apresentar dados da Terapia Ocupacional referentes à caracterização sociodemográfica e funcional. Metodologia: Estudo descritivo e analítico com aplicação do Instrumento para Classificação de Idosos quanto à Capacidade para o Autocuidado (Almeida et al. 2008). Resultados/Discussão: Foram entrevistados 177 sujeitos, a maioria mulheres (69,5%). A maior parte considerava-se satisfeita quanto às suas necessidades econômicas (63,8%) e referia dificuldades para atividades cotidianas (82,5%). Desses, 39% apresentavam dificuldades para Atividades Básicas de Vida Diária (ABVDs) principalmente “comunicação” (25,5%) e “locomoção” (11%), de natureza cognitivas (37%), físicas (34%) e sensoriais (15%) e utilizavam mudanças comportamentais e dispositivos auxiliares para superá-las. Dentre as Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs) 45% referiam dificuldades para “tarefas domésticas” (26,5%) e “preparo de comida” (10%) em decorrência principalmente de dificuldades físicas (40%) e cognitivas (38%) e adotavam prioritariamente mudanças comportamentais para enfrentá-las. Quanto ao Lazer 53% apresentavam dificuldades, principalmente “ler” (23%) e “assistir televisão” (20%), devido a problemas sensoriais (37%) e físicos (34%) e usavam dispositivos auxiliares, mudanças comportamentais e ambientais para compensá-las. Quanto ao “Trabalho” 43% realizavam trabalho remunerado, desses 29% relatavam dificuldades, principalmente cognitivas (50%) e físicas (38,5%) e adotavam basicamente mudanças comportamentais para superá-las. Ainda que sem significância estatística, salienta-se número expressivo de pessoas com menos de 60 anos com dificuldades (40%). Daqueles com dificuldades nas ABVDs, 47,1% não tinham necessidades econômicas satisfeitas, comparado aos 28,7% no grupo sem dificuldades (p=0,013), 73,5% das pessoas com dificuldades eram idosas, enquanto que no grupo sem dificuldades 51,9% tinham 60 anos ou mais (p=0,004), resultados em conformidade com estudos que apontam que incapacidade funcional aumenta com a idade. Dificuldades nas AIVDs apresentaram-se associadas ao “sexo” (p=0,002) à semelhança de outros estudos. Considerações Finais: Pessoas em processo de envelhecimento apresentam prejuízos em sua capacidade funcional. O terapeuta ocupacional contribui para identificação, prevenção e superação de dificuldades visando à promoção de independência e autonomia.




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[363]

REPERCUSSÃO DE PROGRAMAS DE ESTIMULAÇÃO DA MEMÓRIA PARA OS PARTICIPANTES DO PROJETO “ENVELHECER MANTENDO FUNÇÕES

MARIA HELENA MORGANI DE ALMEIDA; ANDREA TOSHYE SATO; MARIANA DOMINGUES; MARINA PICAZZIO PEREZ BATISTA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BR.

Palavras-chave: idoso; memória; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: Considerando que queixas de memória são frequentes no envelhecimento e que declínios cognitivos possam ser amenizados por meio de hábitos saudáveis, exposição às demandas ambientais e estimulação cognitiva, o Laboratório de Gerontologia do Curso de Terapia Ocupacional da FMUSP (GeronTO) ofereceu em 2012, os “Programas de estimulação da memória e funções cognitivas relacionadas” (PEM) aos participantes do Projeto “Envelhecer Mantendo Funções: Idosos do Ano 2020”. Objetivos: Avaliar repercussão dos PEM para os participantes, com ênfase sobre possíveis benefícios desses programas para a memória e atenção. Metodologia: Pesquisa– intervenção realizada em três etapas: avaliação–estimulação–reavaliação. As avaliações iniciais e finais compreenderam entrevistas individuais com questões relativas ao uso da memória, de estratégias mnemônicas e queixas cognitivas e também aplicação de teste de desempenho (MEEM). Os programas foram desenvolvidos em dois grupos, totalizando 25 sujeitos entre 58 e 76 anos, em dez encontros semanais de duas horas. Através de aulas teóricas e atividades práticas, trabalhou-se o conceito de memória e de funções relacionadas, aspectos da memória afetados pelo envelhecimento, estilos de vida saudáveis e estratégias mnemônicas. Resultados/Discussão: Análise comparativa dos dados obtidos antes e após os PEM demonstra aumento de 20% para 48% de sujeitos que referiram usar muito a memória (p=0,012) e aumento no uso de estratégias de memorização (p=0,006) de 52% para 92%. Após os PEM, 84% dos sujeitos referiram melhora na memória e 76% consideraram prestar mais atenção. A melhora referida de memória combinada com as condições “não terem apresentado escore alterado para o MEEM, após os PEM” e “não terem apresentado piora ou terem apresentado melhora entre os escores (inicial e final) do MEEM”, revelou que 52% apresentaram “melhora da memória” após os PEM, ainda que o desempenho exclusivo no MEEM tenha-se mostrado praticamente inalterado (p=0,355). Através da análise qualitativa, realizada a partir das falas dos sujeitos, identificou-se que estes passaram a compreender melhor seus “esquecimentos cotidianos”, atenuando-os com emprego da atenção e de estratégias que facilitem a memorização e buscando estilos de vida mais saudáveis, além disso, afirmam que a realização da intervenção em grupo foi positiva. Considerações Finais: Após os PEM, os sujeitos referiram aumentar o uso da memória e de estratégias de memorização, além de melhora das funções cognitivas e benefícios relacionados à socialização, com repercussões para a realização de atividades cotidianas com maior independência e autonomia.




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[368]

GRUPOS DE CONVIVÊNCIA NA COMUNIDADE: ALTERNATIVA ASSISTENCIAL EM REABILITAÇÃO PARA PESSOAS COM LIMITAÇÕES NA PARTICIPAÇÃO

MARTA AOKI1 ; FÁTIMA CORREA OLIVER1 ; VANESSA ANDRADE CALDEIRA2

1. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SP, SP, BR; 2. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO, SP, SP, BR.

Palavras-chave: participação social; grupos; pessoas com deficiência

Resumo: Para promover assistência a pessoas com deficiência (PCD), em situação de sofrimento psíquico e/ou com limitações na participação e seus familiares são desenvolvidos grupos de convivência na comunidade, um dos dispositivos utilizados por um projeto de atenção e ensino em Terapia Ocupacional em parceria com Unidade Básica de Saúde (UBS). O diagnóstico situacional dessa população identificou necessidades como trabalhar, estudar, realizar tratamento em reabilitação, ter melhores condições de moradia e alimentação, relacionar-se socialmente, romper com a condição do isolamento domiciliar e circular pelos espaços coletivos. Este trabalho apresenta a experiência de três grupos de convivência realizados na comunidade, e discute como os grupos podem responder algumas das necessidades apresentadas. Os grupos denominados Família Mosaico, Grupo Corporal e Capoeira/Cultura Afro-brasileira são realizados em serviços comunitários do bairro e agregam pessoas com e sem deficiência, pessoas em situação de sofrimento psíquico e familiares. São grupos heterogêneos, com participantes de idades variadas e com diferentes tipos de limitações na participação. Os encontros são realizados uma vez por semana, com a coordenação de terapeutas ocupacionais, estudantes e profissionais da UBS. Observa-se que os grupos têm contemplando a participação de PCD com incapacidades graves, com histórico de falta de acesso a serviços de reabilitação, com baixo grau de autonomia e que vivenciam a situação de desvantagem social. Há expressiva presença de jovens e adultos com deficiência intelectual que não têm experiência em projetos de qualificação e inserção profissional e convivência social restrita à família. Para as pessoas com mobilidade reduzida (maioria do grupo Família Mosaico) é fundamental a existência de transporte adaptado público e municipal A participação nos grupos tem promovido trocas afetivas, a descoberta de habilidades manuais e criativas, o cuidado com o corpo, o acolhimento, a melhora da auto-estima e da comunicação entre os participantes. A realização de grupos na comunidade pode dar visibilidade às dificuldades enfrentadas por seus participantes e fomentar a discussão sobre o acesso a direitos sociais (educação, saúde, transporte, benefícios assistenciais, tecnologias de ajuda, inclusão no trabalho, lazer). Discute-se também temas gerais (namoro, processos de adoecimento e envelhecimento) com vistas a construir processos reflexivos e de emancipação dos participantes. A realização desses grupos na comunidade tem sido uma experiência de participação social, de ampliação de recursos para o reconhecimento e validação social e de aumento da rede de apoio das PCD e familiares.





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[372]

PARTICIPAÇÃO SOCIAL E LAZER EM SAÚDE MENTAL

ALINE COSTA DE SOUSA KAWAMURA; MILTON CARLOS MARIOTTI; CAMILA SAYURI MOTIZUKI; JULIANA CASSOL BASTOS; EMANOELLE ALINE OLIVEIRA DE SOUZA

UFPR, CURITIBA, PR, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde mental; lazer

Resumo: Introdução: O lazer é um incentivador da saúde mental, pois é uma atividade prazerosa, que proporciona interação social, atua na prevenção e no controle do estresse, promovendo qualidade de vida. O transtorno mental prejudica o engajamento em atividades sociais, restringindo a prática de lazer. Assim, a Terapia Ocupacional permite que o indivíduo com transtorno mental engaje-se em atividades de lazer, ao facilitar o entendimento das próprias necessidades e ao promover a busca por melhores condições de vida e construção de projetos futuros. Objetivo: Averiguar a relevância do lazer na saúde mental e descrever o acompanhamento terapêutico de Terapia Ocupacional em atividades de lazer com indivíduos acometidos por transtornos mentais. Metodologia: Caracteriza-se como um relato de experiência do Programa de Extensão Saúde Mental na Universidade do Departamento de Terapia Ocupacional da UFPR. Este Programa é destinado aos egressos dos Centros de atenção Psicossocial – CAPs de Curitiba que estejam em processo de preparação para alta. Resultados/Discussão: Constatou-se, a partir da experiência do acompanhamento terapêutico, que os sujeitos com transtorno mental haviam previamente praticado atividades de lazer, todavia essas não faziam parte da rotina dos mesmos na atualidade. A partir do acompanhamento terapêutico proporcionado pelo Programa de extensão esses sujeitos obtiveram o suporte e incentivo necessários para o engajamento e o retorno a pratica de lazer. Houve intervenção em questões como fobias, controle financeiro, baixa auto-estima, mobilidade na comunidade, interação social, autocuidado, pontualidade e responsabilidade. Até ao ponto em que os indivíduos não necessitaram de suporte, somente planejamento e orientações quanto a possíveis intercorrências para organizar e realizar atividades de lazer com autonomia e independência. Cabe ressaltar que os sujeitos também conseguiram perceber problemas e encontrar soluções durante as atividades. Considerações Finais: O lazer é uma atividade essencial para a saúde e bem estar do ser humano. Deste modo, o terapeuta ocupacional atua como agente facilitador da participação social, da manifestação cultural e da formação da identidade do indivíduo com transtorno mental, tornando-o um cidadão atuante na sociedade em que vive.




