Anais - CBTO/2013

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EIXO - 9 TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS

- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS


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TERAPIA OCUPACIONAL E TECNOLOGIA ASSISTIVA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

CAMILA SAYURI MOTIZUKI1 ; SUELLEN CRISTINY COSTA1 ; ANGELA PAULA SIMONELLI1 ; DÉBORA REGINA DE OLIVEIRA MACHADO2

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL; 2.HOSPITAL DO TRABALHADOR, CURITIBA, PR, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; tecnologia assistiva; adaptações

Resumo: Introdução: No Brasil, segundo o IBGE (2010), 23,9% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, ou seja, 45.606.048 milhões de pessoas têm deficiências motoras, mentais, intelectuais, visuais, auditivas e/ou outras. Alguns sujeitos com deficiência física mesmo após diversas intervenções interdisciplinares permanecem com problemas de desempenho ocupacional. A Terapia Ocupacional pode tratar de tais dificuldades e para isso utilizar tecnologias assistivas. Objetivo: Descrever uma intervenção de Terapia Ocupacional na prescrição, confecção e utilização de dispositivos de tecnologia assistiva para as demandas de atividades da paciente A.M.C., a qual teve fraturas múltiplas tanto no punho como na mão dominante, distrofia, amputação do polegar, avulsão das partes moles e lesão do nervo digital. Metodologia: O trabalho é um relato de experiência do estágio de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná. Perpassou desde a demanda inicial da paciente, a seleção dos materiais, confecção da adaptação até a utilização da mesma após um mês. Resultados: Inicialmente a paciente descreveu a impossibilidade de realizar: alimentação, segurar panela e prender o cabelo da filha. Devido limitações de movimento de flexão e extensão do punho e mão. As estagiárias e a terapeuta ocupacional planejaram, selecionaram materiais de baixo custo e confeccionaram protótipos para cada adaptação. A terapeuta ocupacional e as estagiárias avaliaram: facilidade ao colocar e tirar a adaptação, funcionalidade, estética, segurança, tamanho adequado e higiene. A paciente foi orientada quanto ao uso das adaptações, bem como os cuidados e limitações que poderia haver. Após 30 dias de uso houve um novo atendimento e uma entrevista semi- estruturada para verificar: a frequência de utilização de cada adaptação; a adequação do material utilizado; dificuldades; necessidade de novas readequações; utilização da adaptação para outras funções. Todas adaptações foram descritas pela paciente como adequadas e funcionais. Cabe ressaltar que a adaptação de alimentação também foi utilizada para escovar os dentes e alimentar a filha de A.M.C. Considerações Finais: Constatou-se a relevância da atuação do terapeuta ocupacional ao proporcionar independência e autonomia nas atividades de vida diária e atividade instrumentais de vida diária supra citadas, por meio da utilização de tecnologia assistiva.




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[152]

TERAPIA OCUPACIONAL E AUTISMO INFANTIL: IDENTIFICANDO PRÁTICAS DE INTERVENÇÃO E PESQUISA.

MARIANA SORAGNI1 ; THELMA SIMÕES MATSUKURA2

1.UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, BOTUCATU, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; autismo infantil; estudo de revisão de literatura

Resumo: Introdução: O autismo infantil compromete diferentes áreas do desenvolvimento, destacando-se alterações na comunicação, na interação social e a presença de comportamentos repetitivos e interesses restritos; as abordagens de intervenção nessa área são variadas, destacando-se, dentre elas, a terapia ocupacional. Objetivos: O presente estudo teve por objetivo realizar revisão da literatura nacional e internacional sobre estudos e práticas da terapia ocupacional junto a indivíduos com autismo infantil. Método: O período considerado para a revisão compreendeu os anos de 2000 a 2010, com artigos em idioma português e inglês. Utilizou-se um protocolo de registro para a sistematização das principais informações dos estudos localizados. Na literatura internacional a busca deu-se através do portal de periódicos da CAPES, permitindo acesso a sete periódicos específicos da área de terapia ocupacional, a busca nacional foi realizada através do Scielo, da análise dos Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, Revista de Terapia Ocupacional da USP e dos Anais dos Congressos Brasileiros de Terapia Ocupacional do período determinado. Resultados e Discussão: Os resultados do estudo evidenciam que as publicações sobre a temática estão em crescimento tanto no Brasil quanto no exterior, porém os focos diferem, sendo que internacionalmente as pesquisas abordam mais a temática da Integração Sensorial e o autismo infantil, com o uso de instrumentos padronizados, a participação de número expressivo de crianças autistas e grupos de comparação. No Brasil, os estudos apresentam enfoques mais amplos que envolvem diversos aspectos do desenvolvimento infantil e dos contextos de inserção da criança, como o brincar simbólico, psicomotricidade, família, escola, dentre outros. Os resultados também revelam uma defasagem nas publicações sobre o tema no Brasil, já que maior parte dos trabalhos nacionais foram localizados através de Anais dos Congressos Nacionais e não estão publicados. Discute-se as especificidades do desenvolvimento do campo de conhecimento da Terapia Ocupacional no Brasil e aponta-se para a necessidade de continuidade de esforços no sentido de sistematizar e pesquisar sobre a temática que envolve os processos da Terapia Ocupacional no autismo e para importância da divulgação científica para o fortalecimento da área e das reflexões acerca das práticas de intervenção. Considerações Finais: Considera -se que o estudo contribui para o aprofundamento do conhecimento deste tema e fornece subsídios para estudos futuros e para o planejamento de práticas de intervenção junto a esta população. 




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[159]

A CIÊNCIA DA OCUPAÇÃO E O BRINCAR DE UMA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA

CIBELE BRAGA FERREIRA NASCIMENTO; CARLOS ALBERTO ARTNER; ROSE DE CARVALHO MONTEIRO; JAMÍLIA SOARES FARIAS; SAMARA GONÇALVES LEAL

UFPA, BELÉM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; ciência da ocupação; brincar

Resumo: A ciência da ocupação é uma disciplina acadêmica emergente que tem como chaves de análise a forma, caracterizada pelos aspectos observáveis de um engajamento ocupacional, a função e o significado da ocupação, dentro do contexto de vida e da cultura do sujeito, configurando-se como um importante instrumento de fundamentação do fazer terapêutico ocupacional. Esta pesquisa objetiva identificar a forma, função e significado da ocupação de brincar de uma criança com deficiência atendida na classe hospitalar de um Hospital Universitário da cidade de Belém/PA. Adotou-se uma pesquisa qualitativa de base fenomenológica, do tipo estudo de caso, utilizando-se a técnica da entrevista semi-estruturada composta de dados de identificação e perfil ocupacional (forma, função e significado), respondida pelo pai da criança em atendimento. A criança nomeada de Supermam, 5 anos, filho único e estuda em escola comum sendo atendido na classe hospitalar do referido hospital. Diante dos achados no perfil ocupacional, observou-se que a forma do brincar apresenta-se como preferencialmente imaginativo, conforme o relato de Rubi (pseudônimo): “ele (o filho) brinca muito de eletricista. E na maioria dos casos ele inventa a brincadeira dele”. O brincar acontece frequentemente no turno da manhã e noite (quando o pai chega do trabalho) e aos fins de semana, incluindo atividades de lazer; os parceiros habituais da brincadeira são os primos e os pais, sendo os principais ambientes da brincadeira o doméstico e o público, em parques e praças, aos fins de semana. A função do brincar é identificada por Rubi como estímulo ao desenvolvimento, pois, segundo Rubi, “Pra mim é o mais importante na parte de brincar é desenvolver ele. Eu acho muito importante porque se não brincar eu já não tenho faz de conta e o uso da imaginação e raciocínio lógico dele [...] Ter a parte motora do meu filho bem desenvolvido”. Sendo o brincar significado como atestado de saúde, pois “se não brincar alguma coisa tá errada” (RUBI), além de ser um fortalecedor de vínculos entre pai-filho, pois conforme Rubi: “Por mais que você chegue cansado e brinca 05 minutos com ele, ele sabe que você sempre vai chegar e brincar. Vai dar amor e carinho”. Dessa forma, a pesquisa retrata aspectos relevantes do brincar da criança com deficiência, aprofundando a análise do terapeuta ocupacional Anais sobre esta área de ocupação tão importante e significativa, além de evidenciar a necessidade de uma fundamentação teórica baseada no objeto profissional, sendo a ciência da ocupação um caminho frutífero para maior fundamentação e conhecimento acerca da ocupação humana.




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[161]

ANÁLISE DE ATIVIDADE E MATERIAL EM TERAPIA OCUPACIONAL: CONFECÇÃO DE JOGOS E BRINQUEDOS
DE MIRITI

CARLOS ALBERTO ARTNER; CIBELE BRAGA FERREIRA NASCIMENTO; ROSE DE CARVALHO MONTEIRO; SAMARA GONÇALVES LEAL; JAMÍLIA SOARES FARIAS

UFPA, BELÉM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; análise de atividade; miriti
Resumo: O Projeto de Extensão “Jogos e Brinquedos na interface saúde-educação: atividades e recursos em Terapia Ocupacional” objetiva produzir jogos e brinquedos, com material regionalizado, que estimulem o engajamento ocupacional do brincar na díade crianças com deficiência-pais. Assim, objetiva-se relatar a experiência da análise de material identificando as características e aplicabilidade do material regional escolhido, bem como destacar a vivência dos pais ao utilizar o material. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e do tipo estudo de caso. Este relato baseia-se no diário de campo das reuniões, referentes às atividades desenvolvidas junto aos pais, na classe hospitalar de um Hospital Universitário na cidade de Belém/PA. O material regional escolhido foi o Miriti, uma palmeira da região amazônica, de onde se retira a parte central, para a confecção de artesanato e brinquedos. De acordo com a análise de material, observou-se que o miriti apresenta como características: densidade inferior a da água e com muita porosidade, favorecendo o seu manuseio e moldagem, com alta durabilidade e baixo custo. O miriti também representa a cotidianidade do homem amazônico e um traço cultural ribeirinho. Diante da experiência dos pais na confecção dos jogos, observou-se que o processo foi motivo de atenção, criatividade e aprendizado, que além de conhecerem mais sobre o miriti, também foram (re)descobrindo o potencial do lúdico, no processo de fortalecimento de vínculos pai-filho, conforme o relato: “(...) foi uma experiência nova, eu nunca tinha pegado o miriti pra fazer um brinquedo. Eu já tinha visto o miriti, mas nunca trabalhado com ele; e ele é bom de trabalhar porque é leve, dá pra pintar. (...) essa atividade melhorou a minha relação com o meu filho, porque agora eu sento pra brincar com ele, não perco a paciência (...)”(P1). Nota-se que a aplicação dos fundamentos da análise de material, como constituinte da análise de atividade, são necessários para prática Terapêutica Ocupacional, bem como se destaca a importância de estudos que levem em consideração os recursos regionais e de baixo custo, além de se verificar a relevância de considerar o contexto cultural dos clientes, sendo o miriti um material que representa a cotidianidade amazônica. Evidencia-se o potencial do Projeto, como favorecedor da valorização da cultura paraense na articulação educação-saúde em prol de novas propostas que visem o melhor desenvolvimento e engajamento ocupacional de crianças com deficiência, fundamentando o processo terapêutico por meio da análise de atividade/análise de material.




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[169]

IMPACTO NA REDUÇÃO DO ABSENTEÍSMO AO TRATAMENTO APÓS APLICAÇÃO DA MEDIDA CANADENSE DE DESEMPENHO OCUPACIONAL

SABRINA BONILLA CASTILLO; CAMILA SALOMON LEFEVRE

ALBERT EINSTEIN – SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Palavras-chave: copm; terapia ocupacional; prática centrada no cliente

Resumo: Introdução: O Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis (PECP) atua na prevenção e promoção da saúde, propiciando assistência integral à saúde e buscando a melhoria da qualidade de vida da população atendida. O Serviço de Terapia Ocupacional nesse programa visa o atendimento de indivíduos de 0 a 14 anos e suas famílias, encaminhadas ao setor pela equipe médica e multidisciplinar do Núcleo Saúde. Em 2012 o setor iniciou a aplicação da Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM), protocolo utilizado internacionalmente para avaliar a eficácia da intervenção na Terapia Ocupacional. Seu uso permite medir as mudanças na percepção do desempenho ocupacional do sujeito, possibilitando assim identificar e priorizar as questões que restringem ou causem impacto em seu dia-a-dia. O protocolo se diferencia dos demais, pois, quando ocorre auto avaliação há aumento da motivação e participação do cliente, favorecendo sua recuperação funcional. Tem como base, o Modelo de Desempenho Ocupacional que incorpora os princípios da Pratica Baseada no Cliente. Objetivos: Divulgar a aplicação da Medida Canadense de Desempenho Ocupacional e o possível impacto na redução do absenteísmo do cliente e de sua família no plano terapêutico. Metodologia: A COPM foi aplicada entre agosto de 2012 e maio de 2013, para 27 dos 41 pacientes com idades entre 1 e 10 anos, inseridos nos atendimentos de Terapia Ocupacional. Foram considerados os pacientes com no mínimo 10 atendimentos agendados no setor nesse período. Resultados/Discussão: Pesquisas revelam que a prática centrada no cliente, está associada à maior satisfação e adesão do mesmo aos serviços de saúde se comparada com outros modelos de prática. Através da analise do nosso banco de dados, foi observada a redução na taxa de absenteísmo dos pacientes avaliados utilizando a COPM (26%), em relação aos casos onde o protocolo não foi aplicado (30%). Considerações Finais: Conclui-se que a aplicação da COPM na população atendida no setor de Terapia Ocupacional do PECP foi eficaz quanto à redução do absenteísmo, aproximando o cliente (cuidador e paciente) do tratamento, proporcionando assim a melhora na qualidade da intervenção.




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[215]

ABUSO E DEPENDÊNCIA DE DROGAS E O CONTEXTO DA FUNCIONALIDADE E INCAPACIDADE EM SAÚDE: ESTRATÉGIA PARA A INOVAÇÃO NO CUIDADO

NAZARETH MALCHER1 ; VAGNER DOS SANTOS1 ; FLÁVIA MAZITELLI OLIVEIRA1 ; JOSENAIDE ENGRACIA DOS SANTOS1 ; DOUGLAS JOSÉ NOGUEIRA2 ; ANDREA DONATTI GALLASSI1

1.UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB), BRASÍLIA, DF, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIÂNIA, GO, BRASIL.

