- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[99]
TERAPIA OCUPACIONAL E TECNOLOGIA ASSISTIVA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
CAMILA SAYURI MOTIZUKI1 ; SUELLEN
CRISTINY COSTA1 ; ANGELA PAULA SIMONELLI1 ; DÉBORA REGINA DE OLIVEIRA MACHADO2
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ,
CURITIBA, PR, BRASIL; 2.HOSPITAL DO TRABALHADOR, CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; tecnologia assistiva; adaptações
Resumo: Introdução: No Brasil, segundo o IBGE (2010), 23,9% da
população brasileira tem algum tipo de deficiência, ou seja, 45.606.048 milhões
de pessoas têm deficiências motoras, mentais, intelectuais, visuais, auditivas
e/ou outras. Alguns sujeitos com deficiência física mesmo após diversas
intervenções interdisciplinares permanecem com problemas de desempenho
ocupacional. A Terapia Ocupacional pode tratar de tais dificuldades e para isso
utilizar tecnologias assistivas. Objetivo:
Descrever uma intervenção de Terapia Ocupacional na prescrição, confecção e
utilização de dispositivos de tecnologia assistiva para as demandas de
atividades da paciente A.M.C., a qual teve fraturas múltiplas tanto no punho
como na mão dominante, distrofia, amputação do polegar, avulsão das partes
moles e lesão do nervo digital.
Metodologia: O trabalho é um relato de experiência do estágio de Terapia
Ocupacional da Universidade Federal do Paraná. Perpassou desde a demanda
inicial da paciente, a seleção dos materiais, confecção da adaptação até a
utilização da mesma após um mês. Resultados:
Inicialmente a paciente descreveu a impossibilidade de realizar: alimentação,
segurar panela e prender o cabelo da filha. Devido limitações de movimento de
flexão e extensão do punho e mão. As estagiárias e a terapeuta ocupacional
planejaram, selecionaram materiais de baixo custo e confeccionaram protótipos
para cada adaptação. A terapeuta ocupacional e as estagiárias avaliaram:
facilidade ao colocar e tirar a adaptação, funcionalidade, estética, segurança,
tamanho adequado e higiene. A paciente foi orientada quanto ao uso das
adaptações, bem como os cuidados e limitações que poderia haver. Após 30 dias
de uso houve um novo atendimento e uma entrevista semi- estruturada para
verificar: a frequência de utilização de cada adaptação; a adequação do
material utilizado; dificuldades; necessidade de novas readequações; utilização
da adaptação para outras funções. Todas adaptações foram descritas pela
paciente como adequadas e funcionais. Cabe ressaltar que a adaptação de
alimentação também foi utilizada para escovar os dentes e alimentar a filha de
A.M.C. Considerações Finais:
Constatou-se a relevância da atuação do terapeuta ocupacional ao proporcionar
independência e autonomia nas atividades de vida diária e atividade
instrumentais de vida diária supra citadas, por meio da utilização de
tecnologia assistiva.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[152]
TERAPIA OCUPACIONAL E AUTISMO INFANTIL: IDENTIFICANDO PRÁTICAS DE
INTERVENÇÃO E PESQUISA.
MARIANA SORAGNI1 ; THELMA SIMÕES
MATSUKURA2
1.UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA,
BOTUCATU, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO CARLOS, SP,
BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; autismo infantil; estudo de
revisão de literatura
Resumo: Introdução: O autismo infantil compromete diferentes áreas
do desenvolvimento, destacando-se alterações na comunicação, na interação
social e a presença de comportamentos repetitivos e interesses restritos; as
abordagens de intervenção nessa área são variadas, destacando-se, dentre elas,
a terapia ocupacional. Objetivos: O
presente estudo teve por objetivo realizar revisão da literatura nacional e
internacional sobre estudos e práticas da terapia ocupacional junto a indivíduos
com autismo infantil. Método: O
período considerado para a revisão compreendeu os anos de 2000 a 2010, com
artigos em idioma português e inglês. Utilizou-se um protocolo de registro para
a sistematização das principais informações dos estudos localizados. Na
literatura internacional a busca deu-se através do portal de periódicos da
CAPES, permitindo acesso a sete periódicos específicos da área de terapia
ocupacional, a busca nacional foi realizada através do Scielo, da análise dos
Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, Revista de Terapia Ocupacional da
USP e dos Anais dos Congressos Brasileiros de Terapia Ocupacional do período
determinado. Resultados e Discussão:
Os resultados do estudo evidenciam que as publicações sobre a temática estão em
crescimento tanto no Brasil quanto no exterior, porém os focos diferem, sendo
que internacionalmente as pesquisas abordam mais a temática da Integração
Sensorial e o autismo infantil, com o uso de instrumentos padronizados, a
participação de número expressivo de crianças autistas e grupos de comparação.
No Brasil, os estudos apresentam enfoques mais amplos que envolvem diversos
aspectos do desenvolvimento infantil e dos contextos de inserção da criança,
como o brincar simbólico, psicomotricidade, família, escola, dentre outros. Os
resultados também revelam uma defasagem nas publicações sobre o tema no Brasil,
já que maior parte dos trabalhos nacionais foram localizados através de Anais
dos Congressos Nacionais e não estão publicados. Discute-se as especificidades
do desenvolvimento do campo de conhecimento da Terapia Ocupacional no Brasil e
aponta-se para a necessidade de continuidade de esforços no sentido de
sistematizar e pesquisar sobre a temática que envolve os processos da Terapia
Ocupacional no autismo e para importância da divulgação científica para o
fortalecimento da área e das reflexões acerca das práticas de intervenção. Considerações Finais: Considera -se que
o estudo contribui para o aprofundamento do conhecimento deste tema e fornece
subsídios para estudos futuros e para o planejamento de práticas de intervenção
junto a esta população.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[159]
A CIÊNCIA DA OCUPAÇÃO E O BRINCAR DE UMA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA
CIBELE BRAGA FERREIRA NASCIMENTO;
CARLOS ALBERTO ARTNER; ROSE DE CARVALHO MONTEIRO; JAMÍLIA SOARES FARIAS; SAMARA
GONÇALVES LEAL
UFPA, BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; ciência da ocupação; brincar
Resumo: A ciência da ocupação é uma disciplina acadêmica emergente
que tem como chaves de análise a forma, caracterizada pelos aspectos
observáveis de um engajamento ocupacional, a função e o significado da
ocupação, dentro do contexto de vida e da cultura do sujeito, configurando-se
como um importante instrumento de fundamentação do fazer terapêutico
ocupacional. Esta pesquisa objetiva identificar a forma, função e significado
da ocupação de brincar de uma criança com deficiência atendida na classe
hospitalar de um Hospital Universitário da cidade de Belém/PA. Adotou-se uma
pesquisa qualitativa de base fenomenológica, do tipo estudo de caso,
utilizando-se a técnica da entrevista semi-estruturada composta de dados de
identificação e perfil ocupacional (forma, função e significado), respondida
pelo pai da criança em atendimento. A criança nomeada de Supermam, 5 anos,
filho único e estuda em escola comum sendo atendido na classe hospitalar do
referido hospital. Diante dos achados no perfil ocupacional, observou-se que a
forma do brincar apresenta-se como preferencialmente imaginativo, conforme o
relato de Rubi (pseudônimo): “ele (o filho) brinca muito de eletricista. E na
maioria dos casos ele inventa a brincadeira dele”. O brincar acontece
frequentemente no turno da manhã e noite (quando o pai chega do trabalho) e aos
fins de semana, incluindo atividades de lazer; os parceiros habituais da
brincadeira são os primos e os pais, sendo os principais ambientes da
brincadeira o doméstico e o público, em parques e praças, aos fins de semana. A
função do brincar é identificada por Rubi como estímulo ao desenvolvimento,
pois, segundo Rubi, “Pra mim é o mais importante na parte de brincar é
desenvolver ele. Eu acho muito importante porque se não brincar eu já não tenho
faz de conta e o uso da imaginação e raciocínio lógico dele [...] Ter a parte
motora do meu filho bem desenvolvido”. Sendo o brincar significado como
atestado de saúde, pois “se não brincar alguma coisa tá errada” (RUBI), além de
ser um fortalecedor de vínculos entre pai-filho, pois conforme Rubi: “Por mais
que você chegue cansado e brinca 05 minutos com ele, ele sabe que você sempre
vai chegar e brincar. Vai dar amor e carinho”. Dessa forma, a pesquisa retrata
aspectos relevantes do brincar da criança com deficiência, aprofundando a
análise do terapeuta ocupacional Anais sobre esta área de ocupação tão
importante e significativa, além de evidenciar a necessidade de uma
fundamentação teórica baseada no objeto profissional, sendo a ciência da
ocupação um caminho frutífero para maior fundamentação e conhecimento acerca da
ocupação humana.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[161]
ANÁLISE DE ATIVIDADE E MATERIAL EM TERAPIA OCUPACIONAL: CONFECÇÃO DE
JOGOS E BRINQUEDOS
DE MIRITI
CARLOS ALBERTO ARTNER; CIBELE
BRAGA FERREIRA NASCIMENTO; ROSE DE CARVALHO MONTEIRO; SAMARA GONÇALVES LEAL;
JAMÍLIA SOARES FARIAS
UFPA, BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; análise de atividade; miriti
Resumo: O Projeto de Extensão “Jogos e Brinquedos na interface
saúde-educação: atividades e recursos em Terapia Ocupacional” objetiva produzir
jogos e brinquedos, com material regionalizado, que estimulem o engajamento
ocupacional do brincar na díade crianças com deficiência-pais. Assim, objetiva-se
relatar a experiência da análise de material identificando as características e
aplicabilidade do material regional escolhido, bem como destacar a vivência dos
pais ao utilizar o material. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e do tipo
estudo de caso. Este relato baseia-se no diário de campo das reuniões,
referentes às atividades desenvolvidas junto aos pais, na classe hospitalar de
um Hospital Universitário na cidade de Belém/PA. O material regional escolhido
foi o Miriti, uma palmeira da região amazônica, de onde se retira a parte
central, para a confecção de artesanato e brinquedos. De acordo com a análise
de material, observou-se que o miriti apresenta como características: densidade
inferior a da água e com muita porosidade, favorecendo o seu manuseio e
moldagem, com alta durabilidade e baixo custo. O miriti também representa a
cotidianidade do homem amazônico e um traço cultural ribeirinho. Diante da
experiência dos pais na confecção dos jogos, observou-se que o processo foi
motivo de atenção, criatividade e aprendizado, que além de conhecerem mais
sobre o miriti, também foram (re)descobrindo o potencial do lúdico, no processo
de fortalecimento de vínculos pai-filho, conforme o relato: “(...) foi uma
experiência nova, eu nunca tinha pegado o miriti pra fazer um brinquedo. Eu já
tinha visto o miriti, mas nunca trabalhado com ele; e ele é bom de trabalhar
porque é leve, dá pra pintar. (...) essa atividade melhorou a minha relação com
o meu filho, porque agora eu sento pra brincar com ele, não perco a paciência
(...)”(P1). Nota-se que a aplicação dos fundamentos da análise de material,
como constituinte da análise de atividade, são necessários para prática
Terapêutica Ocupacional, bem como se destaca a importância de estudos que levem
em consideração os recursos regionais e de baixo custo, além de se verificar a
relevância de considerar o contexto cultural dos clientes, sendo o miriti um
material que representa a cotidianidade amazônica. Evidencia-se o potencial do
Projeto, como favorecedor da valorização da cultura paraense na articulação
educação-saúde em prol de novas propostas que visem o melhor desenvolvimento e
engajamento ocupacional de crianças com deficiência, fundamentando o processo
terapêutico por meio da análise de atividade/análise de material.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[169]
IMPACTO NA REDUÇÃO DO ABSENTEÍSMO AO TRATAMENTO APÓS APLICAÇÃO DA
MEDIDA CANADENSE DE DESEMPENHO OCUPACIONAL
SABRINA BONILLA CASTILLO; CAMILA
SALOMON LEFEVRE
ALBERT EINSTEIN – SOCIEDADE
BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA, SÃO PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: copm; terapia ocupacional; prática centrada no
cliente
Resumo: Introdução: O Programa Einstein na Comunidade de
Paraisópolis (PECP) atua na prevenção e promoção da saúde, propiciando
assistência integral à saúde e buscando a melhoria da qualidade de vida da
população atendida. O Serviço de Terapia Ocupacional nesse programa visa o
atendimento de indivíduos de 0 a 14 anos e suas famílias, encaminhadas ao setor
pela equipe médica e multidisciplinar do Núcleo Saúde. Em 2012 o setor iniciou
a aplicação da Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM), protocolo
utilizado internacionalmente para avaliar a eficácia da intervenção na Terapia
Ocupacional. Seu uso permite medir as mudanças na percepção do desempenho
ocupacional do sujeito, possibilitando assim identificar e priorizar as
questões que restringem ou causem impacto em seu dia-a-dia. O protocolo se
diferencia dos demais, pois, quando ocorre auto avaliação há aumento da
motivação e participação do cliente, favorecendo sua recuperação funcional. Tem
como base, o Modelo de Desempenho Ocupacional que incorpora os princípios da
Pratica Baseada no Cliente. Objetivos:
Divulgar a aplicação da Medida Canadense de Desempenho Ocupacional e o possível
impacto na redução do absenteísmo do cliente e de sua família no plano
terapêutico. Metodologia: A COPM foi
aplicada entre agosto de 2012 e maio de 2013, para 27 dos 41 pacientes com
idades entre 1 e 10 anos, inseridos nos atendimentos de Terapia Ocupacional.
Foram considerados os pacientes com no mínimo 10 atendimentos agendados no
setor nesse período. Resultados/Discussão:
Pesquisas revelam que a prática centrada no cliente, está associada à maior
satisfação e adesão do mesmo aos serviços de saúde se comparada com outros
modelos de prática. Através da analise do nosso banco de dados, foi observada a
redução na taxa de absenteísmo dos pacientes avaliados utilizando a COPM (26%),
em relação aos casos onde o protocolo não foi aplicado (30%). Considerações Finais: Conclui-se que a
aplicação da COPM na população atendida no setor de Terapia Ocupacional do PECP
foi eficaz quanto à redução do absenteísmo, aproximando o cliente (cuidador e
paciente) do tratamento, proporcionando assim a melhora na qualidade da
intervenção.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[215]
ABUSO E DEPENDÊNCIA DE DROGAS E O CONTEXTO DA FUNCIONALIDADE E
INCAPACIDADE EM SAÚDE: ESTRATÉGIA PARA A INOVAÇÃO NO CUIDADO
NAZARETH MALCHER1 ; VAGNER DOS
SANTOS1 ; FLÁVIA MAZITELLI OLIVEIRA1 ; JOSENAIDE ENGRACIA DOS SANTOS1 ; DOUGLAS
JOSÉ NOGUEIRA2 ; ANDREA DONATTI GALLASSI1
1.UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB),
BRASÍLIA, DF, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIÂNIA, GO, BRASIL.