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[377]

MÉDIAS DO DESEMPENHO OCUPACIONAL E DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM E SEM POLINEUROPATIA DIABÉTICA

CAMILA BARROS DE MIRANDA MORAM; FERNANDA DE SOUSA MARINHO; PRISCILA DA CONCEIÇÃO RODRIGUES; CLAUDIA REGINA LOPES CARDOSO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ, RJ, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; complicações diabéticas; diabetes mellitus tipo 2

Resumo: Introdução: A polineuropatia diabética é a forma mais comum de neuropatia, que afeta tanto as fibras sensitivas como motoras. Seus efeitos, que predispõe a ocorrência de lesões perfurantes nos pés e a dificuldade na cicatrização das feridas, estão também entre as condições que aumentam a morbidade e a mortalidade dos indivíduos com Diabetes. Objetivo: Comparar as médias do desempenho ocupacional, da qualidade de vida (domínios de dor, emocional e capacidade funcional), da idade, do tempo de doença e do controle glicêmico de pacientes com Diabetes Tipo 2 com e sem o diagnóstico de polineuropatia diabética. Metodologia: Sujeitos da pesquisa: pacientes em Anais acompanhamento ambulatorial regular na coorte do Programa de Diabetes Tipo 2 do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Critério de exclusão: pacientes com dificuldades de comunicação e cognitivas e que não concordaram em participar do estudo. A coleta de dados foi realizada no período de 29/02/2012 a 27/05/2013. Para mensurar o desempenho ocupacional foi utilizada a Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (MCDO). A qualidade de vida foi avaliada através do instrumento SF-36. Os critérios mínimos usados para o diagnóstico de polineuropatia diabética foram: a combinação de dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas: sintomas neuropáticos, diminuição da sensibilidade distal (sensibilidade vibratória e tátil) e ausência de reflexos aquileu. Resultados/discussão: Participaram do estudo 392 indivíduos (64,5% mulheres, com idade média de 65,29 anos e tempo médio de diabetes de 15,58 anos). 36,20% dos pacientes avaliados receberam o diagnóstico de polineuropatia diabética. O subgrupo que desenvolveu polineuropatia apresentou diferenças significativas em relação ao desempenho e satisfação nas atividades identificadas como de difícil execução através da MCDO, assim como relacionadas à idade, qualidade de vida, tempo de diabetes e controle glicêmico (Teste T de Studen , p= =<0,001). Apresentaram pior desempenho, satisfação e qualidade de vida, eram mais idosos, tinham maior tempo de doença e pior controle glicêmico. Considerações Finais: A polineuropatia piora o desempenho ocupacional e a qualidade de vida. Pacientes mais idosos, com maior tempo de doença e com pior controle glicêmico apresentam maiores chances de desenvolverem polineuropatia diabética. A Terapia Ocupacional, em uma ação preventiva, pode promover mudanças no cotidiano e no estilo de vida dos indivíduos com Diabetes Tipo 2 visando o ganho de um bom controle glicêmico.




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[379]

CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL NO DESEMPENHO OCUPACIONAL DE PESSOAS COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

ROGÉRIA PIMENTEL DE ARAUJO MONTEIRO; NAYARA LOBATO DA SILVA MOURA; THALITA GATTI MESQUITA MELO

UEPA, BELÉM, PA, BR.

Palavras-chave: desempenho ocupacional; doença pulmonar obstrutiva crônica; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença caracterizada por limitação crônica do fluxo aéreo. As pessoas acometidas por esta doença frequentemente apresentam dificuldade de respiração e acometimentos secundários que interferem em seu desempenho ocupacional. Objetivos: O presente estudo objetivou analisar e documentar as contribuições da intervenção terapêutica ocupacional sobre o desempenho das Atividades de Vida Diária (AVD) e Instrumentais de Vida Diária (AIVD) de sujeitos com DPOC, e, com isto, demonstrar a eficácia da Terapia Ocupacional. Metodologia: Para o estudo foram selecionados seis sujeitos com DPOC, os quais foram submetidos a dez sessões de Terapia Ocupacional no Laboratório de Atividades de Vida Diária da Unidade de Ensino e Assistência de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (UEAFTO) no período de março a junho de 2012. O programa de tratamento consistiu na realização de técnicas de alongamento, relaxamento e de conservação de energia; educação em saúde, onde as intervenções foram voltadas à simulação de AVD e AIVD por meio dos diversos recursos presentes no laboratório de AVD da UEAFTO. Os sujeitos foram avaliados qualitativa e quantitativamente pela escala London Chest Activity of Daily Living (LCADL) antes e após as intervenções a fim de se mensurar mudanças no desempenho das AVD e AIVD. Para análise estatística dos dados, foi utilizado o teste t pareado à fim de comparar os escores iniciais e finais do programa tratamento. Resultados/Discussão: No que diz respeito às atividades de cuidado pessoal, observou-se na avaliação que três sujeitos apresentaram escore relativo a pouca dificuldade de realização das atividades devido à dispneia e três maiores dificuldades. Nas atividades domésticas, os escores foram maiores para todos estes. Na avaliação dos domínios de atividades físicas e de lazer cinco dos seis sujeitos relataram abandono de atividades significativas. Por fim, ao responderem à questão qualitativa da escala, que se refere a quanto à falta de ar afeta as atividades de vida diária, 66,6% dos sujeitos responderam que a falta de ar afeta muito o desempenho de suas atividades, enquanto 33,3% responderam que a falta de ar afeta pouco. Considerações Finais: Após o tratamento, verificou-se que o desempenho ocupacional dos sujeitos aumentou significativamente após a intervenção, visto que houve diminuição do escore referente às limitações nas atividades da escala LCADL. Considera-se que os ganhos funcionais foram possíveis por terem sido trabalhadas tarefas funcionais nas quais os sujeitos apresentavam maior dificuldade e que interferiam diretamente no desempenho ocupacional.





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[380]

AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA: TERAPIA OCUPACIONAL NA LESÃO MEDULAR

ROGÉRIA PIMENTEL DE ARAUJO MONTEIRO 1; JADINE MELO CORRÊA 2; MARCELLE MONTEIRO MATOS 2; TATIRA FERREIRA DOS SANTOS 2

1. UEPA, BELÉM, PA, BR; 2. UNAMA, BELÉM, PA, BR.

Palavras-chave: lesão medular; terapia ocupacional; autonomia e independência

Resumo: Introdução: A Lesão Medular é caracterizada como paralisia temporária ou permanente dos músculos e membros e do sistema nervoso autônomo resultante de compressão da medula, fraturas ou deslocamentos que perfuram ou fazem a transecção da medula. Os indivíduos vitimados por esta lesão necessitam de tratamento que envolve equipe interdisciplinar. Dentre os profissionais que compõe a equipe de reabilitação de indivíduos com sequelas advindas do agravo está o terapeuta ocupacional, que tem como foco de trabalho a “ocupação”, ou à habilidade para desempenhar tarefas e papéis ocupacionais de forma satisfatória. Objetivo: Este estudo teve como objetivo identificar as contribuições da Terapia Ocupacional para a autonomia e independência de pacientes com sequelas de Lesão Medular, no ambiente domiciliar. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso, com uma pessoa do sexo feminino, intitulada S.B.S, 53 anos, vendedora autônoma, nascida e residente na cidade de Curuçá-Pará, apresentando quadro de paraplegia ocasionada por Lesão Medular no nível de T12. Foram realizadas 24 sessões de intervenções. Resultados/Discussão: Para efeito de melhor compreensão na apresentação dos resultados, as atividades realizadas ao longo destas sessões foram agrupadas e apresentadas em 3 categorias, sendo estas: AVD’s e AIVD’s; AVP’s e Locomoção. Resultados/Discussão: A partir do atendimento terapêutico ocupacional que incluiu ainda as orientações para as adaptações no ambiente domiciliar, constatou-se evolução em todas as áreas de desempenho, além de maior motivação da paciente para voltar a desenvolver algumas atividades laborativas. Considerações Finais: A partir das intervenções Terapêuticas Ocupacionais realizadas nesta pesquisa, constatou-se a relevância do papel do Terapeuta Ocupacional no ambiente domiciliar frente às dificuldades advindas da patologia em questão. Mediante os resultados, certificou-se que os objetivos da pesquisa foram alcançados, que a mesma proporcionou maior autonomia e independência e consequentemente uma maior qualidade de vida à S.B.S. Pois se buscou resgatar os contextos ocupacionais identificados como relevantes após as avaliações iniciais e os manifestados como de grande significância para paciente.




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[390]

AVALIAÇÃO DA SOBRECARGA EMOCIONAL EM CUIDADORES DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL: RESULTADOS PRELIMINARES

NATALIA SEGANTINI BARTOLOMEI; CAROLINE DUCHATSCH RIBEIRO DE SOUZA; LUCIANA RAMOS BALEOTTI

UNESP, MARILIA, SP, BRASIL.

Palavras-chave: paralisia cerebral; cuidador; estresse emocional

Resumo: Introdução: A literatura aponta que cuidadores primários de pessoas com as mais variadas deficiências, normalmente, apresentam sentimentos de baixa autoestima, estresse emocional e físico relacionados ao ato de cuidar. Tais sentimentos podem repercutir negativamente na qualidade de vida desses cuidadores e levar a um processo de adoecimento. Objetivo: Este trabalho apresenta um recorte de um estudo mais amplo que objetiva avaliar a sobrecarga emocional em cuidadores primários de crianças com paralisia cerebral (PC). Material e Método: Neste trabalho, apresenta-se a análise de dados de quatro cuidadores primários de crianças com PC, na faixa entre seis e sete anos, atendidas em uma clinica escola vinculada a uma Universidade pública do interior paulista. Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos: 1) questionário contendo questões abertas e fechadas com o objetivo de obter informações acerca dos dados pessoais dos cuidadores e informações relativas à ocupação destes antes e após desempenharem o papel de cuidadores; 2) Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS), 3) Escala de Avaliação do Impacto Emocional sobre os Cuidadores ou Burden Interview. Resultados e Discussão: As quatro cuidadoras eram mães. Dessas quatro, apenas uma exerce trabalho formal desde antes do nascimento de seu filho, o qual apresenta hemiparesia leve (GMFCS Nível I). Duas mães pararam de exercer a profissão após o nascimento de seus filhos, ambos com quadriplegia, com grave comprometimento motor (GMFCS, IV e V) e outra nunca trabalhou fora, sua filha apresenta diparesia leve (GMFCS nível II). Os resultados da Burden Interview variaram entre 12 e 32 pontos, que significa que a sobrecarga do cuidador varia de leve a moderada, sem impacto negativo sobre a qualidade de vida deles. Considerações Finais: Os resultados parciais demonstram que, aparentemente, o grau de comprometimento da função motora da criança com PC e o fato de algumas das mães exercerem apenas o papel de cuidadoras, não influenciaram a sobrecarga emocional das mesmas.




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[393]

POSSÍVEIS PAPÉIS DA AMBIENCIA NA ATENÇÃO À CRISE NO CAPS III

BETHANIA JOSUA ABRANCHES1; ADRIANE HENDERSON DE MATOS2; SOLANNE GONÇALVES ALVES2

1.INSTITUTO MUNICIPAL PHILIPPE PINEL, RJ, RJ, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ, RJ, BR.

Palavras-chave: intervenção na crise; saúde mental; desinstitucionalização

Resumo: Introdução: Segundo a Política Nacional de Humanização do SUS, ambiência é o “tratamento dado ao espaço físico entendido como espaço social, profissional e de relações interpessoais, que deve proporcionar atenção acolhedora, resolutiva e humana”. No CAPS III, ambiência é entendida como um dispositivo realizado nos espaços de convivência do serviço, através de uma abordagem interdisciplinar. Partindo-se dessa compreensão, percebe-se que a ambiência desponta como importante recurso de atenção à crise em CAPS III. A partir da inserção em dois desses serviços, durante período de formação em residência multiprofissional de Saúde Mental, foi possível perceber que, comumente, os usuários acolhidos no serviço, em situação de crise, não sustentam os espaços de atividades coletivas e circulam pelo serviço nos espaços de convivência. Diante disso: qual o papel da ambiência na assistência à crise em um serviço substitutivo? Objetivo: analisar o papel da ambiência no atendimento em CAPS III. Metodologia: Relato de experiência realizado pelas autoras, advindas de programas de residência multiprofissional de duas instituições do município do Rio de Janeiro. Resultados/Discussão: Considerando o caráter subjetivo da crise, entende-se a mesma como momento de intensa fragilidade e potência, diferença e estranheza. Assim, a partir do encontro com o outro (os espaços, os pares, os materiais), o sujeito em sofrimento pode encontrar novas saídas subjetivas para o seu sofrimento. Considerando-se que a subjetividade não se refere à interioridade, mas se constrói nos fluxos entre o sujeito e o meio externo, a ambiência aparece como importante espaço do acolhimento, continência e possível recurso para estabilização da crise. Considerações Finais: Acredita-se que um entendimento orientado da ambiência, enquanto dispositivo clínico e a formulação de um direcionamento na abordagem desse espaço potencializará o cuidado, possibilitando aos diferentes membros da equipe contribuir, conforme as demandas identificadas nos encontros. Nesse sentido, aponta-se a ambiência, como um dispositivo eficaz para a atenção à crise, oferecendo um ambiente acolhedor. Desta forma, o CAPS III mantém sua proposta de ser um serviço substitutivo, de cuidado em liberdade, permitindo a expressão de subjetividades, a manifestação da crise e continência ao sofrimento.