Palavras-chave: políticas de cuidado; atenção a grupos específicos; funcionalidade

Resumo: Introdução: É reconhecido a importância do tema crack, álcool e outras drogas de abuso no cenário nacional que, desde 2010, assumiu status de prioridade na agenda política do último e do atual governo. Nesta lógica, a complexidade da questão impacta de forma direta e indireta na funcionalidade e incapacidade dos indivíduos nos processos de abuso ou dependência de drogas. Este tema está relacionado às pesquisas do Centro de Referência sobre Drogas e Vulnerabilidades Associadas da Universidade de Brasília (CRR/FCE/UnB), através do edital de chamamento público n° 02/2012 da Secretaria Nacional de Política sobre Drogas do Ministério da Justiça. Este Programa de Extensão possibilita uma reflexão sobre os processos de cuidado associados ao abuso e a dependência de drogas, delineando estratégias inovadoras de reabilitação e proteção. Objetivos: Desenvolver uma reflexão sobre os componentes do desempenho ocupacional, da funcionalidade e incapacidade em saúde dos indivíduos com abuso ou dependência de drogas. Metodologia: Trata-se de apresentar reflexões iniciais das pesquisas desenvolvidas no CRR/FCE/UnB, na qual desenvolve estudo descritivo, longitudinal, com intervenção. Neste sentido, se apresentará uma discussão dos aspectos dos componentes da CIF, como processo relacionados a essa temática. Resultados e Discussão: Mesmo em abuso ou dependência de drogas, o sujeito possui preservados os domínios de saúde promotores de funcionalidade. Neste sentido, a CIF possibilita, dentro do contexto dos sujeitos em situação de abuso ou dependência de droga, classificar (e não medir) funcionalidade; fornecer um sistema de codificação; possibilitar uma tomada de decisão estratégica; promover ações de saúde e favorecimento da equidade; e desenvolver ações para a gestão de políticas pública. Considerações Finais: A expansão, diversidade e complexidade que envolve o abuso e a dependência de drogas têm demandado a necessidade de se estudar este fenômeno de forma a contemplar o indivíduo, a substância utilizada e o contexto em que é usada, bem como os elementos apontados como interativos no processo de abuso e dependência de drogas, que permeiam a funcionalidade dos indivíduos como processo paralelo ao bem estar em saúde. Relacionando a funcionalidade e a incapacidade, rede social e cotidiano de vida, o que permitirá ampliar a compreensão do fenômeno para além do conceito de “doença”, favorecendo a inovação nas estratégias de cuidado a partir do paradigma psicossocial.






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[235]

PRODUÇÃO DE CUIDADO EM TERAPIA OCUPACIONAL NO HOSPITAL: REFLEXÕES SOBRE AÇÕES COM MÃES EM CARDIOPEDIATRIA

KARLA MARIA SIQUEIRA COELHO AITA; CLAUDIA ROBERTA SILVA LIMA; CARLA RAISA SILVA LIMA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: assistência integral à saúde; terapia ocupacional; cuidadores; familiares

Resumo: Introdução: O Sistema único de Saúde – SUS, na observância de mudanças no modelo de atenção à saúde para melhoria e efetividade da atenção das doenças crônicas, assim como, da agudização das situações crônicas da saúde e a satisfação das pessoas usuárias, propõe um arranjo organizativo de ações com diferentes densidades tecnológicas que visa garantir a integralidade do cuidado. Esta perspectiva de produção do cuidado no ambiente hospitalar persegue um caminho recente e reforça a necessidade do cuidado técnico estar associado ao relacional. Movendo-se por este cenário de prática, o terapeuta ocupacional - TO busca orientar suas estratégias de cuidado à saúde para as manifestações de descontinuidade do cotidiano ocasionadas por situações diversas de adoecimento que apesar do curso crônico, por ora, inscrevem-se de forma aguda na vida. Atento a estas proposições de cuidado e a alta recorrência das mães de crianças adoecidas por cardiopatias no ambiente hospitalar, urge refletir-se sobre maternidade, internação e modos de cuidar em Terapia Ocupacional. Objetivos: Discutir ações da Terapia Ocupacional em ambientes de cardiopediatria hospitalar que favoreçam produção de cuidado para as mães. Metodologia: Revisão bibliográfica não sistematizada, entrevista semi – estruturada com mães de crianças portadoras de cardiopatias durante a hospitalização, gravadas, transcritas e examinadas segundo análise do conteúdo, após aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa – CEP. Discussão: Identificou-se na fala das mães que cuidar do filho cardiopata no ambiente hospitalar, rompeu a lógica do seu cotidiano à medida que propôs um cuidar organizado em torno de rotinas e procedimentos previamente definidos alheios aos seus desejos. Neste sentido, coexistia na ação cuidadora a necessidade de se apropriar do tecnicismo para legitimar sua função materna que em razão da complexidade na execução tendeu a não ser validado pela equipe de saúde. Evidenciou-se que o escopo de atuação do terapeuta ocupacional deve ponderar: rupturas vividas com o processo de adoecimento e seus significados. Evidenciou-se que as práticas de cuidado em saúde devem ter como premissa a postura acolhedora, a escuta sensível, o exercício ético-político para que favoreçam o protagonismo da pessoa doente e seus familiares. Considerações Finais: As proposições em Terapia Ocupacional necessitam serem desenvolvidas como estratégias que permitam as mães ocupar o lugar de protagonista das ações em saúde e experimentar novas formas de cotidianidade nos ambientes do hospital. Ao possibilitar a reinserção da dor e sofrimento como parte integrante da vida evitou-se cindir os elementos saúde, internação, doença que promoveu espaço de aprendizagem e adesão ao tratamento.




- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS 


[243]

TERAPIA OCUPACIONAL E SAÚDE MENTAL INFANTO-JUVENIL: IDENTIFICANDO PRÁTICAS DE INTERVENÇÃO E PESQUISAS

MILENA SANCHES GUADANHIM1 ; THELMA SIMÕES MATSUKURA2

1. APRIMORANDA DE TERAPIA OCUPACIONAL E SAÚDE MENTAL PELO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FMRP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL; 2.PROF. ASSOCIADA DO DEPARTAMENTO DE TERAPIA OCUPACIONAL - PÓS-GRADUAÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL PELA UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: saúde mental infantil; terapia ocupacional; crianças

Resumo: Introdução: A pesquisa e divulgação da prática de terapeutas ocupacionais no campo da saúde mental da criança e do adolescente estão em processo de desenvolvimento e considera-se que identificar o que é pesquisado e realizado por estes profissionais é relevante para a compreensão dos processos envolvidos na realidade brasileira e internacional. Objetivos: O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática da literatura nacional e internacional acerca da terapia ocupacional em saúde mental infanto-juvenil. Metodologia: Adotaram-se os unitermos: saúde mental infantil, saúde mental de adolescentes, crianças, adolescentes e terapia ocupacional. Foram considerados os textos nos idiomas, inglês e português, publicados durante o período de 2000 a 2010. A consulta à literatura internacional foi realizada a partir da base de dados Portal CAPES, nos periódicos específicos da área de terapia ocupacional disponíveis: American Journal of Occupational Therapy, Canadian Journal of Occupational Therapy, New Zealand Of Occupational Therapy, Australian Journal of Occupational Therapy, Occupational Therapy Now e Asian Journal Occupational Therapy. Para a consulta dos trabalhos nacionais foram considerados os periódicos da área indexados e disponíveis na rede mundial de computadores e nos Anais dos Congressos Brasileiros de Terapia Ocupacional de 2000 a 2011. Para o registro dos dados foi utilizado um protocolo de registro das obras identificadas. Todos os estudos localizados tiveram os resumos lidos na íntegra. Resultados/Discussão: Foram localizados 26 estudos na literatura internacional, 21 nos periódicos nacionais, e 89 trabalhos publicados nos Anais dos Congressos Nacionais. A maioria dos estudos localizados na literatura internacional aborda sobre o Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, e não focalizam diretamente a terapia ocupacional e sim aspectos que estão presentes no campo, como por exemplo, habilidades, autoestima e outros componentes presentes na esfera da saúde mental infanto-juvenil. Já na literatura nacional, a maior parte dos estudos tem o enfoque em contextos adversos (ambiental, social, pessoal), que interferem na saúde mental da criança. Os resultados apoiam considerações da literatura acerca do processo de consolidação e ampliação da área de saúde mental infantil, de forma geral e, na Terapia Ocupacional especificamente. Considerações Finais: Considera-se que o estudo contribui para o aprofundamento do conhecimento deste tema e fornece subsídios para estudos futuros neste campo.




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[245]

ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA DEFICIENCIA INTELECTUAL

ALMERIZE VERÔNICA LEITE; LUCIANA HANG CORREIA

ABRATO-SC, JOINVILLE, SC, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; deficiente intelectual; atividades

Resumo: O deficiente intelectual em algumas ocasiões necessita de supervisão e de intervenção do cuidador quando se refere na execução das Atividades de Vida Diária (AVD) e Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD). Desta maneira, devemos considerar a deficiência intelectual como forma ampla do desenvolvimento, com importantes consequências no processo de aprendizagem, sendo de suma importância que o terapeuta ocupacional enfoque esse aspecto. O estado cognitivo do indivíduo determina muitas mudanças que influenciam seu cotidiano, conforme as experiências sociais e culturais, todas mediadas pela tarefa e pelo ambiente. Mudanças podem melhorar ou prejudicar a forma de aprendizagem da pessoa e, como decorrência, seu funcionamento ocupacional. O deficiente intelectual tem um desenvolvimento mais lento do que as outras pessoas, e isto devem ser consideradas. Cabe ao terapeuta ocupacional avaliar, analisar, elaborar um plano de tratamento, treinar, capacitar este individuo e orientar o responsável, visando melhor obtenção dos resultados. As atividades são tarefas com objetivos definidos que exigem habilidades e recursos para atender as necessidades pessoais e sociais. É importante considerarmos o histórico e interesses ocupacionais do indivíduo e dos familiares. Com isso relataremos a atuação da Terapia Ocupacional utilizando as AVD com objetivo de potencializar maior independência e autonomia de uma pessoa com deficiência intelectual e autismo, sendo assistida desde a infância. Apresentaremos algumas das atividades realizadas e os objetivos alcançados durante a intervenção terapêutica. As atividades de autocuidado instruídas foram: banho, vestuário, cuidados com os cabelos, alimentação e higiene oral. Após longo período de treino nas atividades de autocuidado, no banho alcançou-se a independência funcional, contudo a cuidadora auxilia para enxugar os cabelos. No vestuário, adquiriu-se a habilidade funcional para fechar e ajustar o sutiã, a roupa branca, shorts e o vestido. Observou-se na alimentação melhora nas habilidades de coordenação visomotora, apresentando bom domínio para o manuseio dos talheres. Na tarefa de higiene oral foi conquistado total independência para esta ação. Salientamos que todas as atividades realizadas foram treinadas na prática para melhor assimilação. Concluímos que o processo terapêutico ocupacional com o deficiente intelectual mostrou-se com grande relevância nos aspectos das Atividades de Vida Diária, ocorrendo a longo prazo para que os objetivos fossem alcançados. É de suma importância a participação efetiva da família neste processo contínuo, de acordo com as orientações realizadas pelo profissional de Terapia Ocupacional.




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[252]

A CIÊNCIA DA OCUPAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA FUNDAMENTAR A PRÁTICA CLÍNICA DA TERAPIA OCUPACIONAL

VICTOR CAVALEIRO CORRÊA; LUÍSA SOUSA MONTEIRO; ELSON FERREIRA COSTA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: ocupação; ciência da ocupação; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: A ocupação é composta de ações com propósitos e significados, nas quais as pessoas se engajam em seu cotidiano e estruturam suas vidas. Estas ações agregam significados pessoais e culturais e são influenciadas pelo histórico de vida de cada indivíduo. Objetivo: compreender as ocupações sob os pressupostos da Ciência da Ocupação e sua contribuição para fundamentar a prática clínica da Terapia Ocupacional. Metodologia: Trata-se de uma revisão descritiva e narrativa da literatura. A obtenção dos dados foi realizada por meio da pesquisa em livros e artigos de revistas impressas e eletrônicas. Após a seleção e leitura das publicações científicas procedeu-se à análise crítica de seus conteúdos. A partir da leitura e reflexão do material coletado, foram delimitados núcleos temáticos focados nas bases conceituais, trajetória e relação da Ciência Ocupacional com a prática clínica da Terapia Ocupacional. Resultados e Discussão: A Ciência da Ocupação surgiu na Universidade do Sul da Califórnia, a partir da necessidade de estudar sobre a natureza multifacetada do processo de engajamento ocupacional e do uso da ocupação na terapia. Esta ciência fundamenta-se na forma, função e significado definidos e observados em um contexto cultural. A forma refere-se às características visíveis de uma ocupação. A função, corresponde ao “porquê” uma pessoa se engaja em uma determinada ocupação. Já significado, corresponde à vivência interna que resulta em participar de determinadas ocupações, e a experiência externa, disseminada no seio cultural pela sociedade. A partir da revisão teórica, observou-se que a nível mundial, diversos terapeutas ocupacionais pesquisam sobre a ocupação, baseando-se nessa teoria. Entretanto, no Brasil poucos terapeutas ocupacionais têm trabalhado com os pressupostos teóricos da Ciência da Ocupação. Considerações Finais: Defende-se que o desenvolvimento da Ciência da Ocupação como uma ciência própria da Terapia Ocupacional é crucial para auxiliar na construção de uma prática centrada em pilares próprios do campo. Esta ciência apresenta potencial para contribuir na elaboração de um corpo de conhecimento científico em Terapia Ocupacional, possibilitando uma interlocução entre teoria e prática profissional.