Palavras-chave: políticas de cuidado; atenção a grupos específicos;
funcionalidade
Resumo: Introdução: É reconhecido a importância do tema crack,
álcool e outras drogas de abuso no cenário nacional que, desde 2010, assumiu
status de prioridade na agenda política do último e do atual governo. Nesta
lógica, a complexidade da questão impacta de forma direta e indireta na
funcionalidade e incapacidade dos indivíduos nos processos de abuso ou
dependência de drogas. Este tema está relacionado às pesquisas do Centro de Referência
sobre Drogas e Vulnerabilidades Associadas da Universidade de Brasília
(CRR/FCE/UnB), através do edital de chamamento público n° 02/2012 da Secretaria
Nacional de Política sobre Drogas do Ministério da Justiça. Este Programa de
Extensão possibilita uma reflexão sobre os processos de cuidado associados ao
abuso e a dependência de drogas, delineando estratégias inovadoras de
reabilitação e proteção. Objetivos:
Desenvolver uma reflexão sobre os componentes do desempenho ocupacional, da
funcionalidade e incapacidade em saúde dos indivíduos com abuso ou dependência
de drogas. Metodologia: Trata-se de
apresentar reflexões iniciais das pesquisas desenvolvidas no CRR/FCE/UnB, na
qual desenvolve estudo descritivo, longitudinal, com intervenção. Neste sentido,
se apresentará uma discussão dos aspectos dos componentes da CIF, como processo
relacionados a essa temática. Resultados
e Discussão: Mesmo em abuso ou dependência de drogas, o sujeito possui
preservados os domínios de saúde promotores de funcionalidade. Neste sentido, a
CIF possibilita, dentro do contexto dos sujeitos em situação de abuso ou
dependência de droga, classificar (e não medir) funcionalidade; fornecer um
sistema de codificação; possibilitar uma tomada de decisão estratégica;
promover ações de saúde e favorecimento da equidade; e desenvolver ações para a
gestão de políticas pública. Considerações
Finais: A expansão, diversidade e complexidade que envolve o abuso e a
dependência de drogas têm demandado a necessidade de se estudar este fenômeno
de forma a contemplar o indivíduo, a substância utilizada e o contexto em que é
usada, bem como os elementos apontados como interativos no processo de abuso e
dependência de drogas, que permeiam a funcionalidade dos indivíduos como
processo paralelo ao bem estar em saúde. Relacionando a funcionalidade e a
incapacidade, rede social e cotidiano de vida, o que permitirá ampliar a
compreensão do fenômeno para além do conceito de “doença”, favorecendo a
inovação nas estratégias de cuidado a partir do paradigma psicossocial.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[235]
PRODUÇÃO DE CUIDADO EM TERAPIA OCUPACIONAL NO HOSPITAL: REFLEXÕES SOBRE
AÇÕES COM MÃES EM CARDIOPEDIATRIA
KARLA MARIA SIQUEIRA COELHO AITA;
CLAUDIA ROBERTA SILVA LIMA; CARLA RAISA SILVA LIMA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ,
BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: assistência integral à saúde; terapia ocupacional;
cuidadores; familiares
Resumo: Introdução: O Sistema único de Saúde – SUS, na observância
de mudanças no modelo de atenção à saúde para melhoria e efetividade da atenção
das doenças crônicas, assim como, da agudização das situações crônicas da saúde
e a satisfação das pessoas usuárias, propõe um arranjo organizativo de ações
com diferentes densidades tecnológicas que visa garantir a integralidade do
cuidado. Esta perspectiva de produção do cuidado no ambiente hospitalar
persegue um caminho recente e reforça a necessidade do cuidado técnico estar
associado ao relacional. Movendo-se por este cenário de prática, o terapeuta
ocupacional - TO busca orientar suas estratégias de cuidado à saúde para as
manifestações de descontinuidade do cotidiano ocasionadas por situações
diversas de adoecimento que apesar do curso crônico, por ora, inscrevem-se de
forma aguda na vida. Atento a estas proposições de cuidado e a alta recorrência
das mães de crianças adoecidas por cardiopatias no ambiente hospitalar, urge
refletir-se sobre maternidade, internação e modos de cuidar em Terapia
Ocupacional. Objetivos: Discutir
ações da Terapia Ocupacional em ambientes de cardiopediatria hospitalar que
favoreçam produção de cuidado para as mães. Metodologia: Revisão bibliográfica não sistematizada, entrevista
semi – estruturada com mães de crianças portadoras de cardiopatias durante a
hospitalização, gravadas, transcritas e examinadas segundo análise do conteúdo,
após aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa – CEP. Discussão: Identificou-se na fala das mães que cuidar do filho
cardiopata no ambiente hospitalar, rompeu a lógica do seu cotidiano à medida
que propôs um cuidar organizado em torno de rotinas e procedimentos previamente
definidos alheios aos seus desejos. Neste sentido, coexistia na ação cuidadora
a necessidade de se apropriar do tecnicismo para legitimar sua função materna
que em razão da complexidade na execução tendeu a não ser validado pela equipe
de saúde. Evidenciou-se que o escopo de atuação do terapeuta ocupacional deve
ponderar: rupturas vividas com o processo de adoecimento e seus significados.
Evidenciou-se que as práticas de cuidado em saúde devem ter como premissa a
postura acolhedora, a escuta sensível, o exercício ético-político para que
favoreçam o protagonismo da pessoa doente e seus familiares. Considerações Finais: As proposições em
Terapia Ocupacional necessitam serem desenvolvidas como estratégias que
permitam as mães ocupar o lugar de protagonista das ações em saúde e
experimentar novas formas de cotidianidade nos ambientes do hospital. Ao
possibilitar a reinserção da dor e sofrimento como parte integrante da vida
evitou-se cindir os elementos saúde, internação, doença que promoveu espaço de
aprendizagem e adesão ao tratamento.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[243]
TERAPIA OCUPACIONAL E SAÚDE MENTAL INFANTO-JUVENIL: IDENTIFICANDO
PRÁTICAS DE INTERVENÇÃO E PESQUISAS
MILENA SANCHES GUADANHIM1 ;
THELMA SIMÕES MATSUKURA2
1. APRIMORANDA DE TERAPIA
OCUPACIONAL E SAÚDE MENTAL PELO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FMRP, RIBEIRÃO PRETO,
SP, BRASIL; 2.PROF. ASSOCIADA DO DEPARTAMENTO DE TERAPIA OCUPACIONAL -
PÓS-GRADUAÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL PELA UFSCAR, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: saúde mental infantil; terapia ocupacional;
crianças
Resumo: Introdução: A pesquisa e divulgação da prática de
terapeutas ocupacionais no campo da saúde mental da criança e do adolescente
estão em processo de desenvolvimento e considera-se que identificar o que é
pesquisado e realizado por estes profissionais é relevante para a compreensão
dos processos envolvidos na realidade brasileira e internacional. Objetivos: O objetivo deste estudo foi
realizar uma revisão sistemática da literatura nacional e internacional acerca
da terapia ocupacional em saúde mental infanto-juvenil. Metodologia: Adotaram-se os unitermos: saúde mental infantil, saúde
mental de adolescentes, crianças, adolescentes e terapia ocupacional. Foram
considerados os textos nos idiomas, inglês e português, publicados durante o
período de 2000 a 2010. A consulta à literatura internacional foi realizada a
partir da base de dados Portal CAPES, nos periódicos específicos da área de
terapia ocupacional disponíveis: American Journal of Occupational Therapy,
Canadian Journal of Occupational Therapy, New Zealand Of Occupational Therapy,
Australian Journal of Occupational Therapy, Occupational Therapy Now e Asian
Journal Occupational Therapy. Para a consulta dos trabalhos nacionais foram
considerados os periódicos da área indexados e disponíveis na rede mundial de
computadores e nos Anais dos Congressos Brasileiros de Terapia Ocupacional de
2000 a 2011. Para o registro dos dados foi utilizado um protocolo de registro
das obras identificadas. Todos os estudos localizados tiveram os resumos lidos
na íntegra. Resultados/Discussão:
Foram localizados 26 estudos na literatura internacional, 21 nos periódicos
nacionais, e 89 trabalhos publicados nos Anais dos Congressos Nacionais. A
maioria dos estudos localizados na literatura internacional aborda sobre o
Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, e não focalizam diretamente
a terapia ocupacional e sim aspectos que estão presentes no campo, como por
exemplo, habilidades, autoestima e outros componentes presentes na esfera da
saúde mental infanto-juvenil. Já na literatura nacional, a maior parte dos estudos
tem o enfoque em contextos adversos (ambiental, social, pessoal), que
interferem na saúde mental da criança. Os resultados apoiam considerações da
literatura acerca do processo de consolidação e ampliação da área de saúde
mental infantil, de forma geral e, na Terapia Ocupacional especificamente. Considerações Finais: Considera-se que
o estudo contribui para o aprofundamento do conhecimento deste tema e fornece
subsídios para estudos futuros neste campo.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[245]
ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NA DEFICIENCIA INTELECTUAL
ALMERIZE VERÔNICA LEITE; LUCIANA
HANG CORREIA
ABRATO-SC, JOINVILLE, SC, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; deficiente intelectual;
atividades
Resumo: O deficiente intelectual em algumas ocasiões necessita de
supervisão e de intervenção do cuidador quando se refere na execução das
Atividades de Vida Diária (AVD) e Atividades Instrumentais da Vida Diária
(AIVD). Desta maneira, devemos considerar a deficiência intelectual como forma
ampla do desenvolvimento, com importantes consequências no processo de
aprendizagem, sendo de suma importância que o terapeuta ocupacional enfoque
esse aspecto. O estado cognitivo do indivíduo determina muitas mudanças que
influenciam seu cotidiano, conforme as experiências sociais e culturais, todas
mediadas pela tarefa e pelo ambiente. Mudanças podem melhorar ou prejudicar a
forma de aprendizagem da pessoa e, como decorrência, seu funcionamento
ocupacional. O deficiente intelectual tem um desenvolvimento mais lento do que
as outras pessoas, e isto devem ser consideradas. Cabe ao terapeuta ocupacional
avaliar, analisar, elaborar um plano de tratamento, treinar, capacitar este
individuo e orientar o responsável, visando melhor obtenção dos resultados. As
atividades são tarefas com objetivos definidos que exigem habilidades e
recursos para atender as necessidades pessoais e sociais. É importante
considerarmos o histórico e interesses ocupacionais do indivíduo e dos
familiares. Com isso relataremos a atuação da Terapia Ocupacional utilizando as
AVD com objetivo de potencializar maior independência e autonomia de uma pessoa
com deficiência intelectual e autismo, sendo assistida desde a infância.
Apresentaremos algumas das atividades realizadas e os objetivos alcançados
durante a intervenção terapêutica. As atividades de autocuidado instruídas
foram: banho, vestuário, cuidados com os cabelos, alimentação e higiene oral.
Após longo período de treino nas atividades de autocuidado, no banho alcançou-se
a independência funcional, contudo a cuidadora auxilia para enxugar os cabelos.