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[395]

HABILIDADES FUNCIONAIS NA CRIANÇA COM CEGUEIRA CONGÊNITA: UM ESTUDO DE CASO

PAULA VIEIRA ALVES 1 ; GRAZIELLE AURELINA FRAGA DE SOUSA 2; HELOISA GAGHEGGI RAVANINI GARDON GAGLIARDO 1

1.CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM REABILITAÇÃO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, CAMPINAS, SP, BR; 2.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, CAMPINAS, SP, BR.

Palavras-chave: desenvolvimento infantil; cegueira; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: A ausência da visão pode influenciar negativamente o desenvolvimento de habilidades motoras como o controle postural, a mobilidade, o alcance, a preensão e a manipulação, o que influencia o desenvolvimento global. Considerando os atrasos causados pela ausência da visão, o trabalho de intervenção precoce torna-se um mediador essencial para que a criança com cegueira possa se desenvolver da melhor forma possível. Objetivo: Avaliar e comparar o desempenho e a necessidade de assistência nas habilidades funcionais de uma criança com cegueira congênita antes e após um período de intervenção terapêutica ocupacional. Metodologia: Participou do estudo uma criança de um ano e seis meses, do sexo feminino, com cegueira congênita, atendida em um programa de habilitação e reabilitação em deficiência visual. Utilizou-se o Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI) antes e após um período de três meses de atendimentos semanais. Nesta pesquisa foram utilizados dois métodos do PEDI: a observação direta e a entrevista estruturada com a mãe da criança, já que alguns itens do instrumento (entrar e sair do chuveiro, mobilidade em ambientes familiarizados, entrar e sair de um automóvel, entre outros) não poderiam ser reproduzidos na instituição. As intervenções tiveram como objetivo principal estimular a melhora no desempenho das habilidades funcionais, a fim de favorecer o desenvolvimento da criança. Para isso foram utilizadas brincadeiras, brinquedos sonoros, de encaixe, sendo exploradas diferentes formas, texturas e tamanhos. As atividades realizadas trabalharam a localização e exploração do meio e de diversos objetos através dos sentidos remanescentes. Durante todas as sessões as atividades eram oralizadas de forma clara para que a criança compreendesse as orientações e, quando possível, respondesse pela linguagem ou por meio de ações. A análise descritiva dos dados foi realizada de forma quantitativa, comparando os escores obtidos nos dois momentos de avaliação, e qualitativa pela observação dos vídeos. Resultados e Considerações Finais: Houve melhora em todas as áreas das habilidades após o período das sessões, sendo possível verificar a eficácia do atendimento terapêutico ocupacional em intervenção precoce com crianças com cegueira congênita. Portanto, conclui-se que quanto mais cedo a criança com deficiência visual for submetida a programas de estimulação, melhor será o seu desempenho quando relacionado ao padrão de sua faixa etária. Assim, a terapia ocupacional pode contribuir de forma satisfatória, juntamente com profissionais de diversas áreas da reabilitação e com os familiares, com o desenvolvimento saudável dessa população.

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[397]

EU ME CUIDO? PERCEPÇÕES E PRÁTICAS DE AUTOCUIDADO DE HANSENIANOS APÓS INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL

FABIANA DRUMOND MARINHO 1; DANIELLE CONSTÂNCIA FELÍCIO MACEDO 1; SUSILENE MARIA TONELLI NARDI 2 ; GILMA CORRÊA COUTINHO 1

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, VITÓRIA, ES, BR; 2.CLR- INSTITUTO ADOLFO LUTZ, SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP, BR.

Palavras-chave: hanseníase; autocuidado; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: A hanseníase, doença infectocontagiosa crônica, é curável, mas infelizmente esse fato não garante que o indivíduo que a contraiu, fique isento das deficiências que ocorrem principalmente pelo alojamento do Mycobacterium leprae nos nervos periféricos dos olhos, mãos e pés. As práticas de autocuidado na prevenção das deficiências são estratégias utilizadas pelos profissionais e exigem dos pacientes participação ativa e adoção de ações sistematizadas em seu cotidiano. Objetivo: Conhecer as percepções de pessoas com hanseníase acerca do autocuidado e verificar suas práticas cotidianas antes e após a intervenção terapêutica ocupacional. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, cuja amostra foi composta por 8 participantes do projeto de extensão “Assistência Terapêutica Ocupacional em Hanseníase” da Universidade Federal do Espírito Santo. Realizou-se 6 encontros grupais com duração de duas horas cada, semanalmente. A intervenção se deu por meio de atividades educativas e dinâmicas interativas sobre o autocuidado. Utilizou-se entrevista semiestruturada antes (pré-teste) e depois (pós-teste) da intervenção e os resultados foram organizados em 4 eixos temáticos: conceito de autocuidado, autocuidado da face, das mãos e dos pés. Resultados/Discussão: Em todos os eixos houve aumento no conhecimento e consequentemente no número de categorias do pós-teste, bem como maior detalhamento do autocuidado realizado cotidianamente. No pré-teste os pacientes consideravam autocuidado como reconhecer-se doente e seguir o tratamento médico e, no pós-teste, acrescentaram condutas de como evitar situações de risco e executar cuidados rotineiros com a face, mãos e pés; os cuidados com a face no pré-teste resumiam-se ao uso de colírio, higiene, proteger os olhos da poeira e realizar exame de vista e, no pós-teste, além das anteriores, exemplificaram como proteger os olhos, condutas frente à entrada de corpo estranho na visão e retirar cílios invertidos; os cuidados com as mãos e pés no pré-teste consistiam em higiene, hidratação e cortar as unhas, já no pós-teste, além desses, citaram a lubrificação, realização de exercícios, proteção das mãos para manusear ferramentas/objetos, observação frequente dos membros e atenção para as áreas com déficit de sensibilidade, cuidados referente à escolha do calçado e evitar longas caminhadas. Considerações Finais: A intervenção propiciou pró-atividade dos pacientes no seu processo de tratamento ao apreenderem medidas que auxiliam na prevenção de deficiências. O êxito das ações em saúde está diretamente relacionado com a atuação interdisciplinar, o que potencializa o alcance dos resultados no tratamento dos indivíduos com hanseníase.




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[410]

A PERCEPÇÃO DOS FAMILIARES SOBRE UM GRUPO DE ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA DE PACIENTES COM LESÃO ENCEFÁLICA ADQUIRIDA

TIANA KIRSCH1; JULIA KONIECZNIAK1; LUEINE MILCZEVSKY2; TALITA PEDRINI DA SILVA2

1.CENTRO HOSPITALAR DE REABILITAÇÃO ANA CAROLINA MOURA XAVIER, CTBA, PR, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CTBA, PR, BR.

Palavras-chave: atividade de vida diária; lesão encefálica adquirida; grupo

Resumo: O grupo de Atividades de Vida Diária (AVD) realizado no Centro Hospitalar de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier (CHR) tem por objetivo favorecer a troca de experiências, a motivação e a independência nas AVD. Realizou-se um grupo coordenado pelas estagiárias do 9º período de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná sob supervisão das terapeutas ocupacionais responsáveis. O trabalho foi desenvolvido semanalmente no período de 09 de abril a 21 de maio de 2013, totalizando 7 atendimentos. O grupo foi composto por 2 pacientes com Lesão Encefálica Adquirida (LEA), sendo um com diagnóstico de Acidente Vascular Encefálico há 8 meses e 76 anos. O outro com 28 anos de idade e diagnóstico de Traumatismo Crânio Encefálico há 8 meses. O presente estudo tem como objetivo relatar a percepção dos pacientes e familiares sobre o grupo através de um relato de experiência. Para tal, no ultimo atendimento realizou-se uma entrevista semiestruturada na qual os familiares responderam questões relacionadas ao desempenho do paciente, aos pontos positivos e negativos do grupo e a percepção dos mesmos sobre a capacidade dos pacientes para realizar as atividades de maneira independente, além disto,. Foram desenvolvidos treinos das atividades de vestuário da parte superior e inferior do corpo, fazer a barba e alimentação. Os pacientes apresentaram um desempenho satisfatório durante as atividades e maior motivação para realizar as atividades em casa, fato que foi notado pelos familiares e relato do em falas como: “Achei o grupo ótimo porque ele aprendeu a se vestir, tomar banho e fazer a barba”; “Ele não pegava água sozinho, está com maior iniciativa”; “está se vestindo sozinho, fazendo a barba” (SIC). Segundo os relatos, o grupo mudou a percepção dos familiares sobre a capacidade dos pacientes e aumentou a independência nas AVD. Após os treinos, com base na Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM), os participantes pontuaram numa escala de 1 a 10 sua satisfação (1 nada satisfeito, 10 extremamente satisfeito) e desempenho (1 incapaz de fazer, 10 capaz de fazer extremamente bem) resultando em uma média de 7,3 de desempenho e 7,1 de satisfação. Considerações: Ao acompanhar o grupo e através da troca de experiência e vivência, a família percebe a capacidade e o potencial de independência do paciente, o que auxilia no engajamento e motivação de ambos no tratamento. A avaliação da percepção do sujeito sobre seu desempenho e satisfação mostrou-se como um indicativo importante no direcionamento dos próximos grupos, motivando a equipe a estabelecer a COPM como parte do protocolo de atendimento grupal.




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[415]

USO DA FOTOGRAFIA COMO RECURSO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL EM CRIANÇA COM MEDULOBLASTOMA: RELATO DE CASO

GIOVANA ROMANI RINALDI; BEATRIZ CRISTINA SILVA SANTOS; CRISTINA CAMARGO DE OLIVEIRA; MARINA DE OLIVEIRA MIGOTTO; NATALIA SEGANTINI BARTOLOMEI

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO, MARÍLIA, SP, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; fotografia; meduloblastoma

Resumo: O meduloblastoma (MB) é uma neoplasia maligna primária do sistema nervoso central (SNC) de procedência embrionária neuroepitelial. É a manifestação de câncer do SNC mais frequente na infância, principalmente na primeira década de vida, somente excedida pela ocorrência de leucemia, possuindo maior probabilidade de levar a criança a óbito. O MB é geralmente formado no cerebelo, a qual é responsável pela função motora. A criança atendida tem oito anos de idade, realizou cirurgia em novembro de 2012, fez tratamento radioterápico de janeiro a março de 2013, e de abril até a o momento da intervenção da Terapia Ocupacional, junho de 2013, realiza sessões de quimioterapia (QT) uma vez ao mês. Em junho foi hospitalizada para dar continuidade ao tratamento quimioterápico, com isso foi submetida às intervenções do estágio supervisionado de Terapia Ocupacional (TO) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, sendo possível observar aspectos da patologia como tremores, movimentos descoordenados, desequilíbrio postural e dificuldade na motricidade oral, além do estado emocional deprimido decorrente dos efeitos colaterais da QT. O presente trabalho visa partilhar uma intervenção de Terapia Ocupacional realizada com uma criança submetida ao tratamento da QT, com foco principal elevar sua auto estima, a fim de reduzir o impacto dos efeitos colaterais do tratamento e motivar o encorajamento da criança para sobrelevar esse momento. Trata-se de um relato de caso realizado na enfermaria pediátrica na ala da onco-hematologia infantil do Hospital das Clínicas de uma cidade do interior paulista, onde foi proposta a criação de um álbum de fotos, apresentadas as opções de cores das maquilagens e os acessórios utilizados, os quais foram escolhidos pela criança; em seguida foram incentivadas poses e feitas as fotos com câmera fotográfica digital. As fotos foram impressas, organizadas em um álbum e entregues na residência familiar. Durante a atividade, a criança encontrava-se radiante e realizada, devido à liberação de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, como diversos estudos da área da saúde comprovam, ocasionando benefícios biopsicossociais, por exemplo, redução da dor e estresse, de modo a trazer benefícios ligados tanto a efeitos colaterais da QT, quanto à patologia em si. A Terapia Ocupacional permite às crianças hospitalizadas que sejam incluídas nesse processo, permitindo que haja com autonomia, já que muitas vezes não há preocupação da equipe médica em lhe passar a palavra. Através dos resultados obtidos, pode-se notar os benefícios que a atuação desse profissional traz para a criança durante o tratamento da QT e sua eficácia no aspecto biopsicossocial da mesma.