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[254]

CUIDAR COMO OCUPAÇÃO: UMA APROXIMAÇÃO COM O COMPONENTE DA CIÊNCIA OCUPACIONAL

ALINE VALÉRIA PROGENE DE ALMEIDA1 ; FABIOLA DE SOUZA ABRAHÃO1 ; VICTOR CAVALEIRO CORRÊA2

1.UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA, BELÉM, PA, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: cuidar; ocupação; ciência ocupacional

Resumo: O cuidar é definido como algo que requer cautela, ter o cuidado, tratar de si próprio ou do outro, do qual está envolvida uma relação de afeto, amor e amizade, ou seja, implica na importância da existência de um indivíduo para o outro, podendo o mesmo ser denominado de cuidador. Este artigo decorre em um breve estudo desenvolvido com o objetivo de compreender a relação do cuidar com a forma, a função e o significado, fundamentado no contexto da Ciência da Ocupação. Diante disto, buscou-se realizar uma revisão sistemática a partir da experiência do projeto “Sobre a forma, a função e o significado ocupacional: um relato de pais de crianças com Encefalopatia Crônica não Progressiva da Infância”. O termo ocupação é descrito como todas as atividades que fazem parte da rotina do indivíduo ao longo de sua vida; é o ato de ocuparse, se apoderar de algo ou uma ação que possui um significado de maior ou menor relevância para o mesmo. Baseado nos princípios e valores no que se refere à investigação das ocupações usou-se como referência a Ciência Ocupacional (C.O), da qual desenvolve uma base sistemática para descrever e compreender a relação e a participação em ocupações. Antes de tudo, a C.O é concebida como uma ciência fundada nas ciências sociais que mantém a relação com as demais disciplinas como a antropologia, filosofia, sociologia. Deste modo, esta ciência é a mais apropriada para entender o engajamento nestas ocupações, baseados em seus três princípios: a forma, a função e o significado ocupacional. Sendo, a forma pode ser conceituada como as etapas de execução de determinadas ações; a função como a repercussão da ocupação de uma maneira positiva ou negativa e o modo que estas influenciam na saúde do indivíduo e da comunidade; e os significados de como estas ações podem ser importantes e/ou significativas dentro do contexto de vida do ser humano. Portanto, do ponto de vista da Ciência Ocupacional, o cuidar pode ser considerado como uma ocupação, pois este abrange os três princípios básicos desta ciência, a forma, envolvendo assim as fases, métodos e o sequenciamento no qual ela desenvolve-se, a função buscando entender, os objetivos, metas que leva o individuo a cuidar de algo ou alguém e o quanto ela pode ser significativa à pessoa que a realiza.




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[291]

A IMPORTÂNCIA DO USO DE ADAPTAÇÕES NO CONTEXTO DAS AVD'S: RELATO DE UM CASO

RAFAELA FREIRES FREIRES; MAYSA SAMANTHA SANTOS; THAMYRES MACÊDO CAVALEIRO; JORGE LOPES RODRIGUES JUNIOR

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BÉLEM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: tecnologia assistiva; terapia ocupacional; atividades da vida diária

Resumo: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma das doenças cerebrovasculares mais comuns, sendo o AVE a doença deste tipo que apresenta maior incidência e morbidade, causando incapacidade e perda de autonomia. As Atividades de Vida Diária (AVD’s) são todas as atividades realizadas por uma pessoa de modo rotineiro. Na Terapia Ocupacional, o treino e o resgate das habilidades para desempenha-las são considerados como a função que mais representa e identifica a atuação do terapeuta ocupacional no enfoque da reabilitação física. Desta forma, a tecnologia assistiva é uma área do conhecimento de característica interdisciplinar que engloba diversos métodos para promover funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social podendo trabalhar com materiais de alto ou baixo custo. Assim, este trabalho tem por objetivo discutir os aspectos relevantes para a prescrição e treino do paciente neurológico adulto para uso da Adaptação Universal construída com material de baixo custo, idealizada e projetada pelo Terapeuta Ocupacional Jorge Lopes no Laboratório de Tecnologia Assistiva (LABTA), que funciona no Centro de Ciências Biológicas a da Saúde (CCBS) da Universidade do Estado do Pará (UEPA), o qual atende a comunidade objetivando basicamente a confecção de novos dispositivos de adaptação para a mesma. Assim, através de um relato de experiência do Estágio Profissionalizante em Terapia Ocupacional nesta Universidade, com enfoque em reabilitação física, buscou-se conciliar teoria e prática para ratificar a importância do terapeuta ocupacional no contexto das AVD’s. Desta forma o terapeuta ocupacional, especialista na análise da atividade, agrega valor importante na equipe de reabilitação com abordagem nas AVD’s, portanto é função deste profissional conhecer os métodos, adaptações e adequações ambientais que facilitem e promovam a independência de pessoas com disfunções físicas que interferem no domínio da atividade. Concluiu-se, portanto, que a utilização da adaptação universal pode auxiliar na realização de várias atividades, facilitando o desempenho destas e aumentando a autonomia e autoestima do usuário.







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[337]

TERAPIA OCUPACIONAL NO ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES NO PROCESSO DE TERMINALIDADE

GABRIELA MARTINS DIAS1 ; ALINE FERRARI FABRI2 ; DAYANE REGINA DOS SANTOS3

1. HC- UFPR, CTBA, PR, BR; 2.UFPR, CTBA, PR, BR; 3.HC-UFPR, CTIA, PR, BR.

Palavras-chave: terminalidade; terapia ocupacional; oncologia

Resumo: A terminalidade vai além dos aspectos biológicos relacionados à saúde. Abrange principalmente os aspectos culturais e subjetivos do indivíduo. Neste momento paciente, família e equipe se deparam com limites no processo de tratamento curativo. Esgotam-se as possibilidades de reverter às condições clínicas do indivíduo e a possibilidade de morte se torna evidente. O terapeuta ocupacional (TO) atuando junto a uma equipe multiprofissional busca auxiliar o paciente e sua família no enfretamento e ressignificação do processo de terminalidade e morte. Este trabalho tem como objetivo descrever a assistência da TO junto a esses pacientes. Apresenta como metodologia a pesquisa bibliográfica sobre a repercussão da temática na vida do paciente e de sua família, da atuação do terapeuta ocupacional junto a essa população aliando ainda, a experiência obtida na Residência Multiprofissional do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná na clínica de Cirurgia do Aparelho Digestivo. Desta forma, evidenciou-se que o terapeuta ocupacional se preocupa com o histórico biomédico, mas também centra sua atenção na história de vida, nas experiências simbólicas, no vislumbre do futuro e no conhecimento tácito do paciente. Não há supervalorização do diagnóstico ou prognóstico, favorecendo que o processo seja enriquecido por experiências positivas, compreendendo que por trás de uma condição clínica há uma história sendo construída e vívida por pacientes e seus familiares. Também auxilia o paciente no enfrentamento das perdas sofridas, buscando incentivar outras formas do fazer que gerem satisfação e bem estar, valorizando as capacidades, os momentos significativos, fortalecendo vínculos com a família, permitindo ao paciente o conhecimento de si mesmo, a reflexão sobre suas experiências e seu processo de adoecimento. Ressalta-se que a presença de uma equipe multiprofissional é fundamental na atenção ao paciente terminal, sendo essencial o diálogo, respeito mútuo e um consenso com relação às condutas a serem tomadas. Conclui-se, portanto, que são inúmeros os sentimentos explicitados pelo paciente e família durante o período da terminalidade, que a comunicação entre todos os envolvidos neste processo necessita ser qualificada. A atuação do terapeuta ocupacional auxilia o paciente a passar pelo processo de morte, aliviando suas angustias, proporcionando autonomia e valorizando suas potencialidades. Possibilitando, assim, a finalização dos projetos de vida e a realização de atividades que lhe sejam significativas, além do acolhimento familiar, favorecendo a comunicação e a diminuição do sofrimento.




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[339]

RELAXAMENTO COMO RECURSO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL PARA O ESTÍMULO DAS HABILIDADES DE REGULAÇÃO EMOCIONAL

AIME JULIANA DOS SANTOS1 ; GABRIELA MARTINS DIAS1 ; ALINE FERRARI FABRI2 ; DAYANE REGINA DOS SANTOS3

1.HC- UFPR, CTBA, PR, BR; 2.UFPR, CTBA, PR, BR; 3.HC-UFPR, CTBA, PR, BR.

Palavras-chave: terapia ocupacional; habilidades de desempenho; relaxamento

Resumo: Um dos aspetos contemplados na estrutura da prática da Terapia Ocupacional são as habilidades de desempenho. Dentre estas destacam-se para este trabalho as habilidades de regulação emocional (HRE). Definidas como ações ou comportamentos que o cliente usa para identificar, gerenciar e expressar sentimentos enquanto se envolve em atividades ou na interação com outros. Diante disso, objetiva-se com este trabalho evidenciar a importância da intervenção terapêutica ocupacional voltada às HRE e exemplificar um dos recursos terapêuticos que favorece a abordagem biopsicossocial do cliente. A partir da percepção proporcionada pela prática clínica com pacientes oncohematológicos em um hospital geral, verificou-se a necessidade de abranger essa habilidade de desempenho utilizando como metodologia a pesquisa bibliográfica. Verificouse como demanda dos pacientes assistidos a dificuldade de lidar de forma satisfatória com eventos estressantes. A intervenção do terapeuta ocupacional diante desta demanda promove o bem estar e a harmonização biopsicossocial, beneficia a resolução de problemas, do medo, da depressão, contribui para o autoconhecimento, percepção do espaço ambiental e interpessoal, e facilita a aquisição da aprendizagem. Como um dos recursos utilizados para o estimulo das habilidades de regulação emocional empregam-se as técnicas de relaxamento muscular e psíquico, indicado como processo restaurador por diferentes áreas como a Psicoterapia a Terapia Ocupacional e a Fonoaudiologia. Estas técnicas possibilitam dissolver padrões que dificultam condutas saudáveis e auxiliam no tratamento de pessoas com câncer, favorecendo inúmeras possibilidades terapêuticas. Conclui-se diante dos aspectos relatados a contribuição do terapeuta ocupacional no uso das técnicas de relaxamento para o aperfeiçoamento das habilidades de regulação emocional do cliente, a auto percepção e reflexão sobre si mesmo e sobre os aspectos estressantes aos quais está submetido durante o tratamento onco-hematológico.






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[366]

A TRANSFORMAÇÃO DO USO E DO CONCEITO DE ATIVIDADES NA OBRA DE JÔ BENETTON

TAIS QUEVEDO MARCOLINO; ELIANE NASCIMENTO FANTINATTI

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: métodos; formação de conceito; atividades humanas

Resumo: O processo de teoria da técnica conduzido por Jô Benetton ao longo dos últimos 40 anos, que culminou no que hoje se conhece como Método Terapia Ocupacional Dinâmica, sustentou-se na investigação da prática clínica da terapia ocupacional produzindo teorias explicativas dos fenômenos da prática e metodologias que sustentassem a assistência. Nesta proposta de prática, as atividades sempre se colocaram como elementos centralizadores do processo terapêutico e tiveram diferentes compreensões ao longo deste período. Ao realizar uma revisão sistemática nas publicações da autora entre 1971 e 2012, incluindo as obras trouxessem a palavra atividades no título, palavras-chave ou resumo do trabalho e que abordassem o trabalho clínico e referenciais teóricos, identificaram-se três momentos distintos do uso de atividades no processo de teoria da técnica: a primeira fase sustentada por teorias psicanalíticas, na qual as atividades, de caráter artístico, tinham a função de expressão do mundo interno, expressão de conteúdos não verbais, em especial, associada ao modo de pensamento psicótico, para desvelar aspectos inconscientes e sentimentos que fizessem sentido na história ou construção da história do sujeito psicótico; a segunda fase, na qual as atividades são consideradas instrumento da terapia ocupacional e terceiro termo da relação triádica, momento de definição conceitual e sistematização de alguns procedimentos que se tornaram base para o Método Terapia Ocupacional Dinâmica, Anais provenientes, principalmente, da tese de doutorado da autora; e a terceira fase, na qual estas se mantém como na fase anterior, mas há maior ligação com o Paradigma da Terapia Ocupacional através do trabalho de Eleanor Clark Slagle, atrelando as atividades à criação de espaços de saúde para construções no cotidiano. Além disso, encontramos elementos que sempre estiveram presentes, como o potencial do processo de realização de atividades para a obtenção de informações sobre o paciente, tanto de aspectos objetivos como subjetivos; o potencial das atividades para sustentar o processo de comunicação, compreendendo que qualquer significado deveria ser dado pelo paciente; e a forte presença dos aspectos educacionais para a assistência em terapia ocupacional, demarcando também a escolha pelo termo inserção, e não reinserção, social. Este trabalho procura elucidar o processo de transformação do uso e do conceito de atividades na obra de Jô Benetton, buscando contribuir tanto para a compreensão do processo de teoria da técnica e, consequentemente, possibilitar a continuidade deste processo, como para a formação teórico-metodológica de terapeutas ocupacionais.




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[374]

POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL JUNTO A PACIENTES COM LESÕES DE MEMBRO SUPERIOR

LETÍCIA SEVERO SEEGER; ALINE SARTURI PONTE; DANIELA TONÚS; BÁRBARA SANTOS LUCCAS DUARTE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; lesões tendíneas; reabilitação

Resumo: Introdução: A mão é fundamental na realização das atividades cotidianas. Diante de uma incapacidade em utilizá-la, devido a algum tipo de deficiência motora e/ou sensitiva, acidente de trabalho, patologias ligadas à reumatologia, neurologia, traumatologia, possivelmente haverá um comprometimento nas atividades funcionais do dia a dia, bem como as profissionais antes exercidas (FONSECA et. al, 2006). Objetivo: apresentar as intervenções terapêuticas ocupacionais junto a um paciente que sofreu lesões tendíneas no membro superior decorrente de acidente de trabalho. Metodologia: Esta pesquisa caracteriza-se como qualitativa, sendo um estudo de caso. J. idade 32 anos, sexo masculino, solteiro, com diagnóstico CID 10: S 51.8 (ferimentos de outras partes do antebraço), os laudos da perícia descrevem a lesão como uma secção dos flexores dos 2º, 3º, 4º e 5º QDE (quirodáctilo esquerdo) medial e lubital. Paciente sofreu um acidente de trabalho com arma branca lesionando os tendões da mão esquerda. Durante a avaliação física constatou-se que apresenta cicatriz em “Z” na parte dorsal do punho do membro esquerdo, aderência cicatricial, encurtamento de tendões, hipotrofia muscular do membro superior, desvio radial e em flexão, mão em garra. Resultados/Discussão: Após avaliação, análise dos dados encontrados e reflexão, foi possível iniciar as intervenções terapêuticas ocupacionais. O trabalho realizado visou à reeducação sensorial e dessensibilização, estimulo da força e preensão, treino e adaptações referentes a atividades de vida diária (AVDs), manuseio cicatricial, correção/diminuição de deformidades a partir da confecção de uma órtese de neoprene com a função de estimular a extensão do punho e abdução do polegar. Para Ferrigno (2007, p. 123), “o principal objetivo da órtese é promover o equilíbrio biomecânico por meio da aplicação de forças de contenção externa ao segmento comprometido.” Nesse sentido, percebe-se evolução no caso, após a confecção da órtese em neoprene, aumentando sua amplitude de movimento, melhorando sua modulação sensitiva, diminuindo as deformidades e tornando a mão mais funcional. A órtese pode auxiliar as questões relacionadas à sensibilidade, pois, a mesma estimula o contato com uma textura diferente, diminuindo sua hipersensibilidade e preparando a região afetada para maiores estímulos. Considerações Finais: Observou-se durante as práticas a importância da intervenção terapêutica ocupacional em pacientes com lesões tendíneas logo após o processo cirúrgico.