No vestuário, adquiriu-se a habilidade funcional para fechar e ajustar o sutiã,
a roupa branca, shorts e o vestido. Observou-se na alimentação melhora nas
habilidades de coordenação visomotora, apresentando bom domínio para o manuseio
dos talheres. Na tarefa de higiene oral foi conquistado total independência
para esta ação. Salientamos que todas as atividades realizadas foram treinadas
na prática para melhor assimilação. Concluímos que o processo terapêutico
ocupacional com o deficiente intelectual mostrou-se com grande relevância nos
aspectos das Atividades de Vida Diária, ocorrendo a longo prazo para que os
objetivos fossem alcançados. É de suma importância a participação efetiva da
família neste processo contínuo, de acordo com as orientações realizadas pelo
profissional de Terapia Ocupacional.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[252]
A CIÊNCIA DA OCUPAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA FUNDAMENTAR A PRÁTICA
CLÍNICA DA TERAPIA OCUPACIONAL
VICTOR CAVALEIRO CORRÊA; LUÍSA
SOUSA MONTEIRO; ELSON FERREIRA COSTA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ,
BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: ocupação; ciência da ocupação; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: A ocupação é composta de ações com propósitos e
significados, nas quais as pessoas se engajam em seu cotidiano e estruturam
suas vidas. Estas ações agregam significados pessoais e culturais e são
influenciadas pelo histórico de vida de cada indivíduo. Objetivo: compreender as ocupações sob os pressupostos da Ciência
da Ocupação e sua contribuição para fundamentar a prática clínica da Terapia
Ocupacional. Metodologia: Trata-se
de uma revisão descritiva e narrativa da literatura. A obtenção dos dados foi
realizada por meio da pesquisa em livros e artigos de revistas impressas e
eletrônicas. Após a seleção e leitura das publicações científicas procedeu-se à
análise crítica de seus conteúdos. A partir da leitura e reflexão do material
coletado, foram delimitados núcleos temáticos focados nas bases conceituais,
trajetória e relação da Ciência Ocupacional com a prática clínica da Terapia
Ocupacional. Resultados e Discussão:
A Ciência da Ocupação surgiu na Universidade do Sul da Califórnia, a partir da
necessidade de estudar sobre a natureza multifacetada do processo de
engajamento ocupacional e do uso da ocupação na terapia. Esta ciência
fundamenta-se na forma, função e significado definidos e observados em um
contexto cultural. A forma refere-se às características visíveis de uma
ocupação. A função, corresponde ao “porquê” uma pessoa se engaja em uma
determinada ocupação. Já significado, corresponde à vivência interna que
resulta em participar de determinadas ocupações, e a experiência externa,
disseminada no seio cultural pela sociedade. A partir da revisão teórica,
observou-se que a nível mundial, diversos terapeutas ocupacionais pesquisam
sobre a ocupação, baseando-se nessa teoria. Entretanto, no Brasil poucos
terapeutas ocupacionais têm trabalhado com os pressupostos teóricos da Ciência
da Ocupação. Considerações Finais:
Defende-se que o desenvolvimento da Ciência da Ocupação como uma ciência
própria da Terapia Ocupacional é crucial para auxiliar na construção de uma
prática centrada em pilares próprios do campo. Esta ciência apresenta potencial
para contribuir na elaboração de um corpo de conhecimento científico em Terapia
Ocupacional, possibilitando uma interlocução entre teoria e prática
profissional.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[254]
CUIDAR COMO OCUPAÇÃO: UMA APROXIMAÇÃO COM O COMPONENTE DA CIÊNCIA
OCUPACIONAL
ALINE VALÉRIA PROGENE DE ALMEIDA1
; FABIOLA DE SOUZA ABRAHÃO1 ; VICTOR CAVALEIRO CORRÊA2
1.UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA,
BELÉM, PA, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: cuidar; ocupação; ciência ocupacional
Resumo: O cuidar é definido como algo que requer cautela, ter o
cuidado, tratar de si próprio ou do outro, do qual está envolvida uma relação
de afeto, amor e amizade, ou seja, implica na importância da existência de um
indivíduo para o outro, podendo o mesmo ser denominado de cuidador. Este artigo
decorre em um breve estudo desenvolvido com o objetivo de compreender a relação
do cuidar com a forma, a função e o significado, fundamentado no contexto da
Ciência da Ocupação. Diante disto, buscou-se realizar uma revisão sistemática a
partir da experiência do projeto “Sobre a forma, a função e o significado
ocupacional: um relato de pais de crianças com Encefalopatia Crônica não
Progressiva da Infância”. O termo ocupação é descrito como todas as atividades
que fazem parte da rotina do indivíduo ao longo de sua vida; é o ato de
ocuparse, se apoderar de algo ou uma ação que possui um significado de maior ou
menor relevância para o mesmo. Baseado nos princípios e valores no que se
refere à investigação das ocupações usou-se como referência a Ciência
Ocupacional (C.O), da qual desenvolve uma base sistemática para descrever e
compreender a relação e a participação em ocupações. Antes de tudo, a C.O é
concebida como uma ciência fundada nas ciências sociais que mantém a relação
com as demais disciplinas como a antropologia, filosofia, sociologia. Deste
modo, esta ciência é a mais apropriada para entender o engajamento nestas ocupações,
baseados em seus três princípios: a forma, a função e o significado
ocupacional. Sendo, a forma pode ser conceituada como as etapas de execução de
determinadas ações; a função como a repercussão da ocupação de uma maneira
positiva ou negativa e o modo que estas influenciam na saúde do indivíduo e da
comunidade; e os significados de como estas ações podem ser importantes e/ou
significativas dentro do contexto de vida do ser humano. Portanto, do ponto de
vista da Ciência Ocupacional, o cuidar pode ser considerado como uma ocupação,
pois este abrange os três princípios básicos desta ciência, a forma, envolvendo
assim as fases, métodos e o sequenciamento no qual ela desenvolve-se, a função
buscando entender, os objetivos, metas que leva o individuo a cuidar de algo ou
alguém e o quanto ela pode ser significativa à pessoa que a realiza.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[291]
A IMPORTÂNCIA DO USO DE ADAPTAÇÕES NO CONTEXTO DAS AVD'S: RELATO DE UM
CASO
RAFAELA FREIRES FREIRES; MAYSA
SAMANTHA SANTOS; THAMYRES MACÊDO CAVALEIRO; JORGE LOPES RODRIGUES JUNIOR
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ,
BÉLEM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: tecnologia
assistiva; terapia ocupacional; atividades da vida diária
Resumo: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma das doenças
cerebrovasculares mais comuns, sendo o AVE a doença deste tipo que apresenta
maior incidência e morbidade, causando incapacidade e perda de autonomia. As
Atividades de Vida Diária (AVD’s) são todas as atividades realizadas por uma
pessoa de modo rotineiro. Na Terapia Ocupacional, o treino e o resgate das
habilidades para desempenha-las são considerados como a função que mais
representa e identifica a atuação do terapeuta ocupacional no enfoque da
reabilitação física. Desta forma, a tecnologia assistiva é uma área do
conhecimento de característica interdisciplinar que engloba diversos métodos
para promover funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas
com deficiência visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e
inclusão social podendo trabalhar com materiais de alto ou baixo custo. Assim,
este trabalho tem por objetivo discutir os aspectos relevantes para a
prescrição e treino do paciente neurológico adulto para uso da Adaptação
Universal construída com material de baixo custo, idealizada e projetada pelo
Terapeuta Ocupacional Jorge Lopes no Laboratório de Tecnologia Assistiva
(LABTA), que funciona no Centro de Ciências Biológicas a da Saúde (CCBS) da
Universidade do Estado do Pará (UEPA), o qual atende a comunidade objetivando
basicamente a confecção de novos dispositivos de adaptação para a mesma. Assim,
através de um relato de experiência do Estágio Profissionalizante em Terapia
Ocupacional nesta Universidade, com enfoque em reabilitação física, buscou-se
conciliar teoria e prática para ratificar a importância do terapeuta
ocupacional no contexto das AVD’s. Desta forma o terapeuta ocupacional,
especialista na análise da atividade, agrega valor importante na equipe de
reabilitação com abordagem nas AVD’s, portanto é função deste profissional
conhecer os métodos, adaptações e adequações ambientais que facilitem e
promovam a independência de pessoas com disfunções físicas que interferem no
domínio da atividade. Concluiu-se, portanto, que a utilização da adaptação
universal pode auxiliar na realização de várias atividades, facilitando o
desempenho destas e aumentando a autonomia e autoestima do usuário.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[337]
TERAPIA OCUPACIONAL NO ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES NO PROCESSO DE
TERMINALIDADE
GABRIELA MARTINS DIAS1 ; ALINE
FERRARI FABRI2 ; DAYANE REGINA DOS SANTOS3
1. HC- UFPR, CTBA, PR, BR;
2.UFPR, CTBA, PR, BR; 3.HC-UFPR, CTIA, PR, BR.
Palavras-chave: terminalidade; terapia ocupacional; oncologia
Resumo: A terminalidade vai além dos aspectos biológicos
relacionados à saúde. Abrange principalmente os aspectos culturais e subjetivos
do indivíduo. Neste momento paciente, família e equipe se deparam com limites
no processo de tratamento curativo. Esgotam-se as possibilidades de reverter às
condições clínicas do indivíduo e a possibilidade de morte se torna evidente. O
terapeuta ocupacional (TO) atuando junto a uma equipe multiprofissional busca
auxiliar o paciente e sua família no enfretamento e ressignificação do processo
de terminalidade e morte. Este trabalho tem como objetivo descrever a
assistência da TO junto a esses pacientes. Apresenta como metodologia a
pesquisa bibliográfica sobre a repercussão da temática na vida do paciente e de
sua família, da atuação do terapeuta ocupacional junto a essa população aliando
ainda, a experiência obtida na Residência Multiprofissional do Hospital de
Clínicas da Universidade Federal do Paraná na clínica de Cirurgia do Aparelho
Digestivo. Desta forma, evidenciou-se que o terapeuta ocupacional se preocupa
com o histórico biomédico, mas também centra sua atenção na história de vida,
nas experiências simbólicas, no vislumbre do futuro e no conhecimento tácito do
paciente. Não há supervalorização do diagnóstico ou prognóstico, favorecendo
que o processo seja enriquecido por experiências positivas, compreendendo que
por trás de uma condição clínica há uma história sendo construída e vívida por
pacientes e seus familiares. Também auxilia o paciente no enfrentamento das
perdas sofridas, buscando incentivar outras formas do fazer que gerem
satisfação e bem estar, valorizando as capacidades, os momentos significativos,
fortalecendo vínculos com a família, permitindo ao paciente o conhecimento de
si mesmo, a reflexão sobre suas experiências e seu processo de adoecimento.
Ressalta-se que a presença de uma equipe multiprofissional é fundamental na
atenção ao paciente terminal, sendo essencial o diálogo, respeito mútuo e um consenso
com relação às condutas a serem tomadas. Conclui-se, portanto, que são inúmeros
os sentimentos explicitados pelo paciente e família durante o período da
terminalidade, que a comunicação entre todos os envolvidos neste processo
necessita ser qualificada. A atuação do terapeuta ocupacional auxilia o
paciente a passar pelo processo de morte, aliviando suas angustias,
proporcionando autonomia e valorizando suas potencialidades. Possibilitando,
assim, a finalização dos projetos de vida e a realização de atividades que lhe
sejam significativas, além do acolhimento familiar, favorecendo a comunicação e
a diminuição do sofrimento.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[339]
RELAXAMENTO COMO RECURSO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL PARA O ESTÍMULO DAS
HABILIDADES DE REGULAÇÃO EMOCIONAL
AIME JULIANA DOS SANTOS1 ;
GABRIELA MARTINS DIAS1 ; ALINE FERRARI FABRI2 ; DAYANE REGINA DOS SANTOS3
1.HC- UFPR, CTBA, PR, BR;
2.UFPR, CTBA, PR, BR; 3.HC-UFPR, CTBA, PR, BR.
Palavras-chave: terapia ocupacional; habilidades de desempenho;
relaxamento
Resumo: Um dos aspetos contemplados na estrutura da prática da
Terapia Ocupacional são as habilidades de desempenho. Dentre estas destacam-se
para este trabalho as habilidades de regulação emocional (HRE). Definidas como
ações ou comportamentos que o cliente usa para identificar, gerenciar e
expressar sentimentos enquanto se envolve em atividades ou na interação com
outros. Diante disso, objetiva-se com este trabalho evidenciar a importância da
intervenção terapêutica ocupacional voltada às HRE e exemplificar um dos
recursos terapêuticos que favorece a abordagem biopsicossocial do cliente. A
partir da percepção proporcionada pela prática clínica com pacientes
oncohematológicos em um hospital geral, verificou-se a necessidade de abranger
essa habilidade de desempenho utilizando como metodologia a pesquisa
bibliográfica. Verificouse como demanda dos pacientes assistidos a dificuldade
de lidar de forma satisfatória com eventos estressantes. A intervenção do
terapeuta ocupacional diante desta demanda promove o bem estar e a harmonização
biopsicossocial, beneficia a resolução de problemas, do medo, da depressão,
contribui para o autoconhecimento, percepção do espaço ambiental e
interpessoal, e facilita a aquisição da aprendizagem. Como um dos recursos
utilizados para o estimulo das habilidades de regulação emocional empregam-se
as técnicas de relaxamento muscular e psíquico, indicado como processo
restaurador por diferentes áreas como a Psicoterapia a Terapia Ocupacional e a
Fonoaudiologia. Estas técnicas possibilitam dissolver padrões que dificultam
condutas saudáveis e auxiliam no tratamento de pessoas com câncer, favorecendo
inúmeras possibilidades terapêuticas. Conclui-se diante dos aspectos relatados
a contribuição do terapeuta ocupacional no uso das técnicas de relaxamento para
o aperfeiçoamento das habilidades de regulação emocional do cliente, a auto
percepção e reflexão sobre si mesmo e sobre os aspectos estressantes aos quais
está submetido durante o tratamento onco-hematológico.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[366]
A TRANSFORMAÇÃO DO USO E DO CONCEITO DE ATIVIDADES NA OBRA DE JÔ
BENETTON
TAIS QUEVEDO MARCOLINO; ELIANE
NASCIMENTO FANTINATTI
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: métodos; formação de conceito; atividades humanas
Resumo: O processo de teoria da técnica conduzido por Jô Benetton
ao longo dos últimos 40 anos, que culminou no que hoje se conhece como Método
Terapia Ocupacional Dinâmica, sustentou-se na investigação da prática clínica
da terapia ocupacional produzindo teorias explicativas dos fenômenos da prática
e metodologias que sustentassem a assistência. Nesta proposta de prática, as
atividades sempre se colocaram como elementos centralizadores do processo
terapêutico e tiveram diferentes compreensões ao longo deste período. Ao
realizar uma revisão sistemática nas publicações da autora entre 1971 e 2012,
incluindo as obras trouxessem a palavra atividades no título, palavras-chave ou
resumo do trabalho e que abordassem o trabalho clínico e referenciais teóricos,
identificaram-se três momentos distintos do uso de atividades no processo de
teoria da técnica: a primeira fase sustentada por teorias psicanalíticas, na
qual as atividades, de caráter artístico, tinham a função de expressão do mundo
interno, expressão de conteúdos não verbais, em especial, associada ao modo de
pensamento psicótico, para desvelar aspectos inconscientes e sentimentos que
fizessem sentido na história ou construção da história do sujeito psicótico; a
segunda fase, na qual as atividades são consideradas instrumento da terapia
ocupacional e terceiro termo da relação triádica, momento de definição
conceitual e sistematização de alguns procedimentos que se tornaram base para o
Método Terapia Ocupacional Dinâmica, Anais provenientes, principalmente, da
tese de doutorado da autora; e a terceira fase, na qual estas se mantém como na
fase anterior, mas há maior ligação com o Paradigma da Terapia Ocupacional
através do trabalho de Eleanor Clark Slagle, atrelando as atividades à criação
de espaços de saúde para construções no cotidiano. Além disso, encontramos
elementos que sempre estiveram presentes, como o potencial do processo de realização
de atividades para a obtenção de informações sobre o paciente, tanto de
aspectos objetivos como subjetivos; o potencial das atividades para sustentar o
processo de comunicação, compreendendo que qualquer significado deveria ser
dado pelo paciente; e a forte presença dos aspectos educacionais para a
assistência em terapia ocupacional, demarcando também a escolha pelo termo
inserção, e não reinserção, social. Este trabalho procura elucidar o processo
de transformação do uso e do conceito de atividades na obra de Jô Benetton,
buscando contribuir tanto para a compreensão do processo de teoria da técnica
e, consequentemente, possibilitar a continuidade deste processo, como para a
formação teórico-metodológica de terapeutas ocupacionais.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[374]
POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL JUNTO A PACIENTES
COM LESÕES DE MEMBRO SUPERIOR
LETÍCIA SEVERO SEEGER; ALINE
SARTURI PONTE; DANIELA TONÚS; BÁRBARA SANTOS LUCCAS DUARTE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; lesões tendíneas; reabilitação
Resumo: Introdução: A mão é fundamental na realização das
atividades cotidianas. Diante de uma incapacidade em utilizá-la, devido a algum
tipo de deficiência motora e/ou sensitiva, acidente de trabalho, patologias
ligadas à reumatologia, neurologia, traumatologia, possivelmente haverá um
comprometimento nas atividades funcionais do dia a dia, bem como as
profissionais antes exercidas (FONSECA et. al, 2006). Objetivo: apresentar as intervenções terapêuticas ocupacionais
junto a um paciente que sofreu lesões tendíneas no membro superior decorrente
de acidente de trabalho. Metodologia:
Esta pesquisa caracteriza-se como qualitativa, sendo um estudo de caso. J.
idade 32 anos, sexo masculino, solteiro, com diagnóstico CID 10: S 51.8
(ferimentos de outras partes do antebraço), os laudos da perícia descrevem a
lesão como uma secção dos flexores dos 2º, 3º, 4º e 5º QDE (quirodáctilo esquerdo)
medial e lubital. Paciente sofreu um acidente de trabalho com arma branca
lesionando os tendões da mão esquerda. Durante a avaliação física constatou-se
que apresenta cicatriz em “Z” na parte dorsal do punho do membro esquerdo,
aderência cicatricial, encurtamento de tendões, hipotrofia muscular do membro
superior, desvio radial e em flexão, mão em garra. Resultados/Discussão: Após avaliação, análise dos dados encontrados
e reflexão, foi possível iniciar as intervenções terapêuticas ocupacionais. O
trabalho realizado visou à reeducação sensorial e dessensibilização, estimulo
da força e preensão, treino e adaptações referentes a atividades de vida diária
(AVDs), manuseio cicatricial, correção/diminuição de deformidades a partir da
confecção de uma órtese de neoprene com a função de estimular a extensão do
punho e abdução do polegar. Para Ferrigno (2007, p. 123), “o principal objetivo
da órtese é promover o equilíbrio biomecânico por meio da aplicação de forças
de contenção externa ao segmento comprometido.” Nesse sentido, percebe-se
evolução no caso, após a confecção da órtese em neoprene, aumentando sua
amplitude de movimento, melhorando sua modulação sensitiva, diminuindo as
deformidades e tornando a mão mais funcional. A órtese pode auxiliar as
questões relacionadas à sensibilidade, pois, a mesma estimula o contato com uma
textura diferente, diminuindo sua hipersensibilidade e preparando a região
afetada para maiores estímulos. Considerações
Finais: Observou-se durante as práticas a importância da intervenção
terapêutica ocupacional em pacientes com lesões tendíneas logo após o processo
cirúrgico.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[387]
TABLET COMO FERRAMENTA DE INTERAÇÃO ENTRE TERAPEUTA OCUPACIONAL E
CRIANÇA COM TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO
MARCIA MARIA COSTA RIBEIRO;
LARISSA OLIVEIRA CORDEIRO; CHRYSTIANE MARIA VERAS PORTO
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA,
FORTALEZA, CE, BRASIL.