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[420]

ESTRATÉGIAS PARA CONSOLIDAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM UM GRUPO DE CONVIVÊNCIA COMUNITÁRIO

TAÍSA GOMES FERREIRA; THAIS ROSA COSTA; LETÍCIA SEVERO SEEGER; CRISTIANE WAGNER

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA, RS, BR.

Palavras-chave: pessoas com deficiência; terapia ocupacional; participação social

Resumo: Introdução: Este trabalho pretende apresentar a ação desenvolvida, pelo Estágio Supervisionado em Reabilitação Baseada na Comunidade do Curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no desenvolvimento de um grupo de convivência de pessoas com deficiência, em uma comunidade da cidade de Santa Maria(RS). Objetivo: Explanar as estratégias desenvolvidas para a consolidação da participação das pessoas com deficiência em um grupo de convivência comunitário. Metodologia: O grupo de convivência ocorre todas as terças-feiras a partir das oito horas da manhã na Associação Comunitária do bairro. Participam além dos estagiários e pessoas da comunidade, também agente comunitário, profissionais da equipe da UBS de referência, o educador físico, residentes da Odontologia, Terapia Ocupacional e Enfermagem e a professora orientadora do estágio. Resultados e Discussão: A pessoa com deficiência normalmente está inserida em programas de reabilitação baseados no restabelecimento funcional do corpo e tratamentos focados na incapacidade. Percebe-se que diante de uma deficiência a pessoa reduz sua circulação social, deixa de frequentar espaços sociais, diminui suas atividades sociais e inclusive a rede familiar é afetada (FERREIRA, 2009). Por isso, a importância de criar estratégias de consolidação da participação social da pessoa com deficiência em lugares que promovam a ativação de suas redes sociais. Neste grupo de convivência a estratégia criada é a busca no domicílio por estagiários e pessoas da comunidade até a associação comunitária, como maneira de fortalecer a participação social desta população e estabelecer o vínculo para garantir a adesão. As atividades são desenvolvidas a partir da decisão dos participantes e no momento estão realizando a preparação e organização da festa de São João para comunidade. A cada encontro são confeccionados os preparativos da festa como jogos, decoração, convites e também ensaio da quadrilha. Sendo assim, as ações desenvolvidas tem proporcionado a interação dos participantes, bem como, a autonomia e o empoderamento. Considerações Finais: A relevância desta discussão se deve ao fato das estratégias desenvolvidas serem fundamentais para consolidar um grupo de convivência comunitário e garantir espaços de convivência das pessoas com deficiência na comunidade.




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[424]

ESCLEROSE TUBEROSA: UM ESTUDO DE CASO

LETICIA SABOIA DA SILVA; INGRID IOOST ESTANIESKI; NICOLE RUAS GUARANY

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, PELOTAS, RS, BR.

Palavras-chave: esclerose tuberosa; terapia ocupacional; doenças genéticas

Resumo: Introdução: Esclerose Tuberosa (ET) é uma doença genética autossômica dominante causada por anomalias nos genes TSC1 ou TSC2, dos cromossomos 9 e 16, respectivamente. É uma doença degenerativa caracterizada por tumores benignos em lesões que atingem o encéfalo, rins, pulmão e pele. As manifestações clínicas são caracterizadas por deficiência mental, epilepsia e erupção facial. Objetivos: Sugerir as possibilidades de intervenção da Terapia Ocupacional (TO) em paciente com Esclerose Tuberosa e Autismo atendido no setor de Terapia Ocupacional no Núcleo de Neurodesenvolvimento da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Rio Grande do Sul (RS). Metodologia: O estudo de caso foi desenvolvido através de análise de prontuário clínico, anamnese com a mãe e avaliação de Terapia Ocupacional, que abrange aspectos como capacidades motoras, cognitivas, realização das atividades de vida diária, função social e comunicação. Foram proporcionados 6 atendimentos no período de março à maio de 2013. A avaliação foi realizada por duas estagiárias, sendo documentados diariamente. Resultados: Paciente masculino, 8 anos de idade, filho adotivo desde os 2 meses de vida.Paciente apresentou atraso de desenvolvimento: sorriu aos 5 meses, apresentou controle cervical aos 6 meses e adquiriu marcha independente aos 16 meses. Frequenta escola regular e participa de atividades na Sala de Recursos uma vez por semana. Paciente faz uso de medicações para controle de epilepsia e é acompanhado por fonoaudióloga. Não apresenta comunicação funcional, é extremamente agitado e apresenta movimentos estereotipados, não reconhece cores ou números, não é alfabetizado, não desenha, mas risca as folhas. É dependente nas atividades de vida diária, não segue ordens, não realiza atividades simples como encaixar ou empilhar objetos. Após avaliação foram feitos 3 atendimentos buscando fortalecer o vinculo. Com objetivo de despertar sensações e buscar interação do paciente com o meio foram utilizadas atividades sensoriais. Foi observado resultados positivos quanto a interação social. Considerações Finais: Esclerose Tuberosa é uma doença genética rara e degenerativa, portanto a intervenção precoce é importante, visto que a doença não tem cura e o tratamento é sintomático. Neste caso, uma criança com 8 anos de idade, a Terapia Ocupacional visa aumentar a qualidade de vida, estimulando seu desenvolvimento cognitivo, promovendo sua independência nas atividades de vida diária (AVD´s) e facilitando a socialização através de uma comunicação funcional.





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[436]

TERAPIA OCUPACIONAL NO SETOR DE HEMODIÁLISE: ANÁLISE DA EXPERIÊNCIA COM ÊNFASE NO PROCESSO DE INTERVENÇÃO

BEATRIZ CRISTINA SILVA SANTOS; RITA DE CÁSSIA TIBÉRIO ARAÚJO; SARA RAQUEL MARTINS DA SILVA

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO, MARÍLIA, SP, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; insuficiência renal crônica; qualidade de vida

Resumo: Estudos têm demonstrado que o tratamento de hemodiálise interfere na dimensão biopsicossocial dos pacientes. O tempo de duração desse procedimento e sua periodicidade alteram sua rotina ocupacional e interferem na qualidade de vida. A intervenção de Terapia Ocupacional em pacientes submetidos ao tratamento hemodialítico visa diminuir o estresse, estimular autonomia, proporcionar um momento de lazer, ampliar as possibilidades de organização e ajustamento de rotina, promover a interação social dos pacientes submetidos ao tratamento do mesmo turno e preservar a esperança e o senso de utilidade. Este estudo objetivou identificar os resultados da intervenção vinculada a projeto de extensão na área. Foram realizadas 26 sessões no período de março de 2012 a novembro de 2012, em dois turnos de hemodiálise (44 pacientes) realizada em setor hospitalar de uma cidade de médio porte do interior paulista. A programação foi desenvolvida durante o procedimento de hemodiálise de acordo com a preferência do grupo que manifestou interesse por jogos (bingo, jogo da memória, dominó, forca, stop, atividade com música), atividades manuais (dobradura, confecção de imã de geladeira e de flor de papel crepom), discussão de notícias publicadas nos jornais locais. O início da intervenção contou com a participação de 19 pacientes, com acréscimo de 14 pacientes que manifestaram interesse no decorrer da intervenção, totalizando 33 participantes (75% dos pacientes). A participação dos pacientes nas sessões semanais de terapia ocupacional variou, dependendo das suas condições clínicas. O desempenho dos participantes durante a programação foi registrado em caderno de campo, com ênfase no feedback verbal do grupo. Identificou-se melhora na interação social com aumento da iniciativa para a manutenção das relações interpessoais ou manifestações pessoais, de modo a influenciar na adesão de maior número de participantes nas atividades. Foi possível identificar em alguns pacientes avanços cognitivos durante o processo de intervenção, sobretudo em relação à compreensão, planejamento e execução de atividades e atenção sustentada (tarefas executivas). Constatou-se também que a programação contribuiu para preenchimento de tempo livre no contexto familiar, havendo transferência da experiência para outro ambiente. De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que as atividades contribuíram para que os pacientes desviassem sua atenção inicialmente dirigida aos aspectos negativos de sua condição para os aspectos positivos de seu potencial produtivo, revelando a importância da atuação deste profissional na atenção e promoção da qualidade de vida de pacientes com IRC.
  



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[442]

TRIAGEM DE TERAPIA OCUPACIONAL E CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE PARA ATENDIMENTO EM CONTEXTO HOSPITALAR PEDIÁTRICO

AIDE MITIE KUDO1 ; PRISCILA BAGIO MARIA BARROS 1 ; PAULA BULLARA PASSOS1 ; FERNANDA DEGANI ALVES DE SOUZA1 ; MARIANA DE PAIVA FRANCO2

1.INSTITUTO DA CRIANÇA DO HOSPITAL DAS IFMUSP, SP, SP, BR; 2.FACULDADE DE MEDICINA DA USP, SP, SP, BR.

Palavras-chave: triagem de pacientes; criança hospitalizada; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: A hospitalização infantil se configura como uma experiência estressante que pode levar à perda significativa da autonomia de uma criança ou adolescente com doença crônica. Esses pacientes devem ser avaliados pelo terapeuta ocupacional que atua em contextos hospitalares em relação ao enfrentamento da doença e das repercussões da hospitalização no desempenho de suas habilidades nas diferentes áreas de ocupação. Considerando esses aspectos o Serviço de Terapia Ocupacional elaborou instrumentos para avaliar os impactos da hospitalização no cotidiano e/ou desenvolvimento de pacientes pediátricos. Em levantamento bibliográfico realizado previamente à elaboração de tais instrumentos não foram encontradas referências que determinassem a existência de avaliações específicas para contextos hospitalares pediátricos, sendo então, criados a partir de estudos e prática profissional dos autores. Esses instrumentos têm sido aplicados há cerca de dois anos, e foram adaptados com o intuito de determinar/estabelecer os critérios de elegibilidade para o atendimento, elaboração do plano terapêutico e conduta para o paciente avaliado. A Triagem de Terapia Ocupacional é o primeiro instrumento a ser aplicado. Auxilia na indicação ou não do atendimento terapêutico ocupacional por meio de critérios de elegibilidade. Objetivo: Este trabalho visa traçar o perfil da demanda de atendimentos com base na coleta de dados da Triagem, em uma enfermaria pediátrica de um hospital público de alta complexidade, ligado a uma instituição de ensino. Metodologia: levantamento dos critérios de elegibilidade das Triagens de Terapia Ocupacional realizadas no período entre janeiro de 2011 a maio de 2013. Resultados: No total foram aplicadas 379 Triagens. Com relação aos critérios de elegibilidade foram levantados os seguintes dados: 15,33% de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; 13,79% com diagnóstico recente; 13,60% de encaminhamentos para serviços especializados (disfunção física e/ou cognitiva); 12,26% com alterações do desempenho ocupacional; 9,77% com alterações significativas no curso da doença; 9,00% com alterações de humor; 2,11% hipótese de não aderência ao tratamento; 7,28% outros e 16,86% não elegíveis. Considerações Finais: O uso de um instrumento avaliativo como a Triagem auxilia no planejamento e eficácia da intervenção terapêutica ocupacional, pois se baseia em dados objetivos. Também auxilia a estabelecer diretrizes para o aprimoramento do serviço, como o constante aprimoramento dos profissionais com base na complexidade das demandas apresentadas pelos pacientes e suas famílias, buscando-se alcançar a excelência no atendimento.