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[387]

TABLET COMO FERRAMENTA DE INTERAÇÃO ENTRE TERAPEUTA OCUPACIONAL E CRIANÇA COM TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO

MARCIA MARIA COSTA RIBEIRO; LARISSA OLIVEIRA CORDEIRO; CHRYSTIANE MARIA VERAS PORTO

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA, FORTALEZA, CE, BRASIL.

Palavras-chave: transtorno autistico; tecnologia; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: A categoria transtornos globais do desenvolvimento (TGD) é referente aos transtornos que se caracterizam por prejuízos severos e invasivos em diversas áreas do desenvolvimento, como habilidades de interação social recíproca, habilidades de comunicação e presença de comportamentos, interesses e atividades estereotipados. Nesta perspectiva, acredita-se que o uso de tablet como recurso terapêutico facilitará a interação entre terapeuta e paciente mediante atividade significativa. Objetivo: Descrever uma intervenção em Terapia Ocupacional junto a uma criança com diagnóstico de autismo, utilizando-se, como recurso, um tablet. Metodologia: Estudo de campo, descritivo, com abordagem qualitativa, realizado em instituição que oferece atendimento às pessoas com deficiência, localizada no município de Fortaleza, Ceará. Realizou-se observação direta com base em Protocolo de Observação para Crianças com Suspeita de TGD durante estágio do módulo Terapia Ocupacional no Contexto Ambulatorial I, no mês de maio de 2013. A criança em questão era do gênero masculino, com diagnóstico de autismo e 12 anos de idade. Resultados: A criança iniciou a revelar interesse no som e imagem em movimento emitidos pelo tablet, espontaneamente, quando este recurso era apresentado em sessão semanal de Terapia Ocupacional. E, ainda, passou a sentar-se para alimentar-se, atitude antes inexistente. Discussão: Os resultados mostram que a criança desenvolveu uma comunicação não verbal por meio de gestos e expressões corporais e faciais, além de contato ocular e corporal espontâneo com terapeuta e momentos de atenção, facilitando a realização de atividades cotidianas. Considerações Finais: O tablet se converteu em janela de comunicação entre terapeuta e criança, tornado-se uma importante ferramenta na interação estabelecida no processo terapêutico ocupacional. Entretanto, faz-se necessário ampliar o estudo acerca desta tecnologia como recurso terapêutico.





 

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[396]

GRUPO DE ESTUDOS SOBRE USO DO TEMPO E TERAPIA OCUPACIONAL

LUIZA OLIVA PAGANELLI; MARIA LUISA GUILLAUMON EMMEL; MARINA ZAIDEN; ANA CÉLIA NUNES; MARIANE CRISTINA LOURENÇO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: uso do tempo; pesquisa; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: Os estudos sobre o Uso do Tempo têm trazido contribuições importantes para a teoria e a prática da Terapia Ocupacional, uma vez que todas as ações humanas estão localizadas no tempo, fazendo dele um componente central para a profissão. Adolph Meyer já advogava que a dimensão temporal deveria ser considerada pelos terapeutas ocupacionais no processo de adaptação dos indivíduos. Para ele, o uso proposital do tempo tem o potencial de manter e regenerar a saúde e a forma como os indivíduos com deficiência usam e organizam o seu tempo no dia-a-dia são a medida de sua adaptabilidade. Neste aspecto, o uso do tempo está também diretamente relacionado à qualidade de vida. Kielhofner considerou esta dimensão no Modelo da Ocupação Humana, uma vez que, para ele, ação e tempo são componentes concomitantes da ação humana. Apesar disso, poucos têm sido os trabalhos de terapeutas ocupacionais (especialmente os brasileiros) que se preocupam em analisar esta dimensão tão relevante. Objetivos: Em meados de 2013, liderado pela profa. Dra. M. Luisa G. Emmel, foi criado no Depto de Terapia Ocupacional da UFSCar (em São Carlos/SP) um grupo para aprofundar os estudos acerca do uso do tempo e suas relações com a qualidade de vida e a Terapia Ocupacional. Este grupo é atualmente formado por terapeutas ocupacionais, alunos do Mestrado e graduandos em Terapia Ocupacional da UFSCar. Resultados: A apresentação aqui proposta expõe o grupo, seus componentes e os estudos que vêm sendo desenvolvidos nos últimos anos relacionando a Terapia Ocupacional com o uso do tempo e os instrumentos de medida de uso do tempo que o grupo vem trabalhando. Considerações Finais: No momento os trabalhos desenvolvidos compreendem os seguintes estudos: a) uma pesquisa de Mestrado na área de infância; b) uma pesquisa de Mestrado com idosos ativos; c) uma pesquisa de Mestrado com indivíduos obesos pré e pós cirurgia bariátrica e uma Iniciação Cientifica com adultos jovens.






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[461]

O BRINCAR COMO BENEFÍCIO NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM CÂNCER

MARIA CRISTINA CARDOSO RIBEIRO; LAILA CRISTINA DA SILVA; ÁTALA LOTTI GARCIA

UFES, VITÓRIA, ES, BRASIL.

Palavras-chave: câncer; brincar; criança

Resumo: Introdução: O câncer é uma doença que gera sofrimento, dor e desestruturação familiar, e esses sentimentos se intensificam quando se trata de uma criança, pois ela está iniciando sua trajetória de vida. A hospitalização pode afetar o desenvolvimento escolar e social da criança, interferindo também na qualidade de vida. As intervenções, na Terapia Ocupacional, se diferenciam pelos instrumentos de trabalho, ou seja, pelas ferramentas adotadas, pelos recursos terapêuticos e pela metodologia de trabalho profissional. Para as crianças em tratamento de câncer o brincar tem potencial, como estratégia de enfrentamento dessa situação. Objetivos: Este estudo tem como objetivo avaliar a importância do brincar dada pela criança, caracterizar as possíveis atividades lúdicas no hospital e descrever os benefícios das práticas lúdicas, como recurso da Terapia Ocupacional, no tratamento de crianças com câncer. Métodos: Foi aplicado o instrumento de Avaliação do Brincar no Hospital (ABH) contendo 16 desenhos de brinquedos e brincadeiras, classificados em jogos de Exercícios, Simbólicos, de Acoplagem, de Regras e Atividades em 11 crianças hospitalizadas com câncer (6-12 anos), no município de Vitória/ES. Trata-se de um estudo transversal quantitativo. Resultados: O brincar pode ser um método adequado de intervenção no tratamento de crianças com câncer para adaptação e aceitação da criança no ambiente hospitalar e para minimizar as consequências que a internação pode causar no seu desenvolvimento social e escolar normal. Considerações Finais: O instrumento mostrou que o brincar pode ser um recurso adequando para a adaptação da criança hospitalizada, visto que envolve exploração, experimentação e descoberta. O brincar pode ser um método de intervenção no tratamento de crianças com câncer para adaptação e aceitação do ambiente hospitalar e para minimizar as consequências que a internação pode causar ao desenvolvimento sócio educacional normal delas.





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[472]

TERAPIA OCUPACIONAL: O OLHAR DA CRIANÇA NO CONTEXTO HOSPITALAR

PAULA POZZI PIMENTEL; ÁTALA LOTTI GARCIA; GILMA CORRÊA COUTINHO; FELIPE GOMES LEMOS; GUSTAVO FITARONI PEREIRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, VITÓRIA, ES, BRASIL.

Palavras-chave: hospitalização; criança; terapia ocupacional

Resumo: A hospitalização gera sentimentos de dependência, inferioridade e insegurança, aliado ao medo do desconhecido, dos aparelhos e instrumentos hospitalares. A hospitalização infantil e a inserção da criança em um ambiente e rotina tão diferente do seu dia-a-dia modifica a sua vida em vários aspectos. A doença, procedimentos invasivos, ruptura da rotina escolar, o confronto com a dor, o estar fora de casa e limitações físicas, podem acarretar uma “paralisação” de suas ações. Esse trabalho teve por objetivo compreender a forma com que a criança enxerga o processo de hospitalização e o ambiente hospitalar para possibilitar intervenções que minimizassem os possíveis danos do hospitalismo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva, realizada no primeiro semestre do ano de 2011. Foram observadas e entrevistadas 06 crianças, hospitalizadas no setor da pediatria do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (HUCAM), na faixa etária entre 10 e 16 anos, que tiveram um contato recente com a terapia ocupacional. A coleta de dados se deu por atendimento individual e em grupo e com o recurso da fotografia, processo pelo qual, as crianças registraram suas impressões sobre o ambiente hospitalar. Os resultados mostraram a partir da análise do comportamento, das falas e das fotografias das crianças foi possível perceber que, dentre as várias mudanças geradas pela hospitalização, os aspectos que mais se destacaram foram: a estrutura física do hospital, os aspectos emocionais, as relações sociais, a presença do terapeuta ocupacional, a ruptura do cotidiano e os procedimentos médicos. Apesar de várias dificuldades e obstáculos ao tratamento, a presença da Terapia Ocupacional modificou o contexto hospitalar, tornando-o mais humano, mais acolhedor, menos mecânico. O que num ambiente pediátrico tem grande impacto, uma vez que ameniza o cuidado com as crianças, possibilitando maior aderência ao tratamento.



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[490]

TECITURAS E PARTICIPAÇÃO: ANÁLISE DA REDE SOCIAL DE USUÁRIOS DE DROGAS A PARTIR DO DISPOSITIVO ECOMAPA

DIEGO EUGÊNIO ROQUETTE GODOY ALMEIDA1 ; RICARDO LOPES CORREIA2

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, SAO PAULO, SP, BRASIL; 2.FACULDADE DE MEDICINA DO ABC, SANTO ANDRÉ, SP, BRASIL.

Palavras-chave: instrumento; rede social de suporte; transtornos relacionados ao uso de substâncias

Resumo: Introdução: A OMS, através da Classificação Internacional de Funcionalidade e Incapacidade em Saúde (CIF, 2005), compreende a participação nos contextos reais de vida, como elemento fundamental à saúde. O usuário de álcool e outras drogas assistido nos Centro de Atenção Psicossocial-Alcool e outras Drogas (CAPS-AD) pode experimentar a restrição na participação social, com impacto negativo na maneira que o indivíduo ocupa o território e suas identidades, gerando assim, enfraquecimento da rede social de suporte, assim como a impossibilidade de novos acessos à Rede. Objetivos: Apresentar o dispositivo ECOMAPA na análise da Rede Social de Suporte; discutir a estruturação da rede social, em densidade e perfil de vínculos dos usuários de um grupo extramuros, do CAPS-ad de São Paulo. Métodos: Aplicação individual do ECOMAPA (n=11) seguida de categorização das estruturas sociais. Realizou-se análise da densidade dos vínculos a partir da razão entre o somatório dos vínculos de conexões possíveis (forte ou fraca) e estruturas identificadas (∑ relações/12), segundo LEMIEUX & OUIMET, obtendo o ECOMAPA representativo do grupo. Resultados/Discussão: A densidade média da Rede Social representativa foi de 0.55. Os vínculos de maior densidade foram: família estendida (2,50), família nuclear (0,91) e CAPS (0.83). Os índices de menor densidade se deram nas relações com trabalho e namoro (0.08). Nas estruturas família nuclear e estendida apareceu o elemento estressor, ressaltando a produção de tensões entre apoio e conflito no cenário Habitat. Destaca-se o CAPS-ad como importante núcleo social para os usuários, contrastando com o reduzido vínculo com bares (0,33). Nota-se também a relação fraca e interrompida com a estrutura “trabalho” bem como a ausência de vínculos com equipamentos tradicionais de lazer. Considerações Finais: O dispositivo ECOMAPA demonstrou de forma eficaz e complexa a participação social e rede social de suporte dos usuários do CAPSad. Compreendeu-se pelo ECOMAPA que a rede social de suporte destes usuários é representada pela família estendida, ainda que afetada por elementos estressores, pela família nuclear e pelo próprio CAPS. Percebe-se que há pouco vínculo com espaços territoriais destinados ao lazer e produtividade, elementos estes importantes na elaboração de itinerários terapêuticos. Sugere-se novos estudos mais representativos sobre a importancia da Rede Social de Suporte na prevenção, tratamento e reabilitação de abusadores de substâncias psicoativas.