Palavras-chave: transtorno
autistico; tecnologia; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: A categoria transtornos globais do
desenvolvimento (TGD) é referente aos transtornos que se caracterizam por
prejuízos severos e invasivos em diversas áreas do desenvolvimento, como
habilidades de interação social recíproca, habilidades de comunicação e
presença de comportamentos, interesses e atividades estereotipados. Nesta
perspectiva, acredita-se que o uso de tablet como recurso terapêutico
facilitará a interação entre terapeuta e paciente mediante atividade
significativa. Objetivo: Descrever
uma intervenção em Terapia Ocupacional junto a uma criança com diagnóstico de
autismo, utilizando-se, como recurso, um tablet. Metodologia: Estudo de campo, descritivo, com abordagem
qualitativa, realizado em instituição que oferece atendimento às pessoas com
deficiência, localizada no município de Fortaleza, Ceará. Realizou-se
observação direta com base em Protocolo de Observação para Crianças com
Suspeita de TGD durante estágio do módulo Terapia Ocupacional no Contexto
Ambulatorial I, no mês de maio de 2013. A criança em questão era do gênero
masculino, com diagnóstico de autismo e 12 anos de idade. Resultados: A criança iniciou a revelar interesse no som e imagem
em movimento emitidos pelo tablet, espontaneamente, quando este recurso era
apresentado em sessão semanal de Terapia Ocupacional. E, ainda, passou a
sentar-se para alimentar-se, atitude antes inexistente. Discussão: Os resultados mostram que a criança desenvolveu uma
comunicação não verbal por meio de gestos e expressões corporais e faciais,
além de contato ocular e corporal espontâneo com terapeuta e momentos de
atenção, facilitando a realização de atividades cotidianas. Considerações Finais: O tablet se
converteu em janela de comunicação entre terapeuta e criança, tornado-se uma
importante ferramenta na interação estabelecida no processo terapêutico
ocupacional. Entretanto, faz-se necessário ampliar o estudo acerca desta
tecnologia como recurso terapêutico.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[396]
GRUPO DE ESTUDOS SOBRE USO DO
TEMPO E TERAPIA OCUPACIONAL
LUIZA OLIVA PAGANELLI; MARIA LUISA GUILLAUMON
EMMEL; MARINA ZAIDEN; ANA CÉLIA NUNES; MARIANE CRISTINA LOURENÇO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: uso do tempo; pesquisa; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: Os estudos sobre o Uso do Tempo têm trazido
contribuições importantes para a teoria e a prática da Terapia Ocupacional, uma
vez que todas as ações humanas estão localizadas no tempo, fazendo dele um
componente central para a profissão. Adolph Meyer já advogava que a dimensão
temporal deveria ser considerada pelos terapeutas ocupacionais no processo de
adaptação dos indivíduos. Para ele, o uso proposital do tempo tem o potencial
de manter e regenerar a saúde e a forma como os indivíduos com deficiência usam
e organizam o seu tempo no dia-a-dia são a medida de sua adaptabilidade. Neste
aspecto, o uso do tempo está também diretamente relacionado à qualidade de
vida. Kielhofner considerou esta dimensão no Modelo da Ocupação Humana, uma vez
que, para ele, ação e tempo são componentes concomitantes da ação humana.
Apesar disso, poucos têm sido os trabalhos de terapeutas ocupacionais
(especialmente os brasileiros) que se preocupam em analisar esta dimensão tão
relevante. Objetivos: Em meados de
2013, liderado pela profa. Dra. M. Luisa G. Emmel, foi criado no Depto de
Terapia Ocupacional da UFSCar (em São Carlos/SP) um grupo para aprofundar os
estudos acerca do uso do tempo e suas relações com a qualidade de vida e a
Terapia Ocupacional. Este grupo é atualmente formado por terapeutas
ocupacionais, alunos do Mestrado e graduandos em Terapia Ocupacional da UFSCar.
Resultados: A apresentação aqui
proposta expõe o grupo, seus componentes e os estudos que vêm sendo
desenvolvidos nos últimos anos relacionando a Terapia Ocupacional com o uso do
tempo e os instrumentos de medida de uso do tempo que o grupo vem trabalhando. Considerações Finais: No momento os
trabalhos desenvolvidos compreendem os seguintes estudos: a) uma pesquisa de
Mestrado na área de infância; b) uma pesquisa de Mestrado com idosos ativos; c)
uma pesquisa de Mestrado com indivíduos obesos pré e pós cirurgia bariátrica e
uma Iniciação Cientifica com adultos jovens.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[461]
O BRINCAR COMO BENEFÍCIO NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM CÂNCER
MARIA CRISTINA CARDOSO RIBEIRO;
LAILA CRISTINA DA SILVA; ÁTALA LOTTI GARCIA
UFES, VITÓRIA, ES, BRASIL.
Palavras-chave: câncer; brincar; criança
Resumo: Introdução: O câncer é uma doença que gera sofrimento, dor
e desestruturação familiar, e esses sentimentos se intensificam quando se trata
de uma criança, pois ela está iniciando sua trajetória de vida. A
hospitalização pode afetar o desenvolvimento escolar e social da criança,
interferindo também na qualidade de vida. As intervenções, na Terapia
Ocupacional, se diferenciam pelos instrumentos de trabalho, ou seja, pelas
ferramentas adotadas, pelos recursos terapêuticos e pela metodologia de
trabalho profissional. Para as crianças em tratamento de câncer o brincar tem
potencial, como estratégia de enfrentamento dessa situação. Objetivos: Este estudo tem como
objetivo avaliar a importância do brincar dada pela criança, caracterizar as
possíveis atividades lúdicas no hospital e descrever os benefícios das práticas
lúdicas, como recurso da Terapia Ocupacional, no tratamento de crianças com
câncer. Métodos: Foi aplicado o
instrumento de Avaliação do Brincar no Hospital (ABH) contendo 16 desenhos de
brinquedos e brincadeiras, classificados em jogos de Exercícios, Simbólicos, de
Acoplagem, de Regras e Atividades em 11 crianças hospitalizadas com câncer
(6-12 anos), no município de Vitória/ES. Trata-se de um estudo transversal
quantitativo. Resultados: O brincar
pode ser um método adequado de intervenção no tratamento de crianças com câncer
para adaptação e aceitação da criança no ambiente hospitalar e para minimizar
as consequências que a internação pode causar no seu desenvolvimento social e
escolar normal. Considerações Finais:
O instrumento mostrou que o brincar pode ser um recurso adequando para a
adaptação da criança hospitalizada, visto que envolve exploração,
experimentação e descoberta. O brincar pode ser um método de intervenção no
tratamento de crianças com câncer para adaptação e aceitação do ambiente hospitalar
e para minimizar as consequências que a internação pode causar ao
desenvolvimento sócio educacional normal delas.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[472]
TERAPIA OCUPACIONAL: O OLHAR DA CRIANÇA NO CONTEXTO HOSPITALAR
PAULA POZZI PIMENTEL; ÁTALA LOTTI
GARCIA; GILMA CORRÊA COUTINHO; FELIPE GOMES LEMOS; GUSTAVO FITARONI PEREIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO
SANTO, VITÓRIA, ES, BRASIL.
Palavras-chave: hospitalização; criança; terapia ocupacional
Resumo: A hospitalização gera sentimentos de dependência,
inferioridade e insegurança, aliado ao medo do desconhecido, dos aparelhos e
instrumentos hospitalares. A hospitalização infantil e a inserção da criança em
um ambiente e rotina tão diferente do seu dia-a-dia modifica a sua vida em
vários aspectos. A doença, procedimentos invasivos, ruptura da rotina escolar,
o confronto com a dor, o estar fora de casa e limitações físicas, podem
acarretar uma “paralisação” de suas ações. Esse trabalho teve por objetivo compreender
a forma com que a criança enxerga o processo de hospitalização e o ambiente
hospitalar para possibilitar intervenções que minimizassem os possíveis danos
do hospitalismo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva, realizada no
primeiro semestre do ano de 2011. Foram observadas e entrevistadas 06 crianças,
hospitalizadas no setor da pediatria do Hospital Universitário Cassiano Antônio
Moraes (HUCAM), na faixa etária entre 10 e 16 anos, que tiveram um contato
recente com a terapia ocupacional. A coleta de dados se deu por atendimento
individual e em grupo e com o recurso da fotografia, processo pelo qual, as
crianças registraram suas impressões sobre o ambiente hospitalar. Os resultados
mostraram a partir da análise do comportamento, das falas e das fotografias das
crianças foi possível perceber que, dentre as várias mudanças geradas pela
hospitalização, os aspectos que mais se destacaram foram: a estrutura física do
hospital, os aspectos emocionais, as relações sociais, a presença do terapeuta
ocupacional, a ruptura do cotidiano e os procedimentos médicos. Apesar de
várias dificuldades e obstáculos ao tratamento, a presença da Terapia
Ocupacional modificou o contexto hospitalar, tornando-o mais humano, mais
acolhedor, menos mecânico. O que num ambiente pediátrico tem grande impacto,
uma vez que ameniza o cuidado com as crianças, possibilitando maior aderência
ao tratamento.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[490]
TECITURAS E PARTICIPAÇÃO: ANÁLISE DA REDE SOCIAL DE USUÁRIOS DE DROGAS
A PARTIR DO DISPOSITIVO ECOMAPA
DIEGO EUGÊNIO ROQUETTE GODOY
ALMEIDA1 ; RICARDO LOPES CORREIA2
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
PAULO, SAO PAULO, SP, BRASIL; 2.FACULDADE DE MEDICINA DO ABC, SANTO ANDRÉ, SP,
BRASIL.
Palavras-chave: instrumento; rede social de suporte; transtornos
relacionados ao uso de substâncias
Resumo: Introdução: A OMS, através da Classificação Internacional
de Funcionalidade e Incapacidade em Saúde (CIF, 2005), compreende a
participação nos contextos reais de vida, como elemento fundamental à saúde. O
usuário de álcool e outras drogas assistido nos Centro de Atenção
Psicossocial-Alcool e outras Drogas (CAPS-AD) pode experimentar a restrição na
participação social, com impacto negativo na maneira que o indivíduo ocupa o
território e suas identidades, gerando assim, enfraquecimento da rede social de
suporte, assim como a impossibilidade de novos acessos à Rede. Objetivos: Apresentar o dispositivo
ECOMAPA na análise da Rede Social de Suporte; discutir a estruturação da rede
social, em densidade e perfil de vínculos dos usuários de um grupo extramuros,
do CAPS-ad de São Paulo. Métodos: Aplicação individual do ECOMAPA (n=11)
seguida de categorização das estruturas sociais. Realizou-se análise da
densidade dos vínculos a partir da razão entre o somatório dos vínculos de
conexões possíveis (forte ou fraca) e estruturas identificadas (∑ relações/12),
segundo LEMIEUX & OUIMET, obtendo o ECOMAPA representativo do grupo. Resultados/Discussão: A densidade média
da Rede Social representativa foi de 0.55. Os vínculos de maior densidade
foram: família estendida (2,50), família nuclear (0,91) e CAPS (0.83). Os
índices de menor densidade se deram nas relações com trabalho e namoro (0.08).
Nas estruturas família nuclear e estendida apareceu o elemento estressor,
ressaltando a produção de tensões entre apoio e conflito no cenário Habitat.
Destaca-se o CAPS-ad como importante núcleo social para os usuários,
contrastando com o reduzido vínculo com bares (0,33). Nota-se também a relação fraca
e interrompida com a estrutura “trabalho” bem como a ausência de vínculos com
equipamentos tradicionais de lazer. Considerações
Finais: O dispositivo ECOMAPA demonstrou de forma eficaz e complexa a
participação social e rede social de suporte dos usuários do CAPSad.
Compreendeu-se pelo ECOMAPA que a rede social de suporte destes usuários é
representada pela família estendida, ainda que afetada por elementos
estressores, pela família nuclear e pelo próprio CAPS. Percebe-se que há pouco
vínculo com espaços territoriais destinados ao lazer e produtividade, elementos
estes importantes na elaboração de itinerários terapêuticos. Sugere-se novos
estudos mais representativos sobre a importancia da Rede Social de Suporte na
prevenção, tratamento e reabilitação de abusadores de substâncias psicoativas.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[496]
CARACTERIZAÇÃO DAS PRÁTICAS DA TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO DE
ONCOPEDIATRIA EM CENTROS DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE SÃO PAULO
FERNANDA BRIOSCHI SOARES1 ;
REGINA HELENA VITALE TORKOMIAN JOAQUIM2
1.PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE
CATÓLICA, CAMPINAS, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, SÃO
CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: criança; oncologia; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: A hospitalização de uma criança pode
representar um corte repentino em sua vida, já que esta é afastada do seu
cotidiano, da família e amigos. No contexto da oncologia pediátrica, o paciente
passa por tratamentos dolorosos e invasivos, como: a quimioterapia,
radioterapia e cirurgias, podendo desencadear o estresse, o medo, a insegurança
e traumas. A literatura indica que o terapeuta ocupacional auxilia o paciente e
a família a enfrentarem e compreenderem a doença; prevenir, manter e reabilitar
os componentes de desempenho ocupacional; facilitar a manifestação da alegria,
energia e vitalidade; melhorar sua qualidade de vida e seu bem-estar, além de
(re)descobrir capacidades e habilidades. Portanto, objetivou-se nesse estudo
caracterizar a atuação dos Terapeutas Ocupacionais nos setores de oncologia
pediátrica do Estado de São Paulo. Os profissionais foram inicialmente
identificados por meio de uma listagem de locais onde há tratamento oncológico,
disponibilizada pela Associação Brasileira de Linfomas e Leucemia (ABRALE),
pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) ou locais indicados pelos mesmos,
totalizando 101 instituições. Por meio da listagem foram identificados 25
Terapeutas Ocupacionais, dos quais 11 participaram do estudo. Para a coleta de
dados foi enviado, via online, um questionário semiestruturado com questões que
versavam sobre a formação e prática do profissional, sobre o trabalho
multidisciplinar e o uso de brinquedotecas. O estudo demandou o emprego de
metodologia descritiva exploratória, de caráter quantitativo e qualitativo.