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[443]

CONSTRUÇÃO DE UM MANUAL DE ORIENTAÇÕES: ESTIMULANDO O DESENVOLVIMENTO DO BEBÊ DURANTE A HOSPITALIZAÇÃO

MARIANA DE PAIVA FRANCO1; AIDE MITIE KUDO2; PAULA BULLARA PASSOS2

1. FACULDADE DE MEDICINA DA USP, SP, SP, BR; 2.INSTITUTO DA CRIANÇA DO HOSPITAL DAS CLINICAS FMUSP, SP, SP, BR.

Palavras-chave: desenvolvimento infantil; criança hospitalizada; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: O adoecimento e a hospitalização podem acarretar alterações significativas no cotidiano dos pacientes com doenças crônicas. Para as crianças com menos de dois anos, essas alterações poderão impactar de forma negativa no seu desenvolvimento neuropsicomotor, devido à carência de estímulos sensórios motores adequados em decorrência ao estado clínico e restrições inerentes à hospitalização. Neste sentido, a intervenção do terapeuta ocupacional tem como objetivo a estimulação do desenvolvimento e orientação aos cuidadores. A prática dessa intervenção mostra que estes cuidadores apresentam dúvidas e dificuldades sobre como realizar a estimulação durante a hospitalização. Objetivos: Descrever o processo de construção de um manual de orientações para cuidadores, organizado pelo serviço de Terapia Ocupacional, abordando o desenvolvimento de crianças de 0 a 2 anos internadas em enfermaria pediátrica de hospital público de alta complexidade, ligado a uma instituição de ensino. Metodologia: Levantamento de manuais de orientação para cuidadores e materiais sobre desenvolvimento neuropsicomotor. Análise e descrição dos principais fatores que interferem no desenvolvimento das crianças internadas. Resultados: Dos manuais e materiais pesquisados não foram encontrados conteúdos destinados especificamente à estimulação durante o período de hospitalização. Foram estabelecidos os seguintes fatores que possam, momentaneamente, interferir na aquisição de desenvolvimento esperado: prostração e inatividade devido às condições clínicas; imobilização decorrente de sondas e punção de acesso venoso; isolamentos ou restrições no leito; falta de estímulos sensoriais adequados. Todos esses fatores dificultam a interação e experimentação psicomotora, podendo acarretar em atrasos no desenvolvimento. Desta maneira, foi elaborado um manual específico para a criança hospitalizada, contendo as fases do desenvolvimento e sugestões para auxiliar o cuidador como interagir e estimular o bebê considerando o seu estado clínico e o ambiente hospitalar. Buscou-se também ampliar o repertório desses cuidadores quanto às principais características de cada faixa etária e informações sobre o hospital, auxiliando na adaptação de novos hábitos importantes, como a higienização das mãos e brinquedos, assim como a importância de frequentar outros espaços da enfermaria, como a brinquedoteca, e se necessário usando a paramentação adequada. Considerações Finais: O material elaborado poderá contribuir na ampliação do conhecimento dos cuidadores e consequentemente em aquisições neuropsicomotoras importantes das crianças com doenças crônicas hospitalizadas, em uma fase fundamental do seu desenvolvimento.




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[449]

INTERVENÇÃO DO TERAPEUTA OCUPACIONAL COM UMA IDOSA INSTITUCIONA LIZADA COM DEMÊNCIA DE ALZHEIMER NA FASE INTERMEDIÁRIA

NATHALIA APARECIDA GRAVITO RODRIGUES1 ; SABRINA APARECIDA DE CASTRO1 ; MARCELLA GUIMARÃES ASSIS1 ; LUCIANA DE OLIVEIRA ASSIS2

1.UFMG, BH, MG, BR; 2. TERAPEUTA OCUPACIONAL DO LAR DOS IDOSOS CLOTILDE MARTINS, BH, MG, BR.

Palavras-chave: demência de alzheimer; instituição de longa permanência; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: A doença de Alzheimer (DA) é uma doença cerebral degenerativa, caracterizada por perda progressiva das funções cognitivas, que prejudicam o paciente em suas atividades de vida diária e em seu desempenho social e ocupacional. Objetivo: Discutir os efeitos da intervenção terapêutico ocupacional com uma idosa institucionalizada, com diagnóstico provável de demência de Alzheimer, na fase intermediária. Materiais e Métodos: M. C. P, 87 anos, sexo feminino, solteira, católica, técnica de enfermagem aposentada, diagnóstico de demência Alzheimer. Morava sozinha e foi institucionalizada há dois anos. É independente para a tarefa de alimentação e dependente para todas as outras atividades de vida diária. Na avaliação inicial estava desorientada no tempo e no espaço; apresentou alteração das funções cognitivas como atenção e memória; e sintomas neuropsiquiátricos, como agitação, perambulação, alucinações visuais, irritabilidade e apatia. Os objetivos dos atendimentos foram estimular as funções cognitivas e abordar os sintomas neuropsiquiátricos. Nas sessões individuais, duas vezes por semana, foram utilizadas as técnicas de pareamento de estímulos, aprendizagem sem erros, estratégias compensatórias, terapia de orientação para a realidade e terapia de reminiscência. Resultados: Foram realizados 25 atendimentos. Inicialmente a idosa se recusava a participar das sessões e oscilava entre momentos de agitação e apatia. Quando gradualmente passou a participar dos atendimentos eram realizadas atividades de estimulação cognitiva por meio de jogos de mesa e atividade com lápis e papel. A orientação espacial e temporal era trabalhada com atividades no interior da instituição e na área externa. A idosa durante as atividades se distraia facilmente, e era persistente em alguns assuntos de cunho persecutório. Ao longo das sessões passou a realizar as atividades de maneira mais organizada e com maior envolvimento, apesar da persistência dos sintomas comportamentais. Ao final dos atendimentos foi possível observar melhor interação da idosa com a terapeuta, inclusive, reconhecendo-a em um atendimento, além de maior aceitação do tratamento e participação mais ativa durante as atividades. Considerações Finais: Os resultados da intervenção não farmacológicas sinalizaram aumento na participação e interação da idosa durante os atendimentos, apesar destas intervenções não interferirem no curso da doença.




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[451]

REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL: UMA LEITURA CRÍTICA

LUIS FERNANDO BEVILAQUA MEIRELES; JÚLIA COUTINHO NUNES CASTILHO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BH, MG, BR.

Palavras-chave: reabilitação psicossocial; inclusão; pessoa em sofrimento mental

Resumo: Com o início do movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira na década de 70, a visão sobre a loucura e o modelo de assistência começou a se transformar. A prioridade passou a ser o tratamento fora do hospital psiquiátrico, em serviços abertos e inseridos na comunidade. Tal transformação gerou uma profunda mudança na política de Saúde Mental, questionando os dispositivos de exclusão e colocando em pauta a reabilitação psicossocial e a inclusão social. Este estudo trata-se de uma revisão de literatura que será objeto de discussão com os profissionais da rede de serviços substitutivos de Saúde Mental de Belo Horizonte, no contexto de uma pesquisa mais ampla: “Modelos de reabilitação psicossocial para usuários dos serviços de psiquiatria: um confronto entre as experiências de Minas Gerais (Brasil) e da região da Emilia Romana (Itália)”. Interessa refletir sobre as atividades de reabilitação psicossocial que ocorrem em contextos de crise em serviços que estão estruturados para acolher urgências. A pesquisa citada é uma revisão de literatura feita para a pesquisa de mestrado da autora, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. O Ministério da Saúde traz o conceito de Reabilitação Psicossocial relacionado com os CAPS, que avançam em direção à construção de um outro modelo de atenção em substituição aos serviços hospitalares psiquiátricos. Os CAPS/CERSAMs apresentam proposições que vão ao encontro dos conceitos preconizados pela Reabilitação Psicossocial. O objetivo dos CERSAMs é atendimento de casos de urgência e acompanhamento intensivo de crises cujas características não sejam compatíveis com o atendimento nas Unidades Básicas, ou seja, casos em que a pessoa em sofrimento mental requer uma atenção constante, podendo haver riscos para ele e sua família - o convívio sociofamiliar ininterrupto tornase insuportável. Associa-se o processo de inclusão social às trocas e à contratualidade da pessoa em sofrimento mental. Assim sendo, reabilitar seria, então, reconstruir valores e aumentar o poder contratual do usuário. A trajetória da Política de Saúde Mental de Belo Horizonte tem sido marcada pela luta pela desconstrução do modelo hospitalocêntrico, com instâncias de controle social do SUS e da política, e com intensa participação dos trabalhadores da Saúde Mental. No cenário mineiro, a reabilitação psicossocial tem sido trabalhada em associação aos conceitos da inclusão social, podendo ser buscada em qualquer serviço de saúde mental, incluindo serviços de urgência como os CERSAMs.




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[456]

DESVENDANDO O TERRITÓRIO COMO ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO NUM PROCESSO DE DESINSTITUCIONALIZAÇÃO: CAMINHOS PERCORRIDOS PELA TERAPIA OCUPACIONAL

NAILA PEREIRA SOUZA; SOLANNE GONÇALVES ALVES; CAMILA SANTIAGO DA ROCHA; FLÁVIA FASCIOTTI MACEDO AZEVEDO; MARIA PAULA CERQUEIRA GOMES

INSTITUTO DE PSIQUIATRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RJ, RJ, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; saúde mental; desinstitucionalização

Resumo: Introdução: O Acompanhante Terapêutico (AT) atua como facilitador do encontro do sujeito com a comunidade no território. Nesta perspectiva, o terapeuta ocupacional (T.O) como AT, em um hospital psiquiátrico, contribui com um olhar ampliado dos aspectos da vida cotidiana, possibilitando o reencontro com as relações e laços sociais Anais rompidos pela institucionalização e privação dos vínculos. Objetivo: Debater sobre o papel do AT como dispositivo clínico da Reabilitação Psicossocial e as contribuições da Terapia Ocupacional. Metodologia: Trata-se de um Relato de Experiência da intervenção de Terapia Ocupacional no papel de AT de pessoas internadas em enfermarias de um hospital psiquiátrico, cenário de prática da residência multiprofissional em saúde mental. Resultados: Notou-se, inicialmente, que era necessário, para construção do vínculo e da permissão dos sujeitos, acompanhá-los na circulação na própria instituição, posteriormente, pelos espaços comunitários; proporcionar, a princípio, apenas o encontro e a escuta de suas necessidades e anseios expressados. A partir disso, passamos a pautar as intervenções com ações de circulação no território. Com isso algumas atividades foram inseridas no cotidiano das pessoas acompanhadas. Quanto às Atividades de Vida Diária (A.V.D.), saídas foram motivadas pela aquisição de insumos para autocuidado e higiene pessoal, alimentar-se e vertir-se. Mobilidade no território, gerenciamento financeiro, realização de compras e preparo de refeições foram algumas das Atividades Instrumentais de Vida Diária (A.I.V.D) vivenciadas. Promoveu-se atividades relacionadas à participação social, exploração e participação no lazer, como idas a praias, exposições de arte, teatro e eventos. Foram, também, essenciais saídas ao território para resolução de questões burocráticas e exercício da cidadania, com repercussão no quadro clínico e necessárias para o retorno à comunidade, como retirada de documentos e outras garantias de direitos. Percebeu-se uma melhora na localização no tempo e no espaço a partir do reencontro com as ruas, locais, situações e pessoas que fizeram parte da história pregressa à internação. Considerações Finais: O rompimento da rotina singular no contexto massificador e impessoal da internação compromete o desempenho ocupacional autônomo dos sujeitos. Por isso, ressalta-se a importância do acolhimento à crise e cuidado ao usuário de longa internação em consonância com a direção clínica da desinstitucionalização, poroso à vida extramuros, fortalecendo as redes de suporte no território e garantindo a circulação e suas peculiaridades.




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[462]

ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS E ASSOCIAÇÃO DE DOENÇAS AUTORRELATADAS COM CAPACIDADE FUNCIONAL DOS IDOSOS DE CUIABÁ-MT, BRASIL.

MARGARETE MARQUES TEODÓZIO1; MARIANO MARTINEZ ESPINOSA2; ROSILENE ANDRADE SILVA RODRIGUES1; WALÉRIA CHRISTIANE REZENDE FETT3; CLAUDIA DUARTE MELO1; CARLOS ALEXANDRE FETT3;

1.NAFIMES E SECRETARIA DE SAUDE (SES), CUIABÁ, MT, BR; 2.DEPTO DE ESTATÍSTICA – ICET (UFMT)., CUIABÁ, MT, BR; 3. NAFIMES-NÚCLEO DE ESTUDOS EM APTIDÃO FÍSICA, INFORMÁTICA, METABOLISMO, ESPORTE E SAÚDE DA UFMT, CUIABÁ, MT, BR.