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[496]

CARACTERIZAÇÃO DAS PRÁTICAS DA TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO DE ONCOPEDIATRIA EM CENTROS DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE SÃO PAULO

FERNANDA BRIOSCHI SOARES1 ; REGINA HELENA VITALE TORKOMIAN JOAQUIM2

1.PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA, CAMPINAS, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: criança; oncologia; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: A hospitalização de uma criança pode representar um corte repentino em sua vida, já que esta é afastada do seu cotidiano, da família e amigos. No contexto da oncologia pediátrica, o paciente passa por tratamentos dolorosos e invasivos, como: a quimioterapia, radioterapia e cirurgias, podendo desencadear o estresse, o medo, a insegurança e traumas. A literatura indica que o terapeuta ocupacional auxilia o paciente e a família a enfrentarem e compreenderem a doença; prevenir, manter e reabilitar os componentes de desempenho ocupacional; facilitar a manifestação da alegria, energia e vitalidade; melhorar sua qualidade de vida e seu bem-estar, além de (re)descobrir capacidades e habilidades. Portanto, objetivou-se nesse estudo caracterizar a atuação dos Terapeutas Ocupacionais nos setores de oncologia pediátrica do Estado de São Paulo. Os profissionais foram inicialmente identificados por meio de uma listagem de locais onde há tratamento oncológico, disponibilizada pela Associação Brasileira de Linfomas e Leucemia (ABRALE), pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) ou locais indicados pelos mesmos, totalizando 101 instituições. Por meio da listagem foram identificados 25 Terapeutas Ocupacionais, dos quais 11 participaram do estudo. Para a coleta de dados foi enviado, via online, um questionário semiestruturado com questões que versavam sobre a formação e prática do profissional, sobre o trabalho multidisciplinar e o uso de brinquedotecas. O estudo demandou o emprego de metodologia descritiva exploratória, de caráter quantitativo e qualitativo. Como resultado foi possível traçar um perfil dos profissionais participantes da pesquisa: sexo feminino; faixa etária dos 25 aos 35 anos de idade; conclusão da graduação com maior incidência no ano de 1980 e 2008; curso de pós-graduação lato sensu - especialização no Centro de Especialidades em Terapia Ocupacional e como referencial teórico o Método de Terapia Ocupacional Dinâmica. Com relação à instituição de trabalho, localizam-se em Serviços de nível terciário. Os pacientes atendidos têm a faixa etária de um ano aos 18 anos de idade, apresentam maior incidência de diagnóstico de leucemia, linfoma e tumor do sistema nervoso central. Tais profissionais realizam atendimentos individuais e grupais com os pacientes e familiares nos quais utilizam materiais artesanais e jogos. Tem objetivos distintos em suas intervenções como: posicionamento no leito, humanização do atendimento ou a reconstrução do cotidiano do paciente, entre outros. Conclui-se que a atuação dos terapeutas ocupacionais no contexto de Oncopediatria responde aos preceitos atuais das políticas de saúde no cuidado integral e ampliado ao sujeito.




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[510]

TERAPIA OCUPACIONAL E COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA: PRANCHAS DE COMUNICAÇÃO ELABORADAS COM SÍMBOLOS ARASAAC E SOFTWARE TICO

VERA LUCIA VIEIRA DE SOUZA; LUCIANA RIVILLINI FERREIRA; THALINE FURTADO MESQUITA; MIRYAM BONADIU PELOSI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.

Palavras-chave: comunicação alternativa e ampliada; terapia ocupacional; softwares de livre acesso, dispositivos móveis, acessibilidade

Resumo: Introdução: A Comunicação Alternativa e Ampliada - CAA compreende o uso de símbolos gráficos organizados em pranchas de comunicação, comunicadores, computadores e dispositivos móveis para viabilizar a expressão de necessidades e desejos às pessoas com desordens severas da comunicação oral e escrita. Integrando uma equipe multiprofissional, o terapeuta ocupacional é o profissional envolvido na avaliação da acessibilidade, capacitação para o uso e incorporação dos recursos de CAA nas atividades cotidianas, considerando as condições motoras, sensoriais, cognitivas, emocionais, o contexto do usuário e as características dos equipamentos disponíveis. Desde 2010, a Graduação em Terapia Ocupacional da UFRJ atua em parceria com o Portal ARASAAC e desenvolve projeto de extensão com elaboração de material com símbolos ARASAAC. Objetivo: Apresentar as possibilidades de construção de pranchas de comunicação para impressão e dinâmicas para uso no computador e em dispositivos com sistema Android com os símbolos e ferramentas disponíveis no Portal ARASAAC e o software TICO. Metodologia: Foram analisadas as descrições das ferramentas Portal ARASAAC e do programa TICO e elaborados aplicativos para avaliar as ferramentas oferecidas. Resultados: O Portal Arasaac oferece alem de símbolos pictográficos e fotografias, ferramentas online, entre as quais o Gerador de Pranchas, para a construção de pranchas de comunicação a serem impressas. Os símbolos Arasaac, distribuídos pela Licença Creative Commons, têm sido usados em diversos programas entre os quais o software TICO, programa para construção de pranchas dinâmicas, disponiblizado em português em sua nova versão de 2013. A elaboração das pranchas é realizada no aplicativo Editor, com possibilidade de incorporação de banco de pictogramas Arasaac e Anais de imagens armazenadas no computador, inserção de vídeos, vozes e sons gravados diretamente no programa. O aplicativo Intérprete permite executar os recursos criados no Editor. O acesso pode ser direto com uso de mouse ou por sistema de varredura com graduação da velocidade de acordo com as possibilidades motoras e cognitivas do usuário. O aplicativo construído no computador pode ser transferido para dispositivos móveis para ser executado pela versão do intérprete Tico4Android. Considerações Finais: Tanto o gerador de pranchas como o programa TICO são de fácil aprendizagem e utilização. Oferecem alternativas de acesso a recursos de CAA em português, representando um avanço importante para na área de CAA. Os alunos do projeto de extensão ministram cursos para alunos de curso de graduação e profissionais que atuam na área como professores, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos.





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[515]

EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA: UMA ESTRATÉGIA EM SAÚDE FUNCIONAL

WELLISON CARVALHO CARDOSO; ÉDEN FERNANDO BATISTA FERREIRA; BRUNA FERREIRA RAMOS; WALÉRIA CRISTINA HIPÓLITO GONÇALVES; JÉSSICA ELAINE VILHENA ROCHA

UNIVERSIDADE DA AMAZONIA, BELEM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: educação em saúde; atividades da vida diária; autonomia

Resumo: As Atividades de Vida Diária (AVDs) são atividades orientadas para o cuidado do indivíduo para com seu próprio corpo, sendo fundamentais para viver no mundo social, elas permitem a sobrevivência básica e o bem-estar. A dificuldade em realizar estas atividades está entre as principais queixas após acometimentos relacionados com funções ou estruturas do corpo. Entretanto, é possível amenizar este prejuízo a partir de orientações prestadas aos pacientes. Diante disso, as ações de Educação em Saúde voltadas as AVDs tem se mostrado como um importante instrumento para amenizar os comprometimentos observados nesta área de desempenho, pois podem ser utilizadas para fornecer informações orientadas para propiciar a emancipação e autonomia dos indivíduos. Este estudo teve como objetivo analisar os resultados obtidos a partir da inserção da educação em saúde na estimulação do desempenho nas AVDs de pessoas com problemas físico-funcionais. Trata-se de uma análise qualitativa desenvolvida com pessoas atendidas no Projeto LAR na Universidade da Amazônia (Unama) no município de Belém - Pa. Para efeito desta análise utilizou-se os resultados obtidos pela aplicação da Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) e os relatos de 6 pacientes atendidos no projeto entre março a junho de 2013, com problemas de origem neurológica e traumato-ortopédica, e que receberam orientações relacionados a estratégia de execução independente, cuidados e precauções durante a realização de AVDs e importância de estimular e manter a movimentação ativa. Identificou-se que as queixas elencadas foram sobre cortar alimentos; manipular alimentos com uso dos talheres e levar a boca; atividades de auto-cuidado; vestir-se adequadamente; caminhar; controle postural ao sentar. Dentre os pacientes analisados todos referiram melhoras em relação ao desempenho e satisfação em executar essas atividades. Os relatos obtidos indicam que as orientações estimularam a percepção do próprio corpo, a busca ativa de solução de problemas e o interesse e motivação ao tratamento. Com isso, contribuiu-se para a busca da independência e autonomia, conscientizando-se de que, são elementos importantes no processo de recuperação dos cuidados com a saúde. Portanto, considera-se que as ações desenvolvidas favoreceram a participação ativa do usuário nos cuidados, no estabelecimento de habilidades, autonomia e independência a partir da educação em saúde como um recurso importante no processo de reabilitação funcional.



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[561]

UTILIZAÇÃO DA ESTIMULAÇÃO AMBIENTAL NA REVERSÃO DAS ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS E INFLAMATÓRIAS NO MODELO CUPRIZONA EM RATOS LEWIS

NATHALIA SERRA DE OLIVEIRA; DANIELLE MAYUMI TAKEISHI OSSANAI; GLAUCA MONTEIRO DE CASTRO 

UNIFESP, SANTOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: ambiente enriquecido; desmielinização; cuprizona

Resumo: Alterações neurológicas, como a desmielinização, desencadeiam alterações motoras e comportamentais comprometendo as atividades diárias. A exposição a ambientes enriquecidos podem gerar estímulos proporcionando novas experiências sensório-motoras e melhorando a qualidade da integração entre o sistema nervoso central e periférico, importantes para o restabelecimento das funções após uma lesão. Hipotetizamos que a estimulação ambiental auxilia no processo de reabilitação, atenuando os sinais clínicos e comportamentais em decorrência da desmielinização. Assim, nosso objetivo é avaliar as alterações comportamentais desencadeadas pela desmielinização em ratos Lewis, expostos ao ambiente enriquecido. Utilizamos ratos Lewis, machos, com 7 semanas de idade, divididos em 3 grupos: controle, cuprizona ambiente padrão (AP),alimentados com 0,6% de cuprizona na ração durante 4 semanas e o cuprizona ambiente enriquecido (AE). Os animais foram avaliados nos testes de campo aberto, labirinto em cruz elevado, FOB e walking track. Realizou-se análise do TNF-α através do método ELISA em soro. Após perfusão, o encéfalo foi congelado para análises morfológicas. Nos testes comportamentais realizados, verificou-se que o grupo cuprizona AP apresentou comprometimento de coordenação motora, sensibilidade e do comportamento exploratório, exibindo sinais semelhantes ao da ansiedade. Por outro lado, o grupo cuprizona AE exibiu comportamento exploratório e locomotor preservado e, sinais semelhantes ao da ansiedade reduzidos. A análise da desmielinização demonstrou menor densidade de mielina no grupo cuprizona AP ao ser comparado ao grupo cuprizona AE, evidenciando que a desmielinização pode ser atenuada com a exposição ao ambiente enriquecido. Animais cuprizona AP apresentaram elevada reação astrocitária, quando comparado ao grupo controle. A quantificação de TNF-α, demonstrou no grupo cuprizona AP concentrações significativamente mais altas em comparação ao grupo cuprizona AE. Sabe-se que o TNF-α induz a apoptose em oligodendrócitros e a ativação astrocitária, acentuando a desmielinização. Nossos resultados sugerem que o ambiente enriquecido pode minimizar a repercussão das lesões centrais de forma a viabilizar melhora dos sinais clínicos e alterações comportamentais decorrentes da desmielinização induzida pela cuprizona. Pacientes com patologias desmielinizantes, como a esclerose múltipla apresentam alterações sintomáticas semelhantes aos sinais clínicos e alterações comportamentais encontradas em animais tratados com cuprizona, assim achados em pesquisas experimentais podem e tem colaborado diretamente para a prática clinica profissional.




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[578]

TERAPIA OCUPACIONAL E TECNOLOGIA ASSISTIVA NO AUMENTO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL

MARIA IZABEL CORREA MEDRONHA1; CAROLINA PY CASTRO2; ANDRESSA GOMES E SILVA FARIAS3; LUANA RIBEIRO HENRIQUE3

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, PELOTAS, RS, BRASIL; 2.FACULDADE DA SERRA GAUCHA, CAXIAS DO SUL, RS, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL, PELOTAS, RS, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; tecnologia assistiva; paralisia cerebral

Resumo: Introdução: Paralisia cerebral refere-se a pacientes que apresentam um prejuízo motor decorrente de defeito ou lesão não progressiva no cérebro imaturo e interfere no sistema nervoso central, com resultante incapacidade da criança em manter posturas e realizar movimentos normais. A Terapia Ocupacional (TO) é um campo de conhecimento, intervenção em saúde, educação e esfera social com tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia de pessoas. A tecnologia assistiva (TA), refere-se a pesquisa, planejamento, criação e emprego de equipamentos e dispositivos que maximizem a funcionalidade da pessoa com deficiência. Objetivo: Identificar as principais dificuldades funcionais de crianças com paralisia cerebral diparética espástica durante a realização das atividades de alimentação e higiene e propor o uso de recursos de TA que facilitem a realização dessas atividades. Metodologia: A amostra foi de conveniência, sendo avaliadas 10 crianças, entre 2 e 4 anos, que frequentam o setor de Terapia Ocupacional da APAE de Pelotas. Os resultados foram obtidos através da análise da avaliação e da observação dos vídeos, identificando as principais dificuldades motoras e de desempenho funcional durante a realização das atividades de alimentação e higiene. Resultados: 9 crianças apresentaram déficit na motricidade ampla; 10 déficit na motricidade fina; 7 déficit na realização da pinça e preensão; 5 instabilidade no controle de tronco; 10 déficit equilíbrio estático e dinâmico. Alimentação: dificuldades para segurar e firmar a colher 7; levar a colher à boca 6; pegar a comida do prato com a colher 5; não derramar a comida 8; segurar o prato 7; segurar copos/mamadeiras 5; não derramar líquido enquanto bebe 7, abrir tampas 9. Higiene: dificuldades para lavar as mãos. Abrir e fechar torneiras 4, segurar o sabonete 8, esfregar as mãos 6, secar as mãos 4. Escovar os dentes, abrir e fechar pasta de dentes 9, realizar a escovação 7, colocar pasta na escova 5, segurar e firmar a escova de dentes 7. Tomar banho: permanecer em pé box 10, segurar sabonete 8, abrir frascos 9, segurar frasco e colocar na mão 8. Recursos de TA prescritos: Alimentação: talheres angulados e engrossados, pratos com bordas, alças para copos/mamadeiras, suporte de canudos, facilitadores de tampas e antiderrapante para prato. Higiene: engrossador de escova, facilitador de tampas, cadeira higiênica/banho, frascos com bico, adaptação para sabonete. Considerações Finais: O estudo pontuou as principais dificuldades funcionais das crianças, relacionada às atividades de alimentação e higiene. A terapeuta ocupacional conseguiu prescrever recursos que auxiliassem na redução dos déficits motores e funcionais, proporcionando maior independência e autonomia.