Como resultado foi possível traçar um perfil dos profissionais participantes da
pesquisa: sexo feminino; faixa etária dos 25 aos 35 anos de idade; conclusão da
graduação com maior incidência no ano de 1980 e 2008; curso de pós-graduação
lato sensu - especialização no Centro de Especialidades em Terapia Ocupacional
e como referencial teórico o Método de Terapia Ocupacional Dinâmica. Com
relação à instituição de trabalho, localizam-se em Serviços de nível terciário.
Os pacientes atendidos têm a faixa etária de um ano aos 18 anos de idade,
apresentam maior incidência de diagnóstico de leucemia, linfoma e tumor do
sistema nervoso central. Tais profissionais realizam atendimentos individuais e
grupais com os pacientes e familiares nos quais utilizam materiais artesanais e
jogos. Tem objetivos distintos em suas intervenções como: posicionamento no
leito, humanização do atendimento ou a reconstrução do cotidiano do paciente,
entre outros. Conclui-se que a atuação dos terapeutas ocupacionais no contexto
de Oncopediatria responde aos preceitos atuais das políticas de saúde no
cuidado integral e ampliado ao sujeito.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[510]
TERAPIA OCUPACIONAL E COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA: PRANCHAS DE COMUNICAÇÃO
ELABORADAS COM SÍMBOLOS ARASAAC E SOFTWARE TICO
VERA LUCIA VIEIRA DE SOUZA;
LUCIANA RIVILLINI FERREIRA; THALINE FURTADO MESQUITA; MIRYAM BONADIU PELOSI
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE
JANEIRO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL.
Palavras-chave: comunicação alternativa e ampliada; terapia
ocupacional; softwares de livre acesso, dispositivos móveis, acessibilidade
Resumo: Introdução: A Comunicação Alternativa e Ampliada - CAA
compreende o uso de símbolos gráficos organizados em pranchas de comunicação,
comunicadores, computadores e dispositivos móveis para viabilizar a expressão
de necessidades e desejos às pessoas com desordens severas da comunicação oral
e escrita. Integrando uma equipe multiprofissional, o terapeuta ocupacional é o
profissional envolvido na avaliação da acessibilidade, capacitação para o uso e
incorporação dos recursos de CAA nas atividades cotidianas, considerando as
condições motoras, sensoriais, cognitivas, emocionais, o contexto do usuário e
as características dos equipamentos disponíveis. Desde 2010, a Graduação em
Terapia Ocupacional da UFRJ atua em parceria com o Portal ARASAAC e desenvolve
projeto de extensão com elaboração de material com símbolos ARASAAC. Objetivo: Apresentar as possibilidades
de construção de pranchas de comunicação para impressão e dinâmicas para uso no
computador e em dispositivos com sistema Android com os símbolos e ferramentas
disponíveis no Portal ARASAAC e o software TICO. Metodologia: Foram analisadas as descrições das ferramentas Portal
ARASAAC e do programa TICO e elaborados aplicativos para avaliar as ferramentas
oferecidas. Resultados: O Portal
Arasaac oferece alem de símbolos pictográficos e fotografias, ferramentas
online, entre as quais o Gerador de Pranchas, para a construção de pranchas de
comunicação a serem impressas. Os símbolos Arasaac, distribuídos pela Licença
Creative Commons, têm sido usados em diversos programas entre os quais o
software TICO, programa para construção de pranchas dinâmicas, disponiblizado
em português em sua nova versão de 2013. A elaboração das pranchas é realizada
no aplicativo Editor, com possibilidade de incorporação de banco de pictogramas
Arasaac e Anais de imagens armazenadas no computador, inserção de vídeos, vozes
e sons gravados diretamente no programa. O aplicativo Intérprete permite
executar os recursos criados no Editor. O acesso pode ser direto com uso de
mouse ou por sistema de varredura com graduação da velocidade de acordo com as
possibilidades motoras e cognitivas do usuário. O aplicativo construído no
computador pode ser transferido para dispositivos móveis para ser executado
pela versão do intérprete Tico4Android. Considerações
Finais: Tanto o gerador de pranchas como o programa TICO são de fácil
aprendizagem e utilização. Oferecem alternativas de acesso a recursos de CAA em
português, representando um avanço importante para na área de CAA. Os alunos do
projeto de extensão ministram cursos para alunos de curso de graduação e
profissionais que atuam na área como professores, terapeutas ocupacionais e
fonoaudiólogos.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[515]
EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA: UMA ESTRATÉGIA EM
SAÚDE FUNCIONAL
WELLISON CARVALHO CARDOSO; ÉDEN
FERNANDO BATISTA FERREIRA; BRUNA FERREIRA RAMOS; WALÉRIA CRISTINA HIPÓLITO
GONÇALVES; JÉSSICA ELAINE VILHENA ROCHA
UNIVERSIDADE DA AMAZONIA, BELEM,
PA, BRASIL.
Palavras-chave: educação em saúde; atividades da vida diária;
autonomia
Resumo: As Atividades de Vida Diária (AVDs) são atividades
orientadas para o cuidado do indivíduo para com seu próprio corpo, sendo
fundamentais para viver no mundo social, elas permitem a sobrevivência básica e
o bem-estar. A dificuldade em realizar estas atividades está entre as
principais queixas após acometimentos relacionados com funções ou estruturas do
corpo. Entretanto, é possível amenizar este prejuízo a partir de orientações
prestadas aos pacientes. Diante disso, as ações de Educação em Saúde voltadas
as AVDs tem se mostrado como um importante instrumento para amenizar os
comprometimentos observados nesta área de desempenho, pois podem ser utilizadas
para fornecer informações orientadas para propiciar a emancipação e autonomia
dos indivíduos. Este estudo teve como objetivo analisar os resultados obtidos a
partir da inserção da educação em saúde na estimulação do desempenho nas AVDs
de pessoas com problemas físico-funcionais. Trata-se de uma análise qualitativa
desenvolvida com pessoas atendidas no Projeto LAR na Universidade da Amazônia
(Unama) no município de Belém - Pa. Para efeito desta análise utilizou-se os
resultados obtidos pela aplicação da Medida Canadense de Desempenho Ocupacional
(COPM) e os relatos de 6 pacientes atendidos no projeto entre março a junho de
2013, com problemas de origem neurológica e traumato-ortopédica, e que
receberam orientações relacionados a estratégia de execução independente,
cuidados e precauções durante a realização de AVDs e importância de estimular e
manter a movimentação ativa. Identificou-se que as queixas elencadas foram
sobre cortar alimentos; manipular alimentos com uso dos talheres e levar a
boca; atividades de auto-cuidado; vestir-se adequadamente; caminhar; controle
postural ao sentar. Dentre os pacientes analisados todos referiram melhoras em
relação ao desempenho e satisfação em executar essas atividades. Os relatos
obtidos indicam que as orientações estimularam a percepção do próprio corpo, a
busca ativa de solução de problemas e o interesse e motivação ao tratamento.
Com isso, contribuiu-se para a busca da independência e autonomia,
conscientizando-se de que, são elementos importantes no processo de recuperação
dos cuidados com a saúde. Portanto, considera-se que as ações desenvolvidas
favoreceram a participação ativa do usuário nos cuidados, no estabelecimento de
habilidades, autonomia e independência a partir da educação em saúde como um
recurso importante no processo de reabilitação funcional.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[561]
UTILIZAÇÃO DA ESTIMULAÇÃO AMBIENTAL NA REVERSÃO DAS ALTERAÇÕES
NEUROLÓGICAS E INFLAMATÓRIAS NO MODELO CUPRIZONA EM RATOS LEWIS
NATHALIA SERRA DE OLIVEIRA;
DANIELLE MAYUMI TAKEISHI OSSANAI; GLAUCA MONTEIRO DE CASTRO
UNIFESP, SANTOS,
SP, BRASIL.
Palavras-chave: ambiente enriquecido; desmielinização; cuprizona
Resumo: Alterações neurológicas, como a desmielinização,
desencadeiam alterações motoras e comportamentais comprometendo as atividades
diárias. A exposição a ambientes enriquecidos podem gerar estímulos
proporcionando novas experiências sensório-motoras e melhorando a qualidade da
integração entre o sistema nervoso central e periférico, importantes para o
restabelecimento das funções após uma lesão. Hipotetizamos que a estimulação
ambiental auxilia no processo de reabilitação, atenuando os sinais clínicos e
comportamentais em decorrência da desmielinização. Assim, nosso objetivo é
avaliar as alterações comportamentais desencadeadas pela desmielinização em
ratos Lewis, expostos ao ambiente enriquecido. Utilizamos ratos Lewis, machos,
com 7 semanas de idade, divididos em 3 grupos: controle, cuprizona ambiente
padrão (AP),alimentados com 0,6% de cuprizona na ração durante 4 semanas e o
cuprizona ambiente enriquecido (AE). Os animais foram avaliados nos testes de
campo aberto, labirinto em cruz elevado, FOB e walking track. Realizou-se
análise do TNF-α através do método ELISA em soro. Após perfusão, o encéfalo foi
congelado para análises morfológicas. Nos testes comportamentais realizados,
verificou-se que o grupo cuprizona AP apresentou comprometimento de coordenação
motora, sensibilidade e do comportamento exploratório, exibindo sinais
semelhantes ao da ansiedade. Por outro lado, o grupo cuprizona AE exibiu
comportamento exploratório e locomotor preservado e, sinais semelhantes ao da
ansiedade reduzidos. A análise da desmielinização demonstrou menor densidade de
mielina no grupo cuprizona AP ao ser comparado ao grupo cuprizona AE,
evidenciando que a desmielinização pode ser atenuada com a exposição ao
ambiente enriquecido. Animais cuprizona AP apresentaram elevada reação
astrocitária, quando comparado ao grupo controle. A quantificação de TNF-α,
demonstrou no grupo cuprizona AP concentrações significativamente mais altas em
comparação ao grupo cuprizona AE. Sabe-se que o TNF-α induz a apoptose em
oligodendrócitros e a ativação astrocitária, acentuando a desmielinização.
Nossos resultados sugerem que o ambiente enriquecido pode minimizar a
repercussão das lesões centrais de forma a viabilizar melhora dos sinais
clínicos e alterações comportamentais decorrentes da desmielinização induzida
pela cuprizona. Pacientes com patologias desmielinizantes, como a esclerose
múltipla apresentam alterações sintomáticas semelhantes aos sinais clínicos e
alterações comportamentais encontradas em animais tratados com cuprizona, assim
achados em pesquisas experimentais podem e tem colaborado diretamente para a
prática clinica profissional.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[578]
TERAPIA OCUPACIONAL E TECNOLOGIA ASSISTIVA NO AUMENTO DA CAPACIDADE
FUNCIONAL DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL
MARIA IZABEL CORREA MEDRONHA1;
CAROLINA PY CASTRO2; ANDRESSA GOMES E SILVA FARIAS3; LUANA RIBEIRO HENRIQUE3
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE
PELOTAS, PELOTAS, RS, BRASIL; 2.FACULDADE DA SERRA GAUCHA, CAXIAS DO SUL, RS,
BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL, PELOTAS, RS, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; tecnologia assistiva;
paralisia cerebral
Resumo: Introdução: Paralisia
cerebral refere-se a pacientes que apresentam um prejuízo motor decorrente de
defeito ou lesão não progressiva no cérebro imaturo e interfere no sistema
nervoso central, com resultante incapacidade da criança em manter posturas e
realizar movimentos normais. A Terapia Ocupacional (TO) é um campo de
conhecimento, intervenção em saúde, educação e esfera social com tecnologias
orientadas para a emancipação e autonomia de pessoas. A tecnologia assistiva
(TA), refere-se a pesquisa, planejamento, criação e emprego de equipamentos e
dispositivos que maximizem a funcionalidade da pessoa com deficiência. Objetivo: Identificar as principais
dificuldades funcionais de crianças com paralisia cerebral diparética espástica
durante a realização das atividades de alimentação e higiene e propor o uso de
recursos de TA que facilitem a realização dessas atividades. Metodologia: A amostra foi de
conveniência, sendo avaliadas 10 crianças, entre 2 e 4 anos, que frequentam o
setor de Terapia Ocupacional da APAE de Pelotas. Os resultados foram obtidos
através da análise da avaliação e da observação dos vídeos, identificando as
principais dificuldades motoras e de desempenho funcional durante a realização
das atividades de alimentação e higiene. Resultados:
9 crianças apresentaram déficit na motricidade ampla; 10 déficit na motricidade
fina; 7 déficit na realização da pinça e preensão; 5 instabilidade no controle
de tronco; 10 déficit equilíbrio estático e dinâmico. Alimentação: dificuldades
para segurar e firmar a colher 7; levar a colher à boca 6; pegar a comida do
prato com a colher 5; não derramar a comida 8; segurar o prato 7; segurar
copos/mamadeiras 5; não derramar líquido enquanto bebe 7, abrir tampas 9.
Higiene: dificuldades para lavar as mãos. Abrir e fechar torneiras 4, segurar o
sabonete 8, esfregar as mãos 6, secar as mãos 4. Escovar os dentes, abrir e
fechar pasta de dentes 9, realizar a escovação 7, colocar pasta na escova 5,
segurar e firmar a escova de dentes 7. Tomar banho: permanecer em pé box 10,
segurar sabonete 8, abrir frascos 9, segurar frasco e colocar na mão 8.