Palavras-chave: desempenho do tug; doenças autorrelatadas; capacidade funcional, idoso

Resumo: Introdução: O envelhecimento gera modificações funcionais e estruturais do organismo, resultando em perdas graduais físicas e cognitivas, diminuição da vitalidade e favorecimento do aparecimento de doenças. Objetivo: Avaliar os aspectos sociodemográficos e associar as doenças autorrelatadas com a capacidade funcional de idosos. Metodologia: Estudo transversal de base populacional, com entrevistas em 513 idosos de ambos os sexos, da área urbana na cidade de Cuiabá, Estado de Mato Grosso, Brasil, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (632/09). Foi aplicado um questionário estruturado e o teste Timed Up and Go (TUG) para avaliação funcional, sendo que 384 idosos completaram as duas fases. No teste TUG foi utilizado uma fita métrica, uma cadeira 46 cm de altura e braços de 65 cm de altura e um cronômetro, onde o idoso foi instruído a não conversar e realizar o teste na velocidade habitual da caminhada no percurso linear de 3 metros até o ponto demarcado no chão. Na análise estatística foram estimadas as razões de prevalência brutas e feito o teste Z da distribuição normal por Shapiro Wilk, correlação de Pearson e a comparação dos dados por sexo das variáveis foram utilizados o teste t de Student, e o teste de qui-quadrado, com intervalo de confiança em 95% e significância estatística em p ≤ 0,05. Na análise multivariada, utilizouse o modelo de regressão de Poisson. Resultados: houve correlação do TUG com o TUG cognitivo de (r=0,83). Verificou-se que os fatores que apresentaram associações estatisticamente significantes com o desempenho frágil na capacidade funcional pelo teste TUG foi o sexo feminino (p <0,001) a faixa etária 70 a 79 anos (p=0,015) e 80 anos ou mais (p<0,001) a hipertensão arterial sistêmica (HAS) (p=0,001), a artrite e reumatismo (p=0,001), números de 3 a 4 medicamentos (p=0,001), saúde autorrelatada regular (p=0,006) e ruim e muito ruim (p=0,011). Considerações Finais: Havia importante comprometimento da saúde destes idosos com destacado usos de medicamentos. O desempenho físico avaliado pelo teste TUG, pode ser utilizado como prognostico associado de saúde e condição de vida destes idosos. Assim, a prevenção com ações de saúde pública podem favorecer tanto a melhora das condições quanto a redução de custos em saúde desta população.





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[463]

CARACTERIZANDO OS JOVENS USUÁRIOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE MENTAL DA CIDADE DE SÃO CARLOS

MARIA FERNANDA BARBOZA CID; LETÍCIA MARIA PEREIRA; THELMA SIMÕES MATSUKURA; MARCELA CESARETTI BORILLI

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BR.

Palavras-chave: saúde mental infanto-juvenil; adolescência; serviços de saúde mental infanto-juvenil

Resumo: A prevalência de sofrimento psíquico em crianças e adolescentes é estimada entre 10% e 15%, no mundo, sendo que de 3% a 4% necessitam de tratamento intensivo. A adolescência tem sido considerada uma faixa etária vulnerável para o desenvolvimento de dificuldades relacionadas à saúde mental em todas as categorias. Assim, autores apontam a importância do desenvolvimento de pesquisas na área de saúde mental infanto-juvenil para fomentar políticas públicas e intervenções mais efetivas direcionadas a tal população. O presente estudo teve o objetivo de identificar e caracterizar os jovens usuários dos serviços de saúde da cidade de São Carlos, interior do Estado de São Paulo, atendidos em função de demandas relacionadas à saúde mental. Para a coleta de dados utilizou-se de um Protocolo de Registro de Informações elaborado pelas pesquisadoras e apresentado aos profissionais dos serviços. Todos os procedimentos éticos foram implementados. Participaram profissionais de onze unidades de saúde da atenção básica e de dois serviços de média complexidade da cidade. Os dados coletados referiram-se aos jovens que passaram pelos serviços entre março de 2010 e outubro de 2012. Obtiveram-se resultados referentes a 194 jovens. Destes, 73 eram provenientes da atenção primária e 121 da atenção especializada em saúde. A maioria dos jovens era do sexo masculino (59%); 34% tinham de 10 a 12 anos, 56% de 13 a 16 anos e 10% acima de 16 anos e 91% dos jovens frequentavam a escola. Quanto às principais demandas, observou-se que 23% dos jovens apresentavam queixas relacionadas a sintomas socioemocionais; 18% apresentavam dificuldades comportamentais e indisciplina; e 14% apresentavam dificuldades cognitivas e baixo desempenho escolar. Verificou-se que a principal conduta tomada pelos profissionais foi o acompanhamento do adolescente no próprio serviço (58%), sendo realizados atendimentos em cunho individual ou grupal. Os resultados encontrados reforçam os dados da literatura que indica a alta demanda de adolescentes para os serviços de saúde mental, no entanto, este estudo identificou um pequeno número de adolescentes acima de 16 anos vinculados aos serviços, o que suscita a reflexão a respeito do que pode estar envolvido na baixa procura desta população pelos serviços e/ou onde se encontram os adolescentes nesta faixa etária com demanda para saúde mental. Aponta-se a necessidade de continuidade de estudos que possam aprofundar na questão da saúde mental de adolescentes e jovens, buscando compreender suas especificidades e as demandas dos profissionais e serviços, a fim de subsidiar reflexões e políticas públicas mais efetivas às necessidades vivenciadas por esta população.




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[466]

CARTOGRAFIAS FEMININAS - AÇÕES TERRITORIAIS JUNTOS ÀS MULHERES- ZONA NOROESTE, SANTOS/SP  

VIVIANE SANTALUCIA MAXIMINO; FLÁVIA LIBERMAN; CARINE ABRAHAO ASSIS; THAÍS MARQUES FIDALGO; ANA PAULA VIZOTTO SOUZA; NATHALIA LEANDRO LEANDRO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, SANTOS, SP, BR.

Palavras-chave: extensão; mulheres; cuidado

Resumo: Introdução: O projeto de extensão Cartografias Femininas, desenvolvido na Universidade Federal de São Paulo, Baixada Santista, no qual professores e alunos relacionam-se com mulheres por meio de intervenções interdisciplinares que visam potencializar a participação cotidiana das mesmas na gestão local e controle das condições que podem interferir na sua saúde e na coletividade, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia dessas mulheres, além de promover saúde e encontros potentes. Abordamos uma população silenciosa de mulheres que procuram ações de cuidado no Sistema Único de Saúde. Objetivo: Desenvolver ações de atenção e cuidado às mulheres da Zona Noroeste de Santos por meio de ações em diferentes equipamentos do território: Saúde, Educação e Cultura; dar suporte aos alunos do Eixo: Trabalho em Saúde, promovendo a articulação dos conteúdos ministrados durante a formação; experimentar o trabalho interprofissional, gerar situações de empoderamento e participação das mulheres na gestão local dos diversos serviços da região. Acompanhar grupos e atendimentos individuais desenvolvidos neste Projeto de Extensão e outros na região; identificação de problemas comuns e possíveis soluções. Metodologia: Baseada no método cartográfico implica que a direção do trabalho do pesquisador não se faz de modo prescritivo, por regras pré-determinadas ou objetivos já estabelecidos. Entretanto, não se trata de uma ação sem direção, pois a cartografia reverte o sentido tradicional de método sem abrir mão da orientação do percurso da pesquisa. Através desse método o projeto desenvolve-se através da constituição e acompanhamento de um grupo de mulheres em um espaço cultural da região (ONG Arte no Dique); articulação e ações com o NAPS (Núcleo de Apoio Psicossocial) local; articulações e parcerias com os dispositivos de saúde, cultura e lazer e outros localizados no território; atendimentos domiciliares e articulação entre projetos realizados na região pela UNIFESP. Resultados: Importante suporte para as ações e acompanhamento da prática de constituição de um grupo de mulheres; apresenta-se como articulador da rede, melhorando a qualidade de acesso de mulheres da região aos variados serviços do local. Proporciona crescimento pessoal e profissional a todos os envolvidos, constrói um espaço de diálogo e reflexão interdisciplinar sobre as ações dos profissionais de saúde na região, em consonância com o Projeto Político Pedagógico da UNIFESP – Baixada Santista. Considerações Finais: A utilização da cartografia como método juntamente com as ações realizadas pelo Projeto de Extensão, tem se mostrado uma intervenção potente tanto em sua forma como na qualidade do cuidado oferecido ás mulheres.


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[467]

INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS NA SAÚDE DO IDOSO: VIVÊNCIA NA COMUNIDADE POR ESTAGIÁRIAS DE TERAPIA OCUPACIONAL
JULIANA FERREIRA LOPES; LILIAN GRACY NOGUEIRA MIRANDA; KÉZIA FRIAS PEREIRA DE MEDEIROS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS, MACEIÓ, AL, BR.

Palavras-chave: atenção primária à saúde; saúde do idoso; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno natural, irreversível e mundial. Pesquisas atuais revelam a existência de numerosos padrões de envelhecimento, sugerindo que esse processo individual é uma experiência heterogênea. Fatores como circunstâncias históricas e culturais, incidência de doenças e interação entre aspectos genéticos e ambientais influenciarão o envelhecimento individual (Brasil, 2006). No Brasil, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa atinge todos brasileiros acima dos 60 anos tendo sua finalidade a recuperação, manutenção, promoção da autonomia e da independência do idoso (Brasil, 2006). Um fator importante para ter um envelhecimento saudável é a atividade, termo que inclui a prática de exercícios físicos e mentais, individuais e grupais. A atividade é um meio através do qual se vivencia significado existencial através da expressão de valores, da auto-responsabilidade, da (re) descoberta de competências e habilidades, e no compromisso podendo envolver ainda convívio social pautado por bem-estar (Banhato,E. et al,2009). O terapeuta ocupacional é um facilitador junto a saúde do idoso que o capacita a fazer o melhor uso possível das capacidades remanescentes, a tomar suas próprias decisões e lhe assegurar uma conscientização de alternativas realísticas (Okuyama,A. et al, 2009). Objetivo: Relatar a experiência de estagiarias de Terapia Ocupacional em um grupo de idosos da comunidade circunvizinha à Universidade. Metodologia: Desenvolveram-se ações de atividades físicas, cognitivas e lúdicas como danças, circuitos, alongamentos, dinâmicas musicais, de raciocínio lógico e sequenciamento e passeio, com público médio de 20 integrantes entre 60 e 90 anos, utilizando-se de bastões, garrafas pet, bexigas, bola suíça e música como recursos, além de subdividir em grupos de forma a facilitar a execução das atividades cognitivas. Resultados: As atividades estimularam de forma dinâmica o uso das capacidades e habilidades remanescentes dos idosos, requerendo lateralidade, mobilização corporal, dissociação de movimentos, cognição, interações sociais e a valorização e a importância do “Eu” no grupo. Sendo assim, a assistência à saúde do idoso foi alcançada através da promoção a saúde e da prevenção de agravos ao notar-se criação de vínculos, melhoria da autoestima, da adequação postural nos exercícios e da conscientização sobre cuidados específicos a saúde. Considerações Finais: Através das atividades proporcionadas visualiza-se o grupo como um espaço facilitador de condições para os idosos lidarem com seus potenciais psicofísicos e a partir daí construir uma maneira própria de se relacionar com o seu meio social, atuando nele mais autonomamente.