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[591]

A CRIATIVIDADE COMO SOLUÇÃO ONDE PARECE NÃO HAVER SAÍDA. AUTO PERCEPÇÃO, PROTAGONISMO E O “SER LÚDICO”

ROBERTO CIASCA PUC-CAMPINAS, CAMPINAS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: pós-transplantes; protagonismo; ser lúdico

Resumo: Fui acometido por duas neoplasias – leucemia e hepatocarcinoma – em distintos períodos da minha vida, para os quais os tratamentos indicados foram dois transplantes: um de medula óssea (1991) e um hepático (2011). Os dois procedimentos exigiram um período de recuperação longo, intenso e muito exigente. Nos dois períodos não pude deixar de ser o que sou: um terapeuta ocupacional atento, reflexivo e ativo. Vivenciei minhas recuperações administrando, em todos os momentos possíveis, minha disposição e minha disponibilidade para o tratamento dispensado e para as reconquistas gradativas das possibilidades para bem estar. Fui cuidado em UTIs, enfermarias e ambulatórios sempre me portando como agente do meu processo de saúde. A retomada completa de minhas atividades profissionais, pessoais e sociais (com um reconhecido salto de qualidade) por 20 anos após o primeiro transplante e, a gradativa retomada das atividades significativas e desejadas neste novo período, confirmam bons resultados desse meu procedimento. Por achar relevante compartilhar essa experiência, reconhecendo sua singularidade (poucas vezes um terapeuta tem a oportunidade de vivenciar o processo de recuperação da saúde em seu próprio corpo), resolvi analisar qualitativamente (avaliação iluminativa – paradigma sócio antropológico) essa experiência. Sob a supervisão de um terapeuta ocupacional mais experiente analisei anotações feitas por mim durante as recuperações e durante uma série de depoimentos realizados com essa finalidade. Algumas considerações puderam ser extraídas desse estudo, como por exemplo: a vantagem de possuir conhecimentos sobre saúde e qualidade de vida e a extensa vivência de atividades que favoreceram auto percepção e intimidade com meu corpo foram diferenciais efetivos no bom resultado do tratamento; a noção arraigada de protagonismo no meu processo de recuperação e ressignificação determinaram minha postura e minha relação com a equipe de tratamento indicando possibilidades de superar o paradigma da resignação na relação profissional de saúde – paciente e, muito importante, destacou-se minha característica de “ser lúdico” (essência da minha formação pessoal e profissional) promovendo a criatividade como solução onde parecia não haver saída. Minha experiência como paciente-terapeuta e a empatia daí originada pode inspirar condutas e atitudes de outros terapeutas ocupacionais com outros atores de processos de recuperação.
                       



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[618]

ATIVIDADES E RECURSOS TERAPÊUTICOS: ENTRE A SINGULARIDADE E A CONSTRUÇÃO COLETIVA DA EXPERIÊNCIA

MARIA LUISA GAZABIM SIMÕES BALLARIN; FÁBIO BRUNO DE CARVALHO; CÉLIA EMÍLIA DE FREITAS ALVES AMARAL MOREIRA; ROBERTO CIASCA; LIANA MAURA NAKED TANNUS

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS - PUC- CAMPINAS, CAMPINAS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; ensino; metodologia

Resumo: A constituição de experiências de ensino que ampliem o repertório de vivências relacionadas ao fazer, bem como os processos de interação social e de autoconhecimento dos futuros profissionais vem-se caracterizando como um dos eixos norteadores das disciplinas Atividades e Recursos Terapêuticos – ART que integram o Projeto Pedagógico da Faculdade de Terapia Ocupacional da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Assim, este trabalho tem por objetivo discorrer sobre como tais disciplinas estão organizadas na grade curricular vigente e qual o enfoque que vem sendo dado ao ministrá-las. Trata-se de um relato de experiência que toma como referência as discussões de planejamento das disciplinas e a experiência de ensino dos cinco docentes envolvidos com as mesmas. Tais disciplinas são oferecidas semestralmente, desde o primeiro ano até o terceiro da graduação. No 1º e 2º semestres, o eixo norteador das ART I e II dirige-se ao resgate do fazer cotidiano, aos aspectos culturais do grupo de estudantes e à compreensão das possíveis limitações envolvidas no autocuidado, lazer e trabalho. No 3º e 4º, as experiências de fazer oferecidas nas ART III e IV objetivam a exploração de diversos materiais, técnicas e a análise dos diferentes componentes do desempenho humano. No 5º e 6º semestres, a ênfase dada a ART V e VI dirige-se ao exercício da criatividade, ao entendimento da linguagem simbólica por meio da realização de atividades artísticas, expressivas e da compreensão das distintas manifestações artísticas e culturais na qual são desenvolvidas. Busca-se desta forma, deslocar o enfoque individual do ensino para o social. Esse deslocamento abre perspectivas para construirmos um cenário educativo que contemple o sentido do outro, da curiosidade, da autogestão, do diálogo, e de tudo aquilo que nos atravessa. Neste processo de ensino, nossa preocupação é com a construção de um espaço que favoreça e facilite o estar exposto. Para isso, temos que organizar, propor e planejar o espaço de maneira a favorecer o acolhimento dos sujeitos, a seleção cuidadosa do próprio fazer, a exploração de técnicas e de atividades laborais, artísticas, corporais e culturais, pois é no desenvolvimento dos fazeres propostos, que os estudantes vivenciam uma experiência de transformação, não somente de si mesmo, como também do cotidiano e das relações interpessoais. Além disso, enfatizamos a importância dos registros da experiência e, portanto, dos relatórios de vivência, da socialização das discussões e do grupo, entendido por nós como um dispositivo que potencializa os sentidos e os significados da experiência. Por fim, salientamos o quão rico tem sido esta experiência docente.




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[627]

AS ATIVIDADES NA TERAPIA OCUPACIONAL: REFLEXÕES SOBRE A COMPREENSÃO DA AÇÃO COMO PRECEDENTE DO PENSAMENTO

RAFAEL RISI RISI; MARISA TAKATORI; TATIANY BORGES DA SILVA; AMANDA BERNARDINO SINATORA; LETICIA SANTOS

SÃO CAMILO, SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Palavras-chave: atividades cotidianas; pensamento; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: Existem teorias da ação humana que abordam sobre a capacidade do homem de autodeterminação ao agir no mundo em seu processo de constituição e evolução. A proposição de experiências de novos fazeres, da retomada de antigos fazeres e da análise do fazer do sujeito dão sentidos à profissão “Terapia Ocupacional” que carrega, em seu nome, o agir humano. A ação humana é a identidade da profissão de Terapia Ocupacional, pois é a partir dela que se potencializa a relação com o outro numa realidade compartilhada, firmando condições, contextuais e relacionais, para a constituição da complexidade humana e manutenção saudável das singularidades. Entretanto, devido aos entrelaçamentos teóricos, utilizados no pensamento na Terapia Ocupacional, com outras áreas, Psicologia, Psicanálise, Medicina, Sociologia, entre outras, a ênfase na ação atividade humana pode acabar se desviando e se afastando do pensamento do profissional. Objetivo: Este trabalho tem por objetivo refletir sobre a identidade da terapia ocupacional a partir da relação entre ação-atividade e pensamento na construção do conhecimento da profissão. Metodologia: Foram utilizados estudos teóricos de autores que abordam definições de termos utilizados na terapia ocupacional, ação humana, cotidiano e pensamento, e a fundamentação da profissão, a partir dos quais a análise corelacional foi realizada para subsidiar a discussão. Resultados e Discussão: Quando se pensa na ação humana logo se remete para o pensamento como pressuposto do agir. Contudo, é possível pensar a Terapia Ocupacional partindo de uma visão que considera o binômio mente e corpo, permeado pela subjetividade, à luz da ideia de que as ações são precedentes dos processos cognitivos-afetivos. Tem-se a ação-atividade, situada no cotidiano do sujeito, como processos para o engendramento da práxis humana. Inverte-se a lógica da formação do indivíduo “do pensamento à ação” e dá lugar para a “da ação ao pensamento”. O próprio pensamento emerge da experiência viva da açãoatividade e a elas deve permanecer ligado. A construção da experiência se dá a partir da ação-atividade, seguida do pensamento que se articula com as primeiras, tornando-se uma cadência única que fomenta e constitui em si a produção do sujeito. Considerações Finais: Considerando que a ação-atividade nos aproxima do outro e de nós mesmos, não sendo posterior à elaboração do pensamento, a terapia ocupacional pauta-se no fazer humano e em suas possibilidades de transformação no si mesmo, outro(s) e realidade social. A produção do pensamento advém e, ao mesmo tempo, impulsiona a ação-atividade, sendo a Terapia Ocupacional processo de construção e vivências de experiências saudáveis.




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[694]

MODELOS TEÓRICOS EM TERAPIA OCUPACIONAL: UMA REFLEXÃO ACERCA DA CENTRALIDADE DO CLIENTE

DERIVAN BRITO DA SILVA; KARINE KRAMECK; ANDRIELLY HIEKIS; RAFAELA CHIUCO ZENI

UFPR, CURITIBA, PR, BRASIL.

Palavras-chave: modelos em terapia ocupacional; centralidade no cliente; educação profissionalizante

Resumo: Introdução: A compreensão dos modelos teóricos em Terapia Ocupacional compreende uma tarefa bastante complexa para profissionais, docentes e discentes de Terapia Ocupacional. Alguns estudiosos da Terapia Ocupacional apontam para influências de paradigmas positivistas, fenomenológicos e/ou marxista na construção da profissão, enquanto campo de saber e de prática. Atualmente a centralidade no cliente tem aguçada a reflexão dos profissionais acerca do estabelecimento da relação profissional-sujeito de intervenção. Objetivo: Apresentar interfaces do positivismo, da fenomenologia e do marxismo na construção modelos teóricos da Terapia Ocupacional e sua relação com a perspectiva da prática centrada no cliente. Metodologia: Realizou-se um diálogo acerca das relações entre autores externos e internos ao campo da Terapia Ocupacional: Minayo (2004), Richardson (2007), Triviños (1992), Soares (1991), Caníglia (1990; 1991; 1994; 2005), Francisco (1988), Hagedorn (1999; 2003; 2007) Medeiros (2003) e Sumsion (2003). Por meio da metodologia da problematização, baseada em vivências do docente e discente em estágios supervisionados. Resultados/ Discussão: Os referenciais teóricos abrangem ideias dos campos das ciências sociais, da filosofia, da saúde e da Terapia Ocupacional. Observar-se predominância em determinado período do positivismo, da fenomenologia e do marxismo no desenvolvimento e divulgação de pesquisas em diversos campos do conhecimento, bem como a sua influência nas praticas em Terapia Ocupacional: a partir da década de 50 – Positivismo; de 60 e 70 – Fenomenologia; e a partir de 70 – Marxismo. As pesquisas evidenciam análises diversas sobre as questões relacionadas à saúde-doença e aos processos de diagnose e intervenção e, desse modo, incorporam-se ao campo da Terapia Ocupacional. Seus resultados influenciaram o desenvolvimento dos modelos teóricos da Terapia Ocupacional (sejam eles puramente teóricos e/ou práticos) e a sua seleção e utilização pelo profissional para guiar o processo de Terapia Ocupacional. Considerando os pressupostos da Centralidade no Cliente, observam-se contradições em relação a modelos de Terapia Ocupacional calcados em princípios do paradigma positivista. Considerações Finais: O profissional que deseja desenvolver uma prática centrada no cliente deverá cuidar com influências do paradigma positivista e do marxismo em relação à objetividade/determinismos e à determinação social, respectivamente, as quais levariam a impasses no campo da prática, em relação à centralidade no cliente. Como por exemplo, a subjetividade/singularidade do sujeito deslocar-se do centro da intervenção, dando lugar ao profissional e seu aparto técnico-científico.



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[728]

POR UMA PERSPECTIVA OCUPACIONAL DO SER HUMANO

OTAVIO AUGUSTO DE ARAÚJO COSTA FOLHA1; VICTOR CAVALEIRO CORRÊA1; DÉBORA RIBEIRO DA SILVA CAMPOS FOLHA2

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, ANANINDEUA, PA, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: ocupações; ciência da ocupação; terapia ocupacional

Resumo: Introdução: No campo da Terapia Ocupacional frequentemente elucidamos em nossas intervenções os aspectos biológicos, psicossociais, econômicos e culturais, entre outros, do ser humano. No entanto, embora seja uma crença teórica fundamental da profissão, observamos poucas informações sobre os aspectos ocupacionais. As ocupações são ações humanas, que apresentam formas, funções e significados, imersas em uma relação dinâmica entre o sujeito que realiza a ocupação e o contexto complexo no qual ela ocorre, sendo um meio onde os seres humanos organizam o mundo no qual vivem. A Ciência da Ocupação, a partir de uma abordagem multidisciplinar, investiga o homem e seu envolvimento em ocupações no cotidiano. Esta ciência tem crescido no cenário internacional, no entanto poucos estudos brasileiros se ancoram neste campo de conhecimento. Objetivo: Neste sentido, no intuito de elucidarmos a necessidade de uma perspectiva ocupacional do ser humano, visamos apresentar reflexões teóricas sobre a Ciência da Ocupação como uma possibilidade de fundamentação à prática da Terapia Ocupacional no cenário brasileiro. Metodologia: Realizamos uma análise crítica dos artigos de Terapia Ocupacional publicados no período de 2003-2013 nos principais periódicos especializados no campo. Resultados/Discussão: Os principais resultados deste estudo indicam que embora existam evidências sobre conceitos, princípios e práticas que fundamentam a prática da Terapia Ocupacional em determinado campo, poucos estudos investigam ou debatem sobre o ser humano como um ser ocupacional, mais especificamente, sobre as formas, funções e significados das ocupações humanas. Considerações Finais: Este estudo possibilitou a compreensão da necessidade e da importância de também produzirmos conhecimento sobre as ocupações cotidianas, particularmente em relação à sua influência sobre a saúde, a qualidade do viver e participação social das pessoas. A produção de conhecimento sobre estes aspectos apresenta-se com uma importante possibilidade de fundamentar compreensões e intervenções no âmbito da Terapia Ocupacional.