Recursos de TA prescritos: Alimentação: talheres angulados e engrossados,
pratos com bordas, alças para copos/mamadeiras, suporte de canudos,
facilitadores de tampas e antiderrapante para prato. Higiene: engrossador de
escova, facilitador de tampas, cadeira higiênica/banho, frascos com bico,
adaptação para sabonete. Considerações
Finais: O estudo pontuou as principais dificuldades funcionais das
crianças, relacionada às atividades de alimentação e higiene. A terapeuta
ocupacional conseguiu prescrever recursos que auxiliassem na redução dos
déficits motores e funcionais, proporcionando maior independência e autonomia.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[591]
A CRIATIVIDADE COMO SOLUÇÃO ONDE PARECE NÃO HAVER SAÍDA. AUTO
PERCEPÇÃO, PROTAGONISMO E O “SER LÚDICO”
ROBERTO CIASCA PUC-CAMPINAS,
CAMPINAS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: pós-transplantes; protagonismo; ser lúdico
Resumo: Fui acometido por duas neoplasias – leucemia e
hepatocarcinoma – em distintos períodos da minha vida, para os quais os
tratamentos indicados foram dois transplantes: um de medula óssea (1991) e um
hepático (2011). Os dois procedimentos exigiram um período de recuperação
longo, intenso e muito exigente. Nos dois períodos não pude deixar de ser o que
sou: um terapeuta ocupacional atento, reflexivo e ativo. Vivenciei minhas
recuperações administrando, em todos os momentos possíveis, minha disposição e
minha disponibilidade para o tratamento dispensado e para as reconquistas
gradativas das possibilidades para bem estar. Fui cuidado em UTIs, enfermarias
e ambulatórios sempre me portando como agente do meu processo de saúde. A
retomada completa de minhas atividades profissionais, pessoais e sociais (com
um reconhecido salto de qualidade) por 20 anos após o primeiro transplante e, a
gradativa retomada das atividades significativas e desejadas neste novo
período, confirmam bons resultados desse meu procedimento. Por achar relevante
compartilhar essa experiência, reconhecendo sua singularidade (poucas vezes um
terapeuta tem a oportunidade de vivenciar o processo de recuperação da saúde em
seu próprio corpo), resolvi analisar qualitativamente (avaliação iluminativa –
paradigma sócio antropológico) essa experiência. Sob a supervisão de um
terapeuta ocupacional mais experiente analisei anotações feitas por mim durante
as recuperações e durante uma série de depoimentos realizados com essa
finalidade. Algumas considerações puderam ser extraídas desse estudo, como por
exemplo: a vantagem de possuir conhecimentos sobre saúde e qualidade de vida e
a extensa vivência de atividades que favoreceram auto percepção e intimidade
com meu corpo foram diferenciais efetivos no bom resultado do tratamento; a
noção arraigada de protagonismo no meu processo de recuperação e
ressignificação determinaram minha postura e minha relação com a equipe de
tratamento indicando possibilidades de superar o paradigma da resignação na
relação profissional de saúde – paciente e, muito importante, destacou-se minha
característica de “ser lúdico” (essência da minha formação pessoal e
profissional) promovendo a criatividade como solução onde parecia não haver
saída. Minha experiência como paciente-terapeuta e a empatia daí originada pode
inspirar condutas e atitudes de outros terapeutas ocupacionais com outros atores
de processos de recuperação.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[618]
ATIVIDADES E RECURSOS TERAPÊUTICOS: ENTRE A SINGULARIDADE E A
CONSTRUÇÃO COLETIVA DA EXPERIÊNCIA
MARIA LUISA GAZABIM SIMÕES
BALLARIN; FÁBIO BRUNO DE CARVALHO; CÉLIA EMÍLIA DE FREITAS ALVES AMARAL
MOREIRA; ROBERTO CIASCA; LIANA MAURA NAKED TANNUS
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
DE CAMPINAS - PUC- CAMPINAS, CAMPINAS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; ensino; metodologia
Resumo: A constituição de experiências de ensino que ampliem o
repertório de vivências relacionadas ao fazer, bem como os processos de
interação social e de autoconhecimento dos futuros profissionais vem-se
caracterizando como um dos eixos norteadores das disciplinas Atividades e
Recursos Terapêuticos – ART que integram o Projeto Pedagógico da Faculdade de
Terapia Ocupacional da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Assim,
este trabalho tem por objetivo discorrer sobre como tais disciplinas estão organizadas
na grade curricular vigente e qual o enfoque que vem sendo dado ao
ministrá-las. Trata-se de um relato de experiência que toma como referência as
discussões de planejamento das disciplinas e a experiência de ensino dos cinco
docentes envolvidos com as mesmas. Tais disciplinas são oferecidas
semestralmente, desde o primeiro ano até o terceiro da graduação. No 1º e 2º
semestres, o eixo norteador das ART I e II dirige-se ao resgate do fazer
cotidiano, aos aspectos culturais do grupo de estudantes e à compreensão das
possíveis limitações envolvidas no autocuidado, lazer e trabalho. No 3º e 4º,
as experiências de fazer oferecidas nas ART III e IV objetivam a exploração de
diversos materiais, técnicas e a análise dos diferentes componentes do
desempenho humano. No 5º e 6º semestres, a ênfase dada a ART V e VI dirige-se
ao exercício da criatividade, ao entendimento da linguagem simbólica por meio
da realização de atividades artísticas, expressivas e da compreensão das
distintas manifestações artísticas e culturais na qual são desenvolvidas.
Busca-se desta forma, deslocar o enfoque individual do ensino para o social.
Esse deslocamento abre perspectivas para construirmos um cenário educativo que
contemple o sentido do outro, da curiosidade, da autogestão, do diálogo, e de
tudo aquilo que nos atravessa. Neste processo de ensino, nossa preocupação é
com a construção de um espaço que favoreça e facilite o estar exposto. Para
isso, temos que organizar, propor e planejar o espaço de maneira a favorecer o
acolhimento dos sujeitos, a seleção cuidadosa do próprio fazer, a exploração de
técnicas e de atividades laborais, artísticas, corporais e culturais, pois é no
desenvolvimento dos fazeres propostos, que os estudantes vivenciam uma
experiência de transformação, não somente de si mesmo, como também do cotidiano
e das relações interpessoais. Além disso, enfatizamos a importância dos
registros da experiência e, portanto, dos relatórios de vivência, da
socialização das discussões e do grupo, entendido por nós como um dispositivo
que potencializa os sentidos e os significados da experiência. Por fim,
salientamos o quão rico tem sido esta experiência docente.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[627]
AS ATIVIDADES NA TERAPIA OCUPACIONAL: REFLEXÕES SOBRE A COMPREENSÃO DA
AÇÃO COMO PRECEDENTE DO PENSAMENTO
RAFAEL RISI RISI; MARISA
TAKATORI; TATIANY BORGES DA SILVA; AMANDA BERNARDINO SINATORA; LETICIA SANTOS
SÃO CAMILO, SÃO PAULO, SP,
BRASIL.
Palavras-chave: atividades cotidianas; pensamento; terapia
ocupacional
Resumo: Introdução: Existem teorias da ação humana que abordam
sobre a capacidade do homem de autodeterminação ao agir no mundo em seu
processo de constituição e evolução. A proposição de experiências de novos
fazeres, da retomada de antigos fazeres e da análise do fazer do sujeito dão
sentidos à profissão “Terapia Ocupacional” que carrega, em seu nome, o agir
humano. A ação humana é a identidade da profissão de Terapia Ocupacional, pois
é a partir dela que se potencializa a relação com o outro numa realidade
compartilhada, firmando condições, contextuais e relacionais, para a
constituição da complexidade humana e manutenção saudável das singularidades.
Entretanto, devido aos entrelaçamentos teóricos, utilizados no pensamento na
Terapia Ocupacional, com outras áreas, Psicologia, Psicanálise, Medicina,
Sociologia, entre outras, a ênfase na ação atividade humana pode acabar se
desviando e se afastando do pensamento do profissional. Objetivo: Este trabalho tem por objetivo refletir sobre a
identidade da terapia ocupacional a partir da relação entre ação-atividade e
pensamento na construção do conhecimento da profissão. Metodologia: Foram utilizados estudos teóricos de autores que
abordam definições de termos utilizados na terapia ocupacional, ação humana,
cotidiano e pensamento, e a fundamentação da profissão, a partir dos quais a
análise corelacional foi realizada para subsidiar a discussão. Resultados e Discussão: Quando se pensa
na ação humana logo se remete para o pensamento como pressuposto do agir.
Contudo, é possível pensar a Terapia Ocupacional partindo de uma visão que
considera o binômio mente e corpo, permeado pela subjetividade, à luz da ideia
de que as ações são precedentes dos processos cognitivos-afetivos. Tem-se a
ação-atividade, situada no cotidiano do sujeito, como processos para o
engendramento da práxis humana. Inverte-se a lógica da formação do indivíduo
“do pensamento à ação” e dá lugar para a “da ação ao pensamento”. O próprio
pensamento emerge da experiência viva da açãoatividade e a elas deve permanecer
ligado. A construção da experiência se dá a partir da ação-atividade, seguida
do pensamento que se articula com as primeiras, tornando-se uma cadência única
que fomenta e constitui em si a produção do sujeito. Considerações Finais: Considerando que a ação-atividade nos
aproxima do outro e de nós mesmos, não sendo posterior à elaboração do
pensamento, a terapia ocupacional pauta-se no fazer humano e em suas
possibilidades de transformação no si mesmo, outro(s) e realidade social. A
produção do pensamento advém e, ao mesmo tempo, impulsiona a ação-atividade,
sendo a Terapia Ocupacional processo de construção e vivências de experiências
saudáveis.
-
TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[694]
MODELOS TEÓRICOS EM TERAPIA OCUPACIONAL: UMA REFLEXÃO ACERCA DA
CENTRALIDADE DO CLIENTE
DERIVAN BRITO DA SILVA; KARINE
KRAMECK; ANDRIELLY HIEKIS; RAFAELA CHIUCO ZENI
UFPR, CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: modelos em terapia ocupacional; centralidade no
cliente; educação profissionalizante
Resumo: Introdução: A compreensão dos modelos teóricos em Terapia
Ocupacional compreende uma tarefa bastante complexa para profissionais,
docentes e discentes de Terapia Ocupacional. Alguns estudiosos da Terapia
Ocupacional apontam para influências de paradigmas positivistas,
fenomenológicos e/ou marxista na construção da profissão, enquanto campo de
saber e de prática. Atualmente a centralidade no cliente tem aguçada a reflexão
dos profissionais acerca do estabelecimento da relação profissional-sujeito de
intervenção. Objetivo: Apresentar
interfaces do positivismo, da fenomenologia e do marxismo na construção modelos
teóricos da Terapia Ocupacional e sua relação com a perspectiva da prática
centrada no cliente. Metodologia:
Realizou-se um diálogo acerca das relações entre autores externos e internos ao
campo da Terapia Ocupacional: Minayo (2004), Richardson (2007), Triviños
(1992), Soares (1991), Caníglia (1990; 1991; 1994; 2005), Francisco (1988),
Hagedorn (1999; 2003; 2007) Medeiros (2003) e Sumsion (2003). Por meio da
metodologia da problematização, baseada em vivências do docente e discente em
estágios supervisionados. Resultados/
Discussão: Os referenciais teóricos abrangem ideias dos campos das ciências
sociais, da filosofia, da saúde e da Terapia Ocupacional. Observar-se
predominância em determinado período do positivismo, da fenomenologia e do
marxismo no desenvolvimento e divulgação de pesquisas em diversos campos do
conhecimento, bem como a sua influência nas praticas em Terapia Ocupacional: a
partir da década de 50 – Positivismo; de 60 e 70 – Fenomenologia; e a partir de
70 – Marxismo. As pesquisas evidenciam análises diversas sobre as questões
relacionadas à saúde-doença e aos processos de diagnose e intervenção e, desse
modo, incorporam-se ao campo da Terapia Ocupacional. Seus resultados
influenciaram o desenvolvimento dos modelos teóricos da Terapia Ocupacional
(sejam eles puramente teóricos e/ou práticos) e a sua seleção e utilização pelo
profissional para guiar o processo de Terapia Ocupacional. Considerando os
pressupostos da Centralidade no Cliente, observam-se contradições em relação a
modelos de Terapia Ocupacional calcados em princípios do paradigma positivista.
Considerações Finais: O profissional
que deseja desenvolver uma prática centrada no cliente deverá cuidar com
influências do paradigma positivista e do marxismo em relação à
objetividade/determinismos e à determinação social, respectivamente, as quais
levariam a impasses no campo da prática, em relação à centralidade no cliente.
Como por exemplo, a subjetividade/singularidade do sujeito deslocar-se do
centro da intervenção, dando lugar ao profissional e seu aparto técnico-científico.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[728]
POR UMA PERSPECTIVA OCUPACIONAL DO SER HUMANO
OTAVIO AUGUSTO DE ARAÚJO COSTA
FOLHA1; VICTOR CAVALEIRO CORRÊA1; DÉBORA RIBEIRO DA SILVA CAMPOS FOLHA2
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ,
ANANINDEUA, PA, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: ocupações; ciência da ocupação; terapia ocupacional
Resumo: Introdução: No campo da Terapia Ocupacional frequentemente
elucidamos em nossas intervenções os aspectos biológicos, psicossociais,
econômicos e culturais, entre outros, do ser humano. No entanto, embora seja
uma crença teórica fundamental da profissão, observamos poucas informações
sobre os aspectos ocupacionais. As ocupações são ações humanas, que apresentam
formas, funções e significados, imersas em uma relação dinâmica entre o sujeito
que realiza a ocupação e o contexto complexo no qual ela ocorre, sendo um meio
onde os seres humanos organizam o mundo no qual vivem. A Ciência da Ocupação, a
partir de uma abordagem multidisciplinar, investiga o homem e seu envolvimento
em ocupações no cotidiano. Esta ciência tem crescido no cenário internacional,
no entanto poucos estudos brasileiros se ancoram neste campo de conhecimento. Objetivo: Neste sentido, no intuito de
elucidarmos a necessidade de uma perspectiva ocupacional do ser humano, visamos
apresentar reflexões teóricas sobre a Ciência da Ocupação como uma
possibilidade de fundamentação à prática da Terapia Ocupacional no cenário
brasileiro. Metodologia: Realizamos
uma análise crítica dos artigos de Terapia Ocupacional publicados no período de
2003-2013 nos principais periódicos especializados no campo. Resultados/Discussão: Os principais
resultados deste estudo indicam que embora existam evidências sobre conceitos,
princípios e práticas que fundamentam a prática da Terapia Ocupacional em
determinado campo, poucos estudos investigam ou debatem sobre o ser humano como
um ser ocupacional, mais especificamente, sobre as formas, funções e significados
das ocupações humanas. Considerações
Finais: Este estudo possibilitou a compreensão da necessidade e da
importância de também produzirmos conhecimento sobre as ocupações cotidianas,
particularmente em relação à sua influência sobre a saúde, a qualidade do viver
e participação social das pessoas. A produção de conhecimento sobre estes
aspectos apresenta-se com uma importante possibilidade de fundamentar
compreensões e intervenções no âmbito da Terapia Ocupacional.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[738]
O USO DAS ATIVIDADES NO MÉTODO TERAPIA OCUPACIONAL DINÂMICA: O
PARTICULAR E O ESSENCIAL DE NOSSA COMPETÊNCIA
FERNANDA LAÍS RIBEIRO
CENTRO DE ESPECIALIDADES EM
TERAPIA OCUPACIONAL (CETO), SÃO PAULO, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; atividade; paciente
Resumo: Atividade é o terceiro termo de uma relação que ocorre a
partir do pressuposto de que existe um terapeuta ocupacional e um segundo
indivíduo que apresenta qualquer tipo de motivo, necessidade ou vontade de lá
se encontrar para fazer terapia ocupacional. O Método Terapia Ocupacional
Dinâmica foi criado a partir do paradigma fundador da profissão Terapia
Ocupacional, o treinamento de hábitos desenvolvido por Slagle, isto é, nas
atividades que instrumentalizam a criação de espaços de saúde e o fazer vem
para construir cotidianos e com a qualidade do bem-estar, apesar de doenças,
dificuldades ou deficiências. Este estudo objetiva ampliar o conceito e a
prática do uso de atividades sob o Método Terapia Ocupacional Dinâmica.