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[478]

FAMÍLIAS DE ADOLESCENTES EM MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: PRÁTICAS PARENTAIS, COTIDIANO E CONTEXTO FAMILIAR

MARIA FERNANDA BARBOZA CID; NARA RODRIGES PINTO GARCIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: adolescente em conflito com a lei; contexto familiar; fatores de risco e proteção

Resumo: A literatura aponta que características do contexto familiar, tais como: pobreza, baixa escolaridade dos pais, violência intrafamiliar, adoção de práticas parentais negativas, dentre outras, são as mais relacionadas aos prejuízos no desenvolvimento socioemocional de crianças e adolescentes e ao envolvimento de adolescentes em atos infracionais. Nessa direção, considera-se importante o reconhecimento da realidade destas famílias para respaldar ações e políticas públicas mais efetivas direcionadas a esta população. Objetivo: Caracterizar famílias de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto quanto à composição familiar, cotidiano de atividades familiares e práticas e estilos parentais, sob a ótica dos responsáveis pelos adolescentes. Metodologia: Foram participantes, 19 responsáveis por adolescentes vinculados a um Programa de Medidas Socioeducativas de uma cidade do interior do Estado de São Paulo. Para coleta de dados foram utilizados três instrumentos, sendo eles: Questionário de Identificação do Adolescente, Questionário de Atividades Cotidianas e Inventário de Estilos Parentais. Resultados: Observou-se que 15 dos 19 responsáveis participantes eram mães dos adolescentes. Sobre a composição familiar, verificou-se que 17 adolescentes residem com as mães e que 8 residem com os pais, sendo que destes, 7 são de famílias nucleares. Sobre o cotidiano de atividades dos adolescentes, verificou-se que 14 deles não frequentam a escola e que, na percepção dos responsáveis, não possuem, em seu cotidiano, uma rotina de atividades, bem como de responsabilidades. Em relação às atividades familiares, observou-se que 10 dos responsáveis relatam não fazer atividades em conjunto com os adolescentes no dia a dia. O diálogo é apontado como existente por quase todos os participantes, mas como uma forma de “cobrar” os adolescentes em relação ao que eles devem fazer e não como um processo de troca afetiva ou compartilhamento de ideias. No que se refere ao IEP, observou-se que todos os participantes avaliaram suas práticas como de risco para o desenvolvimento de dificuldades socioemocionais. Observa-se que os resultados obtidos remetem à reflexão para além da condição socioeconômica menos favorecida vivenciada por algumas dessas famílias, fortemente apontada pela literatura da área. Os dados encontrados convidam para a discussão a respeito dos processos cotidianos das atividades e relações familiares e sua influencia na vida dos adolescentes, indicando importantes questões a serem consideradas pelas instituições que lidam com a realidade do ato infracional.




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PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA O AUTOCUIDADO E PREVENÇÃO DE INCAPACIDADES EM PESSOAS COM ESCLEROSE MÚLTIPLA

PAULA POZZI PIMENTEL; MARINA RODRIGUES BOLOGNANI; PAULA PAVAN ANTONIO; ANA CRISTINA FAGUNDES SOUTO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO, SP, BR.

Palavras-chave: esclerose múltipla; manual de orientação; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: A parceria do Laboratório Integra do Curso de Terapia Ocupacional da USP e o Ambulatório de Doenças Desmielinizantes do Hospital das Clínicas da FMUSP, levou a realização da pesquisa sobre cotidiano e qualidade de pessoas com esclerose múltipla (EM), a qual teve como um dos seus resultados, a elaboração de um manual de orientação. Objetivo: Apresentar o processo de elaboração dialogada do manual de orientação para o autocuidado e prevenção de incapacidades. Metodologia: A elaboração do manual envolveu as seguintes etapas: levantamento bibliográfico sobre Terapia Ocupacional e EM; análise das experiências e opiniões dos participantes da pesquisa; elaboração de versão preliminar do manual com apresentação aos usuários e profissionais; revisão; apresentação e discussão da primeira versão com grupo de pessoas com EM acompanhadas pela Terapia Ocupacional; apresentação pelos usuários aos familiares; elaboração da versão final. Resultados/Discussão: O manual foi apresentado de forma individual aos usuários e profissionais do ambulatório e avaliado quanto ao conteúdo e a forma de apresentação, mostrando-se adequado, útil e com boa aceitação. Posteriormente o seu conteúdo foi aprofundado no grupo de Promoção da Saúde Corporal em Pessoas com EM e adicionadas informações e ilustrações ao material. O manual consta de informações sobre a doença, orientações sobre fadiga, memória, equilíbrio e organização das atividades rotineiras visando otimizar as capacidades funcionais, conservação de energia, facilitação da rotina e cuidados com a saúde. Os participantes destacaram sua utilidade no dia-a-dia e para sensibilização das pessoas do convívio, como familiares e colegas de trabalho. Todos manifestaram ser de fácil compreensão e visualização, o que favorece a realização das atividades, o autocuidado e o estímulo para a manutenção da qualidade de vida. O uso do manual no meio familiar promoveu mudanças positivas nas relações interpessoais devido a melhor compreensão dos efeitos dos sintomas e da repercussão da doença. Considerações Finais: O manual serviu de estratégia para socializar informações e orientações além das fornecidas pelos profissionais do serviço referência. Seu uso possibilitou sensibilizar e estimular a adoção de atitudes que contribuem para o autocuidado e qualidade de vida desta população. Por fim, a elaboração conjunta serviu para estimular a co-responsabilização pelo cuidado com a própria saúde.




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COTIDIANO E INTERGERACIONALIDADE EM FAMÍLIAS DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA E DE CRIANÇAS COM DESENVOLVIMENTO TÍPICO

JULIANA ARCHIZA YAMASHIRO 1; THELMA SIMÕES MATSUKURA 1; MARIANA SORAGNI 2

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL; 2.UNESP, BOTUCATU, SP, BR.

Palavras-chave: crianças com deficiência; família; estudo intergeracional

Resumo: O enfoque da intergeracionalidade tem contribuído para a compreensão dos processos de desenvolvimento e adaptação familiar em famílias de crianças com e sem alterações no desenvolvimento. O objetivo do presente estudo foi identificar a experiência de famílias de crianças com deficiência intelectual e de crianças com desenvolvimento típico, acerca do cotidiano, das práticas de apoio e da intergeracionalidade, sob a ótica de três gerações – avós, mães e irmãos. Participaram do estudo 36 membros de 12 famílias de crianças com deficiência intelectual e desenvolvimento típico, que estavam vinculadas a escolas públicas e/ou filantrópicas localizadas em uma cidade do interior do estado de São Paulo. Para coleta de dados foram utilizados: 1) Questionário de identificação da criança e da família; 2) Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB); 3) Roteiros de entrevistas semiestruturadas para mães, avós e irmãos das crianças; 4) Inventário de sintomas de stress para adultos (ISSL). Os dados obtidos por meio do Questionário de identificação, do CCEB e do ISSL foram analisados por meio de estatística descritiva. As entrevistas foram analisadas qualitativamente por meio da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Os principais resultados apontam que as avós de ambos os grupos representam importante fonte de apoio à família. Além disso, o relacionamento intergeracional entre as avós e seus netos mais velhos apresentou-se como positivo na vida de todos os envolvidos, não havendo diferenças marcantes entre os grupos. Contudo, no caso das famílias de crianças com deficiência, observou-se que a interação entre avós e netos mais velhos é acrescida de características específicas desta realidade, uma vez que as avós parecem interferir mais no relacionamento entre os irmãos do que o fazem as avós de crianças com desenvolvimento típico. Acerca do estresse vivenciado pela terceira geração, os resultados revelaram que a maior parte das avós de crianças com deficiência estava estressada, enquanto que apenas uma avó das crianças com desenvolvimento típico apresentou sintomas de estresse. Discute-se sobre a contribuição de relacionamentos intergeracionais no desenvolvimento de todos os membros da família e aponta-se, no caso das avós das famílias de crianças com deficiência, sobre a importância de considerá-las ao orientar e esclarecer sobre a problemática da criança, dentre outras ações destinadas às mesmas e à família. Ressalta-se para a importância de estudos intergeracionais e para a necessidade de ações de saúde e educação que promovam e fortaleçam os vínculos intergeracionais.



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O JOGO SIMBÓLICO E BRINCADEIRAS LÚDICAS PARA UMA CRIANÇA COM ATRASO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

FERNANDA RODRIGUES DA SILVA 1; REGINA HELENA VITALE TORKOMIAN JOAQUIM 2

1.PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA, CAMPINAS, SP, BR; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BR.

Palavras-chave: desenvolvimento infantil; jogos e brinquedos; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: o brincar é a uma necessidade humana que possibilita a aquisição de conceitos, a assimilação de papeis sociais e a compreensão das relações afetivas. A brincadeira é carregada de uma série de estímulos que propiciam o desenvolvimento sensório-motor, cognitivo, da criatividade, da imaginação e da autoestima da criança. Considerando que o brincar é um instrumento importante para o desenvolvimento infantil, o objetivo desse estudo é a estimulação do brincar de uma criança com atraso no desenvolvimento global, prioritariamente na fala, cujo comportamento do brincar é caracterizado pela exploração e manipulação "pobre" dos objetos. Metodologia: foi realizado um estudo de caso, cuja participante foi uma criança de quatro anos de idade, do sexo feminino, com atraso no desenvolvimento em especial no desempenho da linguagem oral e gestual, sem um diagnóstico concluído. O estudo se desenvolveu na unidade saúde escola de uma universidade, em salas de atendimento e parque dessa mesma unidade. Contou com avaliações do desenvolvimento da criança por meio da utilização de instrumento específico, o Inventário Portage Operacionalizado: intervenção com famílias, que é um guia para avaliação e treino de crianças de zero até seis anos de idade que considera as cinco áreas do desenvolvimento: desenvolvimento motor, cognição, linguagem, socialização e autocuidados. As avaliações ocorreram antes e após a intervenção, que foi planejada com a oferta de jogos e brincadeiras simbólicas e de imitação, treinos de atividades de vida diária e brincadeiras lúdicas, tais como: fantasia de princesas, boneca, cavalinho “upa upa”, livros infantis, brincadeira de roda, jogo de encaixe, velotrol, circuito de atividades motoras, bola e de boliche, entre outras. Resultados: no pré-teste foi possível observar o atraso no desenvolvimento da participante, principalmente nas áreas de linguagem e cognição, e no pós-teste houve o aumento de comportamentos em todas as áreas do desenvolvimento da criança. Autocuidados foi a área em que a participante apresentou maior aquisição de comportamentos. Observa-se como resultados da intervenção, melhora no desempenho da brincadeira, da imitação e do desenvolvimento global da criança. Considerações Finais: Conclui-se que um plano sistematizado, com o treino de atividades de vida diária, seguido de brincadeiras, foi eficaz para os resultados alcançados. Revelando-se como recursos de intervenção da Terapia Ocupacional de fácil acesso e pertencentes ao universo infantil.




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TERAPIA OCUPACIONAL CENTRADA NO CLIENTE: UMA EXPERIÊNCIA GRUPAL NO CAPS-AD

DIEGO EUGÊNIO ROQUETTE GODOY ALMEIDA 1; RICARDO LOPES CORREIA 2

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, SP, SP, BR; 2.FACULDADE DE MEDICINA DO ABC, SANTO ANDRÉ, SP, BR.

Palavras-chave: transtornos relacionados ao uso de substâncias; desempenho ocupacional; terapia ocupacional centrada no cliente

Resumo: Introdução: A “Terapia Ocupacional Centrada no Cliente” privilegia a qualidade da interação entre terapeuta e cliente no processo terapêutico e reconhece neste o sujeito na construção dos projetos terapêuticos. O próprio processo centrado no cliente favorece o protagonismo e a criticidade. Objetivos: Relatar experiência de Terapia Ocupacional Centrada no Cliente em um CAPS-AD. Método: A presente experiência se deu no Grupo de Terapia Ocupacional Centrado no Cliente, constituído por usuários substâncias psicoativas, com demandas relacionadas à limitação no autocuidado, lazer e produtividade. Total de 11 encontros semanais, duração de 90min. O número de participantes inscritos oscilou no decorrer dos três meses (14-12-9), usuários de álcool e OD, sem alteração cognitiva severa ou em surto psicótico. A média presencial foi de 7 pessoas. Apresentação da proposta e levantamento das necessidades e objetivos ocupacionais por meio da Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM); Planejamento consensual e estabelecimento de um contrato como exercício de educação e empoderamento. Intervenção por meio de material informativo, dinâmicas, atividades simulando outros contextos de vida, oficinas terapêuticas. Resultados: Os problemas ocupacionais elegidos pelo grupo foram: gerenciamento do dinheiro, autocuidado, lazer restrito e restrição na interação social. A maior limitação no desempenho do grupo e menor satisfação se deram no lazer e gerenciamento do dinheiro. Durante o processo houve relatos de melhora nas áreas ocupacionais citadas, sobretudo na percepção dos clientes de que o desempenho dessas atividades apoiavam-lhes a saúde. Considerações Finais: A Terapia Ocupacional Centrada no Cliente permitiu maior clareza na definição dos objetivos grupais. A COPM, ao avaliar a mudança na satisfação e desempenho dos clientes, também fornece dados importantes para a avaliação do serviço de Terapia Ocupacional. O levantamento de escolha dos objetivos, de maneira grupal, ainda não foi apontada na literatura.