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[738]

O USO DAS ATIVIDADES NO MÉTODO TERAPIA OCUPACIONAL DINÂMICA: O PARTICULAR E O ESSENCIAL DE NOSSA COMPETÊNCIA

FERNANDA LAÍS RIBEIRO

CENTRO DE ESPECIALIDADES EM TERAPIA OCUPACIONAL (CETO), SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; atividade; paciente

Resumo: Atividade é o terceiro termo de uma relação que ocorre a partir do pressuposto de que existe um terapeuta ocupacional e um segundo indivíduo que apresenta qualquer tipo de motivo, necessidade ou vontade de lá se encontrar para fazer terapia ocupacional. O Método Terapia Ocupacional Dinâmica foi criado a partir do paradigma fundador da profissão Terapia Ocupacional, o treinamento de hábitos desenvolvido por Slagle, isto é, nas atividades que instrumentalizam a criação de espaços de saúde e o fazer vem para construir cotidianos e com a qualidade do bem-estar, apesar de doenças, dificuldades ou deficiências. Este estudo objetiva ampliar o conceito e a prática do uso de atividades sob o Método Terapia Ocupacional Dinâmica. Utilizou-se do método descritivo ao incluir a observação, registro e análise dos dados coletados nos atendimentos de um adulto do sexo feminino no período de abril à junho de 2013 sob a ótica do Método Terapia Ocupacional Dinâmica realizados em um consultório de Terapia Ocupacional em saúde mental na cidade de Curitiba. As atividades foram propostas considerando suas categorias descritivas gerais, onde se teve o conhecimento das normas e expectativas inerentes às ideias de atividade e as opções de atividades comumente consideradas pelos pacientes de acordo com sua idade, sexo, ou cultura. Em dias de intercorrências devido ao transtorno de humor apresentado pela paciente manteve-se, por exemplo, o diálogo verbal, porém as atividades nunca deixaram de existir ou foram substituídas, permaneceram na mente envolvidas em seu raciocínio clínico, exceto os recursos terapêuticos. Os terapeutas ocupacionais demandam uma compreensão sofisticada dos repertórios culturais de atividades próprias para pacientes de idades e formações diferentes, devendo atualizarem-se constantemente potenciais intervenções para atividades representativas do cotidiano atual, ao invés de utilizarem parâmetros de uma ou outra gerações anteriores. O sujeito alvo da terapia ocupacional tem sua vida cotidiana resgatada através do que faz, como faz, com quem e onde faz, como é apreciado por ele e pelos os que o rodeiem.




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[741]

GASTO ENERGÉTICO DE PACIENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE NAS ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA

JANAÍNA MORENO GARCIA; NATHALIA SERRA DE OLIVEIRA; MARIA STELLA PECCIN; IMPÉRIO LOMBARDI JÚNIOR

UNIFESP, SANTOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: artrite reumatóide; atividades de vida diária; gasto energético

Resumo: Artrite reumatóide (AR), doença inflamatória sistêmica, crônica e progressiva caracterizada pelo comprometimento da membrana sinovial das articulações periféricas. O aumento do fluxo sanguíneo na articulação causa calor, vermelhidão, inchaço, dor, perda muscular, fadiga e rigidez matinal. Estudos mostram que pacientes atendidos por equipe multidisciplinar obtiveram melhora clínica e funcional em comparação com atendimento padrão. O gasto energético diário (GE) corresponde ao consumo de oxigênio basal, consumo de repouso, influência do efeito térmico dos alimentos e o consumo na atividade física/atividades cotidianas de oxigênio (O2). O GE é pelo equivalente metabólico (MET-Metabolic Equivalent-3,5 ml/kg/min de O2 em repouso). O método escolhido para determinar o GE, é a técnica de calorimetria indireta, que analisa o O2 utilizado por uma pessoa através do Espirômetro K4®. Nos últimos anos as adoções de medidas educativa e medicamentosa passaram a ser fundamentais, orientações de proteção articular, treino das Atividades de Vida Diária (AVD's) e manejo da fadiga muscular, podem favorecer o bom prognostico da doença. A aferição de GE dos pacientes com doença crônica, demostrou ser uma técnica eficaz na reabilitação de doenças crônicas. O presente estudo busca-se contribuir para a melhora de qualidade de vida dos pacientes com AR, analisando a correlação de gasto energético e déficit funcional. Este estudo é quantitativo, observacional do tipo de corte transversal. Participam 56 indivíduos adultos de ambos os gêneros, sendo 28 com AR e 28 sem AR, no qual os voluntários são classificados segundo critérios do American College of Rheumatology, tem entre 25-50 anos de idades, com no mínimo 3 anos de tempo da doença, pelo menos 3 meses de medicação estabilizada e ter acompanhamento reumatologico. É usado o instrumento Health Assessment Questionnaire (HAQ), que tem como finalidade avaliar déficit funcional, Mini exame do estado mental (Mini Mental), que avalia as funções cognitivas, o Espirômetro K4® e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O participante realiza 4 AVD’s: levantar e deitar da cama, guardar utensílios domésticos em prateleiras altas e baixas, colocar os calçados e varrer a casa, com o aparelho K4® acoplado na boca. Como resultados parciais, verificou-se que pessoas com AR, tem um menor consome de O2 nas atividades de tirar e colocar os sapatos e ao pegar objetos de diferentes alturas, porém consomem mais O2 ao levantar e deitar da cama e varrendo a casa. Sugerindo que pessoas com AR apresentam um menor preparo físico, isso se explica um menor consumo de O2, gerando assim uma maior fadiga muscular e desgaste articular.



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[777]

LESÃO DE TENDÕES FLEXORES DOS DEDOS E NERVO ULNAR – RELATO DE EXPERIÊNCIA EM TERAPIA OCUPACIONAL

ISABELA VINHARSKI VINHARSKI SCHEIDT1 ; ANGELA PAULA SIMONELLI1 ; DÉBORA REGINA DE OLIVEIRA MACHADO2

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL; 2.HOSPITAL DO TRABALHADOR, CURITIBA, PR, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; lesão de tendões flexores dos dedos; lesão de nervo ulnar

Resumo: Esse relato de experiência tem como finalidade descrever a intervenção realizada em um estágio curricular obrigatório de prática em Terapia Ocupacional, no período de 29 de Janeiro de 2013 à 21 de Fevereiro de 2013. A disciplina de estágio ocorreu no ambulatório de Terapia Ocupacional do Hospital do Trabalhador, em Curitiba. Paciente do sexo feminino, 32 anos, lesão de tendões flexores dos dedos e lesão de nervo ulnar no membro direito, admitida no ambulatório após 4 semanas da cirurgia e após 3 dias da retirada da tala para estabilização. Foram efetivadas 5 atendimentos de 6 previstos, com duração de 50 minutos. Os objetivos da intervenção foram estabelecidos de acordo com os ganhos observados, sendo estes, inicialmente: movimentar as articulações não envolvidas, realizar movimentação precoce de punho e dedos para o movimento de extensão, proporcionar o deslizamento de tendões flexores, e sensibilizar a região cicatricial. Nos atendimentos finais, foi mantido o objetivo de sensibilizar a região cicatricial, e acrescido a finalidade de se fortalecer os músculos extensores e flexores e de aplicar os ganhos obtidos em atividades rotineiras da paciente. No decorrer dos atendimentos foram realizados exercícios que contemplassem os objetivos já referidos, utilizando: exercitador de dedos em formato de rede, bolinha em couro de tamanho grande, bolinha de borracha em formato menor, almofada de pano, peso de mão, massageador, e também realizada massagem cicatricial, movimentação passiva e orientações. Desde o início dos atendimentos, observou-se que a paciente não tinha restrições de amplitude de movimento das articulações de punho e dedos para realizar flexão passiva, porém o movimento ativo foi possível de ser notado somente no último atendimento, em que já havia iniciado a etapa de fortalecimento muscular. O ganho de amplitude de movimento de punho e dedos em extensão pôde ser evidenciado a partir da quarta sessão, enquanto o processo de cicatrização mostrou-se bom desde a terceira sessão. Ao findar das sessões, a paciente conseguia realizar o movimento de preensão, sendo capaz de segurar objetos leves e fazer pinça satisfatória, os quais foram orientados a serem utilizados nas atividades de interesse. O tratamento teve de ser reduzido devido à gestação da paciente, porém os resultados obtidos mostraram-se Anais positivos. Além do ganho de movimentos, destaca-se a aplicação funcional dos mesmos em atividades rotineiras, como segurar um copo e prender roupas no varal, que inclusive haviam sido apontadas enquanto dificuldades de desempenho.



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[779]

ANÁLISE DA APLICABILIDADE DE AVALIAÇÕES EM ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

PAULA VIEIRA ALVES1 ; RITA DE CÁSSIA IETTO MONTILHA2

1.UNICAMP / LARAMARA, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, CAMPINAS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: deficiência visual; avaliação; atividades de vida diária

Resumo: Introdução: A deficiência visual (DV) pode acarretar dificuldades no desempenho de muitas atividades do cotidiano, já que estas são basicamente desempenhadas por informações visuais. As atividades de vida diária (AVD) são aquelas que compõem a rotina da vida do ser humano. Podem ser subclassificadas como Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) e Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD). De uma forma geral são atividades relacionadas com o cuidado do indivíduo para com seu próprio corpo e também mais complexas, opcionais, que podem ser delegadas ao outro. Abrangem: higiene pessoal e autocuidado, alimentação, vestuário, mobilidade, limpeza, preparação de refeição, fazer compras e demais funções. Em Terapia Ocupacional (TO) o processo de avaliação vincula-se às maneiras de entender a produção do conhecimento e a determinação dos objetivos da ação a fim de coletar dados, verificar, acompanhar e aperfeiçoar a intervenção, realizar um planejamento, entre outros. Portanto, torna-se importante a utilização de uma avaliação adequada que atenda os objetivos da Terapia Ocupacional na intervenção com pessoas com DV. Objetivo: Analisar a aplicabilidade de avaliações em AVD destinadas à população adulta, para pessoas com DV. Metodologia: Realizou-se uma pesquisa bibliográfica em livros da área de terapia ocupacional e periódicos online. Foram selecionadas avaliações relacionadas ao tema, as quais foram posteriormente analisadas de acordo com os objetivos da pesquisa. Resultados e Discussão: Foram utilizadas quatro avaliações: Medida de Independência Funcional (MIF); Questionário de Avaliação da Saúde (Health Assessment Questionnaire); Escala das Atividades da Vida Diária de Lawton & Brody; e Index de Independência nas Atividades de Vida Diária (Índice de Katz). Ao observar as tarefas contidas nas AVD, é importante que a avaliação conte com uma criteriosa análise de atividade que considere e avalie individualmente suas etapas, focando a melhor análise de desempenho do indivíduo. As avaliações selecionadas possuem questões de caráter mais abrangente, não especificando os subitens de atividades como “vestuário” e “alimentação”, o que prejudica a avaliação com enfoque para DV. Identificou-se maior enfoque em dificuldades físicas, como itens que especificam transferência e locomoção e habilidades físicas para manipulação. Considerando o caso da DV, grande parte da análise e do desempenho nas atividades difere dos aspectos de pessoas com deficiência física. Considerações Finais: As avaliações analisadas não atendem completamente às necessidades específicas da DV em AVD. Conclui-se serem necessárias análises de novas avaliações ou a adaptação de um novo instrumento destinado à área da DV.




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[782]

INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL JUNTO A UMA PRÉ-ADOLESCENTE COM RETARDO MENTAL LEVE – RELATO DE EXPERIÊNCIA

ISABELA VINHARSKI VINHARSKI SCHEIDT; MARCIA REGINA MOTTA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, CURITIBA, PR, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; retardo mental leve; pré-adolescente

Resumo: Este trabalho apresenta as ações desenvolvidas pela Terapia Ocupacional no estágio curricular obrigatório de prática no Centro de Neuropediatria do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná, e tem como objetivo descrever os atendimentos junto a uma pré-adolescente com retardo mental leve. A intervenção aconteceu no período de 23 de maio a 4 de julho de 2013, sendo previstos 7 atendimentos, dos quais a paciente compareceu em 4, com duração de 30 minutos. O processo terapêutico ocupacional iniciou com a avaliação para conhecer os problemas de desempenho da pré-adolescente e estabelecer vínculo. Foi possível identificar algumas dificuldades de compreensão de ordens, leitura, conceitos espaciais e deambulação com base alargada. Em entrevista com o pai, foi elencado enquanto queixa a dificuldade da menor em realizar atividades que exigissem equilíbrio, por este mostrar-se precário, e também em relação a memória, apresentando esquecimentos de aspectos que lhe eram requisitados. Frente ao exposto, os objetivos traçados foram: melhorar o equilíbrio; incentivar o planejamento e sequenciamento dos atos motores; estimular a memória e raciocínio lógico; auxiliar na compreensão de conceitos abstratos. O plano de tratamento centrou-se na utilização de atividades lúdicas, tais como: caminhar sobre objeto suspenso; seguir pegadas de sapatos; basquete; montar uma figura em versão ampliada, tendo como referência a gravura em proporção menor; jogo “encontre os opostos”, com a finalidade de montar pares de palavras e figuras antônimas. Destaca-se que as tarefas que requeriam habilidades motoras e cognitivas de modo específico foram aplicadas simultaneamente e em formato de circuito, caracterizando a atividade como brincadeira. No decorrer do processo terapêutico, foram realizadas orientações ao cuidador com a finalidade de envolver a família no tratamento e favorecer a melhora do desempenho da menor. Percebeu-se que a pré-adolescente inicialmente apresentava-se insegura em realizar tarefas que exigissem equilíbrio, bem como dificuldade de compreender sentenças complexas. Conforme foi motivada a realizar ações que envolvessem o equilíbrio, através do plano de tratamento proposto, a jovem demonstrou ganhar maior confiança em suas ações. Quanto à memória, ressalta-se que demonstrou menor propensão a esquecimentos quando as sentenças lhe são ditas de modo simples e objetivo. Destaca-se a importância desta intervenção para a terapia ocupacional, pois reforça a especificidade da profissão frente à demanda exposta, utilizando-se de atividades para melhorar o desempenho da pré-adolescente e possibilitar a participação satisfatória em outras atividades cotidianas.