Utilizou-se do método descritivo ao incluir a observação, registro e análise
dos dados coletados nos atendimentos de um adulto do sexo feminino no período
de abril à junho de 2013 sob a ótica do Método Terapia Ocupacional Dinâmica realizados
em um consultório de Terapia Ocupacional em saúde mental na cidade de Curitiba.
As atividades foram propostas considerando suas categorias descritivas gerais,
onde se teve o conhecimento das normas e expectativas inerentes às ideias de
atividade e as opções de atividades comumente consideradas pelos pacientes de
acordo com sua idade, sexo, ou cultura. Em dias de intercorrências devido ao
transtorno de humor apresentado pela paciente manteve-se, por exemplo, o
diálogo verbal, porém as atividades nunca deixaram de existir ou foram
substituídas, permaneceram na mente envolvidas em seu raciocínio clínico,
exceto os recursos terapêuticos. Os terapeutas ocupacionais demandam uma
compreensão sofisticada dos repertórios culturais de atividades próprias para pacientes
de idades e formações diferentes, devendo atualizarem-se constantemente
potenciais intervenções para atividades representativas do cotidiano atual, ao
invés de utilizarem parâmetros de uma ou outra gerações anteriores. O sujeito
alvo da terapia ocupacional tem sua vida cotidiana resgatada através do que
faz, como faz, com quem e onde faz, como é apreciado por ele e pelos os que o
rodeiem.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[741]
GASTO ENERGÉTICO DE PACIENTES COM ARTRITE REUMATÓIDE NAS ATIVIDADES DA
VIDA DIÁRIA
JANAÍNA MORENO GARCIA; NATHALIA
SERRA DE OLIVEIRA; MARIA STELLA PECCIN; IMPÉRIO LOMBARDI JÚNIOR
UNIFESP, SANTOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: artrite reumatóide; atividades de vida diária;
gasto energético
Resumo: Artrite reumatóide (AR), doença inflamatória sistêmica,
crônica e progressiva caracterizada pelo comprometimento da membrana sinovial
das articulações periféricas. O aumento do fluxo sanguíneo na articulação causa
calor, vermelhidão, inchaço, dor, perda muscular, fadiga e rigidez matinal.
Estudos mostram que pacientes atendidos por equipe multidisciplinar obtiveram
melhora clínica e funcional em comparação com atendimento padrão. O gasto
energético diário (GE) corresponde ao consumo de oxigênio basal, consumo de
repouso, influência do efeito térmico dos alimentos e o consumo na atividade
física/atividades cotidianas de oxigênio (O2). O GE é pelo equivalente
metabólico (MET-Metabolic Equivalent-3,5 ml/kg/min de O2 em repouso). O método
escolhido para determinar o GE, é a técnica de calorimetria indireta, que
analisa o O2 utilizado por uma pessoa através do Espirômetro K4®. Nos últimos
anos as adoções de medidas educativa e medicamentosa passaram a ser
fundamentais, orientações de proteção articular, treino das Atividades de Vida
Diária (AVD's) e manejo da fadiga muscular, podem favorecer o bom prognostico
da doença. A aferição de GE dos pacientes com doença crônica, demostrou ser uma
técnica eficaz na reabilitação de doenças crônicas. O presente estudo busca-se
contribuir para a melhora de qualidade de vida dos pacientes com AR, analisando
a correlação de gasto energético e déficit funcional. Este estudo é
quantitativo, observacional do tipo de corte transversal. Participam 56
indivíduos adultos de ambos os gêneros, sendo 28 com AR e 28 sem AR, no qual os
voluntários são classificados segundo critérios do American College of
Rheumatology, tem entre 25-50 anos de idades, com no mínimo 3 anos de tempo da
doença, pelo menos 3 meses de medicação estabilizada e ter acompanhamento
reumatologico. É usado o instrumento Health Assessment Questionnaire (HAQ), que
tem como finalidade avaliar déficit funcional, Mini exame do estado mental
(Mini Mental), que avalia as funções cognitivas, o Espirômetro K4® e o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O participante realiza 4 AVD’s:
levantar e deitar da cama, guardar utensílios domésticos em prateleiras altas e
baixas, colocar os calçados e varrer a casa, com o aparelho K4® acoplado na
boca. Como resultados parciais, verificou-se que pessoas com AR, tem um menor
consome de O2 nas atividades de tirar e colocar os sapatos e ao pegar objetos
de diferentes alturas, porém consomem mais O2 ao levantar e deitar da cama e
varrendo a casa. Sugerindo que pessoas com AR apresentam um menor preparo
físico, isso se explica um menor consumo de O2, gerando assim uma maior fadiga
muscular e desgaste articular.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[777]
LESÃO DE TENDÕES FLEXORES DOS DEDOS E NERVO ULNAR – RELATO DE
EXPERIÊNCIA EM TERAPIA OCUPACIONAL
ISABELA VINHARSKI VINHARSKI
SCHEIDT1 ; ANGELA PAULA SIMONELLI1 ; DÉBORA REGINA DE OLIVEIRA MACHADO2
1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ,
CURITIBA, PR, BRASIL; 2.HOSPITAL DO TRABALHADOR, CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; lesão de tendões flexores dos
dedos; lesão de nervo ulnar
Resumo: Esse relato de experiência tem como finalidade descrever a
intervenção realizada em um estágio curricular obrigatório de prática em
Terapia Ocupacional, no período de 29 de Janeiro de 2013 à 21 de Fevereiro de
2013. A disciplina de estágio ocorreu no ambulatório de Terapia Ocupacional do
Hospital do Trabalhador, em Curitiba. Paciente do sexo feminino, 32 anos, lesão
de tendões flexores dos dedos e lesão de nervo ulnar no membro direito,
admitida no ambulatório após 4 semanas da cirurgia e após 3 dias da retirada da
tala para estabilização. Foram efetivadas 5 atendimentos de 6 previstos, com
duração de 50 minutos. Os objetivos da intervenção foram estabelecidos de
acordo com os ganhos observados, sendo estes, inicialmente: movimentar as
articulações não envolvidas, realizar movimentação precoce de punho e dedos
para o movimento de extensão, proporcionar o deslizamento de tendões flexores,
e sensibilizar a região cicatricial. Nos atendimentos finais, foi mantido o
objetivo de sensibilizar a região cicatricial, e acrescido a finalidade de se
fortalecer os músculos extensores e flexores e de aplicar os ganhos obtidos em
atividades rotineiras da paciente. No decorrer dos atendimentos foram
realizados exercícios que contemplassem os objetivos já referidos, utilizando:
exercitador de dedos em formato de rede, bolinha em couro de tamanho grande,
bolinha de borracha em formato menor, almofada de pano, peso de mão,
massageador, e também realizada massagem cicatricial, movimentação passiva e
orientações. Desde o início dos atendimentos, observou-se que a paciente não
tinha restrições de amplitude de movimento das articulações de punho e dedos
para realizar flexão passiva, porém o movimento ativo foi possível de ser
notado somente no último atendimento, em que já havia iniciado a etapa de
fortalecimento muscular. O ganho de amplitude de movimento de punho e dedos em
extensão pôde ser evidenciado a partir da quarta sessão, enquanto o processo de
cicatrização mostrou-se bom desde a terceira sessão. Ao findar das sessões, a
paciente conseguia realizar o movimento de preensão, sendo capaz de segurar
objetos leves e fazer pinça satisfatória, os quais foram orientados a serem
utilizados nas atividades de interesse. O tratamento teve de ser reduzido
devido à gestação da paciente, porém os resultados obtidos mostraram-se Anais
positivos. Além do ganho de movimentos, destaca-se a aplicação funcional dos
mesmos em atividades rotineiras, como segurar um copo e prender roupas no
varal, que inclusive haviam sido apontadas enquanto dificuldades de desempenho.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[779]
ANÁLISE DA APLICABILIDADE DE AVALIAÇÕES EM ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA
PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
PAULA VIEIRA ALVES1 ; RITA DE
CÁSSIA IETTO MONTILHA2
1.UNICAMP / LARAMARA, SÃO PAULO,
SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, CAMPINAS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: deficiência visual; avaliação; atividades de vida
diária
Resumo: Introdução: A deficiência visual (DV) pode acarretar
dificuldades no desempenho de muitas atividades do cotidiano, já que estas são
basicamente desempenhadas por informações visuais. As atividades de vida diária
(AVD) são aquelas que compõem a rotina da vida do ser humano. Podem ser
subclassificadas como Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) e Atividades
Instrumentais de Vida Diária (AIVD). De uma forma geral são atividades relacionadas
com o cuidado do indivíduo para com seu próprio corpo e também mais complexas,
opcionais, que podem ser delegadas ao outro. Abrangem: higiene pessoal e
autocuidado, alimentação, vestuário, mobilidade, limpeza, preparação de
refeição, fazer compras e demais funções. Em Terapia Ocupacional (TO) o
processo de avaliação vincula-se às maneiras de entender a produção do
conhecimento e a determinação dos objetivos da ação a fim de coletar dados,
verificar, acompanhar e aperfeiçoar a intervenção, realizar um planejamento,
entre outros. Portanto, torna-se importante a utilização de uma avaliação
adequada que atenda os objetivos da Terapia Ocupacional na intervenção com
pessoas com DV. Objetivo: Analisar a
aplicabilidade de avaliações em AVD destinadas à população adulta, para pessoas
com DV. Metodologia: Realizou-se uma
pesquisa bibliográfica em livros da área de terapia ocupacional e periódicos
online. Foram selecionadas avaliações relacionadas ao tema, as quais foram
posteriormente analisadas de acordo com os objetivos da pesquisa. Resultados e Discussão: Foram
utilizadas quatro avaliações: Medida de Independência Funcional (MIF);
Questionário de Avaliação da Saúde (Health Assessment Questionnaire); Escala
das Atividades da Vida Diária de Lawton & Brody; e Index de Independência
nas Atividades de Vida Diária (Índice de Katz). Ao observar as tarefas contidas
nas AVD, é importante que a avaliação conte com uma criteriosa análise de
atividade que considere e avalie individualmente suas etapas, focando a melhor
análise de desempenho do indivíduo. As avaliações selecionadas possuem questões
de caráter mais abrangente, não especificando os subitens de atividades como
“vestuário” e “alimentação”, o que prejudica a avaliação com enfoque para DV.
Identificou-se maior enfoque em dificuldades físicas, como itens que
especificam transferência e locomoção e habilidades físicas para manipulação.
Considerando o caso da DV, grande parte da análise e do desempenho nas
atividades difere dos aspectos de pessoas com deficiência física. Considerações Finais: As avaliações
analisadas não atendem completamente às necessidades específicas da DV em AVD.
Conclui-se serem necessárias análises de novas avaliações ou a adaptação de um
novo instrumento destinado à área da DV.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[782]
INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL JUNTO A UMA PRÉ-ADOLESCENTE COM
RETARDO MENTAL LEVE – RELATO DE EXPERIÊNCIA
ISABELA VINHARSKI VINHARSKI
SCHEIDT; MARCIA REGINA MOTTA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ,
CURITIBA, PR, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; retardo mental leve;
pré-adolescente
Resumo: Este trabalho apresenta as ações desenvolvidas pela Terapia
Ocupacional no estágio curricular obrigatório de prática no Centro de
Neuropediatria do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná, e
tem como objetivo descrever os atendimentos junto a uma pré-adolescente com
retardo mental leve. A intervenção aconteceu no período de 23 de maio a 4 de
julho de 2013, sendo previstos 7 atendimentos, dos quais a paciente compareceu
em 4, com duração de 30 minutos. O processo terapêutico ocupacional iniciou com
a avaliação para conhecer os problemas de desempenho da pré-adolescente e
estabelecer vínculo. Foi possível identificar algumas dificuldades de
compreensão de ordens, leitura, conceitos espaciais e deambulação com base
alargada. Em entrevista com o pai, foi elencado enquanto queixa a dificuldade
da menor em realizar atividades que exigissem equilíbrio, por este mostrar-se
precário, e também em relação a memória, apresentando esquecimentos de aspectos
que lhe eram requisitados. Frente ao exposto, os objetivos traçados foram:
melhorar o equilíbrio; incentivar o planejamento e sequenciamento dos atos
motores; estimular a memória e raciocínio lógico; auxiliar na compreensão de
conceitos abstratos. O plano de tratamento centrou-se na utilização de
atividades lúdicas, tais como: caminhar sobre objeto suspenso; seguir pegadas
de sapatos; basquete; montar uma figura em versão ampliada, tendo como
referência a gravura em proporção menor; jogo “encontre os opostos”, com a
finalidade de montar pares de palavras e figuras antônimas. Destaca-se que as
tarefas que requeriam habilidades motoras e cognitivas de modo específico foram
aplicadas simultaneamente e em formato de circuito, caracterizando a atividade
como brincadeira. No decorrer do processo terapêutico, foram realizadas
orientações ao cuidador com a finalidade de envolver a família no tratamento e
favorecer a melhora do desempenho da menor. Percebeu-se que a pré-adolescente
inicialmente apresentava-se insegura em realizar tarefas que exigissem
equilíbrio, bem como dificuldade de compreender sentenças complexas. Conforme
foi motivada a realizar ações que envolvessem o equilíbrio, através do plano de
tratamento proposto, a jovem demonstrou ganhar maior confiança em suas ações.