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VIVÊNCIA LABORATIVA DE USUÁRIOS DE UM CAPS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

CAMILA SANTIAGO DA ROCHA1 ; ESTER REGINA MENEZES DA SILVA2

1.INSTITUTO DE PSIQUIATRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO IPUB/UFRJ, RJ, RJ, BR; 2.CAPS CLARICE LISPECTOR, RJ, RJ, BR.

Palavras-chave: saúde mental; atividades cotidianas; relações profissional-paciente

Resumo: Introdução: O trabalho assume historicamente um papel normatizador e disciplinador no campo social. Nas oficinas de saúde mental, contudo, os projetos de trabalho exigem modos de produção que singularizem existências e validem a pluralidade da vida. Nesse contexto, busca-se promover a atenção para a particularidade do ritmo de produção, o aprendizado inerente à experimentação do trabalho, a prática da cooperação em um coletivo (GALETTI, 2004). Terapeutas ocupacionais utilizam variedade de estratégias terapêuticas com o objetivo de promover o engajamento ocupacional. Essas estratégias, contudo, não existem isoladamente da relação que se estabelece entre terapeuta e cliente (TAYLOR, 2008), visando maior autonomia do usuário na gestão do cotidiano. Metodologia: Relato de experiência com um grupo de usuários numa oficina de geração de renda do CAPS Clarice Lispector, no Rio de Janeiro, em 2013. Objetivos: Tem-se como objetivo descrever a forma de organização dessa atividade e expor estratégias facilitadoras do engajamento ocupacional, bem como refletir sobre a relação estabelecida entre profissionais e usuários participantes e entre estes últimos. Discussão: Uma vez por semana, em um espaço denominado “Cantina”, prepara-se um almoço a ser comercializado no próprio serviço. A atividade é composta de diferentes etapas, divididas entre os integrantes da equipe (usuários e profissionais). As etapas ocorrem na cozinha do CAPS, no supermercado e na feira do bairro. Flutuação da frequência de participação, dificuldade de aprendizagem e necessidade de compartilhamento da responsabilidade são algumas das peculiaridades presentes em usuários integrantes do grupo. Há, por parte das terapeutas, conduta de estímulo à autonomia e oferta de suporte para a execução da tarefa, de acordo com a necessidade de cada um. São adotadas diferentes formas de intervenção junto aos usuários diante de cada situação, por vezes mais fortemente marcadas por conduta instrucional, pelo estabelecimento de cooperação, por uma postura empática ou de encorajamento. Considerações Finais: As estratégias facilitadoras do engajamento ocupacional e a relação estabelecida entre profissionais e usuários, e entre estes, possibilitam a experimentação do trabalho, a vivência do papel social de trabalhador e a participação nas relações de trocas sociais, o que repercute no aumento de contratualidade e da autonomia na gestão do cotidiano.




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INTERVENÇÕES EM GRUPO DA TERAPIA OCUPACIONAL NO CEREST/SANTOS JUNTO AOS SUJEITOS COM FIBROMIALGIA

FERNANDA MAYUMI TABA; HELLEN SUZEL CARMONA; PATRICIA SCHIMANSKI DOS SANTOS; MARIA DO CARMO BARACHO DE ALENCAR

UNIFESP, SANTOS, SP, BR.

Palavras-chave: fibromialgia; terapia ocupacional; saúde do trabalhador

Resumo: Introdução: No contexto grupal, os participantes têm a possibilidade de experimentar outras formas de se relacionar e de vivenciar situações inéditas, possibilitando que a ação ganhe sentido e significado (CAVALCANTI; GALVÃO, 2007). A fibromialgia é uma síndrome reumática caracterizada principalmente por dor musculoesquelética crônica e é frequentemente associada à fadiga generalizada, distúrbios do sono, alterações no humor, e depressão (MATTOS; LUZ, 2012). Objetivo: Relatar sobre as intervenções grupais da Terapia Ocupacional junto aos sujeitos com Fibromialgia atendidos no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador- CEREST/Santos, no período de abril a junho de 2013. Procedimentos: Foram encaminhadas para a Terapia Ocupacional pelos médicos do serviço pacientes atendidos com diagnóstico clínico de fibromialgia, que foram avaliadas individualmente pela terapeuta ocupacional. Para a avaliação foram investigados: história de vida, processo de adoecimento e de afastamento do trabalho, relacionamentos familiares, dificuldades no cotidiano de vida, entre outros. Posteriormente foram encaminhados para atendimento em grupo. As atividades grupais eram previamente planejadas e ocorreram uma vez por semana, com duração de uma hora e meia, e com controle de frequência dos sujeitos. O atendimento foi realizado semanalmente pela terapeuta ocupacional do serviço (coordenadora) e duas (n=2) estagiárias do curso de Terapia Ocupacional da UNIFESP/BS. Resultados: Neste período foram atendidos quatro sujeitos do gênero feminino, idade entre 42 e 58 anos, três em situação de afastamento do trabalho, e uma recentemente aposentada. Entre as profissões: auxiliar de limpeza, auxiliar de serviços gerais e empregada doméstica. Em avaliações iniciais foram constatados aspectos em comum junto aos sujeitos, como sobrecargas e desgaste nas tarefas de trabalho antes do afastamento, dificuldades nas relações familiares, presença de dores crônicas e difusas no cotidiano de vida, desmotivação e restrição às atividades sociais, entre outras. Foram realizados neste período 14 encontros e realizadas atividades como: oficina de miçangas, de fuxico, de pintura em tecido, além de atividades expressivas, oportunizando debates sobre as vivências e percepções das participantes. As atividades proporcionaram trocas de vivências e experiências, novas percepções corporais e de desempenho funcional, além de auxílio no enfrentamento das dificuldades decorrente da doença. Considerações Finais: A Terapia Ocupacional tem demonstrado contribuições no atendimento grupal dos sujeitos com fibromialgia do gênero feminino no CEREST/Santos e em processos de reabilitação.




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INTERVENÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL NO CEREST/SANTOS JUNTO AOS TRABALHADORES COM DORES LOMBARES CRÔNICAS

HELLEN SUZEL CARMONA1 ; ANA CLARA BITENCOURT MORAES1 ; TATIANA CHINARELLI DOS SANTOS1 ; PATRICIA SCHIMANSKI DOS SANTOS2 ; MARIA DO CARMO BARACHO DE ALENCAR3

1.ESTUDANTE DE TERAPIA OCUPACIONAL, USP - UNIFESP/BS, SANTOS, SP, BR; 2.TERAPEUTA OCUPACIONAL DO CEREST/SANTOS, SP, BR; 3. PROFESSORA DRA., CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL DA USP-UNIFESP/BS, SANTOS, SP, BR.

Palavras-chave: dor lombar; terapia ocupacional; saúde do trabalhador

Resumo: Introdução: Entre os acidentes e doenças do trabalho, a região lombar é comumente acometida (MEZIAT; SILVA, 2011). A lombalgia ocupacional apresenta etiologia multifatorial, e elevada prevalência e incidência, e pode levar à incapacidade laborativa e/ou à invalidez (HELFENSTEIN JR., 2010). A convivência com dores crônicas envolvem frequentemente significados e representações, além de sofrimento junto aos sujeitos que se vêm incapacitados de fazer atividades antes realizáveis (ALENCAR; TERADA, 2012). Objetivos: Relatar sobre as intervenções da Terapia Ocupacional junto aos trabalhadores afastados do trabalho com lombalgia e/ou lombociatalgia crônicas, atendidos no período de abril a junho de 2013 no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador- CEREST/Santos. Procedimentos: Trabalhadores com Lombalgias e Lombociatalgias atendidos no CEREST-Santos são encaminhados por médicos para a Fisioterapia e para a Terapia Ocupacional. Na Terapia Ocupacional passaram por uma triagem inicial, e ocorrem posteriormente avaliações e direcionamentos para atendimentos individuais e/ou em grupo, conforme as demandas, realizados pela terapeuta ocupacional do serviço e acadêmicos do curso de Terapia Ocupacional da UNIFESP/BS. Nas avaliações foram investigados: dados pessoais, sobre a história de vida, adoecimento e afastamento, funcionalidade e cotidiano de vida, entre outras. Durante o tratamento, receberam também orientações posturais com roteiro pré-elaborado em quatro etapas. Resultados: Neste período foram atendidos treze sujeitos, sendo oito do gênero feminino e cinco do gênero masculino, idade entre 34 e 61 anos, e de profissões variadas, todos em situação de afastamento do trabalho. As intervenções em Terapia Ocupacional no atendimento individual proporcionaram vínculo terapêutico, e diversas análises sobre dificuldades e conflitos vivenciados, e houve direcionamento das atividades terapêuticas conforme as demandas dos casos. As orientações posturais visaram à conscientização de posturas “adequadas” junto às tarefas do cotidiano, para evitar os sintomas dolorosos. As intervenções da Terapia Ocupacional em grupo, com atividades planejadas, proporcionaram interações sociais, com trocas de experiência e vivências entre os sujeitos, novas percepções corporais, desenvolvimento de novas possibilidades e habilidades, que auxiliaram na auto-estima e no enfrentamento da doença. Considerações Finais: Apesar do curto espaço de tempo analisado, foi possível perceber a importância da Terapia Ocupacional em atendimento individual e em grupo junto aos trabalhadores afastados do trabalho com lombalgias e/ou lombociatalgias crônicas no CEREST/Santos e em processo de reabilitação.





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INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

ALINE SANTOS DE OLIVEIRA; MARCELA PAULA CONCEIÇÃO DE ANDRADE; BÁRBARA KATIENE MAGNO GAIÃO; KEISE BASTOS GOMES DA NÓBREGA

UFPE, RECIFE, PE, BRASIL.

Palavras-chave: atenção primária à saúde; saúde mental; terapia ocupacional

Resumo: A Terapia Ocupacional na atenção básica está inserida nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, que visam à realização de ações coletivas, de acordo com as necessidades e a realidade local. Nesse contexto, cabe ao terapeuta ocupacional, fazer articulações no território, conhecer os fatores de risco para o desenvolvimento infantil, apoiar ações intersetoriais em parceria com a Equipe de Saúde da Família (ESF), apresentar estratégias para a independência e autonomia dos indivíduos. Esse trabalho objetiva apresentar a intervenção do terapeuta ocupacional na atenção básica, junto a uma criança hiperativa e em sofrimento psíquico. Trata-se de um relato de experiência acadêmica da disciplina de Terapia Ocupacional em Psiquiatria do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Pernambuco, vinculada ao “Projeto de Pesquisa-Ação: ações interdisciplinares na atenção a pessoas em situações de vulnerabilidade social”, aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa do CCS/UFPE, nº 02666512.6.0000.5208. As intervenções foram semanais no domicílio, com duração de 50 min., entre março a abril de 2013. Os dados foram coletados do registro do diário de campo e das evoluções das intervenções. A criança citada foi identificada pela ESF por apresentar características de hiperatividade e problemas comportamentais, que prejudicavam o seu desempenho escolar e na relação com as pessoas. As intervenções iniciaram com a escuta e o acolhimento das demandas da criança e sua família. Identificou-se uma desestruturação familiar, além de história de violência contra a criança. Dessa forma, as intervenções tiveram como proposta, melhorar as relações intrafamiliares e com a comunidade. Para isso, trabalhou-se com atividades que pudessem realçar as potencialidades da criança e aumentar sua autoestima, inclusive, articulando com a rede de cuidados, para atividades esportivas e de lazer. Foram dadas orientações para a continuidade do tratamento psicológico, adequação da rotina do ambiente domiciliar e atividades escolares, buscando-se uma maior participação da mãe. Contudo, algumas dificuldades para melhor efetivação das ações foram encontradas como, a falta de equipamentos de lazer e esportes na comunidade, além da precária condição de vida, que torna a família mais vulnerável aos riscos psicossociais. A intervenção terapêutica ocupacional deve ser efetiva e integral, estendendo-se para além dos sintomas apresentados e tendo-se a família como um foco essencial das intervenções. Para a diversidade de demandas de cuidados é necessário à articulação com a rede e com os espaços de promoção de saúde na própria comunidade, havendo a necessidade de maior investimento nesses equipamentos.



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