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[795]

USO E CONCEPÇÃO DE OCUPAÇÃO/ATIVIDADE POR TERAPEUTAS OCUPACIONAIS NOS CAPS’S DE VITÓRIA - ES

TERESINHA CID CONSTANTINIDIS; SUZANA RODRIGUES RENO; LENISE MORAES SANTANA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO, VITÓRIA, ES, BRASIL.

Palavras-chave: reabilitação psicossocial; terapia ocupacional; saúde mental

Resumo: Introdução: Em saúde mental, encontramos profissionais que utilizam de atividades em suas ações, baseados em diferentes concepções. O movimento de reforma psiquiátrica traz a Reabilitação Psicossocial como novo modelo de atenção em que, em suas estratégias de intervenção, o uso de atividades aparece como valioso recurso. Neste cenário, refletir sobre o lugar da prática em saúde mental, sobre os saberes que subjetivam a utilização da atividade, tem importância primordial na avaliação das práticas e dos serviços. Diante disso, como se dá a utilização da atividade/ocupação por terapeutas ocupacionais na área de saúde mental? Como esse profissional se diferencia dos demais profissionais da área na utilização de atividades em sua prática? Objetivo: Discutir os significados da atividade/ocupação no âmbito das práticas em saúde mental na perspectiva de terapeutas ocupacionais atuantes na área. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa que utiliza grupos focais como instrumento de coleta de dados. Participaram da pesquisa terapeutas ocupacionais e outros profissionais de saúde mental que trabalham em CAPS da cidade de Vitória/ES. O tratamento do material e sua codificação foram realizados por intermédio da análise de conteúdo, na modalidade de análise temática. Resultados/Discussão: As praticas de terapeutas ocupacionais nos CAPS perpassam por modelos de atuação pautadas por um lado, no discurso manicomial e, por outro lado, no modelo de reabilitação psicossocial. Assim, encontra-se terapeutas ocupacionais que utilizam as atividades como instrumento moralizador, mensurador de funcionalidade, prescrita e preestabelecida para combater sintomas indesejáveis. Nesta perspectiva, o terapeuta se coloca em posição hierárquica superior ao usuário, por ter um olhar diferenciado, mítico, cuja presença por si só torna a atividade terapêutica. Por outro lado, encontra-se terapeutas ocupacionais que valorizam a negociação de necessidades no encontro com o usuário, assim como sua motivação e interesse no processo terapêutico ocupacional. Nesta perspectiva, reconhece-se potencial de transformação de vida dos sujeitos, de disparar e facilitar o dialogo e o papel do terapeuta em acompanhar o sujeito no processo terapêutico. Trabalham com contextos e emergentes trazidos pelos usuários e não com manejos pré-estabelecidos. Considerações Finais: Apesar da Terapia Ocupacional ter sua ação norteada por referenciais que fazem forte contraposição ao tratamento moral, ainda encontramos praticas que se aproximam deste modelo. Discutir, refletir e avaliar os pressupostos que regem suas praticas pode auxiliar na qualificação do trabalho do terapeuta ocupacional em saúde mental.



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[804]

AS PROVAS OPERATÓRIAS COMO RECURSO DA TERAPIA OCUPACIONAL: CONSTRUÇÃO DE NOVOS PRODUTOS PARA A AVALIAÇÃO INFANTIL

MARINA SANCHES SILVESTRINI; CARLA REGINA SILVA

UFSCAR, PIRASSUNUNGA, SP, BRASIL.

Palavras-chave: terapia ocupacional; desenvolvimento infantil; provas operatórias

Resumo: A Terapia Ocupacional tem grande atuação na área do desenvolvimento infantil. Em relação ao tema, a avaliação infantil é um recurso indispensável. As diversas produções nessa área fazem parte do repertório de atividades da terapia ocupacional em suas práticas. A ação no campo do desenvolvimento infantil pode ser fundamentada por inúmeras teorias, entre estas se encontra um clássico na área, que embasa muitas práticas da própria Terapia Ocupacional: o biólogo, epistemólogo e psicólogo francês Jean Piaget. O objetivo deste trabalho foi criar e construir produtos e equipamentos para a aplicação e análise das avaliações do desenvolvimento infantil, enfocando os períodos pré-operatório e operatório concreto, pautado pela teoria das provas operatórias de Jean Piaget, priorizando as de conservação, classificação, seriação e função simbólica. Buscou-se revisitar a teoria de Piaget a partir de suas obras, para rever conceitos e correlaciona-los na compreensão do desenvolvimento e nas avaliações realizadas. A metodologia consistiu em criar instrumentos e roteiros de aplicação/avaliação das provas operatórias, embasados em temas chaves na teoria piagetiana, conceitos essenciais, noções da formação do conhecimento e aquisições intelectuais das crianças, delimitando os estágios de classificação propostos, à partir da premissa fundamental de Piaget: o construtivismo. Os roteiros foram divididos em dois tipos: um roteiro de introdução da criança, com informações da família e professores, e outro criado para aplicar ao final das sessões, que possui espaços para o detalhamento das etapas, dos materiais utilizados e da eficácia da criança na prova. Os materiais e metodologias de aplicação utilizados foram diversos, para cada prova havia três etapas: uma com o material e metodologia tradicionais piagetianos, outra na qual o material era diversificado (uma variação do material original) e a metodologia era realizada com o manuseio ativo da criança, e, uma terceira nas quais os materiais eram diferentes dos originais (objetos pessoais, por exemplo) e a metodologia adaptada. Os três meses de aplicações e análises resultaram em conclusões interessantes: um dos principais resultados foi a mudança nas respostas avaliativas das crianças em relação a aplicação da prova da maneira tradicional versus aplicação com participação ativa da criança (manuseio e exploração). Na primeira algumas crianças não acertaram, já na segunda elas conseguiram entender as operações e até argumentar sobre a lógica utilizada. A proposta contribui para a qualificação das intervenções e pesquisas acerca do tema desenvolvimento infantil, assim como, para a atuação e formação em Terapia Ocupacional.



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[811]

PRODUÇÃO DE CUIDADO EM TERAPIA OCUPACIONAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA PRÁTICA HOSPITALAR

RAIZA MORAIS RODRIGUES1 ; SONIA CLAUDIA ALMEIDA PINTO2 ; MARLY LOBATO MACIEL2 ; TERESA BEZERRA DE SENA2

1.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARA, BELEM, PA, BRASIL; 2.FUNDAÇÃO PÚBLICA HOSPITAL DE CLÍNICAS GASPAR VIANNA, BELÉM, PA, BRASIL.

Palavras-chave: produção de cuidado; terapia ocupacional; doença cardiovascular

Resumo: Introdução: O SUS,através da Política Nacional de Atenção Hospitalar(PNAH),visa,dentre outras diretrizes,a produção de cuidado humanizado em consonância com a Política Nacional de Humanização e a Atenção Centrada no Cliente, baseado nos valores de autonomia, corresponsabilidade e protagonismo.O hospital é local de passagem para muitas pessoas que deixam seus lares,familiares,hábitos e rotinas,em busca da saúde.No entanto, elas carregam consigo suas histórias particulares,desejos e potencialidades,os quais podem facilmente ser esquecidos diante da gama de procedimentos rotineiros necessários e tecnologias pesadas. Cabe ao terapeuta ocupacional estar atento à singularidade dos sujeitos, descobrir novas possibilidades de estar no hospital, ressignificar tal vivência e ampliar a vida neste contexto. Para tanto, estabelece-se um resgate no campo das atividades, no qual emergem interesses, habilidades e potencialidades que delineiam caminhos para a prática. Objetivos: Relatar uma experiência hospitalar em que a atuação foi pautada na utilização de narrativas autobiográficas e registros poéticos como recurso de intervenção hospitalar. Metodologia: Realizaram-se atendimentos diários, durante um mês, com pacientes com Doenças Cardiovasculares, os quais encontraram na atividade de produção escrita, a maneira mais confortável para expor seus sentimentos, resgatar histórias de vida e elaborar projetos de vida para o futuro. Eles foram estimulados a escrever durante os encontros e quando estavam sozinhos, os registros pessoais eram compartilhados e discutidos durante os atendimentos. Discussão: Através desta intervenção, os pacientes compartilhavam seus escritos:eles tinham a marca da simplicidade de pessoas com pouca escolaridade,entretanto,os textos eram enriquecidos através dos sentidos expressos. Possibilitou-se a criação de um espaço aberto à escuta e ao acolhimento às pessoas, nas produções floresceram sentimentos, foram expostas angústias,medos,inseguranças,saudades e histórias significativas da vida. Dos casos acompanhados, dois resultaram na elaboração de um livro pessoal: “A poeta sem Registro” e “A história da Família P.” percebeu-se que a elaboração do livro criou novos elos às rupturas ocasionadas pela hospitalização, vivificou-se o cotidiano, fortaleceu-se a auto-imagem,e por fim,vislumbrou-se novas possibilidades de vida apesar da condição crônica e após a alta hospitalar. Considerações Finais: A utilização das narrativas e dos registros poéticos, aproximou a prática do terapeuta ocupacional aos cuidados propostos pela PNAH. Para os usuários atendidos, estar no hospital não significou apenas cuidar do coração doente, mas ampliou-se o sentido do “cuidar” e estes foram atendidos em suas particularidades.



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[843] 

PERCEPÇÃO DE PAIS DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL QUANTO AO BRINCAR DE SEUS FILHOS NO CONTEXTO DA TERAPIA OCUPACIONAL

ANA FLÁVIA RODRIGUES SILVA; PATRÍCIA CARLA DE SOUZA DELLA BARBA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.

Palavras-chave: paralisia cerebral; brincar; terapia ocupacional

Resumo: Indrodução: Na Terapia Ocupacional, o brincar é visto como a principal ocupação da criança. Além disso, dentro da terapêutica ocupacional ele também se torna o principal recurso das sessões de tratamento. Sabe-se que os pais têm um papel importante como educadores de seus filhos, especialmente durante os primeiros anos de vida. A participação dos pais no programa de terapia ocupacional dos filhos com dificuldades motoras possui vantagens. O presente estudo, levando em consideração a importância do brincar na vida da criança, teve como Objetivos: refletir acerca do brincar como ferramenta da Terapia Ocupacional no tratamento da criança com paralisia cerebral; identificar a importância do brincar no cotidiano familiar dessas crianças e identificar como suas famílias percebem o brincar no contexto da terapia ocupacional. Metodologia: Foram participantes os pais ou equivalentes de seis crianças com diagnóstico de paralisia cerebral e que são acompanhadas pela Terapia Ocupacional na Unidade SaúdeEscola da UFSCar, bem como os estagiários de Terapia Ocupacional que atuam com essas crianças. Os instrumentos utilizados foram a Entrevista Inicial com os Pais proposto pelo Modelo Lúdico e a entrevista “O Brincar na Terapia Ocupacional” elaborada pelas pesquisadoras para ser aplicada aos pais e estagiários. Resultados: Apontaram que o brincar é visto tanto pelos pais como pelos estagiários como um meio de alcançar objetivos na terapia, como a aquisição de habilidades que contribuam para o desenvolvimento da criança com paralisia cerebral. Quanto ao cotidiano dessas crianças, destacam-se atividades ligadas ao tratamento da criança, consumindo a maior parte do tempo, juntamente com a escola. Alguns pais disseram desconhecer os objetivos da terapia ocupacional no tratamento de seus filhos, ora por não terem questionado o profissional ora por não terem essa informação a partir de iniciativa do mesmo. Considerações Finais: O brincar como objetivo da Terapia Ocupacional ainda é pouco compreendido pelos cuidadores, apesar de estar presente no cotidiano da criança. Os terapeutas ocupacionais compreendem a importância do brincar como meio para alcançar seus objetivos.




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[858]

EXPLORAÇÃO DA ESTRUTURA DA PRÁTICA DA TERAPIA OCUPACIONAL A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO

JULIANA FONSÊCA DE QUEIROZ MARCELINO; ANA ALICE PEDRO DA SILVA; NARA CAROLLINA MATTOS SANDES; TAÍSE MORGANE DE LIMA MEDEIROS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL.

Palavras-chave: estrutura da prática da terapia ocupacional; estudo de caso; paralisia cerebral

Resumo: A orientação de estágio durante a graduação, conforme preconiza o Ministério da Educação, é uma oportunidade, para os educadores, de contribuir com o aprendizado do aluno, na parceria com o supervisor de estágio. No estágio, os acadêmicos têm a oportunidade de fazer a relação entre a teoria e a prática e, nesta direção, o docente orientador, junto ao terapeuta ocupacional do serviço, tem um importante papel. A “Estrutura da Prática da Terapia Ocupacional: Domínio e Processo” é um documento oficial da Associação Americana de Terapia Ocupacional (AOTA) que apresenta um sumário de ideias inter-relacionadas que definem e guiam a prática da terapia ocupacional. O objetivo deste trabalho é apresentar um estudo de caso baseado na estrutura da prática da Terapia Ocupacional. Este estudo foi elaborado durante orientação de estágio de duas acadêmicas de Terapia Ocupacional, que era desenvolvido no ambulatório de Terapia Ocupacional do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, no atendimento a crianças com deficiências diversas. Foi realizado um estudo de caso com uma criança do sexo feminino, de idade de 1 ano e 3 meses, com diagnóstico de Paralisia Cerebral Discinética (forma distônica). As acadêmicas apresentaram o caso em PowerPoint, durante alguns encontros de orientação de estágio, quando foram discutidos tanto a atuação do terapeuta ocupacional com a criança selecionada como o documento da estrutura da prática da Terapia Ocupacional. Foi selecionada uma atividade já desenvolvida com a criança anteriormente (exploração de um chocalho eletrônico) para facilitar o desenvolvimento do estudo de caso. As discussões prévias com a terapeuta ocupacional do serviço contribuíram bastante para a compreensão desse processo. Pôde-se concluir que a metodologia utilizada, ou seja, estudar o documento da estrutura da prática a partir de um estudo de caso, foi satisfatória, pois facilitou a compreensão das acadêmicas tanto quanto ao documento, como quanto à intervenção terapêutica ocupacional à criança assistida.






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