Quanto à memória, ressalta-se que demonstrou menor propensão a esquecimentos
quando as sentenças lhe são ditas de modo simples e objetivo. Destaca-se a importância
desta intervenção para a terapia ocupacional, pois reforça a especificidade da
profissão frente à demanda exposta, utilizando-se de atividades para melhorar o
desempenho da pré-adolescente e possibilitar a participação satisfatória em
outras atividades cotidianas.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[795]
USO E CONCEPÇÃO DE OCUPAÇÃO/ATIVIDADE POR TERAPEUTAS OCUPACIONAIS NOS
CAPS’S DE VITÓRIA - ES
TERESINHA CID CONSTANTINIDIS;
SUZANA RODRIGUES RENO; LENISE MORAES SANTANA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO
SANTO, VITÓRIA, ES, BRASIL.
Palavras-chave: reabilitação psicossocial; terapia ocupacional;
saúde mental
Resumo: Introdução: Em saúde mental, encontramos profissionais que
utilizam de atividades em suas ações, baseados em diferentes concepções. O
movimento de reforma psiquiátrica traz a Reabilitação Psicossocial como novo
modelo de atenção em que, em suas estratégias de intervenção, o uso de
atividades aparece como valioso recurso. Neste cenário, refletir sobre o lugar
da prática em saúde mental, sobre os saberes que subjetivam a utilização da
atividade, tem importância primordial na avaliação das práticas e dos serviços.
Diante disso, como se dá a utilização da atividade/ocupação por terapeutas
ocupacionais na área de saúde mental? Como esse profissional se diferencia dos
demais profissionais da área na utilização de atividades em sua prática? Objetivo: Discutir os significados da
atividade/ocupação no âmbito das práticas em saúde mental na perspectiva de
terapeutas ocupacionais atuantes na área. Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa qualitativa que utiliza grupos focais como instrumento
de coleta de dados. Participaram da pesquisa terapeutas ocupacionais e outros
profissionais de saúde mental que trabalham em CAPS da cidade de Vitória/ES. O
tratamento do material e sua codificação foram realizados por intermédio da
análise de conteúdo, na modalidade de análise temática. Resultados/Discussão: As praticas de terapeutas ocupacionais nos
CAPS perpassam por modelos de atuação pautadas por um lado, no discurso
manicomial e, por outro lado, no modelo de reabilitação psicossocial. Assim,
encontra-se terapeutas ocupacionais que utilizam as atividades como instrumento
moralizador, mensurador de funcionalidade, prescrita e preestabelecida para
combater sintomas indesejáveis. Nesta perspectiva, o terapeuta se coloca em
posição hierárquica superior ao usuário, por ter um olhar diferenciado, mítico,
cuja presença por si só torna a atividade terapêutica. Por outro lado, encontra-se
terapeutas ocupacionais que valorizam a negociação de necessidades no encontro
com o usuário, assim como sua motivação e interesse no processo terapêutico
ocupacional. Nesta perspectiva, reconhece-se potencial de transformação de vida
dos sujeitos, de disparar e facilitar o dialogo e o papel do terapeuta em
acompanhar o sujeito no processo terapêutico. Trabalham com contextos e
emergentes trazidos pelos usuários e não com manejos pré-estabelecidos. Considerações Finais: Apesar da Terapia
Ocupacional ter sua ação norteada por referenciais que fazem forte
contraposição ao tratamento moral, ainda encontramos praticas que se aproximam
deste modelo. Discutir, refletir e avaliar os pressupostos que regem suas
praticas pode auxiliar na qualificação do trabalho do terapeuta ocupacional em
saúde mental.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[804]
AS PROVAS OPERATÓRIAS COMO RECURSO DA TERAPIA OCUPACIONAL: CONSTRUÇÃO
DE NOVOS PRODUTOS PARA A AVALIAÇÃO INFANTIL
MARINA SANCHES SILVESTRINI; CARLA
REGINA SILVA
UFSCAR, PIRASSUNUNGA, SP, BRASIL.
Palavras-chave: terapia ocupacional; desenvolvimento infantil;
provas operatórias
Resumo: A Terapia Ocupacional tem grande atuação na área do
desenvolvimento infantil. Em relação ao tema, a avaliação infantil é um recurso
indispensável. As diversas produções nessa área fazem parte do repertório de
atividades da terapia ocupacional em suas práticas. A ação no campo do
desenvolvimento infantil pode ser fundamentada por inúmeras teorias, entre estas
se encontra um clássico na área, que embasa muitas práticas da própria Terapia
Ocupacional: o biólogo, epistemólogo e psicólogo francês Jean Piaget. O
objetivo deste trabalho foi criar e construir produtos e equipamentos para a
aplicação e análise das avaliações do desenvolvimento infantil, enfocando os
períodos pré-operatório e operatório concreto, pautado pela teoria das provas
operatórias de Jean Piaget, priorizando as de conservação, classificação,
seriação e função simbólica. Buscou-se revisitar a teoria de Piaget a partir de
suas obras, para rever conceitos e correlaciona-los na compreensão do
desenvolvimento e nas avaliações realizadas. A metodologia consistiu em criar
instrumentos e roteiros de aplicação/avaliação das provas operatórias,
embasados em temas chaves na teoria piagetiana, conceitos essenciais, noções da
formação do conhecimento e aquisições intelectuais das crianças, delimitando os
estágios de classificação propostos, à partir da premissa fundamental de
Piaget: o construtivismo. Os roteiros foram divididos em dois tipos: um roteiro
de introdução da criança, com informações da família e professores, e outro
criado para aplicar ao final das sessões, que possui espaços para o
detalhamento das etapas, dos materiais utilizados e da eficácia da criança na
prova. Os materiais e metodologias de aplicação utilizados foram diversos, para
cada prova havia três etapas: uma com o material e metodologia tradicionais
piagetianos, outra na qual o material era diversificado (uma variação do
material original) e a metodologia era realizada com o manuseio ativo da
criança, e, uma terceira nas quais os materiais eram diferentes dos originais
(objetos pessoais, por exemplo) e a metodologia adaptada. Os três meses de
aplicações e análises resultaram em conclusões interessantes: um dos principais
resultados foi a mudança nas respostas avaliativas das crianças em relação a
aplicação da prova da maneira tradicional versus aplicação com participação
ativa da criança (manuseio e exploração). Na primeira algumas crianças não
acertaram, já na segunda elas conseguiram entender as operações e até
argumentar sobre a lógica utilizada. A proposta contribui para a qualificação
das intervenções e pesquisas acerca do tema desenvolvimento infantil, assim
como, para a atuação e formação em Terapia Ocupacional.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[811]
PRODUÇÃO DE CUIDADO EM TERAPIA OCUPACIONAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA
PRÁTICA HOSPITALAR
RAIZA MORAIS RODRIGUES1 ; SONIA
CLAUDIA ALMEIDA PINTO2 ; MARLY LOBATO MACIEL2 ; TERESA BEZERRA DE SENA2
1.UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARA,
BELEM, PA, BRASIL; 2.FUNDAÇÃO PÚBLICA HOSPITAL DE CLÍNICAS GASPAR VIANNA,
BELÉM, PA, BRASIL.
Palavras-chave: produção de cuidado; terapia ocupacional; doença
cardiovascular
Resumo: Introdução: O SUS,através da Política Nacional de Atenção
Hospitalar(PNAH),visa,dentre outras diretrizes,a produção de cuidado humanizado
em consonância com a Política Nacional de Humanização e a Atenção Centrada no
Cliente, baseado nos valores de autonomia, corresponsabilidade e protagonismo.O
hospital é local de passagem para muitas pessoas que deixam seus
lares,familiares,hábitos e rotinas,em busca da saúde.No entanto, elas carregam
consigo suas histórias particulares,desejos e potencialidades,os quais podem
facilmente ser esquecidos diante da gama de procedimentos rotineiros
necessários e tecnologias pesadas. Cabe ao terapeuta ocupacional estar atento à
singularidade dos sujeitos, descobrir novas possibilidades de estar no
hospital, ressignificar tal vivência e ampliar a vida neste contexto. Para
tanto, estabelece-se um resgate no campo das atividades, no qual emergem
interesses, habilidades e potencialidades que delineiam caminhos para a
prática. Objetivos: Relatar uma
experiência hospitalar em que a atuação foi pautada na utilização de narrativas
autobiográficas e registros poéticos como recurso de intervenção hospitalar. Metodologia: Realizaram-se atendimentos
diários, durante um mês, com pacientes com Doenças Cardiovasculares, os quais
encontraram na atividade de produção escrita, a maneira mais confortável para
expor seus sentimentos, resgatar histórias de vida e elaborar projetos de vida
para o futuro. Eles foram estimulados a escrever durante os encontros e quando
estavam sozinhos, os registros pessoais eram compartilhados e discutidos
durante os atendimentos. Discussão:
Através desta intervenção, os pacientes compartilhavam seus escritos:eles
tinham a marca da simplicidade de pessoas com pouca escolaridade,entretanto,os
textos eram enriquecidos através dos sentidos expressos. Possibilitou-se a
criação de um espaço aberto à escuta e ao acolhimento às pessoas, nas produções
floresceram sentimentos, foram expostas angústias,medos,inseguranças,saudades e
histórias significativas da vida. Dos casos acompanhados, dois resultaram na
elaboração de um livro pessoal: “A poeta sem Registro” e “A história da Família
P.” percebeu-se que a elaboração do livro criou novos elos às rupturas
ocasionadas pela hospitalização, vivificou-se o cotidiano, fortaleceu-se a
auto-imagem,e por fim,vislumbrou-se novas possibilidades de vida apesar da
condição crônica e após a alta hospitalar. Considerações
Finais: A utilização das narrativas e dos registros poéticos, aproximou a
prática do terapeuta ocupacional aos cuidados propostos pela PNAH. Para os
usuários atendidos, estar no hospital não significou apenas cuidar do coração
doente, mas ampliou-se o sentido do “cuidar” e estes foram atendidos em suas
particularidades.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[843]
A PERCEPÇÃO DE PAIS DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL QUANTO AO BRINCAR
DE SEUS FILHOS NO CONTEXTO DA TERAPIA OCUPACIONAL
ANA FLÁVIA RODRIGUES SILVA;
PATRÍCIA CARLA DE SOUZA DELLA BARBA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
CARLOS, SÃO CARLOS, SP, BRASIL.
Palavras-chave: paralisia cerebral; brincar; terapia ocupacional
Resumo: Indrodução: Na
Terapia Ocupacional, o brincar é visto como a principal ocupação da criança.
Além disso, dentro da terapêutica ocupacional ele também se torna o principal
recurso das sessões de tratamento. Sabe-se que os pais têm um papel importante
como educadores de seus filhos, especialmente durante os primeiros anos de
vida. A participação dos pais no programa de terapia ocupacional dos filhos com
dificuldades motoras possui vantagens. O presente estudo, levando em
consideração a importância do brincar na vida da criança, teve como Objetivos: refletir acerca do brincar
como ferramenta da Terapia Ocupacional no tratamento da criança com paralisia
cerebral; identificar a importância do brincar no cotidiano familiar dessas
crianças e identificar como suas famílias percebem o brincar no contexto da
terapia ocupacional. Metodologia:
Foram participantes os pais ou equivalentes de seis crianças com diagnóstico de
paralisia cerebral e que são acompanhadas pela Terapia Ocupacional na Unidade
SaúdeEscola da UFSCar, bem como os estagiários de Terapia Ocupacional que atuam
com essas crianças. Os instrumentos utilizados foram a Entrevista Inicial com
os Pais proposto pelo Modelo Lúdico e a entrevista “O Brincar na Terapia
Ocupacional” elaborada pelas pesquisadoras para ser aplicada aos pais e
estagiários. Resultados: Apontaram
que o brincar é visto tanto pelos pais como pelos estagiários como um meio de
alcançar objetivos na terapia, como a aquisição de habilidades que contribuam
para o desenvolvimento da criança com paralisia cerebral. Quanto ao cotidiano
dessas crianças, destacam-se atividades ligadas ao tratamento da criança,
consumindo a maior parte do tempo, juntamente com a escola. Alguns pais
disseram desconhecer os objetivos da terapia ocupacional no tratamento de seus
filhos, ora por não terem questionado o profissional ora por não terem essa
informação a partir de iniciativa do mesmo. Considerações Finais: O brincar como objetivo da Terapia
Ocupacional ainda é pouco compreendido pelos cuidadores, apesar de estar
presente no cotidiano da criança. Os terapeutas ocupacionais compreendem a
importância do brincar como meio para alcançar seus objetivos.
- TERAPIA OCUPACIONAL E SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
[858]
EXPLORAÇÃO DA ESTRUTURA DA PRÁTICA DA TERAPIA OCUPACIONAL A PARTIR DE
UM ESTUDO DE CASO
JULIANA FONSÊCA DE QUEIROZ
MARCELINO; ANA ALICE PEDRO DA SILVA; NARA CAROLLINA MATTOS SANDES; TAÍSE
MORGANE DE LIMA MEDEIROS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE
PERNAMBUCO, RECIFE, PE, BRASIL.
Palavras-chave: estrutura da prática da terapia ocupacional; estudo
de caso; paralisia cerebral
Resumo: A orientação de estágio durante a graduação, conforme
preconiza o Ministério da Educação, é uma oportunidade, para os educadores, de
contribuir com o aprendizado do aluno, na parceria com o supervisor de estágio.
No estágio, os acadêmicos têm a oportunidade de fazer a relação entre a teoria
e a prática e, nesta direção, o docente orientador, junto ao terapeuta
ocupacional do serviço, tem um importante papel. A “Estrutura da Prática da
Terapia Ocupacional: Domínio e Processo” é um documento oficial da Associação
Americana de Terapia Ocupacional (AOTA) que apresenta um sumário de ideias
inter-relacionadas que definem e guiam a prática da terapia ocupacional. O
objetivo deste trabalho é apresentar um estudo de caso baseado na estrutura da
prática da Terapia Ocupacional. Este estudo foi elaborado durante orientação de
estágio de duas acadêmicas de Terapia Ocupacional, que era desenvolvido no
ambulatório de Terapia Ocupacional do Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de Pernambuco, no atendimento a crianças com deficiências diversas. Foi
realizado um estudo de caso com uma criança do sexo feminino, de idade de 1 ano
e 3 meses, com diagnóstico de Paralisia Cerebral Discinética (forma distônica).
As acadêmicas apresentaram o caso em PowerPoint, durante alguns encontros de
orientação de estágio, quando foram discutidos tanto a atuação do terapeuta
ocupacional com a criança selecionada como o documento da estrutura da prática
da Terapia Ocupacional. Foi selecionada uma atividade já desenvolvida com a
criança anteriormente (exploração de um chocalho eletrônico) para facilitar o
desenvolvimento do estudo de caso. As discussões prévias com a terapeuta
ocupacional do serviço contribuíram bastante para a compreensão desse processo.
Pôde-se concluir que a metodologia utilizada, ou seja, estudar o documento da
estrutura da prática a partir de um estudo de caso, foi satisfatória, pois
facilitou a compreensão das acadêmicas tanto quanto ao documento, como quanto à
intervenção terapêutica ocupacional à criança assistida.
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